Disbioetica - Vol. I - Reflexoe - Angotti Neto, Helio
Disbioetica - Vol. I - Reflexoe - Angotti Neto, Helio
Disbioetica - Vol. I - Reflexoe - Angotti Neto, Helio
Agradecimentos
Introduçã o
1. Bioética e alta cultura
2. Bioética
4. Bioética e guerra cultural III: o escotoma negativo abstrativo
5. Médico, o Goldenstein do PT
6. 1984: a profecia moderna de George Orwell
7. A “teologia de Polemarco”, ou, é isso o que dá quando Cristo sai e
entra Marx
A integridade e a objeçã o de consciência
A atual relativizaçã o da dignidade humana
A escravidã o espiritual do médico como ameaça à dignidade
humana
A escravidã o espiritual ao longo da histó ria
O médico e a objeçã o de consciência
O conflito de valores na sociedade contemporâ nea
O médico na qualidade de exterminador da vida humana
Mutaçã o civilizacional
11. O grande desafio do médico
12. Em busca do médico filó sofo
13. Bioética das “elites”
Bibliografia
D ISBIOÉ TICA – VOLUME 1
Reflexõ es sobre os rumos de uma estranha ética
Hélio Angotti Neto
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Sumá rio
Agradecimentos
Introdução
1. Bioética e alta cultura
2. Bioética
4. Bioética e guerra cultural III: o escotoma negativo abstrativo
5. Médico, o Goldenstein do PT
6. 1984: a profecia moderna de George Orwell
7. A “teologia de Polemarco”, ou, é isso o que dá quando Cristo sai e
entra Marx
A INTEGRIDADE E A OBJEÇÃ O DE CONSCIÊ NCIA
A ATUAL RELATIVIZAÇÃ O DA DIGNIDADE HUMANA
A ESCRAVIDÃ O ESPIRITUAL DO MÉ DICO COMO AMEAÇA À DIGNIDADE HUMANA
A ESCRAVIDÃ O ESPIRITUAL AO LONGO DA HISTÓ RIA
O MÉ DICO E A OBJEÇÃ O DE CONSCIÊ NCIA
O CONFLITO DE VALORES NA SOCIEDADE CONTEMPORÂ NEA
O MÉ DICO NA QUALIDADE DE EXTERMINADOR DA VIDA HUMANA
MUTAÇÃ O CIVILIZACIONAL
11. O grande desafio do médico
12. Em busca do médico filósofo
13. Bioética das “elites”
Bibliografia
Agradecimentos
Muitos colaboraram na redaçã o dos artigos com ideias,
ensinamentos e críticas. Foram artigos escritos ao longo de diversos
anos, nos quais fui tomando consciência de forma lenta e
progressiva do que hoje denomino disbioética . A todos os que
caminharam comigo expresso minha gratidã o e o reconhecimento
do valor de suas liçõ es.
Minhas motivaçõ es má ximas sã o amparadas pela minha fé, minha
família e meu senso de dever profissional e existencial. A Deus e à
minha família devo minha inspiraçã o e disposiçã o em seguir
adiante, na esperança de deixar algo valioso ou ú til para a geraçã o
de meus filhos e convidar minha geraçã o à reflexã o.
Agradeço também ao total apoio e à cordialidade de Felipe Sabino,
editor da Monergismo, que trabalha de forma consistente para
trazer novos e bons ares ao ambiente embolorado da academia
brasileira e à sociedade de forma geral. Fico honrado em ter meus
livros publicados em sua editora e em poder contar com a
compreensã o e o suporte fraterno.
Enfim, nã o posso deixar de reconhecer a influência do filó sofo Olavo
de Carvalho, que gentilmente dedicou sua vida ao resgate da cultura
e da inteligência brasileira. Graças a ele, a estrada para a cultura de
abrangência universal foi aberta, e alcancei tantos outros teó logos e
filó sofos que em muito contribuíram para a reflexã o no campo da
bioética.
Introdução
Apresento ao leitor uma coletâ nea de artigos cujo título soará
estranho: disbioética .
É um neologismo, sem dú vida, como já foi um dia o termo bioética,
consagrado hoje pelo uso mundo afora. Permitindo-me um pouco de
licença etimoló gica, ousei juntar ao termo original que já mistura as
palavras bio (vida) e ética um terceiro elemento: dis .
Dis , em medicina, remete a algo errado, difícil, que dó i ou lesa o
paciente. Logo, a proposta do neologismo fica bem clara: tratarei de
assuntos que rondam a bioética — ou a ética relacionada à vida
humana individual e em sociedade — e que a ferem, como percebo
no cená rio cultural e político de nossos dias.
Há determinadas formas de bioética muito mais voltadas ao erro
que à ética adequada. Disso se depreende a existência de vá rios
rumos, vá rios caminhos para pensar a ética, como sã o variadas as
manifestaçõ es do fenô meno moral na realidade concreta.
Ao estudar um problema moral que envolve a vida humana, muitas
escolas podem contribuir com diferentes perspectivas rumo à sua
resoluçã o. Contudo, certas formas de pensamento sã o deletérias ou
simplificam em demasia uma questã o complexa, oferecendo uma
falsa percepçã o de facilidade.
Tome por exemplo a ideia utilitarista de que a vida só tem valor se
fornecer prazer, satisfaçã o ou deleite. É insuficiente para que seja
aplicada à situaçã o concreta da pessoa que sofre. Ignora por
completo as mú ltiplas formas pelas quais a civilizaçã o ocidental, por
exemplo, encarou o sofrimento. Desde a divinizaçã o [1]
até a
indignidade. Outro possível foco é na abordagem consequencialista,
onde se pensa, com ajuda da histó ria e de uma boa imaginaçã o, isto
é, da criatividade, [2] nas consequências geradas por determinada
escolha ou forma de pensar.
Há também no ambiente intelectual uma série de questionamentos
sobre a politizaçã o da bioética, ou sobre a entrada da bioética como
auxiliar no debate político. Porém, aqui, o foco consiste nas
interaçõ es danosas a ambas as partes — sociedade e bioética — e ao
elemento que é o real objetivo de tudo isso: o bem do ser humano.
No capítulo “Bioética e alta cultura”, trato da necessidade da busca
de só lido fundamento no que há de melhor em nossa cultura. Sem a
formaçã o poética adequada para sustentar toda a trama discursiva e
intelectual humana, só conseguiremos abordar temas bioéticos —
em geral muito problemá ticos — de forma canhestra.
Nos três artigos sobre “Bioética e guerra cultural”, falo da
importâ ncia de manter nosso legado cultural como fonte de
significados e também abordo a atitude destrutiva de alguns
elementos da bioética contemporâ nea na missã o prometeica de
amputar-nos de nossas raízes histó ricas.
Em “Médico, o Goldenstein do PT”, falo sobre como o governo do
Partido dos Trabalhadores inseriu o médico na guerra cultural, no
processo de eliminaçã o de grupos de poder alheios, na constante
busca da hegemonia. A compreensã o de significados bem
demonstrados pela literatura, esclarecedores de realidades políticas
vividas, é abordada em “1984: A Profecia Moderna de George
Orwell”, o mais antigo dos capítulos publicados neste livro.
Apó s demonstrar como a baixa politicagem entra na vida cultural e
na política da sociedade, mostro no artigo “A ‘teologia de
Polemarco’” como um famoso elemento engajado na discussã o
bioética pode reduzir o debate cultural à mera briga ideoló gica,
vulgarizando nã o só o debate acadêmico, mas também a bioética e a
religiã o.
Seguindo a linha exposta por Olavo de Carvalho na magnífica obra O
jardim das aflições , lido no artigo “Dignidade médica sob ataque”
com a objeçã o de consciência da classe médica e as atuais ameaças à
liberdade de pensamento em nossa sociedade. Eis a discussã o
bioética que promete ser mais acirrada. Manipuladores culturais e
bioeticistas de vertente secularista anticristã agressiva defendem a
escravidã o espiritual de médicos e demais profissionais da saú de,
atacando o direito de mantermos nossas convicçõ es baseadas no
modelo beneficente de saú de amparado pelos valores civilizacionais
que fizeram da medicina uma profissã o digna e confiá vel. Se hoje o
médico está em descrédito, é porque esqueceu-se de quem era, e
também porque cada vez mais dá ouvidos a certas ideias loucas e
perigosas, que destruirã o a essência do que é ser médico.
No artigo “Espantalhos, nazistas e coerência ética”, trato de uma das
vá rias argumentaçõ es falhas em prol do aborto e da
instrumentalizaçã o do ser humano. A distorçã o de conceitos e
argumentos é um ardil comumente utilizado no campo da bioética,
cabendo ao leitor discernir fatos de conjecturas e argumentos
só lidos de golpes erísticos.
Em “Agradando a gregos e romanos?”, falo como o ímpeto de
mudança no campo da ética médica pode ser instrumento de
destruiçã o cultural, e como transformaçõ es sociais e existenciais sã o
impressas por meio de símbolos e có digos empurrados goela abaixo
pela elite disposta a brincar de Deus. Há pouco tempo, devo lembrar
aos leitores, o Conselho Federal de Medicina, ó rgã o coletivo má ximo
da atuaçã o médica, defendeu o aborto e a eutaná sia infantil, opondo-
se frontalmente aos valores da populaçã o brasileira e ao legado
cultural que define quem somos enquanto civilizaçã o.
Temos nossas missõ es profissionais a resguardar. Lembro das
motivaçõ es médicas em “O Grande desafio do médico”, ao lidar com
as nobres realizaçõ es e buscas da medicina na postura contrá ria à
mediocridade fatalista e derrotada de certos elementos da
sociedade brasileira.
Nã o poderia deixar de tratar dos esforços educacionais no campo da
bioética e das humanidades médicas. “Em busca do médico filó sofo”
trata de iniciativas educacionais que ambicionam humanizar o
jovem estudante de medicina. Receio que a maioria das iniciativas
terminem em vulgares manipulaçõ es ideoló gicas capazes de
restringir o horizonte intelectual e moral de nossos futuros médicos.
Por fim, em “A bioética das elites”, menciono o uso da bioética como
instrumento de manipulaçã o social promovida pela elite contrá ria a
tudo o que a maioria do povo brasileiro acredita. Creio que a maioria
dos cidadã os comuns ficaria apavorada se tomasse conhecimento de
algumas propostas de açã o discutidas no â mbito da academia. Se a
bioética realmente deseja ser aberta à participaçã o das pessoas
comuns, nã o deveria também ser mais sensível aos valores delas?
Eis o primeiro volume de Disbioética . Espero que incomode
profundamente o leitor, como também incomodou a mim. Removido
da rotina de meus afazeres profissionais pelos absurdos da
discussã o da elite acadêmica, senti a obrigaçã o de estudar e
compartilhar meu espanto e minhas reflexõ es. Espero incentivar o
leitor à reflexã o, tirando-o do assombro paralisante que parece ter
tomado conta de nosso país.
MUTAÇÃ O CIVILIZACIONAL
Muito mais que agredir a integridade de um grupo de pessoas, a
coaçã o para que os médicos executem seres humanos ou tomem
parte nessas execuçõ es fará uma verdadeira mutaçã o social, o que
poderá colocar em risco até mesmo a liberdade tã o prezada pela
sociedade secularizada no momento em que entrega nas mã os do
Estado, mesmo que a título de defender a liberdade, a possibilidade
de escravizar atitudes e valores de seus habitantes, dialeticamente
transformados em escravos. [51]
Bioeticistas do mundo inteiro fariam muito bem em lembrar de um
detalhe antes de entregar o comando de nossa consciência ao
Estado, comemorando com alegria a derrocada da religiã o no
Ocidente. Nã o foram as religiõ es as grandes má quinas de matar e
oprimir, mas sim, os governos, principalmente quando interferiram
na mente e no coraçã o de seus sú ditos. [52]
Nas portentosas — e desagradá veis para a maioria dos defensores
mais radicais e inconsequentes do Estado laico e antirreligioso —
palavras do filó sofo brasileiro Olavo de Carvalho, acaba-se por fazer
a “política do Anticristo sobre a Terra: investir o Estado de
autoridade espiritual, restaurar o culto de César, banir deste mundo
a liberdade interior que é o reino de Cristo”. [53]
A linguagem é religiosa, mas as consequências da ressurreiçã o de
César afetarã o a liberdade de todos, religiosos ou nã o.
Bibliografia
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[1]
T ANQUEREY, Adolphe, La Divinización del Sufrimiento (Madrid: Rialp, 1960).
[2]
Como preconiza o filó sofo Hans Jonas no livro O princípio responsabilidade
(Sã o Paulo: Contraponto Editora, 2006).
[3]
Artigo publicado originariamente no portal Mídia Sem Máscara
(22 mai. 2014) e reproduzido aqui com algumas alteraçõ es. Disponível em:
http://www.midiasemmascara.org/artigos/cultura/15208-2014-05-22-21-
49-39.html
[4]
GIUBILINI, A.; MINERVA, F. “After-birth abortion: why should the Baby live?”.
Journal of Medical Ethics, vol. 39, 2013, p. 261-3.
[5]
VATTIMO, G. Nihilism and Emancipation . New York: Columbia University
Press, 2004; S AVULESCU , J. “Conscientious Objection in Medicine”. Brittish
Medical Journal , vol. 332, 2006, p. 294-7.
[6]
PENITENTE , Leonardo Serafini. “Aspectos jurídicos, sociais e éticos do
aborto”. Mirabilia Medicinae , vol. 1, 2013, p. 13-24; PENITENTE, Leonardo
Serafini et. al . “Debate sobre o abortamento voluntá rio”. Mirabilia Medicinae,
vol. 1, 2013, p. 25-39.
[7]
Países que nasceram com a junçã o da filosofia grega, do direito romano e
da religiã o judaica sob a ascensã o do cristianismo.
[8]
Sã o Paulo: Companhia das Letras, 2003.
[9]
Campinas: Vide Editorial, 2012.
[10]
JURKEWICZ , R. S. “A escolha sobre o corpo”. Le Monde Diplomatique
(3 fev. 2010). Disponível em: http://www.diplomatique.org.br/artiho.php?
id=619.
[11]
BRASSINGTON , Iain. “An Open Letter from Giubilini and Minerva”. Journal of
Medical Ethics Blog , 2 mar. 2012.
[12]
AZEVEDO , Reinaldo. “Em vez de uma escola brasileira à altura de Machado,
um ‘Machado’ à baixura da escola brasileira”. Disponível em:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/em-vez-de-uma-escola-
brasileira-a-altura-de-machado-um-machado-a-baixura-da-escola-brasileira/.
[13]
RIBEIRO Jr., W. A. Juramento de Hipócrates . Modelo 19, Araraquara, v. 4,
n. 9, p. 69-72, 1999. Disponível em:
http://warj.med.br/pub/pdf/juramento.pdf.
[14]
CONSELHO REGIONAL DE MEDICINA DO DISTRITO FEDERAL . CÓDIGO DE ÉTICA DO
ESTUDANTE DE MEDICINA . 3. ED. BRASÍLIA, DF, 2004.
[15]
CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA . Circular CFM N° 46/2013. Brasília, DF:
Conselho Federal de Medicina , 2013 . Disponível em:
http://waldircardoso.files.wordpress.com/2013/03/ofc3adcio-circular-cfm-
46-2013.pdf .
[16]
PEREIRA , Sandra Helena. Posiçã o do Conselho Regional de Medicina do
Espírito Santo (CRM-ES) e do Conselho Federal de Medicina (CFM) sobre o
abortamento voluntá rio . Mirabilia Medicinae , 2013, vol. 1, p. 7-12.
[17]
MINISTÉ RIO DAS RELAÇÕ ES EXTERIORES . Convenção Americana Sobre Direitos
Humanos . Em vigor no Brasil desde 1992, conforme o Decreto 678, de
6 nov. 1992. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D0678.htm .
[18]
MENDES , Priscilla. “Mais uma obra de Monteiro Lobato é questionada por
suposto racismo”. Disponível em:
http://g1.globo.com/educacao/noticia/2012/09/mais-uma-obra-de-
monteiro-lobato-e-questionada-por-suposto-racismo.html.
[19]
Indico as seguintes obras para começar a entender o perigo que uma
alteraçã o de ideias pode representar: WEAVER , Richard. Ideias têm
consequências (Sã o Paulo: Vide Editorial, 2012) e JONAS , Hans. O princípio da
responsabilidade (Rio de Janeiro: Editora PUC Rio, 2011).
[20]
Para compreender melhor o que é ser médico no contexto histó rico e
filosó fico, e como a benevolência e a busca pela excelência atuam no contexto
de amizade com o paciente para estabelecer a relaçã o médico-paciente de
forma adequada, sugiro a leitura das obras de GRACIA GUILLÉ N, Diego (
Fundamentos de Bioética . Madrid: Editorial Triacastela, 2011) e PELLEGRINO ,
Edmund ( The Philosophy of Medicine Reborn : A Pellegrino Reader. Notre
Dame: University of Notre Dame Press, 2011).
[21]
Campinas: Vide Editorial, 2014.
[22]
Como se pode ver em: JURKEWICZ , Regina. “A escolha sobre o corpo”. Le
Monde Diplomatique Brasil , 2010. Disponível em:
http://www.diplomatique.org.br/artigo.php?id=619.
[23]
Os “princípios da bioética”, segundo a obra clá ssica Princípios de ética
biomédica , sã o: beneficência, nã o maleficência, autonomia e justiça. Cf.
BEAUCHAMP , Tom; CHILDRESS James. Princípios da Ética Biomédica (Sã o Paulo:
Ediçõ es Loyola, 2002).
[24]
Sã o Paulo: Companhia das Letras, 2009.
[25]
Uma clara alusã o de George Orwell à prá tica soviética de destruir a
reputaçã o de seus inimigos e utilizá -los para capitalizar o ó dio das massas.
Semelhanças com o Partido dos Trabalhadores nã o sã o mera coincidência.
Recomendo a leitura de: TUMA JÚ NIOR , Romeu. Assassinato de reputações: um
crime de Estado (Rio de Janeiro: Topbooks, 2013).
[26]
GIRARD , René. O bode expiatório (Sã o Paulo: Editora Paulus, 2004).
[27]
Cf. MORGENSTERN , Flá vio. Por trás da máscara. Do passe livre aos black
blocs, as manifestaçõ es que tomaram as ruas do Brasil (Sã o Paulo: Record,
2015).
[28]
ANGOTTI NETO , Hélio. “Políticas de interiorizaçã o do médico brasileiro”.
Ibérica – Revista Interdisciplinar de Estudos Ibéricos e Ibero-Americanos.
Vol. VII, Nº 21, 2013, p. 40-56. Disponível em:
http://www.sophiaweb.net/repositorio/iberica/iberica21/interiorizacao-
medico-angotti.pdf; acesso em: 28 dez. 2014.
[29]
Alguns locais em que a propaganda de ó dio do governo é destilada podem
ser vistos nos seguintes locais: SUS sem racismo: organizaçã o governamental
no Facebook. Disponível em: https://www.facebook.com/SUSnasRedes. Blog
da Saúde — Ministério da Saú de. Disponível em:
http://www.blog.saude.gov.br/index.php/34777-campanha-mobiliza-a-
populacao-contra-o-racismo-no-sus. Portal da Saúde — Ministério da Saú de.
Disponível em:
http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretaria
s/sgep/doges-departamento-de-ouvidoria-geral-do-sus/ouvidoria-g-sus/
noticias-ouvidoria-geral-do-sus/15854-campanha-mobiliza-a-populacao-
contra-o-racismo-no-sus.
[30]
CARDOSO , Francisco. “SUS sem fascismo — Governo utiliza tá tica nazista de
pegar dados desfavorá veis a ele e jogar a culpa em um grupo populacional
através da deturpaçã o de estatísticas”. Disponível em:
http://www.perito.med.br/2014/12/sus-sem-fascismo-governo-utiliza-
tatica.html. BRASIL , Felipe Moura. “Campanha do SUS atribui a ‘racismo’
mortes por doença genética predominante em negros. Médicos reagem”.
Disponível em:
http://veja.abril.com.br/blog/felipe-moura-brasil/2014/12/25/campanha-
do-sus-atribui-a-racismo-mortes-por-doenca-genetica-predominante-em-
negros-medicos-reagem/.
[31]
FELIX , A. A.; S OUZA , H. M.; RIBEIRO , S. B. F. “Aspectos epidemioló gicos e
sociais da doença falciforme”. Revista Brasileira de Hematologia e Hemoterapia
, 32(3), 2010, p. 203-8.
[32]
Sugiro consultar a excelente obra comentada pelo filó sofo Olavo de
Carvalho: SCHOPENHAUER , Arthur. Como vencer um debate sem precisar ter
razão, em 38 estratagemas (dialética erística). Introduçã o, Notas e
Comentá rios de Olavo de Carvalho (Rio de Janeiro: Topbooks, 2003).
[33]
Uma irô nica conclusã o, que remete ao há bito governista de sempre gabar-
se com a expressã o “nunca antes neste país…”. Poder-se-ia igualmente tecer o
seguinte comentá rio: Nunca antes neste país houve tanta corrupçã o, tanta
impunidade e tanta ausência de vergonha.
[34]
DALRYMPLE , Theodore. A vida na sarjeta (Sã o Paulo: É Realizaçõ es, 2014).
[35]
PLATO [ Platã o ] . Republic , Volume I: Books 1-5. Ediçã o e traduçã o de
Christopher Emlyn-Jones, William Preddy. Loeb Classical Library 237.
Cambridge, MA: Harvard University Press, 2013, p. 22-3.
[36]
Disponível em: http://www.otempo.com.br/opini%C3%A3o/leonardo-
boff/recado-para-o-pt-s%C3%A3o-poss%C3%ADveis-a-autocorre
%C3%A7%C3%A3o-e-o-recome%C3%A7o-1.1046783.
[37]
Como se viu na série de pavorosos vídeos gravados pelo “The Center for
Medical Progress”, em que funcioná rios de diversos escalõ es da organizaçã o
abortista internacional Planned Parenthood negocia pedaços de fetos e bebês
abortados. Considerando-se as raízes eugenistas da organizaçã o em sua
fundadora Margareth Sanger, nã o é de estranhar a conduta desumana dos
atuais moedores de carne humana. Disponível em:
http://www.centerformedicalprogress.org/.
[38]
Algumas questõ es ainda permanecem controversas, abrindo margem do
texto revisado da Declaração de Helsinki para atitudes antiéticas na pesquisa
com seres humanos.
[39]
Ezequiel 32.17-32.
[40]
Romanos 2.14-16.
[41]
Sobre a grande virada civilizacional em que o centro ordenador da
sociedade passa a ser o espírito humano e nã o o cosmo, pode-se consultar a
obra de Eric Voegelin: Ordem e história , em cinco volumes. Mais que
reafirmar a ordem natural vista no cosmo, as sociedades humanas desde os
judeus antigos e os gregos filó sofos, passaram a enxergar a fonte de
ordenamento na alma do pró prio ser humano, o ponto de contato entre o que
era divino e o que era natural.
[42]
PLATÃ O . Apologia de Sócrates (Pará : Editora da Universidade Federal do
Pará , 2015).
[43]
Mateus 22.21.
[44]
Quando digo equilíbrio, nã o equiparo de forma alguma um poder ao outro,
mas infiro haver uma dose adequada para cada um, uma funçã o pró pria
devida a cada parte que pode ser desvirtuada e aí sim gerar desequilíbrio.
[45]
Sobre as estatísticas de quantas vidas humanas foram sacrificadas no altar
dos governos modernos e contemporâ neos, sugiro a consulta do trabalho de
Rudolph Joseph Rummel, da Universidade do Havaí. Disponível em:
https://www.hawaii.edu/powerkills/.
[46]
Tais técnicas podem ser vistas em parte nos livros de BERNARDIN , Pascal:
Maquiavel pedagogo (Campinas: Vide Editorial, 2013) e MEERLOO , Joost:
Lavagem cerebral — menticídio: o rapto do espírito (Rio de Janeiro: Ibrasa,
1980).
[47]
Bioethics . Volume 29, Number 5, 2015, p. ii-iii.
[48]
KIRKEY , S. “Unacceptable to force doctors to participate in assisted dying
against their conscience”: CMA. National Post 2015 March 5. Disponível em:
http://news.nationalpost.com/news/canada/unacceptable-to-force-doctors-
to-participate-in-assisted-dying-against-their-conscience-cma-head.
[49]
Recurso dialético que leva a hipó tese à s ú ltimas consequências, neste caso
utilizado de forma indevida.
[50]
SCHÜ KLENK , Udo. Op. cit. , p. ii-iii.
[51]
Sobre consequências tardias dessas medidas na sociedade, o livro de
Braden R. Allenby e Daniel Sarewitz, The Techno-Human Condition (The MIT
Press, 2013), apresenta uma interessante reflexã o, que também pode ser
aplicada a alteraçõ es de conduta como foi aplicada ao desenvolvimento
tecnoló gico. Esperam-se consequências de curto prazo de cada mudança na
sociedade — normalmente previstas —, consequências de médio prazo — em
geral sob a forma de profundas alteraçõ es na economia e nas relaçõ es
imediatas entre as pessoas —, e consequências de longo prazo — de cará ter
civilizacional e cultural — quase completamente imprevisíveis.
[52]
Remeto novamente o leitor à pesquisa indispensá vel de Rudolph Joseph
Rummel, da Universidade do Havaí. Disponível em:
https://www.hawaii.edu/powerkills/.
[53]
O jardim das aflições , p. 231.
[54]
CHARO , Alta. “Fetal Tissue Fallout”. New England Journal of Medicine ,
373(10), September 3, 2015, p. 890-1.
[55]
Evocar um espantalho em uma discussã o, debate ou argumentaçã o
equivale a criar uma versã o estereotipada do “adversá rio” e passar a atacar a
pró pria criaçã o em lugar de lidar com a pessoa real.
[56]
Princípio responsabilidade: ensaio de uma ética para a civilizaçã o
tecnoló gica (Rio de Janeiro: Editora Contraponto, 2006).
[57]
Cf. CONSELHO FEDERAL DE MEDICINA . Código de Ética Médica . Resoluçã o CFM
Nº1931/2009. Disponível em:
http://www.portalmedico.org.br/novocodigo/integra.asp.
[58]
Ao contrá rio de outros deuses como Zeus, com representaçã o alternativa
em outra cultura sob a forma de Jú piter.
[59]
“Why then is it said that the beginnings of things belong to him”. Cur ergo
ad eum dicuntur rerum initia pertinere. Cf. AUGUSTINE [ Agostinho ] . City of
God . Volume II: Books 4-7. Traduçã o de William M. Green. Loeb Classical
Library 412. Cambridge: Harvard University Press, 1963, p. 398-9.
[60]
Grifos do autor.
[61]
Assunto já abordado pelo Academia Médica em:
http://academiamedica.com.br/discussao-descriminalizacao-do-aborto-ate-a-
12o-semana-de-gestacao/. O Conselho Federal de Medicina expõ e sua
justificativa em: http://portal.cfm.org.br/index.php?
option=com_content&view=article&id=23663:cfm-esclarece-posicao-a-favor-
da-autonomia-da-mulher-no-caso-de-interrupcao-da-gestacao&catid=3. E a
postura é criticada pelo jornalista Reinaldo Azevedo em:
http://veja.abril.com.br/blog/reinaldo/geral/cultura-da-morte-maioria-do-
conselho-federal-de-medicina-apoia-descriminacao-do-aborto-ate-12a-
semana-de-gestacao-assim-tambem-ela-acha-a-exemplo-de-certa-comissao-
que-feto-de-gente-e-in/.
[62]
Como debatido no I Seminá rio UNESC de Humanidades Médicas, em 2013.
Cf. ANGOTTI NETO , Hélio (org.) ( Mirabilia Medicinae 1, I UNESC Seminar of
Medical Humanities, 2015).
[63]
PELLEGRINO , Edmund D. “Philosophy of Medicine: Should It Be
Teleologically or Socially Constructed?” ( Kennedy Institute of Ethics Journal ,
Volume 11, Number 2, June 2001), p. 169-80.
[64]
Como descrito no livro A morte da medicina , lançado pela Vide Editorial.
[65]
ROCCELLA , Eugenia; SCARAFFIA , Lucetta. Contra o cristianismo : a ONU e a
Uniã o Europeia como nova ideologia (Sã o Paulo: Ecclesiae, 2014).
[66]
Preocupaçã o antiga, descrita no livro publicado no final da década de
1970. Cf. KOOP , C. Everett; SCHAEFFER , Francis A. Whatever Happened to the
Human Race (Wheaton, Illinois: Crossway, 1983).
[67]
Recentemente exposta em um escâ ndalo relacionado à venda de partes
fetais obtidas em abortamentos. Cf. CENTER FOR MEDICAL PROGRESS . “The
Human Capital Project”. Disponível em:
http://www.centerformedicalprogress.org/; acesso em: 3 jan. 2016.
[68]
Conhecidos por seus há bitos de homicídio infantil e eutaná sia,
arremessando do penhasco crianças e velhos frá geis.
[69]
Sobre a evoluçã o da É tica Médica, sugiro consultar a obra de Albert
Jonsen: A Short History of Medical Ethics (New York: Oxford University Press,
2008). Sobre os laços entre o hipocratismo e a Escola Pitagó rica, sugiro a
leitura de Ludwig Edelstein: Ancient Medicine: Selected Papers of Ludwig
Edelstein (Baltimore: Johns Hopkins University Press, 1987).
[70]
Eclesiastes 1.9: “O que foi, isso é o que há de ser; e o que se fez, isso se
fará ; de modo que nada há de novo debaixo do sol”.
[71]
VERHAGEN , A. A., S OL , J. J., B ROUWER , O. F., S AUER , P. J. “Deliberate
termination of life in newborns in The Netherlands; review of all 22 reported
cases between 1997 and 2004”. Nederlands Tijdschrift voor Geneeskunde .
2005 Jan 22; 149(4):183-8.
[72]
“Deliberate termination of Life of Newborns with Spina Bifida, a Critical
Reappraisal”. Child’s Nervous System . 2008 Jan; 24(1): 13-28.
[73]
Recomendo a leitura de: A filosofia e seu inverso (Campinas: Vide Editorial,
2012), de Olavo de Carvalho.
[74]
Com o termo idealistas, peço que nã o entendam ideó logos socialistas. Esse
tipo de idealismo que carrega nas mã os sujas de sangue mais de uma centena
de milhõ es de vidas em tempos de paz internacional nã o merece o termo
atribuído a si. COURTOUIS , Stephane; et. al . O livro negro do comunismo :
crimes, terror e repressã o (Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1999). Disponível
em: http://www.mises.org.br/files/literature/O%20LIVRO%20NEGRO
%20DO%20COMUNISMO%20-%20Crimes%20Terror%20E%20Repress
%C3%A3o.pdf
[75]
Cf. CARVALHO , Olavo de. Coleção história essencial da filosofia (aula 02): o
projeto socrá tico (Sã o Paulo: É Realizaçõ es, 2002).
[76]
HIPPOCRATES [ Hipócrates ] . Prognostic. Regimen in Acute Diseases. The
Sacred Disease. The Art. Breaths. Law. Decorum. Physician (Chap. I). Dentition
(Volume II Tradução de JONES , W. H. S. Cambridge: Loeb Classical Library,
1923).
[77]
Denunciado por Pascal Bernardin: Maquiavel pedagogo (Campinas: Vide
Editorial, 2013).