MONOGRAFIA Justiça Restaurativa

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO CERÁ

CENTRO DE ESTUDOS SOCIAIS APLICADOS


CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM DIREITO CONSTITUCIONAL E DIREITO
PROCESUAL CONSTITUCIONAL

FRANCISCO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

A JUSTIÇA RESTAURATIVA APLICADA AOS ADOLESCENTES EM CONFLITO


COM A LEI COMO VIA DE GARANTIA AO DIREITO FUNDAMENTAL DE
ACESSO À JUSTIÇA E RESSOCIALIZAÇÃO

FORTALEZA - CEARÁ
2022
FRANCISCO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

A JUSTIÇA RESTAURATIVA APLICADA AOS ADOLESCENTES EM CONFLITO


COM A LEI COMO VIA DE GARANTIA AO DIREITO FUNDAMENTAL DE ACESSO
A JUSTIÇA E RESSOCIALIZAÇÃO

Trabalho de conclusão de curso apresentado ao


Curso de Especialização em Direito
Constitucional e Direito Processual
Constitucional do Centro de Estudos Sociais
Aplicados da Universidade Estadual do Ceará
como requisito parcial para à obtenção da
certificação de Especialista em Direito
Constitucional e Direito Processual
Constitucional.

Orientador: Prof. Me. André Luis Tabosa de


Oliveira

FORTALEZA - CEARÁ
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
RESUMO

O presente trabalho tem por temática central uma abordagem sobre o acesso à justiça numa
perspectiva voltada para o adolescente em conflito com a Lei, a Justiça Restaurativa como
meio de acesso à justiça viável, e mais célere. Não tem esse trabalho a pretensão de esgotar o
tema, uma vez que foram postos aqui apenas pontos para que se possa conhecer a seriedade e
efetividade do instituto em questão. A propositura do tema; Justiça Restaurativa como meio
alternativo e célere no acesso à justiça, tem por objetivo mostrar que o foco não está somente
na infração praticada, como acontece na Justiça Retributiva, e sim, nas pessoas envolvidas em
uma lide ou litígio. Torna-se o tema relevante pelo pouco entendimento que se tem e por
conta disto, pessoas adultas ou menores procuram o Judiciário com o fim de resolver conflitos
plenamente viáveis de resolução mais efetiva se os mesmos procurassem em solução
extrajudicial. Neste sentido, faz-se uma referência aos escritos na legislação vigente que trata
a matéria, tomando por base a resolução 225 / 2016. Buscando, sobretudo, fundamentação na
Constituição Federal de 1988. A pesquisa realizada tem ainda, como apoio teórico, registros
disponíveis em autos impressos e livros que torna o argumento pesquisado ainda mais
manifestam e precisam. Há aqui exposta uma contribuição analítica dos autores. As doutrinas
estudadas justamente com os dispositivos reguladores fundamentam a aplicabilidade do tema
aqui abordado.

Palavras chave: Acesso à justiça. Justiça Restaurativa. Adolescentes. Conflitos.


ABSTRACT

The present work has as its central theme an approach on the access to justice in a perspective
focused on the adolescent in conflict with the law, Restorative Justice as a viable and faster
means of access to justice. This work does not intend to exhaust the theme, once only points
have been put here so that one can know the seriousness and effectiveness of the institute in
question. The proposition of the theme; Restorative Justice as an alternative and fast way of
access to justice, has the objective of showing that the focus is not only on the offense
committed, as it happens in Retributive Justice, but, on the people involved in a lide or
litigation. The theme becomes relevant because of the little understanding that is had, and
because of this, adults or minors seek the Judiciary in order to resolve conflicts that could be
more effectively resolved if they sought an extrajudicial solution. In this sense, reference is
made to the writings in the current legislation that deals with the matter, based on resolution
225 / 2016. Searching, above all, grounds in the Federal Constitution of 1988. The research
carried out has also, as theoretical support, records available in printed records and books that
makes the researched argument even more manifest and precise. There is here exposed an
analytical contribution from the authors. The doctrines studied together with the regulatory
devices substantiate the applicability of the theme addressed here.

Keywords: Access to Justice. Arbitration. Real Materials available.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 7
2 BREVE HISTÓRICO DA JUSTIÇA RESTAURATIVA............................. 11
2.1 Acesso à justiça.................................................................................................. 11
2.2 Teoria do conflito............................................................................................... 15
3 MÉTODOS CONSENSUAIS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS........... 17
3.1 Arbitragem......................................................................................................... 18
3.2 Mediação............................................................................................................. 18
3.3 Conciliação......................................................................................................... 20
4 JUSTIÇA RESTAURATIVA........................................................................... 21
4.1 Justiça retributiva.............................................................................................. 21
4.2 Justiça Restaurativa.......................................................................................... 21
4.3 Adolescentes em conflito com a lei................................................................... 26
4.4 Justiça Restaurativa aplicada aos adolescentes em conflito com a lei.......... 27
5 PRÁTICAS RESTAURATIVAS...................................................................... 29
5.1 Projeto de práticas restaurativas em Porto Alegre........................................ 29
5.1.1 Círculo Restaurativo............................................................................................ 29
5.1.2 O que é o Projeto Justiça para o Século 21.......................................................... 29
5.1.3 Há quanto tempo a prática está em funcionamento?........................................... 30
5.1.4 Qual a principal inovação da sua prática?........................................................... 31
5.1.5 Qual a principal inovação da sua prática?........................................................... 32
5.2 Orçamento.......................................................................................................... 33
5.3 Resultados obtidos............................................................................................. 33
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 35
REFERÊNCIAS................................................................................................. 36
7

1 INTRODUÇÃO

O presente trabalho científico tem como característica uma análise teórica do que
seja a Justiça Restaurativa como proposta enquanto instituto extrajudicial de solução de
conflitos, bem como de assegurar o acesso a Justiça como garantia fundamental numa
abordagem para adolescentes em conflito com a Lei, tendo como base apenas referenciais
bibliográficos de alguns autores conhecidos no que se refere ao assunto estudado e exposto
neste trabalho.
O que propomos a apresentar como resultado de pesquisa são relatos de cunho
científico sobre o assunto, utilizamos escritos de autores estudiosos da área. Procuramos
apresentar questões de ponto de vista teórico. Buscamos ainda, base nos dispositivos legais
que regulam a Justiça Restaurativa no Brasil, no caso específico, bem como da Constituição
Federal (1988) vigente no país.
Num primeiro momento, buscamos entender a legislação que trata o assunto,
desde a Resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que regula a matéria, 225/2016, até
os amplos debates em torno do assunto. Para tanto, lançamos mão de dispositivos legais que
disciplinam o assunto. São eles: A Constituição de 1988, em seu artigo art. 5º, inciso XXXV,
no que pese a constitucionalidade da Lei Especial aqui estudada que versa sobre o tema.
Em seguida, analisamos o referencial teórico que deu suporte para o
desenvolvimento de ideias claras e sequenciais dentro deste objeto de estudo, desta forma,
neste trabalho priorizamos assim, a pesquisa bibliográfica.
Com a finalidade de expor o quanto o instituto é eficiente e célere, além, claro, de
se encontrar totalmente embasado em lei, narramos como se dá na prática a Justiça
Restaurativa, citando aspectos da resolução 225/2016, do Conselho Nacional de Justiça, que
regula o instituto, em seu Art. 1º que traz a seguinte redação:

A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico de


princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre
os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e
por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são
solucionados de modo estruturado na seguinte forma: (CNJ, 2016)

O tema em questão pressupõe relevante contribuição acadêmica para a sociedade


no que diz respeito ao acesso à justiça para adolescentes em conflito com a Lei, de maneira
que se vislumbre uma possibilidade concreta de alternativa ao Judiciário com o intuito de
8

restaurar relações, e, claro, de trazer uma relevante opção com clara vantagem na maioria dos
aspectos do instituto.
A técnica, pesquisa jurídico-teórico, trabalha uma estratégia tendo como objeto
uma análise da norma específica, buscando na realidade social, onde está inserido seu objeto
de estudo, a resposta para problemática em questão havendo o entendimento que a solução
está devidamente fundamentada nas normas constitucionais e doutrinárias.
As partes que compõem o trabalho são: referencial teórico, onde foi trabalhado o
tema em apreço, explicitando os objetivos em um estudo voltado para Lei específica e
doutrinas.
Procedimentos metodológicos em que foi descrito o método que parte do geral
para o individual em uma técnica de análise da norma jurídica isolada do contexto. Na análise
de dados e resultados, parte do ponto onde foi observado o problema, tendo como
fundamentação o marco teórico específico e doutrinário. As considerações finais, não
admitindo fatos ou argumentos novos, apresentaram as conclusões em resposta aos objetivos
propostos no trabalho científico.
Assim posto, a presente pesquisa visa analisar esse instituto de meio de resolução
de conflitos alternativos ao processo judicial penal em infrações cometidas por adolescentes.
Diante de tantas dificuldades, pode-se perguntar; Como a Justiça Restaurativa pode de forma
eficiente dá celeridade aos processos de menores em conflito com a Lei e pacificar as relações
sociais como meio alternativos de resolução de conflitos?
O objetivo central desta pesquisa científica é apresentar a Justiça Restaurativa
como alternativa e meio mais viável para solucionar conflitos envolvendo adolescentes em
conflito com a Lei. Verificar os aspectos de celeridade que a Justiça Restaurativa traz aos
processos que os envolvidos em conflito com a Lei são submetidos de forma mais efetiva do
que uma decisão judicial. Discorrer sobre a aplicabilidade legal de Justiça Restaurativa sua
eficácia na pacificação das relações sociais e confiabilidade na resolução de conflitos de
forma a restaurar as relações na esfera penal ou outra esfera de litígio.
Problematizar a realidade do Judiciário brasileiro bem como a morosidade na
resolução das lides no âmbito da infância e juventude e a importância da Justiça Restaurativa.
A presente pesquisa se justifica por proporcionar uma ampla discussão sobre as dificuldades
que todos enfrentam em seus mais diversos aspectos quando ingressam no Judiciário para
resolução de suas lides. Em especial o adolescente em conflito com a lei que quase sempre se
deparam com dificuldades no acesso a justiça, quando buscam este direito garantido pela
Constituição Federal de 1988.
9

O tema em questão relacionado diretamente a resolução de lides dos adolescentes


de forma mais célere é a justificativa principal, pois não se pode falar em justiça quando se
tem apenas garantias ao acesso às instituições e mesmo assim de forma precária, como o
exposto na narrativa deste trabalho, o que muitos querem é se redimir da infração cometida
estreitar os laços com a parte contraria, e encontrar uma chance de restauração.
Ainda justifica-se este trabalho o intuito de trazer ao conhecimento daqueles que
buscam a justiça sem saberem ao certo o que seja Justiça Restaurativa, ou por desconhecerem
totalmente a matéria, sobretudo, nos Juizados da Infância e Juventude cuja prática é mais
utilizada em resoluções de conflitos de menor potencial. Desta forma, o desconhecimento
destas modalidades de justiça leva as pessoas se submeterem a certas arbitrariedades
promovidas pelas autoridades que deveriam resguardar os direitos do cidadão enquanto
representantes legítimos do Estado.
A presente monografia visa ainda, apresentar a Justiça Restaurativa como um
modelo de Justiça que mais se adéqua as situações em que adolescentes infratores podem ser
submetidos com vistas a real recuperação capaz igualmente de suprir as falhas existentes no
sistema de processos punitivos. Salienta ainda, um breve comparativo entre a Justiça
Retributiva, ineficaz na restauração de adolescente e a Justiça Restaurativa, apontando as
principais falhas daquela e as soluções do ideal apresentadas por esta.
Trata-se de um estudo qualitativo, de revisão bibliográfica, cujo objetivo é;
investigar se e como os conhecimentos científicos nos diferentes campos do saber podem
auxiliar na compreensão do adolescente em conflito com a lei na abordagem aqui proposta da
Justiça Restaurativa.
A metodologia utilizada para abordar o tema baseia-se em análise de livros, das
doutrinas e periódicos bem como artigos virtuais,
Partindo da premissa de leis e normas, será utilizado na pesquisa o método
dedutivo, abordando no contexto geral o momento em que uma pessoa, no caso adolescente
em conflito com a Lei, necessitar do Judiciário para ingressar com ação buscando solucionar
uma lide particular, ou ainda por ele intimado para depor acerca de um delito praticado.
Apresentando o problema encontrado com relação ao aceso á justiça de forma célere e
eficiente, bem como, com vistas à restauração diante de uma relação prejudicada por ato
infracional de cunho penal ou outro ato danoso às relações.
O conhecimento jurídico-teórico será a técnica aplicada neste trabalho de pesquisa
tendo por objetivo principal analisar a problemática de acesso à justiça e as formas
contenciosas encontradas pelos postulantes da Justiça, quando se dirige ao Judiciário e ao
10

mesmo tempo propõe como alternativa célere e eficaz a Justiça Restaurativa, trabalhando para
tanto, com a aplicação na norma jurídica e sua especificidade, no entendimento de saber se é
válida a adesão por uma alternativa ao Poder Judiciário no sentido de obter solução
satisfatória, buscando na realidade social em que está inserida a problemática em questão, a
resposta devidamente fundamentada nas normas constitucionais, específicas e doutrinárias.
O estudo será focado principalmente na lei específica, Estatuto da Criança e do
Adolescente e Constituição Federal de 1988, com citações pontuais de outros dispositivos que
abordam o assunto, além de reflexões de renomados doutrinadores que abordam o tema de
forma clara e objetiva.
11

2 BREVE HISTÓRICO DA JUSTIÇA RESTAURATIVA

A partir do questionamento se essa resposta penal que implica apenas na punição


constitui-se na única alternativa para com alguém que transgride a lei. Howard Zehr (2008
p.95) afirma que “na Idade média que o crime criava obrigações, um resultado típico da
justiça era algum tipo de acordo, Eram comuns acordos de restituição ou indenização, mesmo
nos casos de delitos contra a pessoa.” Um a vez que na época as práticas de negociação,
restituição e reconciliação já eram vivenciadas, período em que o crime era visto com como
uma ruptura, passível de reparação.
Embora as práticas restaurativas remontem ao final da Idade Média foi a partir do
ano de 1989, Nova Zelândia adotou práticas restaurativas em seu sistema penal referente à
criança e o adolescente, tornando-se referência para os projetos brasileiros, sobretudo com
relação aos projetos que tratem de crianças e adolescentes, traz em seu boja aspectos de
identidade social. (CASTRO; OLIVEIRA, 2018, p. 01).
Conforme Braithwaite (apud ACHUTTI, 2002, p. 8-10), “o interesse pela justiça
restaurativa no ocidente ressurgiu a partir de um programa de reconciliação entre vítima e
ofensor na cidade de Kitchener, Ontario, no Canadá, no ano de 1974.” Tratava-se de
programas comunitários que buscavam mediar conflitos entre vítimas e ofensores após a
aplicação da decisão judicial.
Ainda citando Braithwaite, Achutti descreve os relatos do autor, no que se refere
aos doutrinadores do tema em sequencia, (Braithwaite, 2002, p. 8-10), nos anos 1980, os
trabalhos de Howard Zehr (1985, 1995), Mark Umbreit (1985, 1994), Kay Pranis (1996),
Daniel Van Ness (1986), Tony Marshall (1985) e Martin Wright (1982).
Somados aos esforços dos juízes neozelandeses Mick Brown e Fred McElrea e à
polícia australiana, a justiça restaurativa se tornou um importante movimento social em favor
da reforma da justiça criminal na década seguinte, quando Lode Walgrave, Alisson Morris,
Gabrielle Maxwell, Kathleen Daly, Heather Strang e Lawrence Sherman iniciaram suas
pesquisas a partir de uma perspectiva crítica e, ao mesmo tempo, construtiva.

2.1 Acesso à justiça

Como já mencionado neste trabalho, temos um sistema Judiciário ineficiente para


atender suas demandas, não suprindo às necessidades daqueles que o buscam com o intuito de
solucionar suas lides. Alguns fatores foram apresentados no inicio onde o Judiciário é
12

apresentado com suas falhas oriundas de uma série de situações que causam morosidade á
resolução de conflitos. Deve-se ao número insuficiente de serventuários da justiça, bem como
a estrutura muitas vezes precária, o aumento da população. Por estes e outros fatores o tramite
processual torna-se moroso e ineficaz.
Para Ferraz Neto, (2008, p 45,46) é longa a espera por um julgamento no Poder
Judiciário;
Quem já teve a necessidade de recorrer ao poder judiciário sabe quão penoso é a
espera para alcançar o almejado provimento jurisdicional, pois os processos se
arrastam, em média, de quatro a seis anos para serem julgados em primeira
instância, depois dessa espera, surge à via crúcis dos recursos – na maioria dos casos
procrastinatórios – que elevam o tempo médio de julgamento para dez anos.

Devido a esta problemática, algumas mudanças foram introduzidas no


ordenamento jurídico brasileiro visando dá celeridade aos processos, como por exemplo; a
criação dos Juizados especiais, dentre outras. Porém, ao que parece, estas medidas, embora
tenha ajudado, não são suficientes para tornar o Judiciário eficiente.
O acesso à justiça é uma preocupação de toda sociedade em tempos atuais. Em
muitos países, o Poder Judiciário atende aos anseios da sociedade que quer ter suas lides
solucionadas de forma rápida e objetiva. No Brasil constitui-se em uma garantia
constitucional, está previsto o artigo 5º, XXXV da Constituição Federal, que diz: “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário, lesão ou ameaça de direito.”.
A Garantia de acesso à justiça não se restringe apenas ao texto da Constituição
Federal este direito consta no texto da Convenção Americana de Direitos Humanos, também,
ratificado pelo Brasil em 25 de setembro de 1992, e recepcionado pelo Judiciário brasileiro
Com a promulgação da Emenda Constitucional número 45 de 2004, fica claro no art. 8°, da
1ª, (p. 03) a qual foi acolhida pelo sistema jurídico brasileiro quando o Brasil tornou-se
signatário.
Toda pessoa tem direito de ser ouvida, com as garantias e dentro de um prazo
razoável, por um juiz ou tribunal competente, independente e imparcial, estabelecido
anteriormente por lei, na apuração de qualquer acusação penal contra ela, ou para
que se determinem seus direitos ou obrigações de natureza civil, trabalhista, fiscal
ou de qualquer natureza.

Desta forma, vemos o caráter de garantia fundamental de direitos humanos no que


se refere ao acesso à justiça e que abrange todas as áreas do direito, entretanto, embora esta
garantia venha expressa na Constituição Federal e em outros dispositivos, por si só não
garante o êxito na realização da justiça.
A Declaração Universal dos Direitos da Criança de 1959 e a Convenção
Internacional sobre os Direitos da Criança de 1989, o Estado brasileiro com o advento na
13

carta Magna de 1988, assume a responsabilidade constitucional de garantir aos jovens,


dignidade.
A Constituição Federal de 1988 e o Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei n.
8.069.90 - ECA trouxeram uma nova fase para o sistema jurídico brasileiro, pois a partir
destes dispositivos os jovens e crianças passaram a figurar como sujeitos de direito, é o que
estabelece o Estatuto da Criança e Adolescente no Art. 15. A criança e o adolescente têm
direito à liberdade, ao respeito e à dignidade como pessoas humanas em processo de
desenvolvimento e como sujeitos de direitos civis, humanos e sociais garantidos na
Constituição e nas leis.
Para Liberati (2003 p. 140), “o acesso da criança ou do jovem à Justiça é livre e
incondicional, e qualquer obstáculo que se verifique à sua vontade será caracterizado como
abusivo e ilegal, podendo ser assegurado através de habeas corpus”. O legislador visando
garantir o direito da criança e adolescente à justiça fixou uma série de órgãos a que a criança
poderia ingressar como garantia de acesso a justiça como dispõe a Lei Nº 8.069, de 13 de
julho de 1990;
Art. 141. É garantido o acesso de toda criança ou adolescente à Defensoria Pública,
ao Ministério Público e ao Poder Judiciário, por qualquer de seus órgãos.
§ 1º A assistência judiciária gratuita será prestada aos que dela necessitarem, através
de defensor público ou advogado nomeado.
§ 2º As ações judiciais da competência da Justiça da Infância e da Juventude são
isentas de custas e emolumentos, ressalvada a hipótese de litigância de má-fé.

Esse acesso somente pode efetivar-se mediante a Assistência Judiciária, que


deverá ser prestada a quem dela precisar, sendo garantida a gratuidade as ações relacionadas à
criança e ao adolescente, com exceção das oriundas de má fé. Desta forma, segundo a
Constituição há igualdade sem discriminação entre cidadão o que inclui a criança e
adolescente, que segundo o dispositivo goza de prioridade absoluta. (art. 227, CF).

Art. 227  É dever da família, da sociedade e do Estado assegurar à criança, ao


adolescente e ao jovem, com absoluta prioridade, o direito à vida, à saúde, à
alimentação, à educação, ao lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e comunitária, além de colocá-los a
salvo de toda forma de negligência, discriminação, exploração, violência, crueldade
e opressão.

Segundo Leonardo Greco apud Cesar (2002, p 75) “O acesso à justiça não estará
concretamente assegurado, se o Estado não oferecer a todos a possibilidade de receber
aconselhamento jurídico a respeito de seus direitos”.
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Como a citação acima, entende-se que a justiça como traz a Constituição Federal
deve ser para todos sem distinção econômica, financeira, grau de instrução ou qualquer outro
tipo de situação que possa parecer impedimento.
A ineficiência em atingir os anseios da população por certo se constitui na
principal causa que barra o acesso à justiça de forma efetiva, pois se manifesta por várias
razões, como afirma Stumpf (2009, p 15),

A lentidão também conhecida com morosidade do Poder Judiciário, em regra é


atribuída com mais ênfase a causas externas, sem que se ignore existência de muitos
outros fatores a influenciá-la, decisivamente ou não, como origem e solução no
próprio Judiciário.

Ainda segundo o autor, as causas internas, que poderiam melhorar o atendimento,


são aquelas que estão ao alcance do Judiciário, como por exemplo: as questões
administrativas, no que se refere ao desempenho de atividades burocráticas, de juízes e
servidores, em que aqueles têm um papel fundamental neste processo com o objetivo de dar
celeridade aos julgamentos.
O que se vê, é que a garantia de acesso à justiça, prevista na Carta Magna, não a
assegura, na verdade, se configura em acesso ao Judiciário, tendo em vista as dificuldades do
processo como aqui já exposto, seria necessário tornar o sistema mais acessível, segundo
Cappelletti e Garth, (1998 p. 03),

A expressão “acesso à Justiça” é reconhecidamente de difícil definição, mas serve


para determinar duas finalidades básicas do sistema jurídico — o sistema pelo qual
as pessoas podem reivindicar seus direitos e/ou resolver seus litígios sob os
auspícios do Estado. Primeiro, o sistema deve ser igualmente acessível a todos;
segundo, ele deve produzir resultados que sejam individual e socialmente justos. (...)
a justiça social, tal como desejada por nossas sociedades modernas, pressupõe o
acesso efetivo.

Faz-se necessário, desta forma, criar ou fazer uso de dispositivos que além de
assegurar o acesso, que também lhe assegure uma decisão justa, e célere. O que se vê muitas
vezes é um descontentamento pela demora e complexidade em muitos casos.
Segundo Ferraz Neto (2008, p 43) o acesso à justiça a que se refere: “... Não é o
acesso aos Tribunais, nem o simples ato de ajuizar o pleito, vai além, traduzindo-se no desejo
de obtenção de provimento judicial, que é a justiça materializada, consubstanciada no
princípio da igualdade das partes”.
15

É claro que quem vai ao Judiciário não se contenta em apenas ter o direito de
ingressar ou até mesmo de ser ouvido, e sim, que sua lide seja resolvida e no menor decurso
de tempo possível e ainda, que a sentença seja satisfatória.

2.2 Teoria do conflito

Para Ferraz Neto (2008, p. 23) “Nas civilizações antigas, quando surgia um
conflito, o homem se utilizava da autotutela, ou seja, fazia justiça com as próprias mãos” Com
o tempo e a evolução social, o homem procurou outras formas de resolver seus conflitos, não
somente pela força.
Isto posto, entende-se que, a ideia do monopólio do Estado no que se refere à
justiça visa coibir a direito do mais forte ou em termos, dos mais poderosos, para que assim
possa ter garantido a todos o direito de pleitear junto aos órgãos jurisdicionais as suas lides
com possibilidades amplas e claras de obter êxito, é o que bem define Bacellar (2012, p. 18),

A ideia de monopólio do Estado surgiu exatamente para limitar o poder do mais


forte, evitando abusos e a aplicação generalizada daquilo que se denominava
autotutela pelo exercício de uma forma de aplicação de justiça privada. A
importância do monopólio jurisdicional é fato incontestável e assegura aos cidadãos
a tranquilidade de não precisar se armar para a luta ou fazer valer seus direitos por
meio do exercício da força.

São várias as situações no mundo hodierno em que podem surgir conflitos, e é


quando eles surgem que as pessoas recorrem ao judiciário para encontrar uma solução
geralmente heterocompositivas, ou seja, as lides são solucionados por um órgão ou uma
pessoa supra- partes. É o que afirma Yarn apud Azevedo (2007, p. 27); “O conflito pode ser
definido como um processo ou estado em que duas ou mais pessoas divergem em razão de
metas, interesses ou objetivos individuais percebidos como mutuamente incompatíveis”.
Diante de um conflito, ambas as partes se julgam detentoras da razão esperando
desta forma a confirmação junto ao Estado por meio do Judiciário, ocorre que geralmente ao
chegar ao ponto de julgamento, ou seja, de dá o direito as relações estão desgastadas pelo
simples fato de ocorrer um conflito, onde ambos querem satisfazer suas vontades.
Ainda sobre o conflito aborda o autor Azevedo (2007, p. 27), como este é
contemplado numa perspectiva negativa por parte das pessoas envolvidas.

Em regra, intuitivamente se aborda o conflito como um fenômeno negativo nas


relações sociais que proporciona perdas para, ao menos, uma das partes envolvidas.
Em treinamentos de técnicas de habilidades de mediação, os participantes
16

frequentemente são estimulados a indicarem a primeira ideia que lhes vem à mente
ao ouvirem a palavra conflito. Em regra, a lista é composta pelas palavras; guerra
briga disputa, agressão, tristeza, violência, raiva, perda, progresso.

Esta é a concepção de conflito que as pessoas levam ao Judiciário, com o fim de


encontrar uma solução que lhe seja favorável, e que possa sair com vantagem sobre o
oponente na lide. Em contrapartida, segundo ainda o autor, constata-se que quando os
participantes são levados a ver algo positivo no conflito a concepção muda. É o que afirma na
citação abaixo: Azevedo (2007, p. 28,29).

...Constata-se que do conflito podem surgir mudanças e resultados positivos.


Quando questionados sobre aspectos positivos do conflito (i. e. “O que pode surgir
de positivo em razão de um conflito?”)- ou formas positivas de se perceber o
conflito – em regra, participantes de treinamentos em técnicas e habilidades de
mediação apresentam dentre outros os seguintes ponto: Paz, entendimento, solução,
compreensão, felicidade, afeto, crescimento, ganho, aproximação.

Verifica-se que as partes no conflito, saem de uma postura de adversários para


cooperadores, que os termos utilizados acima são contrários aos apresentados anteriormente,
por uma proposta de consenso para resolução de conflitos que trazem a mediação, conciliação
entre outras formas extrajudiciais, que tragam com resolução uma abordagem consensual em
sua formação, com características autocompositivas, de resolução de conflitos.
Além dos problemas citados, a falta de conhecimento e confiança na solução de
conflitos por meios autocompositivos, ou mesmo, heterocompositivos, porém, de adesão
consensual, como é o caso da arbitragem, leva ao número excessivo de processos, e claro, o
longo tempo para resolução.
17

3 MÉTODOS CONSENSUAIS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS

Quando as partes vão ao judiciário com o objetivo único de saírem vencedores em


uma lide sem se importarem em ceder, tudo leva a um processo demorado pela falta de
flexibilidade, o objetivo da mediação, autocompositiva, e da arbitragem, heterocompositiva e
extrajudicial, mas, consensual na adesão e escolha dos árbitros, e de outros meios de
resolução de conflitos de formas autocompositiva, é fazer as partes chegarem inicialmente à
resolução de suas lides de forma mais célere. Maia Neto, (et al, 2014, p. 25),

Os mecanismos de solução de conflitos podem ser divididos em dois grupos: os


autocompositivos, com características cooperativas, e os heterocompositivos, com
características decisórias. Figuram no primeiro grupo a negociação, cuja sistemática
é direta entre as partes; a mediação e a conciliação, cujos processos são conduzidos
por terceiros. No segundo grupo, aparecem a arbitragem, cuja natureza é voluntária,
e a jurisdição estatal, de submissão compulsória.

Na autocomposição as próprias partes buscam uma solução para o conflito de


forma consensual, podem eleger de comum acordo um terceiro imparcial para conduzir a
questão, sendo que na mediação este terceiro auxilia as partes a chegar a uma conclusão final
sem opinar ou sugerir o que difere, por exemplo, da conciliação, onde o terceiro pode sugerir
alternativas para resolver a lide. É o que bem salienta Maia Neto, (et al, 2014, p. 19)

Na autocomposição, as próprias partes buscam, consensualmente, uma solução para


seu conflito de interesses. Essa forma de composição do litígio aparece quando não
há a sujeição forçada de um dos litigantes. É muito utilizada em nosso ordenamento
jurídico, da seguinte forma: (i) renúncia: é a abdicação que o titular faz do seu
direito, sem transferi-lo a quem quer que seja; é o abandono voluntário do direito3;
(ii) reconhecimento jurídico do pedido: trata-se da livre sujeição do réu à pretensão
do autor, pondo fim ao conflito; é exatamente o inverso da renúncia; (iii) transação:
nesta forma de composição, o autor renuncia parcialmente à sua pretensão, enquanto
o réu reconhece a procedência da parte não renunciada – tudo de comum acordo

Os métodos de característica decisória têm como marco principal o poder de


decisão de um terceiro. É assim que define Scavone Júnior (2014 p. 20) “A heterocomposição
é a solução de um conflito pela atuação de um terceiro dotado de poder para impor, por
sentença, a norma aplicável ao caso que lhe é apresentado”.
Este método é adotado aos meios de resolução de conflito de justiça Retributiva
por parte de um juiz ou tribunal, ou ainda por meio de Arbitragem sendo que nesta, a escolha
dos árbitros cabe as partes.
18

3.1 Arbitragem

No que se refere à arbitragem, por exemplo, embora prevaleça no processo a


pretensão, contestação, produção probatória e sentença, e que tenha sua decisão por um
terceiro imparcial, a forma heterocompositiva, é constituída sempre de forma consensual,
conforme define Barcellar (2012 p. 39).

Não há dúvidas de que o método adversarial na forma heterocompositiva (pretensão,


contestação, produção probatória e sentença) é adotado na arbitragem. Entretanto, na
origem, a arbitragem sempre é consensual e pode continuar mantendo essa
característica mesmo com a solução pela forma heterocompositiva. Entretanto, na
origem, a arbitragem sempre é consensual e pode continuar mantendo essa
característica mesmo com a solução pela forma heterocompositiva.

Por ser uma alternativa extrajudicial, quando configura uma opção das partes, ou
judicial quando segundo Art. 24 e 26 da Lei 9099/95, não houver conciliação, as partes
poderão optar pelo juízo arbitral, neste sentido dar celeridade ao processo uma vez acordado
em juízo, é o que traz o art. 24;

Art. 24. Não obtida à conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo
juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de
compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o
Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma
dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro
apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.

Esta é uma questão fática que pode dirimir de forma mais célere os conflitos, seria
o acesso dos postulantes aos meios alternativos de justiça no sentido de resolução de suas
lides no que se refere a bens materiais disponíveis, e que seja confiável. Esta é a proposta da
arbitragem regulada pela Lei 9.307/96 Lei arbitral, conhecida como Lei Marco Maciel, bem
como a arbitragem especial praticada nos juizados especiais regulada por esta mesma Lei e os
dispositivos textuais da Lei 9.099/95 em seus artigos 24 a 26, não havendo assim conflitos
entre ambos.

3.2 Mediação

A mediação é um método alternativo de resolução de conflitos por meio do qual é


possível resolver um conflito sem que seja necessária a interferência da Justiça. Prevê a
19

participação de uma terceira figura, o mediador, neutro e imparcial, que auxilia as partes no
diálogo rumo ao acordo. A expressão mediação, do latim antigo mediare (dividir, abrir ao
meio). A definição é trazida pelo dispositivo que regula o tema, Lei nº 13.140/15.

Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias
entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração
pública. Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por
terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as
auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a
controvérsia.

A lei traz de forma taxativa os princípios a serem observados pelo método


consensual;
Art. 2º A mediação será orientada pelos seguintes princípios:
I - imparcialidade do mediador;
II - isonomia entre as partes;
III - oralidade;
IV - informalidade;
V - autonomia da vontade das partes;
VI - busca do consenso;
VII - confidencialidade;
VIII - boa-fé.

Como se vê a mediação deve ser exercida antes de tudo por uma autonomia de
vontade das partes, ou seja, só há mediação se as partes envolvidas no conflito de comum
acordo assim o quiserem e ainda o mediador deverá ser imparcial durante todo o desenrolar
do procedimento. O dispositivo trás ainda em seu artigo 9°, a possibilidade da mediação
extrajudicial, 
“Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele
inscrever-se”.

Menciona no artigo 10, o direito de serem assistidas as partes por advogado ou


defensor, sendo que se um apresentar advogado ou defensor o mediador deve providenciar
para que todos os envolvidos sejam assistidos da mesma forma, assegurando o principio da
isonomia entre as partes. Nota-se pelo exposto que o mediador, segundo a Lei, n°
13.105/2015 não pode dá soluções, sugestões decisões e sim mediar o conflito de forma que
as partes envolvidas cheguem a uma solução viável.

§3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprias soluções, consensuais que gerem benefícios
mútuos. 
20

Vale salientar que, na mediação Judicial as partes não tem a possibilidade de


escolher o mediador, é o que prescreve o art. 25 da Lei, ou seja, não estará o mediador, sujeito
à prévia aceitação das partes. Por outro lado, na mediação extrajudicial há a possibilidade de
as partes escolherem o mediador, ainda afirma a Lei que, se houver previsão em contrato
dispõe o art. 22, III que deverá haver critérios de escolha do mediador ou equipe de mediação,
Não havendo previsão contratual deve ser oferecida a parte convidada uma lista contendo
cinco nomes para escolha.

3.3 Conciliação

Embora os métodos consensuais, Mediação e Conciliação, possuam certa


semelhança em sua definição, há diferenças básicas entre aos dois institutos, trazidas pela Lei
n° 13.105/2015 (CPC). No que se refere principalmente a atuação do conciliador, como já
exposto acima, o mediador não tem o condão de emitir opinião ou apresentar soluções,
entretanto são permitidas tais interferências ao conciliador.
Ainda de acordo com o CPC, §2º do art. 165 O conciliador, que atuará
preferencialmente nos casos em que não houver vínculo anterior entre as partes, poderá
sugerir soluções para o litígio, sendo vedada a utilização de qualquer tipo de constrangimento
ou intimidação para que as partes conciliem. 
Nota-se desta forma que a Conciliação será indicada para litígios em que não há
vínculos entre as partes e o mediador nos casos em que havia certo relacionamento e que foi
quebrado com a prática da ofensa que ensejou o litígio, percebe-se, entretanto, que há um
apequena diferença que certamente indicará o instituto a ser adotado, pode-se notar com isso
que tratam-se de institutos embora semelhantes, porém com desenvolvimentos diferentes.
21

4 JUSTIÇA RESTAURATIVA

4.1 Justiça retributiva

No sistema convencional onde reside basicamente a justiça retributiva, ou seja,


atribuir uma punição, uma pena para a transgressão a lei praticada, é claro que tem uma ideia,
ou até de certa forma é o propósito do sistema carcerário, a recuperação do indivíduo e sua
reinserção na sociedade, nas palavras de Zehr (2008 p.170), “O crime é uma violação contra o
Estado, definida pela desobediência à lei e pela culpa, a justiça determina a culpa e inflige dor
no contexto de uma disputa entre ofensor e Estado, regida por regras sistemáticas”.
Trata-se de um modelo de justiça que dá espaço à existência de penas desumanas
e degradantes, sem qualquer preocupação com a vítima ou mesmo com a relação
vítima/infrator, ainda nas palavras de Zehr (2008 p.174), “A justiça retributiva define o
Estado como vítima, define o comportamento danoso como violação de regras e considera
irrelevante o relacionamento entre vítima e ofensor.”
Desta forma, esse sistema punitivo, não coopera por não envolver a vítima e o
infrator, não contribui para a diminuição do índice de criminalidade, nem tão pouco a
satisfação da vítima, além de não recuperar o infrator, por ter como principais características a
prevalência do direito penal dogmático com a utilização dos procedimentos formais rígidos.
Como se verá ainda neste trabalho, esse modelo parece ser no mínimo
ultrapassado um vez que não oferece os resultados esperados que seria, não somente punir o
ofensor, mas, sobretudo, recuperá-lo e reinseri-lo na sociedade.

4.2 Justiça Restaurativa

Ao se pensar em Justiça Restaurativa deve-se olhar para o crime de outra forma,


sabe-se em um fato-crime constitui como principal vitima do o Estado, ou saja, quem pratica
algum tipo de crime agride ao Estado, seria uma violação contra o Estado, uma vez que há
uma desobediência a Lei, neste caso como diz Howard Zeh, (2008 p. 170), A justiça
determina a culpa e inflige dor no contexto de uma disputa entre ofensor e estado, regida por
regras sistemáticas.
Ainda segundo o autor, O crime deveria ser visto como uma violação de pessoas e
relacionamentos, pois os envolvidos são a vítima o agressor e a comunidade onde ocorreu o
fato, dessa forma, o fato-crime, cria na comunidade uma obrigação de corrigir os erros, em
22

busca de Justiça. Pois a justiça envolve a vítima, o ofensor e a comunidade na busca de


soluções que promovam reparação, reconciliação e segurança.
A Justiça Restaurativa é um meio de resolução de conflitos, onde o objetivo
principal é restabelecer a comunicação entre as partes, tem por objetivo a resolução dos
conflitos penais ou outros tipos de litígios, através do diálogo, propiciando às partes
envolvidas e à comunidade diretamente interessada adotar a decisão que aparentar ser a mais
adequada ao caso. É o que lemos nos escritos de Pinto, (2005, p. 20);

... Trata-se de um processo estritamente voluntário, relativamente informal, a ter


lugar, preferencialmente, em espaços comunitários, sem o peso e o ritual solene, da
arquitetura do cenário Judiciário, intervindo um ou mais mediadores ou
facilitadores, e podendo ser utilizado, técnicas de mediação, conciliação e transação
para se alcançar o resultado restaurativo, ou seja, um acordo, objetivando suprir as
necessidades individuais e coletivas das partes e se lograr a reintegração social da
vítima e do infrator.

Dessa forma, propõe a retomada do conflito pelos particulares, ao invés de deixar


nas mãos do Estado a perseguição e punição do infrator. É o que preconiza o artigo 1º da
resolução 225/2016 que trata o tema.

A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico de


princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização sobre
os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e violência, e
por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são
solucionados de modo estruturado na seguinte forma:
I – é necessária a participação do ofensor, e, quando houver, da vítima, bem como,
das suas famílias e dos demais envolvidos no fato danoso, com a presença dos
representantes da comunidade direta ou indiretamente atingida pelo fato e de um ou
mais facilitadores restaurativos;
II – as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitadores restaurativos
capacitados em técnicas autocompositivas e consensuais de solução de conflitos
próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser servidor do tribunal, agente público,
voluntário ou indicado por entidades parceiras;

III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades de todos
os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou
indiretamente para a ocorrência do fato danoso e o empoderamento da comunidade,
destacando a necessidade da reparação do dano e da recomposição do tecido social
rompido pelo conflito e as suas implicações para o futuro.

Como visto o dispositivo deixa claro que o objetivo da Justiça Restaurativa é


promover o resgate de justiça social, ou seja, visa não apenas tratar o conflito, mas sim,
estabelecer reflexões que levem a tratar a causa dos conflitos, visando diminuir as causas
propulsoras destes e da violência. Neste sentido, a comunidade é chamada a participar do
processo de mudança, desta maneira, tornarem-se agentes dessas mudanças, Como expões
Pinto (2005 p. 20).
23

A ideia de fundo, da adoção de um modelo restaurativo é que ela baseia-se num


procedimento de consenso, em que as partes, como sujeitos centrais, participam
coletiva e ativamente, na construção de soluções para a “cura das feridas”, dos
traumas e perdas, causadas pelo delito.

Essa abordagem central do instituto em questão permite que as pessoas


afetadas pelo crime ou litígio, venham ter a liberdade de compartilhar abertamente seus
sentimentos e experiências, bem como os desejos sobre como atender suas necessidades. Na
verdade, a Justiça Restaurativa visa propiciar uma oportunidade para as vítimas serem
reparadas por erros ou ofensas cometidos contra elas, o que as levam com segurança superar o
problema.
Este tipo de justiça oportuniza aos ofensores compreenderem as causas e
consequências, o que de fato os levaram a prática do ato ilícito, que ensejou seu
comportamento e assumir responsabilidade de forma efetiva.
É o que assevera Jaccoud (2005), a justiça restaurativa é uma aproximação que
“privilegia toda a forma de ação, individual ou coletiva, visando corrigir as consequências
vivenciadas por ocasião de uma infração, a resolução de um conflito ou a reconciliação das
partes ligadas a este”.
O crime dilacera relações cria de certa forma, uma barreira entre ofensor e
ofendido, mesmo que haja punição ao ofensor, não haverá mais confiança, pois se estabeleceu
um vínculo de hostilidade, isto por que evidentemente vê-se o agravo praticado pelo ofensor a
vítima, entretanto deve-se, igualmente, vislumbrar as razões da vítima, não para eximi-la da
responsabilidade pelo ato praticado, mas para que ambos tenham a consciência,
principalmente o ofensor, de que a restituição em si não é suficiente.
Para Zehr, a Justiça Retributiva faz do Estado a Vítima e define o comportamento
danoso como meras infrações as regras, ou seja, não consegue perceber os lados nem da
vítima nem do agressor, uma vez que se a regra foi quebrada a que se pagar por tal dano.
(2008, p.174).
Em contrapartida ao argumentar com relação à Justiça Restaurativa, deixa claro
que as pessoas é que são vítimas, de alguma forma, mesmo o ofensor por fatores estranhos ou
anteriores ao ato. Zehr (2008, p.174).

A lente restaurativa identifica as pessoas como vítimas e reconhece a centralidade


das dimensões interpessoais. As ofensas são definidas como danos pessoais e como
relacionamentos interpessoais. O crime é uma violação de pessoas e
relacionamentos.
24

Ainda segundo o autor, “A experiência de justiça é uma necessidade humana


básica, sem ela a cura e a reconciliação são difíceis ou até impossíveis. A justiça é pré-
condição para uma solução.” (2008, p. 178).
Para Foucault, o sistema punitivo é falho, principalmente no que se refere às
prisões, devido ao seu caráter destruidor, pois não visa na realidade à reabilitação dos presos e
sim meramente a punição. Segundo o autor, o sistema punitivo faz com que a criminalidade
aumente cada vez mais, mesmo com o controle do Estado, não traz mudanças satisfatórias no
âmbito da restauração penal do individuo. (1987, p. 55).
Neste diapasão pode-se dizer que a Justiça Restaurativa é um processo voltado
para resolução de um conflito caracterizado pela existência de crime ou ato infracional onde
há a colaboração mútua e participativa maior do infrator e da vítima. Em linhas gerais pela
Resolução 255/2016 do CNJ seria;

Art. 1º. A Justiça Restaurativa constitui-se como um conjunto ordenado e sistêmico


de princípios, métodos, técnicas e atividades próprias, que visa à conscientização
sobre os fatores relacionais, institucionais e sociais motivadores de conflitos e
violência, e por meio do qual os conflitos que geram dano, concreto ou abstrato, são
solucionados de modo estruturado na seguinte forma.

Ainda segundo a Resolução, os conflitos seriam dirimidos com a participação de


ofensor e vítima com fim de restaura relação e recuperar o infrator, bem como atribuir-lhe
responsabilidades, Art. 1º;

I – é necessária a participação do ofensor, e, quando houver, da vítima, bem como,


das suas famílias e dos demais envolvidos no fato danoso, com a presença dos
representantes da comunidade direta ou indiretamente atingida pelo fato e de um ou
mais facilitadores restaurativos;
II – as práticas restaurativas serão coordenadas por facilitadores restaurativos
capacitados em técnicas autocompositivas e consensuais de solução de conflitos
próprias da Justiça Restaurativa, podendo ser servidor do tribunal, agente público,
voluntário ou indicado por entidades parceiras;
III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades de todos
os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou
indiretamente para a ocorrência do fato danoso e o empoderamento da comunidade,
destacando a necessidade da reparação do dano e da recomposição do tecido social
rompido pelo conflito e as suas implicações para o futuro.

É claro, que foco aqui não é impunidade, entretanto, vislumbra-se no sentido


restrito no que se refere a penalidades que de fato seja eficaz na restauração e recuperação não
só do indivíduo, mas, das relações, pois, traz de volta o sentimento, ao infrator, de aceitação o
que de certa forma contribui para seu processo de restauração.
25

Para Pinto (2005, p. 19), “as relações entre pessoas são violadas quando há uma
prática delituosa, desta forma todos os envolvidos entram em um processo de restauração sob
o prisma da Justiça Restaurativa”, A princípio, o que se tem em mente é que a punição por si
só traz o sentimento de justiça ou restauração, é bem verdade que com referência da vítima, e
mencionando o que já exposto anteriormente, como parte no processo, ela quer ser
recompensada de alguma forma, que seu suposto prejuízo seja amenizado, ou pela punição do
agressor, se for o caso, ou por reparação do dano em questões cíveis.
Ainda sobre as relações segundo Zehr apud Shalom, assevera que o crime dilacera
os relacionamentos, ou mesmo que não se tenha antes, cria-se desta forma um vínculo que
geralmente pelo cometimento do crime, hostil. (2008, p. 171)

A visão de shalom também nos lembra que o crime representa uma violação dos
relacionamentos. Ele afeta nossa confiança no outro, trazendo sentimentos de
suspeita e estranheza, por vezes racismo. Não raro ergue muros entre amigos,
pessoas amadas, parentes e vizinhos. O crime afeta nosso relacionamento com todos
à nossa volta. O crime também representa um relacionamento dilacerado entre
vitima e ofensor. Mesmo se eles não tinham um relacionamento prévio, o delito cria
um vínculo, que em geral é hostil. Se não resolvido, esse relacionamento hostil
afetará, por sua vez, o bem-estar da vítima e do ofensor.

No olhar de Jaccoud (2005), não há que se falar em Justiça Retributiva e a Justiça


Restaurativa de forma antagônica, e sim, que podem facilitar o tramite do processo somando
seus valores com fim de reparar as consequências oriundas de um ato tipificado como crime
ou ato infracional.
E isto seria lícito sob o ponto de vista jurídico, entretanto, não o seria sob a ótica
humana ou de dignidade, uma vez que cumprir a pena por cumprir não agrega valor, mas sim
que agressor e vítima, e neste caso, principalmente o agressor, tenha consciência como bem
mencionado mais a frente, de que pelo delito praticado merece a medida aplicada.
Ainda sobre as relações segundo Zehr apud shalom, assevera que o crime dilacera
os relacionamentos, ou mesmo que não se tenha antes, cria-se desta forma um vínculo que
geralmente pelo cometimento do crime, hostil. (2008, p. 171)

A visão de Shalom também nos lembra que o crime representa uma violação dos
relacionamentos. Ele afeta nossa confiança no outro, trazendo sentimentos de
suspeita e estranheza, por vezes racismo. Não raro ergue muros entre amigos,
pessoas amadas, parentes e vizinhos. O crime afeta nosso relacionamento com todos
à nossa volta. O crime também representa um relacionamento dilacerado entre
vitima e ofensor. Mesmo se eles não tinham um relacionamento prévio, o delito cria
um vínculo, que em geral é hostil. Se não resolvido, esse relacionamento hostil
afetará, por sua vez, o bem-estar da vítima e do ofensor.
26

4.3 Adolescentes em conflito com a lei

Ao infringirem a Lei, os adolescentes, muitas vezes não são tratados como está
expresso no artigo 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou seja, como pessoas em
desenvolvimento. Com o processo, começa o longo e verdadeiro calvário dos adolescentes
em conflito com a Lei, uma vez que, prevalecem às práticas punitivas como primeiras
decisões tomadas, na maioria das vezes, aplica-se apenas o que está escrito na letra da Lei,
assim dizendo, a medida socioeducativa relativa ao ato infracional praticado, sem levar em
consideração realmente o que pensa o infrator ou os motivos que o levaram a prática de tais
atos.
São considerados adolescentes em conflito com a lei pessoas na faixa etária de
doze (12) a dezoito (18) anos incompletos, que cometeram atos infracionais, de pequenos
furtos a delitos graves, como homicídios.
Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, sempre que houver a prática de atos
infracionais por parte do adolescente serão aplicadas as medidas socioeducativas previstas no
Art 112 do dispositivo;

Verificada a prática de ato infracional, a autoridade competente poderá aplicar ao


adolescente as seguintes medidas:

I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-
la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.

Desta forma, mesmo ao trazer expressamente em seu conteúdo um tipo de punição


para o ato infracional cometido, embora traga restrições para aplicação da mais grave, no
caso, a internação. Pode se dizer que no art. 122, a princípio, o que predomina de fato é a
Justiça Retributiva, ou seja, a punição pelo ato praticado definido como crime ou no caso de
27

adolescente, ato infracional, nesta justiça os julgadores vêem o ato que infringiu a lei como
algo punitivo é o que assevera Zehr, (p. 71-72).

Esse conceito de justiça tende a focalizar abstrações ao invés de se concentrar no


mal que foi feito Parte d o pressuposto do que em cada caso, o necessário para
acertar as contas é algo conhecido e atingível. Presume ainda que o necessário para
ajustar essa balança é a punição. As autoridades do ramo judiciário vêem seu
trabalho com o de dispensar níveis adequados de punição. Os ofensores são levados
a acreditar que, ao aceitar a punição, estarão pagando sua dívida com a sociedade.

4.4 Justiça Restaurativa aplicada aos adolescentes em conflito com a lei

Numa perceptiva de aplicação da Justiça Restaurativa aos adolescentes pode-se


ter em mente que o sentido pleno de Justiça dificilmente aconteceria, entretanto, se faz
necessário, sobretudo, com relação a adolescentes, adotar medidas que cause menos dor no
processo e que o sentimento de culpa seja amenizado pelo sentimento de paz e harmonia pelo
senso se responsabilidade. Zehr (2008, 178).

É claro que uma sensação plena de justiça é algo raro. No entanto, até uma “justiça
aproximada pode ser de ajuda”? Mesmo uma experiência parcial pode lançar as
bases necessárias para obter uma sensação de recuperação e encerramento do ciclo.
Por exemplo, quando o ofensor não foi identificado, ou quando ele se nega a assumir
a responsabilidade, a comunidade pode desempenhar o seu papel promovendo uma
experiência de justiça. Ela pode ouvir sinceramente e valorizar a vítima,
concordando com suas queixas de que o que aconteceu foi errado e atendendo e
dando ouvidos às suas necessidades. Uma quase justiça é melhor do que nenhuma
justiça e ajuda o processo de cura.

Na visão de Debastiani (2013, p. 41) os dados expostos em seus escritos se


mostram positivos, numa perspectiva de cumprimento por parte dos envolvidos nos acordos
firmados nos programas de justiça Restaurativa descritos a seguir;

No Brasil, de todos os adolescentes encaminhados a meios extrajudiciais por meio


de círculos restaurativos, 90% cumpriram seus acordos restaurativos. Das vítimas,
95 % se declararam satisfeitas com o procedimento e com o resultado, e relataram
que sentiram “maior comprometimento” do ofensor depois de terem tido a
oportunidade de comunicar sua experiência da violação.

Uma das vantagens da Justiça Restaurativas seria o fato de que o adolesceste


infrator não deixando de assumir a responsabilidade, pelo ato infracional cometido, tendo
estado em contato direto com a vítima, tem noção exata das consequências que o ato
mereceria. Igualmente, tem por objetivo não eximi-lo da culpa ou da obrigação de reparar o
dano, mas de evitar os males da privação de liberdade. Debastiani (2015 p. 41)
28

Os programas e processos de Justiça Restaurativa fornecem um meio pelo qual a


infração juvenil pode ser abordada e as crianças/adolescentes responsabilizados por
suas ações, ficando, ao mesmo tempo, protegidos dos efeitos nocivos do
envolvimento no sistema de justiça criminal. A Justiça Restaurativa oferece um
importante meio de evitar a privação de liberdade e, por sua vez, protege-os da
violência, do abuso e da exploração.

Ainda segundo a autora, “Os programas de Justiça restaurativa, fornecem suporte


para que a infração juvenil possa ser abordada, e esse responsabilizado, ao mesmo tempo
deixando-o distante dos efeitos nocivos da Justiça criminal” Debastiani (2015, p. 43).

No Brasil, de todos os adolescentes encaminhados a meios extrajudiciais por meio


de círculos restaurativos, 90% cumpriram seus acordos restaurativos. Das vítimas,
95 % se declararam satisfeitas com o procedimento e com o resultado, e relataram
que sentiram “maior comprometimento” do ofensor depois de terem tido a
oportunidade de comunicar sua experiência da violação.

Uma das vantagens da Justiça Restaurativas seria o fato de que o adolesceste


infrator não deixando de assumir a responsabilidade pelo ato infracional cometido, tendo
estado em contato direto com a vítima, tem noção exata das consequências que o ato
mereceria. Igualmente, tem por objetivo não eximi-lo da culpa ou da obrigação de reparar o
dano, mas de evitar os males da privação de liberdade. Debastiani (2015, p. 41)

Os programas e processos de Justiça Restaurativa fornecem um meio pelo qual a


infração juvenil pode ser abordada e as crianças/adolescentes responsabilizados por
suas ações, ficando, ao mesmo tempo, protegidos dos efeitos nocivos do
envolvimento no sistema de justiça criminal. A Justiça Restaurativa oferece um
importante meio de evitar a privação de liberdade e, por sua vez, protege-os da
violência, do abuso e da exploração.

Ainda segundo a autora, “Os programas de Justiça restaurativa, fornecem suporte


para que a infração juvenil possa ser abordada, e esse responsabilizado, ao mesmo tempo
deixando-o distante dos efeitos nocivos da Justiça criminal”. Debastiani (2015, p. 43).
29

5 PRÁTICAS RESTAURATIVAS

No Brasil, Ministério da Justiça e o Programa das Nações Unidas para o


Desenvolvimento (PNUD), patrocinam três projetos de JR, em Porto Alegre, São Caetano do
Sul e Brasília. Por ser o primeiro a ser constituído, o projeto de Porto Alegre será abordado
nesse trabalho. Início do Projeto Justiça Século 21 (Porto Alegre) 2007 - Em três anos de
implementação do Projeto Justiça para o Século 21, registra-se 2.583 participantes em 380
procedimentos restaurativos realizados no Juizado da Infância e da Juventude. Outras 5.900
pessoas participaram de atividades de formação promovidas pelo Projeto. A estrutura e
funcionamento desses projetos descritos abaixo.

5.1 Projeto de práticas restaurativas em Porto Alegre

Dados coletados na íntegra da Página do Ministério Público Federal do Paraná.

5.1.1 Círculo Restaurativo

É um encontro entre pessoas diretamente envolvidas em uma situação de violência


ou conflito, seus familiares, seus amigos e a comunidade. Este encontro, orientado por um
coordenador, segue um roteiro pré-determinado, proporcionando um espaço seguro e
protegido onde as pessoas podem abordar o problema e construir soluções para o futuro.
O procedimento como um todo se divide em três etapas: o pré-círculo (preparação
para o encontro com os participantes); o círculo (realização do encontro propriamente dito) e
o pós-círculo (acompanhamento). O Círculo não se destina a apontar culpados ou vítimas,
nem a buscar o perdão e a reconciliação, mas a percepção de que nossas ações nos afetam e
afetam os outros, e que somos responsáveis por seus efeitos.

5.1.2 O que é o Projeto Justiça para o Século 21


30

Articulado através da Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul - AJURIS, o


Projeto Justiça para o Século 21 é um conjunto de iniciativas da Justiça da Infância e
Juventude que visa a contribuir com as demais Políticas Públicas na pacificação de violências
envolvendo crianças e adolescentes em Porto Alegre através da implementação de práticas de
justiça restaurativa.
O Projeto Justiça para o Século 21 volta-se para a formação de agentes sociais
capazes de difundir os conceitos principais de justiça restaurativa e implementar suas práticas
junto ao Sistema de Justiça da Infância e Juventude, escolas, ONGs, instituições de
atendimento à infância e juventude e comunidades.
Fundamentado em princípios da Justiça Restaurativa, o Projeto Justiça para o
Século 21 tem por missão produzir e difundir conhecimentos em justiça restaurativa, e
promover sua aplicação, com vistas à humanização e qualificação dos serviços prestados pelo
Sistema de Justiça e pela Rede de Atendimento da Infância e Juventude.

5.1.3 Há quanto tempo a prática está em funcionamento?

Iniciativas assistemáticas de Práticas de Justiça Restaurativa na qualificação dos


processos de execução das Medidas Socioeducativas são registradas desde o ano 2000 em
Porto Alegre junto a Vara responsável pela execução destas medidas - a 3ª Vara do Juizado
Regional da Infância e Juventude. No final do ano de 2004, a partir da institucionalização do
Núcleo de Estudos em Justiça Restaurativa da Escola Superior da Magistratura da AJURIS,
foi identificada a necessidade e a oportunidade de desencadear-se a implantação de práticas
restaurativas e desenvolver-se atividades correlatas de capacitação, encadeadas entre si para
gerar sinergia e uma ambientação sistêmica, em 4 áreas estratégicas:
I - JR nos Processos Judiciais;
II - JR no Atendimento Sócio-Educativo;
III - JR na Educação;
IV - JR na Comunidade.
No desdobramento da implementação destas diferentes áreas estratégicas, o
projeto foi recebendo apoio de distintas parcerias, inicialmente através do Ministério da
Justiça e pelo PNUD (cujo investimento, desde março de 2005, oportunizou o
desencadeamento de ações da área estratégica de aplicação I - no âmbito dos processos
judiciais -, através do projeto Promovendo Práticas Restaurativas no Sistema de Justiça
Brasileiro) e através da UNESCO e Rede Globo - pelo Programa Criança Esperança desde
31

agosto de 2005, percorrendo o ano de 2006 e até o presente momento (2007) - com
investimento nas áreas II e III nos dois primeiros anos e no último ano mais especificamente
em relação às áreas III e IV, agregando-se o apoio da Secretaria Especial de Direitos
Humanos (SEDH) no ano de 2007- que vem permitindo consolidação de avanços das ações
das áreas estratégicas de aplicação I, II e III e também IV.
5.1.4 Qual a principal inovação da sua prática?

Tomando por base o conceito mais difundido de Justiça Restaurativa como um


processo através do qual todas as partes envolvidas em um ato que causou ofensa, reúnem-se
para decidir coletivamente como lidar com as circunstâncias decorrentes desse ato e suas
implicações para o futuro, a principal inovação do Projeto Justiça para o Século 21 é o
desenvolvimento de práticas de justiça baseadas em relações horizontais de poder, em que as
vozes daqueles diretamente envolvidos em um conflito e em situações de violências são
consideradas as mais legítimas e apropriadas para resolvê-los e enfrentá-las com uma visão de
futuro.
Essa idéia simples é, ao mesmo tempo, uma "revolução copernicana" nas práticas
cotidianas de realização de justiça e promoção da segurança que usualmente tende a serem
guiadas pela voz da justiça atribuída a atores externos e superiores - seja juiz, policial,
assistente social, psicólogo, pai ou professor - autoridades a quem se convencionou aceitar
como investidas e detentoras do poder de decidir ou de subsidiar decisões, ou seja, investidas,
em circunstâncias mais ou menos formais, da função de "fazer justiça".
A possibilidade primeira de inovação do projeto assenta-se na convergência de
capacidade crítica comunitária e social em relação a práticas sociais institucionalizadas que
restringem o direito à palavra, que são pobres em capacidade de escuta e que comumente são
associadas a julgamentos generalizantes e classificatórios que culpabilizam individualmente
os sujeitos pelos próprios infortúnios e alimentam a cultura da vingança, da tutela ou, no outro
extremo, da indiferença.
O Projeto busca contribuir para uma alteração no contexto destas práticas sociais e
institucionais em que o poder - e por consequência, a responsabilidade - de responder e
decidir a favor da Justiça, permanece sempre como que em suspenso acima dos diretamente
envolvidos em um conflito ou em situações de violências, portanto fora de seu alcance e
influência, em uma dinâmica de dominação, fazendo um giro em direção à democratização
destas dinâmicas, através do fortalecimento de espaços para a prática de relações horizontais
entre os diretamente envolvidos e interessados na resolução de um conflito e de
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enfrentamento de situações de violências orientadas pela distribuição igualitária de poder - e,


portanto, da responsabilidade - entre todos.
O Projeto Justiça para o Século 21 considera a diversidade dos espaços de poder
que conformam nas práticas sociais e institucionais cotidianas onde as violências se
constroem e expressam independentemente de onde se localizem ou como se organizem - se
dentro ou fora do aparato judicial e de segurança, na execução da medida sócio-educativa,
numa avaliação técnica, numa reunião de um centro de assistência social, na escola, no posto
de saúde ou na igreja, na porta da delegacia ou da viatura policial - como espaços
privilegiados para a prática de uma nova justiça compromissada com a segurança que emana
da responsabilidade partilhada.
Solidário a esses mais diversos espaços cotidianos onde se exercem decisão e
poder, sobretudo a respeito de conflitos e violências, o projeto atua fortalecendo as
possibilidades de inserção de práticas restaurativas nestes espaços como oportunidades reais
do exercício do direito a palavra daqueles interessados na resolução destes conflitos, com
respeito à sua autonomia e responsabilidade, prevaleçam. Esses e tantos outros espaços são
propícios à experiência de democratização da justiça, e com ela à da ampliação do seu acesso,
sempre que possa assegurar condições para uma experiência fundada nos valores
restaurativos.

5.1.5 Qual a principal inovação da sua prática?

Tomando por base o conceito mais difundido de Justiça Restaurativa como um


processo através do qual todas as partes envolvidas em um ato que causou ofensa, reúnem-se
para decidir coletivamente como lidar com as circunstâncias decorrentes desse ato e suas
implicações para o futuro, a principal inovação do Projeto Justiça para o Século 21 é o
desenvolvimento de práticas de justiça baseadas em relações horizontais de poder, em que as
vozes daqueles diretamente envolvidos em um conflito e em situações de violências são
consideradas as mais legítimas e apropriadas para resolvê-los e enfrentá-las com uma visão de
futuro.
Essa idéia simples é, ao mesmo tempo, uma "revolução copernicana" nas práticas
cotidianas de realização de justiça e promoção da segurança que usualmente tende a serem
guiadas pela voz da justiça atribuída a atores externos e superiores - seja juiz, policial,
assistente social, psicólogo, pai ou professor - autoridades a quem se convencionou aceitar
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como investidas e detentoras do poder de decidir ou de subsidiar decisões, ou seja, investidas,


em circunstâncias mais ou menos formais, da função de "fazer justiça".
A possibilidade primeira de inovação do projeto assenta-se na convergência de
capacidade crítica comunitária e social em relação a práticas sociais institucionalizadas que
restringem o direito à palavra, que são pobres em capacidade de escuta e que comumente são
associadas a julgamentos generalizantes e classificatórios que culpabilizam individualmente
os sujeitos pelos próprios infortúnios e alimentam a cultura da vingança, da tutela ou, no outro
extremo, da indiferença.
O Projeto busca contribuir para uma alteração no contexto destas práticas sociais e
institucionais em que o poder - e por conseqüência, a responsabilidade - de responder e
decidir a favor da Justiça, permanece sempre como que em suspenso acima dos diretamente
envolvidos em um conflito ou em situações de violências, portanto fora de seu alcance e
influência, em uma dinâmica de dominação, fazendo um giro em direção à democratização
destas dinâmicas, através do fortalecimento de espaços para a prática de relações horizontais
entre os diretamente envolvidos e interessados na resolução de um conflito e de
enfrentamento de situações de violências orientadas pela distribuição igualitária de poder - e,
portanto, da responsabilidade - entre todos.
O Projeto Justiça para o Século 21 considera a diversidade dos espaços de poder
que conformam nas práticas sociais e institucionais cotidianas onde as violências se
constroem e expressam independentemente de onde se localizem ou como se organizem - se
dentro ou fora do aparato judicial e de segurança, na execução da medida sócio-educativa,
numa avaliação técnica, numa reunião de um centro de assistência social, na escola, no posto
de saúde ou na igreja, na porta da delegacia ou da viatura policial - como espaços
privilegiados para a prática de uma nova justiça compromissada com a segurança que emana
da responsabilidade partilhada. Solidário a esses mais diversos espaços cotidianos onde se
exercem decisão e poder, sobretudo a respeito de conflitos e violências, o projeto atua
fortalecendo as possibilidades de inserção de práticas restaurativas nestes espaços como
oportunidades reais do exercício do direito a palavra daqueles interessados na resolução
destes conflitos, com respeito à sua autonomia e responsabilidade, prevaleçam.
Esses e tantos outros espaços são propícios à experiência de democratização da
justiça, e com ela à da ampliação do seu acesso, sempre que possa assegurar condições para
uma experiência fundada nos valores restaurativos.

5.2 Orçamento
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No ano de 2005 o projeto recebeu aportes de recursos do Ministério da


Justiça/PNUD na ordem de R$ 42.000,00 (quarenta e dois mil reais) para a execução da
primeira etapa do piloto. A segunda etapa do piloto, que foi executada entre agosto de 2005 e
agosto de 2006 contou com recursos na ordem de R$ 100.000,00 (cem mil reais) oriundos da
UNESCO - Programa Criança Esperança/Rede Globo. Na continuidade do âmbito do Projeto
apoiado com recursos do Ministério da Justiça/PNUD (aplicação no âmbito judicial), no ano
de 2006 os recursos aportados foram de R$ 23.850,00 (vinte e três mil e oitocentos e
cinqüenta reais). No ano de 2007 foram estão sendo aportados ao Projeto recursos na ordem
de R$ 173.817,00 pela Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República
e de R$ 100.000,00 pela UNESCO - Programa Criança Esperança/Rede Globo.

5.3 Resultados obtidos

Atendimento e acompanhamento da aplicação das práticas restaurativas em


processos judiciais por ato infracional (crimes e contravenções praticados por menores de 18
anos) em Porto Alegre, realizados pela Central de Práticas Restaurativas do Juizado da
infância e da Juventude (CPR-JIJ). Em três anos (2005-2008), 2.583 pessoas foram atendidas
por sua Central de Práticas Restaurativas.
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6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O direito do adolescente em conflito com a Lei de acesso à justiça é uma garantia


constitucional, entretanto, as dificuldades encontradas quando se busca ao Judiciário o inibe a
postular seus direitos. Fatores como falta de estrutura, de funcionários, a lentidão na resolução
dos conflitos, são enfrentados por aqueles que procuram o Poder Judiciário, em que pese
aliado a tudo isso ainda se percebe o alto grau de preconceito com relação a estas pessoas, que
muitas vezes vivem à margem da sociedade. A Justiça Restaurativa visa dirimir estes aspectos
preconceituosos com vistas a firmar diálogo e harmonia entre agressor e agredido, vale
salientar que o objetivo não é a absolvição do infrator e sim que ele repare o dano pertinente a
sua infração, mas que com isto não sofra sanções que o possa excluí-lo do convívio da
sociedade.
Vê-se ainda, na narrativa, uma abordagem doutrinária, e ao mesmo tempo uma
exposição da lei reguladora do instituto, trazendo assim conhecimento, e segurança para quem
decida enveredar por o caminho aqui sugerido, aderindo à Justiça Restaurativa de forma
segura, sabendo que terá a mesma seriedade e equivalência de uma sentença do Poder
Judiciário, sendo que segundo o exposto, em uma proposta mais célere. Na prática é aqui
apresentada como um valoroso meio de acesso à justiça, tanto para o Estado, que economiza
tempo e dinheiro, quanto para os postulantes, que terão suas lides solucionadas de forma
célere e eficiente.
Nos relatos aqui expostos, pode-se perceber que a garantia de acesso à justiça por
meio de práticas restaurativas seja judiciais ou extrajudiciais, pode de certa forma, garantir
justiça de maneira que o infrator possa ter consciência de sua responsabilidade sobre o dano
causado e assim sendo, poder repará-lo não por uma imposição apenas e sim por entender a
dimensão do que o ato praticado venha ter causado não somente para vitima, mas também
para si. E assim está disposto a repar o erro e as relações.
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REFERÊNCIAS

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37

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