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Grécia antiga
Uma maneira de definir ciência que, provavelmente, foi concebida pela primeira
vez na Grécia antiga e que, de certa forma, perdura até os dias de hoje é a que assume
que o objetivo da ciência é buscar verdades universais.
Para o filósofo grego Platão (429–347 a.C.), as verdades universais existiriam
independentemente daquilo que é percebido pelos sentidos. Segundo Platão, a
experiência sensorial não pode nos revelar a real natureza das coisas e o conhecimento
verdadeiro só pode ser atingido pela razão e reflexão filosófica.
Já o filósofo grego Aristóteles (384–322 a.C.), que foi discípulo de Platão,
pensava de outro jeito. Aristóteles considerava que as verdades universais estão
presentes nos fenômenos e objetos concretos percebidos por nossos sentidos. Além
disso, para Aristóteles a maneira de se chegar ao conhecimento verdadeiro teria
necessariamente que partir da nossa experiência sensorial com os objetos e fenômenos
particulares encontrados no dia-a-dia.
O método científico, para Aristóteles, poderia ser considerado hoje em dia como
uma combinação de indução e dedução:
1. O processo de aquisição de conhecimento começaria com a experiência sensorial;
2. As várias repetições das experiências sensoriais gerariam memórias;
3. A partir dessas memórias, por um processo de intuição, seria possível discernir as
propriedades universais das coisas;
4. Finalmente, essas definições universais seriam usadas como premissas para, através
de demonstrações dedutivas baseadas na lógica, se chegar ao conhecimento sobre o
mundo.
Idade Média
O período que vai da decadência da civilização greco-romana até o nascimento
da ciência moderna, com Galileu, é geralmente considerado como um período negro
para a história da ciência. No entanto, muitos filósofos muçulmanos e cristãos dos
séculos IX ao XV se interessaram pelos problemas do método científico e da validade
do conhecimento e, enfatizaram em seus escritos o valor da experimentação como uma
das ferramentas para a verificação da validade de hipóteses.
Os escritos e pensamentos dos filósofos medievais, no entanto, não foram
suficientes para eclipsar a enorme influência de Aristóteles sobre o pensamento
científico dominante durante a Idade Média. O que se considerava como método
aristotélico entre os escolásticos medievais, alçado à condição de infalível por alguns
deles, era puramente a parte lógico-dedutiva e nem sequer se cogitava a possibilidade da
realização de experimentos para testar as conclusões obtidas por esse método.
CIÊNCIA