Manual Residuos Solidos
Manual Residuos Solidos
Manual Residuos Solidos
MANUAL DO PLANO DE
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS
Célula de Licenciamento Ambiental / CELAM
Coordenadoria de Licenciamento / COL
2022
SECRETÁRIA MUNICIPAL DE URBANISMO E MEIO AMBIENTE
Luciana Mendes Lobo
COORDENADORA DE LICENCIAMENTO
Bruna da Nóbrega Cirino Diógenes
ELABORAÇÃO
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MANUAL DO PLANO DE
GERENCIAMENTO DE
RESÍDUOS
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LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
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SUMÁRIO
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1. PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Os geradores de resíduos sujeitos a elaboração do PGRS são definidos pelo Art. 20 da Lei
Federal Nº 12.305, de 02 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), como:
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b) gerem resíduos que, mesmo caracterizados como não
perigosos, por sua natureza, composição ou volume, não sejam
equiparados aos resíduos domiciliares pelo poder público
municipal;
III - as empresas de construção civil, nos termos do regulamento
ou de normas estabelecidas pelos órgãos do Sisnama;
IV - os responsáveis pelos terminais e outras instalações referidas na alínea “j” do
inciso I do Art. 13 e, nos termos do regulamento ou de normas estabelecidas pelos
órgãos do Sisnama e, se couber, do SNVS, as empresas de transporte;
V - os responsáveis por atividades agrossilvopastoris, se exigido pelo órgão
competente do Sisnama, do SNVS ou do Suasa.
Em atendimento ao Art. 20, da lei citada, foi sancionada a Lei Municipal Nº 10.340, de 28
de abril de 2015, que alterou a Lei Municipal Nº 8.408, de 24 de dezembro de 1999, que classifica
os estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços e as empresas de construção civil como
grandes geradores de resíduos sólidos, conforme exposto no seu Art. 1º:
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1.2 MODALIDADES DO PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS
Observação importante:
Nos casos de resíduos oriundo de poda ou corte de vegetação, o PGRS só deve ser
emitido quando o endereço da área de intervenção for o mesmo endereço do requerente. Caso
os endereços sejam divergentes, deverá ser emitido PGRCC, ferramenta que possibilita o
preenchimento de endereços distintos (dados do empreendimento e dados da obra).
Os resíduos sólidos são classificados com base nos laudos de análise química, segundo a
NBR-10.004 da ABNT, submetendo os resíduos aos testes de Solubilidade e Lixiviação, conforme as
NBR ś 10.006 e 10.005 respectivamente, ou ainda outro tipo de análise (cromatografia, absorção
atômica, espectrofotometria UV, etc.) que julgar necessário para melhor identificar os seus
componentes.
De acordo com a NBR 10004, os resíduos são classificados em:
a) Resíduos classe I – Perigosos: aqueles que apresentam periculosidade ou uma das característi-
cas como, inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade, patogenicidade, ou que constem
nos anexos A ou B da referida Norma.
Como exemplo, vale citar: borra de tinta, latas de tinta, óleos minerais e lubrificantes,
resíduos com thinner, serragem contaminadas com óleo, graxas ou produtos químicos, EPI’s
contaminadas (luvas e botas de couro), resíduos de sais provenientes de tratamento térmico de
metais, estopas, borra de chumbo, lodo da rampa de lavagem, lona de freio, filtro de ar, pastilhas
de freio, lodo gerado no corte, filtros de óleo, papéis e plásticos contaminados com graxa/óleo e
varreduras.
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b) Resíduos classe II – Não perigosos, divididos em:
• Resíduos classe II A – Não inertes: aqueles que não se enquadram nas
classificações de resíduos classe I - Perigosos ou de resíduos classe II B -
Inertes, nos termos desta Norma. Os resíduos classe II A podem ter
propriedades, tais como: biodegradabilidade, combustibilidade ou
solubilidade em água.
Como exemplo, vale citar: materiais orgânicos da indústria alimentícia, lamas de sistemas
de tratamento de águas, limalha de ferro, poliuretano, fibras de vidro, resíduos provenientes de
limpeza de caldeiras e lodos provenientes de filtros, EPI’s (uniformes e botas de borracha, pó de
polimento, varreduras, polietileno e embalagens, prensas, vidros para-brisa), gessos, discos de
corte, rebolos, lixas e EPI’s não contaminados.
• Resíduos classe II B – Inertes: quaisquer resíduos que, quando amostrados de uma forma
repre-sentativa, segundo a NBR 10007, e submetidos a um contato dinâmico e estático com
água desti-lada ou desionizada, à temperatura ambiente, conforme NBR 10006, não
tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos
padrões de potabilidade de água, exce-tuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor,
conforme anexo G da NBR 10004.
Como exemplo, vale citar: entulhos, sucata de ferro e aço.
O gerenciamento dos resíduos da saúde (RSS) deve ser realizado, qualquer que seja o seu
volume ou o seu peso, desde que gerados por estabelecimentos que prestam serviços, de alguma
forma, ligados à saúde.
De acordo com a RDC ANVISA Nº 222/18 e a Resolução CONAMA Nº358/2005, são
definidos como geradores de RSS todos os serviços relacionados com o atendimento à saúde
humana ou animal, inclusive os serviços de assistência domiciliar; laboratórios analíticos de
produtos para saúde; necrotérios, funerárias e serviços onde se realizem atividades de
embalsamamento (tanatopraxia e somatoconservação); serviços de medicina legal; drogarias e
farmácias, inclusive as de manipulação; estabelecimentos de ensino e pesquisa na área de saúde;
centros de controle de zoonoses; distribuidores de produtos farmacêuticos, importadores,
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distribuidores de materiais e controles para diagnóstico in vitro; unidades móveis
de atendimento à saúde; serviços de acupuntura; serviços de piercing e tatuagem,
salões de beleza e estética, dentre outros afins.
• Subgrupo A1
- Culturas e estoques de micro-organismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos,
exceto os medicamentos hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos,
atenuados ou inativados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência,
inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética.
- Resíduos resultantes da atividade de ensino e pesquisa ou atenção à saúde de indivíduos
ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco
4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de
doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de
transmissão seja desconhecido.
- Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por
contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas
oriundas de coleta incompleta.
- Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e
materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos
corpóreos na forma livre.
• Subgrupo A2
- Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais
submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos, bem como
suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de
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microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação,
que foram submetidos ou não a estudo anatomopatológico ou confirmação
diagnóstica.
• Subgrupo A3
- Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem
sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 centímetros ou
idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não
tenha havido requisição pelo paciente ou seus familiares.
• Subgrupo A4
- Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados.
- Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento
médico-hospitalar e de pesquisa, entre outros similares.
- Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções,
provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes
classe de risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou
microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente
importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de
contaminação com príons.
- Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro
procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo. - Recipientes e materiais
resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos
corpóreos na forma livre.
- Peças anatômicas (órgãos e tecidos), incluindo a placenta, e outros resíduos provenientes
de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anatomopatológicos ou de confirmação
diagnóstica.
- Cadáveres, carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais
não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microrganismos.
- Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual póstransfusão.
• Subgrupo A5
- Órgãos, tecidos e fluidos orgânicos de alta infectividade para príons, de casos suspeitos ou
confirmados, bem como quaisquer materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos
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ou animais, suspeitos ou confirmados, e que tiveram contato com órgãos,
tecidos e fluidos de alta infectividade para príons.
- Tecidos de alta infectividade para príons são aqueles assim definidos em
documentos oficiais pelos órgãos sanitários competentes.
• Produtos farmacêuticos;
• Resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes;
• Resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes
contaminados por estes;
• Efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores);
• Efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas.
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identificados como rejeito radioativo, devem ser mantidos sob refrigeração
ou por outro processo que evite a decomposição, durante o período de
armazenamento para decaimento;
4. Para serviços com atividade em Medicina Nuclear, observar ainda a norma
NE – 3.05 da CNEN.
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reformas, ampliação, etc.).
Qualquer obra que gere resíduos da construção civil, mesmo que isenta de
licenciamento, deverá obter Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção
Civil (PGRCC), nos termos do Art. 211, da Lei 270, de 02 de agosto de 2019 (Código
da Cidade).
Em atenção ao Art. 48, da Lei supramencionada, temos definido ainda que:
Art. 48. Ficam sujeitos à elaboração de Plano de Gerenciamento de Resíduos
Sólidos (PGRS) os produtores de resíduos vegetais, além dos geradores
mencionados em legislação municipal específica, devendo o PGRS ser apresentado
à Secretaria Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente (SEUMA), como condição
necessária para análise e emissão do devido licenciamento ambiental.
Caso o empreendimento não seja passível de PGRCC por não se enquadrar nos critérios que
definem os grandes geradores de resíduos pela Lei Municipal, o empreendedor, quando dos
pedidos de licenciamento, poderá apresentar uma certidão de isenção do PGRCC, ficando sob
responsabilidade do representante legal da empresa as informações prestadas e sujeitas à
confirmação pela fiscalização municipal.
A emissão da certidão de isenção como também do Plano De Gerenciamento De Resíduos
Da Construção Civil está disponível através da plataforma Licenciamento Digital Autodeclaratório
(Fortaleza Online).
Caso o requerente responsável pelo PGRCC possua CNPJ com sede em outro município,
será necessário realizar o Cadastro de Prestadores Serviços de Outros Municípios (CPOM) junto a
Secretaria Municipal das Finanças – SEFIN.
Ressalta-se que a emissão do Plano de Gerenciamento de Resíduos da Construção Civil –
PGRCC para obras (Construção, Reforma e Demolição) incidentes em bens tombados e em seu
entorno deverão ser realizados por meio da Plataforma Licenciamento Digital com Análise, a fim
de maior atenção e proteção do patrimônio cultural do município. Devendo ser apresentado,
dentre os demais documentos, manifestação técnica favorável do respectivo órgão responsável
pelos bens tombados ou em processo de tombamento.
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1.2.3.1. Classificação dos resíduos
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consonância com o Art. 21 da Lei Federal Nº 12.305, de 10 de agosto de 2010, que
diz:
Nesse tópico será exposto um breve relato das diretrizes para o correto manejo de resíduos
sólidos em suas diferentes etapas. Vale ressaltar que, para o manejo correto, o estudo deve estar
respaldado conforme legislações ambientais em todos os seus âmbitos e normas técnicas.
1.4.1. Segregação
1.4.2. Acondicionamento
1.4.3. Armazenamento
O transporte interno consiste no traslado dos resíduos dos pontos de geração até o local
destinado ao armazenamento temporário ou armazenamento externo com a finalidade de
apresentação para a coleta.
O transporte interno de resíduos deve ser realizado atendendo roteiro previamente
definido e em horários não coincidentes com o maior fluxo de pessoas ou de atividades. É
importante considerar a saúde e segurança do trabalhador: o manuseio deve ser realizado sem
esforço excessivo ou risco de acidente para o funcionário.
Os recipientes para transporte devem ser providos de rodas revestidas de material que
reduza o ruído ou recipientes desprovidos de rodas, desde que respeitados os limites de carga
permitidos para o transporte pelos trabalhadores, conforme normas regulamentadoras do
Ministério do Trabalho e Emprego.
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1.4.5. Transporte externo de resíduos
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de transportes de carga.
No caso do transporte de resíduos dos serviços de saúde, deve-se observar
também a RDC ANVISA Nº 222/2018. Esta RDC preconiza que a coleta e transporte
externos devem utilizar técnicas que garantam a preservação das condições de
acondicionamento e a integridade dos trabalhadores, da população e do meio
ambiente.
Para auxiliar o manejo dos resíduos de serviços de saúde, a Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT) disponibiliza a NBR 12.810/1993, que dispõe sobre a coleta de resíduos de
serviços de saúde e estabelece condições gerais para sua realização, além de listar e descrever os
equipamentos necessários. A NBR 14.652/2013 que trata de coletor- transportador de resíduos de
serviços de saúde dispõe sobre seus requisitos de construção e inspeção.
1.4.6. Tratamento
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engenharia, estudos urbanos e ambientais ou outros documentos técnicos
necessários para emissão dos licenciamentos na Prefeitura Municipal de Fortaleza.
Para tornar a emissão do Cadastro Técnico Municipal mais objetiva, a
SEUMA disponibiliza em seu sitio eletrônico um sistema que possibilita a realização
de forma virtual (Fortaleza Online). O acesso ao sistema Fortaleza Online
pressupõe um Cadastro de Usuário (login e senha) o qual será necessário para acessar os serviços
disponíveis.
a) Procuração quando o responsável legal não for o dono da empresa ou um dos sócios.
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3. DISPOSIÇÕES GERAIS
Para fins de aprovação, o PGRS só será aceito se elaborado por pessoa física
ou jurídica detentora de Cadastro Técnico Municipal junto a SEUMA. A listagem
completa dos profissionais cadastrados na Secretaria encontra-se disponível no
Canal Urbanismo e Meio Ambiente.
O Termo de Aprovação do PGRS, bem como o próprio PGRS e os documentos
comprobatórios da efetiva coleta, tratamento e destinação final dos resíduos (contrato de
prestação de serviço da empresa coletora, manifesto de transporte de resíduos, notas fiscais de
venda, declaração ou documento equivalente de doação e/ou venda de recicláveis, ou outros que
comprovem a destinação final ambientalmente adequada) deverão permanecer disponíveis e de
fácil acesso no estabelecimento para apresentação à fiscalização municipal, quando solicitados.
Para maiores informações, a Seuma disponibiliza o Fale com o Fortaleza Online, ferramenta
de troca de mensagens na qual possibilita o esclarecimento de dúvidas.
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