MONOGRAFIA Justiça Restaurativa
MONOGRAFIA Justiça Restaurativa
MONOGRAFIA Justiça Restaurativa
FORTALEZA - CEARÁ
2022
FRANCISCO JOSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
FORTALEZA - CEARÁ
2022
FICHA CATALOGRÁFICA
RESUMO
O presente trabalho tem por temática central uma abordagem sobre o acesso à justiça numa
perspectiva voltada para o adolescente em conflito com a Lei, a Justiça Restaurativa como
meio de acesso à justiça viável, e mais célere. Não tem esse trabalho a pretensão de esgotar o
tema, uma vez que foram postos aqui apenas pontos para que se possa conhecer a seriedade e
efetividade do instituto em questão. A propositura do tema; Justiça Restaurativa como meio
alternativo e célere no acesso à justiça, tem por objetivo mostrar que o foco não está somente
na infração praticada, como acontece na Justiça Retributiva, e sim, nas pessoas envolvidas em
uma lide ou litígio. Torna-se o tema relevante pelo pouco entendimento que se tem e por
conta disto, pessoas adultas ou menores procuram o Judiciário com o fim de resolver conflitos
plenamente viáveis de resolução mais efetiva se os mesmos procurassem em solução
extrajudicial. Neste sentido, faz-se uma referência aos escritos na legislação vigente que trata
a matéria, tomando por base a resolução 225 / 2016. Buscando, sobretudo, fundamentação na
Constituição Federal de 1988. A pesquisa realizada tem ainda, como apoio teórico, registros
disponíveis em autos impressos e livros que torna o argumento pesquisado ainda mais
manifestam e precisam. Há aqui exposta uma contribuição analítica dos autores. As doutrinas
estudadas justamente com os dispositivos reguladores fundamentam a aplicabilidade do tema
aqui abordado.
The present work has as its central theme an approach on the access to justice in a perspective
focused on the adolescent in conflict with the law, Restorative Justice as a viable and faster
means of access to justice. This work does not intend to exhaust the theme, once only points
have been put here so that one can know the seriousness and effectiveness of the institute in
question. The proposition of the theme; Restorative Justice as an alternative and fast way of
access to justice, has the objective of showing that the focus is not only on the offense
committed, as it happens in Retributive Justice, but, on the people involved in a lide or
litigation. The theme becomes relevant because of the little understanding that is had, and
because of this, adults or minors seek the Judiciary in order to resolve conflicts that could be
more effectively resolved if they sought an extrajudicial solution. In this sense, reference is
made to the writings in the current legislation that deals with the matter, based on resolution
225 / 2016. Searching, above all, grounds in the Federal Constitution of 1988. The research
carried out has also, as theoretical support, records available in printed records and books that
makes the researched argument even more manifest and precise. There is here exposed an
analytical contribution from the authors. The doctrines studied together with the regulatory
devices substantiate the applicability of the theme addressed here.
1 INTRODUÇÃO.................................................................................................. 7
2 BREVE HISTÓRICO DA JUSTIÇA RESTAURATIVA............................. 11
2.1 Acesso à justiça.................................................................................................. 11
2.2 Teoria do conflito............................................................................................... 15
3 MÉTODOS CONSENSUAIS DE RESOLUÇÃO DE CONFLITOS........... 17
3.1 Arbitragem......................................................................................................... 18
3.2 Mediação............................................................................................................. 18
3.3 Conciliação......................................................................................................... 20
4 JUSTIÇA RESTAURATIVA........................................................................... 21
4.1 Justiça retributiva.............................................................................................. 21
4.2 Justiça Restaurativa.......................................................................................... 21
4.3 Adolescentes em conflito com a lei................................................................... 26
4.4 Justiça Restaurativa aplicada aos adolescentes em conflito com a lei.......... 27
5 PRÁTICAS RESTAURATIVAS...................................................................... 29
5.1 Projeto de práticas restaurativas em Porto Alegre........................................ 29
5.1.1 Círculo Restaurativo............................................................................................ 29
5.1.2 O que é o Projeto Justiça para o Século 21.......................................................... 29
5.1.3 Há quanto tempo a prática está em funcionamento?........................................... 30
5.1.4 Qual a principal inovação da sua prática?........................................................... 31
5.1.5 Qual a principal inovação da sua prática?........................................................... 32
5.2 Orçamento.......................................................................................................... 33
5.3 Resultados obtidos............................................................................................. 33
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................ 35
REFERÊNCIAS................................................................................................. 36
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1 INTRODUÇÃO
O presente trabalho científico tem como característica uma análise teórica do que
seja a Justiça Restaurativa como proposta enquanto instituto extrajudicial de solução de
conflitos, bem como de assegurar o acesso a Justiça como garantia fundamental numa
abordagem para adolescentes em conflito com a Lei, tendo como base apenas referenciais
bibliográficos de alguns autores conhecidos no que se refere ao assunto estudado e exposto
neste trabalho.
O que propomos a apresentar como resultado de pesquisa são relatos de cunho
científico sobre o assunto, utilizamos escritos de autores estudiosos da área. Procuramos
apresentar questões de ponto de vista teórico. Buscamos ainda, base nos dispositivos legais
que regulam a Justiça Restaurativa no Brasil, no caso específico, bem como da Constituição
Federal (1988) vigente no país.
Num primeiro momento, buscamos entender a legislação que trata o assunto,
desde a Resolução do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) que regula a matéria, 225/2016, até
os amplos debates em torno do assunto. Para tanto, lançamos mão de dispositivos legais que
disciplinam o assunto. São eles: A Constituição de 1988, em seu artigo art. 5º, inciso XXXV,
no que pese a constitucionalidade da Lei Especial aqui estudada que versa sobre o tema.
Em seguida, analisamos o referencial teórico que deu suporte para o
desenvolvimento de ideias claras e sequenciais dentro deste objeto de estudo, desta forma,
neste trabalho priorizamos assim, a pesquisa bibliográfica.
Com a finalidade de expor o quanto o instituto é eficiente e célere, além, claro, de
se encontrar totalmente embasado em lei, narramos como se dá na prática a Justiça
Restaurativa, citando aspectos da resolução 225/2016, do Conselho Nacional de Justiça, que
regula o instituto, em seu Art. 1º que traz a seguinte redação:
restaurar relações, e, claro, de trazer uma relevante opção com clara vantagem na maioria dos
aspectos do instituto.
A técnica, pesquisa jurídico-teórico, trabalha uma estratégia tendo como objeto
uma análise da norma específica, buscando na realidade social, onde está inserido seu objeto
de estudo, a resposta para problemática em questão havendo o entendimento que a solução
está devidamente fundamentada nas normas constitucionais e doutrinárias.
As partes que compõem o trabalho são: referencial teórico, onde foi trabalhado o
tema em apreço, explicitando os objetivos em um estudo voltado para Lei específica e
doutrinas.
Procedimentos metodológicos em que foi descrito o método que parte do geral
para o individual em uma técnica de análise da norma jurídica isolada do contexto. Na análise
de dados e resultados, parte do ponto onde foi observado o problema, tendo como
fundamentação o marco teórico específico e doutrinário. As considerações finais, não
admitindo fatos ou argumentos novos, apresentaram as conclusões em resposta aos objetivos
propostos no trabalho científico.
Assim posto, a presente pesquisa visa analisar esse instituto de meio de resolução
de conflitos alternativos ao processo judicial penal em infrações cometidas por adolescentes.
Diante de tantas dificuldades, pode-se perguntar; Como a Justiça Restaurativa pode de forma
eficiente dá celeridade aos processos de menores em conflito com a Lei e pacificar as relações
sociais como meio alternativos de resolução de conflitos?
O objetivo central desta pesquisa científica é apresentar a Justiça Restaurativa
como alternativa e meio mais viável para solucionar conflitos envolvendo adolescentes em
conflito com a Lei. Verificar os aspectos de celeridade que a Justiça Restaurativa traz aos
processos que os envolvidos em conflito com a Lei são submetidos de forma mais efetiva do
que uma decisão judicial. Discorrer sobre a aplicabilidade legal de Justiça Restaurativa sua
eficácia na pacificação das relações sociais e confiabilidade na resolução de conflitos de
forma a restaurar as relações na esfera penal ou outra esfera de litígio.
Problematizar a realidade do Judiciário brasileiro bem como a morosidade na
resolução das lides no âmbito da infância e juventude e a importância da Justiça Restaurativa.
A presente pesquisa se justifica por proporcionar uma ampla discussão sobre as dificuldades
que todos enfrentam em seus mais diversos aspectos quando ingressam no Judiciário para
resolução de suas lides. Em especial o adolescente em conflito com a lei que quase sempre se
deparam com dificuldades no acesso a justiça, quando buscam este direito garantido pela
Constituição Federal de 1988.
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mesmo tempo propõe como alternativa célere e eficaz a Justiça Restaurativa, trabalhando para
tanto, com a aplicação na norma jurídica e sua especificidade, no entendimento de saber se é
válida a adesão por uma alternativa ao Poder Judiciário no sentido de obter solução
satisfatória, buscando na realidade social em que está inserida a problemática em questão, a
resposta devidamente fundamentada nas normas constitucionais, específicas e doutrinárias.
O estudo será focado principalmente na lei específica, Estatuto da Criança e do
Adolescente e Constituição Federal de 1988, com citações pontuais de outros dispositivos que
abordam o assunto, além de reflexões de renomados doutrinadores que abordam o tema de
forma clara e objetiva.
11
apresentado com suas falhas oriundas de uma série de situações que causam morosidade á
resolução de conflitos. Deve-se ao número insuficiente de serventuários da justiça, bem como
a estrutura muitas vezes precária, o aumento da população. Por estes e outros fatores o tramite
processual torna-se moroso e ineficaz.
Para Ferraz Neto, (2008, p 45,46) é longa a espera por um julgamento no Poder
Judiciário;
Quem já teve a necessidade de recorrer ao poder judiciário sabe quão penoso é a
espera para alcançar o almejado provimento jurisdicional, pois os processos se
arrastam, em média, de quatro a seis anos para serem julgados em primeira
instância, depois dessa espera, surge à via crúcis dos recursos – na maioria dos casos
procrastinatórios – que elevam o tempo médio de julgamento para dez anos.
Segundo Leonardo Greco apud Cesar (2002, p 75) “O acesso à justiça não estará
concretamente assegurado, se o Estado não oferecer a todos a possibilidade de receber
aconselhamento jurídico a respeito de seus direitos”.
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Como a citação acima, entende-se que a justiça como traz a Constituição Federal
deve ser para todos sem distinção econômica, financeira, grau de instrução ou qualquer outro
tipo de situação que possa parecer impedimento.
A ineficiência em atingir os anseios da população por certo se constitui na
principal causa que barra o acesso à justiça de forma efetiva, pois se manifesta por várias
razões, como afirma Stumpf (2009, p 15),
Faz-se necessário, desta forma, criar ou fazer uso de dispositivos que além de
assegurar o acesso, que também lhe assegure uma decisão justa, e célere. O que se vê muitas
vezes é um descontentamento pela demora e complexidade em muitos casos.
Segundo Ferraz Neto (2008, p 43) o acesso à justiça a que se refere: “... Não é o
acesso aos Tribunais, nem o simples ato de ajuizar o pleito, vai além, traduzindo-se no desejo
de obtenção de provimento judicial, que é a justiça materializada, consubstanciada no
princípio da igualdade das partes”.
15
É claro que quem vai ao Judiciário não se contenta em apenas ter o direito de
ingressar ou até mesmo de ser ouvido, e sim, que sua lide seja resolvida e no menor decurso
de tempo possível e ainda, que a sentença seja satisfatória.
Para Ferraz Neto (2008, p. 23) “Nas civilizações antigas, quando surgia um
conflito, o homem se utilizava da autotutela, ou seja, fazia justiça com as próprias mãos” Com
o tempo e a evolução social, o homem procurou outras formas de resolver seus conflitos, não
somente pela força.
Isto posto, entende-se que, a ideia do monopólio do Estado no que se refere à
justiça visa coibir a direito do mais forte ou em termos, dos mais poderosos, para que assim
possa ter garantido a todos o direito de pleitear junto aos órgãos jurisdicionais as suas lides
com possibilidades amplas e claras de obter êxito, é o que bem define Bacellar (2012, p. 18),
frequentemente são estimulados a indicarem a primeira ideia que lhes vem à mente
ao ouvirem a palavra conflito. Em regra, a lista é composta pelas palavras; guerra
briga disputa, agressão, tristeza, violência, raiva, perda, progresso.
3.1 Arbitragem
Por ser uma alternativa extrajudicial, quando configura uma opção das partes, ou
judicial quando segundo Art. 24 e 26 da Lei 9099/95, não houver conciliação, as partes
poderão optar pelo juízo arbitral, neste sentido dar celeridade ao processo uma vez acordado
em juízo, é o que traz o art. 24;
Art. 24. Não obtida à conciliação, as partes poderão optar, de comum acordo, pelo
juízo arbitral, na forma prevista nesta Lei.
§ 1º O juízo arbitral considerar-se-á instaurado, independentemente de termo de
compromisso, com a escolha do árbitro pelas partes. Se este não estiver presente, o
Juiz convocá-lo-á e designará, de imediato, a data para a audiência de instrução.
§ 2º O árbitro será escolhido dentre os juízes leigos.
Art. 25. O árbitro conduzirá o processo com os mesmos critérios do Juiz, na forma
dos arts. 5º e 6º desta Lei, podendo decidir por eqüidade.
Art. 26. Ao término da instrução, ou nos cinco dias subseqüentes, o árbitro
apresentará o laudo ao Juiz togado para homologação por sentença irrecorrível.
Esta é uma questão fática que pode dirimir de forma mais célere os conflitos, seria
o acesso dos postulantes aos meios alternativos de justiça no sentido de resolução de suas
lides no que se refere a bens materiais disponíveis, e que seja confiável. Esta é a proposta da
arbitragem regulada pela Lei 9.307/96 Lei arbitral, conhecida como Lei Marco Maciel, bem
como a arbitragem especial praticada nos juizados especiais regulada por esta mesma Lei e os
dispositivos textuais da Lei 9.099/95 em seus artigos 24 a 26, não havendo assim conflitos
entre ambos.
3.2 Mediação
participação de uma terceira figura, o mediador, neutro e imparcial, que auxilia as partes no
diálogo rumo ao acordo. A expressão mediação, do latim antigo mediare (dividir, abrir ao
meio). A definição é trazida pelo dispositivo que regula o tema, Lei nº 13.140/15.
Art. 1º Esta Lei dispõe sobre a mediação como meio de solução de controvérsias
entre particulares e sobre a autocomposição de conflitos no âmbito da administração
pública. Parágrafo único. Considera-se mediação a atividade técnica exercida por
terceiro imparcial sem poder decisório, que, escolhido ou aceito pelas partes, as
auxilia e estimula a identificar ou desenvolver soluções consensuais para a
controvérsia.
Como se vê a mediação deve ser exercida antes de tudo por uma autonomia de
vontade das partes, ou seja, só há mediação se as partes envolvidas no conflito de comum
acordo assim o quiserem e ainda o mediador deverá ser imparcial durante todo o desenrolar
do procedimento. O dispositivo trás ainda em seu artigo 9°, a possibilidade da mediação
extrajudicial,
“Poderá funcionar como mediador extrajudicial qualquer pessoa capaz que tenha a
confiança das partes e seja capacitada para fazer mediação, independentemente de
integrar qualquer tipo de conselho, entidade de classe ou associação, ou nele
inscrever-se”.
§3º O mediador, que atuará preferencialmente nos casos em que houver vínculo
anterior entre as partes, auxiliará aos interessados a compreender as questões e os
interesses em conflito, de modo que eles possam, pelo restabelecimento da
comunicação, identificar, por si próprias soluções, consensuais que gerem benefícios
mútuos.
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3.3 Conciliação
4 JUSTIÇA RESTAURATIVA
III – as práticas restaurativas terão como foco a satisfação das necessidades de todos
os envolvidos, a responsabilização ativa daqueles que contribuíram direta ou
indiretamente para a ocorrência do fato danoso e o empoderamento da comunidade,
destacando a necessidade da reparação do dano e da recomposição do tecido social
rompido pelo conflito e as suas implicações para o futuro.
Para Pinto (2005, p. 19), “as relações entre pessoas são violadas quando há uma
prática delituosa, desta forma todos os envolvidos entram em um processo de restauração sob
o prisma da Justiça Restaurativa”, A princípio, o que se tem em mente é que a punição por si
só traz o sentimento de justiça ou restauração, é bem verdade que com referência da vítima, e
mencionando o que já exposto anteriormente, como parte no processo, ela quer ser
recompensada de alguma forma, que seu suposto prejuízo seja amenizado, ou pela punição do
agressor, se for o caso, ou por reparação do dano em questões cíveis.
Ainda sobre as relações segundo Zehr apud Shalom, assevera que o crime dilacera
os relacionamentos, ou mesmo que não se tenha antes, cria-se desta forma um vínculo que
geralmente pelo cometimento do crime, hostil. (2008, p. 171)
A visão de shalom também nos lembra que o crime representa uma violação dos
relacionamentos. Ele afeta nossa confiança no outro, trazendo sentimentos de
suspeita e estranheza, por vezes racismo. Não raro ergue muros entre amigos,
pessoas amadas, parentes e vizinhos. O crime afeta nosso relacionamento com todos
à nossa volta. O crime também representa um relacionamento dilacerado entre
vitima e ofensor. Mesmo se eles não tinham um relacionamento prévio, o delito cria
um vínculo, que em geral é hostil. Se não resolvido, esse relacionamento hostil
afetará, por sua vez, o bem-estar da vítima e do ofensor.
A visão de Shalom também nos lembra que o crime representa uma violação dos
relacionamentos. Ele afeta nossa confiança no outro, trazendo sentimentos de
suspeita e estranheza, por vezes racismo. Não raro ergue muros entre amigos,
pessoas amadas, parentes e vizinhos. O crime afeta nosso relacionamento com todos
à nossa volta. O crime também representa um relacionamento dilacerado entre
vitima e ofensor. Mesmo se eles não tinham um relacionamento prévio, o delito cria
um vínculo, que em geral é hostil. Se não resolvido, esse relacionamento hostil
afetará, por sua vez, o bem-estar da vítima e do ofensor.
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Ao infringirem a Lei, os adolescentes, muitas vezes não são tratados como está
expresso no artigo 6º do Estatuto da Criança e do Adolescente, ou seja, como pessoas em
desenvolvimento. Com o processo, começa o longo e verdadeiro calvário dos adolescentes
em conflito com a Lei, uma vez que, prevalecem às práticas punitivas como primeiras
decisões tomadas, na maioria das vezes, aplica-se apenas o que está escrito na letra da Lei,
assim dizendo, a medida socioeducativa relativa ao ato infracional praticado, sem levar em
consideração realmente o que pensa o infrator ou os motivos que o levaram a prática de tais
atos.
São considerados adolescentes em conflito com a lei pessoas na faixa etária de
doze (12) a dezoito (18) anos incompletos, que cometeram atos infracionais, de pequenos
furtos a delitos graves, como homicídios.
Pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, sempre que houver a prática de atos
infracionais por parte do adolescente serão aplicadas as medidas socioeducativas previstas no
Art 112 do dispositivo;
I - advertência;
II - obrigação de reparar o dano;
III - prestação de serviços à comunidade;
IV - liberdade assistida;
V - inserção em regime de semi-liberdade;
VI - internação em estabelecimento educacional;
VII - qualquer uma das previstas no art. 101, I a VI.
§ 1º A medida aplicada ao adolescente levará em conta a sua capacidade de cumpri-
la, as circunstâncias e a gravidade da infração.
§ 2º Em hipótese alguma e sob pretexto algum, será admitida a prestação de trabalho
forçado.
§ 3º Os adolescentes portadores de doença ou deficiência mental receberão
tratamento individual e especializado, em local adequado às suas condições.
adolescente, ato infracional, nesta justiça os julgadores vêem o ato que infringiu a lei como
algo punitivo é o que assevera Zehr, (p. 71-72).
É claro que uma sensação plena de justiça é algo raro. No entanto, até uma “justiça
aproximada pode ser de ajuda”? Mesmo uma experiência parcial pode lançar as
bases necessárias para obter uma sensação de recuperação e encerramento do ciclo.
Por exemplo, quando o ofensor não foi identificado, ou quando ele se nega a assumir
a responsabilidade, a comunidade pode desempenhar o seu papel promovendo uma
experiência de justiça. Ela pode ouvir sinceramente e valorizar a vítima,
concordando com suas queixas de que o que aconteceu foi errado e atendendo e
dando ouvidos às suas necessidades. Uma quase justiça é melhor do que nenhuma
justiça e ajuda o processo de cura.
5 PRÁTICAS RESTAURATIVAS
agosto de 2005, percorrendo o ano de 2006 e até o presente momento (2007) - com
investimento nas áreas II e III nos dois primeiros anos e no último ano mais especificamente
em relação às áreas III e IV, agregando-se o apoio da Secretaria Especial de Direitos
Humanos (SEDH) no ano de 2007- que vem permitindo consolidação de avanços das ações
das áreas estratégicas de aplicação I, II e III e também IV.
5.1.4 Qual a principal inovação da sua prática?
5.2 Orçamento
34
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Paulo: Ridel, 2011.
BRASIL. Lei n° 13.105, de 16 de março de 2015. Código de Processo Civil. In: Vade
Mecum. São Paulo: Ridel, 2011.
BRASIL. Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995. Juizados Especiais. In: Vade Mecum. São
Paulo: Ridel, 2011.
BRASIL. Lei n o 9.307, de 23 de setembro de 1996. Lei da arbitragem. In: Vade Mecum.
São Paulo: Ridel, 2011.
BRASIL .Lei nº 13.140, de 26 de junho de 2015. Mediação. In: Vade Mecum. São Paulo:
Ridel, 2011.
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SP: EdUNESP, 2018.
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MAIA NETO, Francisco. Diferentes Formas de se lidar com as controvérsias. In: Manual de
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SCAVONE JUNIOR, Luiz Antonio. Manual de arbitragem. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense,
2014.
TOEWS, B; ZEHR, H. Maneiras de conhecer para uma visão restaurativa de mundo. In:
SLAKMON, C.M. R; MACHADO, P; BOTTINI, C. Novas direções na governançada
justiça e da segurança. Brasília-DF: Ministério da Justiça, 2006. p.419-432.
ZEHR, Howard. Trocando as lentes: um novo foco sobre o crime e a justiça. São Paulo:
Palas Athena, 2008.