Ativação Comportamental
Ativação Comportamental
Ativação Comportamental
COMPORTAMENTAL
DADOS INTERNACIONAIS DE CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃO (CIP)
CDU 615.851
ATIVAÇÃO
COMPORTAMENTAL
Tradução
Patrícia Ribeiro
Revisão técnica
Irismar Reis de Oliveira
2022
Obra originalmente publicada sob o título
Behavioral Activation: Distinctive Features, 2009
Jonathan W. Kanter, Andrew M. Busch e Laura C. Rusch
All Rights Reserved
Authorised translation from the English language edition
published by Routledge, a member of the Taylor & Francis Group.
Referências..................................................................... 173
Índice............................................................................. 183
Parte 1
AS CARACTERÍSTICAS TEÓRICAS
DISTINTIVAS DA ATIVAÇÃO
COMPORTAMENTAL
1
Jacobson concluiu que, uma vez que a AC era tão eficaz quanto os outros
componentes, isso poderia ser tomado como evidência de que a teoria e as
intervenções cognitivas eram desnecessárias no tratamento da depressão.
Estratégias simples de AC podem ser suficientes, concluiu.
Pode ser interessante comparar o estudo de análise de componentes
de Jacobson e colegas (1996) com o de Zeiss e colegas (1979) descrito
anteriormente. Ambos testaram vários componentes ativos do tratamento
entre si, e acharam que todos os componentes eram igualmente eficazes.
Enquanto Lewinsohn interpretou esse resultado como uma sugestão de
que as intervenções deveriam ser combinadas, Jacobson raciocinou: se to-
das são igualmente eficazes, por que não promover a mais simples e fácil de
treinar? Por que complicar desnecessariamente o tratamento com outros
componentes que, empiricamente, não melhoram os resultados?
Suporte empírico
Essas duas versões alternativas da AC (que chamaremos de AC e BATD)
geraram muito interesse e suporte empírico.
Primeiro, um amplo estudo comparou recentemente a AC, a TC,
a paroxetina e um medicamento placebo (Dimidjian et al., 2006). To-
dos os tratamentos tiveram um bom desempenho para clientes levemente
deprimidos, entretanto, a AC alcançou resultados surpreendentemente
positivos para os clientes tradicionalmente difíceis de tratar, moderada
a gravemente deprimidos, superando a TC e apresentando desempenho
equivalente à paroxetina. Além disso, a paroxetina evidenciou uma grande
taxa de abandono e problemas com recidiva e recorrência quando descon-
tinuada (Dobson et al., 2004); logo, a AC parece ser o tratamento superior
nesse estudo, considerando todos os aspectos.
Dois outros estudos da AC foram realizados, incluindo um endossando
uma versão de terapia de grupo da AC em um ambiente público de saúde
mental (Porter, Spates, & Smitham, 2004) e uma versão da AC adaptada
para transtorno de estresse pós-traumático (Jakupcak et al., 2006; Mulick
& Naugle, 2004). Várias outras pesquisas estão em andamento.
24 Uma história distinta
A BATD, por sua vez, foi avaliada por meio de um pequeno ensaio
clínico randomizado em uma unidade de internação (Hopko, Lejuez,
LePage, Hopko, & McNeil, 2003). Nesse estudo, a BATD produziu re-
duções significativamente maiores no escore do Inventário de Depressão
de Beck (BDI) do pré-tratamento para o pós-tratamento em comparação
com a terapia de apoio.
O livro atual
Essa breve história sugere que existem pelo menos quatro versões da AC:
(1) a versão inicial de Lewinsohn, (2) a versão incorporada à TC e testada
na análise de componentes de Jacobson e colegas, (3) a AC atual de Martell
e colegas e (4) a BATD de Lejuez e colegas. Este livro tem como objetivo
unificar e esclarecer o conjunto diverso e sobreposto de posições teóricas e
técnicas clínicas incluídas sob o rótulo amplo de ativação comportamental.
Na Parte 1, apresentamos a distinta teoria abrangente do comportamento
e da depressão que orienta as técnicas da AC. Na Parte 2, esboçamos um
conjunto unificado e bem definido de técnicas da AC.