Módulo 3 Comportamentos Problema - Giovana GAT 2020
Módulo 3 Comportamentos Problema - Giovana GAT 2020
Módulo 3 Comportamentos Problema - Giovana GAT 2020
Avaliação, compreensão e
intervenção
Psic. Me. Giovana A. Reolon Brasil
Núcleo de Intervenção Comportamental
Relembrando...
O que é comportamento?
-Espécie (filogênese)
-História de vida (ontogênese)
-Cultura
Como nos tornamos o que somos
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• Nós nos tornamos o que “somos” porque assim aprendemos...
ELE TEM
Se um comportamento ocorre FUNÇÃO!
com frequência é porque ele
está sendo reforçado! O QUE É
FUNÇÃO?
Podemos mudar
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• Podemos mudar!
• Lembrem-se: se um comportamento está ocorrendo com frequência é porque ele tem uma
função!
• A questão é: “Quais são as dificuldades desta pessoa única e como lidar com elas?”
• Exemplos de prejuízos:
-Criar estigmas
-Danos físicos
-Danos materiais
-Isolamento social
-Barreias para aprendizagem
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Momento da tarefa A tarefa é adiada
Jogar tudo no chão
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Momento da tarefa Ficar beijando e abraçando A tarefa é adiada
a professora
Diferentes Topografias, Mesma Função
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SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
iPad fora do alcance A mãe entrega o iPad
Aponta para o iPad
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
iPad fora do alcance Fala “quero iPad” A mãe entrega o iPad
Diferentes Topografias, Mesma Função
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SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Momento ocioso Estimulação cinestésica
Balança o tronco pra frente-traz
Repetidas vezes
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
No parquinho Estimulação cinestésica
Brincar no balanço repetidas vezes
Mesma Topografia, Diferentes Funções
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SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Pais conversando Chorar Mãe pega no colo e conversa
sem dar atenção
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Fim do parque Ganha mais um pouco de parque
Chorar
Mesma Topografia, Diferentes Funções
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SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Mãe retira o celular Atenção,
Agredir
Bronca
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Hora da Tarefa é
Agredir
tarefa adiada
Mesma Topografia, Diferentes Funções
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SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Momento ocioso Estimulação sensorial
Se lamber
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Momento da tarefa Professora interrompe a tarefa
Se lamber
E leva pra se lavar
Diferentes topografias de comportamentos-problema
• Estereotipias
• Autolesivo
• Heterolesivo
• Birras
Estereotipias
• O que são:
• Comportamentos repetitivos – sem função clara aparente.
• Geralmente mantidos por reforço automático.
• Tipos:
• Motoras – movimentos repetitivos, de difícil interrupção
• Vocais – sons, palavras
• Com objetos – girar, alinhar, segurar, manipular, balançar
Lovaas, Newsom, e Hickman, 1987
Estereotipias
• Ações que causam danos físicos ao próprio indivíduo, tais como puxar
as orelhas, bater a cabeça, morder-se, puxar os cabelos, dentre outros.
Brasil, G. A. R. (2019)
Autolesivo
Hill, A. P., Zuckerman, K. E., Hagen, A. D., Kriz, D. J., Duvall, S. W.,
Van Santen, J., Nigg, J., Fair, D., & Fombonne, E. (2014).
“birras” ou “crises”
• Escassez de estudos
• O que é topografia?
• O que é função?
OM modifica o valor de
(motivação)
SD R
é ocasião para produz
SC
(contexto) (resposta) (consequência)
OM modifica o valor de
(motivação)
SD R
é ocasião para produz
SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Análise Funcional
Avaliações Indiretas: Testes e Questionários
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1. Identificar comportamentos-problema;
4. Implementar a intervenção;
• Um terapeuta ABA contratado para fazer uma intervenção, deve decidir quais são os
comportamentos prioritários a serem modificados;
• É válido notar que a lógica que guia a intervenção é quase sempre simples. A aplicação dos
procedimentos, no entanto, requer trabalho árduo, flexibilidade e consistência.
Guia Geral
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• Quando estiver lidando com um comportamento-problema, é válido seguir esse guia geral:
• Não dê atenção especial após o comportamento-problema (não toque em demasia, não altere
a voz, não faça expressões faciais, não faça movimentos bruscos, não critique, não diga coisas
como “você não precisa fazer isso”, “você é tão bonito, não gosto quando você faz isso”, etc).
Qualquer atenção, mesmo por meio de broncas ou tapas, pode funcionar como reforçador
positivo social. Melhor evitá-los;
• Quando for explicar, alertar, pedir alguma coisa, tenha certeza que seu aluno/filho esteja
prestando atenção em você. Use um tom de voz neutro, mas firme, e mantenha contato
visual;
Guia Geral
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• Não repita a sua fala/explicação muitas vezes. O ideal é que a instrução ocorra somente uma
vez, quando o aluno/filho estiver prestando atenção em você;
• Se após 5s da sua instrução, seu aluno/filho não emitiu nenhuma resposta, ajude-o
gentilmente a fazer o que você está pedindo;
• Sempre que possível planeje intervenções e transições graduais. Às vezes querer modificar o
comportamento de uma vez pode ser boa ideia, mas geralmente é mais estressante para o
cliente.
Procedimentos e Funções do Comportamento
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• Reforçador não-contingente
Antecedentes • Prevenção
• Punição;
• Time-out;
Consequentes • Extinção;
• Desenvolvimento de Novos Reforçadores.
• DRA
Ensino de
• DRI
habilidades • DRO
Alterar Estímulos Antecedentes
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Reforçador
Diminui
Não-contingente
OM
(motivação) Torna menos relevante Para qualquer
comportamento
Diminui
a probabilidade
Não é reforçada
SD R SC
(contexto) (resposta) Tende a diminuir (consequência)
Alterar Antecedentes: Reforçador Não-Contingente (NCR)
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Estratégias de
Prevenção
OM
(motivação)
Modifica
Sem R, sem SC
“Diminui” o
SD controle
R SC
(contexto) (resposta) Sem SD, menos (consequência)
provável R
Alterar Antecedentes: Estratégias de Prevenção
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Positivo Social:
• As melhores estratégias são (1) sinalizar com antecedência que determinado reforçador não estará
disponível; (2) sinalizar quando um reforçador será retirado da criança; (3) eliminar a presença do
Sd; (4) intervir sobre os precursores;
• Essas sinalizações, ou avisos, podem ocorrer vocalmente, por texto, por gestos, por histórias
sociais, por quadros de rotina, por figuras, etc.
• Exemplos:
• Antes ir para o shopping, deixar claro para a criança que ela não poderá ir à loja de brinquedos;
• Antes de desligar o vídeo preferido ou retirar um brinquedo da criança, avisar com antecedência
que em X minutos o reforçador será retirado;
• Ao invés de toda vez negar chocolate, simplesmente tirar a caixa de bombons da sala;
Alterar Antecedentes: Estratégias de Prevenção
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• Deixar claro para a criança que ela poderá ficar apenas X minutos no pula-pula ou nos brinquedos
do shopping, ou na praia, etc;
• Avisar que daqui a X minutos vocês vão embora do pula-pula, dos brinquedos, da praia, etc;
• Retirar a TV do quarto da criança, já que ela nunca quer desligá-la para ir dormir;
• Idealmente, todas essas sinalizações e avisos devem ser realizados apenas uma vez,
quando o aluno estiver prestando atenção no responsável;
• Repetir demasiadamente a sinalização pode passar a impressão de que a situação é “negociável”.
Alterar Antecedentes: Estratégias de Prevenção
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Negativo Social:
• Ótimas estratégias são (1) avisar que determinada tarefa ou evento será realizado e as regras de
finalização; (2) programar tarefas com graus de (a) dificuldade e (b) duração inicialmente
pequenos (gradativamente aumentados); (3) iniciar com reforçamento de maior magnitude para
quando completar a tarefa (depois diminuir gradativamente); (4) intervir sobre os precursores;
• Outra possibilidade é o Momento Comportamental = reforçar um membro de uma classe de
comportamentos pode reforçar toda a classe. Pode ser utilizado no ensino por meio de uma
sequência de tarefas de Alta Probabilidade para Baixa Prob. (High P -> Low P):
• Quando o cliente tem dificuldade ou aversão a alguma tarefa, pedimos que realize 3 ou 4 sequências
rápidas de uma tarefa mais simples ou prazerosa e reforçamos rapidamente as respostas corretas. A
realização da sequência (reforçamento a um membro da classe maior “realizar tarefas”) torna mais
provável que a tarefa seguinte (mais difícil ou aversiva) seja executada adequadamente;
Alterar Antecedentes: Estratégias de Prevenção
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Negativo Social:
• Exemplos:
• Avisar ao filho que haverá uma festa com muito barulho, mas que ele pode ir embora quando pedir. Este
aviso pode ser vocal, por história social, por escrito, etc.;
• Ao invés de pedir para que o aluno faça toda a tarefa de matemática de uma vez, pede-se para que ele
faça metade em um momento, e a outra metade mais tarde;
• Na Terapia ABA, exigir inicialmente 1 ou 2 minutos de atenção enquanto sentado. O aumento da
exigência deve ocorrer aos poucos;
• Um garoto demonstra bastante incômodo ao fazer tarefas de seguimento de instruções, mas se diverte
com as de imitação. Pode-se fazer uma sequência de três tarefas de imitação seguidas de uma de
instrução;
• Quando o aluno começar a demonstrar sinais de desinteresse/cansaço (menos atenção, deitar-se sobre a
mesa, etc), diminuir temporariamente a dificuldade da demanda para evitar a ocorrência de
comportamentos inadequados.
Alterar Antecedentes: Estratégias de Prevenção
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Negativo Social:
• Exemplos:
• Inicialmente, realizar um pedaço pequeno da tarefa pode permitir acesso a quase 1 minuto do
reforçador preferido;
• Uma criança que está aprendendo a tomar banho sozinha e está incomodada com as novas regras, pode
começar aprendendo a lavar apenas a última coisa antes de desligar o chuveiro, depois a penúltima, a
antepenúltima, e assim por diante;
• Na escola, a sequência de (1) achar a figura na revista, (2) recortar, (3) colar, (4) pintar uma parte do
desenho, pode ser inicialmente dividida em passos menores;
• Um timer sonoro pode indicar o horário de intervalo e o horário de voltar ao estudo.
• Time-out;
• Extinção;
• A punição estipula o que “não se deve fazer”, mas não ensina comportamentos adequados;
• Produz uma série de emoções ruins na pessoa que recebeu a punição: raiva, medo, etc.;
• Por isso, recomenda-se nunca brigar, bater ou gritar com filhos/alunos quando emitem
comportamento-problema. Além de a punição não ser uma estratégia recomendada, a atenção,
mesmo que em forma de brigas, pode funcionar como reforçador, piorando o comportamento.
Alterar Consequentes: Punição
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OM
(motivação)
Pune-se a resposta
SD R SC Punição
(contexto) (resposta) Resposta (consequência)
menos provável
Alterar Consequentes: Time-out
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• O Time-out deveria ser utilizado apenas em situações de risco para o cliente ou para
pessoas próximas a ele, e com aprovação explícita dos pais e de outros responsáveis
envolvidos (quando, por exemplo, o comportamento ocorrer na escola);
• Em geral, não é válido utilizar Time-out para reduzir comportamentos mantidos por
reforçamento social negativo, pois retirar o aluno das tarefas é, por si, um reforçador
negativo;
• Também não costuma ser uma boa estratégia para comportamentos mantidos por
reforçamento positivo automático, pois as estereotipias tendem a continuar ocorrendo
mesmo na ausência de estimulação específica e reforçadores tangíveis ou sociais.
Alterar Consequentes: Time-out
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Timeout
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
Alterar Consequentes: Time-out
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• Exemplos:
• Um garoto que derruba as coisas em casa para chamar a atenção ou requisitar um brinquedo pode
ser levado para um canto da casa em que não há possibilidade de quebrar nada, e nenhuma atenção
lhe é dada;
• Uma menina que frequentemente bate na irmã para pegar seus brinquedos, pode ser levada para
uma cadeira isolada, sem nenhum brinquedo por perto.
Alterar Consequentes: Extinção
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• Mesmo após a Extinção ter sido bem sucedida, há a chance de que haja uma Recuperação
Espontânea da resposta (realizar nova Extinção se torna mais fácil);
• Apesar dos efeitos indesejáveis, a Extinção é, muitas vezes, a melhor opção disponível
para lidar com alguns comportamentos. Quando possível, no entanto, é válido buscar
estratégias diferentes, como o DRA (será discutido posteriormente);
• Uma vez iniciado o procedimento, é aconselhável não ceder em momento algum. Ser
firme em alguns momentos, mas ceder em outros, configura-se como um processo de
Reforçamento Intermitente, o que faz com que a resposta se torne mais resistente à
Extinção.
• É necessário, portanto, preparo para lidar com o Extinction Burst, pois ceder durante sua
ocorrência pode produzir uma Modelagem de topografias cada vez mais “intensas” e
elaboradas da resposta indesejada.
Alterar Consequentes: Extinção
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OM
(motivação)
Reforçador é
eliminado
SD R SC
(contexto) (resposta) Resposta (consequência)
desaparece
Extinção
Alterar Consequentes: Extinção
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• Exemplos:
• Não importa o quanto o aluno/filho gritar, ele não comerá chocolate fora de hora;
• Mesmo derrubando as coisas pela casa, o aluno/filho não poderá ligar a TV;
• Ainda que chore de forma alta, intensa e por longo período de tempo, o aluno/filho não ganhará colo;
• Nenhuma atenção é dada para a criança que chora para comprar um brinquedo;
• É preciso lembrar que (1) a birra é uma atuação e não sofrimento profundo, e (2) ceder à birra
(=reforçar) faz com que ela se torne mais forte e, portanto, mais difícil de ser solucionada.
Alterar Consequentes: Extinção
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• Exemplos:
• O aluno joga o material de estudo no chão, mas o professor rapidamente o recoloca sobre a mesa e
continua exigindo que a tarefa seja cumprida (nenhuma atenção social é dada ao comportamento);
• Mesmo chorando para não tomar banho, o filho é levado para o chuveiro e o banho é iniciado;
• Se o pai/terapeuta pede para a criança guardar os brinquedos, ela deve ser ajudada a guardar,
mesmo sob protesto.
Alterar Consequentes: Extinção
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Positivo Automático (Estereotipias):
• Extinção sensorial é o procedimento no qual se elimina a consequência sensorial produzida pelo
comportamento estereotipado;
• Exemplos:
• Desabilitar o ventilador de teto para que o filho/aluno não receba nenhum estímulo visual após ligar e
desligar o interruptor continuamente;
• Colocar luvas grossas em clientes que mordem a mão, de modo que a sensação táctil é eliminada (há
controvérsias em relação a procedimentos de impedimento como esses);
• Tirar a pilha do controle remoto que o aluno/filho utiliza para voltar o vídeo repetidamente para o mesmo
trecho.
• A extinção sensorial não é aplicável a todas as estereotipias, pois algumas delas não permitem a
eliminação da consequência. Por exemplo, não é possível fazer Extinção Sensorial do flapping.
Alterar Consequentes: Extinção + Bloqueio
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• Nos casos de comportamentos que podem colocar o cliente ou pessoas próximas a ele em risco,
recomenda-se usar Bloqueio como forma de colocar um comportamento em Extinção;
• Exemplos:
• O aluno/filho se morde para obter atenção. Ignorar, simplesmente, faria com que a taxa e intensidade das
mordidas aumentasse. Neste caso, é válido bloquear a resposta de morder (com o mínimo de atenção e contato
físico possíveis) e não reforçá-la;
• O aluno que bate no professor para que a tarefa seja retirada bateria ainda mais se a tarefa fosse simplesmente
mantida. É preciso bloquear a agressão e, tão logo quanto possível, retomar a tarefa. Idealmente, o bloqueio e
manutenção da tarefa deveriam ser feitos simultaneamente (pois o bloqueio em si adia a tarefa).
Alterar Consequentes: Desenvolvimento de Novos Reforçadores
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• Variação (Experimentação):
• Uma boa forma de desenvolver novos interesses é experimentando. Pode ser que uma pessoa com
autismo tenha pouca variedade de reforçadores porque simplesmente não experimentou fazer coisas
diferentes;
• Uma coisa é certa: sem variedade, sem experimentação, certamente a pessoa com autismo não
desenvolverá novos interesses. A consequência disso é um aumento da frequência de estereotipias;
• Condicionamento Respondente:
• Um estímulo neutro, quando pareado com um estímulo reforçador, torna-se reforçador devido
ao processo de condicionamento respondente. Para desenvolver novos interesses, isso é
realizado por meio do pareamento de atividades reforçadoras com atividades pelos quais a
pessoa com autismo não demonstra interesse;
• Divide-se o tempo em intervalos de 5s. O primeiro intervalo é de Ensino; o segundo intervalo é de Teste. Eles se
intercalam: 5s Ensino, 5s Teste, 5s Ensino, 5s Teste, e assim por diante. Uma sessão pode ter 20 intervalos de
cada tipo. Uma tabela é feita para registro;
• Durante o intervalo de Ensino, uma atividade não-reforçadora (por exemplo, empurrar carrinhos) é apresentada
simultaneamente a uma atividade reforçadora (por exemplo, cócegas ou comer guloseimas);
• Durante o Teste, a atividade não-reforçadora continua presente, mas não a reforçadora. O objetivo é verificar se
o cliente continua engajado na atividade não-reforçadora mesmo na ausência da reforçadora. Registra-se ‘+’ se
houve engajamento durante os 5s, registra-se ‘–’ caso não. O critério de conclusão é permanecer engajado na
atividade em 90% dos períodos de Teste, em duas sessões consecutivas;
• Após o critério, vai-se para uma fase de brincadeira livre. O tempo ainda é dividido em intervalos de 5s, mas
não há mais Ensino e Teste. O procedimento encerra quando o cliente fica engajado na atividade nova durante
90% dos intervalos em duas sessões consecutivas.
Alterar Consequentes: Desenvolvimento de Novos Reforçadores
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• Princípio de Premack:
• Premack, um cientista, descobriu o seguinte princípio: atividades mais desejadas podem servir
de reforçadoras para atividades menos desejadas;
• Para que esse procedimento funcione, é válido que a atividade menos prazerosa (por exemplo,
brincar com carrinhos) seja, incialmente, apresentada por pouco tempo (1 minuto ou menos – o
tempo deve ser aumentado gradativamente). Após isso, permite-se acesso imediato a uma
atividade mais prazerosa (por exemplo, tablet). Após repetidas apresentações sucessivas, a
atividade menos prazerosa tende a se tornar interessante.
EXERCÍCIO 5: Para cada exemplo, diga se a estratégia é...
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(1) NCR, (2) NCR sensorial, (3) Eliminação do SD, (4) Extinção ou (5) Desenvolvimento de novos reforçadores
Descrição Estratégia
Gabriel costuma sair da roda na hora em que a história está sendo lida.
Depois de uma análise funcional, notaram que a função era “ser pego” pela
professora e ser colocado em seu colo. A partir disso, adotou-se a estratégia: NCR – Ref. não contingente
no inicio da roda, se ele ficasse 1 minuto sentado adequadamente no chão, a
professora já o colocaria no colo dela, antes que ele fugisse.
No caso de Gabriel, que fugia da roda, a função era ser pego. As professoras,
então, deixaram de ir busca-lo e passaram a permanecer na roda, quando ele Extinção
fugia, como se nada tivesse acontecido.
Camila costuma ter a estereotipia de pular sem parar quando vê a música do
“lava a mão” da Galinha Pintadinha. A mãe, então, nunca mais colocou essa Eliminação do SD
música para tocar.
Lucio, na escola e na mesa de casa, cuspia na mesa e gostava de brincar com
o cuspe passando a mão e os carrinhos. Após a análise funcional, verificou-se
que a função era automática. Lucio gostava da sensação. Com isso, os
terapeutas passaram a apresentar uma caixa plástica, com gel de cabelo e NCR sensorial
espuma de barbear, com carrinhos dentro. Este material era apresentado
várias vezes ao longo do dia para que Lucio brincasse.
A equipe de atendimento de Marilia está fazendo pareamento de vários
brinquedos com M&Ms e nutella. Desenvolvimento de novos reforçadores
Ensino de Comportamentos Adequados ou Incompatíveis
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• DRO – Reforçamento Diferencial de Outra Resposta (ou Ref. Dif. de Taxa 0);
Ensino de Comportamentos Adequados ou Incompatíveis
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• A resposta alternativa pode ser vocal, por gesto, por PECS, etc.;
• A nova resposta deve ter um custo de resposta menor do que o da resposta indesejada;
Reforçamento
Diferencial de
Resposta Alternativa
OM
(motivação)
Extinção à resposta
indesejada
SD R SC
(contexto) (resposta) Resposta indesejada (consequência)
desaparece
• Exemplos:
• Derrubar as coisas pela casa não é mais consequenciado pela TV ligada, mas pedir TV por PECS,
dizer “TV” ou apontar para a TV sim;
• Agora, para ganhar colo, o filho deve pedir “colo” ou, sem chorar, estender os braços para os pais.
Chorar alto ou intensamente não produz mais colo;
• Quando quiser utilizar outro brinquedo, o cliente/aluno deve pedir por ele adequadamente, e não
mais chorando ou jogando longe o brinquedo que se tornou desinteressante.
Ensino de Comportamentos: DRA – Ref. Dif. Resp. Alternativa
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Negativo Social:
• O DRA, para comportamentos de fuga, consiste em permitir o cancelamento ou adiamento da
tarefa quando for viável, e houver um pedido adequado para isso;
• Exemplos:
• Se a criança quiser adiar o banho para mais tarde (e os pais acharem que isso é válido), ela deve pedir
vocalmente, ou pegar uma figura no PECS que represente o adiamento. Chorar fará com o que banho
seja realizado imediatamente;
• Ao invés de jogar o material no chão para encerrar a lição de casa, ou a tarefa na sala de aula, o aluno
pode ser ensinado a pedir adequadamente por intervalo (pedindo vocalmente, PECS, etc.). Se o
professor avaliar que o intervalo não vai atrapalhar o ensino, pode concedê-lo;
• Quando é pedido para o aluno/filho que ele guarde o brinquedo, chorar apenas fará com que ele seja
ajudado a guardar imediatamente. Mas se ele pedir adequadamente para brincar com mais um
brinquedo (e houver tempo para isso), a tarefa pode ser adiada..
Ensino de Comportamentos: DRI – Ref. Dif. Resp. Incompatível
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• No DRI, reforça-se respostas que sejam topograficamente incompatíveis com a resposta
inadequada, ou seja, não é possível emitir ambas as respostas simultaneamente;
• A resposta incompatível, ao contrário do que ocorre no DRA, não tem a mesma função da resposta
indesejada. No entanto, deve ser uma resposta socialmente adequada e que produza reforçadores
poderosos, de modo que o novo comportamento se torne mais vantajoso para o cliente do que o
comportamento-problema;
• O DRI pode ser combinado com a estratégia de Reforçamento Não-Contingente (NCR): as outras
resposta reforçadas no NCR podem ser somente aquelas incompatíveis com a resposta indesejada;
• DRI não é uma estratégia útil para comportamentos mantidos por reforçamento negativo social.
Ensino de Comportamentos: DRI – Ref. Dif. Resp. Incompatível
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OM
(nova OM)
Reforçamento
Diferencial de
Resposta Incompatível
OM
(motivação)
Nova Contingência
Mais interessante
SD R SC
(contexto) (resposta) (consequência)
SD R SC
(novo contexto) Incompatível (nova consequência
Resposta incompatível poderosa)
é estabelecida
Ensino de Comportamentos: DRI – Ref. Dif. Resp. Incompatível
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• Exemplos:
• Tão logo o cliente começa a enfileirar carrinhos, é levado para brincar com uma bola;
• Assim que o aluno começa a passar as mãos na frente do próprio rosto, é direcionado para uma
atividade de pintura;
• DRO momentâneo – pode ser fixo ou variável – o reforçador é liberado se, ao fim do intervalo,
não estiver ocorrendo um comportamento-problema (não importando de ocorreu durante o
intervalo).
Ensino de Comportamentos: DRO – Ref. Dif. Outras Respostas
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• Cuidados com o DRO:
• Inicialmente, estabelecer um tempo baixo para o DRO. Não há regra. É preciso avaliar caso a caso.
O tempo deve ir aumentando gradativamente;
• O reforçador para a ausência de comportamento-problema deve ser poderoso e entregue em CRF.
Posteriormente, pode-se fazer uma economia de fichas: a cada intervalo sem respostas
indesejadas, o cliente ganha uma ficha; quando juntar X fichas, pode trocar pelo reforçador;
• É importante que fique claro para o cliente/aluno que o intervalo acabou e ele foi bem sucedido.
Timers com displays visuais interessantes e alarmes sonoros ajudam;
• Também é preciso ficar claro quando houve uma falha no intervalo (o comportamento-problema
foi emitido). O terapeuta/pai deve explicar para o aluno que ele não receberá reforçador e a
contagem do tempo será reiniciada;
• É preciso ter cuidado para não reforçar, acidentalmente, outros comportamentos-problema (não
planejados) ao fim do intervalo.
Ensino de Comportamentos: DRO – Ref. Dif. Outras Respostas
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Reforçamento
Diferencial de
OM
(motivação)
Outras Respostas
(Taxa Zero)
Extinção à resposta
indesejada
SD R SC
(contexto) (resposta) Resposta indesejada (consequência)
desaparece
SD R SC
(variedade de Qualquer outra resposta – (nova consequência
novos SDs) ausência de R indesejada poderosa)
Ensino de Comportamentos: DRO – Ref. Dif. Outras Respostas
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• Exemplos (os intervalos e a quantidade de fichas são apenas para exemplos; é preciso
investigar caso a caso):
• A cada 5 minutos que o aluno fica sem bater no colega, o professor o elogia e entrega um
reforçador;
• A cada uma hora que o filho não vai até a cozinha para derrubar água no chão, os pais o
deixam realizar sua atividade favorita.
Ensino de Comportamentos: DRO – Ref. Dif. Outras Respostas
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• Exemplos:
• Apesar de haver um intervalo programado a cada 15 minutos, o terapeuta combina com o cliente
que a cada 5 minutos em que ele não se levantar nem jogar o material receberá uma ficha. Com 2
fichas, pode adiantar o intervalo;
• O professor permite que o aluno faça uma pequena pausa a cada 3 minutos que fizer a tarefa sem
mexer na mochila ou tentar sair da sala.
Ensino de Comportamentos: DRO – Ref. Dif. Outras Respostas
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• Comportamentos mantidos por Reforçamento Positivo Automático (Estereotipias):
• O DRO é especialmente efetivo para lidar com estereotipias de clientes que possuam
interesses diversos; um cliente com interesse muito limitado ficaria sem “ter o que fazer”
durante o intervalo do DRO, o que dificultaria a não ocorrência da estereotipia:
• Exemplos:
• Um garoto frequentemente realiza estereotipias com a mão simultaneamente à adequada
resolução de uma tarefa. O professor programa que a cada minuto sem a estereotipia, o garoto
receberá um reforçador de maior magnitude;
• A cada 1 minuto que o filho deixa de usar o controle remoto para voltar para o trecho do DVD que
assiste repetidamente, recebe uma ficha. Quando junta 20 fichas, pode brincar com o tablet;
• O aluno ganha uma ficha para 3 minutos que fica sem fazer estereotipia com os braços. Quanto
junta 5 fichas, pode ir brincar no parque da escola.
EXERCÍCIO 6: Para cada exemplo, diga se a estratégia é...
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(1) DRA, (2) DRI, (3) DRO
Descrição Estratégia
Gabriel costuma sair da roda na hora em que a história está sendo lida.
Depois de uma análise funcional, notaram que a função era “ser pego” pela
professora e ser colocado em seu colo. A partir disso, adotou-se a estratégia:
no inicio da roda, a professora dará modelo para que Gabriel diga: “Posso DRA
sentar no seu colo?”. A partir deste mando, a professora o pegará no colo
para permanecer com ele ao longo da roda.
Sofia apresenta palilalia de músicas e propagandas. Os pais foram orientados
para dar muita atenção para ela quando emitisse falas adequadas e sempre
DRL
perguntam questões que sejam simples dela responder, para que possa
gesticular (falar) e eles possam reforçar.
Mariano bate com a mão na cabeça. A equipe passou a usar cronometro e
apresenta o reforçador a cada 2 minutos que ele passa sem bater na cabeça.
DRI
Comportamentos Específicos: Rituais e Mudança de Rotina
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• Quadro de Rotinas:
• É muito útil, para lidar com mudanças de ambiente, criar um quadro de rotinas para
o cliente, que apresenta (com fotos) todas as atividades que ela realizará durante o
dia. O quadro, para ser melhor aproveitado, deve ser utilizado de manhã e
novamente a cada nova atividade.
Intervenção ideal
Estabelece
prioridades
É flexível
Utiliza diversos
procedimentos
Ensina habilidades
Resultados
duradouros
Protocolo de conduta
-Descrever intervenções
-Padronizar procedimentos