1-Cimento Portland

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CAPÍTULO I - MATERIAIS PARA CONCRETO DE CIMENTO

PORTLAND

Os principais materiais empregados em pavimentos de concreto de cimento


portland, incluindo o Whitetopping, são o cimento portland, agregados
graúdos, agregados miúdos, água, aditivos e materiais selantes de junta.

Nesta seção são apresentados os tipos destes materiais mais adequados ao


concreto do pavimento e o modo de aferir suas qualidades por meio de
procedimentos, métodos de ensaio e critérios para a seleção de fornecedores.

O estudo dos materiais foi subdividido nos seguintes itens:

1 - Estudo do Cimento Portland

2 - Estudo dos Agregados

3 - Estudo da Água de Amassamento

4 - Estudo dos Aditivos

5 - Estudos dos Materiais Selantes de Juntas

6 - Estudo do Concreto

Em cada um desses itens são descritos os aspectos peculiares que o material


deve apresentar quando empregado em obras de pavimentação, os critérios
para a seleção de fontes ou de fornecedores, os procedimentos para a sua
caracterização tecnológica e os textos de normas complementares para
qualificação desses materiais, tendo em vista a inexistência de normas
brasileiras NBR e normas do DNER para esses assuntos.
1 - ESTUDO DO CIMENTO PORTLAND

1.1 - Introdução

Para a execução dos pavimentos de concreto e Whitetopping não são feitas


exigências especiais quanto ao tipo, marca e índices físicos e químicos do
Cimento Portland. A escolha do tipo ou marca do cimento mais
conveniente, quando esta escolha for possível, poderá trazer maior
economia para a obra, além de maior qualidade e durabilidade pela
redução da probabilidade de fissuração.

1.2 - Seleção das Fontes de Abastecimento

O cimento, diferentemente das rochas, cujas características são


determinadas por processos naturais, tem suas características, dentro de
limites bastante variáveis, originadas por formulações do produtor.

Certas características específicas dos cimentos conferem às argamassas e


concretos variações de desempenho, que podem vir a ser técnica e
economicamente significativas.

Por essa razão, as entidades normativas especificam tipos de cimentos


baseados nessas características, que devem ser escolhidos criteriosamente
em função do tipo de obra a ser executada.

Os fabricantes de cimento produzem, então, de acordo com a localização


de cada fábrica e a facilidade de obter insumos, os tipos cujos custos são
os mais baratos, desde que aceitos pelo mercado.

Portanto, o primeiro critério para seleção dos fornecedores de cimento diz


respeito à disponibilidade do tipo adequado a uma determinada obra.
Esse tipo adequado será relacionado às características do meio ambiente,
dos outros constituintes do concreto e do sistema construtivo previsto.

No entanto, as variações das formulações, ou as matérias primas utilizadas


na produção do cimento, podem provocar oscilações em suas
características, caso não haja por parte do produtor um rigoroso controle
de qualidade ou programa de manutenção.

Assim, o segundo critério para seleção dos fornecedores diz respeito à


variação das característica do produto, ou seja, à manutenção da
homogeneidade do produto ao longo do tempo.

Para essa seleção deverá ser feito o cotejo dos resultados obtidos na
avaliação das características do cimento, com as observações de seu
desempenho nos ensaios em argamassas e concretos, fato que determinará:

- a classe do cimento escolhido;

- a eficiência do cimento no concreto (medida na idade de 28 dias, em


MPa por kg/m3 de consumo);

- as características adicionais não contempladas nas especificações.

A escolha será feita levando-se em consideração ensaios conjuntos com os


demais constituintes do concreto, visando obter concretos mais
econômicos e com menor suscetibilidade à fissuração e à exsudação.

Para o acompanhamento da execução, deverão ser avaliadas as


características exigíveis da especificação correspondente e as adicionais,
quando o projeto determinar sua necessidade.

Objetivando assegurar a continuidade do suprimento à obra, sempre que o


volume da obra permitir e houver disponibilidade de fornecedores a
distâncias economicamente viáveis, deverão ser selecionadas, no mínimo,
duas fontes de fornecimento.

1.3 - Caracterização Tecnológica

Na fase de anteprojeto as características da qualidade dos cimentos devem


ser obtidas por coleta de informações junto aos próprios fabricantes.

Como o cimento no Brasil é produzido sob marca de conformidade da


ABNT, ou seja, em razão de um programa de controle de qualidade, a
ABNT poderá informar se os cimentos em estudo para uso na obra
obedecem às exigências das especificações correspondentes.

Assim, a menos de disposições especiais, tem-se a garantia da ABNT de


que a qualidade do cimento segue as normas em vigor, não havendo
necessidade de ensaios de caracterização para efeito de pré-seleção de
fornecedores, nesta fase de anteprojeto.

A caracterização tecnológica na fase de projeto deverá ser feita segundo


prescrições da especificação correspondente ao tipo de cimento escolhido.

Os contratos de fornecimento, portanto, deverão contemplar tais


prescrições.

Deve-se ressaltar, entretanto, que em contratos objetivando o fornecimento


contínuo por vários meses, a introdução de cláusulas especiais de controle
de uniformidade tem se mostrado conveniente.

Essas cláusulas são imprescindíveis para a obtenção de informações


necessárias à correta interpretação dos ensaios e à constatação da
manutenção das características do produto ao longo do tempo.
Durante a obra é aconselhável que os lotes, antes de liberados pelo
produtor, sejam submetidos a inspeção na própria fábrica, procedimento
que não dispensaria o controle de recepção a ser executado no laboratório
da obra ou de terceiros.

Não sendo estabelecido nenhum critério especial, a amostragem deverá


seguir os princípios da NBR 5741, Extração e Preparação de Amostras -
Cimento Portland.

Objetivando, por outro lado, compatibilizar características diferentes dos


cimentos produzidos por mais de uma fonte com as necessidades da obra,
a utilização de mistura de cimentos diferentes deverá, quando for o caso,
ser prevista na especificação da obra, onde serão estabelecidas as
condições para realização dessa mistura.

O Quadro 1 e o Quadro 2 mostram, respectivamente, a nomenclatura


atualizada e as exigências físicas e mecânicas dos cimentos portland.

2.4 - Normas

Para a seleção das fontes de abastecimento e qualificação do Cimento


Portland, deverão ser adotadas as normas brasileiras relacionadas e a
norma complementar designada por DNER 3 - Cimento Portland -
Especificação, apresentada no Manual de Pavimentos Rígidos do DNER,
Volume 1.
QUADRO 1 - Nomenclatura dos cimentos portland em 1997
QUADRO 2 - Exigências físicas e
mecânicas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE CIMENTO PORTLAND


(ABCP). Guia básico de utilização do cimento portland. BT-106.
São Paulo, junho de 1998.

2. DEPARTAMENTO NACIONAL DE ESTRADAS DE RODAGEM


(DNER). Manual de Pavimento Rígidos, Volume 1. Rio de Janeiro
(RJ), 1989.

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