Português - Análise de - O Mostrengo

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13/03/23, 23:18 Português: Análise de "O Mostrengo"

. Abundância de formas verbais que sugerem movimento: «ergue», «voou», «tremer»,


«rodou», «ata»;
. Localização espácio-temporal:
‑ «à roda da nau»;
‑ «no fim do mar»;
‑ «nas minhas cavernas que não desvendo, / Meus tetos negros do fim do mundo!»;
‑ «onde nunca ninguém me visse»;
‑ « mar sem fundo».

. Simbolismo das personagens:

. O mostrengo simboliza   ‑ o mar desconhecido


‑ os segredos ocultos
‑ o medo dos navegadores que enfrentam o desconhecido
‑ os perigos que tiveram de enfrentar

. O homem do leme
‑ simboliza a coragem e a ousadia do povo português;
‑ é o herói mítico, símbolo do seu povo e que, por isso, passa de herói individual a
coletivo, com uma missão a cumprir.

. Tom dramático do poema


. Alternância discurso direto / discurso direto.
. Grande tensão entre as duas personagens ao longo do diálogo e ao longo de todo o texto:
- o mistério que rodeia o «mostrengo»;
- o mistério patenteado pelo número 3;
- expressões carregadas de mistério e terror;
- as formas verbais que traduzem movimentos súbitos, violentos.
. Ambiente de terror:
- a linguagem visualista;
- as atitudes do «mostrengo»;
- a localização espácio-temporal.
. Os recursos estilístico-poéticos:
- a função expressiva / emotiva;
- as exclamações e interrogações;
- a reiteração;
- as metáforas;
- o refrão.
. O contraste entre o «mostrengo» e o marinheiro: o crescendo de irascibilidade do monstro
e o seu progressivo apagamento, o crescendo de coragem do marinheiro, que culmina na
sua última fala, quando se compenetra de que representa o povo português e de que tem
de prosseguir a sua empresa.
. O drama interior do marinheiro, dividido entre o terror e a coragem.

. Tom épico do poema


. Verso decassílabo.
. Harmonia imitativa.
. Aliterações.
. Sons fechados e nasais.
. O espírito cavaleiresco de exaltação patriótica já existe n’Os Lusíadas: o marinheiro
representa todo um povo que deseja conquistar o mar e que não se deixa vergar pelo
monstro, símbolo dos medos e perigos do mar.
. A luta desigual, heroica, entre o monstro aparentemente invencível que é o mar e a
insistência, a coragem heroica dos portugueses. Estamos, portanto, no mundo dos heróis.

. Intertextualidade: o Mostrengo e o Adamastor

Mostrengo Adamastor
SEMELHANÇAS
. Conteúdo épico semelhante: de um lado, a forma invencível do mar; do outro, a vontade
férrea e a coragem de um marinheiro que representa a forma de um povo que quer o mar.

. Objetivo dos textos: tornar os Portugueses heróis, pela sua coragem, valentia e determinação.

. Simbologia: personificação dos perigos e do receio do mar desconhecido.

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13/03/23, 23:18 Português: Análise de "O Mostrengo"
. Localização: ambos os textos se situam no centro das respetivas obras, funcionando como
eixos estruturantes.
DIFERENÇAS
. Retrato: figura terrena humana de enormes
. Retrato: figura animalesca, semelhante a u proporções e de aspeto medonho
morcego, voa. (Adamastor).
. Aterroriza pelas proporções gigantescas e
. Aterroriza sobretudo pelo aspeto repugnante. pela forma estranha.
. É vencido pela determinação e pela coragem
do marinheiro. . É vencido pelos males de amor.
. O texto é mais épico-dramático, pois centra . O caráter épico dilui-se no lirismo da segunda
a emoção sobretudo na pessoa do homem do parte do episódio, em que o gigante conta a
leme, que evoluciona do medo para a sua história de amor e se considera um herói
coragem e ousadia. frustrado.
. É um ser que provoca medo e repugnância. . É uma personificação que provoca medo.
. O terror e a repugnância que suscita vão
diminuindo à medida que cresce a força, a . É o Adamastor que se declara um herói
coragem e a determinação do homem do vencido pelo amor. A tensão dramática dilui-
leme, cuja heroicidade, na última fala, se bastante, visto que a tensão emocional é
obnubila o monstro. transposta do marinheiro para o gigante.
. Expressão caraterizadora: «horrendo e
. Expressão caraterizadora: «imundo e grosso». grosso».
. Maior verosimilhança: a colocação do homem
do leme ao serviço de D. João II, pois foi
neste reinado que se ultrapassou o Cabo das . O interlocutor do gigante é Vasco da Gama,
Tormentas. ao serviço do rei D. Manuel.
. Texto mais curto, logo mais denso e
simbolista, sendo mais importante o que se
sugere do que o que se afirma claramente. . Texto mais extenso e menos denso.

. Conceitos de herói e heroísmo: quer este poema, quer o episódio do Adamastor revelam o
espírito aventureiro, a intrepidez e a audácia do povo português.
         Por outro lado, o heroísmo do poema decorre da capacidade de o ser humano dominar e
vencer o próprio medo, exemplificada pelo marinheiro.

. Recursos poético-estilísticos

1. Nível fónico
. Estrofes: três estrofes de 9 versos, finalizadas por um refrão.
. Irregularidade:
‑ métrica:
. versos decassílabos;
. versos hexassílabos no refrão;
. outros versos de metro mais curto (6, 8, 9);
‑ rimática:
. esquema rimático: aabaacdcd;
. emparelhada e cruzada, sendo cada terceiro verso das três estrofes um
verso branco;
. consoante («mar» / «voar»);
. rica («mar» / «voar») e pobre («chiar» / «entrar»);
. aguda («mar» / «voar») e grave («desvendo» / «tremendo»).
. Ritmo livre, adaptado à emoção patente no poema.
. Refrão: predominam os sons nasais e fechados (ão, un), conferindo ao poema um
tom pesado e sombrio. Por outro lado, nele ressoa a força, a vontade férrea
inerentes à figura do rei D. João II, e acentua a lealdade inabalável do
marinheiro à vontade do rei.
. Harmonia imitativa (onomatopeia) produzida pela repetição dos sons /v/, /s/, /ch/,
/r/, /z/ (aliterações), que sugerem o ruído do voo do «mostrengo».
. Aliteração em /m/ no verso 15.
. Ocorrência de outros sons nasais (em) e fechados (ê, ô), que emprestam ao poema o
referido tom sombrio, de gravidade, de mau presságio.
. Transporte: vv. 1-2, 5-6, 24-25.

2. Nível morfossintático
. Abundância de formas verbais que sugerem movimentos incontroláveis, violentos, de
terror e que emprestam ao poema grande dinamismo. Os tempos verbais

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