Analise de Desempenho Da Modulacao GFDM em Sistemas Mimo
Analise de Desempenho Da Modulacao GFDM em Sistemas Mimo
Analise de Desempenho Da Modulacao GFDM em Sistemas Mimo
CENTRO DE TECNOLOGIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE TELEINFORMÁTICA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA DE TELEINFORMÁTICA
MESTRADO ACADÊMICO EM ENGENHARIA DE TELEINFORMÁTICA
FORTALEZA
2018
EDSON BEZERRA DA SILVA
FORTALEZA
2018
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação
Universidade Federal do Ceará
Biblioteca Universitária
Gerada automaticamente pelo módulo Catalog, mediante os dados fornecidos pelo(a) autor(a)
BANCA EXAMINADORA
Os sistemas de comunicação sem fio das futuras gerações necessitam de altas taxas de dados
para atender à demanda crescente dos usuários. Nesse contexto, novas tecnologias surgem para
garantir a qualidade dos serviços e tentar atender às exigências do mercado de telefonia móvel e
redes de banda larga, como por exemplo, o desenvolvimento de novas formas de onda e o avanço
das técnicas baseadas em comunicações com Múltiplas-Entradas Múltiplas-Saídas / Multiple-
Input Multiple-Output (MIMO). Neste trabalho consideramos o uso da Multiplexação por Divisão
na Frequência Generalizada / Generalized Frequency Division Multiplexing (GFDM), a qual
possui vantagens em relação à Multiplexação por Divisão na Frequência Ortogonal / Orthogonal
Frequency Division Multiplexing (OFDM) convencional, como por exemplo a redução das
emissões fora de banda de interesse. Além disso, apresentamos uma análise do seu desempenho
em Sistemas MIMO com Transceptores Híbridos / Hybrid MIMO Transceiver Systems (HMTS),
os quais combinam diversidade e multiplexação espacial. Tendo em vista que estudos anteriores
não consideraram o uso da modulação GFDM em cenários híbridos, são apresentados neste
trabalho resultados em termos de taxa de erro de bit comparando diferentes esquemas híbridos
e de diversidade. Com base nos resultados obtidos, o trabalho sugere algumas melhorias para
serem aplicadas em trabalhos futuros a fim de sanar alguns dos problemas detectados neste
estudo, tais como altas taxas de erro de bit.
The next generation wireless communication systems require high data rates in order to satisfy the
growing demands of the users. In this context, new technologies have been developed in order to
comply with the requirements of mobile telephony and broadband networks, such as the proposal
of new waveforms and the advancement of Multiple Input Multiple Output (MIMO) techniques.
In this work we consider the Generalized Frequency Division Multiplexing (GFDM) modulation
scheme, which presents advantages with regard to conventional Orthogonal Frequency Division
Multiplexing (OFDM), such as the reduction of out-of-band emissions. Furthermore, we present
an analysis of its performance in Hybrid MIMO Transceiver Systems (HMTS), which combine
diversity and spatial multiplexing. Since previous studies have not considered the use of GFDM
in hybrid scenarios, this work presents bit error rate results comparing different hybrid and
diversity schemes. Based on the obtained results, this work proposes some improvements to be
applied in future works, with the purpose of overcoming some of the problems detected in this
study, such as high bit error rates.
4G Quarta Geração
5G Quinta Geração
AWGN Ruído Aditivo Gaussiano Branco / Additive White Gaussian Noise
BD Diagonalização em Blocos / Block Diagonalization
BER Taxa de Erro de Bit / Bit Error Rate
BLAST Bell Laboratories Layered Space-Time
BPSK PSK Binário / Binary PSK
BS Estação Rádio Base / Base Station
CP Prefixo Cíclico / Cyclic Prefix
DFT Transformada Discreta de Fourier / Discrete Fourier Transform
FBMC Banco de Filtros Multiportadora / Filter Bank Multicarrier
FS-OQAM-GFDM Frequecy-Shift OQAM-GFDM
GFDM Multiplexação por Divisão na Frequência Generalizada / Generalized
Frequency Division Multiplexing
HMTS Sistemas MIMO com Transceptores Híbridos / Hybrid MIMO Transceiver
Systems
ICI Interferência Interportadora / Inter Carrier Interference
IoT Internet das Coisas / Internet of Things
ISI Interferência Intersimbólica / Inter Symbol Interference
M2M Máquina-a-Máquina / Machine-to-Machine
MIMO Múltiplas-Entradas Múltiplas-Saídas / Multiple-Input Multiple-Output
MISO Múltiplas-Entradas Única-Saída / Multiple Input Single Output
MLE Estimação de Máxima Verossimilhança / Maximum Likelihood Estimation
MMSE Mínimo Erro Quadrático Médio / Minimum Mean Square Error
MS Estação Móvel / Mobile Station
MTC Comunicação Tipo Máquina / Machine Type Communication
MU-MIMO Multi-Usuário Múltiplas-Entradas Múltiplas-Saídas / Multi-User
Multiple-Input Multiple-Output
OFDM Multiplexação por Divisão na Frequência Ortogonal / Orthogonal Fre-
quency Division Multiplexing
OOB Fora de Banda / Out-of-Band
OQAM QAM com Desvio / Offset QAM
PAPR Razão entre Potência de Pico e Média / Peak to Average Power Ratio
PSK Chaveamento por Deslocamento de Fase / Phase Shift Keying
QAM Modulação de Amplitude em Quadratura / Quadrature Amplitude Modu-
lation
QPSK PSK Quaternário / Quaternary PSK
SIC Cancelamento Sucessivo de Interferência / Successive Interference Can-
celation
SIMO Única-Entrada Múltiplas-Saídas / Single Input Multiple Output
SISO Única-Entrada Única-Saída / Single Input Single Output
SNR Relação Sinal-Ruído / Signal-to-Noise Ratio
STBC Códigos de Bloco Espaço-Tempo / Space Time Block Codes
SU-MIMO Único Usuário Múltiplas-Entradas Múltiplas-Saídas / Single User
Multiple-Input Multiple-Output
SVD Decomposição em Valores Singulares / Singular Value Decomposition
TS-OQAM-GFDM Time-Shift OQAM-GFDM
UFMC Filtro Universal Multiportadora / Universal Filter Multicarrier
V-BLAST Vertical Bell Laboratories Layered Space-Time
WLAN Rede Local Sem Fios/ Wireless Local Area Network
WRAN Rede de Área Regional sem Fio / Wireless Regional Area Network
ZF Forçagem a Zero / Zero Forcing
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.1 Motivação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
1.2 Objetivos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.3 Metodologia e Contribuições . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
1.4 Organização da Dissertação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
2 DIVERSIDADE E MULTIPLEXAÇÃO . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
2.1 Seleção de Antenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2.2 Estruturas de Transmissão MIMO Convencionais . . . . . . . . . . . . . 21
2.2.1 Código Alamouti G2 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
2.2.2 Esquema STBC G3 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2.2.3 Esquema STBC G4 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3 Sistemas de Transmissão MIMO Híbridos . . . . . . . . . . . . . . . . . 25
2.3.1 Esquemas Híbridos G2+1 com 3 Antenas . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
2.3.2 Arquitetura HMTS para 4 Antenas de Transmissão . . . . . . . . . . . . . 27
2.4 Técnicas de Cancelamento de Interferência . . . . . . . . . . . . . . . . 28
2.4.1 Arquiteturas BLAST . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
2.4.2 Diagonalização em Blocos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 30
2.5 Comentários Finais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
3 PRINCÍPIO DO GFDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.1 Geração do Sinal GFDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 34
3.1.1 Time-Shift OQAM para GFDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 36
3.1.2 Frequency-Shift OQAM para GFDM . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 37
4 RESULTADOS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1 Cenários Considerados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.1 Simulador . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 39
4.1.2 Análise dos Resultados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 41
5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS . . . . . . . . . . . . . . . 46
REFERÊNCIAS . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
14
1 INTRODUÇÃO
1.1 Motivação
Nos últimos anos, com a expansão e popularização dos mercados de telefonia móvel
e das redes de banda larga, a demanda de tráfego de voz e dados oferecida aos usuários tem
crescido significativamente, o que afeta diretamente a qualidade dos serviços disponíveis [CISCO,
2017].
Esse aumento exponencial nas taxas de transmissão de dados da rede é proporcionado
pelo uso crescente e inevitável de dispositivos móveis, que é motivado pela utilização intensa de
redes sociais e dos recursos multimídia. Podem ser citados como exemplos os serviços de vídeo
de alta definição disponibilizados para entretenimento dos usuários [ZARRINKOUB, 2014] e a
adição cada vez maior de aparelhos eletrônicos com suporte a Internet das Coisas / Internet of
Things (IoT) [ASHTON, 2009]. Dentre os dispositivos IoT pode-se incluir eletrodomésticos,
tablets, smart TVs, redes de sensores e captação de dados para monitoramento das condições cli-
máticas, tanto para previsão de desastres ambientais quanto para desenvolvimento da agricultura.
Pode-se também mencionar a conexão de sistemas de transporte público para compartilhar dados
e melhorar a mobilidade urbana. Tais serviços e aplicações vão gerar um tráfego de dados que,
num futuro próximo, não será suportado pelos padrões atuais de redes de comunicações móveis
[MITRA; AGRAWAL, 2015], conhecidos hoje como 4G [SESIA et al., 2011]. Com a inclusão
desses aparelhos na rede, a expectativa é que bilhões de novos dispositivos móveis com padrões
15
de tráfego diferentes passem a fazer parte da nova geração de redes móveis (5G) [XIANG et al.,
2016; FA-LONG; ZHANG, 2016].
Dessa forma, para atender às exigências do mercado de telefonia móvel, suportar a
popularização da internet e preencher os requisitos técnicos que garantam o bom funcionamento
da rede de banda larga em ambientes críticos, os novos sistemas de comunicação 5G vêm
sendo desenvolvidos. Como exemplo de ambientes críticos pode-se mencionar regiões que
eventualmente recebem eventos com alta densidade demográfica, como shows artísticos ou
competições esportivas. Os sistemas 5G explorarão inúmeras técnicas de diversidade e as
combinarão com a codificação espaço-temporal, e técnicas de modulação mais robustas, para
conseguir combater os efeitos degradantes do canal, as diversas modalidades de interferência,
aumentar a capacidade do sistema, aumentar a cobertura da rede, oferecer largura de banda
flexível, melhorar o suporte à mobilidade, diminuir a latência da rede e aumentar a velocidade de
transferência dos dados do sistema [SHAFI et al., 2017; HAYKIN; MOHER, 2009].
Na Figura 1 podem ser vistos alguns dos principais cenários que poderão ser ex-
plorados com maior eficiência pelas redes 5G, tais como: Comunicação Bitpipe, internet táctil
(do inglês, tactile internet), IoT, Comunicação Tipo Máquina / Machine Type Communication
(MTC) e Rede de Área Regional sem Fio / Wireless Regional Area Network (WRAN).
O cenário IoT/MTC é uma categoria das redes 5G amplamente difundida por envolver
uma grande quantidade de dispositivos conectados à rede. Algumas de suas aplicações encontram-
se no campo da telemedicina, comunicação Máquina-a-Máquina / Machine-to-Machine (M2M),
sensores, troca de dados entre veículos, conectividade de redes sem fio em processos industriais,
dentre outros [MAVROMOUSTAKIS et al., 2016].
Na Figura 1 o cenário denotado por Tactile Internet é uma rede caracterizada pela
confiabilidade e segurança que associa baixa latência com disponibilidade. Esta tecnologia
promete um vasto campo de aplicação na área de serviços à sociedade, tais como: educação,
saúde, entretenimento, jogos e automação industrial [FETTWEIS et al., 2014].
A rede Bitpipe communication vista na Figura 1 caracteriza os cenários de alta vazão
de dados produzidos por grandes eventos esportivos ou artísticos, em que o compartilhamento
rápido de vários tipos de mídia, como fotos e vídeos de alta definição, é bastante frequente.
O cenário WRAN configura uma tecnologia de rede 5G desenvolvida para atender
regiões remotas, mais especificamente a zona rural. A tecnologia se caracteriza por utilizar
as faixas de frequências antes reservadas para TV analógica e disponibilizar recursos de rádio
16
802.11, conhecidas como Rede Local Sem Fios/ Wireless Local Area Network (WLAN) ou
simplesmente WiFi [BELLALTA et al., 2016]. Contudo, a técnica OFDM inclui limitações,
dentre as quais, principalmente, alta Razão entre Potência de Pico e Média / Peak to Average
Power Ratio (PAPR) e elevada emissão fora da banda de frequência de interesse, que podem
comprometer sua aplicação nos padrões de comunicação sem fio de próxima geração (5G)
[HASSAN, 2016; FARHANG-BOROUJENY; MORADI, 2015; HAMITI; SALLAHU, 2015].
A fim de superar os problemas supracitados, estudos recentes têm apresentado
diversos candidatos potenciais [FARHANG-BOROUJENY; MORADI, 2016]. Dentre eles pode-
se citar as técnicas: Filtro Universal Multiportadora / Universal Filter Multicarrier (UFMC),
Banco de Filtros Multiportadora / Filter Bank Multicarrier (FBMC) e Multiplexação por Divisão
na Frequência Generalizada / Generalized Frequency Division Multiplexing (GFDM). Em
particular, pode-se ressaltar o esquema de modulação GFDM [ALVES et al., 2013; FETTWEIS
et al., 2009], por sua capacidade de reduzir a emissão Fora de Banda / Out-of-Band (OOB) e
controlar a PAPR [HAMITI; SALLAHU, 2015; FARHANG-BOROUJENY; MORADI, 2015],
superando os principais problemas inerentes ao OFDM e atendendo aos requisitos necessários à
implementação dos sistemas 5G.
Na técnica de modulação GFDM convencional [FETTWEIS et al., 2009], baseada
em Modulação de Amplitude em Quadratura / Quadrature Amplitude Modulation (QAM) e
denominada QAM-GFDM, cada símbolo complexo modula uma dada subportadora de um
dado subsímbolo GFDM. Ela sofreu adaptações a fim de melhorar seu desempenho e superar
algumas limitações, pois neste sistema a interferência intersimbólica (ISI) e a interferência
interportadora (ICI) estão presentes de forma mais intensa. Isto é resultado da característica
não-ortogonal deste processo de modulação [BANDARI et al., 2016]. Por estes motivos, foi
proposta uma versão modificada e melhorada da técnica anterior, baseada em QAM com Desvio
/ Offset QAM (OQAM) e denominada OQAM-GFDM [GASPAR et al., 2015a]. Ao invés de
símbolos complexos, o OQAM-GFDM modula portadoras com um símbolo real em cada bloco
de subportadora, sem prejudicar a forma do pulso não-retangular do GFDM [BANDARI et al.,
2016; GASPAR et al., 2015a].
Para acompanhar a modernização das redes sem fio, atender ao crescimento da
demanda de dados, proporcionar melhor eficiência espectral e consequentemente proporcionar
economia de energia aos sistemas 5G, torna-se crucial o uso de múltiplas antenas.
A tecnologia MIMO pode oferecer ao sistema ganho de diversidade, por meio da
18
utilização de Códigos de Bloco Espaço-Tempo / Space Time Block Codes (STBC), ou ganho
de multiplexação espacial, por meio de esquemas como o Vertical Bell Laboratories Layered
Space-Time (V-BLAST). Além disso, também é possível a combinação de outras técnicas, como
o VBLAST com esquemas de diversidade que utilizam STBC, denominadas Sistemas MIMO
com Transceptores Híbridos / Hybrid MIMO Transceiver Systems (HMTS) [FREITAS JR et al.,
2005; CALDAS et al., 2017].
Os esquemas de transmissão híbridos asseguram, simultaneamente, o ganho de
multiplexação e o ganho de diversidade, ao contrário do MIMO clássico, que não suporta os dois
ganhos ao mesmo tempo [FREITAS JR et al., 2005]. Como esta técnica é baseada no conceito
de camadas, uma codificada e a outra multiplexada, transmitindo dados de forma simultânea,
ambas interferem mutuamente, sendo necessária a aplicação de técnicas de cancelamento de
interferência para propiciar a correta detecção dos símbolos recebidos, como a diagonalização
em blocos [SPENCER et al., 2004; CHO et al., 2010], que será aplicada neste trabalho.
1.2 Objetivos
Diante de tantas características favoráveis ao avanço das tecnologias de rede sem fio
e de suas necessidades de aprimoramento para manutenção da qualidade do sinal, apresentadas
na seção 1.1, o estudo de técnicas MIMO e o projeto de novas formas de onda, como a técnica
de modulação GFDM, possuem, portanto, alta relevância para os sistemas 5G. Dentre os estudos
recentes que combinam múltiplas antenas e GFDM pode-se citar [ZHONG et al., 2018; AL-
JUBOORI et al., 2017; ÖZTÜRK et al., 2016; DANNEBERG et al., 2015; MATTHÉ et
al., 2014b; KASPARICK et al., 2013]. No entanto, tais estudos não consideram o uso de
técnicas híbridas. Neste contexto, o presente trabalho tem como objetivo principal comparar o
desempenho, em termos da Taxa de Erro de Bit / Bit Error Rate (BER), dos esquemas STBC e
HMTS [FREITAS JR et al., 2005] aplicados a sistemas GFDM.
2 DIVERSIDADE E MULTIPLEXAÇÃO
2003].
A técnica de diversidade melhora o desempenho do sistema de comunicação propor-
cionando ganho de diversidade espacial. Alternativamente, em sistemas com múltiplas antenas,
é possível obter ganho de multiplexação espacial com a transmissão simultânea de múltiplos
fluxos de dados em sistemas MIMO, que são estruturas de transmissão dotadas de múltiplas
antenas no lado transmissor e múltiplas antenas no lado receptor [HASSAN, 2016].
Neste capítulo são apresentadas e discutidas as principais estruturas de transmissão
MIMO convencionais, as estruturas de transmissão MIMO híbridas, as estruturas de transmissão
V-BLAST, os sistemas de cancelamento de interferência que utilizam a abordagem da diagona-
lização em blocos, as quais representam as técnicas de diversidade e multiplexação utilizadas
neste trabalho. Além disso, apresenta-se o modelo de sistema utilizado para transmissão de
dados e baseado na diagonalização em blocos.
(MISO), que são equipados de múltiplas antenas no transmissor e apenas uma antena no receptor.
Quando o sistema é configurado de forma inversa, isto é, apenas uma antena no transmissor e
múltiplas antenas no receptor, ele é denominado Única-Entrada Múltiplas-Saídas / Single Input
Multiple Output (SIMO). Finalmente, tem-se os sistemas com múltiplas antenas no transmissor e
Múltiplas antenas no receptor, conhecidos como Múltiplas-Entradas Múltiplas-Saídas / Multiple-
Input Multiple-Output (MIMO) [CLERCKX; OESTGES, 2013]. Esses transceptores são capazes
de proporcionar ao enlace de comunicação os ganhos de diversidade e multiplexação [HASSAN,
2016; FREITAS JR et al., 2005].
Portanto, a técnica de múltiplas antenas pode ser explorada utilizando abordagens
diferentes para proporcionar melhor cobertura da rede e maior capacidade ao sistema de comuni-
cação [ZARRINKOUB, 2014].
A multiplexação espacial se beneficia do desvanecimento causado pelos múltiplos
caminhos e possibilita eficiência espectral e de potência por meio da integração dos vários fluxos
de sinal transmitidos simultaneamente em canais descorrelacionados e, dessa forma, garante
um aumento linear da capacidade do canal por meio do aumento do número de antenas de
transmissão [HASSAN, 2016]. Neste sistema, as diferentes antenas do transmissor enviam, no
mesmo intervalo de tempo e na mesma subportadora, símbolos diferentes, o que garante o bom
aproveitamento da largura de banda e um ganho no desempenho do sistema [ZARRINKOUB,
2014]. Como exemplo de esquemas de multiplexação espacial, pode-se citar o V-BLAST
[HAYKIN; MOHER, 2009] e os transceptores híbridos [FREITAS JR et al., 2005].
Por outro lado, o propósito fundamental da técnica de diversidade espacial é aumentar
23
Ant. 1 Ant. 2
" #
s1 s2 Tempo 1
SG2 [t1 ,t2 ] = , (2.1)
−s∗2 s∗1 Tempo 2
η = (R) · log2 (M ) ,
η = (Ns /T ) · log2 (M ) ,
(2.2)
η = (2/2) · log2 (M ) ,
η = (R) · log2 (M ) ,
Este esquema, apesar de oferecer taxa igual a 1/2, idêntica ao G3, trabalha com
quatro antenas no transmissor, ao invés de três, que é caraterística do código G3. A matriz
equivalente para este código está ilustrada abaixo:
s s2 s3 s4
1
−s2 s1 −s4
s3
−s3 s4 −s1 −s2
−s4 −s3
s2 s1
SG4 = ∗
. (2.5)
s∗2 s∗3 ∗
s1 s4
∗
−s2 s∗1 −s∗4 ∗
s3
∗
−s3 s∗4 s∗1 ∗
−s2
−s∗4 −s∗3 s∗2 ∗
s1
A eficiência espectral efetiva para o código G4 é calculada pela expressão logo a seguir [FREI-
TAS JR et al., 2005]
(a) HMTS G2+1 com STBC G2 e duas cama- (b) HMTS G2+G2 com dois STBC G2 e duas
das de multiplexação. camadas de multiplexação.
(c) HMTS G3+1 com dois STBC G3 e uma (d) HMTS G2+1+1 com um STBC G2 e três
camada de multiplexação. camadas de multiplexação.
G2 +1
" #
s1 s2 s3
SG2+1 = . (2.7)
−s∗2 s∗1 s4
η = (4/2) · log2 (M ) ,
(2.8)
η = (2) · log2 (M ) bits por uso do canal.
G2 G2
" #
s1 s2 s3 s4
SG2+G2 = . (2.9)
−s∗2 s∗1 −s∗3 s∗4
código G3, enquanto a segunda camada transmite os dados não-codificados. A matriz para este
esquema híbrido é mostrada a seguir:
G3 +1
s1 s2 s3 s5
−s2 s1 −s4 s6
−s s4 −s1 s7
3
−s −s3 s2 s8
4
SG3+1 =
.
(2.11)
s∗ s∗2 s∗3 s9
1
−s∗ s∗1 −s∗4 s10
2
−s∗ s∗4 s∗1 s11
3
−s∗4 −s∗3 s∗2 s12
G2 +1 +1
" #
s1 s2 s3 s4
SG2+1+1 = . (2.13)
−s∗2 s∗1 s5 s6
e o ruído. Nesta situação, faz-se necessária a utilização de mecanismos que anulem os sinais
provenientes de outras fontes e permitam a detecção de cada símbolo transmitido.
Dessa forma, uma estrutura de multiplexação V-BLAST que emprega três antenas
transmissoras e três antenas receptoras numa dada realização de canal, T = 1, tem sua matriz de
transmissão espaço-temporal organizada como:
T
s
1
SVBLAST[T =1] = s2 . (2.15)
s3
de tal forma que técnicas adequadas são necessárias para a mitigação da interferência gerada
no sistema. Nesta situação, uma técnica conhecida como Diagonalização em Blocos / Block
Diagonalization (BD), que é considerada uma generalização do método da inversão de canal,
pode ser aplicada para suprimir completamente a interferência inter-camadas [CHO et al., 2010;
SPENCER et al., 2004].
De forma análoga, as estruturas de transmissão HMTS utilizam a técnica de diver-
sidade no módulo transmissor e receptor. Este esquema de transmissão utiliza como artifício
para aumentar a taxa de dados a transmissão multiplexada de, no mínimo, duas camadas, uma
com dados codificados e outra não. No receptor, o sinal recebido em cada antena, além de
estar degradado pelos efeitos inerentes do canal, apresenta também a componente interferente
da camada adicional. Portanto, é necessária a utilização de técnicas para anular os impactos
causados pela interferência inter-camadas e, neste caso, a mesma solução utilizada nos cenários
MU-MIMO, a diagonalização em blocos, pode ser considerada um método eficiente e de baixa
complexidade para realizar este propósito1 [CHO et al., 2010; SPENCER et al., 2004].
Dado um sistema de transmissão HMTS com Nt antenas transmissoras e Nr antenas
receptoras, o sinal recebido pode ser expresso na seguinte forma matricial
y = F(Hs + n) , (2.17)
em que H ∈ CNr ×Nt corresponde à matriz dos coeficientes do canal sem fio, n ∈ CNr ×1 cor-
responde ao ruído Gaussiano branco com média zero e variância σ 2 presente em cada antena
receptora, F ∈ CNr ×Nt é uma matriz de processamento de recepção e y ∈ CNr ×1 corresponde a
uma estimativa do vetor de símbolos transmitidos. A matriz F deve ser projetada de forma a
eliminar a interferência mútua causada pelas antenas transmissoras em cada antena de recepção.
Para o caso geral, considere a Decomposição em Valores Singulares / Singular Value
Decomposition (SVD) da matriz de canal como segue [CAVALCANTI et al., 2018; HAYKIN;
MOHER, 2009]:
H = UΣVH , (2.18)
com U ∈ CNr ×Nr e V ∈ CNt ×Nt sendo matrizes unitárias que possuem a propriedade UUH = INr
e VVH = INt , e Σ ∈ CNr ×Nt é uma matriz diagonal em que seus elementos contém os valores
singulares do canal [CAVALCANTI et al., 2018; HAYKIN; MOHER, 2009].
1 Técnicas não-lineares baseadas em cancelamento sucessivo de interferência possuem um melhor desempenho,
às custas de maior complexidade.
32
com s correspondendo a uma coluna de SG2+1 , y o vetor recebido e n o vetor de ruído. Um canal
livre de interferência entre camadas é obtido quando
Fi H j = 0, ∀i 6= j. (2.20)
As matrizes de recepção podem ser obtidas a partir da SVD da matriz de canal de cada camada.
Seja H j = U j Σ j VHj , então Fi deve ser formada pelas linhas de UHj que correspondem ao espaço
nulo de H j . Como resultado obtém-se:
FL1 HL1 0
y= s + Fn. (2.21)
0 FL2 HL2
A partir do qual pode ser realizado de forma independente o processamento adicional de recepção
adequado a cada camada. Para a camada L1 deve ser empregado o método G2 de diversidade,
após o recebimento dos símbolos nos dois instantes de tempo. No caso da camada L2, pode ser
aplicado um filtro casado a cada símbolo recebido. O método BD pode ser aplicado de forma
análoga aos demais cenários híbridos mencionados anteriormente.
33
3 PRINCÍPIO DO GFDM
d1,1 d1,2 d1,3 · · · d1,M
···
d2,1 d2,2 d2,3 d2,M
D = d3,1 d3,2 d3,3 ··· d3,M . (3.1)
.. .. .. ..
..
. . . . .
dK,1 dK,2 dK,3 ··· dK,M
com n indicando o índice temporal. O pulso gk,m [n] pode ser expresso como
k
gk,m [n] = g[(n − mK) mod(N)]e( j2π K n) , (3.3)
que designa o filtro de transmissão circularmente deslocado pelo m-ésimo sub-símbolo e modu-
lado pela k-ésima subportadora [GASPAR et al., 2015a]. O deslocamento do filtro no domínio
da frequência é realizado pelo termo exp( j2π(k/K)n) [FETTWEIS et al., 2009].
36
A equação para o sinal transmitido GFDM pode ainda ser reescrita de forma conden-
sada e ser expressa por
x = Ad , (3.4)
sendo A uma matriz KM × KM formada pelos filtros de transmissão para todas as subportadoras,
sendo organizada como segue
com gk,m sendo um vetor coluna contendo as amostras de gk,m [n] e d contendo todos os símbolos
de dados dk,m estruturados em forma de vetor coluna de ordem KM × 1.
A Figura 8 representa o diagrama em blocos do transmissor e resume todo o processo
de obtenção do sinal GFDM. No receptor, o sinal GFDM pode ser recuperado utilizando-se de
um dos vários tipos de abordagens, tais como: receptor por filtro casado, receptor de Forçagem a
Zero / Zero Forcing (ZF) e receptor de Mínimo Erro Quadrático Médio / Minimum Mean Square
Error (MMSE) [MICHAILOW et al., 2012].
(i)
gk,m = j(k) gk,m [n], (3.7)
(q)
gk,m = j(k+1) gk,m+ 1 [n] (3.8)
2
(i) (q)
dk,m = dk,m + jdk,m . (3.9)
1 il
[WN ]i,l = √ e− j(2π N ) (3.11)
N
Ã(i) = WH (i)
NA , (3.12)
Ã(q) = WH (q)
NA ,
e no receptor a sequência recebida pode ser estimada no domínio do tempo [GASPAR et al.,
2015a] por meio da equação de demodulação
com y representando o vetor de sinal recebido [GASPAR et al., 2015a]. O processo para obtenção
do símbolo estimado é ilustrado na Figura 9.
39
4 RESULTADOS
4.1.1 Simulador
utilizando os parâmetros das Tabelas 1 e 2, com exceção do caso OFDM-G2+1, em que o código
foi adaptado de [VISWANATHAN, 2013], e dos blocos identificados como modulador GFDM e
demodulador GFDM, os quais foram adaptados a partir de um código disponível em [GASPAR,
2015].
Na simulação, a entrada de símbolos é gerada de forma aleatória para em seguida ser
submetida a um processo de mapeamento de símbolos adequado. Na sequência, o conjunto de
símbolos é modulado utilizando a técnica de modulação GFDM descrita na Subseção 3.1.2 e
41
10−1
Taxa de erro de bit
10−2
10−3
OFDM G2+1
GFDM G2+1
10−4
0 5 10 15 20 25 30
Eb /N0 em dB
10−1
Taxa de erro de bit
8 dB
10−2
13 dB
10−3
GFDM 1x1
GFDM 2x1
GFDM 2x2
10−4
0 5 10 15 20 25 30
Eb /N0 em dB
10−1
Taxa de erro de bit
10−2
G2+1 - L1
10−3 G2+1 - L2
G2+1 - Geral
G2+1 - Seleção
GFDM 2x1
10−4
0 5 10 15 20 25 30
Eb /N0 em dB
10−2
10−3
10−4
0 5 10 15 20 25 30
Eb /N0 em dB
10−1
Taxa de erro de bit
10−2
10−3
GFDM-G3 (256-QAM)
GFDM-G2+1 (QPSK)
MIMO-GDFM 4x4 (BPSK) e ZF
10−4
0 5 10 15 20 25 30
Eb /N0 em dB
vulnerável quando comparado à curva que utiliza codificação G3, na Figura 14, ou a curvas
que utilizem modulações de ordens menos elevadas. Para elevar seu desempenho é necessário
aumentar a relação sinal/ruído (SNR) e, assim, minimizar os efeitos do ruído para mantermos
uma taxa de erro de bit aceitável. Na mesma Figura 15 são exibidas as curvas para o GFDM-
G2+1 (QPSK) e MIMO 4x4 (BPSK) com detecção por ZF, que praticamente têm suas curvas
sobrepostas. O GFDM-G2+1 (QPSK) tem seu desempenho comprometido pela camada não
codificada, assim como o sistema de multiplexação puro, MIMO 4x4, que também transmite
símbolos não-codificados. Pelo fato de não apresentarem codificação, os desempenhos destes
dois sistemas se distanciam bastante do esquema G3 para SNRs mais altas, acima dos 15 dB,
como pode ser visto na referida figura.
46
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