Química Geral - Tópico 2

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Química Geral

Olá alunos, sejam bem-vindos ao Tópico 2 da disciplina de Química Geral!


A química é uma ciência que estuda as substâncias ao nosso redor, de onde vêm,
quais são suas propriedades, suas utilidades, suas vantagens e eventuais problemas que
podem trazer para a humanidade, ou seja, a química estuda as transformações da matéria,
sua composição e sua estrutura.
A aplicação da Química é tão ampla que abrange várias outras ciências. No
decorrer do seu curso, você vai notar que a química está interligada a outras disciplinas!
Pois bem, neste tópico abordaremos as questões atomísticas, a tabela periódica e
suas propriedades.

1. TEORIA ATÔMICA

Desde os primórdios, filósofos especulavam sobre a natureza do material


fundamental do qual o mundo é feito. Demócrito (460-370 a.C) e outros antigos filósofos
gregos diziam que o mundo material é composto por minúsculas partículas indivisíveis,
que eles chamavam de átomos, que significa “indivisível”. Mais tarde, no entanto, Platão
e Aristóteles formularam a noção de que, definitivamente, não poderiam existir partículas
indivisíveis, e a noção atômica da matéria ficou de lado por muitos séculos, durante os
quais a filosofia aristotélica dominou a cultura ocidental.
É interessante realizar a comparação e fazer a correlação do desenvolvimento
logico das teorias sobre a estrutura do átomo com a sequência dos experimentos mais
significativos realizados no campo da física, que contribuíram de maneira determinante
na definição das principais características da estrutura atômica. As três principais etapas
desta evolução foram:
✓ A descoberta da natureza da matéria e do elétron;
✓ A constatação de que o átomo consiste num pequeno núcleo rodeado de
elétrons;
✓ O desenvolvimento de equações da mecânica quântica que explicam o
comportamento dos elétrons e dos átomos;

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Modelo é uma forma de se representar a realidade. Neste sentido, muitos


estudiosos resolveram demonstrar a constituição de um átomo. Modelo atômico é uma
representação gráfica que procura explicar, de maneira científica, os fenômenos
relacionados à composição da matéria e suas formas. Um modelo atômico tem como
função explicar a estrutura microscópica da matéria.
No próximo item veremos as teorias dos modelos atômicos.

1.1 MODELO ATÔMICO DE JOHN DALTON

Por volta de 1803, o químico e físico inglês John Dalton formulou sua teoria
atômica, sendo a primeira tentativa de relacionar mudanças químicas a eventos que
ocorrem a nível de átomos individuais. A teoria de Dalton está fundamentada nos
postulados que são apresentados a seguir:

Figura 1. Modelo de Dalton

FONTE: Adaptado de BROWN, 2016

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Com base nesses postulados podemos imaginar o modelo do átomo de Dalton


como uma estrutura esférica, maciça, indivisível, indestrutível e homogênea cuja massa
e volume variam de um elemento para outro. Embora tenham sido comprovadas falhas
nesta teoria, algumas dessas idéias ainda hoje são aceitas, mas o principal mérito da
mesma foi o estímulo para a pesquisa sistemática sobre a natureza do átomo.
John Dalton ficou conhecido como: “O Pai da Teoria Atômica” e o seu modelo
ficou conhecido conforme a figura a seguir:

Figura 2. Representação do modelo de Dalton “ Modelo da Bola de Bilhar”

FONTE: Adaptado de BROWN, 2016

Em 1811, o italiano Amedeo Carlos Avogadro completou a teoria de Dalton


introduzindo o conceito de molécula.

1.2 MODELO ATÔMICO DE JOSEPH JOHN THOMSON

Joseph John Thomson (1856-1940), no final de 1800, conseguiu demonstrar que


o átomo não era divisível, utilizando uma aparelhagem denominada tubo de raios
catódicos. Com base nas evidências deste experimento, Joseph John Thomson concluiu
que:

✓ Os raios eram partículas (corpúsculos) menores que os átomos.


✓ Os raios apresentavam carga elétrica negativa, denominados elétrons.

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✓ O átomo era uma esfera maciça, positiva incrustada de elétrons (carga negativa),
de modo que a carga total fosse nula.
Em sua totalidade, o átomo seria eletricamente neutro.

Figura 3. Representação do modelo de Thomson “ Modelo do Pudim de Passas”

FONTE: Adaptado de BROWN, 2016

1.3 MODELO ATÔMICO DE ERNEST RUTHERFORD

Ernest Rutherford (1871 – 1937) em 1904, ao realizar um experimento com gás


hidrogênio (H2 ) detectou a presença de partículas com cargas elétricas positivas ainda
menores, as quais ele denominou prótons (p) (BIANCO, 2012).
A massa de um próton é aproximadamente 1836 vezes maior que a de um elétron.
Em 1911, Ernest Rutherford contribui para um significativo avanço na estrutura do
átomo.
Ele propôs que o átomo seria constituído no centro, por um núcleo positivo que
continha a massa e os nêutrons do átomo. A região fora do núcleo, chamada de eletrosfera,
deveria ser ocupada pelos elétrons de carga negativa, orbitando ao redor do núcleo.
Os nêutrons (n) foram descobertos em 1932 por Chadwick, durante suas
experiências radioativas. Essas partículas apresentam massa próxima à dos prótons,
porém são nulas, ou seja, não apresentam carga elétrica (BIANCO, 2012).
Este modelo lembrava um sistema solar, conhecido como modelo planetário,
representado na figura a seguir:

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Figura 4. Representação do modelo de Rutherford “ Modelo Planetário”

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

1.4 MODELO ATÔMICO DE NIELS BOHR – TEORIA ATUAL

Após Ernest Rutherford, muitos cientistas aproveitaram os conhecimentos já


adquiridos e progrediram, focando seus estudos na distribuição dos elétrons na
eletrosfera. Robert Bunsen, por volta de 1855, verificou que alguns metais como sódio,
cobre, potássio etc., emitiam luz colorida diferente quando aquecidos em chama
(BIANCO, 2012).

Quadro 1. Exemplos de emissão de luz colorida

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

Figura 5. Emissão de luzes coloridas

Fonte: Adaptado de BIANCO, 2012.

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As cores vibrantes dos fogos de artifício, também chamados de foguetes


pirotécnicos, são produzidas através de diversos elementos químicos. Em homenagem a
Robert Bunsen, o equipamento utilizado em laboratório químico para emitir chama
recebeu o nome: Bico de Bunsen (BIANCO, 2012).
Niels Bohr (1885 – 1962) desenvolveu um modelo atômico partindo dos seguintes
postulados:

✓ Os elétrons movimentam-se em órbitas circulares ao redor do núcleo do


átomo.
✓ Cada órbita possui energia constante, estacionária. Os elétrons que
estiverem nas órbitas mais afastadas do núcleo serão mais energéticos.
✓ Absorvendo certa quantidade de energia o elétron salta para uma órbita
mais energética. Voltando à sua órbita original, perde a mesma quantidade
de energia, na forma de luz (ondas eletromagnéticas).
✓ O núcleo é positivo e as órbitas são regiões específicas disponíveis para
acomodar os elétrons, de carga negativa, as chamadas camadas eletrônicas
ou níveis de energia.
✓ Cada camada eletrônica ou nível de energia foi representado por uma letra:
K, L, M, N, O, P e Q, recebendo um número quântico principal (n): 1, 2,
3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente.

Figura 6. Esquema do átomo de Bohr

Fonte: Adaptado de BIANCO, 2012

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2. ELEMENTO QUÍMICO

A junção de vários átomos iguais, ou seja, que apresentam o mesmo número


atômico (Z) é chamado de: elemento químico.
O número atômico (Z) é a característica mais importante de um elemento químico,
pois ele indica o número de prótons (p) e o número de elétrons (e-) do elemento
(BIANCO, 2012).
Logo, em um elemento químico: Z = p = e
Traduzindo, número atômico é igual ao número de prótons e número de elétrons.
Todo elemento químico é representado por um símbolo, seguindo a padronização
da IUPAC (UNIÃO INTERNACIONAL DE QUÍMICA PURA E APLICADA), onde a
primeira letra do elemento químico deve ser maiúscula e a segunda letra, se houver, deve
ser minúscula. Em relação à nomenclatura dos elementos químicos, esta origina do latim
(BIANCO, 2012).
Todo elemento apresenta um número atômico (Z), um número de massa atômica
(A) e um número de nêutrons (n). Para verificar estas informações, basta consultar uma
Tabela Periódica, contudo o número de nêutrons deve ser calculado através da fórmula a
seguir:
n=A–Z
Lembrando:
n = número de nêutrons
A = número de massa atômica
Z = número atômico Exemplo:
17 Cl
35,5
n = A – Z ------ n = 35,5 – 17 ------ n = 18,5
Assim, o valor de massa atômica é a soma do número atômico com o número de
nêutrons. A = Z + n (BIANCO, 2012).

2.1 ÍONS

Elementos químicos ganham e perdem elétrons, este fato se dá, afim de atingirem
a estabilidade química, ou seja, atingir a regra do octeto, qual significa, os elementos
alcançarem oito elétrons na camada de valência. Quando este elemento perde ou ganha

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elétrons, o mesmo se torna uma espécie química carrega eletronicamente, qual é chamada
de íon.
Os gases nobres, que são os elementos da Família 8A da Tabela Periódica, são os
elementos estáveis, pois já apresentam oito elétrons na sua camada de valência, tendo
como exceção deste grupo o Hélio, que apresenta estabilidade com apenas dois elétrons
na sua camada de valência, explicado assim pela regra do dueto. Os gases nobres, não
perdem e nem ganham elétrons, pois já atendem a regra do octeto.
Íons são elementos carregados eletronicamente. Quando carregas positivamente,
são chamados de cátions, e quando carregados negativamente, são chamados de ânions.
✓ CÁTIONS: são íons que doam (perdem) elétrons, desta forma adquirem
carga positiva. Exemplo: Na+1, Ca+2, Al+3 etc.
✓ ÂNIONS: são íons que ganham (recebem) elétrons, desta forma adquirem
carga negativa. Exemplo: N-3, O-2, F-1 etc.

3. SEMELHANÇAS ATÔMICAS

No início do século XX, experiências realizadas por Soddy e outros cientistas com
elementos radioativos mostraram evidências de que um elemento químico pode ser
constituído por uma mistura de vários átomos com o mesmo número atômico, mas com
diferentes números de massa. Esses átomos foram chamados por Soddy de isótopos. A
diferença no número de massa é produzida pelas diferentes quantidades de nêutrons
existentes em cada isótopo. (USBERCO; SALVADOR, 1999).

3.1 ISÓTOPOS

São átomos de um mesmo elemento químico que apresentam o mesmo número


atômico (Z) e diferentes números de massa de massa atômica (A) (BIANCO, 2012).
O magnésio, por exemplo, é um elemento químico que ocorre na natureza na
forma de três isótopos.

24 25 26
12Mg 12Mg 12Mg

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Note que os três isótopos apresentam número atômico igual a doze, ou seja,
apresentam doze prótons e doze elétrons, porém, os números de massas atômicas são
diferentes. Assim, como o número de nêutrons difere para os três, sendo: n = A –Z
(BIANCO, 2012).

12Mg
24
24 – 12 = 12 nêutrons
12Mg
25
25 – 12 = 13 nêutrons
12Mg
26
26 – 12 = 14 nêutrons

A maioria dos elementos químicos é encontrada na natureza na forma de mistura


isotópica, ou seja, com um ou mais isótopos. Os isótopos apresentam-se em porcentagens
diferentes, os mais estáveis são aqueles que ocorrem com maior frequência, que é
representada por porcentagem (BIANCO, 2012).
Por exemplo, o hidrogênio, é o único elemento químico que os seus isótopos
apresentam nomes diferentes.

Quadro 2. Isótopos do Hidrogênio

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

3.2 ISÓBAROS

São átomos que apresentam o mesmo número de massa atômica (A) e diferente
número atômico (Z), logo, pertencem a elementos químicos diferentes. Na Tabela
Periódica, encontram-se vários elementos químicos com o mesmo valor de massa atômica
(BIANCO, 2012).
Exemplo: 18Ar40 (Argônio) e 20Ca40 (Cálcio)

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Note que os dois isóbaros apresentam número de massa atômica igual a quarenta,
porém, os números atômicos, 18 e 20, respectivamente, são diferentes, assim como os
números de nêutrons, sendo: n = A –Z (BIANCO, 2012).
40
18Ar 40 -18 = 22 nêutrons
40
20Ca 40 - 20 = 20 nêutrons

3.3 ISÓTONOS

São átomos de diferentes elementos químicos com números atômicos (Z) e


números de massas atômicas (A) diferentes, porém, com mesmo número de nêutrons,
sendo: n = A –Z (BIANCO, 2012).
Exemplo: 7N14 14 – 7 = 7 nêutrons
6C
13
13 – 6 = 7 nêutrons

3.4 ISOELETRÔNICO

São espécies químicas diferentes que apresentam o mesmo número de elétrons.


Tais espécies englobam os íons, cátions e ânions, e os elementos químicos (BIANCO,
2012).
Ex: 13Al+3 -> Z = 13, como é um cátion trivalente (+3) perde três elétrons e
finaliza com 10 elétrons.
-2
8 O -> Z = 8, como é um ânion bivalente (-2) ganha dois elétrons e finaliza com
10 elétrons.
Portanto, o Al+3 e o O-2 são isoeletrônicos, pois no final apresentam o mesmo
número de elétrons. Lembre-se de que a perda ou ganho de elétrons sempre ocorre com
número atômico (Z) da espécie química.
Veja outro exemplo:

+2
20Ca -> Z = 20, como é um cátion bivalente (+2) perde dois elétrons e finaliza
com 18 elétrons.
-1
17Cl -> Z = 17, como é um ânion monovalente (-1) ganha um elétron e finaliza
com 18 elétrons.

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Logo, o Ca+2 e o Cl-1 são isoeletrônicos, pois no final apresentam o mesmo


número de elétrons, que neste caso é igual a 18.

4. DISTRIBUIÇÃO ELETRÔNICA

Linus Carl Pauling é reconhecido como um dos principais químicos do século XX.
Estudou química quântica e bioquímica e também é reconhecido como cristalógrafo,
biólogo molecular e pesquisador médico. Iniciou a aplicação da Mecânica Quântica em
Química e, em 1954, foi galardoado com o prêmio Nobel de Química pelo seu trabalho
relativo à natureza das ligações químicas (BIANCO, 2012).
Linus Carl Pauling é referenciado devido à sua intervenção e perícia em campos
diversos como a Química Inorgânica, Química Orgânica, Metalurgia, Imunologia,
Anestesiologia, Psicologia e Radioatividade.
Recebeu o prêmio Nobel da Paz de 1962, pelo seu movimento contra os testes
nucleares e é o único a ter recebido dois Prêmios Nobel não compartilhados. Após sua
carreira científica, advogou o uso em maiores concentrações, na alimentação, de vitamina
C e outros nutrientes. Ampliou seus estudos nesta área com objetivo a definir Medicina
Ortomolecular, que ainda é vista como método não ortodoxo pela Medicina convencional.
Linus Pauling desenvolveu um diagrama para o preenchimento da elestrosfera
pelos elétrons de um átomo em ordem crescente de energia, em níveis e em subníveis de
energia (BIANCO, 2012).
Cada camada eletrônica ou nível de energia apresenta um número quântico
principal (n), que é o valor numérico que se localiza antes do subnível de energia. Confira
no quadro a seguir.

Quadro 3. Números quânticos principais

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

Exemplo: 1s2 1 = número quântico principal = camada eletrônica ou nível de


energia = K
s = subnível.

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As camadas eletrônicas ou níveis de energia (K, L, M, N, O, P e Q) são


subdivididas em quatro subníveis de energia, s, p, d e f. Cada subnível de energia
comporta um número máximo de elétrons, que é representado sobre o subnível de energia.
Confira na figura a seguir o Diagrama de Linus Pauling (BIANCO, 2012).

Figura 7. Diagrama de Linus Pauling

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

Para realizar uma distribuição eletrônica deve-se usar o número atômico (Z) do
átomo e respeitar a ordem do diagrama de Linus Pauling. Para isso, basta seguir as setas
de cima para baixo na diagonal. A soma dos elétrons dos subníveis deve ser igual ao valor
do número atômico do átomo. No final, deve-se indicar a Camada de Valência, ou seja, a
camada ou nível com o maior número quântico principal (BIANCO, 2012).
Veja o exemplo a seguir:

Ba56 - 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d10 4p6 5s2 4d10 5p6 6s2

Neste caso, a Camada de Valência é 6s2, pois apresenta o maior número quântico
principal, que neste caso é 6, assim:

6s2 6 = número quântico principal = camada ou nível P


s = subnível

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5. TABELA PERIÓDICA

Como a lista dos elementos químicos conhecidos se expandiu durante o início do


século XIX, foram feitas tentativas para encontrar padrões de regularidade no
comportamento químico. Esses esforços culminaram no desenvolvimento da tabela
periódica, em 1869. Você vai entender rapidamente que a tabela periódica é a ferramenta
mais importante que os químicos utilizam para organizar dados químicos e lembra-se
deles (BROWN, 2016).
A Tabela Periódica atual é constituída por dezoito famílias. Cada família contém
elementos com propriedades químicas semelhantes, devido ao fato de apresentarem o
mesmo número de elétrons na camada de valência. Na Família 1A, por exemplo, todos
os elementos apresentam um elétron na camada de valência.
Atualmente, 118 elementos químicos estão organizados na Tabela Periódica em
ordem crescente de seus números atômicos (Z). Confira na Figura a seguir, a estrutura da
tabela periódica.

Figura 8. Estrutura da Tabela Periódica

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

A Tabela Periódica traz várias informações sobre os elementos químicos, como:


massa atômica ou peso atômico, número atômico, estado físico entre outras.

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Figura 9. Representação do elemento na Tabela periódica

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

Na Tabela Periódica, os elementos foram classificados, segundo suas


propriedades físicas e químicas, agrupando-se em metais, não metais, semimetais, gases
nobres ou grupo zero e Hidrogênio (BIANCO, 2012).

Figura 10. Divisão da Tabela periódica

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

3.5 PERÍODOS NA TABELA PERIÓDICA

A Tabela Periódica possui sete períodos ou séries que são as linhas horizontais,
numeradas de 1 a 7, através dos números quânticos principais, que representam as sete
camadas eletrônicas ou níveis de energia, K, L, M, N, O, P e Q, respectivamente.

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Quadro 4. Períodos da Tabela Periódica

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

Lembre-se de que as séries dos lantanídeos e actinídeos pertencem ao sexto e


sétimo período respectivamente.
Após a realização de uma distribuição eletrônica, define-se como camada de
valência aquela que apresentar o maior número quântico principal e você pode utilizá-lo
também para definir o período que o elemento se encontra na Tabela Periódica.
Exemplo: camada de valência do K (potássio) = 4s1, o 4 indica que o potássio
está no quarto período da Tabela Periódica, ou seja, na quarta linha horizontal (BIANCO,
2012).

3.6 FAMÍLIAS

As dezoito famílias estão dispostas em linhas verticais que são divididas em


dois grupos, o grupo A que são as colunas verticais mais altas e o grupo B que são as
colunas verticais mais baixas e centrais da Tabela Periódica (BIANCO, 2012).
Os elementos químicos presentes nas famílias do grupo A são chamados de
elementos representativos, do grupo B são chamados metais de transição e as séries
dos lantanídeos e actinídeos são chamados de metais de transição interna. Todas as
famílias recebem uma classificação diferenciada por cores, conforme representado na
figura a seguir:

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Figura 11. Famílias da Tabela periódica

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

4. PROPRIEDADES PERIÓDICAS

As propriedades periódicas são aquelas que, na medida em que os números


atômicos aumentam, assumem valores semelhantes para intervalos regulares, ou seja, se
repetem nos períodos. O número de elétrons na camada de valência é um exemplo.

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4.1 RAIO ATÔMICO

“O tamanho do átomo é uma característica de difícil determinação, pois a


eletrosfera de um átomo não tem fronteira definida”. (USBERCO; SALVADO, 1998, p.
87). Para comparar o tamanho dos átomos, devemos levar em consideração dois fatores:

✓ O número de níveis ou camadas eletrônicas: quanto maior o número de


camadas eletrônicas ou níveis de energia, maior o raio atômico (tamanho)
do átomo.
✓ O número de níveis ou camadas eletrônicas: quanto maior o número de
camadas eletrônicas ou níveis de energia, maior o raio atômico (tamanho)
do átomo. •
✓ Número de prótons (carga nuclear): quanto maior o número de prótons que
o átomo apresenta, maior é atração sobre seus elétrons e menor é o
tamanho do átomo.
✓ Simplificando:
✓ O raio atômico (tamanho do átomo) cresce nas famílias da Tabela
Periódica, de cima para baixo, devido ao número de camadas eletrônicas.
✓ O raio atômico (tamanho do átomo) cresce nos períodos da Tabela
Periódica, da direita para a esquerda, devido ao decrescimento do número
de prótons, que decresce a atração sobre os elétrons. Veja esta ordem em
sua Tabela Periódica, observando a figura a seguir (BIANCO, 2012).

Figura 12. Variação do Raio Atômico

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

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4.2 ENERGIA DE IONIZAÇÃO

“É a energia necessária para remover um ou mais elétrons de um átomo isolado


no estado gasoso”. (USBERCO; SALVADO, 1998, p. 88). Quando isso ocorre há
formação de novas espécies químicas (íons) carregadas positivamente, chamada de
cátions (BIANCO, 2012).
Genericamente podemos exemplificar:

X0 (gasoso) + energia X+ (gasoso) + elétron (e- )

Quanto maior o tamanho do átomo, menor a energia necessária para remover esses
elétrons, ou seja, menor será a energia de ionização.
Simplificando:
A energia de ionização ou potencial de ionização cresce de forma inversa ao raio
atômico.

✓ A energia de ionização ou potencial de ionização cresce nas famílias da


Tabela Periódica, de baixo para cima.
✓ A energia de ionização ou potencial de ionização cresce nos períodos da
Tabela Periódica, da esquerda para a direita. Veja esta ordem em sua
Tabela Periódica, observando a figura a seguir (BIANCO, 2012).

Figura 13. Variação da energia de ionização

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

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4.3 AFINIDADE ELETRÔNICA

“É a energia liberada quando um átomo isolado, no estado gasoso, “captura” um


elétron”. (USBERCO; SALVADO, 1998, p. 89). Quando isso ocorre há formação de
novas espécies químicas (íons) carregadas negativamente, chamada de ânions (BIANCO,
2012).
Genericamente podemos exemplificar:
X0 (gasoso) + elétron (e- ) X- (gasoso) + energia
No geral, quanto menor o tamanho do átomo (raio atômico), maior a afinidade
eletrônica.

✓ A afinidade eletrônica ou eletroafinidade cresce nas famílias da Tabela


Periódica, de baixo para cima.
✓ A afinidade eletrônica ou eletroafinidade cresce nos períodos da Tabela
Periódica, da esquerda para a direita. Veja esta ordem em sua Tabela
Periódica, observando a Figura.
✓ OBS: Os gases nobres não apresentam afinidade eletrônica ou
eletroafinidade (BIANCO, 2012).

Figura 14. Variação da Afinidade eletrônica

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

4.4 ELETRONEGATIVIDADE

“É a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação”. (USBERCO;


SALVADO, 1998, p. 89).

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A eletronegatividade dos elementos químicos é relativa. Quanto menor o tamanho


do átomo e maior a sua carga nuclear, maior a sua eletronegatividade (BIANCO, 2012).
O flúor com número atômico igual a nove e eletronegatividade igual a quatro, por
exemplo, é o elemento mais eletronegativo da Tabela Periódica.
OBS.: confira na legenda de sua Tabela Periódica a localização do valor da
eletronegatividade nos elementos químicos.
Simplificando, a ordem da variação da eletronegatividade na Tabela Periódica
segue à da afinidade eletrônica ou eletroafinidade (BIANCO, 2012).

✓ A eletronegatividade cresce nas famílias da Tabela Periódica, de baixo para cima.


✓ A eletronegatividade cresce nos períodos da Tabela Periódica, da esquerda para a
direita. Veja esta ordem em sua Tabela Periódica.

OBS.: Os gases nobres não apresentam eletronegatividade.

Figura 15. Variação de Eletronegatividade

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

4.5 ELETROPOSITIVIDADE

É a tendência de doar ou repelir elétrons, ou seja, segue um comportamento nos


elementos químicos, oposto ao da eletronegatividade (BIANCO, 2012).
Simplificando:

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✓ A eletropositividade cresce nas famílias da Tabela Periódica, de cima para baixo.


✓ A eletropositividade cresce nos períodos da Tabela Periódica, da direita para a
esquerda. Veja esta ordem em sua Tabela Periódica.

Figura 16. Variação de Eletronegatividade em relação a eletropositividade

FONTE: Adaptado de BIANCO, 2012

4.6 PONTO DE FUSÃO E EBULIÇÃO

Na química, ponto de fusão (PF) é a temperatura em que um sólido passa para o


estado líquido, a uma determinada pressão. E ponto de ebulição (PE) é a temperatura em
que um líquido passa para o estado gasoso, a uma determinada pressão (BIANCO, 2012).
Simplificando:

✓ Na Família 1A, os elementos de maiores PF e PE estão situados na parte


superior da tabela, sendo que essa variação ocorre também com os
elementos da Família 2A. Nas demais famílias, os elementos com maiores
PF e PE estão situados, geralmente na parte inferior (BIANCO, 2012).
✓ Num mesmo período, de maneira geral o PF e PE crescem das
extremidades para o centro da tabela.
✓ Entre os metais, o Tungstênio (W) é o que apresenta maior ponto de fusão:
3 410 o C.
✓ “O Carbono (C), por formar estruturas com grande número de átomos,
apresenta ponto de fusão (3550°C) e ponto de ebulição (4800°C)”.
(USBERCO; SALVADO, 1998, p. 90).

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Figura 17. Variação em relação ao Ponto de Fusão e Ebulição

FONTE: Adaptado de BIANCO (2012).

Assim, finalizamos nossos conhecimentos do tópico 2, nos tópicos subsequentes


de nossa disciplina aprenderemos sobre ligações químicas, funções, estequiometria, até
finalizarmos a disciplina com a eletroquímica, abordando sempre, de forma didática e
detalhada, para sua melhor compreensão.

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Química Geral

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BIANCO, Renata J. F. Química geral e inorgânica. 1ª ed. Santa Catarina:


Uniasselvi, 2012.

BROWN, Theodore L. et al. Química: A ciência central. 13ª Edição. São Paulo:
Pearson Education do Brasil, 2016.

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