Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS (Lei 9961)

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(Atualização em 10/08/2021: questões de concurso)

LEI No 9.961 DE 28 DE JANEIRO DE 2000.

Cria a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS e dá outras


providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu


sanciono a seguinte Lei:

CAPÍTULO I

DA CRIAÇÃO E DA COMPETÊNCIA

Art. 1o É criada a Agência Nacional de Saúde Suplementar – ANS, autarquia sob o regime
especial, vinculada ao Ministério da Saúde, com sede e foro na cidade do Rio de Janeiro - RJ, prazo
de duração indeterminado e atuação em todo o território nacional, como órgão de regulação,
normatização, controle e fiscalização das atividades que garantam a assistência suplementar à saúde.
(TRF3-2016)

Parágrafo único. A natureza de autarquia especial conferida à ANS é caracterizada por


autonomia administrativa, financeira, patrimonial e de gestão de recursos humanos, autonomia nas
suas decisões técnicas e mandato fixo de seus dirigentes.

Art. 2o Caberá ao Poder Executivo instalar a ANS, devendo o seu regulamento, aprovado por
decreto do Presidente da República, fixar-lhe a estrutura organizacional básica.

Parágrafo único. Constituída a ANS, com a publicação de seu regimento interno, pela diretoria
colegiada, ficará a autarquia, automaticamente, investida no exercício de suas atribuições.

Art. 3o A ANS terá por finalidade institucional promover a defesa do interesse público na
assistência suplementar à saúde, regulando as operadoras setoriais, inclusive quanto às suas relações
com prestadores e consumidores, contribuindo para o desenvolvimento das ações de saúde no País.

Art. 4o Compete à ANS:

I - propor políticas e diretrizes gerais ao Conselho Nacional de Saúde Suplementar - Consu


para a regulação do setor de saúde suplementar;

II - estabelecer as características gerais dos instrumentos contratuais utilizados na atividade


das operadoras;

III - elaborar o rol de procedimentos e eventos em saúde, que constituirão referência básica
para os fins do disposto na Lei no 9.656, de 3 de junho de 1998, e suas excepcionalidades;

IV - fixar critérios para os procedimentos de credenciamento e descredenciamento de


prestadores de serviço às operadoras;

V - estabelecer parâmetros e indicadores de qualidade e de cobertura em assistência à saúde


para os serviços próprios e de terceiros oferecidos pelas operadoras;

VI - estabelecer normas para ressarcimento ao Sistema Único de Saúde - SUS;

VII - estabelecer normas relativas à adoção e utilização, pelas operadoras de planos de


assistência à saúde, de mecanismos de regulação do uso dos serviços de saúde;

VIII - deliberar sobre a criação de câmaras técnicas, de caráter consultivo, de forma a subsidiar
suas decisões;
IX - normatizar os conceitos de doença e lesão preexistentes;

X - definir, para fins de aplicação da Lei no 9.656, de 1998, a segmentação das operadoras e
administradoras de planos privados de assistência à saúde, observando as suas peculiaridades;

XI - estabelecer critérios, responsabilidades, obrigações e normas de procedimento para


garantia dos direitos assegurados nos arts. 30 e 31 da Lei nº 9.656, de 1998;

XII - estabelecer normas para registro dos produtos definidos no inciso I e no § 1 o do art. 1o da
Lei n  9.656, de 1998;
o

XIII - decidir sobre o estabelecimento de sub-segmentações aos tipos de planos definidos


nos incisos I a IV do art. 12 da Lei no 9.656, de 1998;

XIV - estabelecer critérios gerais para o exercício de cargos diretivos das operadoras de planos
privados de assistência à saúde;

XV - estabelecer critérios de aferição e controle da qualidade dos serviços oferecidos pelas


operadoras de planos privados de assistência à saúde, sejam eles próprios, referenciados, contratados
ou conveniados;

XVI - estabelecer normas, rotinas e procedimentos para concessão, manutenção e


cancelamento de registro dos produtos das operadoras de planos privados de assistência à saúde;

XVII - autorizar reajustes e revisões das contraprestações pecuniárias dos planos privados de


assistência à saúde, ouvido o Ministério da Fazenda;    (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)

XVIII - expedir normas e padrões para o envio de informações de natureza econômico-


financeira pelas operadoras, com vistas à homologação de reajustes e revisões;

XIX - proceder à integração de informações com os bancos de dados do Sistema Único de


Saúde;

XX - autorizar o registro dos planos privados de assistência à saúde;

XXI - monitorar a evolução dos preços de planos de assistência à saúde, seus prestadores de
serviços, e respectivos componentes e insumos;

XXII - autorizar o registro e o funcionamento das operadoras de planos privados de assistência


à saúde, bem assim sua cisão, fusão, incorporação, alteração ou transferência do controle societário,
sem prejuízo do disposto na Lei no 8.884, de 11 de junho de 1994; (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

XXIII - fiscalizar as atividades das operadoras de planos privados de assistência à saúde e zelar
pelo cumprimento das normas atinentes ao seu funcionamento;

XXIV - exercer o controle e a avaliação dos aspectos concernentes à garantia de acesso,


manutenção e qualidade dos serviços prestados, direta ou indiretamente, pelas operadoras de planos
privados de assistência à saúde;

XXV - avaliar a capacidade técnico-operacional das operadoras de planos privados de


assistência à saúde para garantir a compatibilidade da cobertura oferecida com os recursos
disponíveis na área geográfica de abrangência;

XXVI - fiscalizar a atuação das operadoras e prestadores de serviços de saúde com relação à
abrangência das coberturas de patologias e procedimentos;
XXVII - fiscalizar aspectos concernentes às coberturas e o cumprimento da legislação referente
aos aspectos sanitários e epidemiológicos, relativos à prestação de serviços médicos e hospitalares no
âmbito da saúde suplementar;

XXVIII - avaliar os mecanismos de regulação utilizados pelas operadoras de planos privados


de assistência à saúde;

XXIX - fiscalizar o cumprimento das disposições da Lei no 9.656, de 1998, e de sua


regulamentação;

XXX - aplicar as penalidades pelo descumprimento da Lei no 9.656, de 1998, e de sua


regulamentação;

XXXI - requisitar o fornecimento de informações às operadoras de planos privados de


assistência à saúde, bem como da rede prestadora de serviços a elas credenciadas;

XXXII - adotar as medidas necessárias para estimular a competição no setor de planos


privados de assistência à saúde;

XXXIII - instituir o regime de direção fiscal ou técnica nas operadoras;

XXXIV - proceder à liquidação extrajudicial e autorizar o liquidante a requerer a falência ou


insolvência civil das operadores de planos privados de assistência à saúde; (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

XXXV - determinar ou promover a alienação da carteira de planos privados de assistência à


saúde das operadoras;  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

XXXVI - articular-se com os órgãos de defesa do consumidor visando a eficácia da proteção e


defesa do consumidor de serviços privados de assistência à saúde, observado o disposto na Lei
no 8.078, de 11 de setembro de 1990;

XXXVII - zelar pela qualidade dos serviços de assistência à saúde no âmbito da assistência à
saúde suplementar;

XXXVIII - administrar e arrecadar as taxas instituídas por esta Lei.

 XXXIX - celebrar, nas condições que estabelecer, termo de compromisso de ajuste de conduta


e termo de compromisso e fiscalizar os seus cumprimentos;  (Incluído pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)

 XL - definir as atribuições e competências do Diretor Técnico, Diretor Fiscal, do liquidante e


do responsável pela alienação de carteira.  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

XLI - fixar as normas para constituição, organização, funcionamento e fiscalização das


operadoras de produtos de que tratam o inciso I e o § 1o do art. 1o da Lei no 9.656, de 3 de junho de
1998, incluindo:  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

a) conteúdos e modelos assistenciais;  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

b) adequação e utilização de tecnologias em saúde;   (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-


44, de 2001)

c) direção fiscal ou técnica;   (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

d) liquidação extrajudicial;  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

e) procedimentos de recuperação financeira das operadoras;  (Incluído pela Medida Provisória


nº 2.177-44, de 2001)
f) normas de aplicação de penalidades;  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

g) garantias assistenciais, para cobertura dos planos ou produtos comercializados ou


disponibilizados;  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001) 

XLII - estipular índices e demais condições técnicas sobre investimentos e outras relações


patrimoniais a serem observadas pelas operadoras de planos de assistência à saúde. (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

XLIII - estipular índices e demais condições técnicas sobre investimentos e outras relações
patrimoniais a serem observadas pelas operadoras de planos de assistência à saúde.   (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.177-43, de 2001)  (Vide Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 1o  A recusa, a omissão, a falsidade ou o retardamento injustificado de informações ou


documentos solicitados pela ANS constitui infração punível com multa diária de R$ 5.000,00 (cinco
mil reais), podendo ser aumentada em até vinte vezes, se necessário, para garantir a sua eficácia em
razão da situação econômica da operadora ou prestadora de serviços.  (Redação dada pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 2o As normas previstas neste artigo obedecerão às características específicas da operadora,


especialmente no que concerne à natureza jurídica de seus atos constitutivos.

§ 3o  (Revogado pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 4º Estão subordinados às normas e à fiscalização da ANS quaisquer modalidades de plano,


produto, serviço, contrato ou correlato que ofereçam garantia de prestação de serviço de saúde
especializados, específicos ou auxiliares, para utilização futura ou eventual, tais como: cartão de
desconto, cobertura de procedimento ou doença específica, UTI móvel ou remoção, cuidados
domiciliares, dentre outros, conforme disciplinamento específico da ANS.  (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.177-43, de 2001)   (Vide Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

CAPÍTULO II

DA ESTRUTURA ORGANIZACIONAL

Art. 5o A ANS será dirigida por uma Diretoria Colegiada, devendo contar, também, com um
Procurador, um Corregedor e um Ouvidor, além de unidades especializadas incumbidas de
diferentes funções, de acordo com o regimento interno.

Parágrafo único. A ANS contará, ainda, com a Câmara de Saúde Suplementar, de caráter
permanente e consultivo.

Art. 6º  A gestão da ANS será exercida por Diretoria Colegiada composta de 5 (cinco)
Diretores, sendo um deles o seu Diretor-Presidente.   (Redação dada pela Lei nº 13.848, de
2019)    Vigência

Parágrafo único.  Os membros da Diretoria Colegiada serão brasileiros, indicados pelo
Presidente da República e por ele nomeados, após aprovação prévia pelo Senado Federal, nos termos
da alínea “f” do inciso III do art. 52 da Constituição Federal, para cumprimento de mandato de 5
(cinco) anos, vedada a recondução, nos termos da Lei nº 9.986, de 18 de julho de 2000.   (Redação
dada pela Lei nº 13.848, de 2019)    Vigência

Art. 7º O Diretor-Presidente da ANS será nomeado pelo Presidente da República e investido


na função pelo prazo de 5 (cinco) anos, vedada a recondução, observado o disposto na Lei nº 9.986,
de 18 de julho de 2000.   (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019)    Vigência

Art. 8o  (Revogado pela Lei nº 13.848, de 2019)    Vigência

Art. 9o Até doze meses após deixar o cargo, é vedado a ex-dirigente da ANS:
I - representar qualquer pessoa ou interesse perante a Agência, excetuando-se os interesses
próprios relacionados a contrato particular de assistência à saúde suplementar, na condição de
contratante ou consumidor;

II - deter participação, exercer cargo ou função em organização sujeita à regulação da ANS.

Art. 10. Compete à Diretoria Colegiada:

I - exercer a administração da ANS;

II - editar normas sobre matérias de competência da ANS;

III - aprovar o regimento interno da ANS e definir a área de atuação de cada Diretor;

IV - cumprir e fazer cumprir as normas relativas à saúde suplementar;

V - elaborar e divulgar relatórios periódicos sobre suas atividades;

VI - julgar, em grau de recurso, as decisões dos Diretores, mediante provocação dos


interessados;

VII - encaminhar os demonstrativos contábeis da ANS aos órgãos competentes.

§ 1º  A Diretoria Colegiada reunir-se-á com a presença de, pelo menos, 3 (três) diretores, entre
eles o Diretor-Presidente ou seu substituto legal, e deliberará com, no mínimo, 3 (três) votos
coincidentes.   (Redação dada pela Lei nº 13.848, de 2019)    Vigência

§ 2o  Dos atos praticados pelos Diretores caberá recurso à Diretoria Colegiada como última
instância administrativa.  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 3o O recurso a que se refere o § 2 o terá efeito suspensivo, salvo quando a matéria que lhe
constituir o objeto envolver risco à saúde dos consumidores.

Art. 11. Compete ao Diretor-Presidente:

I - representar legalmente a ANS;

II - presidir as reuniões da Diretoria Colegiada;

III - cumprir e fazer cumprir as decisões da Diretoria Colegiada;

IV - decidir nas questões de urgência ad referendum da Diretoria Colegiada;

V - decidir, em caso de empate, nas deliberações da Diretoria Colegiada;

VI - nomear ou exonerar servidores, provendo os cargos efetivos, em comissão e funções de


confiança, e exercer o poder disciplinar, nos termos da legislação em vigor;

VII - encaminhar ao Ministério da Saúde e ao Consu os relatórios periódicos elaborados pela


Diretoria Colegiada;

VIII - assinar contratos e convênios, ordenar despesas e praticar os atos de gestão necessários
ao alcance dos objetivos da ANS.

Art. 12.  (Revogado pela Lei nº 9.986, de 2000)

Art. 13. A Câmara de Saúde Suplementar será integrada:


I - pelo Diretor-Presidente da ANS, ou seu substituto, na qualidade de Presidente;

II - por um diretor da ANS, na qualidade de Secretário;

III - por um representante de cada Ministério a seguir indicado:

a) da Fazenda;

b) da Previdência e Assistência Social;

c) do Trabalho e Emprego;

d) da Justiça;

e) da Saúde;

IV - por um representante de cada órgão e entidade a seguir indicados:

a) Conselho Nacional de Saúde;

b) Conselho Nacional dos Secretários Estaduais de Saúde;

c) Conselho Nacional dos Secretários Municipais de Saúde;

d) Conselho Federal de Medicina;

e) Conselho Federal de Odontologia;

f) Conselho Federal de Enfermagem;

g) Federação Brasileira de Hospitais;

h) Confederação Nacional de Saúde, Hospitais, Estabelecimentos e Serviços;

i) Confederação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas;

j) Confederação Nacional da Indústria;

l) Confederação Nacional do Comércio;

m) Central Única dos Trabalhadores;

n) Força Sindical;

o) Social Democracia Sindical;

p) Federação Nacional das Empresas de Seguros Privados e de Capitalização;    (Incluído pela


Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

q) Associação Médica Brasileira;  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

V - por um representante de cada entidade a seguir indicada:

a) do segmento de autogestão de assistência à saúde;    (Redação dada pela Medida Provisória
nº 2.177-44, de 2001)

b) das empresas de medicina de grupo;  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de


2001)
c) das cooperativas de serviços médicos que atuem na saúde suplementar;  (Redação dada pela
Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

d) das empresas de odontologia de grupo;   (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44,
de 2001)

e) das cooperativas de serviços odontológicos que atuem na área de saúde suplementar;  


(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

VI - por dois representantes de entidades a seguir indicadas:   (Incluído pela Medida


Provisória nº 2.177-44, de 2001)

a) de defesa do consumidor;   (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

b) de associações de consumidores de planos privados de assistência à saúde;   (Incluído pela


Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

c) das entidades de portadores de deficiência e de patologias especiais.   (Incluído pela Medida


Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 1o Os membros da Câmara de Saúde Suplementar serão designados pelo Diretor-Presidente


da ANS.

§ 2o  As entidades de que tratam as alíneas dos incisos V e VI escolherão entre si, dentro de
cada categoria, os seus representantes e respectivos suplentes na Câmara de Saúde Suplementar. 
(Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

CAPÍTULO III

DO CONTRATO DE GESTÃO

Art. 14.  (Revogado pela Lei nº 13.848, de 2019)    Vigência

Art. 15.  (Revogado pela Lei nº 13.848, de 2019)    Vigência

CAPÍTULO IV

DO PATRIMÔNIO, DAS RECEITAS E DA GESTÃO FINANCEIRA

Art. 16. Constituem patrimônio da ANS os bens e direitos de sua propriedade, os que lhe
forem conferidos ou os que venha a adquirir ou incorporar.

Art. 17. Constituem receitas da ANS:

I - o produto resultante da arrecadação da Taxa de Saúde Suplementar de que trata o art. 18;

II - a retribuição por serviços de quaisquer natureza prestados a terceiros;

III - o produto da arrecadação das multas resultantes das suas ações fiscalizadoras;

IV - o produto da execução da sua dívida ativa;

V - as dotações consignadas no Orçamento-Geral da União, créditos especiais, créditos


adicionais, transferências e repasses que lhe forem conferidos;

VI - os recursos provenientes de convênios, acordos ou contratos celebrados com entidades ou


organismos nacionais e internacionais;

VII - as doações, legados, subvenções e outros recursos que lhe forem destinados;
VIII - os valores apurados na venda ou aluguel de bens móveis e imóveis de sua propriedade;

IX - o produto da venda de publicações, material técnico, dados e informações;

X - os valores apurados em aplicações no mercado financeiro das receitas previstas neste


artigo, na forma definida pelo Poder Executivo;

XI - quaisquer outras receitas não especificadas nos incisos I a X deste artigo.

Parágrafo único. Os recursos previstos nos incisos I a IV e VI a XI deste artigo serão creditados
diretamente à ANS, na forma definida pelo Poder Executivo.

Art. 18. É instituída a Taxa de Saúde Suplementar, cujo fato gerador é o exercício pela ANS do
poder de polícia que lhe é legalmente atribuído.

Art. 19. São sujeitos passivos da taxa de saúde suplementar as pessoas jurídicas, condomínios
ou consórcios constituídos sob a modalidade de sociedade civil ou comercial, cooperativa ou
entidade de autogestão, ainda que não assumam o risco financeiro da cobertura assistencial, que
operem produto, serviço, contrato ou correlato, com a finalidade de garantir a assistência à saúde,
visando à assistência médica, hospitalar ou odontológica.  (Redação dada pela Medida Provisória nº
2.177-43, de 2001)

Art. 20. A Taxa de Saúde Suplementar será devida:

I - por plano de assistência à saúde, e seu valor será o produto da multiplicação de R$ 2,00
(dois reais) pelo número médio de usuários de cada plano privado de assistência à saúde, deduzido
o percentual total de descontos apurado em cada plano, de acordo com as Tabelas I e II do Anexo II
desta Lei;

II - por registro de produto, registro de operadora, alteração de dados referente ao produto,


alteração de dados referente à operadora, pedido de reajuste de contraprestação pecuniária,
conforme os valores constantes da Tabela que constitui o Anexo III desta Lei.

§ 1o Para fins do cálculo do número médio de usuários de cada plano privado de assistência à
saúde, previsto no inciso I deste artigo, não serão incluídos os maiores de sessenta anos.

§ 2o Para fins do inciso I deste artigo, a Taxa de Saúde Suplementar será devida anualmente e
recolhida até o último dia útil do primeiro decêndio dos meses de março, junho, setembro e
dezembro e de acordo com o disposto no regulamento da ANS.

§ 3o Para fins do inciso II deste artigo, a Taxa de Saúde Suplementar será devida quando da
protocolização do requerimento e de acordo com o regulamento da ANS.

§ 4o Para fins do inciso II deste artigo, os casos de alteração de dados referentes ao produto ou
à operadora que não produzam conseqüências para o consumidor ou o mercado de saúde
suplementar, conforme disposto em resolução da Diretoria Colegiada da ANS, poderão fazer jus a
isenção ou redução da respectiva Taxa de Saúde Suplementar.

§ 5o Até 31 de dezembro de 2000, os valores estabelecidos no Anexo III desta Lei sofrerão um
desconto de 50% (cinqüenta por cento).

§ 6o  As operadoras de planos privados de assistência à saúde que se enquadram nos


segmentos de autogestão por departamento de recursos humanos, ou de filantropia, ou que tenham
número de usuários inferior a vinte mil, ou que despendem, em sua rede própria, mais de sessenta
por cento do custo assistencial relativo aos gastos em serviços hospitalares referentes a seus Planos
Privados de Assistência à Saúde e que prestam ao menos trinta por cento de sua atividade ao Sistema
Único de Saúde - SUS, farão jus a um desconto de trinta por cento sobre o montante calculado na
forma do inciso I deste artigo, conforme dispuser a ANS.  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-
44, de 2001)
§ 7o  As operadoras de planos privados de assistência à saúde que comercializam
exclusivamente planos odontológicos farão jus a um desconto de cinqüenta por cento sobre o
montante calculado na forma do inciso I deste artigo, conforme dispuser a ANS.  (Incluído pela
Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 8o  As operadoras com número de usuários inferior a vinte mil poderão optar pelo
recolhimento em parcela única no mês de março, fazendo jus a um desconto de cinco por cento sobre
o montante calculado na forma do inciso I deste artigo, além dos descontos previstos nos §§ 6 o e 7o,
conforme dispuser a ANS.  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 9o  Os valores constantes do Anexo III desta Lei ficam reduzidos em cinqüenta por cento, no
caso das empresas com número de usuários inferior a vinte mil.   (Incluído pela Medida Provisória nº
2.177-44, de 2001)

§ 10.  Para fins do disposto no inciso II deste artigo, os casos de alteração de dados referentes a
produtos ou a operadoras, até edição da norma correspondente aos seus registros definitivos,
conforme o disposto na Lei no 9.656, de 1998, ficam isentos da respectiva Taxa de Saúde
Suplementar.  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 11.  Para fins do disposto no inciso I deste artigo, nos casos de alienação compulsória de
carteira, as operadoras de planos privados de assistência à saúde adquirentes ficam isentas de
pagamento da respectiva Taxa de Saúde Suplementar, relativa aos beneficiários integrantes daquela
carteira, pelo prazo de cinco anos.  (Incluído pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

Art. 21. A Taxa de Saúde Suplementar não recolhida nos prazos fixados será cobrada com os
seguintes acréscimos:

I - juros de mora, na via administrativa ou judicial, contados do mês seguinte ao do


vencimento, à razão de 1% a.m. (um por cento ao mês) ou fração de mês;

II - multa de mora de 10% (dez por cento).

§ 1o  Os débitos relativos à Taxa de Saúde Suplementar poderão ser parcelados, a juízo da
ANS, de acordo com os critérios fixados na legislação tributária.  (Renumerado pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 2o  Além dos acréscimos previstos nos incisos I e II deste artigo, o não recolhimento da Taxa
de Saúde Suplementar implicará a perda dos descontos previstos nesta Lei.   (Incluído pela Medida
Provisória nº 2.177-44, de 2001)

Art. 22. A Taxa de Saúde Suplementar será devida a partir de 1 o de janeiro de 2000.

Art. 23. A Taxa de Saúde Suplementar será recolhida em conta vinculada à ANS.

Art. 24. Os valores cuja cobrança seja atribuída por lei à ANS e apurados administrativamente,
não recolhidos no prazo estipulado, serão inscritos em dívida ativa da própria ANS e servirão de
título executivo para cobrança judicial na forma da lei.

Art. 25. A execução fiscal da dívida ativa será promovida pela Procuradoria da ANS.

CAPÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 26. A ANS poderá contratar especialistas para a execução de trabalhos nas áreas técnica,
científica, administrativa, econômica e jurídica, por projetos ou prazos limitados, observada a
legislação em vigor.

Art. 27.  (Revogado pela Lei nº 9.986, de 2000)


Art. 28.  (Revogado pela Lei 10.871, de 2004)

Art. 29. É vedado à ANS requisitar pessoal com vínculo empregatício ou contratual junto a
entidades sujeitas à sua ação reguladora, bem assim os respectivos responsáveis, ressalvada a
participação em comissões de trabalho criadas com fim específico, duração determinada e não
integrantes da sua estrutura organizacional.

Parágrafo único. Excetuam-se da vedação prevista neste artigo os empregados de empresas


públicas e sociedades de economia mista que mantenham sistema de assistência à saúde na
modalidade de autogestão.

Art. 30. Durante o prazo máximo de cinco anos, contado da data de instalação da ANS, o
exercício da fiscalização das operadoras de planos privados de assistência à saúde poderá ser
realizado por contratado, servidor ou empregado requisitado ou pertencente ao Quadro da Agência
ou do Ministério da Saúde, mediante designação da Diretoria Colegiada, conforme dispuser o
regulamento.

Art. 31. Na primeira gestão da ANS, visando implementar a transição para o sistema de
mandatos não coincidentes, as nomeações observarão os seguintes critérios:

I - três diretores serão nomeados pelo Presidente da República, por indicação do Ministro de
Estado da Saúde;

II - dois diretores serão nomeados na forma do parágrafo único do art. 6 o desta Lei.

§ 1o Dos três diretores referidos no inciso I deste artigo, dois serão nomeados para mandato de
quatro anos e um, para mandato de três anos.

§ 2o Dos dois diretores referidos no inciso II deste artigo, um será nomeado para mandato de
quatro anos e o outro, para mandato de três anos.

Art. 32. É o Poder Executivo autorizado a:

I - transferir para a ANS o acervo técnico e patrimonial, as obrigações, os direitos e as receitas


do Ministério da Saúde e de seus órgãos, necessários ao desempenho de suas funções;

II - remanejar, transferir ou utilizar os saldos orçamentários do Ministério da Saúde e do


Fundo Nacional de Saúde para atender as despesas de estruturação e manutenção da ANS,
utilizando como recursos as dotações orçamentárias destinadas às atividades finalísticas e
administrativas, observados os mesmos subprojetos, subatividades e grupos de despesas previstos
na Lei Orçamentária em vigor;

III - sub-rogar contratos ou parcelas destes relativos à manutenção, instalação e funcionamento


da ANS.

Parágrafo único. Até que se conclua a instalação da ANS, são o Ministério da Saúde e a
Fundação Nacional de Saúde incumbidos de assegurar o suporte administrativo e financeiro
necessário ao funcionamento da Agência.

Art. 33.  A ANS designará pessoa física de comprovada capacidade e experiência, reconhecida


idoneidade moral e registro em conselho de fiscalização de profissões regulamentadas, para exercer
o encargo de diretor fiscal, de diretor técnico ou de liquidante de operadora de planos privados de
assistência à saúde.  (Redação dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 1o  A remuneração do diretor técnico, do diretor fiscal ou do liquidante deverá ser suportada
pela operadora ou pela massa.  (Incluído dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

§ 2o  Se a operadora ou a massa não dispuserem de recursos para custear a remuneração de


que trata este artigo, a ANS poderá, excepcionalmente, promover este pagamento, em valor
equivalente à do cargo em comissão de Gerência Executiva, nível III, símbolo CGE-III, ressarcindo-se
dos valores despendidos com juros e correção monetária junto à operadora ou à massa, conforme o
caso.  (Incluído dada pela Medida Provisória nº 2.177-44, de 2001)

Art. 34. Aplica-se à ANS o disposto nos arts. 54 a 58 da Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997.

Art. 35. Aplica-se à ANS o disposto no art. 24, parágrafo único, da Lei nº 8.666, de 21 de junho
de 1993, alterado pela Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998.

Art. 36. São estendidas à ANS, após a assinatura e enquanto estiver vigendo o contrato de
gestão, as prerrogativas e flexibilidades de gestão previstas em lei, regulamentos e atos normativos
para as Agências Executivas.

Art. 37. Até a efetiva implementação da ANS, a Taxa de Saúde Suplementar instituída por esta
Lei poderá ser recolhida ao Fundo Nacional de Saúde, a critério da Diretoria Colegiada.

Art. 38. A Advocacia-Geral da União e o Ministério da Saúde, por intermédio de sua


Consultoria Jurídica, mediante comissão conjunta, promoverão, no prazo de cento e oitenta dias,
levantamento dos processos judiciais em curso, envolvendo matéria cuja competência tenha sido
transferida à ANS, a qual substituirá a União nos respectivos processos.

§ 1o A substituição a que se refere o caput, naqueles processos judiciais, será requerida
mediante petição subscrita pela Advocacia-Geral da União, dirigida ao Juízo ou Tribunal
competente, requerendo a intimação da Procuradoria da ANS para assumir o feito.

§ 2o Enquanto não operada a substituição na forma do § 1 o, a Advocacia-Geral da União


permanecerá no feito, praticando todos os atos processuais necessários.

Art. 39. O disposto nesta Lei aplica-se, no que couber, aos produtos de que tratam o inciso I e
o § 1º do art. 1º da Lei nº 9.656, de 1998, bem assim às suas operadoras.

Art. 40. O Poder Executivo, no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, enviará projeto de lei
tratando da matéria objeto da presente Lei, inclusive da estrutura física e do funcionamento da ANS.

Art. 41. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 28 de janeiro de 2000; 179o da Independência e 112o da República.

FERNANDO HENRIQUE CARDOSO


José Serra

Este texto não substitui o publicado no DOU de 29.1.2000 - Edição Extra

ANEXO I
(Revogado pela Lei nº 9.986, de 18.7.2000)

ANEXO II

TABELA I

DESCONTOS POR ABRANGÊNCIA GEOGRÁFICA DO PLANO

Abrangência Geográfica Desconto (%)


Nacional 5
Grupo de Estados 10
Estadual 15
Grupo de Municípios 20
Municipal 25
TABELA II

DESCONTOS POR COBERTURA MÉDICO-HOSPITALAR-ODONTOLÓGICA OFERECIDA

Cobertura Desconto (%)


Ambulatorial (A) 20
A+Hospitalar (H) 6
A+H +Odontológico (O) 4
A+H+Obstetrícia (OB) 4
A+H+OB+O 2
A+O 14
H 16
H+O 14
H+OB 14
H+OB+O 12
O 32

ANEXO III

ATOS DE SAÚDE SUPLEMENTAR

Atos de Saúde Suplementar Valor (R$)


Registro de Produto 1.000,00
Registro de Operadora 2.000,00
Alteração de Dados – Produto 500,00
Alteração de Dados – Operadora 1.000,00
Pedido de Reajuste de Mensalidade 1.000,00

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