Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS (Lei 9961)
Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS (Lei 9961)
Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS (Lei 9961)
CAPÍTULO I
DA CRIAÇÃO E DA COMPETÊNCIA
Art. 1o É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, autarquia sob o regime
especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro - RJ, prazo
de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação,
normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.
(TRF3-2016)
Art. 2o Caberá ao Poder Executivo instalar a ANS, devendo o seu regulamento, aprovado por
decreto do Presidente da República, fixar-lhe a estrutura organizacional básica.
Parágrafo único. Constituída a ANS, com a publicação de seu regimento interno, pela diretoria
colegiada, ficará a autarquia, automaticamente, investida no exercício de suas atribuições.
Art. 3o A ANS terá por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na
assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações
com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País.
III - elaborar o rol de procedimentos e eventos em saúde, que constituirão referência básica
para os fins do disposto na Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, e suas excepcionalidades;
VIII - deliberar sobre a criação de câmaras técnicas, de caráter consultivo, de forma a subsidiar
suas decisões;
IX - normatizar os conceitos de doença e lesão preexistentes;
X - definir, para fins de aplicação da Lei no 9.656, de 1998, a segmentação das operadoras e
administradoras de planos privados de assistência à saúde, observando as suas peculiaridades;
XII - estabelecer normas para registro dos produtos definidos no inciso I e no § 1 o do art. 1o da
Lei n 9.656, de 1998;
o
XIV - estabelecer critérios gerais para o exercício de cargos diretivos das operadoras de planos
privados de assistência à saúde;
XXI - monitorar a evolução dos preços de planos de assistência à saúde, seus prestadores de
serviços, e respectivos componentes e insumos;
XXIII - fiscalizar as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde e zelar
pelo cumprimento das normas atinentes ao seu funcionamento;
XXVI - fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de serviços de saúde com relação à
abrangência das coberturas de patologias e procedimentos;
XXVII - fiscalizar aspectos concernentes às coberturas e o cumprimento da legislação referente
aos aspectos sanitários e epidemiológicos, relativos à prestação de serviços médicos e hospitalares no
âmbito da saúde suplementar;
XXXVII - zelar pela qualidade dos serviços de assistência à saúde no âmbito da assistência à
saúde suplementar;
XLIII - estipular índices e demais condições técnicas sobre investimentos e outras relações
patrimoniais a serem observadas pelas operadoras de planos de assistência à saúde. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.177-43, de 2001) (Vide Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
CAPÍTULO II
DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL
Art. 5o A ANS será dirigida por uma Diretoria Colegiada, devendo contar, também, com um
Procurador, um Corregedor e um Ouvidor, além de unidades especializadas incumbidas de
diferentes funções, de acordo com o regimento interno.
Parágrafo único. A ANS contará, ainda, com a Câmara de Saúde Suplementar, de caráter
permanente e consultivo.
Art. 6º A gestão da ANS será exercida por Diretoria Colegiada composta de 5 (cinco)
Diretores, sendo um deles o seu Diretor-Presidente. (Redação dada pela Lei nº 13.848, de
2019) Vigência
Parágrafo único. Os membros da Diretoria Colegiada serão brasileiros, indicados pelo
Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação prévia pelo Senado Federal, nos termos
da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, para cumprimento de mandato de 5
(cinco) anos, vedada a recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000. (Redação
dada pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência
Art. 9o Até doze meses após deixar o cargo, é vedado a ex-dirigente da ANS:
I - representar qualquer pessoa ou interesse perante a Agência, excetuando-se os interesses
próprios relacionados a contrato particular de assistência à saúde suplementar, na condição de
contratante ou consumidor;
III - aprovar o regimento interno da ANS e definir a área de atuação de cada Diretor;
§ 1º A Diretoria Colegiada reunir-se-á com a presença de, pelo menos, 3 (três) diretores, entre
eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará com, no mínimo, 3 (três) votos
coincidentes. (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019) Vigência
§ 2o Dos atos praticados pelos Diretores caberá recurso à Diretoria Colegiada como última
instância administrativa. (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
§ 3o O recurso a que se refere o § 2 o terá efeito suspensivo, salvo quando a matéria que lhe
constituir o objeto envolver risco à saúde dos consumidores.
VIII - assinar contratos e convênios, ordenar despesas e praticar os atos de gestão necessários
ao alcance dos objetivos da ANS.
a) da Fazenda;
c) do Trabalho e Emprego;
d) da Justiça;
e) da Saúde;
n) Força Sindical;
a) do segmento de autogestão de assistência à saúde; (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.177-44, de 2001)
d) das empresas de odontologia de grupo; (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44,
de 2001)
§ 2o As entidades de que tratam as alíneas dos incisos V e VI escolherão entre si, dentro de
cada categoria, os seus representantes e respectivos suplentes na Câmara de Saúde Suplementar.
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
CAPÍTULO III
DO CONTRATO DE GESTÃO
CAPÍTULO IV
Art. 16. Constituem patrimônio da ANS os bens e direitos de sua propriedade, os que lhe
forem conferidos ou os que venha a adquirir ou incorporar.
I - o produto resultante da arrecadação da Taxa de Saúde Suplementar de que trata o art. 18;
III - o produto da arrecadação das multas resultantes das suas ações fiscalizadoras;
VII - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;
VIII - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua propriedade;
Parágrafo único. Os recursos previstos nos incisos I a IV e VI a XI deste artigo serão creditados
diretamente à ANS, na forma definida pelo Poder Executivo.
Art. 18. É instituída a Taxa de Saúde Suplementar, cujo fato gerador é o exercício pela ANS do
poder de polícia que lhe é legalmente atribuído.
Art. 19. São sujeitos passivos da taxa de saúde suplementar as pessoas jurídicas, condomínios
ou consórcios constituídos sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa ou
entidade de autogestão, ainda que não assumam o risco financeiro da cobertura assistencial, que
operem produto, serviço, contrato ou correlato, com a finalidade de garantir a assistência à saúde,
visando à assistência médica, hospitalar ou odontológica. (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.177-43, de 2001)
I - por plano de assistência à saúde, e seu valor será o produto da multiplicação de R$ 2,00
(dois reais) pelo número médio de usuários de cada plano privado de assistência à saúde, deduzido
o percentual total de descontos apurado em cada plano, de acordo com as Tabelas I e II do Anexo II
desta Lei;
§ 1o Para fins do cálculo do número médio de usuários de cada plano privado de assistência à
saúde, previsto no inciso I deste artigo, não serão incluídos os maiores de sessenta anos.
§ 2o Para fins do inciso I deste artigo, a Taxa de Saúde Suplementar será devida anualmente e
recolhida até o último dia útil do primeiro decêndio dos meses de março, junho, setembro e
dezembro e de acordo com o disposto no regulamento da ANS.
§ 3o Para fins do inciso II deste artigo, a Taxa de Saúde Suplementar será devida quando da
protocolização do requerimento e de acordo com o regulamento da ANS.
§ 4o Para fins do inciso II deste artigo, os casos de alteração de dados referentes ao produto ou
à operadora que não produzam conseqüências para o consumidor ou o mercado de saúde
suplementar, conforme disposto em resolução da Diretoria Colegiada da ANS, poderão fazer jus a
isenção ou redução da respectiva Taxa de Saúde Suplementar.
§ 5o Até 31 de dezembro de 2000, os valores estabelecidos no Anexo III desta Lei sofrerão um
desconto de 50% (cinqüenta por cento).
§ 8o As operadoras com número de usuários inferior a vinte mil poderão optar pelo
recolhimento em parcela única no mês de março, fazendo jus a um desconto de cinco por cento sobre
o montante calculado na forma do inciso I deste artigo, além dos descontos previstos nos §§ 6 o e 7o,
conforme dispuser a ANS. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
§ 9o Os valores constantes do Anexo III desta Lei ficam reduzidos em cinqüenta por cento, no
caso das empresas com número de usuários inferior a vinte mil. (Incluído pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)
§ 10. Para fins do disposto no inciso II deste artigo, os casos de alteração de dados referentes a
produtos ou a operadoras, até edição da norma correspondente aos seus registros definitivos,
conforme o disposto na Lei no 9.656, de 1998, ficam isentos da respectiva Taxa de Saúde
Suplementar. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
§ 11. Para fins do disposto no inciso I deste artigo, nos casos de alienação compulsória de
carteira, as operadoras de planos privados de assistência à saúde adquirentes ficam isentas de
pagamento da respectiva Taxa de Saúde Suplementar, relativa aos beneficiários integrantes daquela
carteira, pelo prazo de cinco anos. (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
Art. 21. A Taxa de Saúde Suplementar não recolhida nos prazos fixados será cobrada com os
seguintes acréscimos:
§ 1o Os débitos relativos à Taxa de Saúde Suplementar poderão ser parcelados, a juízo da
ANS, de acordo com os critérios fixados na legislação tributária. (Renumerado pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)
§ 2o Além dos acréscimos previstos nos incisos I e II deste artigo, o não recolhimento da Taxa
de Saúde Suplementar implicará a perda dos descontos previstos nesta Lei. (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)
Art. 22. A Taxa de Saúde Suplementar será devida a partir de 1 o de janeiro de 2000.
Art. 23. A Taxa de Saúde Suplementar será recolhida em conta vinculada à ANS.
Art. 24. Os valores cuja cobrança seja atribuída por lei à ANS e apurados administrativamente,
não recolhidos no prazo estipulado, serão inscritos em dívida ativa da própria ANS e servirão de
título executivo para cobrança judicial na forma da lei.
Art. 25. A execução fiscal da dívida ativa será promovida pela Procuradoria da ANS.
CAPÍTULO V
Art. 26. A ANS poderá contratar especialistas para a execução de trabalhos nas áreas técnica,
científica, administrativa, econômica e jurídica, por projetos ou prazos limitados, observada a
legislação em vigor.
Art. 29. É vedado à ANS requisitar pessoal com vínculo empregatício ou contratual junto a
entidades sujeitas à sua ação reguladora, bem assim os respectivos responsáveis, ressalvada a
participação em comissões de trabalho criadas com fim específico, duração determinada e não
integrantes da sua estrutura organizacional.
Art. 30. Durante o prazo máximo de cinco anos, contado da data de instalação da ANS, o
exercício da fiscalização das operadoras de planos privados de assistência à saúde poderá ser
realizado por contratado, servidor ou empregado requisitado ou pertencente ao Quadro da Agência
ou do Ministério da Saúde, mediante designação da Diretoria Colegiada, conforme dispuser o
regulamento.
Art. 31. Na primeira gestão da ANS, visando implementar a transição para o sistema de
mandatos não coincidentes, as nomeações observarão os seguintes critérios:
I - três diretores serão nomeados pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de
Estado da Saúde;
II - dois diretores serão nomeados na forma do parágrafo único do art. 6 o desta Lei.
§ 1o Dos três diretores referidos no inciso I deste artigo, dois serão nomeados para mandato de
quatro anos e um, para mandato de três anos.
§ 2o Dos dois diretores referidos no inciso II deste artigo, um será nomeado para mandato de
quatro anos e o outro, para mandato de três anos.
Parágrafo único. Até que se conclua a instalação da ANS, são o Ministério da Saúde e a
Fundação Nacional de Saúde incumbidos de assegurar o suporte administrativo e financeiro
necessário ao funcionamento da Agência.
§ 1o A remuneração do diretor técnico, do diretor fiscal ou do liquidante deverá ser suportada
pela operadora ou pela massa. (Incluído dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)
Art. 35. Aplica-se à ANS o disposto no art. 24, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 21 de junho
de 1993, alterado pela Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998.
Art. 36. São estendidas à ANS, após a assinatura e enquanto estiver vigendo o contrato de
gestão, as prerrogativas e flexibilidades de gestão previstas em lei, regulamentos e atos normativos
para as Agências Executivas.
Art. 37. Até a efetiva implementação da ANS, a Taxa de Saúde Suplementar instituída por esta
Lei poderá ser recolhida ao Fundo Nacional de Saúde, a critério da Diretoria Colegiada.
§ 1o A substituição a que se refere o caput, naqueles processos judiciais, será requerida
mediante petição subscrita pela Advocacia-Geral da União, dirigida ao Juízo ou Tribunal
competente, requerendo a intimação da Procuradoria da ANS para assumir o feito.
Art. 39. O disposto nesta Lei aplica-se, no que couber, aos produtos de que tratam o inciso I e
o § 1º do art. 1º da Lei nº 9.656, de 1998, bem assim às suas operadoras.
Art. 40. O Poder Executivo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, enviará projeto de lei
tratando da matéria objeto da presente Lei, inclusive da estrutura física e do funcionamento da ANS.
ANEXO I
(Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)
ANEXO II
TABELA I
ANEXO III