Planejamento Tributário 2010
Planejamento Tributário 2010
Planejamento Tributário 2010
LEONARDO ANTUNES
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
UM ESTUDO DE CASO DO PIS E DA COFINS APURADOS PELA ALÍQUOTA
MONOFÁSICA
Florianópolis – SC
2010
LEONARDO ANTUNES
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
UM ESTUDO DE CASO DO PIS E DA COFINS APURADOS PELA ALÍQUOTA
MONOFÁSICA
FLORIANÓPOLIS
2010
LEONARDO ANTUNES
PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO:
UM ESTUDO DE CASO DO PIS E DA COFINS APURADOS PELA ALÍQUOTA
MONOFÁSICA
Primeiramente sou grato a Deus, fonte de ânimo e esperança, por ter guiado meu
caminho quando já não sabia mais qual rumo tomar e por ter me renovado quando a vontade
de desistir me abatia.
Aos meus pais, Maria Cristina Mouta Felisberto Antunes e Luiz Carlos Antunes
não somente agradeço, como também dedico esta monografia e a conclusão desta etapa de
minha vida; pois foram eles os principais responsáveis pelo meu empenho e
comprometimento com os estudos, eles me deram a base para vida e o incentivo necessário
para continuar sempre.
Aos professores do corpo docente do Curso de Ciências Contábeis da Universidade
Federal de Santa Catarina por terem contribuído com meu crescimento acadêmico e pessoal.
Em especial ao meu orientador Professor Alexandre Zoldan da Veiga por ter aceitado
partilhar comigo o desafio deste trabalho de conclusão de curso.
Não posso deixar de agradecer ao meu co-orientar professor Neri Müller pelas
sugestões e críticas, sem o seu apoio a realização deste trabalho não seria possível.
A todos os familiares que acreditaram na realização deste sonho. Especialmente a
minha prima e colega de curso, Vilma Maria Pereira, que sustentou junto comigo a
expectativa da vitória.
Aos meus amigos e colegas de curso pelos bons momentos compartilhados juntos,;
com vocês tudo valeu à pena. De modo carinhoso a Gabriela Duarte e a Sabrina Rosa da
Silveira que partilharam e deram força nas dificuldades e desalentos.
Àqueles que compreenderam as opções e renúncias feitas para finalização desta
monografia, e que mesmo com a distância neste período, me incentivaram e tornaram mais
brandos os meus dias.
A todos que de algum modo contribuíram para a conclusão desta etapa, os quais
infelizmente tornam-se inviável mencionar os nomes.
Muito Obrigado a Todos!
Um sonho que se sonha só
É só um sonho que se sonha só
Mas sonho que se sonha junto é realidade.
Tabela 1: Comparativo das receitas tributáveis antes e após a elisão fiscal ............................. 55
Tabela 2: Comparativo das apurações do PIS .......................................................................... 56
Tabela 3: Comparativo das apurações da COFINS .................................................................. 57
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE GRÁFICOS
LISTA DE QUADROS
Art. Artigo
CF Constituição Federal
CFC Conselho Federal de Contabilidade
CGSN Comitê Gestor do Simples Nacional
COFINS Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
CPP Contribuição Patronal Previdenciária
CSLL Contribuição Social sobre o Lucro Líquido
CTN Código Tributário Nacional
DF Distrito Federal
EPP Empresas de Pequeno Porte
IBOPE Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística
ICMS Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de
Comunicação
IN Instrução Normativa
IPI Imposto sobre Produtos Industrializados
IRPJ Imposto sobre Renda da Pessoa Jurídica
ISQN Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza
LALUR Livro de Apuração do Lucro Real
LC Lei Complementar
MAE Mercado Atacadista de Energia Elétrica
ME Microempresas
MERCOSUL Mercado Comum do Sul
MP Medida Provisória
NCM Nomenclatura Comum do MERCOSUL
OCB Organização das Cooperativas Brasileiras
PASEP Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público
PIS Programa de Integração Social
RIR Regulamento do Imposto de Renda
SRF Secretaria da Receita Federal
TIPI Tabela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializados
ZFM Zona Franca de Manaus
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO .................................................................................................................................. 12
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................................. 64
1 INTRODUÇÃO
de alíquotas concentradas, ou seja, não deveria haver tributo (PIS e COFINS) sobre estas
vendas.
Diante disso esta pesquisa se propõe a responder a seguinte pergunta: Como a
cobrança monofásica do PIS e da COFINS pode impactar na redução da carga tributária de
uma empresa comercial?
1.2 OBJETIVOS
1.3 JUSTIFICATIVA
1.4 METODOLOGIA
[...] real (factual) porque lida com ocorrência ou fatos [...] constitui um
conhecimento contingente, pois as suas proposições ou hipóteses têm a sua
veracidade ou falsidade conhecida através da experimentação e não apenas pela
razão [...] é sistemático já que se trata de um saber ordenado logicamente,
formando um sistema de idéias (teoria) e não conhecimentos dispersos e
desconexos. Possui a característica da verificabilidade a tal ponto que as afirmações
16
(hipóteses) que não podem ser comprovadas não pertencem ao âmbito da ciência.
Constitui-se em conhecimento falível em virtude de não ser definitivo, absoluto ou
final, e por este motivo é aproximadamente exato: novas proposições e
desenvolvimento de técnicas podem reformular o acervo de teoria existente.
Para que o conhecimento seja ampliado é necessária que seja realizada uma pesquisa,
caracterizada no presente estudo pela busca de respostas ao problema proposto, utilizando-se
de um método, que define os processos que necessários para atingir os objetivos.
Gil (1993, p. 19), define pesquisa como “[...] o procedimento racional e sistemático
que tem como objetivo proporcionar respostas aos problemas que são propostos”.
A modalidade de pesquisa utilizada no presente estudo é de caráter exploratório, que
de acordo com Domingues, Heubel e Abel (2003, p. 115) se realiza “a partir de dados
secundários (já disponíveis), em conversas informais com pessoas especializadas no assunto
de interesse e estudo de casos selecionados, em que se incluem também pesquisas já
realizadas”.
Do ponto de vista da abordagem, a pesquisa empregada neste estudo se dá de forma
quantitativa e qualitativa.
Quanto à abordagem quantitativa Sabino (1996 apud LAKATOS e MARCONI,
2007) define “como toda informação numérica resultante da investigação, que se apresentará
como um conjunto de quadros, tabelas e medidas”.
Richardson (1999 apud BEUREN, 2003), faz referência que “os estudos que
empregam uma metodologia qualitativa podem descrever a complexidade de determinado
problema, analisar a interação de certas variáveis, compreender e classificar processos
dinâmicos vividos por grupos sociais”.
Do ponto de vista dos procedimentos adotados, a pesquisa é realizada tendo por base
um estudo de caso. Para Gil (2010, p. 37) o estudo de caso “consiste no estudo profundo e
17
2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Muitas são as atribuições do contador em uma empresa e na sociedade. Para isso, ele
deve ter, além da capacidade técnica, um comportamento adequado ao exercício da profissão.
De acordo com o art. 25 do Decreto-Lei 9.295/46, consideram-se atribuições do contador:
Historicamente a carga tributária tem, ao passar dos anos, se tornado mais alta. De
acordo com Coronato (2010, p. 66) “em 1995, só o governo federal arrecadava em impostos o
equivalente a 19% da riqueza produzida no país. Essa fatia chegou a 23% em 2002 e passa de
25% neste ano [2010]”.
O papel de Planejador Tributário, que consta no quadro 1, pode fazer a diferença, no
mercado concorrido em que as empresas estão inseridas.
2.3 TRIBUTOS
2.3.1 Impostos
Imposto, segundo o art.16 do CTN, “é o tributo cuja obrigação tem por fato uma
situação independe de qualquer atividade estatal especifica, relativa ao contribuinte”.
Fabretti (2005, p. 51) organiza o conceito de impostos como sendo, dentro do grupo
dos tributos, “os que, uma vez instituídos por lei, são devidos, independentemente de qualquer
atividade estatal em relação ao contribuinte. Portanto, não estão vinculados a nenhuma
prestação específica do Estado ao sujeito passivo”. Fernandes e Silva (2005, p. 10)
complementam que “por essa razão, os impostos são chamados de tributos não vinculados,
uma vez que não estão atrelados a nenhuma ação estatal”.
Os impostos são tributos que independem da atividade do Estado, e tem a finalidade
de financiar as atividades gerais do Estado, A arrecadação tem o intuito de financiar as
atividades gerais do Estado, entretanto não tem uma destinação especifica. Como exceção, diz
o art. 167, inciso IV, da CF (1988, apud FERNANDES; SILVA, 2005, p.10) “pode haver
vinculação da receita de impostos para saúde pública, para a manutenção e desenvolvimento
do ensino, para a realização de atividades da administração tributária e para oferecer garantias
de débitos para com a União”.
São exemplos de impostos: na esfera federal, o Imposto sobre Produtos
Industrializados – IPI, Imposto de Renda da Pessoa Jurídica – IRPJ; na esfera estadual, o
Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e Sobre Prestações de
Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS; e na esfera
municipal, o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISQN.
2.3.2 Taxas
Fernandes e Silva (2005, p. 10) definem taxa como “uma prestação pecuniária
exigida pelo Estado, em virtude de lei, pela realização de uma atividade que afeta diretamente
25
o obrigado”. Fabretti (2005, p. 52) ressalta que “a taxa não pode ter base de cálculo ou fato
gerador idênticos ao imposto, nem pode ser calculada em função do capital das empresas”.
As taxas estão ligadas ao poder de polícia ou a utilização do serviço público prestado
ao contribuinte ou posto a sua disposição. As taxas somente serão devidas quando houver
atividade estatal prestada ou colocada à disposição do contribuinte; por isso elas são
consideradas tributos vinculados, pois são dependentes de ação estatal.
As taxas podem ser classificadas em duas categorias: taxas de serviço público e taxas
de poder de polícia.
As taxas de serviço público têm como fato gerador a prestação de algum serviço
público ao contribuinte ou mesmo posto a sua disposição.
De acordo com o Fernandes e Silva (2005, p. 11):
Tem-se como exemplo de taxa de serviço público a taxa de coleta de lixo e a taxa de
iluminação pública.
Conforme Fernandes e Silva (2005, p. 12) “a taxa de poder de polícia tem como fato
gerador o exercício do poder de polícia”.
O art. 78 do CTN define poder de polícia como:
Amaro (2004, apud FERNANDES; SILVA, 2005, p. 12) cita que “o valor cobrado
pelo Município para emissão de licenças, autorizações e alvará são exemplos de taxa de poder
de polícia”.
A taxa de poder de polícia é a tributação de uma atividade pública que tem por
intuito limitar ou disciplinar direitos, interesses ou liberdades, e visa regular ou abster a
prática de algum ato.
Para Fernandes e Silva (2005, p. 15) as contribuições sociais gerais são “instituídas
para financiar as atividades ligadas à ordem social, com exceção da seguridade social”.
Como exemplo de contribuição social geral tem-se a contribuição ao salário-
educação.
Consta no art. 194 da Constituição Federal (1988, apud Harada, 2010, p. 323) o
conceito de seguridade social como “um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes
públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e a
28
O Código Tributário Nacional – CTN, em seu artigo 114, define que o “fato gerador
da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente à sua
ocorrência”. O fato gerador é que faz surgir à obrigação tributária principal.
Fontanella (2001 apud ZANOTELLI, 2005, p. 45) afirma que “fato gerador é o
acontecimento, previsto em lei, que, se ocorrido, faz surgir a obrigação de pagar tributo, ou de
fazer ou deixar de fazer algo com o fim de permitir o controle da arrecadação e a fiscalização
dos tributos”.
Com isso tem-se que o fato gerador é a circunstância prevista em lei, que condiciona
a sua ocorrência com o surgimento da obrigação principal.
Para Silva (2009, p. 24) contribuinte ou responsável são “os que devem fazer o
recolhimento do valor da obrigação principal e quando houver necessidade apresentar as
obrigações acessórias”.
Nesse sentido, o contribuinte ou responsável é o sujeito que está obrigado ao
recolhimento do tributo, quando tiver relação direta com o fato gerador diz-se contribuinte;
quando esta obrigação estiver expressa em lei, mas sem a condição de contribuinte, diz-se
responsável.
2.4.4 Alíquota
Desde que respeitadas as limitações legais, as pessoas jurídicas podem optar pelo
regime de tributação que desejam se enquadrar. As opções atuais no Brasil são Simples
Nacional, Lucro Presumido e Lucro Real.
Como se pode observar, não estão abrangidos pelo Simples Nacional, por exemplo, o
ICMS Substituição Tributária – ICMS ST e o ICMS calculado por diferencial de alíquota.
Para esses casos os contribuintes do Simples Nacional estão sujeitos às mesmas regras dos
demais contribuintes.
A mesma legislação que institui o Simples Nacional veda a opção a algumas pessoas
jurídicas. A LC n. 123/2006 e suas alterações impedem a opção pelo Simples Nacional às
ME e EPP que se enquadrem em uma das seguintes situações conforme o artigo 17:
atividade, e assim encontrar a alíquota aplicável. A alíquota é aplicada sobre o valor das
receitas brutas do mês resultando no valor devido da empresa optante pelo Simples Nacional.
A lei fixa os percentuais que são considerados como margem de lucro pertinente a
determinada atividade. Estes percentuais são aplicados sobre o faturamento
trimestral para obtenção da base de cálculo. À base de cálculo acrescem-se as
demais receitas operacionais e não-operacionais, e sobre este montante aplica-se a
alíquota do imposto de renda. (YOUNG, 2009, p. 14)
dos resultados das aplicações de 15% (quinze por cento) sobre a base de cálculo e de 10%
(dez por cento) sobre o excesso é o valor do IRPJ devido pela pessoa jurídica.
A CSLL tem sua base de cálculo formada pela aplicação dos percentuais sobre a
receita bruta trimestral. Os percentuais são em regra geral, de 12% (doze por cento) para as
atividades comerciais e industriais e de 32% (trinta e dois por cento) para as prestadoras de
serviços. Assim como o IRPJ, os rendimentos de aplicações financeiras e ganhos de capital
devem ser acrescidos à base de cálculo, sem aplicação de percentuais de presunção.
Sobre a base de cálculo encontrada para cálculo da CSLL, deve ser aplicada a
alíquota de 9% (nove por cento). Na CSLL ao contrário do IRPJ, não há adicional sobre
valores excedentes da base de cálculo.
Adições: referem-se às despesas contabilizadas pela PJ, mas que são limitadas ou
não admitidas pela lei. Exemplo: multas por infrações fiscais.
Exclusões: são valores que a lei permite subtrair do lucro líquido (IR) para efeito
fiscal. Exemplo: depreciação acelerada por incentivos fiscais, dividendos obtidos
de investimentos em ações de outras empresas avaliadas pelo custo de aquisição
etc.
Compensações: podem ser compensados os prejuízos fiscais dos períodos bases
anteriores.
2.6.1 PIS
O PIS consiste num programa que transfere renda permitindo melhor distribuição da
renda nacional, isso se faz por meio do abono salarial.
São contribuintes do PIS as pessoas jurídicas de direito privado e as que lhe são
equiparadas pela legislação do Imposto de Renda, inclusive empresas prestadoras
de serviços, empresas públicas e sociedades de economia mista e suas subsidiárias,
excluídas as microempresas e as empresas de pequeno porte submetidas ao regime
[...] do Simples Nacional.
A base de cálculo para o PIS das pessoas jurídicas de modo geral corresponde ao
faturamento mensal das empresas, que é composto pelo total das receitas auferidas, exceto as
exclusões legalmente expressas.
Na modalidade de incidência sobre o faturamento, para Higuchi, Higuchi e Higuchi
(2010, p. 925) excluem-se para determinação da base de cálculo do PIS:
Para as entidades que recolhem o PIS sobre a folha de salários, a base de cálculo será
o total da folha de pagamento mensal, composto pelo total dos rendimentos do trabalho
assalariado.
2.6.1.4 Alíquota
Como regra geral, a contribuição para o PIS é calculada pela aplicação das seguintes
alíquotas: 0,65% (zero vírgula sessenta e cinco por cento) sobre o faturamento e 1% (um por
cento) sobre a folha de pagamento.
2.6.2 COFINS
2.6.2.4 Alíquota
Nas seções seguintes são tratados os regimes de incidência para o PIS e para a
COFINS, que além das regras gerais da incidência cumulativa e da não-cumulativa, possuem
regimes especiais dispostos na legislação.
O regime de incidência não-cumulativa para o PIS foi instituído pela Lei 10.637/02 e
para o COFINS pela Lei 10.833/03. Este regime representaria um benefício com a utilização
de alguns créditos como dos insumos, porém como exposto comparativamente no quadro 3,
houve aumento das alíquotas para o PIS e para a COFINS.
Com base no Parágrafo 5º, art. 3º, da Lei 9.718 de 1998, as pessoas jurídicas
referidas no Parágrafo 1º do art. 22 da Lei 8.212 de 1991, são admitidas exclusões e deduções
para fins de determinação da base de cálculo para o PIS e para a COFINS.
Enquadram-se no conceito de entidade financeira, as pessoas jurídicas de acordo
com o Parágrafo 1º do art. 22 da Lei 8.212 de 1991, que exerçam atividades de
As entidades sem fins lucrativos apuram o PIS com base na folha de pagamento a
uma alíquota de 1% (um por cento).
Dispõe o art. 13 da Medida Provisória – MP n. 2.158-35 de 2001 que o PIS será
calculado à alíquota de 1% (um por cento) pelas seguintes entidades:
a) Templos de qualquer culto;
b) Partidos políticos;
c) Entidades de educação e de assistência social;
d) Instituições de caráter filantrópico, recreativo, cultural, científicos e
associações;
e) Sindicatos, federações e confederações;
f) Serviços sociais autônomos;
g) Conselhos de fiscalização de profissões regulamentadas;
h) Fundações de direito privado e fundações publicas instituídas ou mantidas pelo
Poder Públicos;
i) Condomínios de proprietários de imóveis residenciais ou comerciais; e
43
Nesse tópico encontram-se as receitas cuja tributação das contribuições para o PIS e
para a COFINS sofrem diferenciação nas alíquotas a serem aplicadas sobre a base de cálculo.
As alíquotas reduzidas possuem algum benefício de redução das alíquotas aplicáveis previstos
na legislação. Já as alíquotas concentradas têm esse nome por terem sua tributação
centralizada nos fabricantes ou equiparados.
46
Para fins de benefícios fiscais por motivos diversos, como por exemplo, o incentivo à
educação e à cultura, a legislação prevê em alguns casos a redução das alíquotas aplicáveis
para cálculo do PIS e da COFINS.
O quadro abaixo representa alguns produtos que tem redução das alíquotas para fins
de incidência do PIS e da COFINS. Nele está contido os produtos, as alíquotas reduzidas para
o PIS e para a COFINS e a legislação aplicada.
Alíquota Reduzida
Produtos Legislação Aplicada
PIS COFINS
Nafta Petroquímica 1% 4,60% Lei n. 11.196/05
Papel Imune de IRPJ, destinado à Impressão de
0,80% 3,20% Lei n. 10.637/02, art. 2o, §2o
Periódicos
Papel destinado à Impressão de Jornais 0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 28, I
Papel destinado à Impressão de Periódicos 0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 28, II
Produtos Hortículas e Frutas 0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 28, III
Aeronaves, Parte, Peças e Outros Itens destinados à
Manutenção, Reparo, Revisão, Conservação
0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 28, IV
Modernização, Conversão e Montagem de
Aeronaves
Sêmens e Embriões 0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 28, V
Mercadorias Destinadas à Consumo ou
0,00 0,00 Lei n. 10.637/02, art 5o A
Industrialização na ZFM
Matérias-Primas, Produtos Intermediários e
Materiais de Embalagem Produzidos na ZFM para 0,00 0,00 Lei n. 10.996/04 e Lei n. 11.196/05
Estabelecimentos Industriais ali Instalados
Concessionária de Veículos 0,00 0,00 Lei n. 10.485/02, art. 2o, § 2o, II
Fertilizantes, Defensivos Agrícolas e Outros 0,00 0,00 Lei n. 10.925/04, art. 1o
Gás Natural Canalizado 0,00 0,00 Lei n. 10.312/01, art. 1o
Carvão Mineral 0,00 0,00 Lei n. 10.312/01, art. 2o
Produtos Químicos e Farmacêuticos para Usos
0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 2o
Específicos
Livros 0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 28, VI
Receitas Financeiras 0,00 0,00 Lei n. 10.865/04, art. 27, §2o
Programa de Inclusão Digital (Venda a Varejo de
0,00 0,00 Lei n. 11.196/05, arts. 28 a 30
alguns Equipamentos de Informática
Quadro 4: Produtos com alíquotas reduzidas de PIS e COFINS
Fonte: Elaborado pelo Autor
No quadro 4 estão expostos alguns produtos que são tributados por alíquotas
reduzidas das contribuições de PIS e da COFINS. Um exemplo de redução das alíquotas para
PIS e COFINS é a redução a zero das alíquotas dos livros e do papel destinado a impressão de
jornais, visando desenvolver a educação e cultura.
47
Com base na Lei n. 10.147 de 2000 e suas alterações, o PIS e a COFINS das pessoas
jurídicas que industrializem ou importem produtos a seguir classificados nas posições da
TIPI, constantes nas alíneas a e b, do inciso I, do art. 1º da mesma lei, terão alíquotas
diferenciadas:
Nas operações seguintes da cadeia produtiva são reduzidas a zero as alíquotas das
contribuições para o PIS e a COFINS incidentes sobre a receita decorrente da venda desses
produtos tributados com a alíquota concentrada nos fabricantes ou importadores.
49
3 ESTUDO DE CASO
processamento da documentação, bem como o cálculo dos tributos, entrega das obrigações
acessórias aos entes públicos, e outros serviços contábeis e de apoio administrativo.
O estudo que está sendo apresentado como objeto desta monografia, se desenvolveu
no seguinte cenário. Devido à perda de confiança no escritório de serviços contábeis da
empresa, motivada pelos constantes erros nos processos e nas informações transmitidas aos
gestores a administração da Empresa Alfa decide no final do ano de 2009 trocar o escritório
de serviços contábeis para o ano seguinte.
Na mudança, o novo escritório de serviços contábeis realizou, entre outros
procedimentos como a verificação da regularidade junto aos órgãos fiscalizadores, o processo
de Planejamento Tributário.
No planejamento tributário realizado foi apurado que a modalidade de tributação
mais econômica para a Empresa Alfa é o Lucro Presumido como já estava enquadrada no ano
anterior. Todavia, uma análise mais detalhada dos produtos comercializados e a legislação
vigente, foi verificado que parte dos produtos da Empresa Alfa, se enquadram no regime
especial de tributação para o PIS e a COFINS, conhecido como tributação ou incidência
monofásica.
Uma equipe foi formada para fazer um levantamento das vendas dos últimos cinco
anos, e computar o valor que a Empresa Alfa deixou de economizar, pelo fato de pagar
indevidamente todas as suas vendas como tributação normal de incidência cumulativa de PIS
e COFINS.
O autor do presente estudo fez parte desta equipe de trabalho. Nos tópicos seguintes
deste trabalho, estão apresentados os levantamentos feitos e a análise dos dados obtidos. Para
fins deste estudo somente será observado o ano de 2009.
receita de vendas menos R$ 372.961,79 (trezentos e setenta e dois mil novecentos e sessenta e
um reais e setenta e nove centavos) de devolução de vendas.
A Empresa Alfa é optante pelo Lucro Presumido e por isso se sujeita a tributação
pelo regime cumulativo de PIS e da COFINS. Nesse regime a base de cálculo é equivalente ao
faturamento mensal da empresa.
O quadro 6 demonstra a apuração do PIS e da COFINS pelo regime de incidência
cumulativa.
O cálculo do PIS, como pode ser observado no quadro 6, é feito pela aplicação da
alíquota de 0,65% (zero vírgula sessenta e cinco por cento) sobre a base de cálculo. O total no
ano de 2009 da contribuição para o PIS é de R$ 53.858,43 (cinqüenta e três mil oitocentos e
cinqüenta e oito reais e quarenta e três centavos).
52
Após a análise feita pela nova contabilidade, da legislação vigente, em conjunto com
os diretores e colaboradores da empresa, verificou-se que parte das vendas, tem tributação
diferenciada nos produtos. Essa operação significaria para a Empresa Alfa, uma redução no
pagamento do PIS e da COFINS, pois estas receitas não compõem a base de cálculo a ser
tributada.
Parte das mercadorias comercializadas pela Empresa Alfa se encontram classificadas
nas posições da TIPI dispostas no Art. 1º da Lei 10.147/2000. Estas posições nas quais as
mercadorias se enquadram estão listadas nos Anexo A e B deste trabalho, e por força desta
mesma lei estão sujeitas ao regime especial de apuração para o PIS e a COFINS conhecido
como tributação monofásica ou de alíquotas concentradas.
No estudo feito, foram identificadas as receitas de vendas e devolução de vendas de
produtos monofásicos no ano de 2009. Com base no levantamento feito, elaborou-se um novo
53
A partir do gráfico 2, a seguir, pode-se observar o valor total das receitas da Empresa
Alfa antes e depois do levantamento das receitas de produtos monofásicos. O total das receitas
é de R$ 8.285.912,24 (oito milhões duzentos e oitenta e cinco mil novecentos e doze reais e
vinte e quatro centavos), enquanto que o total das receitas tributáveis, excluindo-se neste caso
55
Gráfico 2: Total das receitas - sem elisão fiscal e com elisão fiscal
Fonte: Elaborado pelo autor
A tabela 2 demonstra que a diferença total do PIS para o ano de 2009 nas duas
situações apresentadas é de R$ 22.323,63 (vinte e dois mil trezentos e vinte e três reais e
sessenta e três centavos) que representa uma economia de 41,45% (quarenta e um vírgula
quarenta e cinco por cento) do PIS pago pela Empresa Alfa.
57
Nas últimas colunas do quadro, são expostos o total das contribuições pagas no ano
de 2009 e o total da economia das contribuições.
O total pago a título de PIS e COFINS é de R$ 302.435,80 (trezentos e dois mil
quatrocentos e trinta e cinco reais e oitenta centavos). Ressalta-se que este valor é o total das
contribuições para o PIS e a COFINS no ano de 2009 calculadas indevidamente sobre o
faturamento total.
A economia que a Empresa Alfa deixou de fazer, pela falta de planejamento
tributário, é de R$ 125.355,78 (cento e vinte e cinco mil trezentos e cinqüenta e cinco reais e
setenta e oito centavos).
Para uma análise gráfica da economia em relação ao total pago pela Empresa Alfa no
ano de 2009, elaborou-se o gráfico 3.
59
uma redução da carga tributária de 41,45% (quarenta e um vírgula quarenta e cinco por
cento).
Com relação à COFINS, a redução é de 3% (três por cento) para 1,76% (um vírgula
setenta e seis por cento) resultado da divisão do valor de R$ 145.545,22 (cento e quarenta e
cinco mil quinhentos e quarenta e cinco reais e vinte e dois centavos) da COFINS sobre as
receitas tributáveis, pelo valor de R$ 8.285.912,24 (oito milhões duzentos e oitenta e cinco
mil novecentos e doze reais e vinte e quatro centavos) que corresponde ao faturamento total
da empresa. O impacto é uma redução da carga tributária de 41,45% (quarenta e um vírgula
quarenta e cinco por cento).
61
4 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
vinte e nove centavos), enquanto pela incidência monofásica o total das contribuições
recolhidas pelo produtor é de R$ 12,50 (doze reais e cinqüenta centavos).
Diante do exposto percebe-se que, comparativamente do total arrecadado em toda
cadeia produtiva a incidência monofásica do PIS e da COFINS é menos onerosa que o regime
cumulativo das mesmas contribuições. Em ambos os cálculos apresentados nos apêndices C e
D, foi considerada uma margem de lucro hipotética de 20% (vinte por cento). Ressalta-se que
quanto maiores as margens de lucro nas operações maior será a diferença encontrada entre as
duas formas de incidência, sendo que a cobrança monofásica apresentará uma carga tributária
menor.
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70
APÊNDICES
71
Medicamentos (exceto os produtos das posições 30.02, 30.05 ou 30.06) constituídos por produtos misturados
30.04 ou não misturados, preparados para fins terapêuticos ou profiláticos, apresentados em doses (incluídos os
destinados a serem administrados por via percutânea) ou acondicionados para venda a retalho.
3004.10 Contendo penicilinas ou seus derivados, com estrutura de ácido penicilânico, ou estreptomicinas ou seus derivados.
3004.10.1 Contendo penicilinas ou seus derivados, com estrutura de ácido penicilânico.
3004.10.11 Ampicilina ou seus sais.
3004.10.12 Amoxilina ou seus sais.
3004.10.13 Penicilina G benzatínica.
3004.10.14 Penicilina G potássica.
3004.10.15 Penicilina G procaínica.
3004.20 Contendo outros antibióticos.
3004.20.1 Contendo anfenicóis ou seus sais.
3004.20.11 Clorafenicol, seu palmitato, seu succinato ou hemissuccinato.
3004.20.2 Contendo macrolídios ou seus derivados.
3004.20.21 Eritromicina ou seis sais
3004.20.3 Contendo ansamicinas ou seus derivados.
3004.20.32 Rifampicina.
3004.20.5 Contendo cefalosporinas, cefamicinas ou derivados destes produtos.
3004.20.51 Cefalotina sódica.
3004.20.52 Cefaclor ou cefalexina monoidratados.
3004.20.6 Contendo aminoglucosídios ou seus derivados.
3004.20.61 Sulfato de gentamicina.
3004.20.7 Contendo polipeptídeos ou seus derivados.
3004.20.71 Vancomicina.
3004.20.73 Ciclosporina A
Contendo alcalóides ou seus derivados, mas não contendo hormônios nem outros produtos da posição 29.37, nem
3004.40
antibióticos.
3004.40.50 Granisetron; tropisetrona ou seu cloridrato.
3004.50 Outros medicamentos contendo vitaminas ou outros produtos da posição 29.36.
3004.50.10 Folinato de cálcio (leucovorina).
3004.50.60 Ácido retinóico (tretinoína).
3004.90 Outros.
3004.90.4 Contendo produtos das posições 29.24 a 29.26, mas não contendo produtos dos itens 3004.90.1 a 3004.90.3.
3004.90.42 Atenolol; prilocaína ou seu cloridrato; talidomida.
3004.90.43 Lidocaína ou seu cloridrato; flutamida.
3004.90.44 Femproporex.
3004.90.45 Paracetamol; bromoprida.
Pastas ("ouates"), gazes, ataduras e artigos análogos (por exemplo, pensos, esparadrapos, sinapismos),
30.05 impregnados ou recobertos de substâncias farmacêuticas ou acondicionados para venda a retalho para usos
medicinais, cirúrgicos, dentários ou veterinários.
3005.10 Pensos adesivos e outros artigos com uma camada adesiva.
3005.10.10 Impregnados ou recobertos de substâncias farmacêuticas.
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