Farmacos Quirais
Farmacos Quirais
Farmacos Quirais
- ISSN 1808-0804
Ricardo Mathias Orlando, Normandis Cardoso Filho, 2*Eric de Souza Gil, 3Joo Paulo de Souza Stringhetta.
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Prof. da disciplina de Anlises Toxicolgicas da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal, Campo Grande, MS. 2* Prof. da disciplina de Bioqumica da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal, Campo Grande, MS 1* Prof. da Controle de Qualidade do Curso de Farmcia da Universidade Federal de Gois, Goinia, GO 3* Aluno de Iniciao Cientfica da Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Regio do Pantanal, Campo Grande, MS
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Recebido em 12/02/2007-Aceito em 25/06/2007 RESUMO: O conhecimento sobre a existncia e as diferenas entre enantimeros data de mais de um sculo. Mas foi somente com a tragdia da talidomida na dcada de 60 que o mundo voltou-se para a importncia dos estudos e do controle de frmacos enantiomricos. Hoje, no mundo todo, existir uma grande preocupao em obter estudos mais aprofundados sobre as possveis diferenas entre dois enantimeros assim como uma forte tendncia para a obteno de patentes, produo, comercializao e utilizao de enantimeros puros em alguns casos. Em contracorrente o Brasil mostra-se alheio ao assunto principalmente do ponto de vista comercial. Neste contexto sua populao encontra-se exposta a riscos e desinformaes tpicas de um perodo que h muito tempo deveria ter sido superado. ABSTRACT: The knowledge about the existence and the differences among enantiomers dates of more than one century ago. But only after the thalidomide tragedy in the decade of 60, the world turned to the importance of the studies and control of enantiomeric drugs. Today, over the word, there is a great concern to get more deep studies about the possible differences between two enantiomers as well as a strong tendency to obtain patents, production, trade and use of pure enantiomers in some cases. Nevertheless, in Brazil this tendency is not observed, mainly by the economic point of view. That situation puts the country on this side in a position of their social, economical and scientific potentialities. In this context the Brazilian population is exposed to risks and typical disinformation of a period that should be outmoded a long time ago. INTRODUO O incio do estudo e da compreenso dos fenmenos quirais e, por conseqncia, da estereoqumica atribudo, em parte, a Jean-Baptist Biot, Lous Pausteur e vanHoff/Le Bel que descobriam, durante o sculo XIX, a capacidade de alguns compostos de desviar a luz plano polarizada, a assimetria molecular desses compostos e a configurao tetradrica do tomo de carbono, respectivamente (HYNECK et al., 1990). A partir dessas descobertas foi possvel compreender que substncias que no possuem elemento de simetria no arranjo espacial de seus grupos ligantes iro apresentar-se na forma de dois enantimeros que so imagens especulares entre s. Estereoismeros so divididos em duas categorias. Uma categoria compreende os enantimeros, nos quais a molcula apresenta a geometria e a disposio espacial de seus tomos igual imagem especular do seu par complementar, chamado de antpoda ptico. Somente os compostos ditos quirais, ou seja, que no possuem elemento de simetria, apresentam essa caracterstica (SOLOMONS & FRYHLE 2000, ELIEL & WILEN, 1994). Na outra categoria esto os chamados diastereoismeros, cujas molculas possuem diferentes arranjos espaciais de seus ligantes, porm no so imagens especulares sobreponveis umas das outras (Figura 1).
Enantimero A
Enantimero A
R
C
R
C
NH3
CO2
CO2
NH3
C A B A B
Diastereoismero B
Diastereoismero B
De acordo como o arranjo espacial, os enantimeros recebem os prefixos R ou S seguindo o sistema de nomenclatura desenvolvido pelos qumicos R. S. Cahn, C. K. Ingold e V. Prelog em 1966 e adotado pela International Union of Pure and Applied Chemistry (IUPAC). Existe tambm uma outra nomenclatura atribuda aos enantimeros e que esta relacionada sua capacidade de desviar a luz plano polarizada para a direita (D ou +) e para a esquerda (L ou -). Esta propriedade que compostos quirais podem apresentar depende no somente do arranjo espacial dos seus tomos, mas tambm do meio em que eles se encontram. Um exemplo so os enantimeros do anticoagulante varfarina onde o enantimero S apresenta rotao positiva (D) e o R rotao negativa (L) em n-hexano-2-propanol (90:10, v/v), enquanto que em n-hepatano-acetato de etila (80:20, v/v) o desvio negativo para o enantimero S e positivo para R (FRANCOTTE, 2001). Dessa forma, podemos perceber que as denominaes R-S e D-L so independentes e, portanto podemos ter enantiomeros (+)-(S)- ou (-)-(S)- e da mesma maneira o enantimero (+)(R)- ou (-)-(R)-. Um outro tipo de compostos quirais e tambm de grande importncia farmacutica so os chamados atropoismeros (SANTOS, et al, 2007). Atropoismeros so compostos quirais que originados pelo impedimento estrico de uma ou mais ligaes simples. Por esse motivo atropoismeros so tambm conhecidos por rotmeros.
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ROTMEROS
Giro da molcula
ETAPA 1
ETAPA 2
X
Giro do anel em torno da sua ligao simples
Fig. 2 Representao de dois rotmeros (atropoismeros) hipotticos e o impedimento de rotao de um dos seus anis em torno da ligao simples. ESTEREOQUMICA DE FRMACOS Frmacos enantiomricos recebem maior ateno em estudos farmacolgicos, pois as vias sintticas de frmacos quirais, em sua maioria, no so estereosseletivas levando formao de ambos os enantimeros (ROMERO, 1998) e, tambm, devido s dificuldades tcnicas e econmicas em separar os mesmos, o que possvel somente em ambientes quirais. Por esses motivos, frmacos enantiomricos so quase sempre comercializados na forma de misturas racmicas (MARZO, 1993), ou seja, uma mistura de quantidades iguais dos enantimeros (SOLOMONS & FRYHLE, 2000). Enantimeros apresentam a maioria de suas propriedades fsicas idnticas e, quimicamente, eles demonstram comportamentos diferentes somente em ambientes quirais. Essa caracterstica de extrema importncia biolgica uma vez que a maioria dos receptores endgenos de frmacos, como protenas de membranas e enzimas tambm so compostos quirais (ROMERO, 1998). A discriminao estereosseletiva de dois enantimeros por receptores biolgicos deve-se interao espacialespecfica frmaco-receptor, explicada pela teoria dos trs pontos, inspirada por Easson e Stedman e, segundo a qual, somente um dos enantimeros capaz de apresentar trs pontos de interao complementares, dispostos espacialmente de tal maneira que possam se ligar ao receptor, promovendo o efeito mximo (Figura 3)(SOLOMONS & FRYHLE, 2000). A teoria dos trs pontos tambm explica as possveis diferenas de resposta dos receptores de frmacos frente a diastereoismeros de posio alicclicos (BARREIRO & FRAGA, 2001). No caso de ismeros geomtricos so necessrios quatro pontos de interao para que haja distino.
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Enantimero A
Enantimero A
R
C
R
C
NH 3
CO 2
CO 2
NH 3 H
Stio de ao
Stio de ao
Fig. 3 - Representao da diferena de interao de dois enantimeros com um receptor quiral devido s suas configuraes absolutas Essas interaes altamente especficas frmaco-receptor podem levar tambm a diferenas farmacocinticas (Figura 4). Da mesma forma, a absoro, distribuio, eliminao e, principalmente, o metabolismo de estereoismeros podem ser altamente especficos pois, em muitos casos, so realizados por protenas com alto grau de discriminao estereosseletiva (HYNECK et al., 1990; Caldwell, 1995). Depois da tragdia ocorrida com a talidomida, em razo do (-)-(S)- enantimero apresentar efeitos teratognicos, levando, por falta de conhecimento das diferenas toxicolgicas entre os enantimeros, m formao de milhares de fetos, novos modelos de estudos para frmacos quirais foram desenvolvidos (Caldwell, 1995). A partir de ento, passou-se a estudar a influncia do arranjo espacial dos tomos nas molculas na interao com macromolculas biolgicas e o quanto isso influenciava os processos bioqumicos, fisiolgicos e farmacolgicos. No Brasil, diversos pesquisadores j alertaram sobre a importncia do tema (SANTOS et al, 2007; COELHO, 2001; BARREIRO et al, 1997; LIMA, 1997; BERMUDEZ & BARRAGAT, 1996). Hoje, sabe-se que muitos frmacos quirais apresentam diferenas estereosseletivas significativas quanto potncia, toxicidade, absoro e metabolismo (Tabela 1). Dessa forma, as agncias mundiais regulamentadoras de sade exigem o estudo dos enantimeros isolados, incluindo a avaliao de racemizao do centro quiral alm de preconizar a comercializao de frmacos quirais na forma de enantimeros puros (SHINDO & CALDWELL, 1995).
RECEPTOR TRANSPORTADOR
RECEPTOR METABOLIZADOR
CONSEQNCIAS FARMACOCINTICAS
CONSEQNCIAS FARMACODINMICAS
QUEDA DE POTNCIA
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DIFERENAS FARMACOCINTICAS E OU FARMACODINMICAS DOS ENANTIMEROS A atividade anti-helmntica associada principalmente ao (-)-(R)Praziquantel enantimero, que tambm preferencialmente metabolizado (Andrews, (anti-helmntico) 1985) A potncia da (-)-(S)-varfarina 2 a 5 vezes maior que a da (+)-(R)Varfarina varfarina (Hyneck et al., 1990). (anticoagulante) Propafenona O (+)-(S)-enantimero possui efeito -bloqueador cerca de 100 vezes (antiarrtmico) maior que o (-)-(R)-enantimero (Kroemer et al., 1989). A propafenona possui metabolismo polimrfico (Kroemer et al., 1989) e com inibio competitiva no metabolismo da (+)-(S)-propafenona pela (-)-(R)propafenona (Kroemer et al., 1994). O enantimero (+)-(2S, 3R)-propoxifeno tem propriedade analgsica, Propoxifeno (analgsico e antiinflamatrio) enquanto o seu ismero ptico (-)-(2R, 3S)-propoxifeno possui propriedade antitussgena (Magoon et al., 2002). Alguns derivados sofrem inverso metablica do enantimero inativo (R)cidos 2-arilpropinico ao enantimero ativo (S)- (Soglowek et al., 1992). (AINE) Vrios pases possuem legislao prpria quanto ao desenvolvimento e comercializao de frmacos enantiomricos. Nota-se entre elas que muitos pontos so convergentes em relao a importncia do assunto e as normas exigidas, principalmente no que diz respeito aos ensaios de bioequivalncia (NOL et al., 2004). No Brasil o controle e legislao vigentes so regulamentados pela Anvisa atravs da RE n896 e RDC n135 ambas de 29 de maio de 2003. No caso em que dois enantimeros possuem potncia de ao diferente a IUPAC recomenda que o enantimero de maior ao farmacolgica e afinidade pelo receptor seja denominado de eutmero enquanto que o outro enantimero responsvel pelo efeito indesejado seja denominado distmero. Alm disso, a proporo da atividade do eutmero em relao ao distmero recebe a denominao de razo eudsmica e representa a eficcia ou estereoespecificidade do enantimero mais ativo. O desenvolvimento dos enantimeros isolados levou muitas empresas produtoras de frmacos quirais a obter novas patentes para a produo e comercializao do composto puro (Tabela 2).
FRMACO QUIRAL
Tabela 2 Exemplos de racematos que atualmente existem tambm na forma de enantimeros puros.
MISTURA RACMICA Omeprazol (R + S-omeprazol) Citalopram (R + S-citalopram) Albuterol (R + S-albuterol) Ofloxacino ( R + S-ofloxacino) Ibuprofeno (R + S-ibuprofeno)
ENANTIMERO PURO Esomeprazol ((-)-(S)-omeprazol), Escitalopram ((+)-(S)-citalopram) Levalbuterol ((-)-(R)-albuterol) Levofloxacino ((-)-(S)-ofloxacino) Dexibuprofeno ((+)-(S)-ibuprofeno)
O estudo, desenvolvimento, produo e comercializao do um enantimero puro de um racemato original chamado de chiral switching e com essa prtica vrias empresas conseguiram estender o perodo de patente do frmaco. Essa estratgia vem se tornando um forte atrativo para o desenvolvimento de novos produtos, pois muitos estudos clnicos necessrios para o desenvolvimento do enantimero puro j foram realizados durante o desenvolvimento do racemato o que torna o processo mais dinmico e barato. Somente em 2001 o mercado com frmacos enantiomricos puros foi superior a 147 bilhes de dlares (RAMACHANDRAN & SINGLA, 2002). A justificativa da concesso de novas patentes para o desenvolvimento e produo de enantimeros puros baseada nos fatos de que os mesmos apresentem uma ou mais das seguintes vantagens: - maior ndice teraputico - menor ou maior durao do tempo de ao (meia vida) - menor variabilidade interindividual - menor potencial de interaes medicamentosas - menor capacidade de desenvolver efeitos colaterais (Therapeutics Initiative, 2003). Esperava-se que esses fatos levassem a uma maior segurana e eficcia no tratamento com o enantimero puro que justifique, terapeuticamente e economicamente, o seu uso. Entretanto, muitos estudos
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desenvolvidos com enantimeros puros que apontavam para alguma dessas vantagens no foram confirmados quando aplicados nem em estudos in vivo e menos ainda em testes clnicos (Therapeutics Initiative, 2003). A talidomida, por exemplo, demonstrou, em estudos in vitro, a capacidade do enantimero (R-) racemizar para a configurao (S-) o que significa que a utilizao do enantimero puro no evitaria, a princpio, o problema de teratognese (KNOCHE & BLASCHKE, 1994). O desenvolvimento do antidepressivo (-)-(R)-fluoxetina foi abandonado por causa da mudana do regime de dosagem mais alta que o enantimero puro trouxe ao tratamento (MCCONATHY E OWENNS, 2003). O anti-hipertensivo labetalol tambm teve o desenvolvimento do seu enantimero puro, dilevalol, cancelado em funo da hepatotoxicidade causada pelo mesmo. Um outro exemplo de que o racemato pode ser superior ao enantimero puro o caso do antidepressivo mitazapina (Rameron ). A mirtazapina um frmaco quiral comercializado na forma de racemato e pertencente a uma classe distinta dos antidepressivos tricclicos clssicos por apresentar efeitos sobre os mecanismos de neurotransmisso noradrenrgica e serotoninrgica simultaneamente. Os enantimeros da mirtazapina demonstraram diferenas farmacocinticas e farmacodinmicas significativas. A (+)-(S)-mirtazapina demonstra ter 10 vezes mais afinidade por receptores 2-ps-sinpticos e ser ca. 37 vezes mais potente para inibir autorreceptores 2 comparada a (-)-(R)-mirtazapina (DE BOER et al., 1995). Em contrapartida, a (-)-(R)mirtazapina um inibidor do receptor 5-hidroxitriptamina cerca de 140 vezes mais potente. Justamente essas diferenas farmacodinmicas dos enantimeros da mirtazapina que confere a capacidade desse frmaco em aplicao nos casos de depresso. Desta forma possvel imaginar que a comercializao de um dos enantimeros puro no teria o mesmo efeito do racemato. Esses exemplos ilustram bem que enantimeros puros podem ou no ser uma vantagem teraputica em relao ao racemato, mas que a sua superioridade deve ser demonstrada na clnica para que o custo mais elevado do tratamento que os utilizam seja devidamente justificado. CONCLUSES No mbito da comercializao e utilizao de enantimeros puros, assim como das reais vantagens apresentadas pelos mesmos, as informaes que chegam aos profissionais da sade devem ser claras e coerentes com os resultados dos estudos clnicos para que os mesmos possam, atravs de suas experincias profissionais, tirar suas prprias concluses e adotar o medicamento que julguem mais eficiente para o respectivo caso. A legislao brasileira vigente pouco clara e de contribuio discreta para uma divulgao, estudo e controle adequado do assunto. Nota-se que o maior problema pertinente compreenso e importncia do assunto na sade esta justamente nas classes farmacuticas, mdicas, odontolgicas e veterinrias que correspondem justamente aos produtores, prescritores e dispensadores de medicamentos. Na rea acadmica preciso sempre enfatizar o assunto da quiralidade de frmacos em disciplinas de anlise instrumental, controle de qualidade, qumica farmacutica, farmacologia, bioqumica devem resgatar todos os aspectos relacionados ao assunto para que os profissionais formados transmitam esse conhecimento os diversos campos de atuao. preciso ainda que as corporaes farmacuticas que atuam no pas saibam tratar, discutir e comercializar seus produtos com respaldo tcnico-cientfico adequado. No Brasil existe um nmero considervel de mestres, doutores e grupos de pesquisas que trabalharam ou trabalham com o tema da quiralidade. Esses pesquisadores e profissionais poderiam estar atuando de forma mais significativa caso o setor produtivo farmacutico no Brasil desse a devida importncia a esse tema. A histria do uso de frmacos enantimricos deixou claro que nenhum frmaco quiral est to extensivamente estudado que tudo pode ser previsto sobre as diferenas farmacodinmicas, farmacocinticas e toxicolgicas que seus enantimeros iro apresentar. Portanto, estudos completos envolvendo a avaliao da eficcia, de efeitos txicos e a influncia de diversos parmetros como estados patolgicos, idade, fatores genticos, etc, devem ser muito bem avaliados antes da deciso final sobre a produo ou no do enantimero puro. O mesmo vale para o controle de qualidade na produo e comercializao de frmacos enantiomricos racmicos ou seus enantimeros puros.
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