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DIREITO INTERNACIONAL

DIREITO INTERNACIONAL PRIVADO

Livro Eletrônico
DIREITO INTERNACIONAL
Direito Internacional Privado
Prof.ª Islene Silva

Direito Internacional Privado.........................................................................4


1. Conceito e Noções Gerais..........................................................................4
1.1. Elementos de conexão...........................................................................8
2. Cooperação Jurídica Internacional............................................................ 15
2.1. Provas............................................................................................... 16
2.2. Homologação de sentença estrangeira................................................... 17
2.3. Cartas rogatórias................................................................................ 19
2.4. Auxílio direto...................................................................................... 22
2.5. Arbitragem......................................................................................... 23
2.6. Competência Internacional................................................................... 24
2.7. Sequestro internacional de crianças e prestação de alimentos no exterior... 25
Resumo.................................................................................................... 28
1. Conceito e Noções Gerais........................................................................ 28
2. Cooperação Jurídica Internacional............................................................ 29
Questões de Concurso................................................................................ 31
Gabarito................................................................................................... 59
Gabarito Comentado.................................................................................. 60

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Olá, futuro (a) advogado (a),

Meu nome é Islene Gomes, sou advogada e professora, com experiência na

preparação para o Exame da Ordem, e espero, por meio das aulas de Direito Inter-

nacional Privado, colaborar com a sua aprovação.

Com esse objetivo, trabalharemos teoria e questões anteriores, principalmente

da FGV, a fim de que você domine a disciplina. Os conteúdos trabalhados serão os

seguintes:

• Conceito e noções gerais.

• Elementos de Conexão.

• Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).

• Conexão Internacional no CPC/2015.

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1. Conceito e Noções Gerais

Conforme Paulo Henrique Gonçalves Portela (2017)1, Direito Internacional

Privado é:

[...] o ramo do Direito que visa a regular os conflitos de leis no espaço em relações de
caráter privado que tenham conexão internacional, determinando qual a norma jurídica
nacional que se aplica a esses vínculos, que poderá tanto ser um preceito nacional como
estrangeiro. (PORTELA, 2017, p. 39)

Trata-se de ramo do Direito interno, que excetua o princípio da territorialidade,

pois admite a aplicação do Direito estrangeiro em território nacional quando a lei

pátria autorizar. Nessa hipótese, inclusive, a lei estrangeira poderá ser aplicada de

ofício. É o ordenamento jurídico interno que estabelece os elementos de conexão

(domicílio, nacionalidade etc). O Direito interno é que determina a obrigatoriedade

de aplicação do Direito Estrangeiro.

“As normas de Direito Internacional Privado são meramente indicativas” (PORTELA,

2017, p. 170)2.

1
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9 ed. Salvador:
Juspodivm, 2017.
2
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional e Direitos Humanos. 3 ed. Salva-
dor: Juspodivm, 2017.

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Quanto ao objeto do Direito Internacional Privado, Valério Mazzuoli (2017)3 le-

ciona que:

O DIPr é a disciplina jurídica – baseada num método e numa técnica de aplicação do


direito – que visa solucionar os conflitos de leis estrangeiras no espaço, ou seja, os fatos
em conexão espacial com leis estrangeiras divergentes, autônomas e independentes,
buscando seja aplicado o melhor direito ao caso concreto. (MAZZUOLI, 2017, p. 659)

Para parte da doutrina, também integram o objeto do Direito Internacional Pri-

vado “questões pessoais de interesse internacional, referentes à nacionalidade e à

condição jurídica do estrangeiro […] cooperação jurídica internacional […] tutelar o

reconhecimento de direitos adquiridos no exterior”.

Outro aspecto relevante no estudo diz respeito às fontes de Direito Internacio-

nal Privado, a saber:

• Lei (fonte primária):

− Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), artigos 7º ao 19;

− Código de Processo Civil/2015;

− Lei n. 9.307/1996 (Arbitragem), atualizada pela Lei n. 13.129/2015;

− Regimento Interno do STJ, artigos 216-A a 216-x, os quais tratam de ho-

mologação de sentença estrangeira e da concessão de exequatur às roga-

tórias no STJ;

− CF/88, quando disciplina a competência para homologação de sentença

estrangeira;

− Tratados (destaca-se a Convenção de Direito Internacional Privado – 1928,

denominada Código Bustamante/Decreto n. 18.871/1929, embora pouco

aplicado atualmente, devido à incompatibilidade de muitas normas diante

das situações jurídicas hodiernas).

3
MAZZUOLI, Valério de Oliveira. Curso de Direito Internacional Privado. 2 ed. São Paulo:
Saraiva, 2017.

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• Instrumentos de soft law;

• Costumes;

• Jurisprudência;

• Doutrina;

• Princípios gerais do Direito (e do Direito Internacional);

• Atos de organizações internacionais.

Segundo Portela (2017, p. 659)4, “os contratos internacionais não são, ainda, con-

siderados fontes de Direito Internacional Privado”.

Os autores costumam diferenciar o Direito Internacional Público do Direito Inter-

nacional Privado. Diante disso, reproduzimos um quadro elaborado pelo professor

Portela (2017)5, o qual, didático como sempre, elucida as divergências existentes

entre os ramos citados:

Direito Internacional Público Direito Internacional Privado


Regulação da sociedade internacional Regulação dos conflitos de leis no espaço
Disciplina direta das relações internacionais ou Indicação da norma nacional aplicável a
das relações internas de interesse internacional um conflito de leis no espaço
Normas meramente indicativas do Direito
Normas de aplicação direta
aplicável
Regras estabelecidas em normas
Regras estabelecidas em normas internacionais
internacionais OU internas
Regras de Direito Internacional Público ou
Regras de Direito Internacional Público
interno

4
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional Público e Privado. 9 ed. Salvador: Juspo-
divm, 2017.
5
Idem, p. 50.

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Em apertada síntese: o Direito Internacional Privado objetiva determinar, diante

do conflito de leis no espaço, qual norma interna será aplicada. Trata-se de ramo

que regulamenta situações que trazem dúvidas sobre a lei que incidirá no caso con-

creto, ao envolver conexão internacional. A aplicação de lei nacional é regra geral

na hipótese de os fatos ocorrerem em território pátrio, embora algumas situações

suscitem dúvidas, pois o ordenamento de outro país surge com possibilidade de

aplicação também. A fixação do ordenamento jurídico a ser aplicado é o objeto

(dentre outros) do Direito Internacional Privado.

O ordenamento jurídico de cada Estado define o direito a ser aplicado, e os tratados

também poderão trazer disposições a respeito. Além disso, o juiz poderá, de ofício,

aplicar a norma estrangeira que determinar a norma a ser aplicada no conflito de

leis no espaço.

Feitas essas considerações iniciais, destaca-se que o Direito Internacional Priva-

do possui três tipos de normas:

Indicativa
Definem as normas a serem aplicadas na solução de um conflito de leis no espaço (controvérsia
com conexão internacional);
Não solucionam o conflito, mas apontam a norma a ser aplicada;
Exemplo: art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), que trazem dis-
posições sobre as obrigações, determinando que serão regidas pela lei do país no qual forem
constituídas.
Conceitual ou qualificadora
Conceituam institutos encontrados nas legislações.
Direta
Definem conceitos jurídicos.
Exemplo: nacionalidade.

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Além da definição supramencionada, a norma indicativa apresenta a seguinte

divisão:

OBJETO DE CONEXÃO ELEMENTO DE CONEXÃO


• Indicará o direito pátrio a ser aplicado;
• Trata-se da matéria sobre a qual
• Geralmente, a lei nacional indicará, mas o tratado
versa a norma.
também poderá dizer a norma a ser aplicada.
Exemplo: personalidade. Exemplo: domicílio.
Regra: existir um elemento de conexão para cada objeto de conexão.

Já em relação à norma qualificadora, prevalece a lex fori, embora a lei estran-

geira possa produzir efeitos em outro país, quando não violar norma de ordem pú-

blica nele vigente. São teorias relativas à norma conceitual ou qualificadora:

Qualificação pela lex fori Qualificação pela lex


Qualificação por referência
(lei de cada Estado) causae
Baseada em conceitos
Ordenamento nacional Lei estrangeira conceitua/
que têm autonomia
conceitua/qualifica. qualifica.
e universalidade.

1.1. Elementos de conexão

O estudo dos elementos de conexão (que definem a norma a ser aplicada no

caso concreto) no ordenamento jurídico brasileiro (lex fori) perpassa, necessaria-

mente, a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB).

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A partir da referida legislação, são identificados os seguintes elementos:

O domicílio é um dos principais elementos de conexão do ordenamento jurídico bra-


sileiro;
O referido elemento orienta que seja aplicada a norma do domicílio de uma das
partes envolvidas no conflito de leis no espaço;
É usada, geralmente, quando a controvérsia envolve estatuto pessoal, conforme
evidencia o art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

A lei do país em que domiciliada a pessoa determina as regras sobre o


começo e o fim da personalidade, o nome, a capacidade e os direitos de
família.

A lei do domicílio também é observada em relação ao casamento, nas hipóteses em


que houver conflito de leis no espaço. Nesse sentido é a regra esculpida no art. 7º,
§ 1º:

Realizando-se o casamento no Brasil, será aplicada a lei brasileira quan-


to aos impedimentos dirimentes e às formalidades da celebração.

Nos moldes do art. 18 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB),


brasileiros poderão casar-se no exterior: estrangeiros poderão casar-se no Brasil,
Lex Domicilli desde que o casamento ocorra perante autoridades diplomáticas ou consulares do
(domicílio) país de ambos os nubentes (é o chamando “casamento diplomático ou consular”). É
a redação do Art. 18 da LINDB:

Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares


brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro
Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos
filhos de brasileiro ou brasileira nascido no país da sede do Consulado.
§ 1º As autoridades consulares brasileiras também poderão celebrar a
separação consensual e o divórcio consensual de brasileiros, não haven-
do filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos le-
gais quanto aos prazos, devendo constar da respectiva escritura pública
as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à
pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge
de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se
deu o casamento.
§ 2º É indispensável a assistência de advogado, devidamente consti-
tuído, que se dará mediante a subscrição de petição, juntamente com
ambas as partes, ou com apenas uma delas, caso a outra constitua
advogado próprio, não se fazendo necessário que a assinatura do advo-
gado conste da escritura pública.

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Outrossim, estrangeiros podem casar-se no Brasil conforme determina o Art. 7º, §


2º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

O casamento de estrangeiros poderá celebrar-se perante autoridades


diplomáticas ou consulares do país de ambos os nubentes.

No que tange ao regime de bens (legal ou convencional), bem como às hipóteses de


invalidade matrimonial, será observada a lei do país em que os nubentes são domici-
liados. Se este domicílio for diverso, será aplicada a lei do primeiro domícilio conjugal:

Art. 7º, § 3º Tendo os nubentes domicílio diverso, regerá os casos de


invalidade do matrimônio a lei do primeiro domicílio conjugal.
§ 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em
que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro
domicílio conjugal.

A lei do domicílio também será aplicada em relação aos bens móveis trazidos pelo
proprietário ou que estão em transporte para outra localidade nos termos do Art.
8º, § 1º, da LINDB:

Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário, quanto


aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte para
outros lugares.

O Art. 8º, em seu § 2º, disciplina o penhor, que irá regular-se

[...] pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja posse se encontre
a coisa apenhada.

A lex domicilli também será observada diante da sucessão por morte e da capaci-
dade para suceder, nos termos do Art. 10, e respectivos parágrafos, da LINDB:

A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que


domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza
e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regula-
da pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a
lei pessoal do de cujus.
§ 2º A lei do domicílio do herdeiro ou legatário regula a capacidade para
suceder.

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Aplica-se a norma do Estado do qual a pessoa é nacional diante dos conflitos de lei
no espaço.
Lex patriae (nacio-
O referido elemento de conexão é encontrado nos seguintes artigos da Lei de Intro-
nalidade)
dução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) (já mencionados no item anterior):
Art. 7º, § 2º e Art. 18, § 1º.
Aplica-se a lei do local onde se desenvolve a relação jurídica.
Portela (2017, p. 175)6 leciona:

Lex fori
No Brasil, o critério da lex fori aplica-se da seguinte maneira:
(lei do foro)
- As normas de Direito Internacional Privado são exatamente aquelas
em vigor na ex fori; - Aplica-se a lex fori quando o Direito estrangeiro
não puder ser aplicado ou não for verificável.

6
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional e Direitos Humanos. 3 ed. Salvador: Juspo-
divm, 2017.

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Elemento que considera a lei do local em que a coisa está situada. Tem previsão
nos seguintes artigos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernen-


tes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
Art. 10 A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natu-
reza e a situação dos bens.
Art. 12, § 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das
ações relativas a imóveis situados no Brasil.

Exceções:

Art. 7º, § 4º O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do


país em que tiverem os nubentes domicílio, e, se este for diverso, a do
Lex rei sitae primeiro domicílio conjugal.
(norma do local Art. 8º Para qualificar os bens e regular as relações a eles concernen-
em que está tes, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem situados.
o bem em § 1º Aplicar-se-á a lei do país em que for domiciliado o proprietário,
conflito) quanto aos bens móveis que ele trouxer ou se destinarem a transporte
para outros lugares.
§ 2º O penhor regula-se pela lei do domicílio que tiver a pessoa, em cuja
posse se encontre a coisa apenhada.
Art. 10 A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em
que domiciliado o defunto ou o desaparecido, qualquer que seja a natu-
reza e a situação dos bens.
§ 1º A sucessão de bens de estrangeiros, situados no País, será regula-
da pela lei brasileira em benefício do cônjuge ou dos filhos brasileiros,
ou de quem os represente, sempre que não lhes seja mais favorável a
lei pessoal do de cujus.

Ressalte-se que, no caso do art. 10, § 1º, o conflito de leis será resolvido aplicando-se
a lei mais favorável ao cônjuge ou filhos brasileiros.
Lex loci delicti
comissi
(Norma do lugar Norma do local em que foi cometido o delito será observada.
onde foi come-
tido o ato ilícito)

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Trata-se de critério adotado diante de conflitos de leis no espaço que envolvam con-
flitos contratuais e extracontratuais.
Regra: aplica-se a norma do local em que a obrigação foi contraída.
Está prevista no Art. 9º da Lei de Introdução às Nomas do Direito Brasileiro (LINDB),
cuja redação é:

Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que


se constituírem.
§ 1º Destinando-se a obrigação a ser executada no Brasil e dependendo
de forma essencial, será esta observada, admitidas as peculiaridades da
lei estrangeira quanto aos requisitos extrínsecos do ato.
Locus regit
§ 2º A obrigação resultante do contrato reputa-se constituida no lugar
actum/ lex loci
em que residir o proponente.
contractus
(Norma do local Atenção quanto à redação do Art. 9º, § 2º, pois a residência do proponente é com-
em que a obriga- preendida como o local em que a proposta foi feita.
ção foi contraída) Outro aspecto que merece destaque está relacionado à eficácia executiva de títuto
executivo extrajudicial no Brasil. A matéria é regida pelo art. 784 do Código de Pro-
cesso Civil de 2015, cuja redação do § 3º estabelece que:

O título estrangeiro só terá eficácia executiva quando satisfeitos os


requisitos de formação exigidos pela lei do lugar de sua celebração e
quando o Brasil for indicado como o lugar de cumprimento da obrigação.

“A forma de testamento também é regida pelo critério locus regit actum” (PORTELA,
2017, p. 180)7.
Segundo a jurisprudência do TST, os contratos de trabalho executados no exterior
observarão a norma mais favorável ao trabalhador.

7
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional e Direitos Humanos. 3 ed. Salvador: Juspo-
divm, 2017.

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Verifica-se quando as partes podem escolher o ordenamento que será aplicado.


Não é a regra.
Poderão ou não ser admitidas pela lei do foro.
Ordem pública é limitador.
Exemplo: Art. 7º, §5º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

O estrangeiro casado, que se naturalizar brasileiro, pode, mediante ex-


pressa anuência de seu cônjuge, requerer ao juiz, no ato de entrega do
decreto de naturalização, se apostile ao mesmo a adoção do regime de
Lex Voluntatis comunhão parcial de bens, respeitados os direitos de terceiros e dada
(Autonomia da esta adoção ao competente registro.
vontade)
Aparece, também, na Lei de Arbitragem (9.307/1996):

Art. 2º A arbitragem poderá ser de direito ou de equidade, a critério


das partes.
§ 1º Poderão as partes escolher, livremente, as regras de direito que
serão aplicadas na arbitragem, desde que não haja violação aos bons
costumes e à ordem pública.

Não é expressamente reconhecida como elemento de conexão, mas parcela da dou-


trina já indica como tal.
Lex loci executio-
nis/ lex loci solu-
Para alguns, tem identidade com a locus regit actum/ lex loci contractus.
tionis (norma do
No país, incidirá quando a obrigação for cumprida no Brasil (competência da autori-
local de execução
dade brasileira) e na execução de contrato de trabalho celebrado em um país, mas
de um contrato
executado em outro, observada a regra da norma mais favorável ao trabalhador.
ou de uma obri-
gação)

Foram feitas as considerações mais relevantes sobre os elementos de conexão

no ordenamento jurídico brasileiro, os quais estão previstos, principalmente, na

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB). É importante estudá-la,

pois os assuntos abordados até o momento são cobrados com frequência. Você

pode ver, nas Questões de Concurso (de 1 a 25), como o tema foi trazido em

provas anteriores.

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2. Cooperação Jurídica Internacional

A compreensão do Direito Internacional Privado exige o estudo das regras re-

lativas à cooperação jurídica internacional, as quais se encontram tanto na Lei de

Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), quanto no Código de Processo

Civil de 2015 (CPC/2015).

Sobre a cooperação jurídica internacional no Código de Processo Civil (CPC/2015),

interessa ressaltar inicialmente:

Brasil observará na cooperação jurídica Objeto da cooperação jurídica internacional –


internacional – Art. 26, CPC/2015 Art. 27, CPC/2015
I – o respeito às garantias do devido processo I – citação, intimação e notificação judicial e extra-
legal no Estado requerente; judicial;
II – a igualdade de tratamento entre nacionais II – colheita de provas e obtenção de informações;
e estrangeiros, residentes ou não no Brasil, III – homologação e cumprimento de decisão;
em relação ao acesso à justiça e à tramitação IV – concessão de medida judicial de urgência;
dos processos, assegurando-se assistência V – assistência jurídica internacional;
judiciária aos necessitados; VI – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial
III – a publicidade processual, exceto nas não proibida pela lei brasileira.
hipóteses de sigilo previstas na legislação
brasileira ou na do Estado requerente;
IV – a existência de autoridade central para
recepção e transmissão dos pedidos de coo-
peração;
V – a espontaneidade na transmissão de infor-
mações a autoridades estrangeiras.

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Já os parágrafos do art. 26 (CPC/15) trazem as seguintes regras e apontamentos

pertinentes:

Redação – parágrafos do art. 26 do CPC/15 Apontamentos


§ 1º Na ausência de tratado, a cooperação jurídica
A reciprocidade não é requisito para a
internacional poderá realizar-se com base em reci-
homologação.
procidade, manifestada por via diplomática.
§ 2º Não se exigirá a reciprocidade referida no § Conforme o salientado em relação ao
1º para homologação de sentença estrangeira. parágrafo anterior.
§ 3º Na cooperação jurídica internacional não será
admitida a prática de atos que contrariem ou que Isso porque a ordem pública deve ser
produzam resultados incompatíveis com as normas observada e mantida.
fundamentais que regem o Estado brasileiro.
§ 4º O Ministério da Justiça exercerá as funções
O pedido passivo de cooperação interna-
de autoridade central na ausência de designação
cional é remetido à autoridade central.
específica.

2.1. Provas

O art. 13 da LINDB traz regra relativa aos fatos ocorridos no exterior a serem

comprovados em relação processual. Nos termos do referido dispositivo legal:

A prova dos fatos ocorridos em um país estrangeiro rege-se por lei que nele vigorar,
quanto ao ônus e aos meios de produzir-se, não admitindo os tribunais brasileiros pro-
vas que a lei brasileira desconheça.

Infere-se, portanto, no que tange à prova de fatos ocorridos no exterior que:

Ônus da prova e meios de produção de Provas que a lei brasileira não tenha
provas no exterior conhecimento
Regidos por lei estrangeira Não serão admitidas nos tribunais nacionais

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2.2. Homologação de sentença estrangeira

Em relação à cooperação internacional, outro assunto de suma relevância é a

homologação de sentença estrangeira, a qual é feita pelo Superior Tribunal de Jus-

tiça (STJ), mediante juízo de delibação (concentrado), sem apreciar o mérito, pois

verifica somente os aspectos formais.

Trata-se de etapa necessária para que decisão judicial proferida em outro Esta-

do produza efeitos no Brasil, salvo disposição diversa em lei ou tratado, consoante

redação do art. 961 do CPC/15:

A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sentença


estrangeira ou a concessão do exequatur às cartas rogatórias, salvo disposição em sen-
tido contrário de lei ou tratado.

Nos termos do art. 15 da LINDB:

Será executada no Brasil a sentença proferida no estrangeiro, que reúna os seguintes


requisitos:
a) haver sido proferida por juiz competente;
b) terem sido as partes citadas ou haver-se legalmente verificado à revelia;
c) ter passado em julgado e estar revestida das formalidades necessárias para a execu-
ção no lugar em que foi proferida;
d) estar traduzida por intérprete autorizado;
e) ter sido homologada pelo Supremo Tribunal Federal.8

E o art. 17 da LINDB estabelece que:

As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade,
não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e
os bons costumes.

8
Art. 105, I, “i”, da CF/88 fixa a competência para o STJ.

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No mesmo sentido das regras esculpidas na LINDB, o Código de Processo Civil

de 2015 (art. 963), bem como Regimento Interno do STJ, determinam que

Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:


I – ser proferida por autoridade competente;
II – ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III – ser eficaz no país em que foi proferida;
IV – não ofender a coisa julgada brasileira;
V – estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em
tratado; VI - não conter manifesta ofensa à ordem pública. (grifo nosso)

Não são requisitos para homolgação: pedido de Estado estrangeiro e reciprocidade

quanto ao reconhecimento de sentença pátria no exterior.

Retomando a redação do art. 961 do CPC/2015, insta salientar que:

§ 1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não


judicial que, pela lei brasileira, teria natureza jurisdicional.

Homologação parcial (possibilidade):

§ 2º A decisão estrangeira poderá ser homologada parcialmente.

Deferimento de pedidos de urgência/atos de execução provisória:

§ 3º A autoridade judiciária brasileira poderá deferir pedidos de urgência e realizar atos


de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira.

Fins de execução fiscal:

§ 4º Haverá homologação de decisão estrangeira para fins de execução fiscal quan-


do prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade
brasileira.

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Produção de efeitos independente de homologação:

§ 5º A sentença estrangeira de divórcio consensual produz efeitos no Brasil, indepen-


dentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.

Competência quando a produção de efeitos independe de homologação:

§ 6º Na hipótese do § 5º, competirá a qualquer juiz examinar a validade da decisão, em


caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua
competência.

Aos juízes federais de primeira instância compete a execução de sentença es-

trangeira homologada pelo STJ, consoante o art. 109, X, da CF/88. Ademais, duas

situações merecem diferenciação:

Pendência de causa perante a jurisdição


Não impede homologação.
do Brasil
Sentença estrangeira sobre casos de competência
Não será homologada.
EXCLUSIVA de juiz nacional

O STJ também homologa sentenças arbitrais internacionais.

2.3. Cartas rogatórias

Segundo Portela (2017, p. 191)9, trata-se

[…] de ferramenta do cooperação jurídica internacional que consiste no pedido feito


pelo juiz de um Estado ao Judiciário de outro ente estatal, com o intuito de obter
a colaboração deste para a prática de certos atos processuais.

9
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional e Direitos Humanos. 3 ed. Salvador: Juspo-
divm, 2017.

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O auxílio processual é buscado por meio das cartas rogatórias a fim de que pro-

vas sejam produzidas, intimações realizadas, bem como outros atos processuais

sejam efetivados.

Compete ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), nos termos do art.105, I, “i” da

Constituição Federal de 1988, a concessão de exequatur às cartas rogatórias. Há

dois tipos de cartas rogatórias:

ATIVAS PASSIVAS
Expedidas/enviadas por autoridade brasileira Recebidas pela autoridade brasileira

Haverá juízo de delibação, ou seja, verificação de aspectos formais, salvo em

relação à ordem pública, bons costumes e soberania nacional, que, se inobserva-

dos, impedirão o exequatur.

Competência exclusiva do Poder Judiciário impede o exequatur.

Acerca do tema, estipula o art. 12, § 2o da LINDB:

A autoridade judiciária brasileira cumprirá, concedido o exequatur e segundo a forma


estabelecida pele lei brasileira, as diligências deprecadas por autoridade estrangeira
competente, observando a lei desta, quanto ao objeto das diligências.

As exigências para cumprimento, cuja competência é da Justiça Federal de primei-

ra instâncias, de cartas rogatórias estão previstas nos seguintes dispositivos legais:

Art. 962, CPC: É passível de execução a decisão estrangeira concessiva de medida de


urgência.
§ 1º A execução no Brasil de decisão interlocutória estrangeira concessiva de medida de
urgência dar-se-á por carta rogatória.

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§ 2º A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, desde
que garantido o contraditório em momento posterior. § 3º O juízo sobre a urgência da me-
dida compete exclusivamente à autoridade jurisdicional prolatora da decisão estrangeira.
§ 4º Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos
no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para produzir efeitos,
de ter sua validade expressamente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cum-
primento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.

Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:


I – ser proferida por autoridade competente;
II – ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III – ser eficaz no país em que foi proferida;
IV – não ofender a coisa julgada brasileira;
V – estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em
tratado;
VI – não conter manifesta ofensa à ordem pública.
Parágrafo único. Para a concessão do exequatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os
pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2º.

Salvo disposição contrária de lei ou de tratado, a rogatória estrangeira somente

será cumprida após concessão do exequatur.

Esse procedimento perante o STJ é entendido como de jurisdição contenciosa.

Assim, é preciso observar o contraditório e ampla defesa:

Art. 36, CPC: O procedimento da carta rogatória perante o Superior Tribunal de Justiça
é de jurisdição contenciosa e deve assegurar às partes as garantias do devido processo
legal.
§ 1º A defesa restringir-se-á à discussão quanto ao atendimento dos requisitos para que
o pronunciamento judicial estrangeiro produza efeitos no Brasil.
§ 2º Em qualquer hipótese, é vedada a revisão do mérito do pronunciamento judicial
estrangeiro pela autoridade judiciária brasileira.

Além das regras do CPC/2015, observa-se o Código de Bustamante.

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2.4. Auxílio direto

Encontra-se disciplinar nos artigos 28 a 34 do Código de Processo Civil de 2015:

Conceito legal:

Art. 28. Cabe auxílio direto quando a medida não decorrer diretamente de decisão de
autoridade jurisdicional estrangeira a ser submetida a juízo de delibação no Brasil.
Art. 29. A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro inte-
ressado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade
e a clareza do pedido.

Objetos do auxílio direto:

Art. 30. Além dos casos previstos em tratados de que o Brasil faz parte, o auxílio direto
terá os seguintes objetos:
I – obtenção e prestação de informações sobre o ordenamento jurídico e sobre proces-
sos administrativos ou jurisdicionais findos ou em curso;
II – colheita de provas, salvo se a medida for adotada em processo, em curso no estran-
geiro, de competência exclusiva de autoridade judiciária brasileira;
III – qualquer outra medida judicial ou extrajudicial não proibida pela lei brasileira.
Art. 31. A autoridade central brasileira comunicar-se-á diretamente com suas congê-
neres e, se necessário, com outros órgãos estrangeiros responsáveis pela tramitação e
pela execução de pedidos de cooperação enviados e recebidos pelo Estado brasileiro,
respeitadas disposições específicas constantes de tratado.
Art. 32. No caso de auxílio direto para a prática de atos que, segundo a lei brasileira,
não necessitem de prestação jurisdicional, a autoridade central adotará as providências
necessárias para seu cumprimento.
Art. 33. Recebido o pedido de auxílio direto passivo, a autoridade central o encaminha-
rá à Advocacia-Geral da União, que requererá em juízo a medida solicitada.
Parágrafo único. O Ministério Público requererá em juízo a medida solicitada quando for
autoridade central.
Art. 34. Compete ao juízo federal do lugar em que deva ser executada a medida apre-
ciar pedido de auxílio direto passivo que demande prestação de atividade jurisdicional.

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2.5. Arbitragem

Trata-se de meio extrajudicial de solução de conflitos, que possui grande aplica-

bilidade no âmbito do comércio internacional. Rege-se no direito pátrio pela Lei n.

9.307/96, podendo ser invocada por pessoas físicas e jurídicas.

Pode ser:

De direito De equidade
Árbitro aplicará norma jurídica. Direito considerado no caso concreto.
A critério das partes.
Autonomia da vontade.

A adoção da arbitragem poderá decorrer:

Cláusula compromissória Compromisso arbitral


Prevista em contrato Posterior ao litígio
Diante de cláusula arbitral ou de compromisso arbitral, o juiz proferirá sentença terminativa,
sem resolução de mérito, pois quando a controvérsia é sujeita à arbitragem, o Poder Judiciário
não atua perante a controvérsia.

As sentenças ou laudos arbitrais são as decisões dos árbitros. Produzem efeitos

e são títulos executivos judiciais.

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2.6. Competência Internacional

Perante a competência internacional, há a seguinte divisão:

Concorrente (não afasta a competência Exclusiva (afasta a competência da Justiça


da Justiça estrangeira) estrangeira)
Art. 22. Compete, ainda, à autoridade judiciária bra-
sileira processar e julgar as ações:
I – de alimentos, quando:
a) o credor tiver domicílio ou residência no Brasil;
b) o réu mantiver vínculos no Brasil, tais como posse
ou propriedade de bens, recebimento de renda ou
obtenção de benefícios econômicos;
Art. 21. Compete à autoridade judiciária bra-
II – decorrentes de relações de consumo, quando o
sileira processar e julgar as ações em que:
consumidor tiver domicílio ou residência no Brasil;
I – o réu, qualquer que seja a sua nacionali-
III – em que as partes, expressa ou tacitamente, se
dade, estiver domiciliado no Brasil;
submeterem à jurisdição nacional.
II – no Brasil tiver de ser cumprida a obriga-
Art. 23. Compete à autoridade judiciária brasileira,
ção;
com exclusão de qualquer outra:
III – o fundamento seja fato ocorrido ou ato
I – conhecer de ações relativas a imóveis situados
praticado no Brasil.
no Brasil;
Parágrafo único. Para o fim do disposto no
II – em matéria de sucessão hereditária, proceder à
inciso I, considera-se domiciliada no Brasil
confirmação de testamento particular e ao inventário
a pessoa jurídica estrangeira que nele tiver
e à partilha de bens situados no Brasil, ainda que o
agência, filial ou sucursal.
autor da herança seja de nacionalidade estrangeira ou
tenha domicílio fora do território nacional;
III – em divórcio, separação judicial ou dissolução
de união estável, proceder à partilha de bens situa-
dos no Brasil, ainda que o titular seja de nacionali-
dade estrangeira ou tenha domicílio fora do território
nacional.
Art. 12. É competente a autoridade judiciária brasi-
Art. 12, LINDB - É competente a autoridade leira, quando for o réu domiciliado no Brasil ou aqui
judiciária brasileira, quando for o réu domici- tiver de ser cumprida a obrigação.
liado no Brasil ou aqui tiver de ser cumprida a § 1º Só à autoridade judiciária brasileira compete
obrigação. conhecer das ações relativas a imóveis situados no
Brasil.

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Art. 24. A ação proposta perante tribunal


estrangeiro não induz litispendência e não
obsta a que a autoridade judiciária brasileira
conheça da mesma causa e das que lhe são
conexas, ressalvadas as disposições em con-
Impede-se a homologação de sentença que examina
trário de tratados internacionais e acordos
competência exclusiva brasileira.
bilaterais em vigor no Brasil.
Parágrafo único. A pendência de causa perante
a jurisdição brasileira não impede a homolo-
gação de sentença judicial estrangeira quando
exigida para produzir efeitos no Brasil.

Art. 25, CPC:

Não compete à autoridade judiciária brasileira o processamento e o julgamento da ação


quando houver cláusula de eleição de foro exclusivo estrangeiro em contrato internacio-
nal, arguida pelo réu na contestação.

Não se elege foro quando a competência internacional for exclusiva da autoridade

judiciária brasileira.

2.7. Sequestro internacional de crianças e prestação de


alimentos no exterior

O sequestro internacional de crianças e a prestação de alimentos no exterior são

temas que costumam aparecer nas provas. Por isso, a seguir, são feitos algumas

considerações relevantes sobre os referidos assuntos.

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A respeito do sequestro internacional de crianças, interessa destacar:

Sequestrador: pai ou mãe que retira (remove), de modo ilícito, a criança que sairá de sua resi-
dência habitual para outro país.
Regras a serem observadas: Convenção de Haia sobre o Sequestro Internacional de Crianças.
Aplicação da Convenção: diante de casos em que o direito de guarda ou de visita é violado.
Aplicação cessa quando a criança completa 16 anos.
Autoridade central no Brasil: Secretaria Nacional de Direitos Humanos (Presidência da República).
Autoridades centrais: cooperam entre si. Em caso de dificuldade nesse sentido: Advocacia-Geral
da União (AGU) ajuiza ação judicial na Justiça Federal.
Princípio do interesse superior (melhor) do menor.
Transferência ou retenção ilícita: determina-se o retorno imediato.
Artigos importantes:
Artigo 12 - Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou retida, nos termos do Artigo
3, e tenha decorrido um período de menos de 1 ano entre a data da transferência ou da retenção
indevidas e a data do início do processo perante a autoridade judicial ou administrativa do Estado
Contratante onde a criança se encontrar, a autoridade respectiva deverá ordenar o retomo ime-
diato da criança.
A autoridade judicial ou administrativa respectiva, mesmo após expirado o período de uma ano
referido no parágrafo anterior, deverá ordenar o retorno da criança, salvo quando for provado que
a criança já se encontra integrada no seu novo meio.
Quando a autoridade judicial ou administrativa do Estado requerido tiver razões para crer que a
criança tenha sido levada para outro Estado, poderá suspender o processo ou rejeitar o pedido
para o retomo da criança.
Artigo 13 - Sem prejuízo das disposições contidas no Artigo anterior, a autoridade judicial ou
administrativa do Estado requerido não é obrigada a ordenar o retorno da criança se a pessoa,
instiuição ou organismo que se oponha a seu retorno provar:
a) que a pessoa, instituição ou organismo que tinha a seu cuidado a pessoa da criança não exer-
cia efetivamente o direito de guarda na época da transferência ou da retenção, ou que havia con-
sentido ou concordado posteriormente com esta transferência ou retenção; ou
b) que existe um risco grave de a criança, no seu retorno, ficar sujeita a perigos de ordem fisica
ou psíquica, ou, de qualquer outro modo, ficar numa situação intolerável.
A autoridade judicial ou administrativa pode também recusar-se a ordenar o e retorno da criança
se verificar que esta se opõe a ele, e que a criança atingiu já idade e grau de maturidade tais que
seja apropriado levar em consideração as suas opiniões sobre o assunto. Ao apreciar as circuns-
tâncias referidas neste Artigo, as autoridades judiciais ou administrativas deverão tomar em con-
sideração as informações relativas à sittuação social da criança, fornecidas pela Autoridade Cen-
tral ou por qualquer outra autoridade competente do Estado de residência habitual da criança.

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No que diz respeito aos alimentos, importa salientar:

Regras: Convenção de Nova Iorque.


Autoridades remetentes: enviam pedidos de alimentos para outros Estados.
Instituições Intermediárias: recebem os pedidos de alimentos emanados de outros Estados.
Procuradoria-Geral da República faz os dois papéis no Brasil.
Lei do Estado demandado – será observada. Utiliza-se de carta rogatória para instruir a ação. Se
executada em 4 (quatro) meses a contar do recebimento pela autoridade requerida, a autoridade
requerente deverá ser informada sobre os motivos do atraso ou da falta de execução. Embora
possível, é rara a negativa de execução da rogatória.
Aplicação da Convenção: é preciso que ambos observem o documento internacional.
Princípio da reciprocidade: art. 18.
Princípio da complementariedade: meios jurídicos existentes, tanto no direito interno quanto no
internacional, complementam a Convenção.

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RESUMO
1. Conceito e Noções Gerais

• O Direito Internacional Privado:

− É ramo de direito interno;

− Regula relações no espaço;

− Estabelece a norma a ser aplicada nos casos de conexão internacional;

− Objeto: fixar a regra jurídica ser aplicada no caso concreto;

− Traz exceção ao princípio da territorialidade;

− Possui 3 tipos de normas: indicativa (menciona o direito aplicável), concei-

tual ou qualificadora (apresenta preceitos), e diretas (princípios e regras);

− A norma indicativa é divida em objeto de conexão (matéria abordada pela

norma) e elemento de conexão (diz o direito a ser aplicado na norma);

− O elemento de conexão é indicado na norma (nacional ou internacional);

− No Brasil, a Lei de Introdução às Normas do Direito é de suma relevância,

inclusive por apresentar diversos elementos de conexão, a saber:

◦ Lex domicilii (domicílio);

◦ Lex patriae (nacionalidade);

◦ Lex fori (lei do foro);

◦ Lex rei sitae (norma do lugar em que está situado o bem);

◦ Lex loci delicti comissi (norma do lugar em que o ato ilícito foi cometido);

◦ Lex loci executionis/lex loci solutionis (norma do lugar de execução de

um contrato/obrigação);

◦ Locus regit actum/Lex loci contractus (norma do lugar em que a obrigação

é constituída);

◦ Lex voluntatis (autonomia da vontade).

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Ainda sobre a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB), é impor-

tante salientar que “direitos adquiridos em um Estado poderão ser reconhecidos

em outro, desde que não violem a ordem pública deste último” (PORTELA, 2017,

p. 172)10.

2. Cooperação Jurídica Internacional

• A cooperação internacional observa regramento previsto no CPC/2015;

• Artigos 26 e 41, ambos do CPC/2015, trazem regras basilares de cooperação

internacional;

• Além da legislação interna, a cooperação também é regulada por tratados

internacionais, caso existam;

• A cooperação internacional poderá ocorrer por reciprocidade;

• Reciprocidade não é requisito para homologação de sentença;

• Pedidos de cooperação internacional são encaminhados à autoridade central,

conforme o Estado e a situação;

• O objeto da cooperação internacional está previsto no art. 27 do CPC/2015;

• O STJ homologará sentenças estrangeiras, salvo se versarem a respeito de

tema cuja competência exclusiva é da justiça brasileira;

• A homologação é realizada pelo STJ mediante juízo de delibação: verifica for-

malidades, e não o mérito.

10
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• Compete à Justiça Federal de Primeira instância a execução das sentenças

homologadas;

• Sentença de divórcio consensual produz efeitos independentemente de ho-

mologação;

• É possível homologação parcial;

• A carta rogatória objetiva realizar ato processual no exterior. Exequatur com-

pete ao STJ. Trata-se de jurisdição contenciosa.

• O auxílio direto também está relacionado à cooperação internacional. Previ-

são: artigos 28 a 34 do CPC/2015;

• Convenção de Haia (aspectos civis sobre o sequestro internacional de crian-

ças): um dos temas relevantes de Direito Internacional Privado. Não se aplica

ao maior de 16 anos.

• Alimentos no exterior: dentre as normas internacionais a respeito, destaca-se

a Convenção de Nova Iorque sobre Prestação de Alimentos no Estrangeiro.

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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1    QUESTÃO (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXI/OAB/2020) Em

função do incremento nas atividades de transporte aéreo no Brasil, a sociedade

empresária Fast Plane, sediada no país, resolveu adquirir helicópteros de última ge-

ração da pessoa jurídica holandesa Nederland Air Transport, que ficou responsável

pela fabricação, montagem e envio da mercadoria. O contrato de compra e venda

restou celebrado, presencialmente, nos Estados Unidos da América, restando ajus-

tado que o cumprimento da obrigação se dará no Brasil. No momento de receber

as aeronaves, contudo, a adquirente verificou que o produto enviado era diverso

do apontado no instrumento contratual. Decidiu a sociedade empresária Fast Plane,

então, buscar auxílio jurídico para resolver a questão, inclusive para a propositura

de eventual ação, caso não haja solução consensual.

Considerando-se o enunciado acima, aplicando-se a Lei de Introdução às Normas

do Direito Brasileiro (Decreto-lei n° 4.657/42) e o Código de Processo Civil, assi-

nale a afirmativa correta.

a) A lei aplicável na solução da questão é a holandesa, em razão do local de fabri-

cação e montagem das aeronaves adquiridas.

b) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar even-

tual ação proposta pela Fast Plane, mesmo se estabelecida cláusula de eleição de

foro exclusivo estrangeiro, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição.

c) A autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para processar e

julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão.

d) A autoridade judiciária brasileira tem competência concorrente para processar e

julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão.

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Questão 2    (FGV/V EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2011) Em janeiro de

2003, Martin e Clarisse Green, cidadãos britânicos domiciliados no Rio de Janei-

ro, casam-se no Consulado-Geral britânico, localizado na Praia do Flamengo. Em

meados de 2010, decidem se divorciar. Na ausência de um pacto antenupcial,

Clarisse requer, em petição à Vara de Família do Rio de Janeiro, metade dos bens

adquiridos pelo casal desde a celebração do matrimônio, alegando que o regi-

me legal vigente no Brasil é o da comunhão parcial de bens. Martin, no entanto,

contesta a pretensão de Clarisse, argumentando que o casamento foi realizado

no consulado britânico e que, portanto, deve ser aplicado o regime legal de bens

vigente no Reino Unido, que lhe é mais favorável. Com base no caso hipotético

acima e nos termos da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, assinale

a alternativa correta.

a) O juiz brasileiro não poderá conhecer e julgar a lide, pois o casamento não foi

realizado perante a autoridade competente.

b) Clarisse tem razão em sua demanda, pois o regime de bens é regido pela lex

domicilli dos nubentes e, ao tempo do casamento, ambos eram domiciliados no

Brasil.

c) Martin tem razão em sua contestação, pois o regime de bens se rege pela lei

do local da celebração (lex loci celebrationis), e o casamento foi celebrado no

consulado britânico.

d) O regime de bens obedecerá à lex domicilli dos cônjuges quanto aos bens mó-

veis e à lex rei sitae (ou seja, a lei do lugar onde estão) quanto aos bens imóveis,

se houver.

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Questão 3    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Tício, espanhol,

era casado com Tácita, brasileira. Os cônjuges eram domiciliados no Brasil. Tício

possuía uma filha adotiva espanhola, cujo nome é Mévia, e que residia com o pai.

Em razão de um grave acidente na Argentina, Tício faleceu. O de cujus era pro-

prietário de dois bens imóveis em Barcelona e um bem imóvel no Rio de Janeiro.

Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado vei-

culadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e do Código

de Processo Civil Brasileiro (CPC), assinale a assertiva correta.

a) Ainda que a lei espanhola não conceda direitos sucessórios à filha adotiva, po-

derá ela habilitar-se na ação de inventário ajuizada pelo cônjuge supérstite, no

Brasil, regendo-se a sucessão pela lei brasileira, que não faz qualquer distinção

entre filhos naturais e adotivos.

b) A capacidade de suceder da filha é regulada pela legislação espanhola.

c) A ação de inventário e partilha de todos os bens é de competência exclusiva do

Poder Judiciário Brasileiro, já que o de cujus era domiciliado no Brasil.

d) Se o de cujus houvesse deixado bens imóveis somente na Espanha, a sucessão

seria regida pela lei espanhola.

Questão 4    (FGV/X EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) (ADAPTADA) A res-

peito dos elementos de conexão no Brasil, assinale a afirmativa correta.

a) A lei da nacionalidade da pessoa determina as regras sobre o começo e o fim

da personalidade.

b) A Lex loci executionis é aplicável aos contratos de trabalho, os quais, ainda

que tenham sido celebrados no exterior, são regidos pela norma mais favorável ao

trabalhador.

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c) A norma do país em que é domiciliada a vítima aplica-se aos casos de responsa-

bilidade por ato ilícito extracontratual.

d) O elemento de conexão Lex loci executionis ou Lex loci solutionis é o critério

aplicável, como regra geral, para qualificar e reger as obrigações.

Questão 5    (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Em 2013, uma

empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres, Reino Unido, con-

trato de prestação de serviços com uma empresa local. As contratantes elegem o

foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão

de qualquer outro. Dois anos depois, as partes se desentendem quanto aos critérios

técnicos previstos no contrato e não conseguem chegar a uma solução amigável.

A empresa de consultoria brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de

Justiça do Estado do Rio de Janeiro para rescindir o contrato. Com relação ao caso

narrado acima, assinale a afirmativa correta.

a) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis

estrangeiras.

b) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois

o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local em

que o contrato foi assinado.

c) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação do Reino Unido, pois os contratos se regem pela lei do local de sua

assinatura.

d) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na le-

gislação brasileira, pois, a litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros, aplica-se

a lex fori.

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Questão 6    (FGV/XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2015) A sociedade em-

presária brasileira do ramo de comunicação, Personalidades, celebrou contrato de

empresária brasileira internacional de prestação de serviços de informática, no

Brasil, com a sociedade empresária uruguaia Sacramento. O contrato foi celebrado

em Caracas, capital venezuelana, tendo sido estabelecido pelas partes, como foro

de eleição, Montevidéu. Diante da situação exposta, à luz das regras do Direito In-

ternacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB) e no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta.

a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legisla-

ção uruguaia, já que Montevidéu foi eleito o foro competente para se dirimir even-

tual controvérsia.

b) Para qualificar e reger as obrigações do presente contrato, aplicar-se-á a lei ve-

nezuelana.

c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil,

aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação

brasileira.

d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro

de eleição, razão pela qual é nula ipse jure a cláusula estabelecida pelas partes

nesse sentido.

Questão 7    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) A sociedade em-

presária do ramo de comunicações A Notícia Brasileira, com sede no Brasil, cele-

brou contrato internacional de prestação de serviços de informática com a socieda-

de empresária Santiago Info, com sede em Santiago. O contrato foi celebrado em

Buenos Aires, capital argentina, tendo sido estabelecido como foro de eleição pelas

partes Santiago, se porventura houver a necessidade de resolução de litígio entre

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as partes. Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional

Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB)

e no estatuto processual civil pátrio (Código de Processo Civil – CPC), assinale a

alternativa correta.

a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legisla-

ção chilena, já que Santiago foi eleito o foro competente para se dirimir eventual

controvérsia.

b) Nos contratos internacionais, a lei que rege a capacidade das partes pode ser

diversa da que rege o contrato. É o que se verifica no caso exposto acima.

c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil,

aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação

brasileira.

d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro

de eleição, razão pela qual é nula ipso jure a cláusula estabelecida pelas partes

nesse sentido.

Questão 8    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Uma sociedade

brasileira, sediada no Rio de Janeiro, resolveu contratar uma sociedade americana,

sediada em Nova York, para realizar um estudo que lhe permitisse expandir suas

atividades no exterior, para poder vender seus produtos no mercado americano.

Depois de várias negociações, o representante da sociedade americana veio ao

Brasil, e o contrato de prestação de serviços foi assinado no Rio de Janeiro. Não

há no contrato uma cláusula de lei aplicável, mas alguns princípios do UNIDROIT

foram incorporados ao texto final. Por esse contrato, o estudo deveria ser entregue

em seis meses. No entanto, apesar da intensa troca de informações, passados 10

meses, o contrato não foi cumprido. A sociedade brasileira ajuizou uma ação no

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Brasil, invocando a cláusula penal do contrato, que previa um desconto de 10% no

preço total do serviço por cada mês de atraso. A sociedade americana, na sua con-

testação, alegou que a cláusula era inválida segundo o direito americano. Conforme

a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, qual é a lei material que o juiz

deverá aplicar para solucionar a causa?

a) A lei brasileira, pois o contrato foi firmado no Brasil.

b) A lei americana, pois o réu é domiciliado nos Estados Unidos.

c) Os princípios do UNIDROIT, porque muitas cláusulas foram inspiradas nessa le-

gislação.

d) A Lex Mercatoria, porque o que rege o contrato internacional é a prática inter-

nacional.

Questão 9    (FGV/XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2014) Túlio, brasileiro, é

casado com Alexia, de nacionalidade sueca, estando o casal domiciliado no Brasil.

Durante um cruzeiro marítimo, na Grécia, ela, após a ceia, veio a falecer em ra-

zão de uma intoxicação alimentar. Alexia, quando ainda era noiva de Túlio, havia

realizado um testamento em Lisboa, dispondo sobre os seus bens, entre eles, três

apartamentos situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional

Privado, assinale afirmativa correta.

a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à ob-

servância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Alexia

encontrava se domiciliada no Brasil.

b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à

observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação portuguesa, local

em que foi realizado o ato de disposição da última vontade de Alexia.

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c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário


e à partilha de bens, porquanto Alexia faleceu na Grécia, e não no Brasil.
d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legisla-
ção sueca, em razão da nacionalidade do de cujus.

Questão 10    (FGV/IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) José, de naciona-


lidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca, encontrando-se o
casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria,
após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando
ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres, dispondo sobre os
seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de
Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta.
a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à ob-
servância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria
encontrava-se domiciliada no Brasil.
b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à
observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em
que foi realizado o ato de disposição de última vontade de Maria.
c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário
e à partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil.
d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legisla-
ção sueca, em razão da nacionalidade do de cujus.

Questão 11    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Arnaldo Butti, ci-


dadão brasileiro, falece em Roma, Itália, local onde residia e tinha domicílio. Em
seu testamento, firmado em sua residência poucos dias antes de sua morte, Butti,
que não tinha herdeiros naturais, deixou um imóvel localizado na Avenida Atlântica,
na cidade do Rio de Janeiro, para Júlia, neta de sua enfermeira, que vive no Brasil.

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Inconformada com a partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do falecido, que

há dois anos vivia de favor no referido imóvel, questiona no Judiciário brasileiro

a validade do testamento. Alega, em síntese, que, embora obedecesse a todas

as formalidades previstas na lei italiana, o ato não seguiu todas as formalidades

preconizadas pela lei brasileira. Com base na hipótese acima aventada, assinale a

alternativa correta.

a) Fernanda tem razão em seu questionamento, pois a sucessão testamentária de

imóvel localizado no Brasil rege-se, inclusive quanto à forma, pela lei do local onde

a coisa se situa (lex rei sitae).

b) Fernanda tem razão em questionar a validade do testamento, pois a Lei de In-

trodução às Normas do Direito Brasileiro veda a partilha de bens imóveis situados

no Brasil por ato testamentário firmado no exterior.

c) Fernanda não tem razão em questionar a validade do testamento, pois o ato

testamentário se rege, quanto à forma, pela lei do local onde foi celebrado (locus

regit actum).

d) O questionamento de Fernanda não será apreciado, pois a Justiça brasileira não

possui competência para conhecer e julgar o mérito de ações que versem sobre

atos testamentários realizados no exterior.

Questão 12    (FGV/III EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2011) Em junho de

2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, contrato

de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de um trecho

da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As contratantes

elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dúvidas. Um ano de-

pois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos de medição das obras

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e não conseguem chegar a uma solução amigável. A construtora brasileira decide,

então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória com o objetivo de colocar

termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético acima, é correto afirmar que

a) o Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois

o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local

onde o contrato é assinado.

b) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assi-

natura.

c) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis

estrangeiras.

d) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na legis-

lação brasileira, pois em litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se a

lex fori.

Questão 13    (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA FEDERAL/2014) Haverá re-

envio se o direito internacional privado do país A indicar o direito do país B como

aplicável ao caso, sendo que o direito internacional privado do país B indica, na

mesma hipótese, a aplicação de seu próprio direito material nacional.

Questão 14    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF1/2011) As partes têm liber-

dade para escolher a lei de regência em contratos internacionais em razão da regra

geral da autonomia da vontade, em matéria contratual. Nesse sentido, as leis, atos

e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade, terão ple-

na eficácia no Brasil, independentemente de qualquer condição ou ressalva.

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Questão 15    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF1/2011) Para resolver os

conflitos de lei no espaço, o Brasil adota a prática do reenvio, mediante a qual se

substitui a lei nacional pela estrangeira, desprezando-se o elemento de conexão

apontado pela ordenação nacional, para dar preferência à indicada pelo ordena-

mento jurídico alienígena.

Questão 16    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2012) O reenvio é proibido pela

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Questão 17    (PRG/PROCURADOR DA REPÚBLICA/MPF/2015) Assinale a alternativa

correta:

a) De acordo com a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, para quali-

ficar os bens imóveis e regular as relações a eles concernentes, utiliza-se a lei do

domicílio do proprietário.

b) A Convenção Interamericana sobre Normas Gerais de Direito Internacional Pri-

vado prevê que as questões prévias, preliminares ou incidentes que surjam em

decorrência de uma questão principal não devem necessariamente ser resolvidas

de acordo com a lei que regula esta última.

c) De acordo com a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, admite-se

o reenvio até o segundo grau, salvo se o direito estrangeiro escolhido pelo reenvio

for contrário a ordem pública doméstica.

d) Conforme o Código Bustamante (Convenção de Direito Internacional Privado,

1928), a lei de regência do estatuto pessoal é a lei do domicílio da pessoa fisica,

sem exceção.

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Questão 18    (TRF3/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF3/2018) Consoante ensina-

mentos da doutrina, na seara do Direito Internacional Privado, sabe-se que as re-

gras de conexão estabelecem qual o direito aplicável às diversas situações jurídicas

conectadas a mais de um sistema legal, após a necessária qualificação e em deter-

minadas situações pode ocorrer o fenômeno denominado reenvio. Avalie, a seguir,

as seguintes assertivas e, depois, expresse sua convicção:

I – O processo de qualificação, ou de classificação, que leva ao elemento de co-

nexão, considera um de três diferentes aspectos: o sujeito, o objeto ou o ato

jurídico.

II – Como exemplos de regras de conexão, podemos citar: lex loci solutionis (lei

do local onde as obrigações ou a obrigação principal do contrato, deve ser

cumprida); lex damni (lei do local onde se manifestaram as consequências

do ato ilícito, para reger a obrigação de indenizar); lex monetae (lei do país

em cuja moeda a dívida ou outra obrigação legal é expressa); lei mais favo-

rável, descrita como a lei mais benéfica em situações específicas.

III – A lei qualificadora não coincide, necessariamente, com a lei aplicável.

IV – O reenvio pode ocorrer em dois graus; em primeiro grau, quando um país

nega competência à sua lei em favor de outro país, que, a seu turno, também

nega competência à sua lei, configurando uma recusa recíproca; em segundo

grau, o reenvio pode ocorrer quando a lei do país ”A” manda aplicar a lei do

país ”B”, e a lei do país “B” determina que se aplique a lei do país “C”.

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.

c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.

d) A assertiva I é a única correta.

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Questão 19    (TRF4/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF4/2009) Dadas as assertivas

abaixo, assinalar a alternativa correta.

I – Dá-se reenvio de 3º grau no caso de conflito de regras de Direito Internacio-

nal que envolva quatro países.

II – Hipótese comum de conflito de regras de Direito Internacional ocorre quanto

ao foro competente para os inventários e partilhas de bens situados no Bra-

sil, pertencentes a estrangeiro.

III – São exemplos de regras de conexão ou elementos de conexão a lex patriæ

(da nacionalidade), a lex loci actus (do local da realização do ato jurídico), a

lex voluntatis (escolhida pelos contratantes), a lex loci celebrationis (do local

da celebração do matrimônio).

IV – Para regular as relações concernentes aos bens, segundo as normas brasi-

leiras de Direito Internacional, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem

situados.

a) Está correta apenas a assertiva II.

b) Estão corretas apenas as assertivas I e III.

c) Estão corretas apenas as assertivas II e IV.

d) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.

Questão 20    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF2/2011) Os elementos de

conexão brasileiros constituem parte da norma do direito internacional privado que

determina o ordenamento jurídico a ser aplicado a determinada causa. Assinale a

opção correspondente à correta correlação entre fato (s) jurídico (s) e elemento de

conexão na Lei de Introdução do Código Civil

a) situação do regime de bens — nacionalidade dos cônjuges

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b) qualificação e regulação das obrigações — domicílio dos contratantes

c) formalidades de celebração e impedimentos do casamento — nacionalidade dos

nubentes

d) personalidade e capacidade — domicílio da pessoa

e) penhor — local do bem

Questão 21    (CESPE/ADVOGADO/PETROBRAS/2007) (ADAPTADA) A empresa ar-

gentina ABC, exportadora, e a empresa brasileira DEF, importadora, celebraram

contrato internacional de comércio. Tal contrato foi assinado no Brasil, no estado

de São Paulo, e seguiu os princípios internacionais estabelecidos no Instituto para

a Unificação do Direito Privado (UNIDROIT), criado em 1926, pela Liga das Nações,

para preparar gradualmente a adaptação, por diversos estados, de uma legislação

de direito civil uniforme, usando a terminologia internacional denominada Interna-

tional Commercial Terms (INCOTERMS), com cláusula de hardship. Considerando

essa situação e os efeitos legais territoriais dos dispositivos de contratos no âmbito

internacional, julgue o item seguinte.

A lei aplicável para o referido contrato será a lei brasileira em combinação com a

lei argentina.

Questão 22    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2015) Com relação a reenvio, fon-

tes do direito internacional privado e regras de conexão, julgue o item subsecutivo.

Regras de conexão são normas que indicam o direito aplicável a situações jurídicas

que digam respeito a mais de um ordenamento jurídico.

Questão 23    (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TRF5/2017) Para o direito

brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina

vierem a se casar e estabelecer como domicílio comum primeiro o Brasil e depois a

Argentina, o regime de bens será regulado pela legislação argentina.

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Questão 24    (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2010) (ADAPTADA) Com

relação ao conflito de leis no espaço e aos elementos de conexão que viabilizam a

sua resolução, julgue o item a seguir.

A regra geral, ante o conflito de leis no espaço, é a aplicação do direito pátrio,

empregando-se o direito estrangeiro apenas excepcionalmente, quando isso for,

expressamente, determinado pela legislação interna de um país.

Questão 25    (IADES/ADVOGADO/CEITEC S.A./2016) Embora o objeto da disciplina

do direito internacional privado seja o direito interno, ele é considerado basicamente

direito internacional em face das relações jurídicas de direito privado estritamente

internacionais.

Questão 26    (NC-UFPR/ADVOGADO/ITAIPU BINACIONAL/2011) Com relação ao

objeto do Direito Internacional Privado, identifique as afirmativas a seguir como

verdadeiras (V) ou falsas (F):

(  ) O Direito Internacional Privado não mais se restringe, como se sustentou

no passado, a instituições de direito privado, atuando também no campo do

direito público.

 (  ) Assim como no Direito Internacional Público, a principal fonte do Direito Inter-

nacional Privado é o tratado.

 (  ) O Direito Internacional Privado trata principalmente do conflito de leis origi-

nárias de Estados diferentes, estabelecendo regras para a opção entre as leis

em conflito, sendo por isso um direito eminentemente nacional.

(  )
 Há várias concepções sobre o objeto do Direito Internacional Privado. As con-

cepções mais amplas incluem na disciplina, além do conflito de leis e do confli-

to de jurisdições, também a nacionalidade e a condição jurídica do estrangeiro.

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 (  ) Diante de uma situação jurídica conexa com duas ou mais legislações, que

contêm normas diversas, conflitantes, ao Direito Internacional Privado não

cabe solucionar o conflito das normas materiais internas, mas tão somente

indicar qual sistema jurídico deve ser aplicado dentre as várias legislações

conectadas com a hipótese jurídica.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

a) F – F – V – F – V.

b) V – F – V – V – V.

c) V – V – F – V – F.

d) F – V – F – F – F.

e) V – F – V – V – F.

Questão 27    (FGV/XXVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2019) Uma das

funções da cooperação jurídica internacional diz respeito à obtenção de provas

em outra jurisdição, nos termos das disposições dos tratados em vigor e das nor-

mas processuais brasileiras. Para instruir processo a ser iniciado ou já em curso,

no Brasil ou no exterior, não é admitida, no entanto, a solicitação de colheita de

provas

a) por carta rogatória ativa.

b) por carta rogatória passiva.

c) a representantes diplomáticos ou agentes consulares.

d) pela via do auxílio direto.

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Questão 28    (FGV/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2018) Paulo, brasilei-

ro, celebra no Brasil um contrato de prestação de serviços de consultoria no Brasil a

uma empresa pertencente a François, francês residente em Paris, para a realização

de investimentos no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma cláusula

indicando a aplicação da lei francesa. Em ação proposta por Paulo no Brasil, sur-

ge uma questão envolvendo a capacidade de François para assumir e cumprir as

obrigações previstas no contrato. Com relação a essa questão, a Justiça brasileira

deverá aplicar

a) a lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil.

b) a lei francesa, porque François é residente da França.

c) a lei brasileira, país onde os serviços serão prestados.

d) a lei francesa, escolhida pelas partes mediante cláusula contratual expressa.

Questão 29    (FGV/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2018) Ernesto con-

cluiu o doutorado em Direito em prestigiosa universidade situada em Nova York,

nos Estados Unidos, e pretende fazer concurso para o cargo de professor em uma

universidade brasileira. Uma das exigências para a revalidação do seu diploma es-

trangeiro é que este esteja devidamente legalizado. Essa legalização de documento

estrangeiro deverá ser feita mediante

a) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, da qual Brasil e Estados

Unidos fazem parte.

b) a consularização no consulado brasileiro em Nova York.

c) a notarização em consulado norte-americano no Brasil.

d) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, no consulado brasileiro.

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Questão 30    (FGV/XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2017) O mecanismo


de solução de controvérsias atualmente em vigor no âmbito da Organização Mun-
dial do Comércio (OMC) foi instituído em 1994 por meio do Entendimento Relativo
às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias, constantes do Tratado
de Marrakesh, e vincula todos os membros da organização. A respeito do funciona-
mento desse mecanismo, assinale a afirmativa correta.
a) Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em
disputa ficam impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios,
tais como bons ofícios, conciliação e mediação.
b) A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo grupo es-
pecial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, ainda que
as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de Apelação.
c) As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias poderão
implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, con-
forme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC.
d) As partes em controvérsia e os terceiros interessados que tenham sido ouvidos
pelo grupo especial poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Per-
manente de Apelação.

Questão 31    (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Uma agricultora


japonesa residente no Brasil ingressou com ação perante a autoridade judiciária do
Japão para cobrar indenização de seu principal fornecedor de pesticidas, a brasilei-
ra Ervas Daninhas S.A., alegando descumprimento dos termos de um contrato de
fornecimento celebrado entre as partes. A agricultora recentemente obteve uma
decisão interlocutória a seu favor, reconhecendo a Ervas Daninhas S.A. como deve-
dora. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.
a) A decisão da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada no Brasil por
meio de carta rogatória.

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b) A decisão interlocutória da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada

no Brasil, depois de homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

c) A decisão proferida pela autoridade judiciária japonesa não poderá produzir efei-

tos no Brasil, visto que apenas a autoridade brasileira poderá conhecer de ações

relativas a bens situados no Brasil.

d) A agricultora deverá aguardar o trânsito em julgado da decisão final da auto-

ridade judiciária japonesa, para então proceder à sua homologação no Superior

Tribunal de Justiça e execução na Justiça Federal.

Questão 32    (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Lúcia, brasileira,

casou-se com Mauro, argentino, há 10 anos, em elegante cerimônia realizada no

Nordeste brasileiro. O casal vive atualmente em Buenos Aires com seus três filhos

menores. Por diferenças inconciliáveis, Lúcia pretende se divorciar de Mauro, ajui-

zando, para tanto, a competente ação de divórcio, a fim de partilhar os bens do

casal: um apartamento em Buenos Aires/Argentina e uma casa de praia em Tran-

coso/Bahia. Mauro não se opõe à ação. Com relação à ação de divórcio, assinale a

afirmativa correta.

a) Ação de divórcio só poderá ser ajuizada no Brasil, eis que o casamento foi rea-

lizado em território brasileiro.

b) Caso Lúcia ingresse com a ação perante a Justiça argentina, não poderá parti-

lhar a casa de praia.

c) Eventual sentença argentina de divórcio, para produzir efeitos no Brasil, deverá

ser primeiramente homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

d) Ação de divórcio, se consensual, poderá ser ajuizada tanto no Brasil quanto na

Argentina, sendo ambos os países competentes para decidir acerca da guarda das

criança e da partilha dos bens.

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Questão 33    (FGV/XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Para a aplicação

da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, Lí-

gia recorre à autoridade central brasileira, quando Arnaldo, seu marido, que tem

dupla nacionalidade, viaja para os Estados Unidos com a filha de 17 anos do casal e

não retorna na data prometida. Arnaldo alega que entrará com pedido de divórcio

e passará a viver com a filha menor no exterior. Com base no caso apresentado, a

autoridade central brasileira

a) deverá acionar diretamente a autoridade central estadunidense para que tome

as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil.

b) deverá ingressar na Justiça Federal brasileira, em nome de Lígia, para que a

Justiça Federal mande acionar a autoridade central estadunidense para que tome

as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil.

c) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que a filha é maior de 16 anos.

d) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que o pai também possui direito de

guarda sobre a filha, já que o divórcio ainda não foi realizado.

Questão 34    (FGV/XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2014) Sobre o sistema

de regulação de investimentos e fluxo de capital estrangeiro no atual ordenamento

jurídico da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa incorreta.

a) É vedada a participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de

radiodifusão sonora e de sons e imagens, uma vez que sua propriedade é privativa

de brasileiros natos.

b) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros

na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei.

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c) O sistema financeiro nacional será regulado por leis complementares que dis-

porão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o

integram.

d) Os investimentos de capital estrangeiro, o incentivo aos reinvestimentos e a re-

gulação à remessa de lucros serão disciplinados em lei, tendo por base o interesse

nacional.

Questão 35    (FGV/XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2013) A sociedade em-

presária Airplane Ltda., fabricante de aeronaves, sediada na China, celebrou con-

trato internacional de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido

Ltda, com sede na Argentina. O contrato foi celebrado no Japão, em razão de uma

feira promocional que ali se realizava. Conforme estipulado no contrato, as aerona-

ves deveriam ser entregues pela Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no dia

1º de abril de 2011, onde a sociedade Voe Rápido Ltda. possui uma filial e realiza a

atividade empresarial de transporte de passageiros. Diante da situação exposta, à

luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil brasileiro (Có-

digo de Processo Civil – CPC), assinale a afirmativa incorreta.

a) Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o Poder Judiciário bra-

sileiro é competente para julgar eventual demanda em que a credora postule o

cumprimento do contrato.

b) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso vertente, a legislação

japonesa.

c) O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar eventual ação por

inadimplemento contratual, pois o contrato não foi constituído no Brasil.

d) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de quem a invoca prova

do texto e da vigência.

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Questão 36    (FGV/VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) A respeito da

autorização de trabalho a estrangeiro com vínculo empregatício no Brasil, assinale

a afirmativa correta.

a) Trata-se de ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho, para

efeito de requerimento de visto permanente e/ou temporário, a estrangeiros que

desejem trabalhar no Brasil.

b) O empregador deve se comprometer com o treinamento profissional, mas não

é necessário haver correlação entre a atividade que o estrangeiro exercerá e sua

qualificação/experiência anterior.

c) O empregador que pretender importar mão de obra deverá manter pelo menos

metade das vagas da empresa ocupadas por brasileiros, que também devem res-

ponder por, pelo menos, metade da folha de salários.

d) Trata-se de ato administrativo de competência do Ministério da Educação, que

dispensa a autorização para o estrangeiro que haja concluído curso de pós-gradu-

ação stricto sensu no Brasil ou tiver seu diploma estrangeiro revalidado.

Questão 37    (IBFC/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF2/2018) Em matéria de pedi-

dos de alimentos por credor situado no Brasil e devedor em país diverso:

I – Aplica-se a Convenção de Nova Iorque sobre Prestação de Alimentos no

Estrangeiro de 1956.

II – Aplica-se a Convenção da Haia sobre a Cobrança Internacional de Alimentos

para Crianças e Outros Membros da Família, de 2007.

III – Aplica-se o Protocolo da Haia sobre Lei Aplicável às Obrigações de Prestar

Alimentos, de 2007.

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a) Somente a Convenção prevista na alternativa I está em vigor no Brasil.

b) Somente a Convenção prevista na alternativa II está em vigor no Brasil.

c) Somente a Convenção prevista na alternativa III está em vigor no Brasil.

d) Todas as Convenções estão em vigor no Brasil.

e) Somente as Convenções previstas nas alternativas I e II estão em vigor no Brasil.

Questão 38    (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/MPF/2017) Dentre os enunciados

abaixo, somente estão corretos:

I – De acordo com a Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar, so-

mente a lei do ordenamento jurídico do Estado de domicílio ou residência

habitual do credor é a que rege a obrigação alimentar.

II – A Convenção sobre a Prestação de Alimentos no Estrangeiro estabelece a co-

operação jurídica internacional para a obtenção de alimentos, tendo previsto

a criação de autoridade remetente e instituição intermediária para atuar na

cooperação entre os Estados contratantes.

III – Para a incidência da Convenção sobre a Prestação de Alimentos no Estrangei-

ro é necessário que o credor e o devedor de alimentos sejam da nacionalida-

de dos Estados partes, mesmo que se encontrem sob a jurisdição de Estado

que não seja parte da Convenção.

IV – De acordo com a Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar, somen-

te tem jurisdição internacional para conhecer das reclamações de alimentos o

juiz ou autoridade do Estado de domicílio ou residência habitual do devedor.

a) II, III e IV.

b) I e II.

c) Apenas II.

d) I, III e IV.

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Questão 39    (TRF3/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF3/2018) Cuidando-se dos


efeitos civis do sequestro internacional de crianças, de acordo com e nos estritos
termos da convenção concluída na cidade de Haia, em 25/10/1980, considere as
seguintes assertivas:
I – Qualquer decisão que, baseada nos termos da Convenção, determine o retor-
no da criança, não afeta os fundamentos do direito de guarda.
II – Se restar provado que a criança já está integrada no seu novo meio, por
mais de um ano, a autoridade judicial ou administrativa não está obrigada a
determinar o seu retorno.
III – Decisão fundamentada quanto ao direito de guarda pode servir de base para
justificar a recusa de retorno da criança, nos termos da Convenção, poden-
do as autoridades judiciais ou administrativas do Estado requerido levar em
consideração os motivos dessa decisão na aplicação da Convenção.
IV – É lícita a exigência de prestação de caução ou depósito para garantir o pa-
gamento dos custos e despesas relativas aos procedimentos previstos na
convenção, podendo o interessado, se o caso, alegar impossibilidade de arcar
com tais gastos, caso em que poderá ser eximido de tais pagamentos.

a) Todas as assertivas são corretas.


b) A assertiva III é a única correta.
c) As assertivas I e II são as únicas corretas.
d) As assertivas III e IV são as únicas corretas.

Questão 40    (MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-MS/2018) Sobre


o auxílio direto na cooperação internacional, é incorreto afirmar:
a) O auxílio direto pode ser utilizado para a obtenção e a prestação de informações
sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais
findos ou em curso.

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b) Por meio do pedido de auxílio direto é possível realizar a colheita de provas, sal-

vo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência

exclusiva de autoridade judiciária brasileira.

c) O auxílio direto é procedimento de jurisdição contenciosa que deve tramitar

obrigatoriamente perante o Superior Tribunal de Justiça, assegurando às partes as

garantias do devido processo legal.

d) O Ministério Público poderá requerer em juízo a medida solicitada pela via do

auxílio direto passivo, nos casos em que for autoridade central.

e) A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interes-

sado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade

e a clareza do pedido.

Questão 41    (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STJ/2018) Julgue

o item a seguir, relativo à função jurisdicional.

O pedido passivo de cooperação jurídica internacional é aquele realizado por órgão

estrangeiro.

Questão 42    (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STJ/2018) Julgue

o item a seguir, relativo à função jurisdicional.

A cooperação jurídica internacional segue parâmetros legais definidos em lei ordi-

nária nacional.

Questão 43    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF5/2017) A respeito da homo-

logação de sentenças estrangeiras, assinale a opção correta.

a) Na hipótese de tutela provisória de urgência estrangeira, o beneficiário que ti-

ver interesse na sua execução no território brasileiro deverá requerer a respectiva

homologação ao STJ.

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b) Conforme entendimento do STJ, a comprovação da definitividade da decisão

homologanda só será admitida por meio da certidão de seu trânsito.

c) O indeferimento de pedido de homologação de sentença estrangeira impede a

propositura de novo pedido, em função da coisa julgada.

d) No caso de sentença estrangeira que regulamenta alimentos homologada pelo

STJ, admite-se a superveniência de decisão posterior, pelo Poder Judiciário brasilei-

ro, que disponha de forma diferente.

e) Caso um interessado pretenda fazer valer a eficácia, no Brasil, de decisão es-

trangeira de divórcio consensual ou conflituoso, deverá requerer ao STJ a respec-

tiva homologação.

Questão 44    (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2017) De acordo com o

entendimento do STJ acerca da homologação de sentenças estrangeiras, julgue o

item seguinte.

O caráter laico do Estado brasileiro impede a homologação de sentenças estrangei-

ras eclesiásticas de anulação de matrimônio confirmadas pela Santa Sé.

Questão 45    (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2017) De acordo com o

entendimento do STJ acerca da homologação de sentenças estrangeiras, julgue o

item seguinte.

Pode ser homologada sentença penal estrangeira que determine o perdimento de

imóvel situado no Brasil reconhecido como produto de crime de lavagem de dinheiro.

Questão 46    (FUNECE/ADVOGADO/UECE/2017) A cooperação jurídica internacio-

nal será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará

a) a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de

cooperação.

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b) a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no

Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se

assistência judiciária somente aos necessitados nacionais.

c) a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação

brasileira.

d) a obrigatoriedade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

Questão 47    (ESAF/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL/ANAC/2016)

Com relação ao objeto do Direito Internacional Privado, assinale a opção correta.

a) O Direito Internacional Privado é ramo do direito privado, por tratar de questões

civis como casamento e herança.

b) O principal sujeito do Direito Internacional Privado é o Estado.

c) O Direito Internacional Privado é primordialmente estruturado por normas de

sobredireito, que estabelecem regras de conexão para a escolha de uma entre as

leis em conflito.

d) A disciplina da homologação de sentença estrangeira não se inclui no Direito

Internacional Privado por ser norma processual.

e) O conceito de ordem pública não possui relevância para o Direito Internacional

Privado.

Questão 48    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2015) No que diz respeito à co-

operação jurídica internacional e às competências da AGU nessa matéria, julgue o

próximo item.

A autoridade judiciária brasileira é competente, com exclusão de qualquer outra

autoridade, para conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.

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Questão 49    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2015) A AGU é a autoridade cen-

tral federal que deve dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção Re-

lativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional.

Questão 50    (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2015) (ADAPTADA). A res-

peito da cooperação jurídica internacional, assinale a alternativa correta.

a) Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, incabível a concessão

de cartas rogatórias com conteúdo decisório.

b) De acordo com o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça, inadmite-se

a homologação parcial de sentença estrangeira.

c) O Ministério Público Federal terá vista do processo de homologação de sentença

estrangeira, podendo impugná-lo se assim o entender.

d) A cooperação jurídica, mediante auxílio direto, depende de juízo de deliberação

via Superior Tribunal de Justiça.

Questão 51    (CESGRANRIO/ADVOGADO/PETROBRAS/2015) A homologação de

uma sentença estrangeira no Brasil tem, como requisito indispensável:

a) haver sido proferida por autoridade competente.

b) estar autenticada pelo Ministro da Justiça brasileiro.

c) estar acompanhada de tradução, podendo ser juramentada ou não.

d) ser decisão proferida por órgão colegiado ou tribunal.

e) terem sido as partes citadas adequadamente, não se admitindo a figura da

revelia.

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GABARITO
1. d 25. E 49. E

2. b 26. b 50. c

3. a 27. c 51. a

4. b 28. b

5. c 29. a

6. b 30. b

7. b 31. a

8. a 32. b

9. b 33. c

10. b 34. a

11. c 35. c

12. b 36. a

13. E 37. d

14. E 38. c

15. E 39. c

16. C 40. c

17. b 41. C

18. a 42. E

19. d 43. d

20. d 44. E

21. E 45. C

22. C 46. a

23. E 47. c

24. C 48. c

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GABARITO COMENTADO
Questão 1    (FGV/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXXI/OAB/2020) Em função do

incremento nas atividades de transporte aéreo no Brasil, a sociedade empresária

Fast Plane, sediada no país, resolveu adquirir helicópteros de última geração da

pessoa jurídica holandesa Nederland Air Transport, que ficou responsável pela fa-

bricação, montagem e envio da mercadoria. O contrato de compra e venda restou

celebrado, presencialmente, nos Estados Unidos da América, restando ajustado

que o cumprimento da obrigação se dará no Brasil. No momento de receber as

aeronaves, contudo, a adquirente verificou que o produto enviado era diverso do

apontado no instrumento contratual. Decidiu a sociedade empresária Fast Plane,

então, buscar auxílio jurídico para resolver a questão, inclusive para a propositura

de eventual ação, caso não haja solução consensual.

Considerando-se o enunciado acima, aplicando-se a Lei de Introdução às Normas

do Direito Brasileiro (Decreto-lei n° 4.657/42) e o Código de Processo Civil, assi-

nale a afirmativa correta.

a) A lei aplicável na solução da questão é a holandesa, em razão do local de fabri-

cação e montagem das aeronaves adquiridas.

b) A autoridade judiciária brasileira será competente para processar e julgar even-

tual ação proposta pela Fast Plane, mesmo se estabelecida cláusula de eleição de

foro exclusivo estrangeiro, em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição.

c) A autoridade judiciária brasileira tem competência exclusiva para processar e

julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão.

d) A autoridade judiciária brasileira tem competência concorrente para processar e

julgar eventual ação a ser proposta pela Fast Plane para resolver a questão.

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Letra d.

a) Errado. Art. 9° da LINDB;

b) Errado. Art. 25 do CPC/15;

c) Errado. Art. 23 do CPC/15;

d) Certo. Art. 21, inc. II do CPC/15. Competência concorrente.

Questão 2    (FGV/V EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2011) Em janeiro de 2003,

Martin e Clarisse Green, cidadãos britânicos domiciliados no Rio de Janeiro, casam-se

no Consulado-Geral britânico, localizado na Praia do Flamengo. Em meados de 2010,

decidem se divorciar. Na ausência de um pacto antenupcial, Clarisse requer, em

petição à Vara de Família do Rio de Janeiro, metade dos bens adquiridos pelo casal

desde a celebração do matrimônio, alegando que o regime legal vigente no Brasil é o

da comunhão parcial de bens. Martin, no entanto, contesta a pretensão de Clarisse,

argumentando que o casamento foi realizado no consulado britânico e que, portan-

to, deve ser aplicado o regime legal de bens vigente no Reino Unido, que lhe é mais

favorável. Com base no caso hipotético acima e nos termos da Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro, assinale a alternativa correta.

a) O juiz brasileiro não poderá conhecer e julgar a lide, pois o casamento não foi

realizado perante a autoridade competente.

b) Clarisse tem razão em sua demanda, pois o regime de bens é regido pela lex

domicilli dos nubentes e, ao tempo do casamento, ambos eram domiciliados no

Brasil.

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c) Martin tem razão em sua contestação, pois o regime de bens se rege pela lei do

local da celebração (lex loci celebrationis), e o casamento foi celebrado no consu-

lado britânico.

d) O regime de bens obedecerá à lex domicilli dos cônjuges quanto aos bens mó-

veis e à lex rei sitae (ou seja, a lei do lugar onde estão) quanto aos bens imóveis,

se houver.

Letra b.

a) Errada. Nos termos do Art. 12, caput e §1º, da Lei de Introdução às Normas do

Direito Brasileiro (LINDB):

É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil


ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§1º Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imóveis
situados no Brasil.

b) Certa. Art. 7º, § 4º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nu-
bentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

c) Errada. Conforme o item anterior, a lei brasileira se aplica, pois foi o local de

celebração do casamento, ainda que este tenha ocorrido perante autoridades con-

sulares.

d) Errada. Art. 7º, § 4º, da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LIN-

DB): para o regime de bens, a regra é a do domicílio. Todavia, em ações relativas

aos bens imóveis, aplica-se a lex rei sitae.

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Questão 3    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Tício, espanhol,

era casado com Tácita, brasileira. Os cônjuges eram domiciliados no Brasil. Tício

possuía uma filha adotiva espanhola, cujo nome é Mévia, e que residia com o pai.

Em razão de um grave acidente na Argentina, Tício faleceu. O de cujus era proprie-

tário de dois bens imóveis em Barcelona e um bem imóvel no Rio de Janeiro. Diante

da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e do Código de Processo

Civil Brasileiro (CPC), assinale a assertiva correta.

a) Ainda que a lei espanhola não conceda direitos sucessórios à filha adotiva, pode-

rá ela habilitar-se na ação de inventário ajuizada pelo cônjuge supérstite, no Bra-

sil, regendo-se a sucessão pela lei brasileira, que não faz qualquer distinção entre

filhos naturais e adotivos.

b) A capacidade de suceder da filha é regulada pela legislação espanhola.

c) A ação de inventário e partilha de todos os bens é de competência exclusiva do

Poder Judiciário Brasileiro, já que o de cujus era domiciliado no Brasil.

d) Se o de cujus houvesse deixado bens imóveis somente na Espanha, a sucessão

seria regida pela lei espanhola.

Letra a.

a) Certa. Art. 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

A sucessão por morte ou por ausência obedece à lei do país em que domiciliado o defunto
ou o desaparecido, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens.

Ademais, conforme art. 227, §8º da CF/88, não há distinção entre filhos naturais e

adotivos quanto aos direitos e qualificações, inclusive sucessórios.

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b) Errada. A filha está domiciliada no Brasil, sendo a capacidade para suceder re-

gulada pela lei do domicílio.

c) Errada. A autoridade judiciária brasileira terá competência exclusiva com rela-

ção aos imóveis situados no Brasil. Se o bem está no país, nenhum outra autorida-

de jurisdicional poderá conhecer das ações referente ao bem mencionado. Trata-se

da lex rei sitae, prevista no art. 12, § 4º, da Lei de Introdução às Normas do Direito

Brasileiro (LINDB).

d) Errada. Retoma-se o art. 10 da LINDB, pois a lei do país de último domicílio do

defunto ou do desaparecido regulará a sucessão por morte ou por ausência, inde-

pendente da natureza ou da situação do (s)bem(ns).

Questão 4    (FGV/X EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) (ADAPTADA) A res-

peito dos elementos de conexão no Brasil, assinale a afirmativa correta.

a) A lei da nacionalidade da pessoa determina as regras sobre o começo e o fim da

personalidade.

b) A Lex loci executionis é aplicável aos contratos de trabalho, os quais, ainda que te-

nham sido celebrados no exterior, são regidos pela norma mais favorável ao trabalhador.

c) A norma do país em que é domiciliada a vítima aplica-se aos casos de responsa-

bilidade por ato ilícito extracontratual.

d) O elemento de conexão Lex loci executionis ou Lex loci solutionis é o critério

aplicável, como regra geral, para qualificar e reger as obrigações.

Letra b.

a) Errada. Observado o Art. 7º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasi-

leiro (LINDB), tem-se que as regras sobre o começo e o fim da personalidade são

estabelecidas conforme o domicílio (lex domicilii), e não pela nacionalidade.

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b) Certa. Conforme o novo entendimento da jurisprudência do TST, que revogou a Sú-

mula 207, aplica-se a norma mais favorável, e não mais o princípio da territorialidade.

c) Errada. A doutrina orienta a aplicação da norma do lugar onde o ato ilícito ocor-

reu (lex loci delicti comissi), inclusive no que tange às obrigações que resultam em

responsabilidade civil pela prática de atos ilícitos.

d) Errada. Conforme o art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB),

Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

Logo, aplica-se a lei do país em que as obrigações foram constituídas, e não do

local de execução.

Questão 5    (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Em 2013, uma

empresa de consultoria brasileira assina, na cidade de Londres, Reino Unido, con-

trato de prestação de serviços com uma empresa local. As contratantes elegem o

foro da comarca do Rio de Janeiro para dirimir eventuais dúvidas, com a exclusão

de qualquer outro. Dois anos depois, as partes se desentendem quanto aos critérios

técnicos previstos no contrato e não conseguem chegar a uma solução amigável.

A empresa de consultoria brasileira decide, então, ajuizar uma ação no Tribunal de

Justiça do Estado do Rio de Janeiro para rescindir o contrato. Com relação ao caso

narrado acima, assinale a afirmativa correta.

a) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis

estrangeiras.

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b) O Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois

o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local em

que o contrato foi assinado.

c) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação do Reino Unido, pois os contratos se regem pela lei do local de sua

assinatura.

d) O juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na le-

gislação brasileira, pois, a litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros, aplica-se

a lex fori.

Letra c.

a) Errada. O juiz brasileiro pode conhecer e julgar a lide (art. 22, CPC/2015). Foro

da comarca do Rio de Janeiro foi eleito entre as partes.

b) Errada. As partes elegeram a comarca do Rio de Janeiro.

c) Certa. Conforme art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB),

Para qualificar e reger as obrigações, aplicar-se-á a lei do país em que se constituírem.

d) Errada. Conforme comentário do item anterior, aplica-se a lei do país em que

se constituíram as obrigações contratuais.

Questão 6    (FGV/XVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2015) A sociedade em-

presária brasileira do ramo de comunicação, Personalidades, celebrou contrato de

empresária brasileira internacional de prestação de serviços de informática, no

Brasil, com a sociedade empresária uruguaia Sacramento. O contrato foi celebrado

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em Caracas, capital venezuelana, tendo sido estabelecido pelas partes, como foro

de eleição, Montevidéu. Diante da situação exposta, à luz das regras do Direito In-

ternacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB) e no Código de Processo Civil, assinale a afirmativa correta.

a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legisla-

ção uruguaia, já que Montevidéu foi eleito o foro competente para se dirimir even-

tual controvérsia.

b) Para qualificar e reger as obrigações do presente contrato, aplicar-se-á a lei ve-

nezuelana.

c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil,

aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação

brasileira.

d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro

de eleição, razão pela qual é nula ipse jure a cláusula estabelecida pelas partes

nesse sentido.

Letra b.

a) Errada. Regula-se pela lei do local no qual as obrigações são constituídas (lo-

cus regit actum), nos termos do art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito

Brasileiro (LINDB).

b) Correta. Nos termos do já citado art. 9º da LINDB.

c) Errada. É possível aplicar a norma brasileira, mas não há obrigatoriedade.

Trata-se da lex loci executionis.

d) Errada. A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) não traz a

vedação mencionada.

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Questão 7    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) A sociedade empre-

sária do ramo de comunicações A Notícia Brasileira, com sede no Brasil, celebrou

contrato internacional de prestação de serviços de informática com a sociedade em-

presária Santiago Info, com sede em Santiago. O contrato foi celebrado em Buenos

Aires, capital argentina, tendo sido estabelecido como foro de eleição pelas partes

Santiago, se porventura houver a necessidade de resolução de litígio entre as partes.

Diante da situação exposta, à luz das regras de Direito Internacional Privado veicula-

das na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto pro-

cessual civil pátrio (Código de Processo Civil – CPC), assinale a alternativa correta.

a) No tocante à regência das obrigações previstas no contrato, aplica-se a legisla-

ção chilena, já que Santiago foi eleito o foro competente para se dirimir eventual

controvérsia.

b) Nos contratos internacionais, a lei que rege a capacidade das partes pode ser

diversa da que rege o contrato. É o que se verifica no caso exposto acima.

c) Como a execução da obrigação avençada entre as partes se dará no Brasil,

aplica-se, obrigatoriamente, no tocante ao cumprimento do contrato, a legislação

brasileira.

d) A Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro veda expressamente o foro

de eleição, razão pela qual é nula ipso jure a cláusula estabelecida pelas partes

nesse sentido.

Letra b.

a) Errada. É necessário diferenciar o lugar no qual os conflitos serão dirimidos da

lei usada para tal. O art. 9º da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

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(LINDB) orienta que a lei do local de celebração do contrato será usada, mas não

há óbice para a constituição de foro por convenção entre as partes.

b) Certa. A capacidade das partes é regida pelo domicílio, se pessoa física, e pela

constituição, caso seja pessoa jurídica, conforme artigos 7 a 11, todos da LINDB.

Os contratos, por sua vez, são regidos pelo local de sua celebração, nos termos do

art. 9º da LINDB.

c) Errada. As obrigações são regidas pelo local de celebração, diversamente

do que a assertiva indica (local de execução), novamente segundo o art. 9º da

LINDB.

d) Errada. Inexiste, na Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB),

vedação em relação ao foro de eleição.

Questão 8    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Uma sociedade

brasileira, sediada no Rio de Janeiro, resolveu contratar uma sociedade americana,

sediada em Nova York, para realizar um estudo que lhe permitisse expandir suas

atividades no exterior, para poder vender seus produtos no mercado americano.

Depois de várias negociações, o representante da sociedade americana veio ao

Brasil, e o contrato de prestação de serviços foi assinado no Rio de Janeiro. Não

há no contrato uma cláusula de lei aplicável, mas alguns princípios do UNIDROIT

foram incorporados ao texto final. Por esse contrato, o estudo deveria ser entregue

em seis meses. No entanto, apesar da intensa troca de informações, passados 10

meses, o contrato não foi cumprido. A sociedade brasileira ajuizou uma ação no

Brasil, invocando a cláusula penal do contrato, que previa um desconto de 10% no

preço total do serviço por cada mês de atraso. A sociedade americana, na sua con-

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testação, alegou que a cláusula era inválida segundo o direito americano. Conforme

a Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro, qual é a lei material que o juiz

deverá aplicar para solucionar a causa?

a) A lei brasileira, pois o contrato foi firmado no Brasil.

b) A lei americana, pois o réu é domiciliado nos Estados Unidos.

c) Os princípios do UNIDROIT, porque muitas cláusulas foram inspiradas nessa le-

gislação.

d) A Lex Mercatoria, porque o que rege o contrato internacional é a prática inter-

nacional.

Letra a.

a) Certa. Novamente, invoca-se art. 9º da LINDB (local de constituição das obri-

gações). Locus regit actum.

b) Errada. Conforme comentário anterior, aplica-se a lei brasileira.

c) Errada. Não há tal previsão relativa a princípios. Aplica-se a lei do local em que

as obrigações contratuais foram constituídas.

d) Errada. Não obstante a relevância do comércio internacional, deve-se observar

o art. 9º da LINDB.

Questão 9    (FGV/XV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2014) Túlio, brasileiro, é

casado com Alexia, de nacionalidade sueca, estando o casal domiciliado no Brasil.

Durante um cruzeiro marítimo, na Grécia, ela, após a ceia, veio a falecer em ra-

zão de uma intoxicação alimentar. Alexia, quando ainda era noiva de Túlio, havia

realizado um testamento em Lisboa, dispondo sobre os seus bens, entre eles, três

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apartamentos situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de Direito Internacional

Privado, assinale afirmativa correta.

a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à ob-

servância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Alexia

encontrava se domiciliada no Brasil.

b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à

observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação portuguesa, local

em que foi realizado o ato de disposição da última vontade de Alexia.

c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário

e à partilha de bens, porquanto Alexia faleceu na Grécia, e não no Brasil.

d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legislação

sueca, em razão da nacionalidade do de cujus.

Letra b.

a) Errada. Aspectos extrínsecos do testamento (formalidades): locus regit actum

(lei do local em que o negócio se constitui). Logo, deve-se observar a lei portuguesa.

b) Certa. Formalidades conforme a lei portuguesa.

c) Errada. Segundo o CPC/2015, compete à autoridade brasileira quanto aos bens

situados no Brasil, mesmo que o autor da herança seja de nacionalidade estrangei-

ra ou tenha domicílio fora do território nacional.

d) Errada. Aplica-se o art. 10 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB). Logo, a regra de conexão no caso em apreço diz respeito à lei do país do

último domicílio do defunto ou do desaparecido para regulação da sucessão por

morte ou por ausência, qualquer que seja a natureza e a situação dos bens. Por-

tanto, seria aplicada a legislação brasileira.

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Questão 10    (FGV/IX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) José, de naciona-


lidade brasileira, era casado com Maria, de nacionalidade sueca, encontrando-se o
casal domiciliado no Brasil. Durante a viagem de “lua de mel”, na França, Maria,
após o jantar, veio a falecer, em razão de uma intoxicação alimentar. Maria, quando
ainda era noiva de José, havia realizado testamento em Londres, dispondo sobre os
seus bens, entre eles dois imóveis situados no Rio de Janeiro. À luz das regras de
Direito Internacional Privado, assinale a afirmativa correta.
a) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à ob-
servância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação brasileira, pois Maria
encontrava-se domiciliada no Brasil.
b) Se houver discussão acerca da validade do testamento, no que diz respeito à
observância das formalidades, deverá ser aplicada a legislação inglesa, local em
que foi realizado o ato de disposição de última vontade de Maria.
c) A autoridade judiciária brasileira não é competente para proceder ao inventário
e à partilha de bens, porquanto Maria faleceu na França, e não no Brasil.
d) Se houver discussão acerca do regime sucessório, deverá ser aplicada a legisla-
ção sueca, em razão da nacionalidade do de cujus.

Letra b.
a) Errada. Formalidades do testamento serão analisadas conforme o local no qual
ele foi realizado. No caso da questão, deve-se observar a lei inglesa, pois foi cons-
tituído em Londres (locus regit Actum).
b) Certa. Conforme comentário do item anterior, quanto às formalidades do testa-
mento, será observada a lei inglesa.
c) Errada. A autoridade judiciária brasileira é competente – de modo exclusivo
– para ações relativas a imóveis situados no Brasil, conforme o Art. 12, da Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

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É competente a autoridade judiciária brasileira, quando for o réu domiciliado no Brasil


ou aqui tiver de ser cumprida a obrigação.
§ 1o Só à autoridade judiciária brasileira compete conhecer das ações relativas a imó-
veis situados no Brasil.

d) Errada. Aplica-se o art. 10 da LINDB; logo, a regra de conexão é a lei do país


de último domicílio do defunto ou do desaparecido quanto à regulação da sucessão
por morte ou por ausência, independente da natureza e da situação do bem.

Questão 11    (FGV/VI EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) Arnaldo Butti, ci-


dadão brasileiro, falece em Roma, Itália, local onde residia e tinha domicílio. Em
seu testamento, firmado em sua residência poucos dias antes de sua morte, Butti,
que não tinha herdeiros naturais, deixou um imóvel localizado na Avenida Atlântica,
na cidade do Rio de Janeiro, para Júlia, neta de sua enfermeira, que vive no Brasil.

Inconformada com a partilha, Fernanda, brasileira, sobrinha-neta do falecido, que

há dois anos vivia de favor no referido imóvel, questiona no Judiciário brasileiro

a validade do testamento. Alega, em síntese, que, embora obedecesse a todas

as formalidades previstas na lei italiana, o ato não seguiu todas as formalidades

preconizadas pela lei brasileira. Com base na hipótese acima aventada, assinale a

alternativa correta.

a) Fernanda tem razão em seu questionamento, pois a sucessão testamentária de

imóvel localizado no Brasil rege-se, inclusive quanto à forma, pela lei do local onde

a coisa se situa (lex rei sitae).

b) Fernanda tem razão em questionar a validade do testamento, pois a Lei de In-

trodução às Normas do Direito Brasileiro veda a partilha de bens imóveis situados

no Brasil por ato testamentário firmado no exterior.

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c) Fernanda não tem razão em questionar a validade do testamento, pois o ato

testamentário se rege, quanto à forma, pela lei do local onde foi celebrado (locus

regit actum).

d) O questionamento de Fernanda não será apreciado, pois a Justiça brasileira não

possui competência para conhecer e julgar o mérito de ações que versem sobre

atos testamentários realizados no exterior.

Letra c.

a) Errada. Testamento é obrigação, logo observará a lei do local em que foi cons-

tituído, e não da situação da coisa.

b) Errada. Inexiste vedação quanto à partilha de bens imóveis situados no Brasil

por intermédio de testamento.

c) Certa. Conforme o art. 9º da LINDB, o testamento observa a lei do local em que

é constituído.

d) Errada. Bens situados no Brasil, ainda que o autor da herança seja estrangeiro

ou não tenha residência no Brasil, terão as respectivas ações propostas perante a

Justiça brasileira.

Questão 12    (FGV/III EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2011) Em junho de

2009, uma construtora brasileira assina, na Cidade do Cabo, África do Sul, con-

trato de empreitada com uma empresa local, tendo por objeto a duplicação de

um trecho da rodovia que liga a Cidade do Cabo à capital do país, Pretória. As

contratantes elegem o foro da comarca de São Paulo para dirimir eventuais dú-

vidas. Um ano depois, as partes se desentendem quanto aos critérios técnicos

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de medição das obras e não conseguem chegar a uma solução amigável. A cons-

trutora brasileira decide, então, ajuizar, na justiça paulista, uma ação rescisória

com o objetivo de colocar termo ao contrato. Com relação ao caso hipotético

acima, é correto afirmar que

a) o Poder Judiciário brasileiro não é competente para conhecer e julgar a lide, pois

o foro para dirimir questões em matéria contratual é necessariamente o do local

onde o contrato é assinado.

b) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação sul-africana, pois os contratos se regem pela lei do local de sua assi-

natura.

c) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá basear sua decisão

na legislação brasileira, pois um juiz brasileiro não pode ser obrigado a aplicar leis

estrangeiras.

d) o juiz brasileiro poderá conhecer e julgar a lide, mas deverá se basear na le-

gislação brasileira, pois em litígios envolvendo brasileiros e estrangeiros aplica-se

a lex fori.

Letra b.

a) Errada. A questão cria confusão entre conflito de leis e foro competente. Quan-

to a este, é possível julgar a causa, desde que à luz da legislação na qual as obri-

gações foram constituídas.

b) Certa. Outra questão na qual se aplica a lei do local em que as obrigações foram

constituídas, ou seja, África do Sul.

c) Errada. O juiz brasileiro pode aplicar a lei estrangeira, desde que ela não ofenda

normas de ordem pública.

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d) Errada. A hipótese apresentada pela assertiva não está prevista no ordenamento

jurídico.

Na lição do professor Portela (2017)11:

O Brasil proíbe o reenvio, que é o instituto por meio do qual o Direito Internacional
Privado de um Estado indica as normas de outro Estado, e estas remetem às normas de
um terceiro Estado ou ao próprio ordenamento do primeiro Estado.
Esse é o teor do artigo 16 da LINDB, que reza que “Quando, nos termos dos artigos
precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira, ter-se-à em vista a dis-
posição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita a outra lei”.
(PORTELA, 2017, p. 173)

Questão 13    (CESPE/ANALISTA LEGISLATIVO/CÂMARA FEDERAL/2014) Haverá re-

envio se o direito internacional privado do país A indicar o direito do país B como

aplicável ao caso, sendo que o direito internacional privado do país B indica, na

mesma hipótese, a aplicação de seu próprio direito material nacional.

Errado.

Haverá reenvio quando o direito privado de um país estabelecer, em caso deter-

minado, que seja aplicada a norma de outro país, embora este designe norma de

terceiro estado ou mesmo do remetente como aplicado ao caso.

Questão 14    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF1/2011) As partes têm li-

berdade para escolher a lei de regência em contratos internacionais em razão da

regra geral da autonomia da vontade, em matéria contratual. Nesse sentido, as

leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vonta-

11
PORTELA, Paulo Henrique Gonçalves. Direito Internacional e Direitos Humanos. 3 ed. Salvador: Juspo-
divm, 2017.

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de, terão plena eficácia no Brasil, independentemente de qualquer condição ou

ressalva.

Errado.

A autonomia da vontade encontra respaldo no direito contratual internacional. To-

davia, precisa observar limites, conforme indica o art. 17 da Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro (LINDB):

As leis, atos e sentenças de outro país, bem como quaisquer declarações de vontade,
não terão eficácia no Brasil, quando ofenderem a soberania nacional, a ordem pública e
os bons costumes.

Questão 15    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF1/2011) Para resolver os

conflitos de lei no espaço, o Brasil adota a prática do reenvio, mediante a qual se

substitui a lei nacional pela estrangeira, desprezando-se o elemento de conexão

apontado pela ordenação nacional, para dar preferência à indicada pelo ordena-

mento jurídico alienígena.

Errado.

Haverá reenvio na hipótese de a lei estrangeira ser indicada pela lei brasileira como

devida; diante de controvérsia, envia para terceira lei ou faz remessa para o Brasil.

Conforme determina o art. 16 da Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro

(LINDB), trata-se de instituto proibido no direito pátrio:

Quando, nos termos dos artigos precedentes, se houver de aplicar a lei estrangeira,
ter-se-á em vista a disposição desta, sem considerar-se qualquer remissão por ela feita
a outra lei.

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Questão 16    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2012) O reenvio é proibido pela

Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro.

Certo.

Trata-se da proibição inserida no art. 16 da LINDB.

Questão 17    (PRG/PROCURADOR DA REPÚBLICA/MPF/2015) Assinale a alternativa

correta:

a) De acordo com a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, para quali-

ficar os bens imóveis e regular as relações a eles concernentes, utiliza-se a lei do

domicílio do proprietário.

b) A Convenção Interamericana sobre Normas Gerais de Direito Internacional Pri-

vado prevê que as questões prévias, preliminares ou incidentes que surjam em

decorrência de uma questão principal não devem necessariamente ser resolvidas

de acordo com a lei que regula esta última.

c) De acordo com a Lei de Introdução as Normas do Direito Brasileiro, admite-se

o reenvio até o segundo grau, salvo se o direito estrangeiro escolhido pelo reenvio

for contrário a ordem pública doméstica.

d) Conforme o Código Bustamante (Convenção de Direito Internacional Privado,

1928), a lei de regência do estatuto pessoal é a lei do domicílio da pessoa fisica,

sem exceção.

Letra b.

a) Errada. Conforme o art. 8º, da LINDB, a qualificação dos bens e a regulação das

relações referentes a eles observará a lei do país em que estejam situados.

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b) Certa. Apresenta a literalidade da Convenção, cujo art. 8º estabelece que:

As questões prévias, preliminares ou incidentes que surjam em decorrência de uma


questão principal não devem necessariamente ser resolvidas de acordo com a lei que
regula esta última.

c) Errada. Veda-se o reenvio conforme o art. 16 da LINDB.

d) Errada. Segundo o Código de Bustamante, o estatuto pessoal de cada indivíduo

está restrito aos limites estabelecidos inclusive no direito local.

Questão 18    (TRF3/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF3/2018) Consoante ensina-

mentos da doutrina, na seara do Direito Internacional Privado, sabe-se que as re-

gras de conexão estabelecem qual o direito aplicável às diversas situações jurídicas

conectadas a mais de um sistema legal, após a necessária qualificação e em deter-

minadas situações pode ocorrer o fenômeno denominado reenvio. Avalie, a seguir,

as seguintes assertivas e, depois, expresse sua convicção:

I – O processo de qualificação, ou de classificação, que leva ao elemento de co-

nexão, considera um de três diferentes aspectos: o sujeito, o objeto ou o ato

jurídico.

II – Como exemplos de regras de conexão, podemos citar: lex loci solutionis (lei

do local onde as obrigações ou a obrigação principal do contrato, deve ser

cumprida); lex damni (lei do local onde se manifestaram as consequências

do ato ilícito, para reger a obrigação de indenizar); lex monetae (lei do país

em cuja moeda a dívida ou outra obrigação legal é expressa); lei mais favo-

rável, descrita como a lei mais benéfica em situações específicas.

III – A lei qualificadora não coincide, necessariamente, com a lei aplicável.

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IV – O reenvio pode ocorrer em dois graus; em primeiro grau, quando um país

nega competência à sua lei em favor de outro país, que, a seu turno, também

nega competência à sua lei, configurando uma recusa recíproca; em segundo

grau, o reenvio pode ocorrer quando a lei do país ”A” manda aplicar a lei do

país ”B”, e a lei do país “B” determina que se aplique a lei do país “C”.

a) Todas as assertivas estão corretas.

b) Apenas as assertivas I, II e IV estão corretas.

c) Apenas as assertivas I, III e IV estão corretas.

d) A assertiva I é a única correta.

Letra a.

I – Certa. Nos termos dos arts. 7º, 8º e 9º, todos da LINDB, a pessoa (sujeito), os

bens (objeto) e o ato jurídico (obrigações) estão previstos.

II – Certa. Todos os exemplos mencionados no item são elementos de conexão.

III – Certa. Lei qualificadora ou conceitual é um dos tipos de normas de direito

privado e nem sempre será a norma aplicável.

IV – Certa. Art. 16 da LINDB. Poderá ser de primeiro grau, quando verificada entre

dois países ou de segundo grau, na hipótese de envolver três Estados.

Questão 19    (TRF4/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF4/2009) Dadas as assertivas

abaixo, assinalar a alternativa correta.

I – Dá-se reenvio de 3º grau no caso de conflito de regras de Direito Internacional

que envolva quatro países.

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II – Hipótese comum de conflito de regras de Direito Internacional ocorre quanto

ao foro competente para os inventários e partilhas de bens situados no Bra-

sil, pertencentes a estrangeiro.

III – São exemplos de regras de conexão ou elementos de conexão a lex patriæ

(da nacionalidade), a lex loci actus (do local da realização do ato jurídico), a

lex voluntatis (escolhida pelos contratantes), a lex loci celebrationis (do local

da celebração do matrimônio).

IV – Para regular as relações concernentes aos bens, segundo as normas brasi-

leiras de Direito Internacional, aplicar-se-á a lei do país em que estiverem

situados.

a) Está correta apenas a assertiva II.

b) Estão corretas apenas as assertivas I e III.

c) Estão corretas apenas as assertivas II e IV.

d) Estão corretas apenas as assertivas I, III e IV.

Letra d.

I – Certa. O reenvio de segundo grau compreende, no mínimo, três países.

II – Errada. Bens situados no Brasil são de competência da Justiça brasileira.

III – Certa. Trouxe alguns dos elementos de conexão existentes.

IV – Certa. Conforme art. 8 da LINDB.

Questão 20    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF2/2011) Os elementos de

conexão brasileiros constituem parte da norma do direito internacional privado que

determina o ordenamento jurídico a ser aplicado a determinada causa. Assinale a

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opção correspondente à correta correlação entre fato (s) jurídico (s) e elemento de

conexão na Lei de Introdução do Código Civil

a) situação do regime de bens — nacionalidade dos cônjuges

b) qualificação e regulação das obrigações — domicílio dos contratantes

c) formalidades de celebração e impedimentos do casamento — nacionalidade dos

nubentes

d) personalidade e capacidade — domicílio da pessoa

e) penhor — local do bem

Letra d.

a) Lex domicilii (Art. 7º, § 4º, da LINDB).

b) Locus regit actum (Art. 9º, caput, da LINDB).

c) Local da celebração (Art. 7º, § 1º, da LINDB).

d) Lex domicilii (Art. 7º, caput, da LINDB).

e) Lex domicilii (Art. 8º, § 2º, da LINDB).

Questão 21    (CESPE/ADVOGADO/PETROBRAS/2007) (ADAPTADA) A empresa argen-

tina ABC, exportadora, e a empresa brasileira DEF, importadora, celebraram contrato

internacional de comércio. Tal contrato foi assinado no Brasil, no estado de São Paulo,

e seguiu os princípios internacionais estabelecidos no Instituto para a Unificação do

Direito Privado (UNIDROIT), criado em 1926, pela Liga das Nações, para preparar gra-

dualmente a adaptação, por diversos estados, de uma legislação de direito civil unifor-

me, usando a terminologia internacional denominada International Commercial Terms

(INCOTERMS), com cláusula de hardship. Considerando essa situação e os efeitos

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legais territoriais dos dispositivos de contratos no âmbito internacional, julgue o

item seguinte.

A lei aplicável para o referido contrato será a lei brasileira em combinação com a

lei argentina.

Errado.

Aplica-se a lei brasileira nos termos do art. 9 da Lei de Introdução às Normas do

Direito Brasileiro (LINDB), que é a lei do país em que se constituíram as obrigações.

Questão 22    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2015) Com relação a reenvio,

fontes do direito internacional privado e regras de conexão, julgue o item sub-

secutivo.

Regras de conexão são normas que indicam o direito aplicável a situações jurídicas

que digam respeito a mais de um ordenamento jurídico.

Certo.

Trouxe o conceito relativo às regras de conexão.

Questão 23    (CESPE/JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO/TRF5/2017) Para o direito

brasileiro, na hipótese de um domiciliado no Brasil e uma domiciliada na Argentina

vierem a se casar e estabelecer como domicílio comum primeiro o Brasil e depois a

Argentina, o regime de bens será regulado pela legislação argentina.

Errado.

O regime de bens será regulado pelo primeiro domicílio, conforme determina Art.

7º, § 4º, da LINDB:

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O regime de bens, legal ou convencional, obedece à lei do país em que tiverem os nu-
bentes domicílio, e, se este for diverso, a do primeiro domicílio conjugal.

Questão 24    (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2010) (ADAPTADA) Com

relação ao conflito de leis no espaço e aos elementos de conexão que viabilizam a

sua resolução, julgue o item a seguir.

A regra geral, ante o conflito de leis no espaço, é a aplicação do direito pátrio,

empregando-se o direito estrangeiro apenas excepcionalmente, quando isso for,

expressamente, determinado pela legislação interna de um país.

Certo.

Diante do conflito, a aplicação da lei pátria é regra geral.

Questão 25    (IADES/ADVOGADO/CEITEC S.A./2016) Embora o objeto da disciplina


do direito internacional privado seja o direito interno, ele é considerado basicamen-
te direito internacional em face das relações jurídicas de direito privado estritamen-
te internacionais.

Errado.
Trata-se de direito interno. Regula o conflito de leis dentro do Estado.

Questão 26    (NC-UFPR/ADVOGADO/ITAIPU BINACIONAL/2011) Com relação ao


objeto do Direito Internacional Privado, identifique as afirmativas a seguir como
verdadeiras (V) ou falsas (F):
(  )
 O Direito Internacional Privado não mais se restringe, como se sustentou no
passado, a instituições de direito privado, atuando também no campo do direito
público.

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 (  ) Assim como no Direito Internacional Público, a principal fonte do Direito Inter-
nacional Privado é o tratado.
 (  ) O Direito Internacional Privado trata principalmente do conflito de leis origi-
nárias de Estados diferentes, estabelecendo regras para a opção entre as leis
em conflito, sendo por isso um direito eminentemente nacional.
(  )
 Há várias concepções sobre o objeto do Direito Internacional Privado. As con-
cepções mais amplas incluem na disciplina, além do conflito de leis e do confli-
to de jurisdições, também a nacionalidade e a condição jurídica do estrangeiro.
 (  ) Diante de uma situação jurídica conexa com duas ou mais legislações, que
contêm normas diversas, conflitantes, ao Direito Internacional Privado não
cabe solucionar o conflito das normas materiais internas, mas tão somente
indicar qual sistema jurídico deve ser aplicado dentre as várias legislações
conectadas com a hipótese jurídica.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta, de cima para baixo.

a) F – F – V – F – V.

b) V – F – V – V – V.

c) V – V – F – V – F.

d) F – V – F – F – F.

e) V – F – V – V – F.

Letra b.

Somente a assertiva “assim como no Direito Internacional Público, a principal fon-

te do Direito Internacional Privado é o tratado” encontra-se errada, pois o Direito

Internacional Privado é ramo de direito interno, logo, sua principal fonte é a lei, e

não os tratados.

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Questão 27    (FGV/XXVII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2019) Uma das fun-

ções da cooperação jurídica internacional diz respeito à obtenção de provas em

outra jurisdição, nos termos das disposições dos tratados em vigor e das normas

processuais brasileiras. Para instruir processo a ser iniciado ou já em curso, no Bra-

sil ou no exterior, não é admitida, no entanto, a solicitação de colheita de provas

a) por carta rogatória ativa.

b) por carta rogatória passiva.

c) a representantes diplomáticos ou agentes consulares.

d) pela via do auxílio direto.

Letra c.

a) Errada. Carta rogatória ativa: emitida pelo Brasil, por exemplo. É instrumento

para a obtenção de provas.

b) Errada. Carta rogatória passiva: outro Estado para o Brasil. Também poderá

pedir provas. Item incorreto.

c) Certa. Missões diplomáticas/ consulares. Não se relaciona com a sistemática de

provas.

d) Errada. Auxílio direto: Judiciário não atua.

Questão 28    (FGV/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2018) Paulo, brasileiro,

celebra no Brasil um contrato de prestação de serviços de consultoria no Brasil a

uma empresa pertencente a François, francês residente em Paris, para a realização

de investimentos no mercado imobiliário brasileiro. O contrato possui uma cláusula

indicando a aplicação da lei francesa. Em ação proposta por Paulo no Brasil, sur-

ge uma questão envolvendo a capacidade de François para assumir e cumprir as

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obrigações previstas no contrato. Com relação a essa questão, a Justiça brasileira

deverá aplicar

a) a lei brasileira, porque o contrato foi celebrado no Brasil.

b) a lei francesa, porque François é residente da França.

c) a lei brasileira, país onde os serviços serão prestados.

d) a lei francesa, escolhida pelas partes mediante cláusula contratual expressa.

Letra b.

Trata-se de questão que exige o domínio do art. 9, § 2, da LINDB, segundo o qual

a obrigação resultante do contrato reputa-se constituída no lugar em que residir o


proponente.

No enunciado, François é o proponente, pois é ele que propõe o contrato; logo, a lei

francesa será observada, já que é o local de sua residência. Assim, pode-se afirmar

com relação às assertivas que:

a) Errada. Não será observada a lei brasileira.

b) Certa.

c) Errada. Não se aplica a lei brasileira.

d) Errada. Não decorre de cláusula, mas do local de residência do proponente.

Questão 29    (FGV/XXV EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2018) Ernesto con-

cluiu o doutorado em Direito em prestigiosa universidade situada em Nova York,

nos Estados Unidos, e pretende fazer concurso para o cargo de professor em uma

universidade brasileira. Uma das exigências para a revalidação do seu diploma es-

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trangeiro é que este esteja devidamente legalizado. Essa legalização de documento

estrangeiro deverá ser feita mediante

a) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, da qual Brasil e Estados

Unidos fazem parte.

b) a consularização no consulado brasileiro em Nova York.

c) a notarização em consulado norte-americano no Brasil.

d) o apostilamento pela Convenção da Apostila de Haia, no consulado brasileiro.

Letra a.

Trata-se de questão referente à Convenção sobre eliminação da exigência de legali-

zação de documentos (Decreto n. 8.660/2016), bem como à Convenção da Apostila

de Haia. Considerando essas normas:

a) Certa. A legalização ocorre por meio de apostilamento.

b) Errada. Conforme o item anterior, a legalização é feita pelo apostilamento, e

não por consularização.

c) Errada. Idem ao item anterior.

d) Errada. O consulado não é a autoridade direcionada para o apostilamento.

Questão 30    (FGV/XXIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2017) O mecanismo

de solução de controvérsias atualmente em vigor no âmbito da Organização Mun-

dial do Comércio (OMC) foi instituído em 1994 por meio do Entendimento Relativo

às Normas e Procedimentos sobre Solução de Controvérsias, constantes do Tratado

de Marrakesh, e vincula todos os membros da organização. A respeito do funciona-

mento desse mecanismo, assinale a afirmativa correta.

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a) Uma vez acionado o mecanismo de solução de controvérsias, os Estados em

disputa ficam impedidos de recorrer a formas pacíficas de solução de seus litígios,

tais como bons ofícios, conciliação e mediação.

b) A decisão, por consenso, acerca da adoção de um relatório produzido pelo gru-

po especial, integra o rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias,

ainda que as partes em controvérsia escolham não apelar ao Órgão Permanente de

Apelação.

c) As recomendações e decisões do Órgão de Solução de Controvérsias poderão

implicar a diminuição ou o aumento dos direitos e das obrigações dos Estados, con-

forme estabelecido nos acordos firmados no âmbito da OMC.

d) As partes em controvérsia e os terceiros interessados que tenham sido ouvidos

pelo grupo especial poderão recorrer do relatório do grupo especial ao Órgão Per-

manente de Apelação.

Letra b.

Trata-se de questão sobre mecanismos de solução de controvérsias na Organização

Mundial do Comércio.

a) Errada. Inexiste o impedimento apontado.

b) Certa. A consensualidade sobre adotar relatório feito por grupo especial está no

rol de competências do Órgão de Solução de Controvérsias, mesmo que as partes

não apresentem apelação perante o Órgão Permanente.

c) Errada. Não ampliarão nem reduzirão direitos e obrigações dos Estados.

d) Errada. Somente as partes em controvérsia.

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Questão 31    (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Uma agricultora

japonesa residente no Brasil ingressou com ação perante a autoridade judiciária do

Japão para cobrar indenização de seu principal fornecedor de pesticidas, a brasilei-

ra Ervas Daninhas S.A., alegando descumprimento dos termos de um contrato de

fornecimento celebrado entre as partes. A agricultora recentemente obteve uma

decisão interlocutória a seu favor, reconhecendo a Ervas Daninhas S.A. como deve-

dora. Sobre a hipótese, assinale a afirmativa correta.

a) A decisão da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada no Brasil por

meio de carta rogatória.

b) A decisão interlocutória da autoridade judiciária japonesa poderá ser executada

no Brasil, depois de homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

c) A decisão proferida pela autoridade judiciária japonesa não poderá produzir efei-

tos no Brasil, visto que apenas a autoridade brasileira poderá conhecer de ações

relativas a bens situados no Brasil.

d) A agricultora deverá aguardar o trânsito em julgado da decisão final da auto-

ridade judiciária japonesa, para então proceder à sua homologação no Superior

Tribunal de Justiça e execução na Justiça Federal.

Letra a.

a) Certa. A carta poderá ser executada.

b) Errada. Execução por meio de carta rogatória.

c) Errada. Poderá ser executada mediante carta rogatória.

d) Errada. Além do trânsito em julgado, precisa obedecer formalidades.

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Questão 32    (FGV/XX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Lúcia, brasileira,

casou-se com Mauro, argentino, há 10 anos, em elegante cerimônia realizada no

Nordeste brasileiro. O casal vive atualmente em Buenos Aires com seus três filhos

menores. Por diferenças inconciliáveis, Lúcia pretende se divorciar de Mauro, ajui-

zando, para tanto, a competente ação de divórcio, a fim de partilhar os bens do

casal: um apartamento em Buenos Aires/Argentina e uma casa de praia em Tran-

coso/Bahia. Mauro não se opõe à ação. Com relação à ação de divórcio, assinale a

afirmativa correta.

a) Ação de divórcio só poderá ser ajuizada no Brasil, eis que o casamento foi rea-

lizado em território brasileiro.

b) Caso Lúcia ingresse com a ação perante a Justiça argentina, não poderá parti-

lhar a casa de praia.

c) Eventual sentença argentina de divórcio, para produzir efeitos no Brasil, deverá

ser primeiramente homologada pelo Superior Tribunal de Justiça.

d) Ação de divórcio, se consensual, poderá ser ajuizada tanto no Brasil quanto na

Argentina, sendo ambos os países competentes para decidir acerca da guarda das

criança e da partilha dos bens.

Letra b.

a) Errada. Poderá ser ajuizada também na Argentina, Trata-se de competência

concorrente.

b) Certa. Competência exclusiva da justiça brasileira quanto aos imóveis situados

no Brasil.

c) Errada. Não se homologa decisão que verse sobre bem situado no Brasil, por se

tratar de competência exclusiva.

d) Errada. Os bens são competência exclusiva da justiça brasileira.


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Questão 33    (FGV/XIX EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2016) Para a aplicação

da Convenção sobre os Aspectos Civis do Sequestro Internacional de Crianças, Lí-

gia recorre à autoridade central brasileira, quando Arnaldo, seu marido, que tem

dupla nacionalidade, viaja para os Estados Unidos com a filha de 17 anos do casal e

não retorna na data prometida. Arnaldo alega que entrará com pedido de divórcio

e passará a viver com a filha menor no exterior. Com base no caso apresentado, a

autoridade central brasileira

a) deverá acionar diretamente a autoridade central estadunidense para que tome

as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil.

b) deverá ingressar na Justiça Federal brasileira, em nome de Lígia, para que a

Justiça Federal mande acionar a autoridade central estadunidense para que tome

as medidas necessárias para o retorno da filha ao Brasil.

c) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que a filha é maior de 16 anos.

d) não deverá apreciar o pleito de Lígia, eis que o pai também possui direito de

guarda sobre a filha, já que o divórcio ainda não foi realizado.

Letra c.

A filha de Lígia já está com 17 anos; logo, qualquer pleito com fundamento na Con-

venção indicada no enunciado da questão não deverá ser analisado.

a) Errada. Indica procedimentos com fulcro na Convenção cuja observância não

se aplica mais ao caso.

b) Errada. Indica procedimentos com fulcro na Convenção cuja observância não

se aplica mais ao caso.

c) Certa.

d) Errada. Indica procedimentos com fulcro na Convenção cuja observância não

se aplica mais ao caso.

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Questão 34    (FGV/XIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2014) Sobre o sistema

de regulação de investimentos e fluxo de capital estrangeiro no atual ordenamento

jurídico da República Federativa do Brasil, assinale a afirmativa incorreta.

a) É vedada a participação de capital estrangeiro nas empresas jornalísticas e de

radiodifusão sonora e de sons e imagens, uma vez que sua propriedade é privativa

de brasileiros natos.

b) É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros

na assistência à saúde no país, salvo nos casos previstos em lei.

c) O sistema financeiro nacional será regulado por leis complementares que dis-

porão, inclusive, sobre a participação do capital estrangeiro nas instituições que o

integram.

d) Os investimentos de capital estrangeiro, o incentivo aos reinvestimentos e a re-

gulação à remessa de lucros serão disciplinados em lei, tendo por base o interesse

nacional.

Letra a.

a) Errada. Não alcança apenas brasileiros natos. Art. 222, CF/88.

b) Certa. Art. 199, § 3º, CF/88.

c) Certa. Art. 192, CF/88.

d) Certa. Art. 172, CF/88.

Questão 35    (FGV/XII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2013) A sociedade em-

presária Airplane Ltda., fabricante de aeronaves, sediada na China, celebrou con-

trato internacional de compra e venda com a sociedade empresária Voe Rápido

Ltda, com sede na Argentina. O contrato foi celebrado no Japão, em razão de uma

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feira promocional que ali se realizava. Conforme estipulado no contrato, as aerona-

ves deveriam ser entregues pela Airplane Ltda., na cidade do Rio de Janeiro, no dia

1º de abril de 2011, onde a sociedade Voe Rápido Ltda. possui uma filial e realiza a

atividade empresarial de transporte de passageiros. Diante da situação exposta, à

luz das regras de Direito Internacional Privado veiculadas na Lei de Introdução às

Normas do Direito Brasileiro (LINDB) e no estatuto processual civil brasileiro (Có-

digo de Processo Civil – CPC), assinale a afirmativa incorreta.

a) Não sendo as aeronaves entregues no prazo avençado, o Poder Judiciário bra-

sileiro é competente para julgar eventual demanda em que a credora postule o

cumprimento do contrato.

b) No tocante à regência das obrigações, aplica-se, no caso vertente, a legislação

japonesa.

c) O Poder Judiciário Brasileiro não é competente para julgar eventual ação por

inadimplemento contratual, pois o contrato não foi constituído no Brasil.

d) O juiz, não conhecendo a lei estrangeira, poderá exigir de quem a invoca prova

do texto e da vigência.

Letra c.

a) Certa. Art. 88, II, CPC/2015.

b) Certa. Art. 9º, LINDB.

c) Errada. Gabarito. Brasil é competente.

d) Certa. Art. 14, LINDB.

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Questão 36    (FGV/VIII EXAME DE ORDEM UNIFICADO/OAB/2012) A respeito da

autorização de trabalho a estrangeiro com vínculo empregatício no Brasil, assinale

a afirmativa correta.

a) Trata-se de ato administrativo de competência do Ministério do Trabalho, para

efeito de requerimento de visto permanente e/ou temporário, a estrangeiros que

desejem trabalhar no Brasil.

b) O empregador deve se comprometer com o treinamento profissional, mas não

é necessário haver correlação entre a atividade que o estrangeiro exercerá e sua

qualificação/experiência anterior.

c) O empregador que pretender importar mão de obra deverá manter pelo menos

metade das vagas da empresa ocupadas por brasileiros, que também devem res-

ponder por, pelo menos, metade da folha de salários.

d) Trata-se de ato administrativo de competência do Ministério da Educação, que dis-

pensa a autorização para o estrangeiro que haja concluído curso de pós-graduação

stricto sensu no Brasil ou tiver seu diploma estrangeiro revalidado.

Letra a.

a) Certa. Autorização de trabalho a estrangeiros: ato administrativo. Competên-

cia: Ministério do Trabalho e do Emprego.

b) Errada. Empregador deve comprovar qualificação do empregado estrangeiro.

c) Errada. Exige-se 2/3 inclusive quanto à folha de salários.

d) Errada. MEC não atua diante das relações de trabalho expostas no texto.

Questão 37    (IBFC/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF2/2018) Em matéria de pedi-

dos de alimentos por credor situado no Brasil e devedor em país diverso:

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I – Aplica-se a Convenção de Nova Iorque sobre Prestação de Alimentos no Es-

trangeiro de 1956.

II – Aplica-se a Convenção da Haia sobre a Cobrança Internacional de Alimentos

para Crianças e Outros Membros da Família, de 2007.

III – Aplica-se o Protocolo da Haia sobre Lei Aplicável às Obrigações de Prestar

Alimentos, de 2007.

a) Somente a Convenção prevista na alternativa I está em vigor no Brasil.

b) Somente a Convenção prevista na alternativa II está em vigor no Brasil.

c) Somente a Convenção prevista na alternativa III está em vigor no Brasil.

d) Todas as Convenções estão em vigor no Brasil.

e) Somente as Convenções previstas nas alternativas I e II estão em vigor no

Brasil.

Letra d.

Todas estão em vigor no Brasil. A Convenção de Nova Iorque sobre Prestação de

Alimentos no Estrangeiro de 1956 (Decreto n. 56826/1965), a Convenção sobre a

Cobrança Internacional de Alimentos para Crianças e Outros Membros da Família,

e o Protocolo sobre a Lei Aplicável às Obrigações de Prestar Alimentos (Decreto n.

9176/2017).

Questão 38    (PGR/PROCURADOR DA REPÚBLICA/MPF/2017) Dentre os enunciados

abaixo, somente estão corretos:

I – De acordo com a Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar, so-

mente a lei do ordenamento jurídico do Estado de domicílio ou residência

habitual do credor é a que rege a obrigação alimentar.

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II – A Convenção sobre a Prestação de Alimentos no Estrangeiro estabelece a co-

operação jurídica internacional para a obtenção de alimentos, tendo previsto

a criação de autoridade remetente e instituição intermediária para atuar na

cooperação entre os Estados contratantes.

III – Para a incidência da Convenção sobre a Prestação de Alimentos no Estrangei-

ro é necessário que o credor e o devedor de alimentos sejam da nacionalida-

de dos Estados partes, mesmo que se encontrem sob a jurisdição de Estado

que não seja parte da Convenção.

IV – De acordo com a Convenção Interamericana sobre Obrigação Alimentar, so-

mente tem jurisdição internacional para conhecer das reclamações de ali-

mentos o juiz ou autoridade do Estado de domicílio ou residência habitual do

devedor.

a) II, III e IV.

b) I e II.

c) Apenas II.

d) I, III e IV.

Letra c.

I – Errado. Artigo 6 da Convenção Interamericana sobre obrigação alimentar. O

ordenamento jurídico do domicílio ou da residência habitual serão observados.

II – Certo. Artigo 1º da Convenção de Nova Iorque sobre prestação de alimentos

no estrangeiro. Organismos acionados: Autoridade remetente e Instituição inter-

mediária.

III – Errado. Artigo 1º da Convenção Interamericana sobre obrigação alimentar.

Domicílio ou residência habitual em Estados parte.

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IV – Errado. Artigo 8 da Convenção Interamericana sobre obrigação alimentar.

O juiz ou autoridade do Estado com o qual o devedor mantenha vínculos pessoais

também é competente.

Questão 39    (TRF3/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF3/2018) Cuidando-se dos

efeitos civis do sequestro internacional de crianças, de acordo com e nos estritos

termos da convenção concluída na cidade de Haia, em 25/10/1980, considere as

seguintes assertivas:

I – Qualquer decisão que, baseada nos termos da Convenção, determine o retor-

no da criança, não afeta os fundamentos do direito de guarda.

II – Se restar provado que a criança já está integrada no seu novo meio, por

mais de um ano, a autoridade judicial ou administrativa não está obrigada a

determinar o seu retorno.

III – Decisão fundamentada quanto ao direito de guarda pode servir de base para

justificar a recusa de retorno da criança, nos termos da Convenção, poden-

do as autoridades judiciais ou administrativas do Estado requerido levar em

consideração os motivos dessa decisão na aplicação da Convenção.

IV – É lícita a exigência de prestação de caução ou depósito para garantir o pa-

gamento dos custos e despesas relativas aos procedimentos previstos na

convenção, podendo o interessado, se o caso, alegar impossibilidade de arcar

com tais gastos, caso em que poderá ser eximido de tais pagamentos.

a) Todas as assertivas são corretas.

b) A assertiva III é a única correta.

c) As assertivas I e II são as únicas corretas.

d) As assertivas III e IV são as únicas corretas.

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Letra c.

I – Certa. Art. 19. Qualquer decisão sobre o retorno da criança, tomada nos ter-

mos da presente Convenção, não afetam os fundamentos do direito de guarda.

II – Certa. Art. 12. Quando uma criança tiver sido ilicitamente transferida ou reti-

da, nos termos do Artigo 3, e tenha decorrido um período de menos de 1 ano entre

a data da transferência ou da retenção indevidas e a data do início do processo pe-

rante a autoridade judicial ou administrativa do Estado Contratante onde a criança

se encontrar, a autoridade respectiva deverá ordenar o retorno imediato da criança.

III – Errada. Art. 17. O simples fato de que uma decisão relativa à guarda tenha sido

tomada ou seja passível de reconhecimento no Estado requerido não poderá servir de

base para justificar a recusa de fazer retornar a criança nos termos desta Convenção,

mas as autoridades judiciais ou administrativas do Estado requerido poderão levar em

consideração os motivos dessa decisão na aplicação da presente Convenção.


IV – Errada. Artigo 22. Nenhuma caução ou depósito, qualquer que seja a sua de-
nominação, podará ser imposta para garantir o pagamento de custos e despesas re-
lativas aos processos judiciais ou administrativos previstos na presente Convenção.

Questão 40    (MPE-MS/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/MPE-MS/2018) So-


bre o auxílio direto na cooperação internacional, é incorreto afirmar:
a) O auxílio direto pode ser utilizado para a obtenção e a prestação de informações
sobre o ordenamento jurídico e sobre processos administrativos ou jurisdicionais
findos ou em curso.
b) Por meio do pedido de auxílio direto é possível realizar a colheita de provas, sal-
vo se a medida for adotada em processo, em curso no estrangeiro, de competência
exclusiva de autoridade judiciária brasileira.

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c) O auxílio direto é procedimento de jurisdição contenciosa que deve tramitar


obrigatoriamente perante o Superior Tribunal de Justiça, assegurando às partes as
garantias do devido processo legal.
d) O Ministério Público poderá requerer em juízo a medida solicitada pela via do
auxílio direto passivo, nos casos em que for autoridade central.
e) A solicitação de auxílio direto será encaminhada pelo órgão estrangeiro interes-
sado à autoridade central, cabendo ao Estado requerente assegurar a autenticidade
e a clareza do pedido.

Letra c.
a) Certa. Art. 30, I, CPC/2015.
b) Certa. Art. 30, II, CPC/2015.
c) Errada. Encaminha-se à autoridade central. Art. 29, CPC/2015.
d) Certa. Art. 33, CPC/2015.
e) Certa. Art. 29, CPC/2015.

Questão 41    (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STJ/2018) Julgue

o item a seguir, relativo à função jurisdicional.

O pedido passivo de cooperação jurídica internacional é aquele realizado por órgão

estrangeiro.

Certo.

Passivo: vindo de outro Estado.

Questão 42    (CESPE/ANALISTA JUDICIÁRIO/ÁREA JUDICIÁRIA/STJ/2018) Julgue

o item a seguir, relativo à função jurisdicional.

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A cooperação jurídica internacional segue parâmetros legais definidos em lei ordi-

nária nacional.

Errado.

Art. 26, CPC/2015; rege-se por tratados.

Questão 43    (CESPE/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/TRF5/2017) A respeito da homo-

logação de sentenças estrangeiras, assinale a opção correta.

a) Na hipótese de tutela provisória de urgência estrangeira, o beneficiário que ti-

ver interesse na sua execução no território brasileiro deverá requerer a respectiva

homologação ao STJ.

b) Conforme entendimento do STJ, a comprovação da definitividade da decisão

homologanda só será admitida por meio da certidão de seu trânsito.

c) O indeferimento de pedido de homologação de sentença estrangeira impede a

propositura de novo pedido, em função da coisa julgada.

d) No caso de sentença estrangeira que regulamenta alimentos homologada pelo

STJ, admite-se a superveniência de decisão posterior, pelo Poder Judiciário brasilei-

ro, que disponha de forma diferente.

e) Caso um interessado pretenda fazer valer a eficácia, no Brasil, de decisão es-

trangeira de divórcio consensual ou conflituoso, deverá requerer ao STJ a respec-

tiva homologação.

Letra d.

a) Errada. Art. 962, § 2º, CPC/2015.

b) Errada. Permite comprovação por meio idôneo, conforme entendimento do STJ.

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c) Errada. Indeferimento = coisa julgada formal.

d) Certa. Superior interesse do menor.

e) Errada. Art. 961, §5º, CPC/2015.

Questão 44    (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2017) De acordo com o

entendimento do STJ acerca da homologação de sentenças estrangeiras, julgue o

item seguinte.

O caráter laico do Estado brasileiro impede a homologação de sentenças estrangei-

ras eclesiásticas de anulação de matrimônio confirmadas pela Santa Sé.

Errado.

Segundo a jurisprudência do STJ, este homologará sentença eclesiástica.

Questão 45    (CESPE/DEFENSOR PÚBLICO FEDERAL/DPU/2017) De acordo com o

entendimento do STJ acerca da homologação de sentenças estrangeiras, julgue o

item seguinte.
Pode ser homologada sentença penal estrangeira que determine o perdimento
de imóvel situado no Brasil reconhecido como produto de crime de lavagem de
dinheiro.

Certo.
Conforme a jurisprudência do STJ, é possível homologar sentença penal estrangei-
ra que determine o perdimento de imóvel situado no Brasil em razão de o bem ser
produto do crime de lavagem de dinheiro. Não há ofensa ao art. 23, I, do CPC/2015.
A sentença estrangeira traz os efeitos civis de uma condenação penal, determinan-
do o perdimento de bens que foram objeto de crime de lavagem de capitais.

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Questão 46    (FUNECE/ADVOGADO/UECE/2017) A cooperação jurídica internacio-


nal será regida por tratado de que o Brasil faz parte e observará
a) a existência de autoridade central para recepção e transmissão dos pedidos de
cooperação.
b) a igualdade de tratamento entre nacionais e estrangeiros, residentes ou não no
Brasil, em relação ao acesso à justiça e à tramitação dos processos, assegurando-se
assistência judiciária somente aos necessitados nacionais.
c) a publicidade processual, exceto nas hipóteses de sigilo previstas na legislação
brasileira.
d) a obrigatoriedade na transmissão de informações a autoridades estrangeiras.

Letra a.
a) Certa. Art. 26, IV, CPC/2015.
b) Errada. Art. 26, II, CPC/2015. Necessitados estrangeiros também serão assistidos.
c) Errada. Art. 26, III, CPC/2015. Legislação internacional também.
d) Errada. Art. 26, V, CPC/2015. Não há obrigatoriedade.

Questão 47    (ESAF/ESPECIALISTA EM REGULAÇÃO DE AVIAÇÃO CIVIL/ANAC/2016)

Com relação ao objeto do Direito Internacional Privado, assinale a opção correta.

a) O Direito Internacional Privado é ramo do direito privado, por tratar de ques-

tões civis como casamento e herança.

b) O principal sujeito do Direito Internacional Privado é o Estado.

c) O Direito Internacional Privado é primordialmente estruturado por normas de

sobredireito, que estabelecem regras de conexão para a escolha de uma entre as

leis em conflito.

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d) A disciplina da homologação de sentença estrangeira não se inclui no Direito

Internacional Privado por ser norma processual.

e) O conceito de ordem pública não possui relevância para o Direito Internacional

Privado.

Letra c.

a) Errada. Ramo de direito interno.

b) Errada. O Estado é o principal sujeito do direito internacional público. Item

incorreto.

c) Certa. As regras de conexão são primordiais no Direito Internacional Privado.

d) Errada. O estudo da homologação de sentença estrangeira é um dos principais

temas de Direito Internacional Privado.

e) Errada. É de suma relevância, inclusive aparecendo como limitador nos casos

de homologação.

Questão 48    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2015) No que diz respeito à co-

operação jurídica internacional e às competências da AGU nessa matéria, julgue o

próximo item.

A autoridade judiciária brasileira é competente, com exclusão de qualquer outra

autoridade, para conhecer de ações relativas a imóveis situados no Brasil.

Certo.

Nos termos do art. 23, I, CPC/2015.

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Questão 49    (CESPE/ADVOGADO DA UNIÃO/AGU/2015) A AGU é a autoridade cen-

tral federal que deve dar cumprimento às obrigações impostas pela Convenção Re-

lativa à Proteção das Crianças e à Cooperação em Matéria de Adoção Internacional.

Errado.

AGU não é autoridade central.

Questão 50    (NC-UFPR/DIREITO/ITAIPU BINACIONAL/2015) (ADAPTADA). A res-

peito da cooperação jurídica internacional, assinale a alternativa correta.

a) Segundo o entendimento do Superior Tribunal de Justiça, incabível a concessão

de cartas rogatórias com conteúdo decisório.

b) De acordo com o regimento interno do Superior Tribunal de Justiça, inadmite-se

a homologação parcial de sentença estrangeira.

c) O Ministério Público Federal terá vista do processo de homologação de sentença

estrangeira, podendo impugná-lo se assim o entender.

d) A cooperação jurídica, mediante auxílio direto, depende de juízo de deliberação

via Superior Tribunal de Justiça.

Letra c.

a) Errada. É cabível diante de cartas com conteúdo decisório.

b) Errada. É possível a homologação parcial.

c) Certa. Trata-se de ato procedimental nos processos de homologação.

d) Errada. Independe de juízo de delibação do STJ.

Questão 51    (CESGRANRIO/ADVOGADO/PETROBRAS/2015) A homologação de

uma sentença estrangeira no Brasil tem, como requisito indispensável:

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a) haver sido proferida por autoridade competente.

b) estar autenticada pelo Ministro da Justiça brasileiro.

c) estar acompanhada de tradução, podendo ser juramentada ou não.

d) ser decisão proferida por órgão colegiado ou tribunal.

e) terem sido as partes citadas adequadamente, não se admitindo a figura da

revelia.

Letra a.

Nos termos do art. 963 do CPC/2015:

Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:


I – ser proferida por autoridade competente;
II – ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;
III – ser eficaz no país em que foi proferida;
IV – não ofender a coisa julgada brasileira;
V – estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em
tratado;
VI – não conter manifesta ofensa à ordem pública.

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