Economia A 11 - As Relações Económicas Com o Resto Do Mundo
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Economia A 11 - As Relações Económicas Com o Resto Do Mundo
As empresas exportadoras de bens perspetivam um crescimento nominal de 4,3% das suas exportações em 2019
face ao ano anterior. Excluindo os Combustíveis e lubrificantes, o aumento esperado é de 4,4% em 2019. As
empresas esperam um acréscimo de 3,2% nas exportações para os mercados Extra-UE e de 4,6% para os países
Intra-UE. Estes valores apresentam uma desaceleração face às perspetivas indicadas pelas empresas para 2018.
Em parte, a desaceleração esperada estará relacionada com o efeito do Brexit. Cerca de 17% das empresas
antecipam um impacto negativo nas suas exportações. Estas empresas representaram 21% das exportações de
bens em 2017.
Por Grandes Categorias Económicas (CGCE) salientam-se as perspetivas de aumento das exportações de Material
de transporte e acessórios e de Máquinas e outros bens de capital, especialmente para os mercados Intra-UE.
Destaque INE – Perspetivas de Exportação de Bens 2019 – 1.ª Previsão, 10 de janeiro de 2019 (adaptado).
A procura externa dirigida a Portugal abrandou no primeiro semestre de 2018, particularmente a proveniente da
Área do Euro, tendo crescido 3,4%, em termos homólogos (4,9% na segunda metade de 2017). Esta desaceleração
refletiu sobretudo o abrandamento relativamente generalizado das importações intra-Área do Euro.
Banco de Portugal.
(a) Calculada pelo BCE como uma média ponderada do crescimento em volume das importações de bens e serviços
dos principais parceiros comerciais de Portugal. Cada país/região é ponderada de acordo com o seu peso nas
exportações de Portugal.
(b) Pesos médios referentes ao período 2014-16.
O aumento do défice da balança corrente e de capital decorreu essencialmente da evolução da balança de bens
– cujo défice passou de 5,8% do PIB no primeiro semestre de 2017 para 6,7% do PIB no primeiro semestre de
2018 – e da balança de rendimento primário, onde o défice aumentou em 0,4 p.p. do PIB face ao período
homólogo, situando-se em 3,7%. Em sentido contrário, refira-se o aumento do excedente da balança de serviços
(em 0,4 p.p., para 6,8% do PIB).
O aumento do défice da balança de bens refletiu essencialmente o crescimento em volume mais forte das
importações do que das exportações. Ambas as componentes, energética e não energética, contribuíram de
forma similar para o aumento do défice da balança de bens. O aumento do défice dos bens energéticos deveu-se
à subida do preço do petróleo, a partir do segundo trimestre de 2018.
O défice da balança de rendimento primário aumentou 0,4 p.p. face ao período homólogo, em resultado quer da
redução dos rendimentos recebidos, quer do aumento dos rendimentos pagos ao exterior. Em particular,
registou-se um maior défice de rendimentos de investimento direto, associado ao pagamento de maiores
dividendos ao exterior e à redução dos dividendos recebidos.
A balança de rendimento secundário, que regista a maior parte das transferências correntes com o exterior
(incluindo parte das transferências com a UE e as remessas de emigrantes/imigrantes), estabilizou o seu saldo em
1% do PIB no primeiro semestre do ano. O saldo de remessas de emigrantes/imigrantes estabilizou igualmente
em 1,5% do PIB. Finalmente, refira-se que as receitas de fundos da UE, classificadas na balança de rendimento
primário, secundário e de capital, se mantiveram num nível semelhante ao registado no período homólogo (1,3%
do PIB).
De acordo com a informação de contas nacionais trimestrais por setor institucional, no ano terminado no primeiro
semestre de 2018, a capacidade de financiamento da economia portuguesa foi de 0,7% do PIB, um valor inferior
em 0,4 p.p. ao de 2017.
INE| Nota: os valores para 2018 S1 referem-se ao ano terminado em 2018 T2.
As sociedades não financeiras aumentaram a sua necessidade de financiamento para 1,2% do PIB no ano
terminado no primeiro semestre (0,8% do PIB em 2017), enquanto se verificou uma redução da capacidade de
financiamento dos particulares, de 1% do PIB em 2017 para 0,7% no ano terminado no primeiro semestre de
2018, o que refletiu a evolução da poupança corrente.
Banco de Portugal, Boletim Económico, dezembro de 2018 (adaptado).
As exportações de bens e serviços foram a componente da procura global que mais contribuiu para a recuperação
da economia portuguesa iniciada em 2013. Este traço irá manter-se em 2018-21, sendo que no final do horizonte
de projeção as exportações em termos reais deverão atingir um crescimento de cerca de 70% face ao nível
observado antes da crise financeira internacional. O peso deste agregado no PIB deverá ser próximo de 50% em
2021.
Nos próximos anos, as exportações deverão apresentar um crescimento médio anual num intervalo entre 3,5% e
4%, o que traduz uma desaceleração face ao ritmo de crescimento muito acentuado registado em 2017 (7,8%). A
desaceleração das exportações no primeiro semestre de 2018 foi comum à Área do Euro, num contexto de
desaceleração da atividade global e de tensões comerciais associadas ao anúncio de políticas protecionistas. No
entanto, enquanto na Área do Euro este abrandamento foi extensível aos bens e serviços, em Portugal ficou
concentrada nos serviços, em larga medida devido ao impacto positivo do aumento da capacidade produtiva de
uma unidade de produção do setor automóvel sobre as exportações de bens. Este setor e o de bens energéticos
estão na origem de alguns efeitos temporários com impacto negativo nas exportações em termos homólogos no
segundo semestre de 2018.
As exportações de serviços deverão ter voltado a desacelerar na segunda metade deste ano, sendo a componente
com maior contributo para o abrandamento das exportações totais em 2018, embora mantendo uma taxa de
crescimento elevada. Esta evolução reflete, por um lado, o menor crescimento do turismo ao longo do ano, uma
evolução que é comum a outros países do Sul da Europa, como Espanha e Itália, que poderá estar a refletir
parcialmente a recuperação de alguns destinos concorrentes, bem como, por outro lado, alguns fatores
temporários. É de referir que a evolução do turismo também contribui indiretamente para um abrandamento das
exportações dos restantes serviços, através, por exemplo, da componente de transportes.
Para 2019-21, projeta-se uma evolução das exportações em linha com as hipóteses para a procura externa dirigida
à economia portuguesa, que deverá apresentar um crescimento relativamente estável. Assim, no horizonte de
projeção, a quota de mercado deverá apresentar apenas ganhos marginais. Estes ganhos estão associados às
exportações de turismo, um segmento em que se antecipa a manutenção de um crescimento superior ao da
procura externa – em linha com o dinamismo recente deste setor e com o seu potencial de crescimento –, embora
com um perfil de desaceleração. É de referir que é o crescimento progressivamente menor do turismo que explica
em grande medida o menor contributo das exportações líquidas para o PIB ao longo do horizonte de projeção,
uma vez que assumem um peso superior neste agregado do que nas exportações em termos brutos.
INE e Banco de Portugal| Nota: (p) – projetado. BCE, INE e Banco de Portugal| Nota: (p) – projetado.
As atuais projeções apontam para que a economia portuguesa mantenha ao longo do horizonte de projeção uma
capacidade de financiamento positiva face ao exterior, medida pelo saldo conjunto da balança corrente e de
capital. Este saldo deverá situar-se em valores próximos de 1,3% do PIB no período 2018-20 e aumentar para 1,6%
em 2021. Face a 2017, a projeção tem implícita uma recomposição da balança corrente e de capital, com uma
redução do excedente da balança de bens e serviços a ser compensada, em larga medida, por um aumento do
saldo da balança de capitais e por uma redução do défice de rendimentos primários.
No que se refere à balança de bens e serviços, o excedente deverá reduzir-se progressivamente ao longo do
horizonte de projeção. Este perfil reflete o comportamento projetado para a balança de bens, uma vez que o
excedente da balança de serviços deverá continuar a aumentar.
Em 2018, o aumento do défice da balança de bens resultou em larga medida da componente energética, estando
associado em particular ao impacto do forte crescimento dos preços dos produtos petrolíferos. Nos anos
seguintes, a evolução deste saldo refletirá essencialmente um crescimento real das importações acima do das
exportações.
O défice da balança de rendimento primário em percentagem do PIB deverá diminuir progressivamente ao longo
do período de projeção, beneficiando da trajetória esperada para os juros da dívida pública. Em 2019-20, o saldo
da balança de capital em percentagem do PIB deverá aumentar, principalmente por via do aumento das
transferências da União Europeia no âmbito do atual programa de financiamento europeu. Em 2021, prevê-se um
aumento significativo das receitas de capital e, consequentemente, do saldo desta balança, refletindo a devolução
pelo Fundo Europeu de Estabilização Financeira de montantes pagos por Portugal no âmbito do Programa de
Assistência Económica e Financeira.
Banco de Portugal, Boletim Económico, dezembro de 2018 (adaptado).
INE.
QUOTA DE MERCADO
A dinâmica das exportações de bens é principalmente composta por uma forte aceleração da componente de
veículos e outro material de transporte, associada ao incremento da capacidade produtiva e exportação por parte
da AutoEuropa, que contrabalançou a desaceleração em outras componentes, tais como a exportação de
combustíveis e a quebra verificada nos veículos e outro material de transporte e nos produtos químicos.
Em termos de destinos, e à semelhança do registado em anos anteriores, as exportações para a Área do Euro
representaram mais de 75% do total das exportações portuguesas de bens, nos primeiros oito meses do ano.
Mais especificamente, nota-se um aumento do peso dos três maiores parceiros comerciais (Espanha, França e
Alemanha), que no total absorvem 49,6% do total das exportações nominais de bens.
As importações aumentaram 6,4% (8,1% em 2017). A desaceleração decorreu sobretudo da menor dinâmica das
importações de serviços, com um crescimento de 2,3% (7,7% em 2017), enquanto as importações de bens
desaceleraram 1,1 p.p., crescendo 7%.
A capacidade de financiamento da economia traduz uma balança corrente equilibrada e um excedente da balança
de capital de 0,9% do PIB. A balança de bens e serviços manteve um excedente semelhante ao registado em 2017,
com um excedente de mais de 6% na balança de serviços que mais do que compensou o défice da balança de
bens.
INE.