Estatuto Do Servidor - Funcionário Público Piraquara

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is/bkasc

Essa é a versão consolidada, com todas as alterações que ocorreram até o dia
05/09/2011.

LEI Nº 863/2006
(Regulamentada pelo Decreto nº 2897/2007)

DISPÕE SOBRE O REGIME JURÍDICO DOS SERVIDORES PÚBLICOS


CIVIS DO MUNICÍPIO DE PIRAQUARA, E DÁ OUTRAS
PROVIDÊNCIAS.

A Câmara Municipal de Piraquara, Estado do Paraná aprovou e eu,


Prefeito Municipal sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1º Esta lei institui o regime jurídico estatutário para os


servidores públicos civis do Município de Piraquara.

Parágrafo Único - O disposto no "caput" deste artigo, aplica-se a


Administração Direta, Órgãos de Regime Especial, Autarquias e
Fundações Públicas do Município de Piraquara.

Art. 2º Para os efeitos desta lei:

Servidor Público é o termo utilizado, "lato sensu", para designar as


pessoas físicas que prestam serviços à Administração Pública com
vínculo empregatício e mediante remuneração paga pelos cofres
públicos.

Servidor Estatutário ou Servidor Público são os, ocupantes de cargo


público, providos de concurso público, nos moldes do inciso II, do
artigo 37, da Constituição Federal, regidos por este Estatuto.
Cargo Público é o conjunto de atribuições e responsabilidades
previstas na estrutura organizacional que devem ser cometidas a um
servidor. O cargo público é criado, extinto e transformado por lei,
em número certo, com denominação própria, competências, habilidades
e vencimentos pagos pelos cofres públicos, para provimento em
caráter efetivo ou em comissão.

Cargo Público de Provimento Efetivo ou Cargo Efetivo, de caráter


permanente, essencial ao funcionamento regular da administração que
reúne um conjunto de atribuições e responsabilidades previstas na
estrutura organizacional, que devem ser cometidas a um servidor.

Cargo Público de Provimento em Comissão ou Cargo em Comissão, de


livre nomeação e exoneração, que se destina apenas às atribuições de
direção, chefia e assessoramento.

Função de Confiança, exercidas exclusivamente por servidores


ocupantes de cargos efetivos, é o conjunto de atribuições de
natureza gerencial que se destinam apenas às atribuições de direção,
chefia e assessoramento, e será percebida cumulativamente com a
remuneração mensal concedida nos termos da legislação.

§ 1º Os cargos públicos são acessíveis aos brasileiros, assim como


aos estrangeiros, que preencham os requisitos, de acordo com a
natureza e complexidade do cargo, na forma da lei.

§ 2º As atribuições, responsabilidades, competências e habilidades


requeridas para o exercício dos cargos em comissão e das funções
públicas serão definidas nas leis próprias e nos regulamentos das
estruturas organizacionais da Prefeitura.

§ 3º As atribuições, responsabilidades, competências e habilidades


para o ingresso e para o desenvolvimento do servidor estatutário na
carreira serão estabelecidas pela lei que fixar os Planos de
Carreira na Administração Pública Municipal e seus regulamentos.

Art. 3º É proibida a prestação de serviços gratuitos, salvo os


casos previstos em lei.

CAPÍTULO II
DO CONCURSO PÚBLICO

Art. 4º O concurso será de provas ou de provas e títulos, de


acordo com a natureza e a complexidade do cargo, compreendendo uma
ou mais etapas, e atendidos os requisitos estabelecidos em edital
específico e na legislação aplicável.

§ 1º Às pessoas portadoras de necessidade especial é assegurado o


direito de se inscrever em concurso público para provimento de cargo
cujas atribuições sejam compatíveis com a necessidade especial de
que são portadoras; para tais pessoas serão reservadas até 10% (dez
por cento) das vagas oferecidas no concurso.

§ 2º O Concurso Público será realizado para o preenchimento de vagas


nas referências iniciais das respectivas carreiras.

§ 3º A inscrição do candidato no Concurso Público fica condicionada


ao pagamento do valor fixado no edital, quando indispensável ao seu
custeio e ressalvadas as hipóteses de isenção nele expressamente
previstas.

Art. 5º O concurso público terá validade de até 2 (dois) anos, a


partir da homologação do resultado, podendo ser prorrogada uma única
vez, por igual período.

§ 1º O prazo de validade do concurso e as condições de sua


realização serão fixados em edital, que será publicado no Diário
Oficial do Município e em jornal de grande circulação.

§ 2º Não se abrirá novo concurso enquanto houver candidato


classificado em concurso anterior com prazo de validade não
expirado.

TÍTULO II
DO PROVIMENTO, REDISTRIBUIÇÃO E SUBSTITUIÇÃO.

CAPÍTULO I
DO PROVIMENTO

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 6º São formas de provimento de cargo público:

I - Nomeação;

II - Reversão;

III - Reintegração;

IV - Recondução.

Art. 7º O provimento dos cargos públicos far-se-á mediante ato do


Chefe do Poder Executivo Municipal.

SEÇÃO II
DA NOMEAÇÃO

Art. 8º A nomeação far-se-á:

I - Em caráter efetivo, quando se tratar de cargo de provimento


efetivo, e será provido por pessoa com prévia aprovação em concurso
público de provas ou provas e títulos, de acordo com a natureza e
complexidade do cargo, na forma prevista em lei;

II - Em comissão, de livre nomeação e exoneração, para atender


encargos de direção, chefia ou assessoramento, e será provido
através de livre escolha do Chefe do Poder Executivo Municipal, por
pessoa que reúna condições necessárias à investidura no serviço
público e competência profissional.

§ 1º A escolha dos ocupantes de cargos em comissão poderá recair, ou


não, em servidor estatutário do município.

§ 2º O servidor ocupante de cargo em comissão poderá ser nomeado


para ter exercício, interinamente, em outro cargo em comissão, sem
prejuízo das atribuições do que atualmente ocupa, hipótese em que
deverá optar pela remuneração de um deles durante o período da
interinidade.

§ 3º Não poderá ser nomeado para cargo público aquele que haja sido
condenado, por sentença irrecorrível ou por crime cometido contra a
administração pública ou a segurança nacional.

§ 4º É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto


quando houver compatibilidade de horário, observado em qualquer caso
o previsto em lei.

Art. 9º A nomeação para cargo de provimento efetivo depende de


prévia habilitação em concurso público, obedecida à ordem de
classificação e o prazo de sua validade.

Parágrafo Único - Os demais requisitos para o ingresso e o


desenvolvimento do servidor na carreira, mediante promoção e
progressão, serão estabelecidos pela lei que fixar as diretrizes dos
Planos de Carreiras na Administração Pública Municipal e seus
regulamentos.

SEÇÃO III
DA REVERSÃO

Art. 10 Reversão é o retorno à atividade de servidor aposentado:

I - Por invalidez, quando junta médica oficial declarar


insubsistentes os motivos da aposentadoria; ou

II - No interesse da administração, desde que:

Tenha solicitado a reversão;


A aposentadoria tenha sido voluntária;
Estável quando na atividade;
A aposentadoria tenha ocorrido nos cinco anos anteriores à
solicitação;
Haja cargo vago.

§ 1º A reversão far-se-á no mesmo cargo ou no cargo resultante de


sua transformação.

§ 2º O tempo em que o servidor estiver em exercício será considerado


para concessão da aposentadoria.

§ 3º No caso do inciso I, encontrando-se provido o cargo, o servidor


exercerá suas atribuições como excedente, até a ocorrência de vaga.

§ 4º O servidor que retornar à atividade por interesse da


administração perceberá, em substituição aos proventos da
aposentadoria, a remuneração do cargo que voltar a exercer,
inclusive com as vantagens de natureza pessoal que percebia
anteriormente à aposentadoria.
§ 5º O servidor de que trata o inciso II somente terá os proventos
calculados com base nas regras atuais se permanecer pelo menos cinco
anos no cargo.

§ 6º A regulamentação deste artigo far-se-á por ato do Chefe do


Poder Executivo.

Art. 11 Não poderá reverter a aposentadoria o servidor que já


tiver completado 70 (setenta) anos de idade.

SEÇÃO IV
DA REINTEGRAÇÃO

Art. 12 A reintegração é a reinvestidura do servidor estável no


cargo anteriormente ocupado, ou no cargo resultante de sua
transformação, quando invalidada a sua demissão por decisão
administrativa ou judicial, com ressarcimento de todas as vantagens.

§ 1º Na hipótese do cargo ter sido extinto, o servidor ficará em


disponibilidade, observado o disposto no Título V, Capítulo I .

§ 2º Encontrando-se provido o cargo, o seu eventual ocupante será


reconduzido ao cargo de origem, sem direito a indenização.

SEÇÃO V
DA RECONDUÇÃO

Art. 13 Recondução é o retorno do servidor estável ao cargo


anteriormente ocupado e decorrerá de:

I - Inabilitação em estágio probatório relativo a outro cargo;

II - Reintegração do anterior ocupante.

Parágrafo Único - Encontrando-se provido o cargo de origem, o


servidor será aproveitado em outro, de atribuições e vencimentos
compatíveis com o anteriormente ocupado.

SEÇÃO VI
DA POSSE E DO EXERCÍCIO

Art. 14 A investidura em cargo público ocorrerá com a posse.

Art. 15 São requisitos básicos para investidura em cargo público:

a) Nacionalidade brasileira ou equiparada;


b) Gozo dos direitos políticos;
c) Quitação com as obrigações militares e eleitorais;
d) Idade mínima de dezoito anos;
e) Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo;
f) Outros requisitos estabelecidos em lei, de acordo com a natureza
e complexidade das atribuições do cargo;
g) Aptidão física e mental.

§ 1º Só haverá posse nos casos de provimento de cargo por nomeação.

§ 2º A posse em cargo público dependerá de prévia inspeção médica


oficial, e só poderá ter posse àquele que for julgado apto física e
mentalmente para o exercício do cargo.

Art. 16 A posse ocorrerá no prazo de 30 (trinta) dias contados da


publicação do ato de provimento, e da notificação pessoal ou
editalícia, podendo dar-se mediante procuração específica.

Parágrafo Único - Será tornado sem efeito o ato de provimento se a


posse não ocorrer no prazo previsto no caput deste artigo.

Art. 17 A posse dar-se-á pela assinatura do respectivo termo, no


qual deverão constar as atribuições, os deveres, as
responsabilidades e os direitos inerentes ao cargo ocupado.

§ 1º Em se tratando de servidor, que esteja na data de publicação do


ato de provimento, em licença e afastamentos previstos nos incisos
I, IV, V. VIII, XI, XII, XIV, XVI e XVII do art. 105, o prazo será
contado do término do impedimento.

§ 2º No ato da posse, o servidor apresentará declaração de bens e


valores que constituem seu patrimônio e declaração quanto ao
exercício ou não de outro cargo, emprego ou função pública.

Art. 18 O exercício é o efetivo desempenho das atribuições do


cargo público ou da função de confiança.

Art. 19 O início do exercício ocorrerá nos prazos previstos neste


artigo:

I - Para o servidor empossado em cargo público o prazo é de no


máximo 15 (quinze) dias contados a partir da data da posse.

II - Para o servidor que deva ter exercício em outro município em


razão de ter sido removido, redistribuído, requisitado, cedido ou
posto em exercício provisório terá, no mínimo, dez e, no máximo,
trinta dias de prazo contados da publicação do ato ou da notificação
pessoal ou editalícia, para a retomada do efetivo desempenho das
atribuições do cargo, incluído nesse prazo o tempo necessário para o
deslocamento para a nova sede.

III - Para função de confiança coincidirá com a data de publicação


do ato de designação, salvo quando o servidor estiver em licença ou
afastado por qualquer outro motivo legal, hipótese em que recairá no
primeiro dia útil após o término do impedimento, que não poderá
exceder a trinta dias da publicação.

§ 1º O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o


ato de sua designação para função de confiança, se não entrar em
exercício nos prazos previstos neste artigo.

§ 2º Na hipótese do servidor encontrar-se em licença ou afastado


legalmente, o prazo a que se refere este artigo será contado a
partir do término do impedimento.
§ 3º É facultado ao servidor declinar do prazo estabelecido no
"caput" deste artigo.

Art. 20 À autoridade competente do órgão ou entidade para onde for


nomeado ou designado o servidor, compete dar-lhe exercício.

Art. 21 O início, a suspensão, a interrupção e o reinício do


exercício serão registrados no assentamento individual do servidor.

Parágrafo Único - Ao entrar em exercício, o servidor apresentará ao


órgão competente os elementos necessários ao seu assentamento
individual.

TÍTULO III

CAPÍTULO I
DO ESTÁGIO PROBATÓRIO

Art. 22 Ao entrar em exercício, o servidor nomeado para cargo de


provimento efetivo ficará sujeito a estágio probatório por período
de 36 (trinta e seis) meses, durante o qual a sua aptidão e
capacidade serão objeto de avaliação para o desempenho de suas
atribuições, observados os seguintes fatores:(Vide Decreto nº
3582/2010)

I - Assiduidade;

II - Disciplina;

III - Iniciativa;

IV - Produtividade;

V - Idoneidade moral;

VI - Responsabilidade.

§ 1º O servidor em estágio probatório poderá exercer quaisquer


cargos de provimento em comissão ou funções de confiança no órgão ou
entidade de exercício, e somente poderá ser cedido a outro órgão ou
entidade para ocupar cargos de provimento em comissão.

§ 2º No caso de acumulação legal, o estágio probatório deve ser


cumprido em relação a cada cargo para o qual o servidor tenha sido
nomeado.

§ 3º O tempo de serviço de outro cargo público não exime o servidor


do cumprimento do estágio probatório no novo cargo.

§ 4ºPara fins do caput desse artigo, será considerado o período


efetivamente laborado no cargo de origem, suspendendo-se o prazo nos
casos de cedência, exercício de cargos comissionados ou interrupções
de outra natureza.

Art. 23 A avaliação especial de desempenho de que trata o artigo


anterior é de responsabilidade de comissão especialmente designada
pelos servidores ligados às atividades a serem avaliadas e nomeada
pelo Chefe do Poder Executivo.

§ 1º A comissão, de que trata o caput deste artigo, será composta


por servidores ocupantes de cargo efetivo.

§ 2º Não poderá participar da comissão cônjuge, companheiro ou


parente consangüíneo ou afim do avaliado, em linha direta ou
colateral até o terceiro grau, além daqueles previsto na legislação
civil.

§ 3º A comissão definirá a forma de atendimento aos requisitos


fixados para o estágio probatório, a metodologia de apuração, os
instrumentos e a periodicidade das avaliações, observado o que
dispuser os planos de carreira e regulamentações específicas.

§ 4º Fica também a referida comissão incumbida de encaminhar ao


Chefe do Poder Executivo Municipal para a devida homologação,
relatório conclusivo sobre o estágio probatório do servidor, no
prazo de 60 (sessenta) dias antes de vencer o prazo final do
estágio.

§ 5º O relatório referido no parágrafo anterior poderá ser


encaminhado a qualquer tempo, no decurso do estágio, quando o
servidor em estágio probatório não apresentar atendimento
satisfatório aos requisitos fixados.

§ 6º Do relatório de que trata o parágrafo anterior, se contrário à


confirmação, dar-se-á vista ao servidor em estágio probatório, pelo
prazo de dez dias, para que produza sua defesa escrita.

§ 7º O servidor não aprovado no estágio probatório será exonerado


ou, se estável, reconduzido ao cargo anteriormente ocupado,
observado o disposto no Título II, Capítulo I Seção V - Da
Recondução, desta lei.

CAPÍTULO II
DA ESTABILIDADE

Art. 24 O servidor habilitado em concurso público e empossado em


cargo de provimento efetivo adquirirá estabilidade no serviço após o
estágio probatório de 36 (trinta e seis) meses de efetivo exercício,
e através da aprovação em avaliação especial de desempenho,
representada em ato do Chefe do Poder Executivo Municipal.

Art. 25 O servidor estável só perderá o cargo:

I - Em virtude de sentença judicial transitada em julgado;

II - Mediante processo administrativo em que lhe seja assegurada


ampla defesa;

III - Mediante procedimento de avaliação periódica de desempenho,


conforme disposto na Constituição Federal, assegurada ampla defesa.

Parágrafo Único - Invalidada por sentença judicial a demissão do


servidor estável será ele reintegrado.
TÍTULO IV
DA JORNADA DE TRABALHO E CONCESSÕES

CAPÍTULO I
DA JORNADA DE TRABALHO

Art. 26 Os servidores cumprirão jornada de trabalho fixada em


razão das atribuições pertinentes aos respectivos cargos, respeitada
a duração máxima do trabalho semanal de quarenta horas, observados
as jornadas de quatro, seis e oito horas respectivamente, conforme
Plano de Cargos e Salários.

§ 1º O disposto no caput deste artigo não se aplica a duração de


trabalho estabelecida em leis especiais.

§ 2º Os servidores em atividades que, pela sua natureza, são


desempenhadas em escala de revezamento, deverão cumprir a carga
horária prevista no "caput" deste artigo.

§ 3º Compete ao Chefe do Poder Executivo antecipar ou prorrogar o


período de trabalho, quando necessário e mediante processo
instruído.

Art. 27 O ocupante de cargo em comissão ou função de confiança


submete-se a regime de integral dedicação ao serviço, podendo ser
convocado sempre que houver interesse da Administração.

Parágrafo Único - O servidor que acumular licitamente dois cargos


efetivos, quando investido em cargo de provimento em comissão ou
função de confiança ficará afastado de ambos os cargos efetivos,
salvo na hipótese em que houver compatibilidade de horário e local
com o exercício de um deles.

CAPÍTULO II
DAS CONCESSÕES

Art. 28 Será concedido horário especial ao servidor:

I - Estudante, quando comprovada a incompatibilidade entre o horário


escolar e o de trabalho, sem prejuízo do exercício do cargo,
respeitada a carga horária semanal do trabalho.

II - Portador de necessidade especial, quando comprovada a


necessidade por junta médica oficial, independentemente da duração
da carga horária semanal do trabalho.

III - Que tenha cônjuge ou companheiro, filho ou dependente portador


de necessidade especial ou moléstia especificada em legislação
própria, e comprovada mediante laudo pericial emitido pelo serviço
médico oficial do Município, respeitada a carga horária semanal de
trabalho.

Art. 29 Sem qualquer prejuízo, poderá o servidor ausentar-se do


serviço:
I - Por um dia, para doação de sangue;

II - Por oito dias consecutivos em razão de:

a) Casamento;
b) Falecimento do cônjuge, companheiro, pais, madrasta ou padrasto,
filhos, enteados, menor sob guarda ou tutela e irmãos.

Art. 30 As faltas, as ausências e os atrasos decorrentes de caso


fortuito ou força maior, justificados poderão ser compensados, a
critério da chefia imediata, até o mês subseqüente ao da ocorrência.

CAPÍTULO III
DO REGIME DE TEMPO INTEGRAL E DEDICAÇÃO EXCLUSIVA

Art. 31 O Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva poderá


ser aplicado, no interesse da Administração, ressalvado o direito de
opção, na forma que a lei dispuser:

I - Aos que exerçam atividades de pesquisa;

a) Aos que exerçam atividades científicas;


b) Aos que exerçam atividades de natureza técnica;
c) Ao ocupante de função de confiança, que se destinam às
atribuições de direção e chefia;
d) Ao conjunto de servidores de determinada unidade administrativa,
quando a natureza do trabalho o exigir.

§ 1º A aplicação do Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva


será feita pelo Departamento de Recursos Humanos, mediante
justificativa do titular do órgão ou entidade, com a avaliação da
Comissão Representativa dos Servidores, e aprovação do Chefe do
Poder Executivo Municipal.

§ 2º Pelo exercício do Regime de Tempo Integral e Dedicação


Exclusiva perceberá o servidor gratificação mensal indivisível nos
termos do disposto em lei;

§ 3º A gratificação a que se refere este artigo, não será cumulativa


a qualquer outro benefício, cabendo ao servidor o direito de opção
por uma delas.

Art. 32 Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva considera-


se o exercício da atividade funcional sob dedicação exclusiva,
ficando o servidor proibido de exercer cumulativamente cargo,
função, ou atividade particular de caráter profissional ou público
de qualquer natureza.

§ 1º O servidor que legalmente acumular remuneração de cargos


públicos e for colocado em Regime de Tempo Integral e Dedicação
Exclusiva em um dos cargos, será automaticamente afastado do outro
cargo, com perda da remuneração a partir da data de assinatura do
termo de opção pelo regime, sem prejuízo da contagem de tempo.

§ 2º Cessada a sujeição do servidor ao Regime de Tempo Integral e


Dedicação Exclusiva de forma automática, reassumirá o cargo ou
cargos, dos quais foi afastado.

Art. 33 O Regime de Tempo Integral e Dedicação Exclusiva obriga a


um mínimo de quarenta e duas horas e trinta minutos semanais de
trabalho, sem prejuízo de permanecer o servidor à disposição do
órgão em que estiver em exercício, sempre que as necessidades de
serviço assim o exigirem.

Parágrafo Único - O servidor assinará termo de compromisso, em que


declare vincular-se ao regime, obrigando-se a cumprir os horários
aos mesmos inerentes, fazendo jus aos seus benefícios somente
enquanto nele permanecer.

Art. 34 Verificada em processo administrativo a infringência do


compromisso decorrente do Regime de Tempo Integral e Dedicação
Exclusiva, o servidor ficará sujeito à pena de demissão, restituição
aos cofres públicos, sem prejuízo da responsabilidade criminal e
civil.

TÍTULO V
DA DISPONIBILIDADE, DO APROVEITAMENTO, DA REMOÇÃO, DA
REDISTRIBUIÇÃO, DA SUBSTITUIÇÃO E DA MUDANÇA DE FUNÇÃO.

CAPÍTULO I
DA DISPONIBILIDADE E DO APROVEITAMENTO

Art. 35 Disponibilidade é o afastamento do funcionário efetivo em


virtude da extinção do cargo, ou da declaração da sua
desnecessidade.

§ 1º Extinto o cargo ou declarada sua desnecessidade, o servidor


estável ficará em disponibilidade, com remuneração integral, até seu
adequado aproveitamento em outro cargo, que deverá ocorrer no prazo
máximo de 60 (sessenta) dias.

§ 2º O retorno à atividade de servidor em disponibilidade far-se-á


mediante aproveitamento obrigatório em cargo de atribuições e
vencimentos compatíveis com o anteriormente ocupado.

Art. 36 O Departamento de Recursos Humanos, atendido parecer da


Comissão Representativa dos Servidores, e se for o caso, determinará
o imediato aproveitamento de servidor em disponibilidade em vaga que
vier a ocorrer nos órgãos ou entidades da Administração Pública
Municipal.

Parágrafo Único - O servidor posto em disponibilidade será mantido


sob responsabilidade do Departamento de Recursos Humanos, até o seu
adequado aproveitamento em outro órgão ou entidade.

Art. 37 Será tornado sem efeito o aproveitamento e cassada a


disponibilidade se o servidor não entrar em exercício no prazo
legal, salvo doença comprovada por junta médica oficial.

CAPÍTULO II
DA REMOÇÃO
Art. 38 Remoção é o deslocamento do servidor efetivo, a pedido ou
de ofício, no âmbito do mesmo órgão ou entidade, para outra unidade
administrativa com ou sem mudança de sede.

§ 1º Entende-se por remoção de ofício, aquela que ocorre por


interesse da Administração e a pedido, que a critério da
Administração poderá concedê-la ou não.

§ 2º Nos processos de remoção a Administração observará a


necessidade e a conveniência do ato, características da função,
habilidades e aptidões do servidor.

§ 3º A remoção a pedido, independente do interesse da Administração


ocorrerá em virtude de processo seletivo de critérios, promovido,
quando o número de interessados for superior ao número de vagas, de
acordo com normas preestabelecidas pelo órgão ou entidade
destinatária.

§ 4º A remoção no âmbito de cada órgão ou entidade será realizada


mediante ato do respectivo titular.

CAPÍTULO III
DA REDISTRIBUIÇÃO

Art. 39 Redistribuição é o deslocamento do cargo efetivo ocupado


ou vago para outro órgão, ou entidade no âmbito da Administração
Pública municipal, observado:

I - Interesse da Administração;

II - Manutenção da essência das atribuições, do grau de


responsabilidade, complexidade das atividades, requisitos de
escolaridade, especialidade e habilitação profissional;

III - Compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades


institucionais do órgão ou entidade.

§ 1º A redistribuição respeitará o dimensionamento da força de


trabalho do órgão ou entidade interessada.

§ 2º A redistribuição de servidores entre órgãos e entidades será


realizada mediante ato do Chefe do Poder Executivo Municipal, com
prévia apreciação da Comissão Representativa dos Servidores.

§ 3º A redistribuição ocorrerá ex-ofício para ajustamento de lotação


e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos
casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade.

§ 4º A redistribuição de cargos efetivos vagos se dará mediante ato


conjunto entre a Comissão Representativa dos Servidores e os órgãos
e entidades da Administração Pública Municipal envolvida.

CAPÍTULO IV
DA SUBSTITUIÇÃO
Art. 40 Os servidores investidos em cargo em comissão ou função de
confiança, nas atribuições de direção e chefia, terão substitutos
nomeados pelo Chefe do Poder Executivo, mediante indicação do
titular do órgão ou entidade.

§ 1º O substituto assumirá, de forma automática e cumulativa, sem


prejuízo do cargo que ocupa, o exercício do cargo em comissão ou
função de confiança nos afastamentos, impedimentos legais ou
regulamentares do titular e na vacância do cargo, hipóteses em que
deverá optar pela remuneração de um deles, durante o respectivo
período.

§ 2º O substituto fará jus à retribuição pelo exercício do cargo em


comissão ou função de confiança, nos casos dos afastamentos ou
impedimentos legais do titular, superiores há trinta dias
consecutivos, paga na proporção dos dias de efetiva substituição,
que excederem o referido período.

§ 3º O titular do cargo em comissão ou função de confiança poderá


ser nomeado ou designado para, cumulativamente, como substituto
exercer outro cargo ou função da mesma natureza, até nomeação ou
designação do titular, devendo optar pelo vencimento de um só cargo
ou função.

§ 4º A substituição cessa automaticamente com a reassunção ou


nomeação do titular, ou com a vacância do cargo.

CAPÍTULO V
DA MUDANÇA DE FUNÇÃO

Art. 41 Mudança de função poderá ocorrer quando o servidor


detentor de cargo efetivo atender os requisitos constantes de outra
função, dentro do mesmo cargo, complexidade, responsabilidade e
classe, por impossibilidade de atuação na função original ou por
necessidade da Administração.

§ 1º O servidor com limitação de sua capacidade física ou mental,


verificada em inspeção médica, poderá ter efetivada a mudança de
função para outra compatível com a sua limitação.

§ 2º Se na verificação da inspeção médica o servidor com limitação


de sua capacidade física e mental, for incapaz para o serviço
público será aposentado.

TÍTULO VI
DOS DIREITOS E VANTAGENS

CAPÍTULO I
DO VENCIMENTO, DA REMUNERAÇÃO E DO PROVENTO

Art. 42 Vencimento é a retribuição pecuniária pelo exercício de


cargo público, com valor fixado em lei específica, assegurada
revisão geral anual, sempre no mês de maio de cada ano, sem
distinção de índices.
Parágrafo Único - Nenhum servidor receberá, a título de vencimento,
importância inferior ao salário mínimo, nem superior ao vencimento
do prefeito.

Art. 43 Remuneração é o vencimento do cargo efetivo, acrescido das


vantagens financeiras permanentes estabelecidas em lei.

§ 1º A remuneração do servidor investido em função de confiança ou


cargo em comissão será paga na forma prevista em lei.

§ 2º O vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de


caráter permanente, é irredutível.

§ 3º A remuneração dos servidores públicos organizados em carreira


deverá ser fixada nos termos do "caput" deste artigo.

Art. 44 O provento da aposentadoria será calculado com base no


vencimento do cargo efetivo, acrescido das vantagens de caráter
permanente.

Art. 45 Subsídio é a remuneração em parcela única, vedado o


acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba
de representação ou outra espécie remuneratória.

§ 1º O Chefe do Poder Executivo Municipal, e detentores de mandato


eletivo, os Secretários Municipais e Procurador Geral do Município
serão remunerados exclusivamente por subsídio.

§ 2º Aos Secretários Municipais e ao Procurador Geral do Município,


quando detentores de cargo efetivo, lhes será assegurado a percepção
das vantagens de natureza pessoal e de parcelas indenizatórias.

Art. 46 A remuneração e o subsídio dos ocupantes de cargos,


funções e empregos públicos da administração direta, autárquica e
fundacional, dos membros do Poder Executivo Municipal, dos
detentores de mandato eletivo e demais agentes políticos e os
proventos, pensões ou outra espécie remuneratória, percebidos
cumulativamente ou não, incluídas as vantagens pessoais ou de
qualquer outra natureza, não poderão exceder o subsídio mensal, em
espécie, do Prefeito.

Art. 47 A relação entre a maior e menor remuneração atribuída aos


cargos de carreira será fixada por lei específica.

Art. 48 O servidor perderá:

I - A remuneração do dia em que faltar ao serviço, sem motivo


justificado;

II - A parcela de remuneração diária, proporcional aos atrasos,


ausências, ressalvadas as concessões de que trata os art. 28 e 29, e
saídas antecipadas, salvo na hipótese de compensação de horário.

§ 1º Na hipótese de faltas sucessivas ao serviço, contam-se também


como tais, os sábados, domingos, feriados e dias de ponto
facultativo intercalado entre os dias das faltas.

§ 2º No caso de ocorrer atraso de até uma hora, injustificado, em


relação ao início de expediente, ou, ainda, saída antecipada de até
uma hora, o servidor, em qualquer das hipóteses, sofrerá desconto de
vinte por cento (20%) de sua remuneração diária.

Art. 49 Salvo por imposição legal, ou mandado judicial, nenhum


desconto incidirá sobre a remuneração ou provento.

Art. 50 As reposições e indenizações ao erário, em valores


atualizados no exercício, serão previamente comunicadas ao servidor
ou ao pensionista e amortizadas em parcelas mensais cujos valores
não excederão a dez por cento da remuneração ou provento.

§ 1º Quando o pagamento indevido houver ocorrido no mês anterior ao


do processamento da folha, a reposição será feita imediatamente, em
uma única parcela.

§ 2º Aplicam-se as disposições deste artigo à reposição de valores


recebidos em cumprimento a decisão liminar, a tutela antecipada ou a
sentença que venham a ser revogadas ou rescindida.

§ 3º Nas hipóteses do parágrafo anterior, aplica-se o disposto no §


1º deste artigo sempre que o pagamento houver ocorrido por decisão
judicial concedida e cassada no mês anterior ao da folha de
pagamento em que ocorrerá a reposição.

Art. 51 O servidor em débito com o erário, que for demitido,


exonerado ou que tiver sua aposentadoria ou disponibilidade cassada,
terá o prazo de sessenta dias para quitar o débito.

Parágrafo Único - A não quitação do débito no prazo previsto


implicará sua inscrição em dívida ativa.

Art. 52 O vencimento, a remuneração e o provento não sofrerão


descontos além dos previstos em lei e nem serão objeto de arresto,
seqüestro ou penhora, exceto nos casos de prestação de alimentos
resultante de decisão judicial ou reposição ou indenização devida à
Fazenda Municipal.

CAPÍTULO II
DA CONSIGNAÇÃO

Art. 53 Mediante autorização do servidor, poderá haver consignação


em folha de pagamento, da remuneração e do provento, em favor de
terceiros, a critério da administração e com reposição de custos, na
forma definida em regulamento.
§ 1º A soma das consignações não poderá exceder a 30% (trinta por
cento) da remuneração ou provento.
§ 2º o limite estabelecido no parágrafo anterior poderá ser elevado
até 70% (setenta por cento) para a prestação alimentícia, educação,
aluguel de casa ou aquisição de imóvel destinado a moradia própria e
despesas hospitalares.
§ 3º O pagamento do consignatário será realizado no decorrer do mês
subseqüente ao do desconto. (Revogado pela Lei nº 1138/2011)

CAPÍTULO III
DAS VANTAGENS
SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 54 Além do vencimento, poderão ser pagas ao servidor as


seguintes vantagens:

I - Indenizações;

II - Gratificações;

III - Adicionais.

Parágrafo Único - As indenizações não se incorporam a remuneração ou


provento para qualquer efeito.

Art. 55 As vantagens pecuniárias não serão computadas, nem


acumuladas, para efeito de concessão de quaisquer outros acréscimos
pecuniários posteriores, sob o mesmo título ou idêntico fundamento.

SEÇÃO II
DAS INDENIZAÇÕES

Art. 56 Constituem indenizações ao servidor:

I - Hospedagem e alimentação na forma de Diárias;

II - Transporte.

Art. 57 Os valores das indenizações, assim como as condições para


a sua concessão serão estabelecidas em regulamento.

SUBSEÇÃO I
DAS DIÁRIAS

Art. 58 O servidor que, a serviço, afastar-se da sede em caráter


eventual ou transitório para outro ponto do território nacional ou
para o exterior, fará jus a indenização das parcelas de despesas
extraordinárias com pousada, transporte, alimentação, conforme
dispuser o regulamento.

§ 1º A diária será concedida por dia de afastamento, sendo devida


integralmente quando o deslocamento exigir pernoite fora da sede.

§ 2º Nos casos em que o deslocamento da sede constituir exigência


permanente do cargo, o servidor não fará jus a diárias.

§ 3º No afastamento previsto no inciso I do artigo 99 desta lei, a


ajuda de custo será paga pelo órgão cessionário, quando cabível.

Art. 59 O servidor que receber diárias e não se afastar da sede,


por qualquer motivo, fica obrigado a restituí-las integralmente, no
prazo de dois dias.
Parágrafo Único - Na hipótese de o servidor retornar à sede em prazo
menor do que o previsto para o seu afastamento, restituirá as
diárias recebidas em excesso, no prazo previsto no "caput".

SUBSEÇÃO II
DA INDENIZAÇÃO DE TRANSPORTE

Art. 60 O servidor que se deslocar à serviço da sede, em caráter


temporário para outro ponto do território nacional ou internacional,
fará jus a utilização de meios de transporte, cujas despesas serão
custeadas pela Administração, conforme disposto em regulamento.

Parágrafo Único - Aos servidores em trânsito poderá ser destinado


para indenização das despesas com locomoção urbana, via táxi,
observadas as condições estabelecidas em regulamento.

SEÇÃO III
DAS GRATIFICAÇÕES E ADICIONAIS

Art. 61 Além do vencimento e das vantagens previstas nesta lei,


serão deferidas aos servidores as seguintes retribuições:

I - Gratificação Natalina;

II - Adicional por tempo de serviço;

III - Adicional pelo exercício de atividades insalubres, perigosas


ou penosas;

IV - Adicional pela prestação de serviço extraordinário;

V - Adicional noturno;

VI - Adicional de férias;

VII - Outros, relativos ao local ou à natureza do trabalho.

SUBSEÇÃO I
DA GRATIFICAÇÃO NATALINA

Art. 62 A Gratificação Natalina corresponde a 1/12 (um doze avos)


da remuneração ou provento a que o servidor fizer jus no mês de
dezembro, por mês de exercício no respectivo ano.

Parágrafo Único - A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias será


considerada como mês integral.

Art. 63 A gratificação será paga até o dia 20 (vinte) do mês de


dezembro de cada ano, podendo, ser antecipado em até 50%, a pedido
do servidor, ou a critério da Administração, conforme
disponibilidade financeira.

Art. 64 O servidor exonerado perceberá a Gratificação Natalina


proporcional aos meses de exercício, calculado sobre a remuneração
do mês de exoneração.

Art. 65 A Gratificação Natalina não será considerada para cálculo


de qualquer vantagem pecuniária, e não se incorpora a remuneração ou
provento.

SUBSEÇÃO II
DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO

Art. 66 O adicional por tempo de serviço é devido à razão de cinco


por cento a cada cinco anos de serviço público efetivo prestado ao
Município de Piraquara, observado o limite máximo de 35%, incidente
exclusivamente sobre o vencimento básico do cargo efetivo, ainda que
investido o servidor em função de confiança ou cargo em comissão.

§ 1º O servidor fará jus ao adicional a partir do mês em que


completar o qüinqüênio.

§ 2º o adicional por tempo de serviço se incorpora a remuneração ou


provento.

SUBSEÇÃO III
DOS ADICIONAIS DE INSALUBRIDADE, PERICULOSIDADE OU ATIVIDADES
PENOSAS

Art. 67 Os servidores que trabalhem com habitualidade em locais


insalubres ou em contato permanente com substâncias tóxicas,
radioativas e biológicas, ou com risco de vida, fazem jus aos
adicionais previstos na lei federal que regulamenta a matéria,
comprovado mediante laudo pericial emitido pelo serviço médico
oficial do Município e nos termos, condições e limites fixados em
regulamento.

§ 1º O adicional de atividade penosa será devido aos servidores em


exercício em localidades cujas condições de trabalho o justifiquem.

§ 2º O servidor que fizer jus aos adicionais de insalubridade e de


periculosidade deverá optar por um deles.

§ 3º O direito ao adicional de insalubridade ou periculosidade cessa


com a eliminação das condições ou dos riscos que deram causa a sua
concessão.

Art. 68 Haverá permanente controle da atividade de servidores em


operações ou locais considerados penosos, insalubres ou perigosos.

§ 1º A administração municipal deverá reduzir os riscos inerentes ao


trabalho, mediante saneamento das causas e estabelecimento de normas
de saúde, higiene e segurança.

§ 2º A servidora gestante ou lactante será afastada, enquanto durar


a gestação e a lactação, das operações em locais insalubres ou em
contato permanente com substâncias tóxicas, radioativas ou com risco
de vida, passando a exercer nesse período suas atividades em local
salubre e em serviço não penoso e não perigoso.

§ 3º Os locais de trabalho e os servidores que operam com Raios X ou


substâncias radioativas serão mantidos sob controle permanente, de
modo que as doses de radiação ionizante não ultrapassem o nível
máximo previsto na legislação própria.

§ 4º Os servidores a que se refere o parágrafo anterior serão


submetidos a exames médicos a cada 6 (seis) meses.

SUBSEÇÃO IV
DO ADICIONAL POR SERVIÇO EXTRAORDINÁRIO

Art. 69 O serviço extraordinário será remunerado com acréscimo de


50% (cinqüenta por cento) em relação à hora normal de trabalho.

Parágrafo Único - O serviço extraordinário realizado em domingos e


feriados será remunerado com acréscimo de 100% (cem por cento) em
relação à hora normal de trabalho.

Art. 70 Somente será permitido serviço extraordinário para atender


a situações excepcionais e temporárias, devidamente justificado,
respeitado o limite máximo de 80 (oitenta) horas mensais por
servidor, mediante programação prévia encaminhada à Comissão de
Servidores, com conhecimento do respectivo Secretário.

SUBSEÇÃO V
DO ADICIONAL NOTURNO

Art. 71 O serviço noturno, prestado em horário compreendido entre


22 (vinte e duas) horas de um dia e 5 (cinco) horas do dia seguinte,
terá o valor-hora acrescido de 25% (vinte e cinco por cento),
computando-se cada hora como cinqüenta e dois minutos e trinta
segundos.

Parágrafo Único - O cálculo do serviço extraordinário incidirá sobre


o acréscimo de que trata este artigo, quando prestado no horário
discriminado no "caput" deste artigo.

SUBSEÇÃO VI
DO ADICIONAL DE FÉRIAS

Art. 72 Independentemente de solicitação, será pago ao servidor,


por ocasião das férias, um adicional correspondente a 1/3 (um terço)
da remuneração do período das férias.

§ 1º No caso de o servidor exercer função gratificada, ou ocupar


cargo em comissão, a respectiva vantagem será considerada no cálculo
do adicional de que trata este artigo.

§ 2º O Adicional de férias não se incorpora a remuneração ou


provento.
§ 3º Em caso de parcelamento das férias, o servidor receberá o
adicional de férias quando da utilização do segundo período.

§ 4º Opcionalmente o servidor poderá, a critério da Administração e


pelo interesse público, aliado à disponibilidade financeira,
mediante comprovação da necessidade, vender 10 dias de suas férias,
exceto a que faz referência ao artigo 108 e atividades regidas por
legislação específica.

SUBSEÇÃO VII
DE OUTRAS GRATIFICAÇÕES RELATIVAS AO LOCAL OU À NATUREZA DO TRABALHO

Art. 73 Os Planos de Carreira, instituídos por lei, poderão


estabelecer outras gratificações relativas ao local ou à natureza do
trabalho.

CAPÍTULO III
DAS LICENÇAS

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 74 Conceder-se-á ao servidor:

I - Licença para tratamento de saúde;

II - Licença à gestante;

III - Licença à adotante;

IV - Licença paternidade;

V - Licença para o serviço militar;

VI - Licença para atividade política;

VII - Licença para capacitação;

VIII - Licença por motivo de doença em pessoa da família;

IX - Licença por motivo de afastamento do cônjuge ou companheiro;

X - Licença para tratar de interesses particulares;

§ 1º Ao servidor em estágio probatório somente poderão ser


concedidas as licenças nos incisos I a VIII deste artigo.

§ 2º O estágio probatório ficará suspenso durante as licenças por


motivo de doença em pessoa da família, para atividade política, bem
como na hipótese de participação em curso de formação, e será
retomado a partir do término do impedimento.

Art. 75 A licença concedida dentro de 60 (sessenta) dias do


término de outra da mesma espécie será considerada como prorrogação.
Art. 76 A licença dependente de inspeção médica é concedida pelo
prazo indicado no respectivo laudo médico pericial emitido pelo
serviço médico oficial do Município

Art. 77 Terminada a licença o servidor reassumirá imediatamente o


exercício, salvo no caso de prorrogação da licença.

SEÇÃO II
DA LICENÇA PARA TRATAMENTO DE SAÚDE

Art. 78 A licença para tratamento de saúde será concedida a


servidor acometido de doença contagiosa ou não, de doença
profissional ou a servidor acidentado no exercício de suas
atribuições, mediante laudo pericial emitido pelo serviço médico
oficial do Município.

§ 1º Entende-se por doença profissional a que se deva atribuir, com


relação de causa e efeito, às condições inerentes ao serviço ou
fatos nele ocorridos.

§ 2º Acidente de trabalho é o evento danoso que tenha como causa, o


exercício das atribuições inerentes ao cargo.

§ 3º Equipara-se ao acidente em serviço o dano:

I - Decorrente de agressão sofrida e não provocada pelo servidor no


exercício do cargo;

II - Sofrido no percurso da residência para o trabalho e vice-versa.

§ 4º A comprovação do acidente, indispensável para a concessão da


licença deve ser feita em processo regular, no prazo de oito dias,
prorrogáveis por igual prazo.

§ 5º Sempre que necessário, a inspeção médica será realizada na


residência do servidor ou no estabelecimento hospitalar onde se
encontrar internado.

Art. 79 A licença para tratamento de saúde é concedida de ofício


ou a pedido do servidor ou de seu representante, quando não possa
ele fazê-lo.

§ 1º O tempo necessário à inspeção médica será sempre considerado


como de licença.

§ 2º Terminada a licença, o servidor reassumirá imediatamente o


exercício, ressalvado os casos de prorrogação da licença.

§ 3º Constatada em qualquer tempo, ter sido gracioso o atestado


médico ou, laudo pericial emitido pelo serviço médico oficial do
Município, a autoridade competente promoverá a instauração de
processo administrativo disciplinar para punição dos responsáveis.

Art. 80 A licença para tratamento de saúde pode ser prorrogada a


pedido ou de ofício.

§ 1º O pedido deve ser apresentado antes de findo o prazo da


licença; se indeferido conta-se como de licença o período
compreendido entre a data do término e a do conhecimento oficial do
despacho denegatório.

§ 2º Quando o pedido de prorrogação for apresentado depois de findo


o prazo da licença, não se conta como de licença o período
compreendido entre o dia de seu término e o do conhecimento oficial
do despacho.

Art. 81 Em caso de doenças graves, contagiosas ou não, que


imponham cuidados permanentes, poderá o serviço médico oficial do
Município, se considerar o doente irrecuperável, determinar, como
resultado da inspeção, a imediata aposentadoria.

Art. 82 O servidor não poderá permanecer em licença para


tratamento de saúde por prazo superior a vinte e quatro meses,
exceto nos casos considerados recuperáveis, em que, a critério do
serviço médico oficial do Município esse prazo poderá ser
prorrogado.

Parágrafo Único - Expirado o prazo do presente artigo, o servidor


será submetido à nova inspeção pelo serviço médico oficial do
Município, e aposentado se julgado definitivamente inválido para o
serviço público em geral.

Art. 83 A equipe médica que efetuará a inspeção de que trata os


art. 81 e 82 será composta pelo menos por três médicos designados
pelo Secretário Municipal a que se vincula o serviço médico oficial
do Município e mais um médico indicado pelo servidor ou seu
representante.

Art. 84 O servidor em licença para tratamento de saúde recebe


integralmente a remuneração inerente ao seu cargo.

§ 1º No curso da licença de que trata esta seção o servidor abster-


se-á de atividades remuneradas, sob pena de interrupção da licença,
com perda total da remuneração até que reassuma o cargo.

§ 2º Os dias correspondentes à perda da remuneração de que trata o


parágrafo anterior serão considerados como de licença sem
vencimento.

§ 3º O servidor não poderá recusar a inspeção médica, sob pena de


suspensão do pagamento da remuneração, até que se realize a
inspeção.

Art. 85 O servidor que apresentar indícios de lesões orgânicas ou


funcionais será submetido a inspeção médica.

SEÇÃO III
DA LICENÇA À GESTANTE, À ADOTANTE E PATERNIDADE

Art. 86 À servidora gestante será concedida, mediante inspeção


médica, licença com duração de cento e vinte dias consecutivos, sem
prejuízo da remuneração.

Art. 86 - À servidora gestante será concedida, mediante


inspeção médica, licença com duração de 180 (cento e oitenta)
dias consecutivos, sem prejuízo da remuneração. (Redação dada
pela Lei nº 927/2007)

§ 1º A servidora gestante, quando em serviço de natureza braçal terá


direito a ser aproveitada em função compatível com seu estado, a
contar do quinto mês de gestação, ou a qualquer tempo, a critério
médico devidamente comprovado pela junta médica municipal.

§ 2º No caso de natimorto, decorrido trinta dias do evento, a


servidora será submetida a exame médico oficial, e se julgada apta,
reassumirá o cargo.

§ 2º Aplica-se o disposto no caput deste artigo, às gestantes


que eventualmente venham a ter seus filhos natimorto, ou que
os mesmos venham a falecer até 06 (seis) meses após o parto,
contados da data do nascimento, não podendo a licença
remunerada ultrapassar a 180 (cento e oitenta) dias, contados
da data do parto. (Redação dada pela Lei nº 927/2007)

§ 3º Qualquer ocorrência anormal no desenvolvimento da gestação,


deverá obrigatoriamente ser reportada à junta médica oficial do
município.

§ 4º No caso de aborto, comprovado por laudo pericial emitido pelo


serviço médico oficial do Município, a servidora terá direito a
trinta dias de repouso remunerado.

§ 5º Aplica-se o disposto no caput deste artigo, às


servidoras municipais que oficialmente adotarem ou obtiverem
a guarda judicial de menores de até 01 (um) ano de idade.
(Redação acrescida pela Lei nº 927/2007)

§ 6º Permanece inalterado o benefício previsto no art. 88


desta lei, no que exceder o prazo previsto no parágrafo
anterior, vedada a acumulação dos benefícios. (Redação
acrescida pela Lei nº 927/2007)

§ 7º Cessam os benefícios desta lei, se por qualquer motivo,


forem cancelados ou suspensos os efeitos da adoção ou da
guarda judicial. (Redação acrescida pela Lei nº 927/2007)

Art. 87 Para amamentar o próprio filho, até a idade de seis meses,


a servidora lactente terá direito durante a jornada de trabalho, a
uma hora de descanso, que poderá ser parcelada em dois períodos de
meia hora.

Art. 88 A servidora que adotar ou obtiver guarda judicial de


criança até quatorze anos de idade, serão concedidos 90 (noventa)
dias consecutivos de licença remunerada.

Art. 89 Ao servidor, pelo nascimento ou adoção de filhos será


concedido oito dias consecutivos a título de licença paternidade.

SEÇÃO IV
DA LICENÇA PARA O SERVIÇO MILITAR
Art. 90 Ao servidor convocado para o serviço militar será
concedida licença, na forma e condições previstas na legislação
específica.

Parágrafo Único - Concluído o serviço militar, o servidor terá até


30 (trinta) dias sem remuneração para reassumir o exercício do
cargo.

SEÇÃO V
DA LICENÇA PARA ATIVIDADE POLÍTICA

Art. 91 O servidor terá direito à licença, sem remuneração,


durante o período que mediar entre a sua escolha em convenção
partidária, como candidato a cargo eletivo, e a véspera do registro
de sua candidatura perante a Justiça Eleitoral.

§ 1º O servidor candidato a cargo eletivo dele será afastado, a


partir do dia imediato ao do registro de sua candidatura perante a
Justiça Eleitoral, até o 10º (décimo) dia seguinte ao do pleito.

§ 2º A partir do registro da candidatura e até o 10º (décimo) dia


seguinte ao da eleição, o servidor fará jus à licença, assegurada a
remuneração do cargo efetivo, excluídas as vantagens somente pelo
período de três meses.

SEÇÃO VI
DA LICENÇA PARA CAPACITAÇÃO

Art. 92 Após cada qüinqüênio de efetivo exercício, o servidor


poderá, no interesse da administração, afastar-se do exercício do
cargo efetivo, com a respectiva remuneração, por até três meses,
para participar de curso de capacitação profissional.

§ 1º Os períodos de licença de que trata o "caput" deste artigo, não


são acumuláveis e não restringem as licenças específicas dos
diferentes planos de carreiras municipais.

§ 2º O servidor beneficiado com a referida licença, obriga-se no


retorno do período de capacitação, a permanecer prestando serviço à
Prefeitura Municipal pelo tempo mínimo de 12 (doze) meses, sob pena
de restituição dos valores recebidos durante o período de
afastamento, devidamente corrigidos e acrescidos dos juros
moratórios.

SEÇÃO VII
DA LICENÇA POR MOTIVO DE DOENÇA EM PESSOA DA FAMÍLIA

Art. 93 Poderá ser concedida licença ao servidor por motivo de


doença da família, comprovada a necessidade mediante laudo pericial
emitido pelo serviço médico oficial do Município.

§ 1º Considera-se para efeito do "caput" deste artigo, pessoa da


família o cônjuge ou companheiro, dos pais, dos filhos, do padrasto
ou madrasta e enteado, ou dependente que viva as suas expensas e
conste do seu assentamento funcional.

§ 2º A licença somente será deferida se a assistência direta do


servidor for indispensável e não puder ser prestada simultaneamente
com o exercício do cargo ou mediante compensação de horário, na
forma do disposto nesta lei.

§ 3º A licença será concedida sem prejuízo da remuneração do cargo


efetivo, por até trinta dias, podendo ser prorrogada por igual
período, mediante parecer de junta médica oficial e, excedendo estes
prazos, sem remuneração por até noventa dias.

§ 4º É vedado o exercício de atividade remunerada durante o período


da licença prevista no "caput" deste artigo.

SEÇÃO VIII
DA LICENÇA POR MOTIVO DE AFASTAMENTO DO CÔNJUGE

Art. 94 Poderá ser concedida licença ao servidor para acompanhar


cônjuge ou companheiro que foi deslocado para outro ponto do
território nacional, para o exterior ou para o exercício de mandato
eletivo dos Poderes Executivo e Legislativo.

Parágrafo Único - A licença será por prazo indeterminado, sem


remuneração, não contando o período de afastamento para quaisquer
efeitos.

SEÇÃO IX
DA LICENÇA PARA TRATAR DE INTERESSES PARTICULARES

Art. 95 A critério da Administração, poderá ser concedida ao


servidor ocupante de cargo efetivo, desde que não esteja em estágio
probatório, licença para o trato de assuntos particulares, pelo
prazo de até doze meses consecutivos, sem remuneração, prorrogável
uma única vez por igual período.

§ 1º A licença poderá ser interrompida a qualquer tempo, a pedido do


servidor ou no interesse do serviço.

§ 2º Não se concederá nova licença antes de decorridos dois anos do


término da anterior ou de sua prorrogação.

CAPÍTULO IV
DOS AFASTAMENTOS

Disposições Gerais

Art. 96 Conceder-se-á ao servidor, afastamento:

I - Para servir a outro órgão ou entidade,

II - Para exercício de Mandato Eletivo,


III - Para estudo ou Missão no Exterior.

IV - Para desempenho de Mandato Classista

§ 1º Os afastamentos previstos no "caput" deste artigo, far-se-ão


mediante ato do Chefe do Poder Executivo Municipal, publicado no
Diário Oficial do Município.

§ 2º Ao servidor em estágio probatório, poderá ser concedido os


afastamentos previstos nos incisos de I a III do "caput" deste
artigo, ficando suspenso o prazo do período probatório, o qual, será
retomado a partir do término do afastamento.

§ 3º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá


ser removido ou redistribuído de ofício.

SEÇÃO I
DO AFASTAMENTO PARA SERVIR A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADE

Art. 97 O servidor poderá ser cedido para ter exercício em outro


órgão ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, nas seguintes hipóteses:

I - Para exercício de cargo em comissão ou função de confiança;

II - Em casos previstos em leis específicas.

III -

§ 1º Na hipótese do inciso I, o ônus da remuneração será do órgão ou


entidade cessionária, mediante reembolso das despesas realizadas
pelo órgão ou entidade de origem.

§ 2º Na hipótese do servidor cedido à empresa pública ou sociedade


de economia mista, nos termos das respectivas normas, optar pela
remuneração do cargo efetivo, a entidade cessionária efetuará o
reembolso das despesas realizadas pelo órgão ou entidade de origem.

SEÇÃO II
DO AFASTAMENTO PARA O DESEMPENHO DE MANDATO CLASSISTA

Art. 98 É assegurado ao servidor o direito ao afastamento para o


desempenho de mandato eletivo em confederação, federação, associação
de classe de âmbito nacional, sindicato representativo da categoria
ou entidade fiscalizadora da profissão, sem remuneração do cargo
efetivo.

§ 1º Quando a representação se der em entidade de classe


regularmente constituída, no âmbito local o servidor fará jus a
remuneração do cargo efetivo, se não houver remuneração por parte da
entidade, sendo-lhe facultada a opção pela fonte pagadora, vedado em
qualquer caso, o acumulo remuneratório.

§ 2º Somente poderão ser licenciados servidores eleitos para cargos


de direção ou representação nas referidas entidades.

§ 3º O período do afastamento para desempenho de mandato classista


será considerado como efetivo exercício.

§ 4º O afastamento terá duração igual a do mandato, podendo ser


prorrogada, no caso de reeleição, e por uma única vez.

SEÇÃO III
DO AFASTAMENTO PARA EXERCÍCIO DE MANDATO ELETIVO

Art. 99 Ao servidor investido em mandato eletivo aplicam-se as


seguintes disposições:

I - Tratando-se de mandato federal, estadual ou distrital, ficará


afastado do cargo;

II - Investido no mandato de Prefeito, será afastado do cargo,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

III - Investido no mandato de Vereador:

IV - Havendo compatibilidade de horário, perceberá as vantagens de


seu cargo, sem prejuízo da remuneração do cargo eletivo;

V - Não havendo compatibilidade de horário, será afastado do cargo,


sendo-lhe facultado optar pela sua remuneração;

VI - Em qualquer caso, é facultado ao ocupante de cargo eletivo de


vereador, o direito a licenciar-se do cargo efetivo, sem
remuneração.

§ 1º No caso de afastamento do cargo, o servidor contribuirá para a


seguridade social como se em exercício estivesse.

§ 2º O servidor investido em mandato eletivo ou classista não poderá


ser removido ou redistribuído de ofício para localidade diversa
daquela onde exerce o mandato.

SEÇÃO IV
DO AFASTAMENTO PARA ESTUDO OU MISSÃO NO EXTERIOR

Art. 100 O servidor poderá ausentar-se do País para estudo ou


missão oficial, mediante autorização do Prefeito Municipal.

§ 1º O afastamento não excederá a 4 (quatro) anos, e finda a missão


ou estudo, somente decorrido igual período, será permitida nova
concessão.

§ 2º Ao servidor beneficiado pelo disposto neste artigo não será


concedida exoneração ou licença para tratar de interesse particular
antes de decorrido período igual ao do afastamento, ressalvada a
hipótese de ressarcimento da despesa havida com seu afastamento,
devidamente corrigida e acrescida dos juros compensatórias.
§ 3º As hipóteses, condições e formas para autorização de que trata
este artigo, inclusive no que se refere à remuneração do servidor,
serão disciplinadas em regulamento.

Art. 101 O afastamento de servidor para servir em organismo


internacional de que o Brasil participe ou com o qual coopere dar-
se-á sem remuneração, devida no entanto a contribuição
previdenciária, nos termos do § 1º do art. 99 desta lei.

CAPÍTULO V
DO TEMPO DE SERVIÇO

Art. 102 Será considerado como efetivo exercício:

I - Férias;

II - Afastamento em virtude de casamento, até oito dias;

III - Afastamento em virtude de luto por falecimento de cônjuge,


companheiro, filho, pai, mãe e irmão, até oito dias;

IV - Convocação para júri e outros serviços obrigatórios por lei;

V - Convocação para o serviço militar;

VI - Exercício de cargo em comissão ou função em confiança, em órgão


ou entidade dos Poderes da União, dos Estados, Municípios e Distrito
Federal;

VII - Exercício de cargo ou função de governo ou administração, em


qualquer parte do território nacional, por nomeação do Presidente da
República;

VIII - Participação em programas de treinamento regularmente


instituído, conforme dispuser o regulamento;

IX - Exercício de mandato eletivo federal, estadual, municipal ou do


Distrito Federal, exceto para promoção por merecimento;

X - Missão ou estudo no exterior, quando autorizado o afastamento,


conforme dispuser o regulamento;

XI - Licença à servidora gestante e à adotante.

XII - Licença paternidade;

XIII - Licença para tratamento de saúde;

XIV - Licença para tratamento de pessoa da família, até o limite de


noventa dias por qüinqüênio;

XV - Afastamento para o desempenho de mandato classista, exceto para


efeito de promoção por merecimento;

XVI - Afastamento para capacitação, conforme dispuser o regulamento;

XVII - Participação em competição desportiva nacional ou convocação


para integrar representação desportiva nacional, no País ou no
exterior, conforme disposto em lei específica;

XVIII - Afastamento para servir em organismo internacional de que o


Brasil participe ou com qual coopere;

XIX - Faltas não justificadas, não excedentes de trinta dias, por


qüinqüênio.

Art. 103 Para os efeitos de aposentadoria e disponibilidade será


computado integralmente:

XX - O tempo de serviço público prestado á União, aos Estados,


Distrito Federal e demais Municípios da Federação;

XXI - O tempo correspondente ao desempenho de mandato eletivo


federal, estadual, municipal ou distrital, anterior ao ingresso no
serviço público municipal;

XXII - O tempo de serviço em atividade privada, vinculada ao Regime


Geral de Previdência Social - RPPS.

Art. 104 A apuração do tempo de serviço será feita em dias, que


serão convertidos em anos, considerado o ano como de trezentos e
sessenta e cinco dias.

Art. 105 É vedada a contagem cumulativa de tempo de serviço


prestado concorrente ou simultaneamente, em mais de um cargo ou
função da União, dos Estados, Distrito Federal, Municípios,
Autarquias, Empresas Públicas, Sociedades de Economia Mista,
Fundações instituídas pelo Poder Público e Instituições de caráter
privado que hajam sido convertidas em estabelecimentos de serviço
público.

CAPÍTULO VI
DAS FÉRIAS

Art. 106 O Servidor fará jus a trinta dias consecutivos de férias,


por ano, que podem ser acumuladas, até o máximo de dois períodos, no
caso de necessidade do serviço, ressalvadas as hipóteses em que haja
legislação específica.

§ 1º Para o primeiro período aquisitivo de férias serão exigidos 12


(doze) meses de exercício.

§ 2º É vedado levar à conta de férias qualquer falta injustificada


ao serviço.

Art. 107 O pagamento da remuneração das férias será efetuado antes


do início do respectivo período, de forma que seja efetuado na folha
de pagamento do mês anterior ao mês de fruição.

§ 1º A previsão das férias deverá ser solicitada pelo servidor com


antecedência, conforme programação de férias do órgão em que o
servidor estiver lotado, de forma a garantir o pagamento conforme
previsto no caput deste artigo.
§ 2º O servidor exonerado do cargo efetivo, ou em comissão,
perceberá indenização relativa ao período das férias a que tiver
direito e ao incompleto, na proporção de um doze avos por mês de
efetivo exercício, ou fração superior a quatorze dias.

§ 3º A indenização será calculada com base na remuneração do mês em


que for publicado o ato de exoneração.

Art. 108 O servidor que opera, de forma direta e permanente, com


Raios X ou substâncias radioativas gozará 20 (vinte) dias
consecutivos de férias, por semestre de atividade profissional,
proibida em qualquer hipótese a acumulação.

Art. 109 As férias somente poderão ser interrompidas por motivo de


calamidade pública, comoção interna, convocação para júri, serviço
militar ou eleitoral, ou por necessidade do serviço, declarada pela
autoridade máxima do órgão ou entidade.

Parágrafo Único - O restante do período interrompido será gozado de


uma só vez, observado o disposto no art. 106 desta lei.

Art. 110 Não terá direito a férias o servidor que, no decurso do


período aquisitivo:

I - Tiver obtido licença para tratamento de saúde em pessoa da


família, por período superior a três meses, embora descontínuos;

II - Tiver usufruído afastamento para cursos, por período superior a


seis meses;

III - Estiver em licença por motivo de afastamento do cônjuge ou


licença para tratar de assuntos particulares.

IV - Tiver usufruído qualquer dos afastamentos previstos no art. 105


desta lei, durante todo o período aquisitivo;

§ 1º Nos casos previstos no inciso IV, deste artigo, no que concerne


a afastamentos para cursos, e nas hipóteses do inciso III,
consideram-se usufruídas as férias nos períodos de recesso acadêmico
ocorridos no prazo de duração do afastamento autorizado.

§ 2º Nos demais casos previstos no inciso IV, a responsabilidade


pela concessão das férias, segundo as normas desta lei, será do
titular da unidade administrativa em que o servidor encontrar-se
prestando serviços, seja a que título for.

§ 3º Terá início o decurso de novo período aquisitivo quando, após a


ocorrência de qualquer das condições previstas neste artigo, o
servidor retornar ao serviço.

Art. 111 Atendidas as conveniências da população e dos serviços


públicos, a Administração poderá instituir o sistema de férias
coletivas para os servidores da administração direta, autárquica e
fundacional.

TITULO IV

CAPÍTULO ÚNICO
DA VACÂNCIA DOS CARGOS

SEÇÃO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 112 A vacância do cargo público decorrerá de:

I - Exoneração;

II - Demissão;

III - Aposentadoria;

IV - Falecimento.

Art. 113 A vacância ocorrerá:

I - Na data de publicação do ato de aposentadoria, exoneração ou


demissão do ocupante do cargo.

II - Na data de publicação de ato próprio de declaração da vacância


de cargo decorrente de falecimento do servidor ocupante do cargo.

III - Da data de vigência do ato que criar o cargo e conceder


dotação para seu provimento.

SEÇÃO II
DA EXONERAÇÃO

Art. 114 A exoneração de cargo efetivo dar-se-á a pedido do


servidor, ou de ofício.

Parágrafo Único - A exoneração de ofício dar-se-á quando:

I - Não satisfeitas as condições do estágio probatório;

II - Tendo tomado posse, o servidor não entrar em exercício no prazo


estabelecido.

Art. 115 A exoneração de cargo em comissão e dispensa de função de


confiança dar-se-ão a juízo da autoridade competente ou a pedido do
próprio servidor.

SEÇÃO III
DA DEMISSÃO

Art. 116 A demissão de servidor detentor de cargo efetivo é


aplicada como penalidade, decorrente de processo administrativo e
será mediante ato do Chefe do Poder Executivo Municipal.

Art. 117 A destituição do cargo em comissão exercido por servidor


não ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.
Parágrafo Único - Constatada a hipótese de que trata este artigo, a
exoneração efetuada nos termos do art.115 desta lei, será convertida
em destituição do cargo em comissão.

TÍTULO V
DA ASSISTÊNCIA E PREVIDÊNCIA

CAPÍTULO I
DA PREVIDÊNCIA SOCIAL DO SERVIDOR

Art. 118 Os servidores públicos municipais abrangidos por esta Lei


serão filiados ao Regime Próprio de Previdência Social - RPPS,
conforme a lei dispuser.

Parágrafo Único - É assegurado regime de previdência de caráter


contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente
público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas,
observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e
atuarial.

Art. 119 O Regime Próprio da Previdência Social - RPPS compreende


as seguintes prestações, expressas em benefícios e serviços para o
segurado:

I - Para o servidor:

a) aposentadoria por invalidez;


b) aposentadoria por idade;
c) aposentadoria por tempo de contribuição;

II - Para o dependente:

a) pensão por morte;


b) auxílio reclusão.

CAPÍTULO II
DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS

SEÇÃO I
DA APOSENTADORIA E DA PENSÃO POR MORTE

Art. 120 Os servidores titulares de cargos efetivos quando


aposentados terão seus proventos calculados na forma que a lei
dispuser.

Parágrafo Único - Ao servidor aposentado será paga a gratificação


natalina, no mês de dezembro até o dia 20, em valor equivalente ao
respectivo provento.

Art. 121 Por morte do servidor os dependentes fazem jus a uma


pensão mensal de valor correspondente ao da respectiva remuneração
ou provento, a partir da data de óbito, na forma que a lei dispuser.

SEÇÃO II
DO AUXILIO RECLUSÃO

Art. 122 Á família do servidor ativo é devido o auxílio reclusão,


nos seguintes valores:

I - Dois terços da remuneração, quando afastado por motivo de


prisão, em flagrante ou preventiva, determinada pela autoridade
competente, enquanto perdurar a prisão;

II - Metade da remuneração, durante o afastamento, em virtude de


condenação, por sentença definitiva, a pena que não determine a
perda de cargo.

§ 1º Nos casos previstos no inciso I deste artigo, o servidor terá


direito à integralização da remuneração, desde que absolvido.

§ 2º O pagamento do auxílio reclusão cessará a partir do dia


imediato àquele em que o servidor for posto em liberdade, ainda que
condicional.

CAPÍTULO III
DA ASSISTÊNCIA À SAÚDE

Art. 123 A assistência à saúde do servidor, ativo ou inativo, e de


sua família, compreende assistência médica e hospitalar, e será
administrada por unidade própria, a qual, o servidor poderá filiar-
se, mediante obrigatória contribuição paritária.

CAPÍTULO IV
DO SALÁRIO FAMÍLIA

Art. 124 O salário família é devido ao servidor ativo ou


aposentado, por dependente econômico, nos termos da lei federal.

Art. 125 Considera-se para efeito da percepção do salário família


dependentes econômicos, os filhos sem renda, até 16 (dezesseis) anos
de idade, ou se inválido, de qualquer idade;

§ 1º Não se configura a dependência econômica quando o beneficiário


do salário família perceber rendimento do trabalho ou de qualquer
outra fonte, inclusive pensão ou provento de aposentadoria, em valor
igual ou superior ao salário mínimo.

§ 2º Filho adotivo, enteado, menor sob guarda, e tutelado equiparam-


se aos filhos.

Art. 126 Quando o pai e a mãe forem servidores públicos e viverem


em comum, o salário família será pago a um deles; quando separados,
será pago ao detentor da guarda.

Parágrafo Único - Ao pai e à mãe equiparam-se o padrasto, a


madrasta, e na falta destes, os representantes legais dos incapazes.

Art. 127 O salário família não está sujeito a qualquer tributo,


nem servirá de base para qualquer contribuição, inclusive para a
Previdência Social.

CAPÍTULO V
DO AUXÍLIO FUNERAL
(Regulamentado pelo Decreto nº 3674/2011)

Art. 128 Ao cônjuge, ou na falta deste, à pessoa que provar ter


feito as despesas em virtude do falecimento do servidor, será
concedida, a título de auxílio funeral, a importância correspondente
a 2 (dois) salários mínimos nacional.

Parágrafo Único - O pagamento será efetuado mediante apresentação do


atestado do óbito pelo cônjuge ou pessoa a cujas expensas houver
sido realizado o funeral, ou procurador legalmente habilitado.

Art. 129 Em caso de falecimento do servidor fora do local de


trabalho, a serviço, as despesas de transporte do corpo ocorrerão à
conta dos recursos do Tesouro do Município.

SEÇÃO VI
DO VALE TRANSPORTE

Art. 130 O vale transporte constitui-se em benefício que a


Administração Municipal antecipará aos servidores para utilização
efetiva em despesas de deslocamento residência-trabalho e vice-
versa, conforme dispuser legislação federal.

§ 1º Entende-se como deslocamento a soma dos segmentos componentes


do percurso do beneficiário, por um ou mais meios de transporte,
entre sua residência e o local de trabalho.

§ 2º O servidor para receber o direito deverá informar por escrito


seu endereço residencial, os serviços e os meios de transporte mais
adequados ao seu deslocamento residência-trabalho e vice-versa.

TÍTULO VI
REGIME DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DA ACUMULAÇÃO

Art. 131 Ressalvados os casos previstos na Constituição Federal, é


vedada a acumulação remunerada de cargos, empregos e funções
públicas, ou proventos na Administração Pública, inclusive
Autarquias, Fundações Públicas, Empresas Públicas e Sociedades de
Economia Mista da União, do Distrito Federal, dos Estados e dos
Municípios.

§ 1º A acumulação de cargos, ainda que lícita, fica condicionada à


comprovação da compatibilidade de horários.

§ 2º A acumulação de proventos e vencimentos somente é permitida


quando se tratar de cargos, funções ou empregos públicos acumuláveis
na atividade, na forma permitida pela Constituição Federal.

Art. 132 O servidor não poderá ser remunerado pela participação em


órgão de deliberação coletiva.

Parágrafo Único - O disposto neste artigo não se aplica à


remuneração devida pela participação em conselhos de administração e
fiscal das empresas públicas e sociedades de economia mista, suas
subsidiárias e controladas, bem como quaisquer empresas ou entidades
em que o Município, direta ou indiretamente, detenha participação no
capital social, observado o que dispuser legislação específica.

Art. 133 O servidor que acumular licitamente dois cargos efetivos,


quando investido em cargo em comissão, ficará afastado de ambos os
cargos efetivos, salvo na hipótese em que houver compatibilidade de
horário e local com o exercício de um deles, declarada pelas
autoridades máximas dos órgãos envolvidos.

Art. 134 Detectada a qualquer tempo a acumulação ilegal de cargos,


empregos ou funções públicas, a autoridade a que se tiver ciência da
irregularidade no serviço notificará o servidor, por intermédio de
sua chefia imediata, para apresentar a opção no prazo improrrogável
de dez dias, contados da data da ciência e, na hipótese de omissão,
adotará procedimento sumário para a sua apuração e regularização
imediata.

Parágrafo Único - Constatada a irregularidade a que se refere o


caput desse artigo, o servidor fica obrigado a restituir aos cofres
públicos, os valores recebidos irregularmente, devidamente corrigido
em igual prazo ao que perdurou a irregularidade, sob pena de
inscrição em dívida ativa.

CAPÍTULO II
DOS DEVERES

Art. 135. São deveres do servidor:

I - Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;

II - Ser leal às instituições a que servir;

III - Observar as normas legais e regulamentares;

IV - Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente


ilegais;

V - Atender com presteza:

a) Ao público em geral, prestando as informações requeridas,


ressalvadas às protegidas por sigilo;
b) À expedição de certidões requeridas para defesa de direito ou
esclarecimento de situações de interesse pessoal;
c) Às requisições para a defesa da Fazenda Pública;

VI - Levar ao conhecimento da autoridade superior as irregularidades


de que tiver ciência em razão do cargo;
VII - Zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio
público;

VIII - Guardar sigilo sobre assunto da repartição;

IX - Manter conduta compatível com a moralidade administrativa;

X - Ser assíduo e pontual ao serviço;

XI - Tratar com urbanidade as pessoas;

XII - Representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder;

XIII - Conhecer a legislação aplicável ao seu campo de atividades,


em especial este Estatuto; e

XIV - Manter-se profissionalmente atualizado para o correto


desempenho de suas responsabilidades funcionais.

Parágrafo Único - A representação de que trata o inciso XII será


encaminhada pela via hierárquica e apreciada pela autoridade
superior àquela contra a qual é formulada, assegurando-se ao
representado ampla defesa.

CAPÍTULO III
DAS PROIBIÇÕES

Art. 136 Ao servidor é proibido:

I - Ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia


autorização do chefe imediato;

II - Retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer


documento ou objeto da repartição;

III - Recusar fé a documentos públicos;

IV - Opor resistência injustificada ao andamento de documento e


processo ou execução de serviço;

V - Promover manifestação, individual ou em grupo, de apreço ou


desapreço no recinto da repartição;

VI - Transferir a pessoa estranha à repartição, fora dos casos


previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua
responsabilidade ou de seu subordinado;

VII - Coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a


associação profissional ou sindical, ou a partido político, bem como
participar de campanhas eleitorais e cerimônias religiosas;

VIII - Valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem,


em detrimento da dignidade da função pública;

IX - Participar de gerência ou administração de empresa privada,


sociedade civil, salvo a participação nos conselhos de administração
e fiscal de empresas ou entidades em que o Município detenha, direta
ou indiretamente, participação do capital social, sendo-lhe vedado
exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou
comanditário;

X - Atuar como procurador ou intermediário, junto a repartições


públicas, salvo quando se tratar de benefícios previdenciários ou
assistenciais de parentes até o segundo grau, e de cônjuge ou
companheiro;

XI - Receber propina, comissão ou vantagem de qualquer espécie, em


razão de suas atribuições;

XII - Aceitar comissão, emprego ou pensão de Estado estrangeiro;

XIII - Praticar usura sob qualquer de suas formas;

XIV - Proceder de forma desidiosa;

XV - Utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em


serviços ou atividades particulares ou de interesse de terceiros,
respeitadas as previsões legais;

XVI - Transferir a outro servidor atribuições estranhas ao cargo que


ocupa, exceto em situações de emergência e transitórias;

XVII - Exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o


exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho.

XVIII - Recusar-se a atualizar seus dados cadastrais quando


solicitado.

XIX - Desenvolver cargo ou função no mesmo departamento,


concomitantemente com cônjuge, companheiro ou parente até o segundo
grau civil.

CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES

Art. 137 O servidor responde civil, penal e administrativamente


pelo exercício irregular de suas atribuições.

Art. 138 A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou


comissivo, doloso ou culposo, que resulte em prejuízo ao erário ou a
terceiros.

§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente


será liquidada na forma prevista nesta lei, na falta de outros bens
que assegurem a execução do débito pela via judicial.

§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor


perante a Fazenda Pública, em ação regressiva.

§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e


contra eles será executada, até o limite do valor da herança
recebida.
Art. 139 A responsabilidade penal abrange os crimes e
contravenções imputadas ao servidor, nessa qualidade.

Art. 140 A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato


omissivo ou comissivo praticado no desempenho do cargo ou função.

Art. 141 As sanções civis, penais e administrativas poderão


cumular-se, sendo independentes entre si.

Art. 142 A responsabilidade administrativa do servidor será


afastada no caso de absolvição criminal que negue a existência do
fato ou sua autoria.

CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES

Art. 143 São penalidades disciplinares:

I - Advertência;

II - Suspensão;

III - Demissão;

IV - Cassação de aposentadoria ou disponibilidade;

V - Destituição de cargo em comissão;

VI - Destituição de função de confiança.

VII - ...

Art. 144 Na aplicação das penalidades serão consideradas a


natureza e a gravidade da infração cometida, os danos que dela
provierem para o serviço público, as circunstâncias agravantes ou
atenuantes e os antecedentes funcionais.

Parágrafo Único - O ato de imposição da penalidade mencionará sempre


o fundamento legal e a causa da sanção disciplinar.

Art. 145 A advertência será aplicada por escrito, nos casos de


violação de proibição constante do art. 136, incisos I a VIII e XIX,
desta Lei e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de
penalidade mais grave.

Art. 146 A suspensão será aplicada em caso de reincidência das


faltas punidas com advertência e de violação das demais proibições
que não tipifiquem infração sujeita a penalidade de demissão, não
podendo exceder de 90 (noventa) dias.

§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias, o servidor


que, injustificadamente, recusar-se a ser submetido à inspeção
médica determinada pela autoridade competente, cessando os efeitos
da penalidade uma vez cumprida a determinação.

§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de


suspensão poderá ser convertida em multa, na base de 50% (cinqüenta
por cento) por dia de vencimento ou remuneração, ficando o servidor
obrigado a permanecer em serviço.

Art. 147 As penalidades de advertência e de suspensão terão seus


registros cancelados, após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de
efetivo exercício, respectivamente, se o servidor não houver nesse
período, praticado nova infração disciplinar.

Parágrafo Único - O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos


retroativos.

Art. 148 A demissão será aplicada nos seguintes casos:

I - Crime contra a administração pública;

II - Abandono de cargo;

III - Inassiduidade habitual;

IV - Improbidade administrativa;

V - Incontinência pública e conduta escandalosa, na repartição;

VI - Insubordinação grave em serviço;

VII - Ofensa física, em serviço, a servidor ou a particular, salvo


em legítima defesa própria ou de outrem;

VIII - Aplicação irregular de dinheiros públicos;

IX - Revelação de segredo do qual se apropriou em razão do cargo;

X - Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio público;

XI - Corrupção;

XII - Acumulação ilegal de cargos, empregos ou funções públicas, em


relação a atividade irregularmente exercida;

XIII - Transgressão dos incisos IX a XVI do art. 136 desta lei.

XIV - ...

Art. 149 Será cassada a aposentadoria ou a disponibilidade do


inativo que houver praticado, na atividade, falta punível com a
demissão.

Art. 150 A destituição de cargo em comissão exercido por não


ocupante de cargo efetivo será aplicada nos casos de infração
sujeita às penalidades de suspensão e de demissão.

Parágrafo Único - Constatada a hipótese de que trata este artigo, a


exoneração efetuada nos termos do art. 115 será convertida em
destituição de cargo em comissão.

Art. 151 A demissão ou a destituição de cargo em comissão, nos


casos dos incisos IV, VIII, X e XI do art. 148, implica a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem prejuízo
da ação penal cabível.

Art. 152 A demissão, ou a destituição de cargo em comissão por


infringência dos incisos IX e XI art. 136, incompatibiliza o ex-
servidor para nova investidura em cargo público municipal, pelo
prazo de 5 (cinco) anos.

Parágrafo Único - Não poderá retornar ao serviço público municipal o


servidor que for demitido ou destituído do cargo em comissão por
infringência dos incisos I, IV, VIII, X e XI do art. 148.

Art. 153 Configura abandono de cargo a ausência intencional do


servidor ao serviço por mais de trinta dias consecutivos, após
esgotados todos os meios legais para a sua notificação pessoal.

Art. 154 Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço,


sem causa justificada, por trinta dias, interpoladamente, durante o
período de doze meses.

Art. 155 As penalidades disciplinares serão aplicadas:

I - Pela autoridade máxima, quando se tratar de demissão e cassação


de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado aos
respectivos poderes a que estiverem vinculados;

II - Pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente


inferior àquelas mencionadas no inciso anterior, quando se tratar de
suspensão superior a 30 (trinta) dias;

III - Pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos


respectivos regimentos ou regulamentos, nos casos de advertência ou
de suspensão de até 30 (trinta) dias;

IV - Pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar


de destituição de cargo em comissão.

Art. 156 A ação disciplinar prescreverá:

I - Em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão,


cassação de aposentadoria ou disponibilidade e destituição de cargo
em comissão;

II - Em 2 (dois) anos, quanto à suspensão;

III - Em 180 (cento e oitenta) dias, quanto à advertência.

IV - ....

§ 1º O prazo de prescrição começa a correr da data em que o fato se


tornou conhecido.

§ 2º Os prazos de prescrição previstos na lei penal aplicam-se às


infrações disciplinares capituladas também como crime.

§ 3º A abertura de sindicância ou a instauração de processo


disciplinar interrompe a prescrição, até a decisão final proferida
por autoridade competente.

§ 4º Interrompido o curso da prescrição, o prazo começará a correr a


partir do dia em que cessar a interrupção.

TÍTULO VII
CAPITULO ÚNICO

Do Direito de Petição

Art. 157 É assegurado ao servidor o direito de peticionar ao Poder


Público, em defesa de direito ou interesse legítimo.

§ 1º O requerimento será dirigido à autoridade competente para


decidir e encaminhado por intermédio daquela, a que estiver
imediatamente subordinado o requerente.

§ 2º Cabe pedido de reconsideração à autoridade que houver expedido


o ato ou proferida a primeira decisão, não podendo ser renovado.

§ 3º O requerimento e o pedido de reconsideração deverão ser


despachados no prazo de 5 (cinco) dias e decididos dentro de 30
(trinta) dias.

Art. 158 Caberá recurso:

I - Do indeferimento do pedido de reconsideração;

II - Das decisões sobre os recursos sucessivamente interpostos.

§ 1º O recurso será dirigido à autoridade imediatamente superior à


que tiver expedido o ato ou proferido a decisão, e, sucessivamente,
em escala ascendente, às demais autoridades.

§ 2º O recurso será encaminhado por intermédio da autoridade a que


estiver imediatamente subordinado o requerente.

Art. 159 O prazo para interposição de pedido de reconsideração ou


de novo recurso é de 30 (trinta) dias, a contar da publicação ou da
ciência, pelo interessado, da decisão recorrida.

Art. 160 O recurso poderá ser recebido, com efeito, suspensivo, a


critério da autoridade competente.

Parágrafo Único - Em caso de provimento do pedido de reconsideração


ou do recurso, os efeitos da decisão retroagirão à data do ato
impugnado.

Art. 161 O direito de requerer prescreve:

I - Em 5 (cinco) anos, quanto aos atos de demissão e de cassação de


aposentadoria ou disponibilidade, ou que afetem interesse
patrimonial e créditos resultantes das relações de trabalho;

II - Em 120 (cento e vinte) dias, nos demais casos, salvo quando


outro prazo for fixado em lei.

Parágrafo Único - O prazo de prescrição será contado da data da


publicação do ato impugnado ou da data da ciência pelo interessado,
quando o ato não for publicado.
Art. 162 O pedido de reconsideração e o recurso, quando cabíveis,
interrompem a prescrição.

Art. 163 A prescrição é de ordem pública, não podendo ser relevada


pela administração.

Art. 164 Para o exercício do direito de petição, é assegurada


vista do processo ou documento, na repartição, ao servidor ou a
procurador por ele constituído.

Art. 165 A administração deverá rever seus atos, a qualquer tempo,


quando eivados de ilegalidade.

Art. 166 São peremptórios e improrrogáveis os prazos estabelecidos


neste Capítulo, salvo motivo de força maior.

TÍTULO VIII
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 167 A autoridade que tiver ciência de irregularidade no


serviço público municipal é obrigada, sob pena de se tornar co-
responsável, a promover a sua apuração imediata.

Parágrafo Único - A apuração de que trata o caput deste artigo, por


solicitação da autoridade a que se refere, poderá ser promovida por
outra, de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido a
irregularidade, mediante competência específica para tal fim,
delegada em caráter permanente ou temporário pela autoridade máxima
dos diferentes poderes, preservadas as competências para o
julgamento que se seguir à apuração.

Art. 168 A apuração poderá ser efetuada:

I - Por meio de processo administrativo, sem preliminar, quando a


falta for confessada, documentalmente provada ou manifestamente
evidente.

II - De modo sumário, quando a falta for confessada, documentalmente


provada ou manifestamente evidente, e o caso seja configurado como
Acumulação de Remuneração de Cargos Públicos, da Inassiduidade
Habitual e do Abandono de Cargo, ou ainda para aplicação das
penalidades previstas nos incisos I e II do art. 143.

III - Mediante sindicância, como condição de imposição de


penalidade, ou como condição preliminar à instauração de processo
administrativo, desde que não ocorra qualquer das hipóteses
formuladas no inciso I deste artigo.

IV - ....

Art. 169 As denúncias sobre irregularidades serão objeto de


apuração, desde que contenham a identificação e o endereço do
denunciante e sejam formuladas por escrito, confirmada a
autenticidade.

Parágrafo Único - Quando o fato narrado não configurar evidente


infração disciplinar ou ilícito penal, a denúncia será arquivada,
por falta de objeto.

CAPÍTULO II
DO PROCEDIMENTO SUMÁRIO

Art. 170 Processo Administrativo Disciplinar de modo sumário não


excederá a trinta dias, contados da data de publicação do ato que
constituir a comissão, admitida a sua prorrogação até quinze dias,
quando as circunstâncias o exigirem.

Art. 171 O procedimento sumário se desenvolverá nas seguintes


fases:

I - Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão,


a ser composta por dois servidores estáveis, e simultaneamente
indicar a autoria e a materialidade da transgressão objeto da
apuração;

II - Instrução sumária, que compreende indicação, defesa e


relatório;

III - Julgamento.

IV - ....

§ 1º A indicação da autoria de que trata o inciso I dar-se-á pelo


nome e matricula do servidor e a modalidade:

I - No caso de acumulação de remuneração de cargos públicos pela


descrição dos cargos, empregos ou funções públicas em situação de
acumulação ilegal, dos órgãos ou entidades de vinculação, das datas
de ingresso, do horário de trabalho e do correspondente regime
jurídico.

II - Na hipótese de abandono de cargo pela indicação precisa do


período de ausência intencional do servidor ao serviço superior a
trinta dias.

III - No caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de


falta ao serviço sem causa justificada, por período igual ou
superior a trinta dias interpoladamente, durante o período de doze
meses.

IV - ...

Art. 172 A comissão lavrará, até três dias após a publicação do


ato que a constituiu, termo de indicação em que serão transcritas a
autoria e a materialidade da transgressão, bem como promoverá a
citação pessoal do servidor indiciado, ou por intermédio de sua
chefia imediata, para, no prazo de cinco dias, apresentar defesa
escrita.

§ 1º Assegurando-se ao indiciado ou a procurador por ele constituído


vistas do processo na repartição.

§ 2º Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será


citado por edital, publicado em jornal de grande circulação na
localidade do último domicílio conhecido.

§ 3º Considerar-se revel o indiciado que, regularmente citado, não


apresentar defesa no prazo legal.

§ 4º A opção pelo servidor até o último dia de prazo para defesa


configurará sua boa-fé, hipótese em que se converterá,
automaticamente, em pedido de exoneração do outro cargo.

Art. 173 Apresentada à defesa, a comissão elaborará relatório


conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do servidor, em
que resumirá as peças principais dos autos, indicará o respectivo
dispositivo legal e opinará sobre:

I - A licitude da acumulação de remuneração de cargos em exame.

II - A intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta


dias ou da inassiduidade habitual.

Art. 174 A comissão remeterá o relatório conclusivo à autoridade


instauradora para julgamento.

§ 1º No prazo de cinco dias contados do recebimento do processo, a


autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 2º Caracterizada a ilegalidade e provada a má-fé, aplicar-se-á a


pena de demissão, destituição ou cassação da aposentadoria, pela
autoridade máxima julgadora.

CAPÍTULO III
DA SINDICÂNCIA

Art. 175 Da sindicância poderá resultar:

I - Arquivamento do processo;

II - Aplicação de penalidade de advertência ou suspensão de até 30


(trinta) dias;

III - Instauração de processo administrativo disciplinar.

Parágrafo Único - O prazo para conclusão da sindicância não excederá


30 (trinta) dias, podendo ser prorrogado por igual período, a
critério da autoridade superior.

Art. 176 Sempre que o ilícito praticado pelo servidor ensejar a


imposição de penalidade de suspensão por mais de 30 (trinta) dias,
de demissão, cassação de aposentadoria ou disponibilidade, ou
destituição de cargo em comissão, será obrigatória a instauração de
processo administrativo disciplinar.

CAPÍTULO IV
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO

Art. 177 Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha
a influir na apuração da irregularidade, a autoridade instauradora
do processo administrativo disciplinar, poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta)
dias, sem prejuízo da remuneração.

Parágrafo Único - O afastamento poderá ser prorrogado por igual


período, findo o qual cessarão os seus efeitos, ainda que não
concluído o processo.

CAPÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR

Art. 178 O processo disciplinar é o instrumento destinado a apurar


responsabilidade de servidor por infração praticada no exercício de
suas atribuições, ou que tenha relação com as atribuições do cargo
em que se encontre investido.

Art. 179 O processo disciplinar será conduzido por comissão


composta de três servidores estáveis, designados pela autoridade
competente, observando o disposto no parágrafo único do art. 167,
que indicará, dentre eles, o seu presidente, que deverá ser ocupante
de cargo efetivo superior ou de mesmo nível, ou ter nível de
escolaridade igual ou superior ao do indiciado.

§ 1º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de


inquérito, cônjuge, companheiro ou parente do acusado, consangüíneo
ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.

§ 2º O indiciado deverá alegar suspeição ou impedimentos dos membros


da comissão, na primeira oportunidade em que tiver para se
manifestar no processo.

Art. 180 A Comissão exercerá suas atividades com independência e


imparcialidade, assegurado o sigilo necessário à elucidação do fato
ou exigido pelo interesse da administração.

Parágrafo Único - As reuniões e as audiências das comissões terão


caráter reservado.

Art. 181 O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:

I - Instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;

II - Inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e


relatório;

III - Julgamento.

IV - ...

Art. 182 O prazo para a conclusão do processo disciplinar não


excederá 60 (sessenta) dias, contados da data de publicação do ato
que constituir a comissão, admitida a sua prorrogação por igual
período, quando as circunstâncias o exigirem.

§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos


seus trabalhos, ficando seus membros dispensados do ponto, até a
entrega do relatório final.

§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão


detalhar as deliberações adotadas.

SEÇÃO I
DO INQUÉRITO

Art. 183 O inquérito administrativo obedecerá ao princípio do


contraditório, assegurada ao acusado ampla defesa, com a utilização
dos meios e recursos admitidos em direito.

Art. 184 Os autos da sindicância integrarão o processo


disciplinar, como peça informativa da instrução.

Parágrafo Único - Na hipótese de o relatório da sindicância concluir


que a infração está capitulada como ilícito penal, a autoridade
competente encaminhará cópia dos autos ao Ministério Público,
independentemente da imediata instauração do processo disciplinar.

Art. 185 Na fase do inquérito, a comissão promoverá a tomada de


depoimentos, acareações, investigações e diligências cabíveis,
objetivando a coleta de provas, recorrendo, quando necessário, a
técnicos e peritos, de modo a permitir a completa elucidação dos
fatos.

Art. 186 É assegurado ao servidor o direito de acompanhar o


processo pessoalmente ou por intermédio de procurador, arrolar e
reinquirir testemunhas, produzir provas e contraprovas e formular
quesitos, quando se tratar de prova pericial.

§ 1º O presidente da comissão poderá denegar pedidos considerados


impertinentes, meramente protelatórios, ou de nenhum interesse para
o esclarecimento dos fatos.

§ 2º Será indeferido o pedido de prova pericial, quando a


comprovação do fato independer de conhecimento especial de perito.

Art. 187 As testemunhas serão intimadas a depor mediante mandado


expedido pelo presidente da comissão, devendo a segunda via, com o
ciente do intimado, ser anexada aos autos.

Parágrafo Único - Se a testemunha for servidor público, a expedição


do mandado será imediatamente comunicada ao chefe da repartição onde
serve, com a indicação do dia e hora marcados para inquirição.

Art. 188 O depoimento será prestado oralmente e reduzido a termo,


não sendo lícito à testemunha trazê-lo por escrito.

§ 1º As testemunhas serão inquiridas separadamente.

§ 2º Na hipótese de depoimentos contraditórios ou que se infirmem,


proceder-se-á a acareação entre os depoentes.
Art. 189 Concluída a inquirição das testemunhas, a comissão
promoverá o interrogatório do acusado, observados os procedimentos
previstos no artigo 188.

§ 1º No caso de mais de um acusado, cada um deles será ouvido


separadamente, e sempre que divergirem em suas declarações sobre
fatos ou circunstâncias, será promovida a acareação entre eles.

§ 2º O procurador do acusado poderá assistir ao interrogatório, bem


como à inquirição das testemunhas, sendo-lhe vedado interferir nas
perguntas e respostas, facultando-se-lhe, porém, reinquiri-las, por
intermédio do presidente da comissão.

Art. 190 Quando houver dúvida sobre a sanidade mental do acusado,


a comissão proporá à autoridade competente que ele seja submetido a
exame por junta médica oficial, da qual participe pelo menos um
médico psiquiatra.

Parágrafo Único - O incidente de sanidade mental será processado em


auto apartado e apenso ao processo principal, após a expedição do
laudo pericial.

Art. 191 Tipificada a infração disciplinar, será formulada a


indiciação do servidor, com a especificação dos fatos a ele
imputados e das respectivas provas.

§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da


comissão para apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias,
assegurando-se-lhe vistas do processo na repartição.

§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20


(vinte) dias.

§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para


diligências reputadas indispensáveis.

§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da


citação, o prazo para defesa contar-se-á da data declarada, em termo
próprio, pelo membro da comissão que fez a citação, com a assinatura
de 2 (duas) testemunhas.

Art. 192 O indiciado que mudar de residência fica obrigado a


comunicar à comissão o lugar onde poderá ser encontrado.

Art. 193 Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido,


será citado por edital, publicado em jornal de grande circulação na
localidade do último domicílio conhecido, para apresentar defesa.

Parágrafo Único - Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será


de 15 (quinze) dias a partir da publicação do edital.

Art. 194 Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente


citado, não apresentar defesa no prazo legal.

§ 1º A revelia será declarada por termo nos autos.

§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do


processo designará um servidor como defensor dativo, que deverá ser
ocupante de cargo efetivo superior ou do mesmo nível, ou ter nível
de escolaridade igual ou superior ao do indiciado, sendo neste caso,
reaberto o prazo para apresentação da defesa.

Art. 195 Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório


minucioso, onde resumirá as peças principais dos autos e mencionará
as provas em que se baseou para formar a sua convicção.

§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à


responsabilidade do servidor.

§ 2º Reconhecida à responsabilidade do servidor, a comissão indicará


o dispositivo legal ou regulamentar transgredido, bem como, as
circunstâncias agravantes ou atenuantes.

Art. 196 O processo disciplinar, com o relatório da comissão, será


remetido, em prazo não superior a 60 (sessenta) dias, à autoridade
que determinou a sua instauração, para julgamento.

SEÇÃO II
DO JULGAMENTO

Art. 197 No prazo de 20 (vinte) dias, contados do recebimento do


processo, a autoridade julgadora proferirá a sua decisão.

§ 1º Se a penalidade a ser aplicada exceder a alçada da autoridade


instauradora do processo, este será encaminhado à autoridade
competente, que decidirá em igual prazo.

§ 2º Havendo mais de um indiciado e diversidade de sanções, o


julgamento caberá à autoridade competente para a imposição da pena
mais grave.

§ 3º Se a penalidade prevista for à demissão ou cassação de


aposentadoria ou disponibilidade, o julgamento caberá à autoridade
máxima dos diferentes poderes.

§ 4º Reconhecida pela comissão à inocência do servidor, a autoridade


instauradora do processo determinará o seu arquivamento, salvo se
flagrantemente contrária à prova dos autos.

Art. 198 O julgador acatará o relatório da comissão, salvo quando


contrário às provas dos autos.

Parágrafo Único - Quando o relatório da comissão contrariar as


provas dos autos, a autoridade julgadora poderá, motivadamente,
agravar a penalidade proposta, abrandá-la ou isentar o servidor de
responsabilidades.

Art. 199 Verificada a ocorrência de vício insanável, a autoridade


que determinou a instauração do processo ou outra de hierarquia
superior, declarará a sua nulidade, total ou parcial, e ordenará, no
mesmo ato, a constituição de outra comissão para instauração do novo
processo.

§ 1º O julgamento fora do prazo legal não implica nulidade do


processo.
§ 2º A autoridade julgadora que der causa à prescrição de que trata
o art. 161, será responsabilizada na forma dos artigos 137 a 156
desta lei.

Art. 200 Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade


julgadora determinará o registro do fato nos assentamentos
individuais do servidor.

Art. 201 Quando a infração estiver capitulada como crime, o


processo disciplinar será remetido ao Ministério Público para
instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.

Art. 202 O servidor que responder a processo disciplinar só poderá


ser exonerado a pedido, ou aposentado voluntariamente, após a
conclusão do processo e o cumprimento da penalidade, caso aplicada.

Parágrafo Único - Ocorrida à exoneração de que trata o parágrafo


único, inciso I, do art. 114, o ato será convertido em demissão, se
for o caso.

SEÇÃO III
DA REVISÃO DO PROCESSO

Art. 203 O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer


tempo, a pedido ou de ofício, quando se aduzirem fatos novos ou
circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência do punido ou a
inadequação da penalidade aplicada.

§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do


servidor, qualquer pessoa da família poderá requerer a revisão do
processo.

§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será


requerida pelo respectivo curador.

Art. 204 No processo revisional, o ônus da prova cabe ao


requerente.

Art. 205 A simples alegação de injustiça da penalidade não


constitui fundamento para a revisão, que requer elementos novos,
ainda não apreciados no processo originário.

Art. 206 O requerimento de revisão do processo será dirigido ao


Secretário Municipal ou autoridade equivalente, que, se autorizar à
revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do órgão ou entidade onde
se originou o processo disciplinar.

Parágrafo Único - Deferida a petição, a autoridade competente


providenciará a constituição de comissão, na forma do art. 179 desta
Lei.

Art. 207 A revisão correrá em apenso ao processo originário.

Parágrafo Único - Na petição inicial, o requerente pedirá dia e hora


para a produção de provas e inquirição das testemunhas que arrolar.
Art. 208 A comissão revisora terá 60 (sessenta) dias para a
conclusão dos trabalhos.

Art. 209 Aplicam-se aos trabalhos da comissão revisora, no que


couber, as normas e procedimentos próprios da comissão do processo
disciplinar.

Art. 210 O julgamento caberá à autoridade que aplicou a


penalidade, nos termos do art. 155 desta Lei.

Parágrafo Único - O prazo para julgamento será de 20 (vinte) dias,


contados do recebimento do processo, no curso do qual a autoridade
julgadora poderá determinar diligências.

Art. 211 Julgada procedente a revisão, será declarada sem efeito a


penalidade aplicada, restabelecendo-se todos os direitos do
servidor, exceto em relação à destituição de cargo em comissão, que
será convertida em exoneração.

Parágrafo Único - Da revisão do processo não poderá resultar


agravamento de penalidade.

TÍTULO IX

CAPÍTULO ÚNICO
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 212 O Dia do Servidor Público Municipal será comemorado a


vinte e oito de outubro.

Art. 213 Anualmente, no dia vinte e oito de outubro, os Chefes dos


poderes municipais atribuirão, diplomas diferenciados, aos seus
respectivos servidores que tenham completado 10 (dez), 15 (quinze),
20 (vinte), 25 (vinte cinco), 30 (trinta) e 35 (trinta e cinco) anos
de serviço prestados ao Município.

Art. 214 Os prazos previstos nesta Lei serão contados em dias


corridos, excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do
vencimento, ficando prorrogado, para o primeiro dia útil seguinte, o
prazo vencido em dia em que não haja expediente.

Art. 215 Poderão ser instituídos, no âmbito do Poder Executivo, os


seguintes incentivos funcionais, além daqueles já previstos nos
respectivos Planos de carreira:

I - Prêmios pela apresentação de idéias, inventos ou trabalhos que


favoreçam o aumento de produtividade e a redução dos custos
operacionais;

II - Concessão de medalhas, diplomas de honra ao mérito,


condecoração e elogio.

Art. 216 Por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica


ou política, o servidor não poderá ser privado de quaisquer dos seus
direitos, sofrer discriminação em sua vida funcional, nem se eximir
do cumprimento de seus deveres.
Art. 217 Ao servidor público civil é assegurado, nos termos da
Constituição Federal, o direito à livre associação sindical e os
seguintes direitos, entre outros, dela decorrentes:

I - De ser representado pelo sindicato, inclusive como substituto


processual;

II - De inamobilidade do dirigente sindical, até um ano após o final


do mandato, exceto se a pedido;

III - De descontar em folha, sem ônus para a entidade sindical a que


for filiado, o valor das mensalidades e contribuições definidas em
assembléia geral da categoria;

IV - ...

Art. 218 A data base de reposição salarial fica fixada em 1º de


maio de cada ano, sem distinção de índices entre as diversas
categorias que compõe o quadro funcional do Município. (Vide Lei nº
948/2008)

TÍTULO X
CAPÍTULO ÚNICO

Das Disposições Transitórias e Finais

Art. 219 Os atuais funcionários municipais, ocupantes de empregos


públicos com regime jurídico definido pela Consolidação das Leis do
Trabalho - CLT, terão seus empregos transformados em cargos
públicos.

§ 1º A relação de empregos públicos transformados em cargos públicos


de trata o "caput" deste artigo, são as constantes nos diferentes
planos de cargos e salários dos atuais servidores e os abrangidos
pela Lei Municipal nº 726, de 21 de junho de 2004.

§ 2º Os servidores públicos beneficiados pelo caput deste artigo,


passam a integrar o Quadro Provisório, mantida a atual remuneração,
até o enquadramento nos respectivos planos de carreira.

§ 3º O enquadramento desses servidores na nova carreira dar-se-á


mediante critérios a serem definidos nos Planos de Carreiras.

§ 4º Os ocupantes de empregos temporários não se incluem no regime


desta Lei.

Art. 220 O disposto no art. 218 desta Lei, terá sua data inicial a
partir de 1º de maio de 2008.

Art. 221 O Chefe do Poder Executivo designará comissão paritária,


que deverá avaliar as propostas de regulamentação, monitorar os
procedimentos de implantação deste Estatuto e proceder a divulgação
junto aos servidores municipais de seus direitos e deveres.

Art. 222 São isentos de taxas, emolumentos, custas de


requerimentos, certidões e outros papéis que, na esfera
administrativa, interessarem ao servidor, ativo ou inativo, nessa
qualidade.

Art. 223 Os casos omissos nesta Lei serão resolvidos, por analogia
como o disposto nos estatutos dos servidores públicos estaduais e
federais e respectiva legislação complementar.

Art. 224 Esta Lei entra em vigor no dia 1º de janeiro de 2007, com
efeitos financeiros a partir do primeiro dia do mês subseqüente.

Art. 225 Fica revogada a Lei Municipal nº 008/89, de 27/06/89.

Palácio Vinte e Nove de Janeiro, edifício Prefeito Antonio Alceu


Zielonka, em 20 de dezembro de 2006.

Gabriel Jorge Samaha


Prefeito Municipal

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