Visita Técnica À Fabrica de Blocos Cerâmicos
Visita Técnica À Fabrica de Blocos Cerâmicos
Visita Técnica À Fabrica de Blocos Cerâmicos
Civil
Visita técnica a
fábrica de blocos
cerâmicos
Outubro/2010
São Paulo/SP
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FTCE – Faculdade de Tecnologia e Ciências Exatas – Curso de Eng. Civil
Sumário
1. Introdução ................................................................................................... 3
2. Objetivo ....................................................................................................... 3
3. O que é Cerâmica? ..................................................................................... 3
4. Histórico da Cerâmica ............................................................................... 3
5. Matéria-Prima ............................................................................................ 4
6. Classificação das Argilas ........................................................................... 4
7. Blocos Cerâmicos de Vedação ................................................................... 5
7.1 Processo de Fabricação .................................................................. 6
7.1.1 Extração da Matéria-Prima ............................................. 6
7.1.2 Estocagem e Preparação da Massa ................................. 6
7.1.3 Moldagem .......................................................................... 8
7.1.4 Secagem ............................................................................ 12
7.1.5 Queima ............................................................................. 13
7.1.6 Transporte ....................................................................... 14
7.2 Ensaios ........................................................................................... 16
7.3 Vantagens da utilização de blocos cerâmicos ............................ 20
7.4 Desvantagens da utilização de blocos cerâmicos ....................... 21
8. Conclusão .................................................................................................. 22
9. Referências Bibliográficas ....................................................................... 23
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1. Introdução
A indústria da cerâmica é umas das mais antigas do mundo, em vista da facilidade de
fabricação e abundância de matéria-prima. Mas somente no século 17 foi que ela teve sua
importância relevada. Em 1666, um grande incêndio na cidade de Londres destruiu
centenas de casas de madeira, esse fato alertou os ingleses a reconstruir as casas usando
tijolos cerâmicos. O Brasil é um dos maiores produtores mundiais de cerâmica vermelha,
ao lado de países como China, Espanha e Itália. Porém, o País consome quase toda sua
produção que está mais está distribuída na região sudeste, sul e nordeste.
Na construção civil para fabricação de estruturas em alvenaria podem ser utilizados
blocos cerâmicos que devem seguir determinadas características e propriedades, mediante
normas que venham garantir o seu desempenho. Para que isso seja garantido, é necessário
que sejam feitos estudos mais detalhados e análises das propriedades desejadas. Neste
trabalho conhecemos o processo de fabricação de blocos cerâmicos e verificamos se o
processo utilizado é adequado para atender as exigências da Norma Brasileira.
2. Objetivo
Visitar uma fabrica de blocos cerâmicos de vedação para entender o processo de
fabricação desde a retirada da matéria-prima até a distribuição ao consumidor.
3. O que é cerâmica?
Cerâmica refere-se à produção de artefatos a partir de argilas, que é fácil de moldar
quando umedecida. Após submetida a uma secagem lenta à sombra, para retirar a maior
parte da água, a peça moldada é submetida a altas temperaturas que lhe atribuem rigidez e
resistência mediante a fusão de certos componentes da massa, fixando os esmaltes das
superfícies. A cerâmica pode ser uma atividade artística, em que são produzidos artefatos
com valor estético, ou uma atividade industrial, que produz artefatos utilitários.
4. Histórico da Cerâmica
A cerâmica é o material artificial mais antigo produzido pelo homem, existindo a cerca
de dez a quinze mil anos. Quando saiu das cavernas e se tornou um agricultor, ele
necessitava não apenas de um abrigo, como também de vasilhas para armazenamentos. Tais
vasilhas tinham que ser resistentes ao uso, impermeáveis a umidade e de fácil fabricação.
Essas facilidades foram encontradas na argila.
A capacidade da argila de ser moldada quando misturada em proporções corretas de
água, e de endurecer após a queima, permitiu que ela fosse utilizada na construção de casas,
de vasilhames, na construção de urnas funerárias e até como “papel” para escrita.
Por ser um material barato, pois a matéria-prima é abundante, os produtores cerâmicos
tornaram-se logo algo essencial na historia da humanidade.
No Brasil, a cerâmica tem seus primórdios na Ilha de Marajó. A cerâmica marajoara
tem sua origem na avançada cultura indígena que floresceu na ilha. Estudos arqueológicos,
contudo, indicam a presença de uma cerâmica mais simples, ocorreu, ainda na região
amazônica por volta de 5.000 anos atrás.
A cerâmica marajoara era altamente elaborada e de uma especialização artesanal que
compreendia várias técnicas: raspagem, incisão, excisão e pintura.
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5. Matéria-Prima
A matéria-prima empregada na fabricação de produtos cerâmicos são as argilas e os
desengordurantes, sendo as primeiras a matéria ativa, e os segundos os materiais inertes que
diminuem a plasticidade.
As argilas são rochas sedimentares compostas de grãos muito finos de silicatos de
alumínio, associados a óxidos que lhes dão tonalidades diversas.
Minerias como o quartzo, feldaspatos, micas, anfíbolas e pirozenas, constituintes das
rochas silicatadas da costra terrestre, quando expostos à atmosfera tornam-se instáveis. A
água que penetra nos poros, clivagens e microfraturas desses minerais dissolvem os seus
constituintes. A reorganização destes constituintes em solução, com participação de água,
oxigênio, dióxido de carbono e iões dissolvidos permite a formação de minerais argilosos e,
conseqüentemente, de argilas que ficarão em equilíbrio nas condições atmosféricas.
As argilas utilizadas para a confecção de componentes de cerâmica vermelha são
constituídas dos argilominerais e minerais acessórios.
Os principais grupos de argilominerais são a caulinita, a ilita e as montmorilonitas. A
caulinita é utilizada para confecção de matérias refratários, enquanto a ilita e a
montmorilonita são mais adequadas para a fabricação de cerâmica vermelha.
Os principais elementos constituintes dos argilominerais são a alumina, os compostos
de cálcio e magnésio, a matéria orgânica, a sílica, silicatos e fosfatos e os sais solúveis.
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7.1.3. Moldagem
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Figura 4 – Destorroador
Figura 5 - Misturador
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Figura 6 – Laminador
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7.1.4. Secagem
As argilas utilizadas na fabricação de cerâmica vermelha possuem, usualmente, teor
elevado de umidade, necessário para viabilizar a moldagem. Esse teor de água deve ser
retirado lentamente do componente cerâmico, de modo a impedir o aparecimento de
deformações ou fissuras. Durante o processo de secagem, ocorre migração de água para o
exterior, e o calor gerado pela evaporação dessa umidade aquece a superfície do
componente moldado. Como conseqüência, a superfície do componente seca mais rápido
do que seu interior. Isto resulta numa contração diferencial com relação ao interior que gera
tensões que podem vir a causar deformações e/ou fissuras. A contração varia entre 3% e 8%
em peças moldadas no estado plástico, por exemplo, na extrusão. (G.C. Isaia, 2007 apud
Barba et al.,2002)
A velocidade de secagem é influenciada pela temperatura, pela umidade e direção de
incidência do ar sobre o componente moldado, pela forma do componente e também pela
granulometria e composição mineralógica da argila.
A secagem pode ser realizada por meio de dois processos: secagem natural e secagem
artificial.
Na visita à Cerâmica Kato, observamos o processo de secagem artificial, o qual é
realizado em câmara de alvenaria onde se aproveita o calor dos fornos e secadores de
câmeras paralelas.
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7.1.5. Queima
O aquecimento da argila gera alterações físico-quimicas irreversíveis, que resultam em
mudanças em suas propriedades. No inicio do processo de aquecimento, até cerca de
150°C, ocorre a evaporação da água livre. Desta temperatura até cerca de 600°C, ocorre a
perda de água adsorvida. A partir de então, iniciam-se diversas reações químicas, ocorrendo
desidratação química e decomposição de matéria orgânica existente na argila.
Posteriormente, ocorre a oxidação e, a partir de 800°c a 1100°C ocorre a vitrificação da
argila.
Fatores como a velocidade que ocorre o acréscimo de temperatura, a temperatura
máxima atingida durante o processo, o tempo de manutenção da temperatura máxima e a
velocidade do resfriamento, alem da uniformidade da temperatura no forno, são
determinantes das propriedades que se desejam obter no componente fabricado, tais como
resistência mecânica, absorção de água e contração linear. A velocidade de acréscimo de
temperatura deve ser especificada de modo a permitir a saída da água de forma gradual,
sem a geração de deformações excessivas por contração. Na fabricação de blocos e tijolos
de cerâmica vermelha, a temperatura máxima atingida fica na ordem de 800°C a 1100°C.
Em outros componentes pode superar 1200°C.
Na medida em que a temperatura se eleva, a uma constante mudança de cor da argila,
que se torna rósea e, posteriormente, escurece, passando por tons de marrom e podendo
chegar até a cor preta, quando submetida a temperaturas muito elevadas. A cor da cerâmica
é, muitas vezes, um requisito especificado pelo mercado, o que exige que o fabricante
selecione a composição da argila (em especial, a quantidade de oxido de ferro) e o ciclo de
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7.1.6. Transporte
A ultima etapa do processo é o carregamento do caminhão, o qual é feito manualmente,
e a distribuição às lojas de materiais de construção.
Esta etapa deve ser executada com cautela para que não haja danificação das peças e
assim a qualidade do bloco entregue ao consumidor final não seja comprometida.
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7.2. Ensaios
Os ensaios foram realizados com base na NBR 15270 Componentes cerâmicos, conforme dados
abaixo:
Determinação das características geométricas
Os blocos devem ser colocados sobre uma superfície plana e indeformável, onde são obtidos
os valores de largura, altura, comprimento, septos e parede externas com o auxilio de um
paquímetro. A norma exige que a tolerância dimensional individual não ultrapasse 5mm e a
tolerância média não ultrapasse 3mm. O septo deverá ser no mínimo 6mm e as paredes externas
no mínimo 7mm
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Bloco Massa Seca (ms) (g) Massa Úmida (mu) (g) Absorção d'água (AA) %
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Leveza
Isolamento térmico e acústico
Propicia a construção racionalizada
Simplifica o detalhamento de projetos
Diminuição do desperdício dos materiais (blocos, argamassa de assentamento e
reboco)
Decréscimo na espessura de revestimento
Canteiro de obra menos congestionado e espaço mais limpo
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8. Conclusão
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9. Referências bibliográficas
http://www.anicer.com.br/encontro39/index.asp?pg=blog.asp&id=120, acesso em
30/09/2010 às 8:46h
http://www.ppgec.civil.cefetmg.br/galerias/arquivos_download/dissertacoes/DEFESA_201
0_01.pdf , acesso em 10/10/2010 às 15:30h
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