Faculdade Sete Lagoas - Facsete
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MARINGÁ/PR
2017
FACULDADE SETE LAGOAS – FACSETE
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Prof. João Batista Ilha Filho – Orientador
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Profª Vanessa Cristina Aquotti Ilha – Examinadora
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Prof. ______________________– Examinador
INTRODUÇÃO
Esquema das mudanças ocorridas nos tecidos gengivais durante a evolução da gengivite e
periodontite.
As características da flora oral são:
- Flora muito complexa
- Heterogênea
- Múltiplas espécies (umas 300 espécies)
- Diferentes ecossistemas
- Numerosa
- Específica
- Dinâmica
- Oportunista
A expressão clínica dos diferentes quadros de periodontite dependerá da
interação entre fatores do hospedeiro, ambientais e do agente microbiológico.
Um ambiente favorável e fatores genéticos positivos determinam a diferente
suscetibilidade do indivíduo. Portanto, a microbiota periodontopatógena é
necessária, mas não suficiente para que exista doenças, sendo necessária a
presença de um hospedeiro suscetível.
Há vários estudos epidemiológicos que demostraram uma associação
significativa entre a gravidade das doenças periodontais, a quantidade de placa
dental e o grau de higiene bucal, existindo uma relação causa-efeito entre a
formação e o acúmulo de placa dental e o desenvolvimento da gengivite. Dois
dos estudos mais significativos são o de Loe (1965), na Dinamarca sobre a
gengivite experimental, que mostraram uma associação significativa entre o
acúmulo de placa bacteriana e gengivite nos 21 dias de experimento. O quadro
clínico da gengivite desapareceu ao reiniciar os métodos de higiene bucal e
controle de placa. O segundo estudo foi o realizado por Lindhe (1973) sobre a
periodontite experimental, demonstrou em cachorros beagle que em estado de
boa saúde existe um equilíbrio entre a agressão de bactérias e a resistência do
hospedeiro. Ao romper este equilíbrio, bem seja por um aumento do número de
bactérias e/ou virulência dos germes ou bem por uma diminuição das defesas,
surge a doença.
A partir da década de 90, a patogênese das doenças periodontais ocupa um
especial protagonismo, por um lado, os fatores predisponentes do hospedeiro
(falta de higiene oral, idade, diabetes…) e por outro lado, os fatores microbianos
que influenciam na periodonto patogenicidade dos germes (como são os fatores
específicos de aderência bacteriana)
Os fatores iniciadores da doença periodontal são:
- Placa bacteriana
- Cálculo
- Bactérias.
Os fatores modificadores podem ser:
- Locais:
. Má oclusão
. Respiração bucal
. Impacto alimentar
. Morfologia dentária
. Fatores dos tecidos moles
. Iatrogenias dentais
. Oclusão traumática.
- Sistêmicos:
. Hormonal
. Drogas
. Nutrição
. Tensão, emoção
. Envelhecimento
. Doenças sistêmicas
. Anomalias genéticas.
Material e métodos
1. Palavras chave:
Realizou-se uma revisão bibliográfica com diferentes combinações das
seguintes palavras chave:
- Doença periodontal
- Infecções bacterianas
- Diagnóstico periodontal
- Fatores de risco
- Doenças sistêmicas
- Recessão gengival
- Gengivite
- Periodontite
- Tratamento periodontal
2. Critérios de inclusão na busca bibliográfica:
Os filtros estabelecidos para a inclusão dos artigos no trabalho foram os
seguintes:
- Publicações nos últimos 10 anos
- Publicações baseadas em estudos humanos e animais
- Publicações em revistas dentais
3. Bases de dados:
As bases de dados consultadas para a seleção dos artigos foram as
seguintes:
- Pubmed
- Revistas de odontologia como Gaceta dental, Maxilaris, Periodoncia clínica e
implantología oral, Periodoncia y osteointegracion: revista oficial de la Sociedad
Española de Periodoncia.
DISCUSSÃO
.
.Generalizada: Geralmente se apresenta em pacientes com menos de 30 anos,
podendo aparecer em idades superiores. A resposta de anticorpos é pobre.
Existem episódios de perda de inserção, que afetam três dentes
permanentes diferentes de primeiros molares e incisivos.
GUN
. Periodontite ulcerativa necrotizante (PUN): É uma infecção caracterizada por
uma necrose do tecido gengival, do ligamento periodontal e do osso alveolar.
Geralmente ocorre em indivíduos com condições sistêmicas que conduzem a um
estado de imunossupressão.
- A única diferença entre ambas se baseia em que a GUN se limita a gengiva
enquanto que a PUN inclui todo o aparato de inserção.
6) Abscessos periodontais: É uma infecção purulenta localizada nos tecidos
periodontais que pode ser manifestação clínica em pacientes com periodontite
moderada ou severa. Caracteriza-se por inflamação, supuração, vermelhidão,
extrusão do dente afetado e dente sensível à percussão. Os abscessos podem
se classificar em:
a. Abscesso gengival: Lesão localizada, dolorosa, rapidamente expansiva
que afeta a margem gengival ou a papila interdental. Normalmente uma resposta
inflamatória aguda a um corpo estranho introduzido na gengiva.
b. Abscesso periodontal: Acumulação localizada de pus na parede gengival
de uma bolsa periodontal que origina destruição da inserção de fibras colágenas
e perda do osso alveolar adjacente.
3) Intoxicações:
- Intoxicação por bismuto: apresenta uma gengivite ulcerosa com uma
especial pigmentação em toda a margem gengival perto da cervical dos dentes.
Aparecem náuseas, vômitos e a sensação de ardor e queimação em toda a
mucosa bucal.
- Intoxicação por chumbo: Pigmentação característica na cervical dos
dentes e a gengiva marginal, que se conhece com o nome de Ribete de Burton.
Ribete de Burton.
Diagnóstico em periodontia:
O diagnóstico é a parte clínica que determina a natureza, localização e
causa de uma doença. Necessita-se para ele uma boa exploração clínica,
analisando os detalhes que ela nos manifesta e definindo um prognóstico, para
depois realizar um correto tratamento. Os dados devem ser coletados de uma
forma adequada e precisa pela observação, sondagem, palpação, percussão,
determinação da mobilidade dentária e provas pulpares.
Os métodos de diagnóstico clínico convencionais são fáceis de utilizar e
de baixo custo. Em geral proveem informação clínica válida para determinar a
presença ou ausência de doenças, embora se encontre bastante limitados em
quanto a determinar a severidade ou progressão da mesma. Estes métodos
podem dividi-las em duas categorias:
1) Valoração da inflamação:
-Vermelhidão gengival e inflamação: Mudanças na cor, assim como inflamação
ou edema gengival, são sinais clínicos claros de inflamação gengival. A gengiva
se inflama devido ao acúmulo de fluido e o aumento da permeabilidade vascular.
A ausência de vermelhidão gengival apresenta um excelente valor preditivo
negativo, mas sua presença não implica necessariamente um risco de perda de
inserção.
-Supuração: Pode diagnosticar-se clinicamente realizando pressão digital ou
com a sonda na gengiva na direção coronal. Vários estudos demostraram que a
supuração se mostra somente em 3-5% das zonas com periodontite. O valor
preditivo da supuração na progressão da doença periodontal é aparentemente
baixo.
-Sangramento à sondagem: Parece ser um sinal objetivo de inflamação gengival.
Para medir este sinal se utiliza uma sonda periodontal introduzindo no fundo da
bolsa e observando a presença ou ausência de sangramento gengival assim
como o tempo que tarda para sangrar, bem imediatamente ou depois da
sondagem.
-Temperatura subgengival: Os tecidos inflamados geralmente desenvolvem um
aumento da temperatura, por um aumento de afluência de sangue e um
incremento metabólico associado ao processo inflamatório. Durante vários anos
foram utilizadas sondas sensíveis ao calor para localizar zonas subgengivais
com aumento de temperatura.
- Fluido crevicular: Usualmente se analisa introduzindo uma tira de papel
absorvente no sulco gengival. O fluido é absorvido pelo papel e se lê
automaticamente num aparelho (Periotron 6000), o qual mede a quantidade de
fluido crevicular absorvido pelas pontas de papel. Este método tem certa
utilidade na valoração da inflamação gengival do paciente. Não está
demonstrado que incrementos na quantidade de fluido crevicular estão
relacionados com maior risco de perda de inserção.
2) Valoração dos tecidos periodontais afetados: O processo inflamatório
que se origina na doença periodontal provoca uma perda de inserção das fibras
colágenas inseridas no cemento e uma migração apical do epitélio de união,
aparece também uma reabsorção da porção coronal do osso alveolar. Estas
alterações podem valorar mediante três métodos:
- Valoração do nível clínico de inserção mediante sondas periodontais:
Utilizam-se sondas periodontais calibradas para medir: profundidade de
sondagem, recessão, nível clínico de inserção e nível relativo de inserção. A
profundidade de sondagem é a distância desde a margem gengival ao fundo da
bolsa. A SEPA desenvolveu uma sonda periodontal para efetuar o exame
periodontal básico (EPB). Trata-se de uma sonda com bandas de cores verde,
amarelo e vermelho. A primeira banda, verde, mede 4mm, a segunda amarela,
mede de 4 a 6mm e a última, vermelha, de 6 a 15mm. Divide-se a dentição
completa em sextantes, os seis sextantes incluem, por um lado, quatro grupos
de dentes, com os dentes molares (excluindo o terceiro molar) e pré-molares de
cada lado em cada maxilar, e por outro lado, dois grupos de dentes com os
caninos e incisivos de cada maxilar.
Tratamento periodontal:
O sucesso do tratamento periodontal não depende só de nós, mas
também da resposta do paciente a tal terapia. Nós, como profissionais dedicados
a área de saúde buco dental, deveríamos motivar nossos pacientes, ajudando-
os a compreender sua doença e a modificar os hábitos necessários para sua
melhora. A eficácia do tratamento periodontal não só se baseia em um adequado
diagnóstico junto com a redução ou eliminação dos agentes causantes se não
também no manejo dos riscos e correção do dano produzido pela doença. Sendo
que existem muitos tipos de doenças periodontais que requerem distintas
terapias, é muito importante o diagnóstico apropriado.
O tratamento da periodontite inclui duas categorias:
1) Procedimentos cujo objetivo é deter a progressão da doença
2) Procedimentos dirigidos a regenerar estruturas afetadas pela doença.
O tratamento de manutenção ou suporte periodontal depois deste
tratamento ativo é essencial para obter um resultado com sucesso.
Há muitos anos, Ramfjord propôs um tratamento para a doença
periodontal; este plano incluía 4 fases:
1) Sistêmica
2) Higiênica
3) Corretiva
4) Manutenção ou suporte periodontal
Os detalhes específicos de cada etapa necessitam ser atualizados, mas
a base ainda é válida. É muito importante que o diagnóstico e o plano de
tratamento sejam apresentados ao paciente em termos que ele possa entender.
O paciente há de ser informado do processo da doença, as opções de tratamento
com os resultados esperados e os potenciais efeitos adversos ou complicações
entendendo sua parte de responsabilidade. As consequências de não realizar o
tratamento também devem ser explicadas.
- Tratamento antimicrobiano: O tratamento da doença periodontal é diferente do
tratamento da maioria das infecções bacterianas. A flora bacteriana associada à
doença periodontal é heterogênea, complexa e varia significativamente de um
paciente a outro. Os antimicrobianos têm sidos prescritos para pacientes
periodontalmente afetados que não respondem a terapia mecânica convencional,
pacientes com infecções periodontais agudas associadas com alterações
sistêmicas, para profilaxia em pacientes sistemicamente comprometidos e como
coadjuvante periodontal na terapia cirúrgica e não cirúrgica.
Fornecer um tratamento antimicrobiano adicional sistêmico durante esta
fase inicial acarreta um efeito favorável para melhorar a inserção clínica na
maioria dos casos, mais que as terapias locais antimicrobianas.
A terapia de antimicrobianos será considerada como uma terapia ligada e
não como uma substituição da instrumentação ou desbridamento do local
infectado.
- Tratamento com antissépticos: No passado, a administração de antimicrobianos
era exclusivamente por via sistêmica. Recentemente vários antimicrobianos têm
sido utilizados de forma local ajudando de forma específica o tratamento da
doença periodontal. Se administrado por via sistêmica, o antimicrobiano chega
à bolsa periodontal através do fluido gengival. Se administrado por via local a
nível crevicular, o antimicrobiano alcança uma maior concentração no sulco
gengival diferente da via sistêmica.
- Tartarectomia em gengivite: De igual importância que o controle de placa, a
tartarectomia supragengival considera-se essencial no tratamento periodontal. A
justificativa do procedimento é retirar a placa e o cálculo supragengival, eliminar
de maneira mecânica a flora remanescente e aderida a superfície dental e
eliminar substâncias tóxicas incorporadas a esta. A instrumentação pode ser
manual ou mecânica. Os instrumentos sônicos ou ultrassônicos são impulsados
por ar comprimido ou elétrico, sendo possível eliminar placa bacteriana, cálculo
dental e manchas exógenas dos dentes. Os instrumentos ultrassônicos utilizam
frequências de 20.000 a 40.000 Hz, e para sua refrigeração se introduz água
através ou por fora da ponta do instrumento. Muitos estudos demonstram que a
raspagem supragengival combinada com um controle adequado de placa são
efetivos para resolver a gengivite. A tartarectomia a cada seis meses sem outros
meios terapêuticos como o controle de placa, não resultam efetivos. Esta técnica
se considera básica no tratamento de doenças periodontais e seu objetivo
principal é restaurar a saúde dos tecidos gengivais ao retirar os fatores
etiológicos como a placa e o cálculo supragengival.
Curetas Gracey
CONCLUSÕES
6. Más Sarabia, M.del Carmen; Ramos Gil, V; Alpiste Illueca, F y col. “Tabaco como
factor de riesgo de la enfermedad periodontal” / Periodoncia y osteointegracion:
revista oficial de la Sociedad Española de Periodoncia / vol 17 (3) / páginas 177-
183 / Jul-Sep, 2007.
7. Fonseca, M.A; Vivas-Reyes, R; Diaz, A.J :“La enfermedad periodontal como
riesgo de enfermedades sistémicas”/ Archivos de la salud. Universidad de
Cartagena / vol 3 / páginas 21-27/ Oct, 2008.