[1] O documento descreve as atividades de um residente em saúde mental coletiva em um campo de gestão na Secretaria Municipal de Saúde de Farroupilha no primeiro semestre de 2021; [2] As atividades incluíram o desenvolvimento de uma política de educação permanente em saúde e o acompanhamento do planejamento de um novo serviço de saúde mental infanto-juvenil; [3] O relato analisa os desafios da gestão no município, como a necessidade de fortalecer o diálogo entre a secretaria e a
[1] O documento descreve as atividades de um residente em saúde mental coletiva em um campo de gestão na Secretaria Municipal de Saúde de Farroupilha no primeiro semestre de 2021; [2] As atividades incluíram o desenvolvimento de uma política de educação permanente em saúde e o acompanhamento do planejamento de um novo serviço de saúde mental infanto-juvenil; [3] O relato analisa os desafios da gestão no município, como a necessidade de fortalecer o diálogo entre a secretaria e a
[1] O documento descreve as atividades de um residente em saúde mental coletiva em um campo de gestão na Secretaria Municipal de Saúde de Farroupilha no primeiro semestre de 2021; [2] As atividades incluíram o desenvolvimento de uma política de educação permanente em saúde e o acompanhamento do planejamento de um novo serviço de saúde mental infanto-juvenil; [3] O relato analisa os desafios da gestão no município, como a necessidade de fortalecer o diálogo entre a secretaria e a
[1] O documento descreve as atividades de um residente em saúde mental coletiva em um campo de gestão na Secretaria Municipal de Saúde de Farroupilha no primeiro semestre de 2021; [2] As atividades incluíram o desenvolvimento de uma política de educação permanente em saúde e o acompanhamento do planejamento de um novo serviço de saúde mental infanto-juvenil; [3] O relato analisa os desafios da gestão no município, como a necessidade de fortalecer o diálogo entre a secretaria e a
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RESIDÊNCIA INTEGRADA EM SAÚDE
PROGRAMA DE SAÚDE MENTAL COLETIVA
CRISTIAN DA CRUZ CHIABOTTO
RELATÓRIO DE PRÁTICAS 2021/01
CAMPO DE GESTÃO
PORTO ALEGRE – RS 2021 DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Nome: Cristian Da Cruz Chiabotto
Núcleo Profissional: Psicólogo – CRP 07/32192 Ano: R2 Semestre: 2021/01 Município: Farroupilha/RS Campo: Gestão – Secretaria Municipal de Saúde Preceptor de Campo: Adriane Callegari Lume Tutor de Referência da Escola de Saúde Pública: Ana Luiza Vieira e Fernanda Mattioni Introdução
Ao iniciar o R2 do Programa de Residência em Saúde Mental Coletiva,
cujo percurso compreende diversos campos de aprendizado no ensino em serviço, a Gestão em Saúde Pública é o primeiro espaço onde desenvolvi práticas no primeiro semestre do ano de 2021. No município de Farroupilha, o campo que compreende os processos de gestão, se realizou no setor de Planejamento, da Secretaria Municipal de Saúde (SMS). Os processos de Gestão do Sistema Único de Saúde (SUS), também compreendem uma importante virada proposta pelo modelo assistencial preconizado desde à Reforma Sanitária Brasileira, uma vez que historicamente no Brasil, as políticas de saúde eram centralizadas – todas as ações federalizadas – e apenas parcela da população tinha acesso através do Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social – INAMPS (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2002).
A partir da implementação do SUS, a Lei 8.080/90, a gestão da saúde
pública brasileira, assim como as ações de promoção, prevenção e recuperação da saúde, são, descentralizadas, e passam a ser integradas a partir das três esferas de governo que compreende: União, Estados e Municípios. Neste sentido, a articulação de recursos financeiros e humanos, planejamento das ações e políticas de saúde, se tornam articuladas a partir de um processo de regionalização e territorialização que conferem acesso à toda população e garantem o direito universal em saúde. O Controle Social, na figura do Conselho Nacional, Conselhos Estaduais e Conselhos Municipais de Saúde, também adquirem um importante papel nos processos de gestão, uma vez que o SUS é construído a partir da participação popular e da construção de diversos atores na sua efetivação no cotidiano. A gestão passa, portanto, a ser compartilhada entre trabalhadores, usuários, organizações da sociedade civil e organizações de governo, explicitando o caráter coletivo da concepção de saúde da Reforma Sanitária.
O município de Farroupilha, possui cerca de 70 mil habitantes, está
localizado na região da Serra Gaúcha e componente da Comissão Intergestores Regional – CIR Uva e Vales, pertencente à 5ª Coordenadoria Regional de Saúde. Farroupilha conta com um contrato de gestão com uma Organização Social (O.S) – Associação Farroupilhense Pró Saúde – que executa e gerencia os serviços de atenção básica e média complexidade do município. Cabe à gestão da SMS, o planejamento das ações em saúde, o controle, planejamento e participação orçamentária (compreendendo repasses financeiros para aquisição de materiais e insumos em saúde, e também para a execução das políticas que é feita pela O.S) e gerência sobre todos os processos de execução das políticas públicas de saúde.
A SMS conta com o setor de planejamento, regulação e finanças. O setor
de planejamento onde foram realizadas as atividades da residência no mês de março à abril, é responsável por articular e planejar as ações em saúde, compreendendo todos os atores envolvidos neste processo e uma gestão democrática, e se utilizando de alguns instrumentos balizadores, como as resoluções das Conferências Municipais, o Plano Plurianual e a Programação Anual Orçamentária (PLANO MUNICIPAL DE SAÚDE, 2018-2021).
Linhas de trabalho e ações desenvolvidas
Ao chegar na SMS, dou início ao percurso com uma proposta de trabalho
em duas linhas: a elaboração de uma Política Municipal de Educação Permanente em Saúde (PMEPS) e o acompanhamento do processo de implementação do CAPS infanto-juvenil (ij) no município. Por outro lado, além da minha proposta de trabalho, acompanho também o dia-a-dia das tarefas que vão surgindo no setor de planejamento. A proposta de trabalho feita, surge a partir de um desejo, ligado às dificuldades vivenciadas na realidade dos serviços durante o período de R1 no ano de 2020, que explicitou a urgência de estabelecer a Educação Permanente em Saúde para às equipes contratadas pela O.S, bem como tencionar a discussão sobre a implementação do CAPS -ij, que se encontra parada desde à vinda do recurso para efetivar este serviço em 2018.
Em relação à PMEPS, foi desenvolvido um documento orientador para a
efetivação de espaços de EPS nas equipes de saúde da atenção básica e especializada. A elaboração deste documento, se faz necessária justamente porque o município conta com um Núcleo Municipal de Educação em Saúde Coletiva (NUMESC) desde 2017, que é um importante instrumento para efetivar a Política Nacional de Educação Permanente, instituída pela Portaria nº 1.996, DE 20 DE AGOSTO DE 2007. Tal necessidade também se justifica, pelas fragilidades identificadas nos processos de trabalho dos colaboradores contratados pela O.S, que em sua maioria não possuem uma formação adequada para efetivar no cotidiano os princípios e diretrizes do SUS, que é um dos principais objetivos da PNEP, que se preocupa com os processos de trabalho no SUS que consolidem de fato o projeto de sociedade e os princípios preconizados pela Reforma Sanitária Brasileira.
O processo de elaboração de um documento de orientação para a
PMEPS, colabora, do ponto de vista da gestão, para um diálogo entre os atores envolvidos, através de consulta com os trabalhadores, com os coordenadores das unidades e com a gerência da O.S, e do ponto de vista assistencial, objetivando efetivar a Clínica Ampliada e Compartilhada no cotidiano, estabelecendo um processo de reflexão e análise constante dos processos de trabalho no SUS. Compreende-se por efetivação da Clínica Ampliada e Compartilhada, a virada do modelo assistencial preconizado pelo SUS, que concebe os sujeitos em sua complexidade, a partir dos determinantes sociais da saúde, e não mais a saúde como um processo meramente centrado na doença e nos procedimentos, ou seja, a consolidação do princípio de integralidade.
Em relação ao processo de planejamento e implementação de um CAPS-
ij, o município possui um projeto feito em meados dos anos de 2017/2018, e também teve a verba financeira aprovada em CIB e CIR para efetivar este serviço de saúde mental na cidade. Apesar destes marcos de gestão importantes para implementar um serviço de extrema importante para a saúde pública local e regional, há entraves na sua consolidação. O município possui um ambulatório de saúde mental (CAISME) que atende as crianças e adolescentes como transtornos mentais graves e persistentes, bem como todas as demandas psicossociais que surgem nesta faixa etária, o que evidencia, uma fragilidade significativa na política municipal de saúde mental, uma vez que, o ambulatório têm um funcionamento limitado e não consegue de fato suprir as necessidades em saúde da população infanto-juvenil, o que se expressa na enorme lista de espera existente para atendimento no local. Tal impasse para a implementação do CAPS ij, deixa claro que há uma disputa de modelos de atenção no município: de um lado a clínica da Reforma Psiquiátrica centrada na atenção psicossocial, de outro lado, a velha lógica médico-hegemônica e tradicional da clínica psiquiátrica, que historicamente, não produz saúde. As dificuldades da gestão em efetivar a implementação deste serviço, esbarram com a gestão da O.S terceirizada, na figura da coordenação de saúde mental da organização, que de diversas maneiras comunica a insatisfação em renunciar à lógica ambulatorial. Em relação à isto, me remeto a esta situação como um analisador sobre a gestão municipal: fica evidente a insuficiência de instrumentos de gestão na regulação entre a O.S e a SMS, uma vez que a ordem parece estar invertida, já que como prestadora de serviços para um bem público – neste caso a saúde – deveria zelar pelo diálogo e a construção de uma gestão séria com a máquina pública e não agir como se fosse autônoma em relação à SMS. Acredito que, é preciso criar espaços de debate e reuniões periódicas para consolidar o diálogo entre estes atores.
Outras ações desenvolvidas, dizem respeito ao dia-a-dia da gestão e das
demandas que vão surgindo no setor de planejamento. Pude vivenciar a experiência significativa – que vou denominar aqui de Apoio Institucional – de escuta e apoio aos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de cada UBS do município. As reuniões aconteceram em formato de um circuito por cada unidade, para dar suporte aos ACS e também para repassar novo protocolo de visitação e busca a partir dos indicadores do Programa Previne Brasil, que compreende as novas formas de financiamento da APS no SUS. Segundo o Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS (2018), o apoio institucional é uma importante ferramenta para criar espaços coletivos e mediar a construção de objetivos e pactuações comuns e também qualificar as ações através do suporte, planejamento e supervisão. Neste sentido, aponto a necessidade da SMS do Município poder efetivar o Apoio Institucional – circulação pelas equipes de saúde, presença e contato constante com a ponta onde se realiza assistência – como forma de qualificar as ações e também prestar suporte para os processos de gestão da O.S. Conclusão
A partir das ações desenvolvidas no período que compreende a
experiência na Gestão, percebe-se a importância dos espaços e processos gestores do SUS na consolidação dos seus princípios e diretrizes, que são operacionalizados pela assistência nas diversas complexidades. A Gestão, e aqui em especial o setor de Planejamento da SMS, têm papel fundamental na organização, planejamento e estratégias de gestão para dar suporte e retaguarda à ponta do acesso em saúde. Apesar dos desafios – e ressalto dentre eles o compartilhamento e difícil diálogo com a O.S terceirizada – percebe-se a qualidade técnica e a capacidade de resolução de problemas da equipe, que apesar de estar em número pequeno, exerce um excelente trabalho.
Ressalto também, a importância da municipalização e da
descentralização da atenção e da gestão em saúde, como um marco que efetiva o princípio da Universalidade do acesso. Neste sentido, a experiência na SMS demarcou o papel significativo da gestão municipal na efetivação cotidiana do SUS. Atenção e gestão em saúde, são processos que estão constantemente interligados e emaranhados, daí a relevância de compreensão sistêmica destes processos que são engendrados e que consolidam o modelo de atenção preconizado desde à Reforma Sanitária e a criação do SUS.
Autoavaliação
Em relação aos processos de trabalho estive presente e assíduo em todos
os dias durante o mês vivenciado na SMS, estabeleci bons vínculos com a equipe de trabalho e estive sempre disposto a efetuar os trabalhos no cotidiano. Sem mais, agradeço imensamente este período de aprendizado que compõe minha trajetória pela Residência Multiprofissional. Referências
BRASIL. Ministério da Saúde. O Sistema Público de Saúde Brasileiro.
Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Núcleo Técnico da PNH.
Documento Base para Gestores e Trabalhadores do SUS, Brasília-DF, 2008. Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/humanizasus_documento_gestores _trabalhadores_sus.pdf
BRASIL. Ministério da Saúde. Política Nacional de Educação Permanente
em Saúde /Departamento de Gestão da Educação em Saúde. – Brasília : Ministério da Saúde, 2009. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/pacto_saude_volume9.pdf
FARROUPILHA. Plano Municipal de Saúde 2018-2021. Secretaria Municipal
A Importancia Dos Cuidados de Enfermagem Prestados em Terapia Intensiva A Pacientes em Processos Hemodialiticos Venovenosos Continuos Pesquisa Bibliografica Revista Atualiza Saude N1 V1