Relatorio Etapa 02
Relatorio Etapa 02
Relatorio Etapa 02
de Recursos Hídricos
do Estado de Rondônia
Subproduto 2.3:
Diagnóstico da Dinâmica Social
e dos Processos de Mobilização e Comunicação
Subproduto 2.4:
Cenários Alternativos das Demandas Hídricas
REALIZAÇÃO: EXECUÇÃO:
RELATÓRIO DE ETAPA (RE 02) PARA A ELABORAÇÃO DO PLANO ESTADUAL
DE RECURSOS HÍDRICOS DO ESTADO DE RONDÔNIA
REALIZAÇÃO:
EXECUÇÃO:
CURITIBA - PR
JANEIRO/2018
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Emissão Inicial
Rev. Data Elaborado Verificado Autorizado CREA CE
por por por Responsável
Técnico RHA
CE – Códigos de emissão
AE Aprovado para emissão AF Aprovação final VS Versão preliminar
CD Cancelado
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
REPRESENTANTE LEGAL
Candice Schauffert Garcia
Engenheira Civil
Mestre em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental
[email protected]
EQUIPE CHAVE
Coordenadora Geral
Engª Civil Candice Schauffert Garcia, M.Sc.
Coordenador Técnico e Especialista em Hidrologia
Engº Civil Laertes Munhoz da Cunha, M.Sc.
Coordenadora Executiva
Engª Ambiental Andréia Pedroso, Esp.
Especialista em Recursos Hídricos/ Qualidade da Água
Engº Químico André Virmond Lima Bittencourt, Pós-Dr em Geologia Geral.
Especialista em Socioeconomia
Socióloga Mary Helena Allegretti, Dr.
Especialista em Orçamentos e Custos
Economista e Engº Ambiental Marcelo Ling Tosta da Silva, M.Sc.
Especialista em Planejamento e Cenarização
Engª Civil Candice Schauffert Garcia, M.Sc. / Arquiteta Regina Maria Martins de Araújo, M.Sc.
Consultores
Engº Civil Eloy Kaviski, Dr. – Especialista em Modelos Matemáticos
Equipe de Apoio
Engª Ambiental e Sanitarista Kássia Regina Bazzo
Engª Civil Márian da Costa Rohn, M.Sc.
Engª Civil Alícia Camila de Oliveira Prux
Geógrafa Isabela Raquel Ramos Iensen
Socióloga e Antropóloga Daniela Bonamigo Zupiroli
Engº Agrônomo Luiz Fernando Allegretti, M.Sc.
Geógrafa Karine Krunn
Engº Civil Homero Buba
Estagiário em Eng. Produção Lucas Zabrocki Borges
Estagiária em Eng. Civil Tatiane Bisoni Barros
Estagiário em Eng. Civil Natan Dezanet Ricci Szatkowski
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
DADOS CONTRATUAIS
Objeto: Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos de Rondônia nos termos previstos nos arts.
19 a 21 da Lei Complementar Estadual nº 255 de 25 de janeiro de 2002 e seu Decreto Regulamentador
nº 10.114 de 20 de setembro de 2002 conforme especificado no Termo de Referência, Edital e seus
Anexos.
Prazo para prestação dos serviços: 12 meses a partir da data da Ordem de Serviço.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO 16
1 INTRODUÇÃO 17
2 OBJETIVOS 19
3 DIAGNÓSTICO DA DINÂMICA SOCIAL E DO PROCESSO DE MOBILIZAÇÃO E
COMUNICAÇÃO 20
3.1 HISTÓRIA E PADRÕES DE OCUPAÇÃO 20
3.2 DINÂMICA SOCIOECONÔMICA 24
3.2.1 Dinâmica Populacional 24
3.2.2 Indicadores Econômicos e de Desenvolvimento 41
3.2.3 Serviços Educacionais 53
3.2.4 Quadro Geral 104
3.3 PADRÕES CULTURAIS E ANTROPOLÓGICOS 107
3.3.1 Terras Indígenas 108
3.3.2 Etnias Indígenas 138
3.3.3 Comunidades Quilombolas 164
3.3.4 Unidades de Conservação 176
3.4 ANÁLISE INSTITUCIONAL E LEGAL 230
3.4.1 Planos Regionais de Desenvolvimento 231
3.4.2 Programas de Incentivo Socioeconômico 237
3.4.3 Ordenamento Territorial 241
3.4.4 Meio Ambiente e Recursos Hídricos 243
3.5 EDUCAÇÃO AMBIENTAL 255
3.5.1 Histórico da Educação Ambiental 255
3.5.2 Agentes e Projetos que Operacionalizam a Educação Ambiental 257
3.5.3 Sistema Formal para Educação Ambiental 262
3.5.4 Considerações Finais 279
3.6 IDENTIFICAÇÃO DE SEGMENTOS SOCIAIS ESTRATÉGICOS 280
3.6.1 Metodologia 281
3.6.2 Resultados da Pesquisa 285
3.6.3 Maiores Consumidores de Água 319
3.7 SISTEMAS DE COMUNICAÇÃO 319
3.7.1 Metodologia 319
3.7.2 Emissoras de Televisão 320
3.7.3 Emissoras de Rádio 324
4 CENÁRIOS ALTERNATIVOS DAS DEMANDAS HÍDRICAS 325
4.1 CENÁRIO INERCIAL 326
4.1.1 Projeções de Demanda Hídrica 326
4.1.2 Projeções de Qualidade da Água 331
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
LISTA DE FIGURAS
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FIGURA 3.47 - INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OFERTAM VAGAS DOS CURSOS DE PÓS-
GRADUAÇÃO CONSIDERADOS DE INTERESSE NA MODALIDADE PRESENCIAL EM
RONDÔNIA ....................................................................................................................................... 278
FIGURA 3.48.- INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OFERTAM VAGAS DOS CURSOS DE PÓS-
GRADUAÇÃO CONSIDERADOS DE INTERESSE NA MODALIDADE SEMIPRESENCIAL EM
RONDÔNIA ....................................................................................................................................... 279
FIGURA 3.49 - NÚMERO DE INSTITUIÇÕES PESQUISADAS POR CATEGORIA E
PARTICIPAÇÃO NO TOTAL, EM RONDÔNIA, 2017 ................................................................... 286
FIGURA 4.1 - FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA UTILIZADA PARA DETERMINAÇÃO DAS
VAZÕES DE RETIRADA, CONSUMO E RETORNO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO
PARA O PERÍODO DE 2015 – 2030................................................................................................. 357
FIGURA 4.2 – ESPELHOS D’ÁGUA NO ESTADO DE RONDÔNIA ........................................... 363
Figura 4.3 – VARIAÇÃO NAS DEMANDAS HÍDRICAS PARA O CENÁRIO INERCIAL NO
HORIZONTE DE CURTO PRAZO (2021) ....................................................................................... 371
Figura 4.4 – VARIAÇÃO NAS DEMANDAS HÍDRICAS PARA O CENÁRIO INCREMENTAL NO
HORIZONTE DE CURTO PRAZO (2021) ....................................................................................... 371
Figura 4.5 – VARIAÇÃO NAS DEMANDAS HÍDRICAS PARA O CENÁRIO SETORIAL NO
HORIZONTE DE CURTO PRAZO (2021) ....................................................................................... 372
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
LISTA DE TABELAS
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.32 – VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O CENÁRIO SETORIAL
............................................................................................................................................................. 363
TABELA 4.33 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO SETORIAL POR UHG EM 2021
............................................................................................................................................................. 364
TABELA 4.34 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO SETORIAL POR UHG EM 2026
............................................................................................................................................................. 365
TABELA 4.35 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO SETORIAL POR UHG EM 2036
............................................................................................................................................................. 366
TABELA 4.36 - PROJEÇÃO DA CARGA POLUIDORA COM BASE NAS OUTORGAS NO
CENÁRIO SETORIAL ....................................................................................................................... 367
TABELA 4.37 - ESTIMATIVA DE RESÍDUOS SÓLIDOS TOTAIS PARA O CENÁRIO SETORIAL
............................................................................................................................................................. 368
TABELA 4.38 - VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O HORIZONTE 2021 .... 368
TABELA 4.39 - VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O HORIZONTE 2026 .... 369
TABELA 4.40 - VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O HORIZONTE 2036 .... 369
TABELA 4.41 - VAZÕES DE RETIRADA POR UHG PARA O HORIZONTE 2021 .................... 369
TABELA 4.42 - VAZÕES DE RETIRADA POR UHG PARA O HORIZONTE 2026 .................... 370
TABELA 4.43 - VAZÕES DE RETIRADA POR UHG PARA O HORIZONTE 2036 .................... 370
TABELA 4.44 – MUNICÍPIOS COM POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO DE ATIVIDADES
AGROPECUÁRIAS, EXCETUANDO SE AS ÁREAS DE RESERVA LEGAL ............................. 373
TABELA 4.45 – MUNICÍPIOS COM POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO DE ATIVIDADES
AGROPECUÁRIAS, EXCETUANDO SE AS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE PROTEÇÃO
INTEGRAL ......................................................................................................................................... 373
TABELA 5.1 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INERCIAL
(2021) .................................................................................................................................................. 375
TABELA 5.2 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INERCIAL
(2026) .................................................................................................................................................. 376
TABELA 5.3 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INERCIAL
(2036) .................................................................................................................................................. 376
TABELA 5.4 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO
INCREMENTAL (2021)..................................................................................................................... 377
TABELA 5.5 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO
INCREMENTAL (2026)..................................................................................................................... 377
TABELA 5.6 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO
INCREMENTAL (2036)..................................................................................................................... 378
TABELA 5.7 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO setorial (2021)
............................................................................................................................................................. 378
TABELA 5.8 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO setorial (2026)
............................................................................................................................................................. 379
TABELA 5.9 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO setorial (2036)
............................................................................................................................................................. 379
15
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
APRESENTAÇÃO
16
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
1 INTRODUÇÃO
A elaboração do PERH/RO está estruturada de acordo com as três etapas descritas a seguir.
Primeiramente, cabe observar que a Etapa Inicial do PERH/RO, foge ao objeto do Contrato nº
356/PGE-2016, tendo sido elaborada pela SEDAM, e apresentada no Relatório 01: “Norteadores
Metodológicos para Elaboração do Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia”. Este
relatório contém parte do diagnóstico dos meios físico, biótico e socioeconômico do estado e,
principalmente, as bases metodológicas para a construção do PERH/RO para subsidiar a elaboração das
etapas e produtos subsequentes.
17
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
processos em andamento, para reorientar o curso dos acontecimentos e/ou promover as transformações
necessárias de forma a implantar a proposição desejada.
18
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
2 OBJETIVOS
19
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Para alcançar esse objetivo foi realizado um quadro do desenvolvimento da área estudada
baseado em indicadores sociais e econômicos e dados da dinâmica populacional; a dinâmica social dos
municípios da área em estudo foi avaliada por meio da identificação dos elementos e atores sociais
estratégicos, caracterizando suas formas de atuação e organização, capacidade de liderança e
abrangência espacial, com destaque aos que se relacionam ao uso e proteção dos recursos hídricos, no
contexto do desenvolvimento do estado. Ainda no que concerne à dinâmica social, foram identificadas
e caracterizadas as representações de grupos étnicos e comunidades tradicionais presentes na bacia e
seus padrões culturais e antropológicos, relacionando-os a processos produtivos (pesca artesanal,
pequena produção agropecuária, entre outros) e analisando suas relações com o uso e a conservação dos
recursos hídricos.
Até a segunda metade do século XIX, o território onde hoje encontra-se Rondônia era, em sua
quase totalidade, indígena. Tal situação só começou a se alterar com a intensificação dos movimentos
migratórios originados pelo início do ciclo da borracha em 1880, quando para lá se deslocaram muitos
nordestinos, expulsos de seus locais de origem por anos de seca e pela falta de capacidade do sistema
econômico nordestino de os abrigar (OLIVEIRA, 1983).
Embora o território atual do estado de Rondônia não tenha sido uma das regiões de destaque da
produção de látex durante o ciclo da borracha, essa atividade econômica foi essencial para a organização
agrária e territorial do estado, cujos reflexos podem ser observados até os dias atuais.
A principal e mais relevante herança desse período para Rondônia foi, sem dúvida, a construção
da Estrada de Ferro Madeira-Mamoré, parte dos compromissos assumidos pelo Brasil no Tratado de
Petrópolis, que compensou a Bolívia pela perda do território que deu origem ao estado do Acre. A
20
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
estrada visava ultrapassar as cachoeiras do rio Madeira e permitir o escoamento da borracha produzida
na Bolívia até um porto de embarque para seguir para Europa e Estados Unidos, local que deu origem à
cidade de Porto Velho.
Essa obra impactou diretamente a dinâmica social do estado e tem uma história marcante de
conflitos e dificuldades. Proposta, inicialmente, em 1878, pela empresa norte-americana P.T. e Collins,
visando ligar Guajará-Mirim e Porto Velho em um prazo de três anos. Contudo, mais de um ano depois,
com apenas sete quilômetros construídos, a empresa abandonou a obra, alegando os altos custos a ela
associados, bem como aos altos índices de mortalidade dos trabalhadores ali alocados por conta de surtos
de malária e ataques indígenas (CUNHA, 1985).
A obra ficou abandonada por anos, até que, em 1907, um empresário americano, Percival
Farquhar, contratou a empreiteira May-Jekill and Randolph, também americana, que, após cinco anos,
com um saldo de 6.500 trabalhadores mortos, conseguiu finalizar os trilhos da Ferrovia Madeira-
Mamoré (TEIXEIRA, 2008) em 1912.
Nas margens da ferrovia surgiram inúmeras ocupações, que se constituíram em vilas e tiveram
grande importância não só para o processo de ocupação do território, mas, também, cumprindo relevante
papel na formação da identidade rondoniense, tal qual descrito por Teixeira (2008).
Martins (1981) ressalta, entretanto, que essa identidade se pautou nas bases da exclusão social
de caboclos e nordestinos que migraram para a região. Nas palavras do autor, esse ciclo nada consolidou,
“(...) deixando apenas a memória de um período de extrativismo brutal (...) a um custo social dos mais
dramáticos que a América Latina conheceu neste século”.
De acordo com Souza (2002), foram formados por Rondon núcleos de povoamento (postos
telegráficos) em seis localidades: Vilhena, Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (atual
1 A Comissão Construtora de Linhas Telegráficas de Mato Grosso ao Amazonas, ou Comissão Rondon, como ficou mais
conhecida, foi uma estratégia de ocupação do território brasileiro. Com o crescimento da importância econômica da região da
Amazônia a partir da exploração do látex, o estado buscava tirar a área do isolamento, estendendo linhas telegráficas até a
Amazônia.
21
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes. Posteriormente, esses locais viriam a dar origem a algumas das principais
cidades do estado. Além disso, o caminho traçado por essa Comissão tornar-se-ia a BR-364, principal
via de ligação de Rondônia com o Centro-Sul do país.
Em 1944, com a promulgação do Plano Rodoviário Nacional, iniciava-se outra importante etapa
da ocupação do território de Rondônia. Nesse documento, estavam planejadas inúmeras ações e, entre
elas, encontrava-se a construção da rodovia Cuiabá-Porto Velho (BR-364), que, quando completada, em
1960, seria um importante fator para a construção da sociedade rondoniense. Foi também nesse período
que o governo iniciou uma reestruturação da divisão territorial dos estados, o que possibilitou que fosse
criado o Território Federal do Guaporé, que viria a dar origem ao estado de Rondônia (SOUZA et al.,
2002).
Com a eclosão da Segunda Guerra Mundial, houve novamente uma ampla demanda pelo látex
amazônico e nova leva de migrantes nordestinos rumaram para a área rondoniense. Entretanto, essa
demanda não se sustentou e, com o fim da guerra, os seringais da região entraram novamente em letargia.
Nesse momento, muitos dos migrantes que haviam ali se fixado ingressaram nas atividades de garimpo
de cassiterita, as quais, por sua vez, trouxeram algum fluxo migratório para a região (MARTINS, 1981).
Porém, após o Golpe Militar de 1964, as atividades de garimpo individuais foram proibidas e,
pelo menos, 100 mil garimpeiros foram excluídos do sistema econômico local. As jazidas de minério
foram concedidas para a exploração por empresas internacionais, as quais além da exploração da
cassiterita, também se apossaram de grandes glebas de terras nos estados, sendo que, algumas delas
ainda controlam, atualmente, grandes áreas de Rondônia.
Ressalta-se aqui que a campanha do governo civil-militar para que os territórios amazônicos
fossem ocupados, a qual estendeu-se da década de 30 até meados da década de 80, desconsiderava e
subjugava uma massa de indígenas, caboclos e seringueiros que já viviam na região. O que se buscava,
22
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
então, não era apenas o povoamento das terras amazônicas, mas uma nova forma de apropriação e
exploração do espaço, transformando a terra em uma mercadoria.
Nas décadas de 70 e 80 ocorreu a maior onda migratória para o território de Rondônia, cerca de
600 mil pessoas chegaram e instalaram-se na área. Durante essas duas décadas, a migração teve caráter
diferente das ondas anteriores aqui mencionadas, ao contrário dos migrantes que chegavam objetivando
obter algum pecúlio durante os ciclos da borracha, os que agora adentravam o território rondoniense
buscavam um pedaço de chão para fixar residência, criando relações de pertencimento e identidade
(TEIXEIRA, 1999).
De acordo com Teixeira (1999), grande parte desses migrantes era proveniente do Sul do país,
em especial do Paraná. Em sua maioria agricultores, buscavam em Rondônia um local onde pudessem
cultivar seus pedaços de terra sem estarem à mercê de uma estrutura fundiária centralizada decorrente
da modernização e mecanização agrícola, como ocorria, então, na região Sul. Também fazia parte do
contingente de migrantes os que haviam sido deslocados pela construção de Itaipu.
Iniciou-se nesse período o chamado Ciclo da Agricultura em Rondônia, executado pelo INCRA
por meio de Projetos Integrados de Colonização e Projetos de Assentamento Dirigido. Sobre esse
processo de distribuição e repartição dos lotes de terras aos colonos feito pelo órgão supracitado,
Teixeira (1999) afirma que era permeado pela corrupção de funcionários que privilegiavam
latifundiários e menosprezavam populações indígenas e seringueiros. Percebe-se, assim, que diversos
conflitos agrários marcaram o processo de ocupação de Rondônia, originando tensões sociais e culturais
entre os nativos e os migrantes impulsionados pela propaganda governista.
Se em 1980, década em que o então território federal passou a ser considerado o estado de
Rondônia, a taxa média de crescimento populacional era de 7,89% ao ano – altíssima se comparada à
média nacional de 1,93% -, na década de 90 o crescimento da população no estado, devido,
principalmente, ao esgotamento da fronteira agrícola, estancou. Entre 1991 e 1996, a taxa de crescimento
foi de apenas 1,68% ao ano, estabilizando a dinâmica de expansão populacional (IBGE, 2000).
Apesar de ter sido um processo de ocupação bastante conflitivo e desorganizado, com diferentes
ondas migratórias e com a eclosão de diversos conflitos e embates pela posse da terra, de modo geral,
os migrantes construíram relações de reconhecimento e pertencimento a partir das dificuldades
partilhadas no processo de adaptação ao território que lhes era desconhecido. Em Rondônia, segundo
Amaral (2012), a “(...) população é híbrida e multiculturalmente diversificada”, na qual alguns
elementos de sociabilidade, tais como as práticas desportivas e religiosas, favorecem a interação dos
diferentes grupos de migrantes e formam uma sociedade multifacetada.
23
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Tal cenário impactou e ainda impacta de forma considerável a dinâmica populacional do estado.
Assim, no presente tópico serão apresentados os principais dados demográficos de cada um dos
municípios de Rondônia, com a análise de indicadores importantes para a compreensão da dinâmica
populacional das diferentes áreas do estado como um todo.
24
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Tal como o estado, a dinâmica populacional de grande parte dos municípios também apresentou
fases de ampla expansão, mas, atualmente, o que se observa é uma tendência de estabilização e, em
muitos casos, até de decréscimo acentuado do número de habitantes. A TABELA 3.2 apresenta a
evolução populacional nos municípios de Rondônia, bem como os dados sobre as densidades
demográficas.
TABELA 3.2 - EVOLUÇÃO POPULACIONAL NOS MUNICÍPIOS DE RONDÔNIA, 1991 A 2016, VARIAÇÃO PERCENTUAL
NO PERÍODO E DADOS DE DENSIDADE DEMOGRÁFICA. VALORES ESTADUAIS E NACIONAIS, DO MESMO PERÍODO,
A TÍTULO DE COMPARAÇÃO
25
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Iniciando a análise dos dados apresentados pela configuração estadual, tem-se um crescimento
percentual do número de moradores no estado superior à média brasileira no mesmo período. Enquanto
o número de habitantes no Brasil cresceu 40,27% entre 1991 e 2016, em Rondônia, esse índice foi de
58,04%. Entretanto, mesmo considerando a expansão demográfica das décadas anteriores e esse ritmo
de crescimento mais acelerado que o nacional, o número de habitantes de Rondônia representa apenas
0,86% de toda a população brasileira. No contexto nacional, apenas os estados do Acre, Amapá, Roraima
e Tocantins são menos populosos do que Rondônia.
26
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Apenas sete municípios de Rondônia possuem mais de 50 mil habitantes, são eles: Porto Velho,
Ariquemes, Jaru, Ji-Paraná, Cacoal, Rolim de Moura e Vilhena. Destes, apenas Rolim de Moura não se
encontra no eixo da BR-364. Guajará-Mirim, pela estimativa realizada pelo IBGE em 2016, encontra-
se muito próximo de incorporar essa lista, com 47.048 habitantes.
A capital do estado, Porto Velho, com 511.219 moradores, segundo estimado pelo IBGE em
2016, representa quase 30% do total populacional de Rondônia. Esse município, o mais antigo do estado,
fundado em 1914, teve um aumento de quase 78% no número de habitantes entre 1991 e 2016. Por outro
lado, o município menos populoso de Rondônia é um dos de fundação mais recente, Pimenteiras do
Oeste, desmembrado de Cerejeiras em 1995, tem apenas 2.417 moradores, o que representa menos de
0,15% do total de habitantes do estado. Este último município, entre 2000 e 2016, teve um aumento de
menos de 2% em seu total de moradores.
O Censo realizado em 1991 mostrava que 62% da população de Rondônia era não-natural do
estado; o percentual, em 2000, diminuiu muito pouco, passando a 52%. Em 2010, os residentes naturais
de outras regiões brasileiras somavam 38%. Tais percentuais refletem diretamente na composição da
pirâmide etária estadual. A população natural é extremamente jovem, 79% dela possuem menos de 20
anos de idade; já entre os não-naturais, o percentual de menores de 20 anos é de apenas 16%. Isso pode
ser explicado, em parte, pelo fato de que a migração que ocorreu no estado era, majoritariamente, de
grupos familiares com altos níveis de fecundidade, o que, por sua vez, contribui indiretamente com o
crescimento vegetativo dos naturais, com os nascimentos oriundos dos imigrantes após terem realizado
o movimento (IBGE, 2000).
Notório é o caso de Guajará-Mirim, onde mais de 90% da área do município são de Unidades
de Conservação e Terras Indígenas. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (MMA, 2017), ali
são encontradas as UCs Parque Estadual de Guajará-Mirim, Parque Nacional da Serra da Cutia, Parque
Nacional de Pacaás Novos, Reserva Biológica Rio Ouro Preto, Reserva Biológica Traçadal, Reserva
Extrativista do Rio Cautário, Reserva Extrativista Barreiro das Antas, Reserva Extrativista Rio Ouro
Preto e Reserva Extrativista Rio Pacaás Novos. Além destas, no município estão parte das TIs Igarapé-
Laje, Pacaás Novas, Rio Cautário, Rio Guaporé, Rio Negro Ocaia, Sagarana e Uru-Eu-Wau-Wau. Todo
esse território sob proteção, tradicionalmente pouco povoado como mencionado anteriormente, explica
a baixa densidade demográfica municipal.
28
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
3.2.1.2 Urbanização
Teoricamente, um núcleo para ser considerado urbanizado deve contar com oferta de serviços
de eletricidade, coleta de lixo e tratamento de esgoto. Entretanto, segundo pesquisas do IBGE (2010),
em Rondônia, em 2008, apenas em cinco municípios podia ser encontrada rede de esgotamento sanitário
– Alvorada D’Oeste, Cacoal, Guajará-Mirim, Ji-Paraná e Porto Velho –, cobrindo apenas 3,5% do total
dos resíduos sólidos gerados no estado. Além disso, mais de 70% dos domicílios, no estado, não eram
atendidos plenamente pela rede geral de abastecimento de água. De acordo com a SAHOP (1978), taxa
de urbanização é o "indicador que mede o crescimento percentual da população que vive em núcleos
urbanos, em relação à população total considerado em períodos determinados, geralmente anuais,
deduzido dos períodos intercensuais que se consideram a cada dez anos", porém, observando as
características de oferta de serviços acima mencionadas, tem-se que uma alta taxa de urbanização não
indica, efetivamente, um alto nível de desenvolvimento, considerando a precária oferta de infraestrutura.
Em Rondônia, a taxa de urbanização é da ordem de 70%, o que significa que somente 30% da
população no estado vive em áreas rurais. À primeira vista esse índice pode parecer contraditório com
as demais informações apresentadas, porém, há que se considerar o grande número de pequenos núcleos
urbanos em meio a amplas áreas rurais e sob proteção, os quais atuam como vetores de atração para a
população. A título de ilustração dessa informação, apresenta-se, a seguir, a FIGURA 3.1, com as
manchas urbanas detectáveis em Rondônia.
29
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A TABELA 3.3 apresenta os dados relativos ao número de domicílios, totais, rurais e urbanos,
bem como as taxas de urbanização municipais e estaduais.
TABELA 3.3 - TAXA DE URBANIZAÇÃO E CONTAGEM DE DOMICÍLIOS TOTAIS, RURAIS E URBANOS, MUNICÍPIOS E
ESTADO DE RONDÔNIA, 2010
30
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
taxas de urbanização variando de 73,5% a 91,2%. O maior índice pertence à capital do estado, que conta
com um nível de urbanização superior ao nacional, inclusive. Nesse aspecto, dá-se destaque, também, a
Ji-Paraná, que apresenta uma taxa de 89,9%. Todos esses municípios apresentam pelo menos 75% do
total de domicílios localizados em áreas urbanas.
No outro lado do espectro, são oito os municípios que não chegam a 30% de taxa de urbanização.
Alto Alegre dos Parecis, Campo Novo de Rondônia, Castanheiras, Governador Jorge Teixeira, Nova
União, Novo Horizonte do Oeste, Theobroma e Vale do Paraíso não só não alcançam esse percentual,
como também possuem mais de 70% de seus domicílios localizados em área rural. O MAPA 2 em anexo
apresenta a distribuição das populações municipais em áreas urbanas e rurais.
Tal como ocorre no restante do país, observa-se um êxodo rural intenso em Rondônia. A
população que reside em zonas rurais é uma população com grande tempo de permanência nessas áreas
e a pirâmide etária encontra-se cada vez mais invertida, com poucos jovens e muitos idosos. O cenário
já chama a atenção de estudiosos e governantes, que têm investido em ações e programas de educação
e agroeconomia para minimizar essa saída de habitantes do meio rural.
A taxa de natalidade é a proporção de nascimentos que ocorre em uma determinada área num
certo período de tempo; essa taxa reflete o número de nascimentos por cada mil habitantes no ano. O
dado é de fácil interpretação, porém, não é valido para comparação de unidades que apresentem
realidades demográficas muito díspares. O indicador, no entanto, é relevante para o cálculo do
crescimento populacional, uma vez que taxas de natalidade baixas e número de idosos alto apontam para
déficit da força produtiva a curto e médio prazo.
A taxa de mortalidade é o indicador que contempla o número de óbitos totais por cada mil
habitantes num determinado período de tempo. Inversamente vinculada à esperança de vida, é
considerada alta quando excede os 30%, moderada quando se situa entre 15% e 30% e baixa quando
menor do que 15%. Existem vários fatores que podem influenciar a taxa de mortalidade, entre eles a
condição física de cada habitante, fenômenos climatológicos, subnutrição, doenças, entre outros; assim,
esse índice pode ser considerado pouco significativo em comparação, uma vez que não contempla a
pirâmide etária e/ou a estrutura socioeconômica causadora dos óbitos. Por esse motivo, somente serão
apresentadas as informações relativas a essa taxa para os municípios, optando-se por focar a análise na
taxa de mortalidade infantil.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A taxa de mortalidade infantil consiste na proporção de crianças que morrem no primeiro ano
de vida, por cada mil crianças nascidas vivas, durante o período de um ano em uma determinada região.
A partir desse índice é possível comparar condições sanitárias e socioeconômicas de distintas
localidades. Esse dado é um indicador da qualidade dos serviços de saúde, saneamento básico e
educação, uma vez que entre as principais causas da mortalidade infantil estão a falta de assistência e
de instrução às gestantes, ausência de acompanhamento médico, deficiência na assistência hospitalar,
desnutrição, déficit nos serviços de saneamento ambiental, entre outros. A título de comparação, o índice
considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde (OMS) é de 10 mortes para cada mil
nascimentos.
Por fim, o índice de envelhecimento é definido como a proporção entre o número de pessoas de
60 anos ou mais de idade para cada 100 pessoas com menos de 15 anos, em determinado espaço
geográfico, no ano considerado. Quando o aumento do grupo jovem é maior do que o do idoso, tem-se
um rejuvenescimento da população, o contrário indica a tendência ao envelhecimento. Com esse
indicador, razão entre a população idosa e a população jovem, é possível avaliar o processo de ampliação
do segmento idoso na população total e, assim, observar o ritmo de envelhecimento da população
comparativamente.
33
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Interessante notar que, entre os municípios da região Norte, a taxa de natalidade em Rondônia
é a mais baixa. A TABELA 3.5 apresenta alguns indicadores para os estados que compõem a região, a
título de comparação.
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TABELA 3.5 - TAXA DE FECUNDIDADE TOTAL, TAXA BRUTA DE NATALIDADE, TAXA BRUTA DE MORTALIDADE,
TAXA DE MORTALIDADE INFANTIL E ESPERANÇA DE VIDA AO NASCER, POR SEXO - BRASIL, REGIÃO NORTE E
RONDÔNIA, 2009
Taxa bruta Esperança de vida ao nascer
Taxa de Taxa bruta de Taxa de
Abrangência de
fecundidade mortalidade mortalidade
geográfica natalidade Total Homens Mulheres
total (%) (%) infantil (%)
(%)
Brasil 1,94 15,77 6,27 22,50 73,19 69,40 77,00
Norte 2,51 20,01 4,86 23,50 72,20 69,30 75,10
Rondônia 2,32 18,40 5,15 22,40 71,89 69,10 74,70
Acre 2,96 23,94 4,98 28,90 72,00 69,40 74,70
Amazonas 2,38 20,16 4,45 24,30 72,10 69,20 75,40
Roraima 2,20 28,78 4,84 18,10 70,60 68,10 73,20
Pará 2,51 18,88 4,86 13,00 72,50 69,60 75,50
Amapá 2,87 27,96 4,77 22,50 71,00 67,20 75,00
Tocantins 2,60 18,45 5,49 25,60 71,90 69,60 74,20
Fonte: CEPED-UFSC (2011).
A Taxa de Fecundidade em Rondônia fica bem acima da média nacional, porém é a segunda
mais baixa da região Norte, ficando à frente, apenas, do estado de Roraima. Em relação à Taxa Bruta de
Natalidade, apesar de Rondônia apresentar índice bastante superior ao brasileiro, é a menor para toda a
região Norte.
A Taxa Bruta de Mortalidade, por outro lado, é mais alta do que a média da região e uma das
maiores entre os estados, ficando atrás apenas de Tocantins. Considerando a Taxa de Mortalidade
Específica (TME), as principais causas de óbitos em Rondônia, em 2010, estavam ligadas a acidentes
de trânsito; o estado, inclusive, liderava, à época, o número de mortes por acidentes de transporte na
região Norte, com uma TME de 39,4% para esse tipo de óbito. O número de homicídios também era
elevado, representando 34,9% do total de óbitos; em relação aos demais estados da região Norte,
Rondônia era, em 2010, o segundo mais proeminente em relação à esta causa de morte, ficando atrás
apenas do Amapá (38,8%) (DATASUS, 2017).
A análise dos indicadores municipais mostra algumas realidades interessantes, as quais devem
ser ressaltadas para a compreensão de um cenário geral em que há grandes disparidades entre os
municípios, ao mesmo tempo em que semelhanças importantes podem ser consideradas.
Os grandes municípios localizados no eixo da BR-3642 apresentam algumas das maiores taxas
de natalidade do estado; em Ariquemes, Candeias do Jamari e Porto Velho, inclusive, são observadas
taxas maiores do que a média estadual. Por outro lado, as taxas de mortalidade desses municípios, que
acompanham a rodovia, também estão entre as mais altas do estado, com destaque para Ji-Paraná que
2 Consideradosaqui, com base na população total, como Ariquemes, Cacoal, Candeias do Jamari, Jaru, Ji-Paraná, Ouro Preto
do Oeste, Pimenta Bueno, Porto Velho e Vilhena.
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apresenta o maior índice de Rondônia, 6,12%. As taxas de mortalidade infantil, por sua vez, são
inferiores à taxa estadual, excetuando-se Candeias do Jamari – que apresenta o maior índice no estado
de Rondônia, 33,78% – e Pimenta Bueno, com 23,45%. O menor índice de mortalidade infantil é
encontrado também nesse eixo de BR, Ouro Preto do Oeste apresentava, em 2014, uma taxa de apenas
5,26%, considerando uma população de quase 40 mil habitantes, isso indica acertos nas políticas
públicas de saúde e saneamento.
Dentre os demais municípios, apenas Buritis, Machadinho d’Oeste e Mirante da Serra possuem
taxas de natalidade superiores à estadual, 19,97%, 18,55% e 19,25%, respectivamente. As menores
variáveis, nesse indicador, por sua vez, são encontradas em Castanheiras (9,23%), Teixeirópolis
(10,37%) e Vale do Paraíso (10,88%). Mirante da Serra, município de cerca de 12 mil habitantes,
também apresenta elevada taxa de mortalidade, 5,42%, a terceira maior de Rondônia estado, atrás apenas
de Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste. Já a menor taxa de mortalidade é observada em Parecis, um dos
menores municípios do estado em termos populacionais, com pouco mais de 5 mil habitantes, com
1,46%. Por outro lado, esse mesmo município apresenta uma das maiores taxas de mortalidade infantil,
20,41%.
3 Considerados como municípios de região fronteiriça com a Bolívia: Cerejeiras, Costa Marques, Guajará-Mirim, Pimenteiras
do Oeste e São Francisco do Guaporé.
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Em relação à mortalidade infantil, chama atenção a realidade de Novo Horizonte do Oeste, que,
com pouco mais de 10 mil habitantes, apresenta uma taxa de 32,26%, a maior em Rondônia. Os melhores
cenários em relação à esse indicador são os de Monte Negro, que tem a menor taxa no estado, 4,90%, e
Alvorada d’Oeste, 5,43%, ambos com populações totais em torno de 16 mil pessoas.
Em Rondônia, de acordo com o IBGE (2015), são encontrados dois arranjos populacionais, um
ao norte do estado e outro a oeste, na região de fronteira com a Bolívia. Este segundo é considerado,
inclusive, um arranjo populacional internacional. A TABELA 3.6 expõe os principais dados sobre esses
recortes geográficos.
TABELA 3.6 - ARRANJOS POPULACIONAIS EM RONDÔNIA: MUNICÍPIOS PARTICIPANTES, TOTAL DE HABITANTES,
NÚCLEO E INFORMAÇÕES SOBRE INTEGRAÇÃO E MANCHA URBANA, 2010
Pessoas que
Índice de
trabalham ou
integração do Mancha
estudam em
Arranjo Município População Núcleo município urbanizada
outros
com o contígua
municípios do
arranjo
arranjo
Internacional de Guajará- Guajará-Mirim (RO) 41.656 SIM 0,0
Mirim/Brasil, 0 NÃO
Guayaramerín/Bolívia Guayaramerín (Bolívia) 40.444 NÃO
Porto Velho 428.527 SIM 0,01
Porto Velho 3.398 NÃO
Candeias do Jamari 19.779 NÃO 0,38
Fonte: Adaptado de Arranjos Populacionais e Concentrações Urbanas do Brasil (IBGE, 2015).
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Já o arranjo populacional de Porto Velho, formado pela capital e pelo município de Candeias do
Jamari, composto por 448.306 pessoas, é um dos maiores a nível nacional. Nesse arranjo, 3.398 pessoas
se deslocam de seu município de origem para estudar e/ou trabalhar no outro. Dado o índice de
integração bem mais elevado em Candeias do Jamari, esse contingente deve ser formado,
primordialmente, por habitantes desse município. A mancha urbanizada é extensa, porém, não é
contígua.
Observa-se que Ji-Paraná é considerado um município isolado que compõe uma média
aglomeração urbana. Somando a população deste, de 116.610 habitantes, aos moradores dos arranjos
populacionais expostos, 606.572, tem-se que quase 40% da população total de Rondônia encontra-se
concentrada nessas áreas. Isso indica que esses recortes estão submetidos a maiores pressões
demográficas e, portanto, também têm seus recursos hídricos sob maior risco de serem afetados por
intervenções humanas e por pressões populacionais.
Outro aspecto importante para ser analisado neste tópico são as tendências de concentração e
polarização decorrentes das migrações internas no estado. Os levantamentos populacionais mostram
que, se não há mais uma imigração intensa de brasileiros de outras regiões para ocupação do território
rondoniense, há, atualmente, uma intensa mobilização humana, silenciosa e determinada, em busca de
oportunidades e melhores condições de vida.
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Na década de 1970, cerca de 80% da população estadual ocupava apenas 10% de sua área
territorial, agrupando-se em projetos de colonização e formando a região pioneira. O restante do
território, que correspondia a quase 90% da área do estado, abrigava apenas 20% da população. Os
maiores núcleos de concentração, à época, formavam verdadeiros arquipélagos regionais, representados
pelo tripé: Porto Velho, Guajará-Mirim e Vila de Rondônia (atual Ji-Paraná). Essas cidades acabaram
se desenvolvendo sobre si mesmas, pois a distância entre elas dificultava a integração/polarização
regional. Com a construção da BR-364, uma nova lógica passou a integrar espaços antes vazios e
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descontínuos de povoamento; cidades surgiram ao longo da rodovia com suas dinâmicas impulsionadas
pelos fluxos e fixos que se estabeleceram na precária rede rodoviária estadual (THERY, 2012).
Essa migração interna, cujo grau de atratividade variou ao longo das décadas de acordo com
novos fatores econômicos, como a atividade madeireira ou a ampliação das áreas propícias à pecuária
de corte e de leite, foi responsável por uma redistribuição da população no território, que fundava
núcleos populacionais fazendo surgir localidades, que logo viravam distritos e depois novos municípios.
Isso contribuiu para que de dois municípios à época de criação, Rondônia passasse a 52 em meados dos
anos 2000. O grande número de municípios, entretanto, nunca significou uma distribuição mais
homogênea da população pelo território, pelo contrário, pequenos municípios, que foram fundados com
poucos milhares de habitantes, assim se mantiveram com o passar do tempo por não possuírem
capacidade de atração populacional. Ao mesmo tempo, os municípios do eixo da BR-364, cada vez mais
integrados a um contexto nacional, configuraram-se como polos de atração para pessoas que saíam do
meio rural de outros municípios, bem como de outros estados do país.
Nesse novo contexto, a região formada por Porto Velho, Candeias do Jamari, Itapuã do Oeste,
Cujubim, Buritis, Campo Novo e Nova Mamoré, teve aumento considerável, com um crescimento de
mais de 120% no número total de habitantes entre 1991 e 2016. Porto Velho funciona como o grande
polo de atração na área, garantindo uma maior concentração populacional interna e em regiões próximas.
Vale lembrar que só a capital concentra quase 30% de todos os moradores de Rondônia.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Movimento oposto ocorre na região dos municípios Colorado do Oeste, Cerejeiras, Cabixi,
Corumbiara e Pimenteiras d’Oeste, onde todos registraram importantes reduções populacionais entre
1991 e 2016. Na região, atuam como polos de atração os municípios de Vilhena, que cresceu pouco
mais de 13% no mesmo período, e de Chupinguaia, que teve acréscimo de quase 90% no número de
seus habitantes entre 2000 e 2016.
No entanto, foi na região de Ji-Paraná, a mais rica do estado, que ocorreram as maiores
mobilizações humanas no mesmo período. Ali se encontram três importantes municípios, cujas cidades
atuam como cidades-polos: Ji-Paraná, Ouro Preto do Oeste e Jaru. Enquanto o município de Ji-Paraná
cresceu cerca de 40% entre 1991 e 2016, Ouro Preto do Oeste encolheu mais de 50% no mesmo período;
e Jaru também apresentou decréscimo populacional em torno de 12%. Os habitantes que dali saíram,
entretanto, não se abrigaram, em sua maioria, nas grandes cidades da microrregião, mas emigraram para
municípios como Porto Velho, Cujubim, Buritis e Nova Mamoré.
A região formada por municípios próximos de Cacoal, também perdeu considerável número de
habitantes, muitos dos quais migraram para os centros urbanos de Guajará-Mirim, Costa Marques,
Ariquemes e Machadinho d’Oeste, que cresceram, respectivamente, 64%, 44%, 25% e 126%.
No presente trabalho, optou-se por analisar as informações a respeito do PIB Bruto de Rondônia,
bem como do PIB per capita. Estes são considerados indicadores do nível de atividade, ou seja,
funcionam como uma espécie de termômetro das condições gerais dos elementos mais sensíveis às
flutuações cíclicas do mercado.
sistema, dado que ela resulta da agregação da produção física de todos os bens e serviços pelos
respectivos preços, descontadas as transações intermediárias (VASCONCELLOS, 2015). Essa é a
vertente que será analisada neste item, para os municípios e o estado de Rondônia.
Já o PIB per capita, calculado a partir da divisão do PIB Bruto pelo número de habitantes da
região econômica, foi o primeiro indicador utilizado para analisar a qualidade de vida em um país,
seguindo a premissa de que os cidadãos se beneficiariam com um aumento na produção agregada de sua
região. Ressalva-se que o PIB per capita não é uma medida de renda pessoal, desconsiderando o nível
de desigualdade de renda de um grupo social. Entretanto, diversos economistas ressaltam a importância
da consideração desse indicador quando da análise do desenvolvimento econômico e social de longo
prazo (VASCONCELLOS, 2015).
Por fim, considerando que, atualmente, o desemprego se constitui em uma das maiores
preocupações da população a respeito dos indicadores econômicos, apresentar-se-á, também, as taxas
de desemprego nos municípios e no estado de Rondônia. Essa taxa é definida como o percentual que
relaciona o número de pessoas desempregadas e o total da População Economicamente Ativa.
TABELA 3.7 - PIB BRUTO, PIB PER CAPITA E TAXA DE DESEMPREGO, MUNICÍPIOS E ESTADO DE RONDÔNIA, 2010 E
2014
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23.655
25.000 22.162
19.881
20.000 17.195
16.224
18.466 19.462
14.345
15.000 17.659
15.098
13.456
10.000 11.977
10.320
5.000
0
2007 2008 2009 2010 2011 2012 2014
Rondônia Brasil
No período entre 2007 e 2014, o PIB per capita em Rondônia aumentou em cerca de 88% ao
passo que o brasileiro viveu um incremento de 89%, ou seja, a média de crescimento estadual
acompanha de maneira muito próxima a nacional. O período de maior aumento no PIB per capita, em
Rondônia, foi entre 2010 e 2011, quando o indicador vislumbrou um incremento quase 17%; no mesmo
período, no Brasil, houve um aumento de, aproximadamente, 11%. Entre 2013 e 2014, a média nacional
cresceu de maneira mais significativa do que a estadual, com 15% e 5% de aumento, respectivamente.
Observando os cenários municipais, entretanto, percebe-se que apenas 15, dos 52 municípios,
apresentam valores próximos ou superiores à média estadual, que aparenta estar inflada pela
contribuição de alguns poucos em detrimento de uma realidade mais deficitária que pode ser visualizada
na maioria das unidades municipais rondonienses.
O município com o maior PIB per capita em Rondônia é, também, o menor em termos
populacionais; Pimenteiras do Oeste, fundado em 1995 na fronteira com a Bolívia, de economia
essencialmente agrícola, apresenta esse indicador na ordem de R$ 31.560,80, superior em mais de R$
6.000,00 ao PIB per capita da capital do estado, que se encontra em segundo lugar no ranking desse
indicador.
Afora Pimenteiras do Oeste e Porto Velho, os municípios que apresentam os maiores valores de
PIB per capita, em Rondônia, por ordem de grandeza, são Vilhena, Pimenta Bueno e Ji-Paraná. Todos
esses municípios localizam-se no eixo da BR-364 e apresentam um nível de desenvolvimento do setor
de serviços considerável. Por outro lado, os municípios que apresentam os menores valores de PIB per
capita no estado são Vale do Anari e Costa Marques. Em comum a ambos os municípios, que possuem
populações totais, graus de urbanização e localização geográfica bastante distintas, apenas o fato de que
prepondera, economicamente, as atividades agropecuárias.
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Se, em termos de produção total, Rondônia não ocupa posição de destaque no cenário nacional,
o mesmo não pode ser dito sobre a taxa de desemprego no estado, que é uma das menores no Brasil. A
taxa de desemprego em Rondônia, no primeiro trimestre de 2016, era de 7,5%, enquanto no restante do
país ficava em torno de 10,9%. A taxa, relativamente boa, está longe de ser ideal. Na TABELA 3.7 são
apresentadas informações sobre esse indicador de 2010, que são as mais recentes disponíveis em nível
municipal, então comparando a taxa estadual de 2010 e 2016, percebe-se uma alta de 5% para 7,5%,
impacto gerado pela crise na construção civil e no comércio varejista. Entretanto, o impacto, em
Rondônia, foi menor do que no restante do país graças à produção agrícola e à agroindústria
(CAPISTRANO, 2016).
Parecis, pequeno município de pouco mais de cinco mil habitantes, de economia eminentemente
baseada em pequenas produções agrícolas, apresentava, em 2010, a menor taxa de desemprego no
estado, apenas 1,90%. Já as maiores taxas foram observadas, à época, em Ouro Preto do Oeste e Santa
Luzia d’Oeste, municípios bastante díspares em termos de características socioeconômicas, mas que
sofreram com o fechamento de importantes empresas, que eram fontes de empregos nos municípios.
Como mencionado, muitos pesquisadores utilizam o PIB per capita como medida do
desenvolvimento de uma unidade geográfica, entretanto, o indicador mais utilizado em referência a esse
tipo de análise é o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Criado pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento (PNUD) em 1990, esse indicador busca oferecer um contraponto ao PIB per
capita, que considera apenas a dimensão econômica do desenvolvimento. O IDH fornece uma medida
das condições básicas de vida de uma sociedade, assim, não representa um índice de qualidade de vida,
mas mede as condições que determinam possibilidades básicas de vida para os indivíduos, tais como
saúde, conhecimento e padrão de vida. Na prática, o IDH é usado para avaliar o nível de
desenvolvimento dos países, estados e localidades, servindo, no Brasil, como meio de distribuição de
recursos em programas governamentais (SPANGER, 2011).
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O Índice de Gini, por sua vez, atualmente, é considerado o principal indicador de desigualdade,
podendo, inclusive, ser utilizado para comparações entre diferentes países. Muitos autores, entretanto,
afirmam que este índice não é o mais apropriado, pois apresenta limitações importantes, uma vez que
mede a desigualdade dos indivíduos somente através da ótica da renda, desconsiderando aspectos
relacionados ao bem-estar. Criado pelo estatístico italiano Corrado Gini, consiste em um número entre
0 e 1, onde 0 corresponde à completa igualdade de renda e 1 corresponde à completa desigualdade
(SOUZA, 2009).
Por fim, a taxa de pobreza mensura o percentual populacional com renda familiar mensal per
capita de até meio salário mínimo, expressando a proporção da população geral considerada em estado
de pobreza, de acordo com a renda pessoal. O IBGE considera dois tipos de taxa de pobreza, a absoluta
e a relativa. Ambas serão analisadas no presente estudo.
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A análise de indicadores, quase sempre, pressupõe algum índice de comparação. Pode-se olhar
para as informações expostas na TABELA 3.8 e notar que, em relação ao IDH, Rondônia apresenta
maior desenvolvimento em termos dos indicadores de longevidade e um péssimo desempenho nos
educacionais, entretanto, porém, esse tipo de análise, além de não fornecer parâmetros de referência,
acaba flutuando em uma espécie de vazio conjuntural. Desse modo, apresenta-se FIGURA 3.4, com
informações a respeito dos Indicadores de Desenvolvimento Humano no país e nos estados da região
Norte.
FIGURA 3.4 - INDICADORES DE DESENVOLVIMENTO HUMANO, IDH-M, IDH-R, IDH-L E IDH-E, RONDÔNIA, DEMAIS
ESTADOS DA REGIÃO NORTE E BRASIL
Fonte: Adaptado de PNUD (2013).
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Conclui-se, assim, que o baixo desempenho educacional é comum não só aos estados da região
Norte como ao total nacional. Também é possível ver que o desempenho rondoniense, aquém do
brasileiro, é comum à região, que não apresenta dados que a qualifiquem como a melhor em relação a
seus indicadores, mas também não revela estar entre os piores cenários de desenvolvimento humano no
país.
Jaru é o município com maior IDH-L em Rondônia, 0,825. Para esse indicador, tem relevância,
também, os índices encontrados em Cacoal, Candeias do Jamari, Guajará-Mirim, Espigão d'Oeste, Porto
Velho e Teixeirópolis, todos superiores à média nacional. Esses municípios possuem características
bastante distintas em termos socioeconômicos, mas, aparentemente, possuem uma rede bem estruturada
de assistência médica e condições adequadas de qualidade de vida, assegurando maiores expectativas
de vida. No outro extremo, os municípios onde os habitantes apresentam as menores expectativas de
vida, com IDH-L igual a 0,751, são Buritis, Costa Marques, Itapuã do Oeste e São Francisco do Guaporé,
municípios de pequeno ou médio porte no contexto de Rondônia.
Considerando o indicador mais crítico no estado, o educacional, observa-se que apenas Porto
Velho e Vilhena possuem médias superiores à nacional, 0,637; Vilhena é o município com maior IDH-
E, 0,659. Apenas outros sete municípios, em sua maioria integrantes do grupo de destaque no IDH-M,
apresentam índices acima do estadual. No outro espectro, Campo Novo de Rondônia, com IDH-E de
0,404, é o expoente negativo dentre os municípios rondonienses. Os demais apresentam indicadores
inferiores ao estadual, ainda que, muitas vezes, bastante próximos ao mesmo.
A FIGURA 3.5 é composta pela apresentação gráfica dos valores do Índice de Gini em
Rondônia, nos demais estados que compõem a região Norte e no Brasil, a título de comparação.
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FIGURA 3.5 - ÍNDICE DE GINI DA RENDA DOMICILIAR PER CAPITA, BRASIL, REGIÃO NORTE E ESTADOS, 2010
Fonte: Adaptado de DATASUS (2010).
Em 2010, os municípios com os melhores Índices de Gini no estado foram Teixeirópolis (0,43),
Nova União (0,46) e São Felipe d’Oeste (0,46). Os três encontram-se entre os menos populosos de
Rondônia, com menos de oito mil habitantes em cada um; localizam-se próximos, mas não às margens,
da BR-364 e contam com uma economia essencialmente agrícola, porém, com uma boa distribuição de
renda, dada as informações do indicador.
Os piores índices foram encontrados em municípios com menos de 30 mil habitantes. Campo
Novo de Rondônia, onde vivem pouco menos de 15 mil pessoas, apresenta o maior indicador do estado,
0,67, superior, inclusive à média da região Norte e a nacional. Outros municípios que apresentarem
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resultados bastante negativos foram Seringueiras e São Miguel do Guaporé, ambos apresentaram índices
de 0,63, abrigando cerca de 25 mil habitantes cada um.
FIGURA 3.6 - TAXAS DE POBREZA ABSOLUTAS NOS ESTADOS DA REGIÃO NORTE, 2003
Fonte: Adaptado de IBGE (2017).
Percebe-se que, dentre os estados da região Norte, Rondônia apresenta os menores percentuais
de incidência de pobreza absoluta. A taxa rondoniense é significativamente inferior às demais, que
mostram valores semelhantes, próximos ou acima de 40%. Em Rondônia, menos de 30% da população
sobrevive com menos de meio salário mínimo, o que revela que as condições de distribuição da renda
per capita no estado são muito mais adequadas do que nos demais. A TABELA 3.9 apresenta as
informações sobre esse indicador para os municípios rondonienses.
51
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.9 - TAXAS DE POBREZA ABSOLUTA E RELATIVA, MUNICÍPIOS DO ESTADO DE RONDÔNIA, 2003
52
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Os municípios que apresentam as maiores taxas de pobreza absolutas e relativas são Buritis,
Candeias do Jamari e Cujubim. Buritis apresenta a maior taxa absoluta no estado, 39,90%, o que
significa que, dentre os cerca de 70 mil habitantes do município, em 2003, mais de 25 mil pessoas
sobreviviam com menos de meio salário mínimo. Considerando a percepção dos indivíduos, tem-se uma
taxa de pobreza relativa de 45,86%, o que eleva o número de pessoas em estado de pobreza para mais
de 30 mil pessoas. Candeias do Jamari também apresenta taxa superior a 39%, no município, que em
2003 tinha pouco mais de 15 mil habitantes, quase 6 mil pessoas sobreviviam com menos de meio salário
mínimo. Por fim, Cujubim, que apresentava taxa da ordem de 38,33%, em 2003, abrigava pouco mais
de 7 mil habitantes, dos quais quase 3 mil viviam em estado de pobreza. Tanto em Cujubim quanto em
Candeias do Jamari, se forem consideradas as taxas de pobreza relativas, o número de pessoas em
situação de privação sobe consideravelmente.
No outro horizonte, os municípios com menores taxas de pobreza, em 2003, eram Castanheiras,
Novo Horizonte do Oeste, São Felipe d’Oeste e Theobroma. Todos apresentam taxas inferiores a 20%
e, dentre eles, o expoente positivo é Novo Horizonte do Oeste que, à época, tinha apenas 15% de seus
cerca de 12 mil habitantes sobrevivendo com menos da metade de um salário mínimo.
Em relação aos municípios mais populosos localizados no eixo da BR-364, Porto Velho e
Ariquemes apresentam as menores taxas de pobreza, com 21,89% e 23,73%, respectivamente. Já
Vilhena e Ji-Paraná eram os com maiores índices, da ordem de 31,15% no primeiro 31,74% no segundo.
Em 2003, na capital do estado, que contava à época com, aproximadamente, 350 mil habitantes, haviam
mais de 70 mil pessoas em estado de privação.
Ressalta-se que, sob o ponto de vista empírico, a pobreza absoluta e relativa não possuem limites
claros e bem definidos, porém, comparando-se os dados apresentados na Tabela 9, é possível perceber
que o limite traçado pelo governo para distinguir os que são considerados pobres, fica bem abaixo do
que o que os próprios indivíduos consideram como necessário para uma boa inserção social, uma vez
que as taxas relativas são, em muitos casos, bastante superiores às absolutas. Em vários municípios de
Rondônia, a taxa de pobreza relativa supera a absoluta em mais de 10 pontos percentuais.
A educação é colocada como prioridade por governos de todos os níveis e diversos organismos
internacionais. Políticas voltadas à garantia de acesso, melhoria do aprendizado e igualdade de
oportunidades são estabelecidas periodicamente para o sistema educacional. Entretanto, para definir de
maneira satisfatória essas políticas, é preciso conhecimento da realidade do cenário educacional e, nesse
ponto, os indicadores de educação cumprem um importante papel.
No Brasil, esses indicadores vêm sendo cada vez mais utilizados para estabelecer planos e ações
que visam a melhoria das condições de ensino. Os recursos públicos são distribuídos de acordo com o
53
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
número de matrículas das redes de ensino de municípios e estados e novos sistemas de responsabilização
com base em indicadores são, constantemente, implantados. O próprio planejamento e desenvolvimento
de programas educacionais utilizam variados índices para o monitoramento de seus resultados.
Via de regra, as análises sobre sistemas educacionais iniciam-se pelo estudo das taxas totais de
analfabetismo e sua evolução ao longo dos anos. Assim, a TABELA 3.10 apresenta essas informações
para os municípios e para o estado de Rondônia.
TABELA 3.10 - NÚMERO DE PESSOAS ANALFABETAS E TAXAS DE ANALFABETISMO PARA A POPULAÇÃO COM 15
ANOS OU MAIS, 2000 E 2010, E VARIAÇÃO NO PERÍODO, PARA OS MUNICÍPIOS E O ESTADO DE RONDÔNIA
Total da população
Taxa de Analfabetismo - População com 15
Variação % no analfabeta com 15 anos ou
Município anos ou mais
período mais
2000 2010 2010
Alta Floresta d'Oeste 15,8 12,0 -0,24 2.582
Alto Alegre dos Parecis 17,5 13,5 -0,22 1.447
Alto Paraíso 16,2 11,8 -0,27 1.402
Alvorada d'Oeste 15,9 12,9 -0,18 2.108
Ariquemes 11,8 7,9 -0,33 5.583
Buritis 14,1 9,9 -0,29 2.230
Cabixi 17,5 13,6 -0,22 844
Cacaulândia 16,0 13,2 -0,17 407
Cacoal 12,1 8,3 -0,31 5.696
Campo Novo de Rondônia 17,9 12,3 -0,31 1.143
Candeias do Jamari 16,8 11,0 -0,34 1.159
Castanheiras 14,7 14,3 -0,02 388
Cerejeiras 13,9 10,3 -0,25 1.509
Chupinguaia 15,9 10,3 -0,35 508
Colorado do Oeste 15,1 12,4 -0,17 1.961
Corumbiara 17,5 12,6 -0,28 1.197
Costa Marques 16,0 8,6 -0,46 951
Cujubim 17,9 12,0 -0,32 745
Espigão d'Oeste 15,3 11,4 -0,25 2.554
Governador Jorge Teixeira 20,0 13,5 -0,32 1.741
Guajará-Mirim 11,7 8,1 -0,30 2.543
Itapuã do Oeste 18,3 12,8 -0,30 733
Jaru 15,2 10,7 -0,29 5.220
Ji-Paraná 11,4 7,8 -0,31 7.759
Machadinho d'Oeste 16,4 12,0 -0,26 2.507
Ministro Andreazza 17,9 12,7 -0,29 1.479
Mirante da Serra 19,9 13,5 -0,32 1.575
Monte Negro 16,5 14,5 -0,12 1.330
Nova Brasilândia d'Oeste 16,3 11,3 -0,30 1.702
Nova Mamoré 17,0 13,1 -0,22 1.634
Nova União 17,7 13,6 -0,23 897
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ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Total da população
Taxa de Analfabetismo - População com 15
Variação % no analfabeta com 15 anos ou
Município anos ou mais
período mais
2000 2010 2010
No entanto, apesar da média estadual ser menor do que a brasileira, apenas sete municípios
apresentam taxas de analfabetismo inferiores à de Rondônia: Ariquemes, Cacoal, Guajará-Mirim, Ji-
Paraná, Pimenta Bueno, Porto Velho e Vilhena. As taxas observadas nesses municípios, em sua maior
parte, são bastante inferiores à estadual, de modo que acabam “puxando para baixo” a média de
Rondônia. Com isso, observa-se uma distribuição bastante desigual do número de analfabetos no
território, indicando que as políticas públicas educacionais voltadas para a maioria dos municípios
encontram-se em defasagem com a realidade da oferta de ensino.
Em 2010, as menores taxas de analfabetismo eram observadas em Porto Velho (5,1%) e Vilhena
(6,1%). Ambos os municípios apresentaram uma redução significativa entre 2000 e 2010, sendo, no
primeiro, de 0,37% e, no segundo, de 0,36%. Por outro lado, os municípios com as maiores taxas de
analfabetismo no estado, em 2010, eram Theobroma e Vale do Anari, os dois com índices da ordem de
15,1%. Nestes a redução do analfabetismo no período observado foi menor do que no estado com um
todo, com decréscimos de 0,17% e 0,24%, respectivamente.
55
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Em geral, a diminuição percentual no número de analfabetos foi mais intensa nos municípios
que apresentavam as menores taxas em 2000, ampliando ainda mais a distância entre estes e os que
apresentam índices mais deficitários para esse indicador e configurando um cenário ainda mais díspar
no quesito analfabetismo em Rondônia. O município com maior redução, 0,46%, foi Costa Marques,
que passou de uma taxa de 16%, em 2000, para 8,6% em 2010. Já o que apresentou o menor decréscimo
foi Castanheiras, onde era observado um índice de 14,7% em 2000, passando para 14,3% em 2010, uma
redução de apenas 0,02%. Ressalta-se que, mesmo que em percentuais distintos, todos os municípios de
Rondônia apresentaram decréscimos em suas taxas de analfabetismo entre 2000 e 2010.
No contexto de eficiência e rendimento escolar, existem diversos indicadores que podem ser
analisados com o objetivo de traçar um cenário das condições educacionais. Para o presente estudo,
optou-se por trabalhar com as taxas de rendimento e as taxas médias de distorção idade-série. As
primeiras fornecem informações sobre a eficiência do sistema escolar, a saber: aprovação, reprovação e
abandono. Já as segundas, representam a defasagem entre a idade do aluno e a idade recomendada para
a série que ele está cursando.
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FIGURA 3.7 - DISTRIBUIÇÃO ESPACIAL DA PROPORÇÃO (%) DA POPULAÇÃO ANALFABETA NOS MUNICÍPIOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA, 1991, 2000 E 2010
Fonte: Atlas Desenvolvimento Sustentável e Saúde – Brasil 1991 a 2010 (OPAS, 2015:45)
A TABELA 3.11 apresenta informações sobre esses indicadores para os municípios e o estado
de Rondônia.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 3.11 - TAXAS DE RENDIMENTO ESCOLAR E DE DISTORÇÃO IDADE-SÉRIE NOS MUNICÍPIOS E NO ESTADO DE RONDÔNIA
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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O rendimento escolar no estado de Rondônia, apesar de se apresentar com taxas mais adequadas
do que o da região Norte como um todo, fica aquém das médias nacionais em todos os índices, há menor
aprovação e maiores reprovações e evasão escolar. Isso é válido tanto para o Ensino Fundamental como
para o ensino médio.
A maior taxa de aprovação pode ser observada em Nova Brasilândia d’Oeste, município de
pequeno porte que possui apenas três escolas de Ensino Fundamental municipais e duas estaduais. O
número de matrículas nesse município, nessa etapa de ensino, é de 1.923 alunos, assim, a taxa de
rendimento indica que, destes, apenas 48 irão ser reprovados e sete irão evadir do ambiente escolar. Já
a menor taxa de evasão é apresentada pelo município de São Miguel do Guaporé, 0,2. Neste, também
há duas escolas municipais e duas estaduais, mas ele conta também com uma unidade de ensino privada;
o total de matrículas é de 2.086, indicando que menos de cinco alunos irão compor a estatística de evasão
escolar.
No polo oposto, Candeias do Jamari tem os piores indicadores de todo o estado. A taxa de
reprovação é a maior de Rondônia, assim como o seu índice de evasão escolar. Esse município, com
pouco mais de 24 mil habitantes, possui três escolas municipais e quatro estaduais, totalizando 2.983
matrículas. Desse modo, estima-se que quase 500 alunos reprovem e 170 abandonem o ambiente escolar
em Candeias do Jamari.
No ensino médio, Rondônia apresenta índice de rendimento inferior ao nacional; sua taxa de
reprovação é superior, inclusive, à da região Norte, ainda que a evasão escolar rondoniense seja uma
das menores da região, ainda é bem mais alta do que a nacional.
60
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Os municípios que possuem as menores taxas de distorção idade-série são Cabixi, Cacoal e
Vilhena. Estes não apresentam muitas características em comum, nem em termos de população, nem em
relação à localização geográfica. Mas, essas taxas indicam que o fluxo escolar tem sido controlado de
maneira satisfatória, de modo que os alunos não se atrasem tanto por conta de inserção tardia na rede de
ensino ou grande quantidade de reprovações.
Já os piores municípios em relação a esses indicadores são Candeias do Jamari e Rio Crespo.
No primeiro, a distorção passa de 45% para alunos do ensino médio e quase chega a 40% no Ensino
Fundamental; isso quer dizer que quase metade dos matriculados na rede de ensino estão com idades
díspares do que é considerado adequado pela legislação e organizações de educação.
Porto Velho apresenta índices piores do que a média estadual, com maiores percentuais de
alunos em distorção idade-série, entretanto não está entre os cenários municipais mais deficitários do
estado. Na capital, a distorção idade-série é de 26,6% para os alunos do Ensino Fundamental e 33,3%
para o ensino médio. Ariquemes, Ji-Paraná e Vilhena, outros municípios bastante populosos, apresentam
taxas menores do que as estaduais, mas, com exceção de Vilhena, não estão entre os resultados mais
proeminentes visualizados no estado.
Os dados sobre distorção apontam para a necessidade de ampliar e fortalecer medidas capazes
de contribuir na redução dos índices de repetência e de evasão escolar, objetivando superar as
dificuldades de ensino, aprendizagem e permanência na rede de ensino. No caso do ensino médio, cujos
índices são ainda piores do que os observados no Ensino Fundamental, reflete-se a necessidade de se
adotar medidas eficazes na correção da distorção idade-ano, visando afastar as circunstâncias que
contribuem para o fracasso escolar, sobretudo evasão e abandono.
indicador sintetiza dois conceitos importantes para aferir a qualidade do ensino: fluxo, que representa a
taxa de aprovação dos alunos; e aprendizado, que corresponde ao resultado dos estudantes no Sistema
de Avaliação da Educação Básica (SAEB). Estabelecendo metas para cada biênio, o Ideb é considerado
o principal indicador de qualidade de ensino. A TABELA 3.12 apresenta informações relativas a esse
indicador para a rede de ensino pública dos municípios e do estado de Rondônia.
TABELA 3.12 - ÍNDICE DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO BÁSICA NOS ANOS INICIAIS E FINAIS, OBSERVADO
E METAS PLANEJADAS, 2013 E 2015, MUNICÍPIOS E ESTADO DE RONDÔNIA
IDEB
4a série/5o ano 8a série/9o ano
Município
Observado Meta Observado Meta
2013 2015 2013 2015 2013 2015 2013 2015
Alta Floresta d'Oeste 5,4 5,8 4,8 5,1 3,9 4,3 4,4 4,7
Alto Alegre dos Parecis 5,1 5,8 4,7 4,9 4,1 3,9 4,3 4,7
Alto Paraíso 4,9 4,9 4,3 4,6 3,9 4,1 3,9 4,2
Alvorada d'Oeste 5,2 5,6 5,0 5,3 3,7 4,1 4,3 4,7
Ariquemes 4,9 5,2 4,8 5,1 4,2 4,3 4,4 4,7
Buritis 5,6 5,5 4,4 4,7 3,8 4,1 3,9 4,3
Cabixi 5,6 5,5 4,8 5,1 4,1 4,3 4,6 5,0
Cacaulândia 5,1 5,7 4,4 4,6 3,8 3,7 4,3 4,7
Cacoal 5,8 5,9 5,1 5,3 4,5 4,6 4,4 4,8
Campo Novo de Rondônia 4,6 4,6 4,2 4,5 3,8 4,4 3,6 4,0
Candeias do Jamari 3,9 4,2 4,2 4,5 3,1 3,2 3,8 4,2
Castanheiras ** 4,7 5,0 ** 4,7 5,0
Cerejeiras 6,2 5,9 5,1 5,4 3,6 4,0 4,5 4,8
Chupinguaia 5,5 5,1 4,8 5,1 3,7 4,3 4,4 4,8
Colorado do Oeste 6,2 6,3 5,2 5,5 3,9 4,6 4,8 5,2
Corumbiara 5,4 5,2 4,6 4,9 4,3 4,4 4,2 4,6
Costa Marques 5,4 4,9 4,2 4,5 2,6 * 3,9 4,3
Cujubim 4,3 4,5 4,0 4,3 3,2 3,6 3,6 4,0
Espigão d'Oeste 5,8 6,0 5,0 5,3 4,9 4,7 4,6 4,9
Governador Jorge Teixeira 4,6 5,6 4,0 4,3 3,3 3,4 3,7 4,1
Guajará-Mirim 4,7 4,9 4,4 4,6 3,5 3,6 4,2 4,6
Itapuã do Oeste 3,7 4,2 4,2 4,5 3,4 3,6 3,5 3,9
Jaru 5,1 5,6 4,4 4,7 3,7 4,3 3,7 4,1
Ji-Paraná 5,7 6,0 4,9 5,2 3,9 4,1 4,2 4,6
Machadinho d'Oeste 5,0 5,2 4,0 4,9 3,8 3,7 3,7 4,2
Ministro Andreazza 5,8 6,3 4,5 4,8 4,8 5,0 4,5 4,9
Mirante da Serra 5,5 5,6 4,4 4,7 4,5 3,8 3,9 4,3
Monte Negro 5,1 4,8 4,7 5,0 4,2 4,1 4,3 4,6
Nova Brasilândia d'Oeste 6,6 6,6 4,7 5,0 5,1 5,5 4,4 4,8
Nova Mamoré 5,0 4,8 4,3 4,6 3,9 3,6 3,8 4,2
Nova União 5,5 5,4 4,1 4,4 3,8 3,6 3,7 4,0
Novo Horizonte do Oeste 5,0 5,8 4,5 4,7 4,3 4,9 3,9 4,3
Ouro Preto do Oeste 5,5 5,7 4,6 4,9 4,2 4,1 3,7 4,1
Parecis 4,3 4,8 4,6 4,8 3,7 4,4 4,3 4,7
Pimenta Bueno 5,9 5,9 5,0 5,3 4,1 4,4 4,2 4,6
Pimenteiras do Oeste 5,6 5,8 4,5 4,7 3,7 4,4 4,1 4,5
Porto Velho 4,6 4,9 4,7 5,0 3,2 3,7 4,0 4,4
Presidente Médici 5,9 6,0 4,8 5,1 4,6 4,4 4,4 4,8
Primavera de Rondônia 5,5 5,2 4,9 5,2 3,8 5,0 4,2 4,6
Rio Crespo 4,7 4,9 4,3 4,6 3,5 * 4,3 4,7
Rolim de Moura 5,5 5,6 5,1 5,3 3,9 4,4 4,0 4,3
Santa Luzia d'Oeste 5,7 6,1 4,8 5,1 4,6 4,8 4,3 4,7
São Felipe d'Oeste 5,1 5,2 5,0 5,3 4,0 4,2 3,9 4,3
São Francisco do Guaporé 4,8 5,3 4,0 4,2 3,8 4,6 3,8 4,2
62
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
IDEB
4a série/5o ano 8a série/9o ano
Município
Observado Meta Observado Meta
2013 2015 2013 2015 2013 2015 2013 2015
São Miguel do Guaporé 5,3 5,0 4,8 5,1 4,2 4,2 4,6 4,9
Seringueiras 4,4 5,2 4,8 5,1 3,8 4,8 3,9 4,3
Teixeirópolis 5,7 6,1 4,4 4,7 4,2 3,5 4,2 4,6
Theobroma 5,0 6,0 4,5 4,8 3,9 4,6 4,0 4,4
Urupá 5,7 5,6 5,0 5,2 4,4 4,6 3,7 4,0
Vale do Anari 5,1 5,1 4,3 4,6 4,4 4,4 3,9 4,3
Vale do Paraíso 5,5 4,9 4,6 4,9 4,1 3,9 4,3 4,6
Vilhena 5,7 5,6 5,1 5,3 4,1 4,3 4,5 4,8
RONDÔNIA 5,1 5,3 4,6 4,9 3,8 4,1 4,0 4,4
BRASIL 4,9 5,3 4,7 5,0 4,0 4,2 4,1 4,5
Legenda:
Meta atendida.
Meta não atendida
* Número de participantes na Prova Brasil insuficiente para que os resultados sejam divulgados.
** Sem média na Prova Brasil 2015: Não participou ou não atendeu os requisitos necessários para ter o desempenho
calculado.
Fonte: INEP (2015).
Na TABELA 3.12, em laranja, constam os municípios que não atingiram a meta do Ideb e, em
verde, os que conseguiram ou superaram o estimado em termos de melhoria de qualidade do ensino.
Percebe-se que os resultados foram muito piores nas séries finais, com a ampla maioria dos municípios,
bem como o estado e o país, não atingindo a meta proposta. Em relação aos anos iniciais, o estado
superou não só as metas como também os resultados nacionais. Já nos anos finais, além de não atingir
a meta, Rondônia apresentou Ideb inferior à média brasileira.
Nos anos iniciais, em 2015, sete municípios não atingiram a meta, a saber: Candeias do Jamari,
Castanheiras, Itapuã do Oeste, Monte Negro, Porto Velho, São Felipe d’Oeste e São Miguel do Guaporé.
Ressalta-se que em dois destes municípios, Monte Negro e São Miguel do Guaporé, a média do Ideb,
em 2015, foi inferior ao valor atingido em 2013, indicando uma piora na qualidade do ensino. Ainda
sobre os anos iniciais, grande parte dos municípios tiveram uma média bastante próxima à do estado ou
mesmo a superaram.
Nos anos finais o cenário inverte-se: a maior parte dos municípios não conseguiu atingir a meta
proposta para 2015, apenas 14 dos 52 municípios o fizeram, o que corresponde a somente pouco mais
de 25% do total. Os municípios que superaram a média foram: Campo Novo de Rondônia, Jaru, Ministro
Andreazza, Nova Brasilândia d’Oeste, Novo Horizonte do Oeste, Ouro Preto do Oeste, Primavera de
Rondônia, Rolim de Moura, Santa Luzia d’Oeste, São Francisco do Guaporé, Seringueiras, Theobroma,
Urupá e Vale do Anari. Praticamente todos eles abrigam pequenos contingentes populacionais e contam
com poucas escolas de ensino médio, assim como um baixo montante de estudantes.
O resultado para os anos finais não chega a ser surpreendente. A baixa qualidade do ensino
nesses anos é um fator comum em praticamente todo o Brasil. Os índices de distorção idade-série e de
63
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A partir dos dados apresentados nesse item, observa-se que os indicadores educacionais
estaduais estão acima ou são iguais aos nacionais. Além disso, Rondônia apresenta os melhores índices,
em praticamente todos as taxas analisadas, da região Norte. Tal realidade indica uma boa qualidade
nacional, ainda que sejam enfrentados problemas pontuais em relação à abrangência da rede,
manutenção do rendimento dos alunos e evasão escolar. Na sequência serão analisados dados sobre a
estrutura física disponível nos municípios e o número de matrículas realizadas.
Com a promulgação da Constituição Federal de 1988, a oferta de Educação Infantil passou a ser
um dever do estado e um direito da criança. Essa etapa educacional, de acordo com a Carta Magna
brasileira, deve atender, em creches e pré-escolas, todas as crianças de zero a cinco anos de idade
(BRASIL, 1988). Em 1996, a Lei de Diretrizes Básicas da Educação ratificou o exposto na Constituição,
afirmando que a Educação Infantil tem como objetivo desenvolver integralmente as crianças em seus
aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais, de modo que torna indispensável sua oferta,
gratuitamente, provida pelo estado (BRASIL, 1996). Assim, tem-se que, é garantido por dispositivos
legais o fato de que todas as crianças que residem em território nacional devem ser beneficiárias da
educação pré-escolar, competindo ao estado contribuir a universalização da oferta educativa dessa etapa
de ensino.
De acordo com o Censo Demográfico realizado pelo IBGE em 2010, o número de crianças de
0 a 3 anos residentes em Rondônia era de 100.953, ao passo que, deste total, apenas 10.453 frequentavam
creches. No mesmo ano, a população de crianças de 4 a 5 anos era de 54.512, dos quais 36.416
frequentavam pré-escolas. Esse cenário mostra que ainda existe uma alta demanda por essa etapa da
educação básica e que a universalização do atendimento ainda é um desafio no estado (RONDÔNIA,
2014).
Creches
Estabelecimentos Urbanos Matrículas em Estabelecimentos Urbanos
Município
Municipal Privado Total Municipal Privado Total
2015
Alta Floresta d'Oeste 1 - 1 109 - 109
Alto Alegre dos Parecis - 1 1 - 1 1
Alto Paraíso 1 - 1 51 - 51
Alvorada d'Oeste 2 - 2 138 - 138
Ariquemes 5 7 12 438 368 806
Buritis - 3 3 - 57 57
Cabixi 1 - 1 81 - 81
Cacaulândia - - - - - -
Cacoal 7 6 13 517 166 683
Campo Novo de Rondônia 1 - 1 79 - 79
Candeias do Jamari 2 - 2 209 - 209
Castanheiras - - - - - -
Cerejeiras 2 2 4 149 11 160
Chupinguaia 1 - 1 169 - 169
Colorado do Oeste 1 2 3 171 7 178
Corumbiara - - - - - -
Costa Marques 1 - 1 88 - 88
Cujubim 1 - 1 162 - 162
Espigão d'Oeste 2 1 3 139 5 144
Governador Jorge Teixeira 1 - 1 21 - 21
Guajará-Mirim 1 3 4 181 41 222
Itapuã do Oeste 1 - 1 89 - 89
Jaru 6 4 10 353 95 448
Ji-Paraná 7 11 18 195 251 446
Machadinho d'Oeste 1 2 3 90 35 125
Ministro Andreazza 1 - 1 58 - 58
Mirante da Serra 1 - 1 70 - 70
Monte Negro 1 1 2 52 5 57
Nova Brasilândia d'Oeste 1 - 1 94 - 94
Nova Mamoré 1 1 2 60 2 62
Nova União - - - - - -
Novo Horizonte do Oeste 1 - 1 62 - 62
Ouro Preto do Oeste 7 2 9 481 10 491
Parecis - - - - - -
Pimenta Bueno 3 4 7 324 167 491
Pimenteiras do Oeste - - - - - -
Porto Velho 34 28 62 1.927 1.096 3.023
Presidente Médici 1 - 1 228 - 228
Primavera de Rondônia 1 - 1 35 - 35
Rio Crespo - - - - - -
Rolim de Moura 3 2 5 394 37 431
Santa Luzia d'Oeste 1 - 1 61 61 122
São Felipe d'Oeste 1 - 1 33 33 66
São Francisco do Guaporé 1 - 1 80 10 90
São Miguel do Guaporé 1 1 2 145 - 145
Seringueiras - - - - - -
Teixeirópolis 1 - 1 63 - 63
Theobroma 1 - 1 54 - 54
Urupá 1 - 1 72 - 72
Vale do Anari - - - - - -
Vale do Paraíso 1 - 1 44 - 44
Vilhena 8 8 16 386 257 643
TOTAL 116 89 205 8.152 2.715 10.867
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
65
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Na TABELA 3.13 estão dispostos apenas os dados dos estabelecimentos e matrículas urbanas,
dado que a oferta em áreas rurais é extremamente reduzida. A TABELA 3.14 apresenta as informações
relativas às instituições localizadas em zonas rurais de Rondônia.
Em Rondônia, no total, existem 213 estabelecimentos que ofertam serviços de creche, sendo
dois estaduais – ambos localizados no município de Porto Velho –, 121 municipais e 90 privados.
Destes, 207 estão situados em áreas urbanas, o que corresponde a pouco mais de 97% do total de
estabelecimentos educacionais. Em relação às matrículas, predominam as realizadas em instituições
municipais, com 75% do total. FIGURA 3.8 apresenta esses dados de forma gráfica.
A capital do estado, Porto Velho, concentra pouco mais de 25% do total de matrículas em
creches urbanas, sendo que apenas nesse município podem ser encontradas creches estaduais, um total
66
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
de dois estabelecimentos localizados em área urbana. Também em Porto Velho pode ser encontrada a
única creche de dependência privada em área rural do estado, a qual apresenta, apenas, 16 matrículas.
Creches em áreas rurais somente são encontradas em quatro municípios e o total de matrículas
nestas não chega a 2% do total. Porto Velho é o único município onde há mais de uma instituição de
ensino com oferta de creches em zona rural, porém, no total, esses estabelecimentos apresentam apenas
12 matrículas realizadas em 2015. Vilhena, apesar de possuir uma creche municipal rural, contabiliza
apenas três matrículas na mesma.
67
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Além das instituições apresentadas na tabela acima, existem, também, dois estabelecimentos
estaduais urbanos em Porto Velho, as quais, em conjunto, têm 706 matrículas realizadas em 2015. Em
área rural, para além das mencionadas, há uma escola estadual em Mirante da Serra, que teve quatro
matrículas em 2015, e uma em Nova Mamoré, que contabilizava somente duas matrículas no mesmo
ano. O único estabelecimento de Ensino Pré-Escolar de esfera privada em área rural de Rondônia situa-
se em Porto Velho e apresentava 33 matrículas em 2015.
68
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
As escolas de Ensino Pré-Escolar privadas concentram-se nos municípios com maiores populações,
como Ariquemes, Cacoal, Ji-Paraná, Porto Velho e Vilhena.
FIGURA 3.9 - DISTRIBUIÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS DE ENSINO E DAS MATRÍCULAS DO ENSINO PRÉ-ESCOLAR
EM RONDÔNIA, DE ACORDO COM A ESFERA ADMINISTRATIVA A QUE ESTÃO VINCULADAS, 2015
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
Ademais um estabelecimento de ensino na área rural de Porto Velho, não há oferta dessa etapa
a nível privado nas zonas rurais de Rondônia. Em 18 dos 52 municípios, ou seja, em mais de 34% do
total, não há oferta de Ensino Pré-Escolar em áreas rurais. O que mostra que, embora mais abrangente
do que o serviço de creches, a oferta de Ensino Pré-Escolar em grande parte dos municípios de Rondônia
também é bastante deficitária, principalmente no campo.
Desde 2006, a duração do Ensino Fundamental, que até então era de 8 anos, passou a ser de 9
anos. A Lei Ordinária no 11.274, de 2006, alterou a LDB e ampliou a duração dessa etapa de ensino,
dividindo-o em anos iniciais – do 1º ao 5º ano – e anos finais – do 6º ao 9º ano.
O estado de Rondônia, em 2015, contava com 1.553 escolas que atendiam ao Ensino
Fundamental, distribuídas entre as redes estadual, municipal e particular, como pode ser observado na
FIGURA 3.10 a seguir.
69
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.10 - DISTRIBUIÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES QUE OFERTAM ENSINO FUNDAMENTAL EM
RONDÔNIA POR ESFERAS ADMINISTRATIVAS, MUNICIPAL, ESTADUAL E PARTICULAR, 2015
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
De acordo com o Plano Estadual de Educação de Rondônia (SEDUC, 2014), nas últimas décadas
o estado de Rondônia apresentou grande avanço no desenvolvimento de políticas de ampliação da oferta
de matrículas no Ensino Fundamental, alcançando 93,3% da população de 06 a 14 anos. Essa cobertura
de mais de 90% ocorre tanto nos anos iniciais quanto finais, destacando-se que predomina o atendimento
municipal nos anos iniciais (60%) e estadual nos anos finais (66%). A FIGURA 3.11 apresenta essa
distribuição.
70
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.11 - DISTRIBUIÇÃO DAS MATRÍCULAS EFETUADAS NO ENSINO FUNDAMENTAL EM RONDÔNIA POR
ESFERAS ADMINISTRATIVAS, MUNICIPAL, ESTADUAL E PARTICULAR, 2015
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
Em relação ao desempenho dos estudantes desta etapa de ensino, os dados da Prova Brasil –
SAEB/INEP mostram que deve haver uma preocupação com a qualidade do ensino, revelado nos testes
de aprendizagem dos alunos efetuados pelo Inep. O programa Todos Pela Educação demarca uma
pontuação mínima, na escala do SAEB, para os alunos concluintes dos anos iniciais e finais do Ensino
Fundamental, sendo que, para os anos iniciais, os alunos devem alcançar 200 pontos em Língua
Portuguesa e 225 pontos em Matemática e, nos anos finais, devem chegar a 275 pontos em Língua
Portuguesa e a 300 pontos em Matemática (SEDUC, 2014). As FIGURA 3.12 e FIGURA 3.13
apresentam os resultados obtidos em Rondônia nesses testes de proficiência em 2011.
Tanto nos anos iniciais quanto finais, Rondônia supera as médias da região Norte, entretanto,
nos anos iniciais, fica abaixo da média brasileira. Em ambos os casos, Rondônia não atinge as metas
estabelecidas pela SAEB. Os dados comprovam a necessidade de políticas públicas que desenvolvam
ações sob diversas interfaces complementares entre si, e que tenham por objetivo o sucesso na
aprendizagem dos estudantes do Ensino Fundamental.
71
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.12 - MÉDIAS DAS PROFICIÊNCIAS EM LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA, PARA OS ANOS INICIAIS,
NO BRASIL, NA REGIÃO NORTE E EM RONDÔNIA, 2011
Fonte: Adaptado de SEDUC (2014).
FIGURA 3.13 - MÉDIAS DAS PROFICIÊNCIAS EM LÍNGUA PORTUGUESA E MATEMÁTICA, PARA OS ANOS FINAIS, NO
BRASIL, NA REGIÃO NORTE E EM RONDÔNIA, 2011
72
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.16 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E MATRÍCULAS NO ENSINO FUNDAMENTAL, POR MUNICÍPIO, DE ACORDO A DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E A ÁREA DE
LOCALIZAÇÃO EM RONDÔNIA, 2015
73
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
74
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Quase 80% do total de matrículas, em 2015, foram realizadas em áreas urbanas. Porto Velho
concentra o maior número destas, com pouco mais de 30% do universo. Ji-Paraná é o segundo em
número de matrículas urbanas, com pouco menos de 8%. Os demais municípios apresentam
distribuições proporcionais ao seu contingente populacional em idade compatível com esta etapa de
ensino.
Mesmo em áreas urbanas, o Ensino Fundamental ofertado por rede privada é diminuto; são
apenas 19.866 matrículas, as quais se concentram nos maiores municípios do estado, com destaque,
novamente, para a capital, que abriga mais de 50% dos alunos matriculados em estabelecimentos
particulares. O segundo maior número de matrículas para alunos pagantes ocorre em Cacoal, com 2.136
matrículas, o que representa pouco mais de 10% do total.
As instituições privadas estão presentes nas áreas rurais de apenas quatro municípios, como
mencionado anteriormente, e o número de matrículas nestas não chega a 1% do total de alunos
matriculados no Ensino Fundamental em zonas rurais. Um único estabelecimento escolar particular em
Porto Velho concentra mais de 40% das vagas de Ensino Fundamental privado rural.
75
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
De acordo com o Plano Estadual de Educação de Rondônia (SEDUC, 2014), o estado vivencia
um círculo virtuoso de crescimento e desenvolvimento, cuja sustentabilidade representa um desafio e
impõe demandas, estando entre elas a necessidade de intensificar os investimentos na expansão da oferta
de Ensino Médio com qualidade. É necessário não apenas aportes financeiros e humanos para ampliar
a oferta de vagas àqueles que venham a requerer, mas também, o fortalecimento da execução das
políticas traçadas para essa etapa de ensino.
O estado de Rondônia, em 2015, contava com 238 escolas que atendiam aos alunos do Ensino
Médio. Os estabelecimentos de ensino distribuíam-se de forma desigual entre as redes estadual, federal
e particular, como pode ser observado na FIGURA 3.14 a seguir.
FIGURA 3.14 - DISTRIBUIÇÃO DOS ESTABELECIMENTOS ESCOLARES QUE OFERTAM ENSINO MÉDIO EM
RONDÔNIA POR ESFERAS ADMINISTRATIVAS, MUNICIPAL, ESTADUAL E PARTICULAR, 2015
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
Os estabelecimentos de ensino que dominam o cenário de oferta de Ensino Médio são de gestão
estadual, são 196 escolas, representando 80% do total. Destas unidades, 148 situam-se em áreas urbanas
e 48 em áreas rurais. Em zona urbana, todos os municípios contam com pelo menos uma escola estadual
ofertante de Ensino Médio, entretanto, o mesmo não ocorre na zona rural, onde alunos de vários
municípios não tem acesso à essa etapa de ensino, seja estadual, federal ou privada.
As unidades de administração federal são pouco numerosas, quatro em áreas urbanas e duas
rurais, situando-se nos municípios com maior população: Cacoal, Ji-Paraná, Porto Velho e Vilhena –
em zona urbana – e Ariquemes e Colorado do Oeste – em zona rural. Entretanto, apesar de poucas
unidades, as escolas que oferecem Ensino Médio e estão vinculadas ao Governo Federal são de grande
porte, abrigando centenas de alunos cada uma.
76
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.15 - DISTRIBUIÇÃO DAS MATRÍCULAS EFETUADAS NO ENSINO MÉDIO EM RONDÔNIA POR ESFERAS
ADMINISTRATIVAS, MUNICIPAL, ESTADUAL E PARTICULAR, 2015
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
Importante destacar que há uma evolução crescente de matrículas no Ensino Médio na rede
pública federal, o que se deve, principalmente à expansão dos Institutos Federais de Educação (IFRO)
que, conforme mencionado, embora pouco numerosos (6 unidades) abrangem parcela importante de
alunos, com 3.200 matrículas efetuadas em 2015, chegando a 5% do total. A oferta federal em zona
urbana é praticamente o dobro da em zona rural, entretanto esta última é de grande importância, pois
nos municípios em que são encontradas – Ariquemes e Colorado do Oeste – são as únicas opções para
os alunos cursarem o Ensino Médio em área rural.
Um interessante dado é trazido pelo Plano Estadual de Educação de Rondônia (SEDUC, 2014),
de acordo com esse documento, em 2013, foi superada uma predominância histórica de décadas; até o
referido ano, o atendimento do Ensino Médio era mais proeminente no período noturno, porém, a partir
de então, foram observadas maior quantitativo de matrículas no período diurno.
Ainda de acordo com esse Plano (SEDUC, 2014), ao se considerar informações do Censo
Demográfico de 2010, que registrava 95.920 indivíduos, em Rondônia, no grupo de idade de 15 a 17
77
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
anos, e o registro de matrículas no Ensino Médio e de alunos retidos no Ensino Fundamental, podia-se
estimar, à época, um aproximado de mais de 25.000 jovens sem acesso ao Ensino Médio no estado,
justificando a baixa escolarização líquida do estado nessa etapa de ensino, 46,9%.
A oferta federal, como mencionado anteriormente, é restrita às zonas urbanas de Cacoal, Ji-
Paraná, Porto Velho e Vilhena, estando presente, também, apenas nas zonas rurais de Ariquemes e
Colorado do Oeste. No caso desses dois últimos, cada um dos estabelecimentos federais ali localizados
é a única opção para se cursar o Ensino Médio em áreas rurais.
Em todos os municípios observa-se ao menos uma escola estadual que oferta Ensino Médio,
mas isso é válido apenas para as áreas urbanas. Nas áreas rurais, 29 dos 52 municípios, ou seja, mais de
50%, não possuem disponibilidade para que os moradores dessas zonas completem a última etapa da
Educação Básica sem ter que fazer grandes deslocamentos para os centros municipais.
A rede de ensino particular também é diminuta na oferta do Ensino Médio. O maior número de
escolas concentra-se na área urbana de grandes municípios, como Ji-Paraná e Porto Velho. Os poucos
estabelecimentos privados nas áreas rurais são de porte relativamente pequeno, registrando sempre
menos de duas centenas de matrículas.
78
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.17 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS E MATRÍCULAS NO ENSINO MÉDIO, POR MUNICÍPIO, DE ACORDO A DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E A ÁREA DE
LOCALIZAÇÃO EM RONDÔNIA, 2015
79
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
80
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Considerando o exposto até aqui, observa-se que são impostos vários desafios, em Rondônia,
no tocante ao Ensino Médio. O maior deles é a garantia da universalização da oferta, ampliando a rede
física e o número de matrículas, especialmente nos municípios de menor porte, onde, inúmeras vezes,
os estudantes não possuem nem a opção de cursar essa etapa de ensino. Também se mostra imperativo
desenvolver políticas públicas que contribuam para a melhoria dos índices de permanência e
aprendizado, de modo a dar condições para que os estudantes possam concluir a Educação Básica de
forma adequada e satisfatória.
A maioria das estatísticas oficiais disponíveis trata de informações sobre EJA e Educação
Especial de forma conjunta. Assim, no presente capítulo, as duas serão abordadas de maneira unificada,
ainda que as particularidades de cada uma sejam ressaltadas no decorrer do texto.
A Educação de Jovens e Adultos (EJA) visa oferecer uma oportunidade de estudo para as
pessoas que não tiveram possibilidade de acesso ou permanência no Ensino Fundamental ou Médio na
idade própria. Com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (BRASIL, 1996), a
Educação de Jovens e Adultos deixou de ser uma compensação e passou a ser um direito, porém, ainda
há um longo caminho para que a EJA seja efetivada como uma forma de educação permanente.
Nas últimas décadas, no Brasil, foram promulgados diversos dispositivos legais que tratam da
Educação Especial. Todos eles têm a perspectiva de que a Educação Especial deve ser inclusiva, ou seja,
os sistemas de ensino devem garantir o acesso ao ensino regular e a oferta do atendimento educacional
especializado (AEE) aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas
habilidade/superdotação. O AEE é entendido como um conjunto de atividades, recursos pedagógicos e
soluções de acessibilidade organizados institucionalmente, contribuindo, de forma complementar ou
suplementar, à formação dos estudantes alvo da Educação Especial matriculados no ensino regular.
81
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
De acordo com informações da Sinopse Estatística da Educação Básica (INEP, 2016), o maior
número de matrículas na modalidade EJA e Ensino Especial (EE), em Rondônia, ocorre em
estabelecimentos escolares estaduais em áreas urbanas. Em zonas rurais, há poucas escolas com oferta
desses tipos de ensino e o número de matrículas reduz-se drasticamente, não chegando a 5% do total. A
FIGURA 3.16 ilustra o cenário dessa oferta no estado de Rondônia em 2015.
FIGURA 3.16 - NÚMERO DE ESTABELECIMENTOS QUE OFERTAM E MATRÍCULAS REALIZADAS NAS MODALIDADES
EJA E ENSINO ESPECIAL
Fonte: Adaptado de INEP (2016)
Como mencionado, o ensino dessas modalidades tem maior disponibilidade em áreas urbanas.
Os estabelecimentos escolares que ofertam EJA e Ensino Especial em zonas rurais são menores e,
portanto, oferecem menos vagas, consequentemente, com menos matriculados. Ressalta-se que,
somente, em 15 dos 52 municípios é possível cursar essas modalidades em área rural, ou seja, em mais
de 70% das unidades municipais os alunos não têm acesso à EJA e EE, seja em instituições públicas ou
privadas. Em relação à dependência administrativa que oferece essas modalidades de ensino,
predominam as matrículas em instituições estaduais em áreas urbanas e rurais, ainda que nas primeiras
a preponderância da rede estadual seja muito mais proeminente. Em zonas rurais, o número de
matrículas na rede municipal é muito próximo ao das realizadas na rede estadual.
TABELA 3.18 - ESTABELECIMENTOS DE ENSINO E MATRÍCULAS REALIZADAS NAS MODALIDADES EJA E ENSINO ESPECIAL, DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIOS
DE RONDÔNIA, 2015
83
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Ademais a oferta de EJA Fundamental e Médio nas escolas de ensino regular, em Rondônia é
possível acessar essa modalidade de ensino nos Centros Estaduais de Educação de Jovens e Adultos
(CEEJAS) por meio de cursos e de exames de Conclusão. De acordo com o Plano Estadual de Educação
(SEDUC, 2014), em 2014, Rondônia possuía 30 Centros de Educação de Jovens e Adultos (CEEJA),
115 escolas com EJA Fundamental Semestral e 66 Escolas com EJA Ensino Médio. Os cursos oferecidos
nessas unidades são de diferentes modalidades: Semestral Seriado, ProJovem Urbano, Semipresencial
Modular, Brasil Alfabetizado e Exames Gerais (provão).
Além do atendimento nas escolas de ensino regular e CEEJAS, o estado de Rondônia oferece
atendimento educacional às pessoas em privação de liberdade das unidades de internação e instituições
do sistema prisional. Em 2014, no estado, foram atendidos 247 alunos no sistema socioeducativo em
diferentes unidades provisórias e de internações masculinas e femininas. No mesmo ano, 910 jovens e
adultos privados de liberdade em estabelecimentos prisionais também tiveram acesso à EJA (SEDUC,
2014).
Inseridos no Ensino Especial inclusivo, em Rondônia, em 2015, haviam alunos portadores das
seguintes necessidades especiais: cegueira, baixa visão, surdez, deficiência auditiva, deficiência física,
deficiência intelectual, deficiência múltipla, autismo, Síndrome de Aperger, Síndrome de Rett,
Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) e superdotação.
TABELA 3.19 - ESCOLAS EXCLUSIVAMENTE ESPECIALIZADAS E/OU CLASSES ESPECIAIS DO ENSINO REGULAR
NOS MUNICÍPIOS DE RONDÔNIA, 2015
85
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Dado o exposto até aqui, percebe-se que, para ambas as modalidades, é preciso investimento no
fortalecimento de políticas públicas voltadas, exclusivamente, para os alunos público-alvo destes tipos
86
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
de ensino. Para tanto é necessário que sejam identificadas as necessidades e realizado o planejamento
de ações através de articulações entre diferentes órgãos e instituições envolvidos com a Educação de
Jovens e Adultos e o Ensino Especial.
87
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O Curso Técnico Integrado substitui, parcialmente, o Ensino Médio e pode ser iniciado logo
após o aluno finalizar o Ensino Fundamental e cursar o primeiro ano do Ensino Médio. Ao final desse
curso, o formando obtém o certificado de conclusão do ensino médio e o certificado de conclusão do
curso técnico escolhido. Em Rondônia, essa modalidade encontra-se disponível em Ariquemes, Cacoal,
Colorado do Oeste, Guajará-Mirim, Jaru, Ji-Paraná, Novo Horizonte do Oeste, Pimenta Bueno, Porto
Velho e São Francisco do Guaporé. O número de alunos inseridos no Ensino Médio Integrado é igual a
3.363 jovens, correspondendo a 27% do total dos cursantes de Ensino Profissionalizante no estado.
O Curso Técnico Subsequente é uma opção para os alunos que já concluíram o Ensino Médio e
optam por um curso técnico, de modo a entrar mais rapidamente no mercado de trabalho. Em Rondônia,
4.345 alunos – 35% do total – fizeram essa opção e encontram-se cursando essa modalidade em
instituições federais e privadas. Esse curso está disponível nos seguintes municípios: Ariquemes,
Cacoal, Colorado do Oeste, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Porto Velho, Rolim de Moura, Seringueiras e
Vilhena.
Os cursos de Formação Inicial e Continuada (FIC) são focados nas necessidades do mercado de
trabalho, buscando desenvolver as competências necessárias para o aluno ter uma ocupação e entrar
rapidamente no mercado. Esses cursos são oferecidos gratuitamente em todos os estados brasileiros,
como parte do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Desempregados,
beneficiários de programas de transferência de renda e pessoas de baixa renda têm prioridade para
ocupar as vagas nesses cursos de formação profissional. Em Rondônia, porém, essa modalidade é
ofertada apenas por instituições privadas. É possível acessar essa formação nos municípios de
Ariquemes, Cacoal, Espigão d’Oeste, Ji-Paraná, Pimenta Bueno, Porto Velho e Vilhena, num total de
762 alunos.
221 matrículas no Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem), na modalidade urbana, o qual
visa à formação de jovens entre 18 e 29 anos que não concluíram o Ensino Fundamental; com duração
de 18 meses, o curso pode ser realizado presencialmente e à distância.
90
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.21 - ESTABELECIMENTOS DE ENSINO E MATRÍCULAS REALIZADAS NO ENSINO PROFISSIONALIZANTE, DE ACORDO COM A LOCALIZAÇÃO, MUNICÍPIOS DE
RONDÔNIA, 2015
91
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
92
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O Ensino Superior, não só em Rondônia, mas nos estados que compõem a região amazônica no
geral, tem uma história relativamente recente. As primeiras iniciativas de implantar instituições
ofertantes dessa etapa de ensino no norte do país, datam da época doo Governo Militar, instaurado em
1964 (CUNHA, 1999).
Outra importante instituição de ensino ligada à formação de uma rede de Educação Superior em
Rondônia foi a Universidade do Pará, fundada em 1957. O núcleo de educação dessa universidade,
interiorizado para além da capital paraense, Belém, em 1971, foi ampliado para outros estados da
Amazônia e para o então Território Federal de Rondônia. Entre 1979 e 1981, a UFPA expandiu sua área
de atuação em Rondônia através da criação de subnúcleos de ensino nas cidades de Ariquemes, Cacoal,
Ji-Paraná Pimenta Bueno, Porto Velho, Vilhena e Guajará-Mirim (CAMARGO, 1997).
Em Ariquemes, Cacoal, Pimenta Bueno e Vilhena eram, à época, oferecidas curtas licenciaturas
de Letras, Estudos Sociais e Ciências; em Guajará-Mirim, licenciaturas curtas de Ciências e licenciaturas
plenas de Geografia, Letras e Pedagogia; em Ji-Paraná ofertava-se licenciatura curta de Ciências e plenas
de Geografia e História; e, por fim, em Porto Velho, haviam licenciaturas plenas de Letras, Geografia,
93
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Na década de 1980, os cursos desenvolvidos nos núcleos de Porto Velho foram intensificados
e, segundo Camargo (1997:33), “irão ensejar a constituição das universidades locais, depois de
concluído o processo de transformação do território em estado”.
A partir de então, inúmeras instituições de Ensino Superior privadas foram criadas no estado. A
expansão da rede privada de Educação Superior, em Rondônia, em índices relativos, entre 1996 e 2010,
apresentava-se superior à média nacional. Nesse contexto, os cursos ofertados pela iniciativa privada
somam em torno de 70% do total, porém, sua diversificação institucional e de conteúdo ainda é bastante
limitada. Até 2006, o Ensino Superior público só podia ser acessado através da UNIR, entretanto, neste
ano, foi criado o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), que oferece
cursos tecnológicos gratuitamente aos alunos ingressantes. Entretanto, ainda há demanda pela expansão
pública regional de instituições de Ensino Superior, não tanto em número de vagas, mas, principalmente,
na abrangência geográfica e na diversificação dos cursos oferecidos (GEPES, 2013).
A seguir, serão apresentados alguns dados acerca da oferta do Ensino Superior em Rondônia,
visando traçar um cenário geral para o estado. A TABELA 3.22 apresenta informações gerais sobre o
número de instituições, de acordo com a dependência administrativa, a localização e a organização
acadêmica.
TABELA 3.22.- NÚMERO DE INSTITUIÇÕES DE ENSINO SUPERIOR, DE ACORDO COM A DEPENDÊNCIA
ADMINISTRATIVA, A LOCALIZAÇÃO E A ORGANIZAÇÃO ACADÊMICA, RONDÔNIA, 2015
Categoria Administrativa
Instituições Localização
Pública - Federal Privada Total
Capital 1 - 1
Universidades Interior - - -
Total 1 - 1
Capital - 12 12
Faculdades Interior - 16 16
Total - 28 28
Capital - - -
Centros Universitários Interior - 1 1
Total - 1 1
Capital 1 - 1
Instituto Federal Interior - - -
Total 1 - 1
Capital 2 12 14
TOTAL GERAL Interior - 17 17
Total 2 29 31
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Na TABELA 3.23 estão expostos os dados acerca dos alunos matriculados e concluintes na rede
de Ensino Superior presencial no estado de Rondônia, de acordo com a esfera administrativa e a sua
localização.
As matrículas na rede pública representam 20% do total; apesar dos polos originais das unidades
federais estarem em Porto Velho, o maior número de matrículas ocorre no interior, com quase 60% dos
alunos matriculados. Isso revela que a implantação de outros campi federais nos municípios obteve alto
grau de sucesso, ampliando a abrangência geográfica do Ensino Superior Público e atendendo à uma
demanda existente no interior. A proporção de concluintes no interior também é superior à da capital,
cerca de 16% dos matriculados no interior concluem o Ensino Superior no período delimitado, enquanto,
em Porto Velho, esse percentual cai para 13,70%.
Na rede particular encontra-se a maior parte da oferta de Educação Superior; praticamente 80%
dos alunos matriculados estão em unidades de ensino privadas. Apesar do número de instituições dessa
categoria administrativa ser maior no interior, é na capital que se encontra a maior parte das matrículas
realizadas, pouco mais de 56%. Os percentuais de concluintes em relação aos matriculados é igual em
Porto Velho e nos demais municípios, 13,94%.
95
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A FIGURA 3.19 apresenta o mapa de Rondônia com a indicação dos municípios onde estão
instalados os campi da Universidade Federal de Rondônia (UNIR) e das unidades vinculadas ao Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), que configuram toda a oferta de Ensino
Superior público presencial no estado.
Na FIGURA 3.20 são indicados os municípios que possuem instituições privadas de Ensino
Superior no estado de Rondônia.
Comparando os mapas expostos nas duas figuras, observa-se que, apesar de haver inúmeras
instituições de ensino privadas, estas concentram-se em poucos municípios. De acordo com a Sinopse
Estatística da Educação Superior (INEP, 2016), são 29 instituições particulares em Rondônia, porém,
elas distribuem-se em apenas 11 municípios. Em sete desses onze municípios também são encontradas
unidades de Ensino Superior Público, o que significa que a rede particular somente oferta,
exclusivamente, a Educação Superior nos municípios de Jaru, Machadinho d’Oeste, Ouro Preto do Oeste
e Pimenta Bueno.
FIGURA 3.19 - LOCALIZAÇÃO DOS CAMPI DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RONDÔNIA (UNIR) E DAS UNIDADES DO
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DE RONDÔNIA (IFRO), RONDÔNIA, 2017
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
96
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.20 - LOCALIZAÇÃO DAS INSTITUIÇÕES PRIVADAS OFERTANTES DE ENSINO SUPERIOR NOS MUNICÍPIOS
DE RONDÔNIA, 2017
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
Em Rondônia, há 53 polos de EaD, com predomínio da oferta por instituições privadas, 77% do
total. Nos 42 polos da Educação à Distância privada, são oferecidos inúmeros cursos, que se estendem
da área de Administração a Turismo, com uma oferta amplamente variada, são 410 registros de cursos
em diferentes unidades. Gratuitamente, entretanto, a UNIR oferece apenas os cursos de Administração
Pública, Ciências Naturais – Biologia, Letras – Português e Pedagogia. A Universidade Federal do Rio
Grande do Sul, que participou do processo de construção da rede de ensino superior em Rondônia, oferta
licenciatura em Música no estado. A FIGURA 3.24 apresenta mais informações sobre a oferta de EaD
em Rondônia.
97
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Graduação à Distância
Ingressos
Dependência
administrativa Número Seleção para % de concluintes
Total de Seleção para Matrículas Concluintes
de polos vagas por matriculados
vagas vagas novas
remanescentes
Pública - Federal 12 - - - 412 72 17,47
Privada 41 11.110 10.351 759 24.316 3.788 15,57
Total 53 11.110 10.351 759 24.728 3.860 15,6
Fonte: Adaptado de INEP (2016).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 3.25- NÚMERO DE INSTITUIÇÕES, CURSOS, MATRÍCULAS E CONCLUINTES DE ACORDO COM A DEPENDÊNCIA ADMINISTRATIVA E O CURSO OFERTADO EM
QUESTÃO, RONDÔNIA, 2015
99
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
100
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Os cursos que apresentam oferta mais ampla, em número de instituições e matrículas, são:
Pedagogia, oferecido em 24 instituições privadas e uma pública, contando com um total de matrículas
de 9.786; Direito, que pode ser cursado em 10 estabelecimentos privados e um público, em um total de
8.465 alunos; Administração, com recorde de instituições ofertantes, 36 privadas e duas públicas, que
apresenta 8.464 matrículas; e Ciências Contábeis, curso presente em 27 faculdades particulares e na
UNIR, com um total de 6.698 alunos. Coincidentemente, esses quatro cursos são os que apresentam o
maior número de vagas ofertadas pela rede pública de Ensino Superior.
Dos 66 cursos apresentados, 26, ou seja, 40%, só podem ser acessados pelos alunos em rede
particular de ensino em Rondônia, dentre eles, encontram-se algumas formações bastante procuradas
pelos jovens na área de saúde e tecnologia. Isso revela como o Ensino Superior gratuito, para além da
baixa abrangência geográfica, também mostra limitações em termos da variedade dos cursos ofertados.
As graduações que só podem ser obtidas no serviço de ensino particular são: Análise de Sistemas,
Arquitetura e Urbanismo, Artes (Geral), Biomedicina, Ciência Política, Eletricidade e Energia,
Engenharia da Computação, Engenharia Mecânica, Farmácia, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Formação
de Professor de Disciplinas Profissionais (Geral), Gerenciamento, Comércio e Vendas, Hotelaria,
Nutrição, Odontologia, Profissões Industriais, Relações Internacionais, Religião e Teologia (ofertado,
majoritariamente, na modalidade EaD), Secretariado, Serviço Social e Orientação, Serviços de Beleza,
Sistemas de Informação, Terapia Ocupacional, Transportes e Serviços (cursos gerais), Turismo,
Técnicas Audiovisuais e Produção de Mídia e Uso do Computador.
Já os estudantes que queiram obter graduação nas áreas de Arqueologia, Artes Cênicas,
Biblioteconomia, Engenharia de Alimentos, Engenharia de Pesca, Estatística e Processamento de
Alimentos, só podem acessar essas áreas do conhecimento, em Rondônia, em instituições públicas,
estando condicionados à oferta de vagas – e à concorrência entre estudantes – na UNIR e no IFRO.
A TABELA 3.26, por fim, apresenta detalhes sobre as instituições de ensino de Educação
Superior, com oferta de cursos presenciais, localizadas no estado de Rondônia.
101
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.26 - INFORMAÇÕES SOBRE UNIVERSIDADES, CENTROS UNIVERSITÁRIOS E FACULDADES DE RONDÔNIA COM ENSINO SUPERIOR PRESENCIAL, DE ACORDO COM O
MUNICÍPIO DE LOCALIZAÇÃO, 2015
102
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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103
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Rondônia é o terceiro estado mais populoso da região Norte, com uma população, em 2010, de
1.562.409 habitantes e densidade demográfica de 6,58 hab./km2. Embora baixa, considerando a taxa
nacional, de 22,43 hab./km2, o estado se destaca em relação à sua taxa de crescimento populacional, que
foi de 13,1%, entre 2000 e 2010, acima, inclusive, da percentagem nacional, para o mesmo período, de
12,33%.
O território de Rondônia é dividido em 52 municípios, porém, destes, apenas sete possuem mais
de 50 mil habitantes: Porto Velho, Ji-Paraná, Ariquemes, Vilhena, Cacoal, Rolim de Moura e Jaru.
Dentre eles, apenas Rolim de Moura não se encontra no eixo da BR-364, o que indica que a concentração
populacional e a maior pressão sobre os recursos naturais, especialmente os hídricos, encontra-se nas
margens dessa rodovia.
Em relação aos indicadores demográficos, a situação que mais chama atenção é a alta taxa de
mortalidade (5,15%), acima dos demais estados da região, inflada sobretudo pelo grande número de
acidentes de trânsito e homicídios. Outro aspecto relevante refere-se à mortalidade infantil, cuja taxa
rondoniense (22,40%) é inferior à média nacional (22,50%), indicando, em geral, condições adequadas
de atendimento de saúde a gestantes e crianças.
104
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A economia de Rondônia tem na agropecuária seu vetor de desenvolvimento, com maior ênfase
na criação de gado para corte e no cultivo de soja. O PIB Bruto do estado, em 2014, representava,
entretanto, somente 0,7% do total produzido no Brasil. O PIB per capita, apesar de não estar entre os
mais elevados a nível nacional, apresentou crescimento significativo nos últimos anos, chegando a R$
19.462 em 2014.
Conclui-se, assim, que o estado de Rondônia, composto por um mosaico de municípios com
características bastante distintas e elevado a esta categoria recentemente, ainda se encontra em um
processo de crescimento e consolidação.
Em Rondônia, assim como nos demais estados que compõem a região amazônica, os impactos
ambientais de maior expressividade relacionam-se muito mais à gestão ambiental do que a hídrica.
Entretanto, os recursos hídricos são diretamente afetados pelos impactos de ordem ambiental. A título
de exemplificação, pode-se citar como o desmatamento altera o ciclo hidrológico e como o garimpo é
capaz de gerar poluição hídrica em alguns cursos d’água.
Por sua vez, a atividade mineradora, quando não organizada e licenciada – como é o caso da
expressiva atividade garimpeira na região leste do estado – torna-se uma ampla fonte de poluição hídrica,
devido ao lançamento direto de resíduos e metais pesados nos corpos d’água.
Para além das atividades econômicas, a própria ocupação e distribuição populacional gera
impactos significativos sobre os recursos hídricos, uma vez que o processo de estabelecimento de
105
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
presença humana gera intensa fragmentação da vegetação, com a eliminação de matas ciliares que
protegem nascentes, diminuindo ou, até mesmo, eliminando inúmeros cursos d’água.
A partir dessas observações, é possível constatar que Rondônia apresenta um cenário alarmante
em relação à distribuição populacional e a consequente pressão que esta exerce sobre os recursos
hídricos. Como mencionado ao longo de todo este tópico, a densidade de habitantes é muito mais intensa
no eixo que acompanha a BR-364, de modo que os cursos hídricos ali localizados estão submetidos às
maiores pressões. Além do consumo e da poluição, há que se considerar que inexistem redes de
esgotamento sanitário nos municípios de Rondônia e o descarte do esgoto doméstico, muitas vezes, é
erroneamente feito em corpos d’água.
Assim, as Unidades Hidrográficas de Gestão (UHG) que devem ser monitoradas mais
atentamente são, justamente, aquelas onde há maior pressão populacional. No caso de Rondônia, estas
UHGs são as transpassadas pela rodovia supracitada: Alto Rio Guaporé, Alto Rio Machado, Médio Rio
Machado, Rio Jaru, Alto Rio Jamari, Margem Esquerda do Rio Jamari, Margem Direita Rio Jamari e
Margem Esquerda do Rio Madeira. Destaque deve ser dado a esta última UHG, onde está localizada a
capital do estado, Porto Velho, que apresenta um contingente populacional extremamente superior ao
dos demais municípios e, portanto, tem potencial de impacto significativo sobre os recursos hídricos.
Em relação à atividade de garimpo, destaca-se a que a UHG Rio Roosevelt, onde há muitas
ocorrências de garimpagem ilegal, deve ser acompanhada de perto, evitando que as ações de garimpeiros
isolados prejudiquem todo um ecossistema hídrico e afetem negativamente a população. A atividade
garimpeira na região centro norte do estado, onde ocorre garimpagem intensa e ilegal de cassiterita,
também deve ser monitorada atentamente, uma vez que tais atividades têm grande potencial de afetar
negativamente os corpos hídricos. Assim, além da UHG Rio Roosevelt, merecem grande atenção as
UHGs Rio Jaru, Margem Direita Rio Jamari e Baixo Rio Machado.
Por fim, é essencial ressaltar a importância da avaliação educacional no contexto deste trabalho,
uma vez que a conscientização ambiental se encontra intimamente ligada ao que é internalizado pelos
indivíduos quando de sua inserção social. O processo educacional realizado de maneira a sensibilizar as
pessoas para que ajam de modo responsável em relação aos recursos socioambientais é indispensável
106
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
para a construção de valores sociais, conhecimentos, habilidades, atitudes e competências voltadas para
a conservação do meio ambiente e à sadia qualidade de vida e sua sustentabilidade, tanto no nível
individual quanto coletivo.
Historicamente, os rios, bem como seus afluentes, apresentam grande importância para as
populações que vivem na Amazônia. Os cursos de água não só garantem a sobrevivência de grande
parcela da população local, como também foram elementos essenciais na trajetória de formação cultural
e política dos povos amazônicos.
Em Rondônia, o rio Madeira e seus afluentes serviram, e servem até hoje, como elementos de
interiorização e ocupação do território. Porto Velho, capital do estado, por exemplo, tem sua origem
ligada à formação de um pequeno povoado em torno da cachoeira de Santo Antônio – ponto que separava
o baixo Madeira, trecho navegável, do revolto Alto Madeira –, que fazia parte da rota de saída de ouro,
prata e especiarias para Portugal, assim como de moções que abasteciam os garimpos do Vale do
Guaporé, ainda no século XVI (VALVERDE, 1979).
A relevância do rio Madeira e de seus afluentes, em Rondônia, vai além das possibilidades de
desenvolvimento econômico. O rio dá, para grande parcela da população de índios, seringueiros e
ribeirinhos, uma noção de territorialidade e um sentimento de pertencimento ao local em que vivem,
bem como subsidia a construção de uma identidade em comum.
Como os demais estados que compõem a região Amazônia, em Rondônia, para além da riqueza
da biodiversidade, existe uma etnodiversidade bastante significativa. O estado pode ser considerado
resultado de um verdadeiro mosaico étnico, fruto da interação de povos nativos, migrantes e imigrantes,
que ali fixaram suas raízes ao longo dos séculos.
107
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Muitas vezes, o senso comum, ao falar de região amazônica tende a diminuir a importância das
riquezas sociológicas e culturais frente aos recursos naturais locais, porém, é imprescindível analisar
como as populações tradicionais, os indígenas e os migrantes se relacionam com a biodiversidade local
e, nesse processo, constroem uma dinâmica social e cultural peculiar.
TABELA 3.27 - QUADRO GERAL DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E TERRAS INDÍGENAS DO ESTADO DE
RONDÔNIA, COM INFORMAÇÕES SOBRE ÁREA TOTAL E DESMATAMENTO ACUMULADO, 2016
As Terras Indígenas, no Brasil, são reconhecidas como direitos originários dos povos indígenas
na Constituição Federal de 1988, sendo sua demarcação de natureza meramente declaratória. Essas
terras são inalienáveis e indisponíveis, sendo os direitos sobre elas imprescritíveis. No país, o órgão
responsável pela demarcação e acompanhamento dessas terras é a Fundação Nacional do Índio
(FUNAI).
Existem, hoje, em Rondônia, 27 Terras Indígenas, das quais 20 estão regularizadas, três em
estudo, uma reservada, uma em restrição de uso, uma declarada e uma em identificação. Essas TIs
ocupam mais de 6 milhões de hectares da área total do estado; são, aproximadamente, 6.366.075
hectares, o que equivale a 25,8% da área total do Estado.
108
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A seguir, na TABELA 3.28, estão apresentadas algumas das principais informações sobre as
Terras Indígenas de Rondônia, considerando como base os dados mais recentes do painel de Terras
Indígenas disponibilizado pelo Instituto Socioambiental (ISA, 2016) e os dados da FUNAI
(www.funai.gov.br consulta em 09/02/2017).
Na sequência, a TABELA 3.29 mostra uma lista de entidades representativas que atuam nas
Terras Indígenas, entendendo-se estas, aqui, como entidades ou organizações, formal ou informal, que,
isolada ou cumulativamente, prestam atendimento, assessoramento e defesa e garantia de direitos dos
povos indígenas.
Cada TI apresenta particularidades que devem ser consideradas para fins do presente estudo. A
seguir serão feitas breves descrições acerca da constituição, população, pressões e desmatamento nas
Terras Indígenas situadas no Estado.
109
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.28 - TERRAS INDÍGENAS, ETNIAS, POPULAÇÃO, MUNICÍPIOS ABRANGIDOS, FASE DO PROCEDIMENTO, SUPERFÍCIE E DESMATAMENTO ACUMULADO, EM
RONDÔNIA, EM 2016
Desmat. Desmat/ superfície
Terra Indígena Etnias População Municípios Situação fundiária Superfície (ha)
acumulado (ha) (%)
Cassupá Cassupá 149 Porto Velho Reservada 5 5 100%
Guajará-Mirim
Igarapé Lage Wari’ 783 Regularizada 107.000 3.007 2,81%
Nova Mamoré
Ikolen
Igarapé Lourdes 984 Ji-Paraná Regularizada 186.000 5.300 2,84%
Arara Karo
Igarapé Ribeirão Wari’ 289 Nova Mamoré Regularizada 48.000 1.343 2,79%
Karipuna de Nova Mamoré
Karipuna 55 Regularizada 153.000 1.279 0,83%
Rondônia Porto Velho
Karitiana Karitiana 333 Porto Velho Regularizada 90.000 867 0,96%
Karitiana Karitiana - Porto Velho Em estudo - - -
Lábrea (AM)
Kaxarari Kaxarari 445 Regularizada 146.000 1.047 0,71
Porto Velho
Kwazá e
Kwazá do Rio São Pedro 25 Parecis Regularizada 17.000 678 3,98%
Aikanã
Alta Floresta d'Oeste
Massaco Isolados - Regularizada 422.000 1.331 0,31%
São Francisco do Guaporé
Ariquemes
Costa Marques
Migueleno Migueleno - Em identificação - - -
Guajará-Mirim
São Francisco do Guaporé
Pacaás Novas Wari’ 1.312 Guajará-Mirim Regularizada 280.000 4.604 1,64%
Parque Indígena do Juína (MT)
Cinta Larga 394 Regularizada 1.603.000 4.472 0,27%
Aripuanã Vilhena
Seringueiras
Puruborá Puruborá 243 Em estudo - - -
São Francisco Guaporé
Aikanã
Arikapú
Aruá Alta Floresta d'Oeste
Rio Branco Djereomitxí 679 São Francisco do Guaporé Regularizada 236.000 2.926 1,23%
Kanoê São Miguel do Guaporé
Tupari
Makurap
Kujubim
Guajará-Mirim
Rio Cautário Kanoê - Em estudo - - -
Costa Marques
Djeoromitxí
Rio Guaporé Aikanã
Arikapú
911 Guajará-Mirim Regularizada 116.000 2.265 1,95%
Aruá
Djereomitxí
110
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.29 - ENTIDADES REPRESENTATIVAS QUE ATUAM EM PROL DOS DIREITOS DOS POVOS INDÍGENAS NAS TERRAS INDÍGENAS LOCALIZADAS NO ESTADO DE
RONDÔNIA, 2016
112
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
3.3.1.1 TI Cassupá
Localizada no município de Porto Velho, a Terra Indígena Cassupá teve homologação bastante
recente, em 2013. Essa TI situa-se bastante próxima da sede do município, capital do estado de
Rondônia, estando sujeita a pressões inerentes a essa proximidade.
Residem na área, segundo informações de 2013, 149 indígenas da etnia Cassupá. Em 2010,
havia uma contagem que indicava 210 indivíduos dessa etnia no local. Percebe-se, assim, que entre a
fase dos estudos e a homologação da TI, houve um declínio de, aproximadamente, 29% da população
(ISA, 2016). Dada a proximidade com a sede de Porto Velho, é possível que essa queda se deva a
incursões temporárias de indígenas ao município, não se caracterizando como um dado alarmante.
Porém, para analisar com maior acuidade essa informação, seriam necessários mais dados, não
disponíveis.
A área total da TI Cassupá é de apenas 5 hectares. Dados do ISA (2016) apontam para um total
de desmatamento acumulado, até o ano 2000, de 5 hectares, ou seja, 100% da área ocupada pela Terra
Indígena, o que não chega a ser surpreendente dada a sua localização às margens da BR-364 e inserção
no contexto urbano de Porto Velho.
Situada nos municípios de Nova Mamoré e Guajará-Mirim, essa Terra Indígena foi homologada
por Decreto em 1981. Em 2010, data dos registros mais recentes, habitavam nessa TI cerca de 783
indígenas da etnia Wari’, também conhecida como Pakaá Nova’. Não existem sobreposições nos 107
mil hectares ocupados pela TI.
De acordo com o Instituto Socioambiental (ISA), a população nessa Terra apresenta crescimento
contínuo ao longo dos anos; entre 1996 e 2010 houve um crescimento de mais de 200% do número de
indivíduos dessa etnia residentes na TI Igarapé Lage, conforme ilustra a FIGURA 3.21 abaixo (ISA,
2016).
As entidades representativas dessa Terra Indígena são a Associação Indígena Awo Xo'Hwara
(AIAXH) e a Organização Oro Wari.
114
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
700
600 541
500
400
300 235
200
100
0
1996 2005 2010
FIGURA 3.21 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA IGARAPÉ LAGE – 1996-2010
Fonte: Adaptado de ISA (2016 )
3.3.1.3 TI Igarapé Lourdes
A Terra Indígena Igarapé Lourdes, homologada em 1983, abriga as etnias Ikolen (também
conhecida como Gavião) e Arara Karo em cerca de 186 mil hectares. Esta TI tem como limites: o rio
Machado a oeste; a divisa com o estado do Mato Grosso a leste; o igarapé Prainha e uma linha seca que
parte dele ao sul e; o igarapé Água Azul ao norte (onde a Terra Indígena se sobrepõe a parte da Reserva
Biológica do Jaru). A maior parte dessa área é coberta por floresta tropical aberta e densa, havendo
trechos de campo na região da Serra da Providência. Uma densa rede de igarapés nasce no interior da
TI Igarapé Lourdes, formando áreas de planícies inundáveis e mata ciliar densa (ISA, 2016).
Em 2013 foram contabilizados 984 indígenas nessa TI. Observando a curva de crescimento
populacional apresentada na FIGURA 3.22, nota-se um aumento de pouco mais de 95% na população
local entre 1989 e 2013.
800 731
629
556
600 500
400
200
0
1989 1999 2004 2006 2008 2010 2013
Percebe-se um crescimento contínuo do número de indígenas ao longo dos anos, ainda que,
percentualmente e numericamente, não haja nenhum período de maior destaque. Em um período de 24
anos, a população da TI praticamente dobrou.
Situada a cerca de sessenta quilômetros do município de Ji-Paraná, essa Terra Indígena enfrenta
pressões de caçadores, garimpeiros, pescadores, madeireiros e fazendeiros, os quais, com atividades não
regularizadas acabam prejudicando as comunidades indígenas locais que dependem desses recursos para
sua subsistência. Além disso, existem 16 processos minerários na região (ISA, 2016).
Até 2000, o desmatamento acumulado era da ordem de 3.199 hectares, saltando para 5.300
hectares em 2014 o que corresponde a um aumento de mais de 65% de área desmatada na TI. Ainda que
a área atual de desmatamento acumulado represente menos de 3% da área total dessa Terra Indígena, o
aumento é preocupante e pode comprometer a sobrevivência desse grupo (ISA, 2016).
• APP Pamakobav'a
• Associação Agrária do Povo Indígena do Igarapé Lourdes (AAPIIL)
• Associação do Povo Indígena Arara - Iterap (APIA)
• Associação Indígena Karo Pajgap (AIKP)
• Organização das Associações Indígenas de Ji-Paraná (PANDEREJ).
Localizada no município de Nova Mamoré, essa Terra Indígena foi homologada via Decreto em
1981. Não existem sobreposições nos cerca de 48 mil hectares ocupados pela TI.
116
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
150
102
100
50
0
1994 1996 2005 2010
FIGURA 3.23 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA IGARAPÉ RIBEIRÃO – 1994-2010
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
3.3.1.5 TI Karipuna
Reconhecida e interditada pela Funai em 1988, essa Terra Indígena só foi homologada uma
década depois, em 1998. Localizada em área dos municípios de Nova Mamoré e Porto Velho, segundo
dados recentes, ali habitam 55 indígenas da etnia Karipuna de Rondônia, reunidos na aldeia Panorama
(ISA, 2016).
A TI tem como limites naturais os rios Jacy-Paraná e seu afluente pela margem esquerda, o rio
Formoso (a leste); os igarapés Fortaleza (ao norte), do Juiz e Água Azul (a oeste) e uma linha seca ao
sul, ligando este último igarapé às cabeceiras do Formoso.
Lembra-se aqui que o povo Karipuna de Rondônia quase foi exterminado entre a década de 1990
e 2000, sendo que em 2004, só haviam 14 sobreviventes dessa etnia. Assim, é importante observar o
gráfico demográfico dessa TI (FIGURA 3.24), que mostra como essa etnia tem tentado se reerguer.
A seguir expõe-se o gráfico da variação populacional nessa Terra Indígena nos últimos anos.
117
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
50
40
31 32
30
30
20
20 14
10
0
1994 2000 2004 2010 2013 2014
Não existem sobreposições nos cerca de 153 mil hectares ocupados pela TI.
Entidades representativas:
• Abytucu Apoika - Raízes do Povo Karipuna
• Associação dos Povos Indígenas Karipuna
3.3.1.6 TI Karitiana
A Terra Indígena Karitiana foi homologada por Decreto em 1986. Essa TI apresenta-se como
um quadrilátero localizado inteiramente no município de Porto Velho, estando uma porção considerável
do leste do território homologado incidente sobre a Floresta Nacional do Bom Futuro.
Os Karitiana, etnia que habita esta TI, fazem parte do conjunto de grupos indígenas do estado
de Rondônia ainda pouco estudados pela Antropologia. Atualmente, esse povo tem travado inúmeras
batalhas para garantir sua reprodução física e sociocultural, pleiteando o reestudo dos limites de sua
Terra Indígena (que está em estudos pela Funai) e o investimento na educação escolar para reforçar o
ensino da sua língua, karitiana, única remanescente da família linguística Arikén, bem como de seus
costumes e histórias (ISA, 2016).
Nos, aproximadamente, 90 mil hectares habitam 333 indígenas da etnia Karitiana. Como pode
ser observado na FIGURA 3.25, somente na última década a população Karitiana cresceu quase 60%,
118
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ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
150
100 78
64 65
50
0
1970 1976 1983 1994 1997 1999 2003 2005 2008 2010 2013 2014
Interessante notar que a proximidade com Porto Velho resulta em intensa mobilidade dos índios
residentes nessa TI, que visitam frequentemente a cidade em busca, sobretudo, da Funai e dos serviços
de saúde.
3.3.1.7 TI Kaxarari
A terra indígena Kaxarari ocupa parte do território do município de Porto Velho, Rondônia,
estando a maior parte da área no município de Lábrea, Amazonas. Assim, a área ocupa tanto parte da
119
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bacia do Madeira quanto do Purus. Em relação à sua constituição formal, os 146 mil hectares dessa TI
foram declarados em 1986 e homologados em 1992.
Habitam na área 445 indivíduos da etnia Kaxarari, os quais compõem a totalidade remanescente
de membros dessa etnia. Eles se dividem em quatro aldeias, a saber: Marmelinho, Barrinha, Paxiúba e
Pedreira, todas situadas na TI Kaxarari (ISA, 2016).
Interessante observar a dinâmica populacional dessa TI, uma vez que reflete parte do histórico
de contato dessa população indígena com os brancos. Conforme mencionado anteriormente nesse
estudo, desde os anos 1980, as terras habitadas pelos Kaxarari foram alvo de ações predatórias de
seringalistas brasileiros e caucheiros peruanos, os quais, além de expulsarem os indígenas em conflitos
violentos, ainda foram responsáveis por levar epidemias que quase dizimaram esse povo. Porém, na
década posterior, com a demarcação da Terra Indígena Kaxarari, que deu fim à grande parte desses
conflitos, o povo vivenciou um momento de crescimento populacional considerável, conforme pode ser
observado na FIGURA 3.26.
Ainda hoje, as maiores pressões que são observadas nessa TI estão ligadas à exploração dos
recursos não-madeireiros por não-indígenas. Existem, também, quatro requerimentos de pesquisa para
a exploração de cassiterita, ouro, estanho e minério de ferro na região da terra indígena.
Quanto ao desmatamento, a área total desmatada até 2000 era de 488 hectares, subindo para
1.047 em 2014, um aumento de, aproximadamente, 114%. Porém, em 2014, em relação à área total da
120
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Duas entidades representativas são encontradas atuando na TI: Organização dos Povos
Indígenas do Acre, Sul do Amazonas e Noroeste de Rondônia (OPIN) e Organização dos Povos
Indígenas do Médio Purus (OPIMP).
Nessa Terra Indígena vivem 25 membros das etnias Aikanã e Kwazá. Esses dois povos não são
originários dessa área, tendo sido levados para lá pela Funai na década de 1970.
Até 2000, os indígenas que habitavam essa área encontravam-se seriamente ameaçados pelos
fazendeiros e políticos locais. Por esse motivo, a Funai e o CIMI fizeram grandes esforços para
reconhecer essa Terra Indígena. Não obstante tendo sido demarcada em junho de 2000 e homologada
em fevereiro de 2003, ainda há atividades de fazendeiros dentro dessa Terra Indígena (ISA, 2016).
Os Aikanã e os Kwazá possuem línguas mutuamente inteligíveis, porém, desde antes dessa
“convivência forçada” em TIs, os dois povos mantinham contato entre si por conta de guerras territoriais,
alianças, festas e casamentos intertribais. Esse intercâmbio intertribal resultou em fortes semelhanças
entre as culturas materiais, espirituais e intelectuais desses povos, constituindo o que foi chamado de
"Complexo Cultural do Marico" pela antropóloga Denise Maldi (1991).
Em 1997, nessa TI, foram contabilizados 18 indígenas, entre Aikanãs e Kwazás; em 2001, a
população subiu para 25. O baixo número de indígenas reflete o processo histórico ao qual essas duas
etnias foram submetidas e, também, o impacto da realocação dos mesmos no território, o que não só
cortou seus vínculos com as terras tradicionalmente ocupadas, mas ocasionou a perda de grande parte
de seus laços culturais. Dentre as famílias que moram nessa TI, há poucas que conhecem a língua Kwazá.
Essa Terra Indígena ainda sofre grandes pressões sobre seus recursos e território. Há registro de
atividades ilegais de caçadores, pescadores, garimpeiros, madeireiros, grileiros e, como já mencionado,
fazendeiros. Existem dois requerimentos de pesquisa para mineração de ouro na região.
O desmatamento acumulado até 2000 era de 309 hectares, tendo mais do que dobrado, 678
hectares, em 2014. Interessante notar que o grande pico de desmatamento na área se deu entre 2011 e
2013, ou seja, período posterior à homologação da TI, o que revela que o território, embora já
reconhecido, ainda sofre com as pressões humanas não-indígenas.
Não há sobreposição na área de cerca de 17 mil hectares ocupada por essa Terra Indígena.
121
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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3.3.1.9 TI Massaco
A Terra Indígena Massaco foi identificada em 1995 e declarada no ano posterior. Não há
informações demográficas sobre essa TI porque os indígenas que a habitam são isolados, ou seja,
segundo a Funai (2016), “grupos indígenas com ausência de relações permanentes com as sociedades
nacionais ou com pouca frequência de interação, seja com não-índios, seja com outros povos indígenas”.
Essa TI, com área de cerca de 422 mil hectares, sobrepõe-se à Reserva Biológica do Guaporé,
situada nos municípios de Alta Floresta d'Oeste e São Francisco do Guaporé. O desmatamento na área
tem se mantido constante nos últimos anos: em 2000, eram 1.147 hectares desmatados no acumulado,
subindo para apenas 1.331 hectares em 2009.
Interditada em 1987, essa Terra Indígena foi homologada em 1991. Assim como as TIs Igarapé
Lage e Igarapé Ribeirão, a Terra Indígena Pacaás Novas também é habitada pela etnia Wari’. Não
existem sobreposições nos cerca de 280 mil hectares ocupados pela TI.
Os dados mais recentes, de 2010, apontam para a existência de 1.312 indígenas na área. Dados
demográficos disponíveis mostram que o crescimento da população nos últimos 14 anos não passa de
50% em relação ao primeiro ano da série (1996). A FIGURA 3.27 abaixo mostra a evolução da
população residente na TI ao longo dos últimos anos (ISA, 2016).
1000 868
800
600
400
200
0
1996 2005 2010
FIGURA 3.27.- GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA PACAÁS NOVAS – 1996-2010
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
As principais pressões e ameaças sobre os recursos e o território da TI Pacaás Novas são as
atividades de pesca e de garimpo ilegal. A pesca ilegal impacta diretamente a sobrevivência dos Wari’,
uma vez que esses recursos formam grande parte da base de alimentação dos indígenas. Já o garimpo
ilegal é uma das atividades mais destrutivas nesse contexto, ocasionando não apenas impactos negativos
no ambiente, mas, também, muitos conflitos entre índios e brancos. Na área existem três processos de
122
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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requerimento de pesquisa para a exploração de ouro, o que pode aumentar as perturbações nas aldeias
indígenas. Em relação ao desmatamento, em 2000, no acumulado, a área desmatada era de 2.807
hectares, saltando para 4.604 hectares em 2014, um aumento de mais de 60%, que teve picos nos anos
2004 e 2012 (ISA, 2016).
A Terra Indígena Parque do Aripuanã, homologada em 1989, faz parte de uma área contígua de
quatro TIs habitadas pela etnia Cinta Larga. O quadrilátero é formado por três outras terras indígenas
além do Parque, a saber: Roosevelt, Serra Morena e Aripuanã. Todo esse território, que se distribui entre
os estados de Rondônia e Mato Grosso, soma um total de 2,7 milhões de hectares, dos quais os 1.607.000
hectares do Parque do Aripuanã representam, aproximadamente, 6% do total.
Dados de 2010 apontavam para a existência de 394 indígenas Cinta Larga no Parque, o que
representava 20% do total de membros remanescentes da etnia. Em 1989, eram 360 indígenas residentes
no local, o que mostra que houve um tímido crescimento de pouco mais de 9% ao longo de duas décadas.
Desse modo, pode-se afirmar que essa área, localizada nos municípios de Juína (MT) e Vilhena,
apresenta-se demograficamente estável (ISA, 2016).
O Parque Indígena Aripuanã, assim como as demais TIs contíguas, encontra-se, já há algum
tempo, sob fortes pressões de madeireiros, garimpeiros e fazendeiros. O desmatamento, entre 2000 e
2014, quase dobrou; em 2000, no acumulado, eram 2.501 hectares desmatados, saltando para 4.472
hectares em 2014. Além disso, são recorrentes as denúncias sobre garimpeiros ilegais que exercem
atividades de exploração na área e entram em conflitos sangrentos com os indígenas, bem como sobre
madeireiros que retiram quantidades expressivas de madeira de maneira ilegal na região.
3.3.1.12 TI Puruborá
Esta Terra Indígena está em estudo nos municípios de Seringueiras e São Francisco Guaporé.
Após sua homologação deverá ser destinada a 243 indivíduos da etnia Puruborá.
Em um quadrilátero de 236 mil hectares, localizado em áreas dos municípios de Alta Floresta
d'Oeste, São Francisco do Guaporé e São Miguel do Guaporé, situa-se a Terra Indígena Rio Branco.
Homologada em 1986, essa TI abriga indígenas de sete etnias diferentes em seu território.
123
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Segundo dados do ISA (2016), ali podem ser encontrados indivíduos pertencentes aos povos
Aikanã, Arikapú, Aruá, Djereomitxí, Kanoê, Makurap e Tupari. Falantes de línguas distintas, esses
povos distribuem-se pela TI de maneira desigual e dispersa, ainda que o convívio entre todas as etnias
seja pacífico. Em 2008, dados mais recentes disponíveis, o ISA dava conta de 679 moradores na TI.
600
500
400 320
300
200
100
0
1994 2008
FIGURA 3.28 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA RIO BRANCO – 1994-2008
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
Havendo poucas informações disponíveis, não é possível analisar de forma mais acurada a
dinâmica populacional nessa Terra Indígena. Percebe-se, claramente, uma tendência ao crescimento
populacional, tendo havido uma expansão de pouco mais de 110% no número de indígenas dessa TI ao
longo dos 14 anos expostos na série apresentada.
Além dos diversos problemas ambientais que ameaçam esses povos indígenas, destruição de
sítios arqueológicos, pesca ilegal, poluição das águas devido ao uso de pesticidas irregulares e pressão
124
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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fundiária dos grileiros, ainda é preciso ressaltar a ameaça constante representada pelo desmatamento.
Em 2000, a área total desmatada na TI era de 1.600 hectares, saltando para 2.926 hectares em 2014, o
que representa um aumento de mais de 80% no desmatamento acumulado (ISA, 2016). Ainda que, em
relação à área total da TI, o desmatamento corresponda a somente pouco mais de 1%, essa tendência de
crescimento deve ser acompanhada e monitorada atentamente.
Nos 116 mil hectares que compõem a área da TI, em 2010, habitavam 911 indígenas de 10 etnias
diferentes, a saber: Aikanã, Arikapú, Aruá, Djereomitxí, Kanoê, Kujubim, Makurap, Tupari, Wajuru e
Wari’ (ISA, 2016). Apesar de falantes de línguas e possuidores de costumes distintos, esses indígenas
apresentam uma convivência extremamente pacífica dentro da TI.
Analisando a dinâmica populacional na TI, é possível perceber uma nítida tendência à expansão.
Entre 1993 e 2010, dados mais recentes disponíveis, houve um aumento de pouco mais de 200% no
número de indígenas residentes no local. O pico de crescimento se deu entre os anos 2005 e 2010, o que
mostra que essa tendência de expansão deve ser confirmada nos próximos anos, caso mantenham-se as
condições constantes nessa Terra Indígena. A FIGURA 3.29 explicita esse movimento.
Entre os principais problemas que trazem riscos à manutenção da TI, bem como impactam
diretamente a vida dos indígenas, estão a exploração de recursos madeireiros e não-madeireiros e a pesca
ilegal. Há, ainda, dois requerimentos de pesquisa para a exploração de ouro na área (ISA, 2016).
125
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FIGURA 3.29 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA RIO GUAPORÉ – 1993-2010.
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
Em relação ao desmatamento, em 2000, o total acumulado era de 1.028 hectares. Já no ano 2010,
dava-se conta de uma área desmatada de 2.265 hectares, representando um crescimento de cerca de
120% no acumulado. Atualmente, o desmatamento corresponde a quase 2% do território ocupado pela
Terra Indígena Guaporé.
Duas entidades representativas atuam no local: PIN Sede (Funai) e Jovens Com Uma Missão
(JOCUM), esta última ligada à Missão Evangélica.
A Terra Indígena Rio Mequéns, situada entre os municípios de Alto Alegre dos Parecis,
Cerejeira e Parecis, localiza-se em uma região habitada pela etnia Sakurabiat desde tempos imemoriais.
A área, próxima às cabeceiras dos rios Mequéns e Verde, tributários dos rios Colorado e Guaporé, foi
identificada em 1991 e declarada em 1996.
Segundo dados do ISA (2016), ali habitavam, em 2013, 79 indígenas das etnias Sakurabiat e
Makurap, ambas falantes da mesma família linguística: Tupari. A dinâmica populacional nessa Terra
Indígena apresenta indícios de estagnação, resultado não só do violento histórico de contato da etnia
Sakurabiat – predominante na TI – com os brancos, mas também com o número reduzido de mulheres
e da mudança de indígenas para cidades vizinhas (GALUCIO, 2003). A FIGURA 3.30 retrata um pouco
da dinâmica populacional no local.
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120 108
100 89
80 79
74
80
60
40
20
0
1991 1995 2001 2008 2010 2013
FIGURA 3.30 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA RIO MEQUÉNS – 1991-2013
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
A FIGURA 3.30 mostra uma linha de dinâmica extremamente oscilatória, hora com aumentos,
hora com declínios. Em ambos os casos, percentualmente, as variações não são muito acentuadas, de
modo que o total populacional permanece relativamente constante ao longo de toda a série; ainda que
sejam visualizados picos de população em 1995 e 2010, nos anos subsequentes ocorrem reduções
significativas. Desse modo, no total, entre 1991 e 2013, afere-se uma variação negativa de apenas 1,25%.
Além das atividades ilegais de extração de recursos não-madeireiros que afetam negativamente
a população indígena da TI, há ainda registro de garimpo ilegal na área (ISA, 2016). O desmatamento
acumulado, em 2000, era de 3.609 hectares, subindo, aproximadamente, 7% em 2013, que apresentou
um acumulado de 3.868 hectares desmatados. Entretanto, notícias recentes levam a crer que esse
percentual, atualmente, deve ter sido consideravelmente ampliado, dado que, em 2016, houve uma grave
denúncia realizada pelo MPF acerca da extração ilegal de madeira dessa Terra Indígena, o que culminou
com a investigação de 35 pessoas e seis madeireiras (ISA, 2016).
A Terra Indígena Rio Negro Ocaia encontra-se, atualmente, em reestudo. Hoje, essa TI
apresenta uma área total de 104 mil hectares, situada, completamente, no município de Guajará-Mirim
(FUNAI, 2016).
Demograficamente, esta TI é ocupada por indígenas da etnia Wari’. Em 2013, ali encontravam-
se 743 indivíduos. A FIGURA 3.31 abaixo mostra a evolução do contingente populacional desta terra
indígena que, entre 1989 e 2013, apresentou um crescimento de mais de 150% (ISA, 2016).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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500 444
400
290
300
200
100
0
1989 1996 2005 2008 2010 2013
FIGURA 3.31 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA RIO NEGRO OCAIA – 1989-2013
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
Percebe-se uma tendência clara de aumento populacional, ainda que de maneira tímida ao longo
dos anos. Na série apresentada há apenas um período de decréscimo – entre 2005 e 2008 – que não
chega a ser significativo no contexto geral.
As maiores pressões e ameaças que pairam sobre a Terra Indígena Rio Negro Ocaia são a
exploração madeireira e o garimpo ilegal. Essas práticas são algumas das mais nocivas em territórios
indígenas, uma vez que geram grandes impactos ambientais e conflitos acirrados entre índios e brancos.
Apesar das atividades ilegais de exploração madeireira, o desmatamento na TI não apresentou variações
brutas entre 2000 e 2014. Enquanto em 2000 havia um total acumulado de 940 hectares desmatados, em
2014 o número passou para 1.167 hectares, um acréscimo de pouco mais de 20% no total (ISA, 2016).
A única entidade representativa com atuação nessa TI é a Associação Indígena Rio Negro Ocaia
(AIRO).
Como mencionado anteriormente, a Terra Indígena Rio Negro Ocaia encontra-se, atualmente,
em processo de reestudo pelos órgãos competentes. Segundo informações da Funai (FUNAI, 2016), a
homologação desse reestudo, que já foi declarado, fará com que a TI tenha uma ampliação de pouco
mais de 100 mil hectares para 235 mil, um aumento de mais de 120% em seu total territorial.
Nessa área, que contorna os limites da já existente TI Rio Negro Ocaia, em Guajará-Mirim,
encontravam-se, em 2016, 51 indígenas da etnia Wari’ (ISA, 2016). Inexistem outras estimativas
populacionais para esse território.
As maiores pressões, também nessa faixa de terra que contorna a TI, são o desmatamento e a
garimpagem, havendo, no caso desta última, três processos minerários, em fase de requerimento de
pesquisa, protocolados no Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). Já o desmatamento,
128
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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após vivenciar um momento de expansão entre 2000 e 2004, quando atingiu o ápice de 101 hectares
desmatados em um único ano, tem apresentado tendência redutiva, com o registro de apenas seis
hectares desmatados em 2014. O total acumulado do desmatamento, nesse território, é de 1.307 hectares,
o que corresponde a menos de 1% da área, de pouco mais de 135 mil hectares (ISA, 2016).
0
1999 2005 2009 2013 2016
FIGURA 3.32.- GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL NA TERRA INDÍGENA RIO OMERÊ – 1999-2016
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
A FIGURA 3.32 retrata a triste realidade a que foram, e ainda são submetidas muitas etnias
indígenas na história de ocupação de terras no Brasil. Refletindo a trajetória do povo Aktunsu, essa linha
mostra quão perto essa etnia, tão rica em costumes e tradições, está perto da extinção. Representantes
da Funai no local afirmam que, em março de 2005, o grupo era constituído por um homem de,
aproximadamente, 65 anos, uma mulher de cerca de 75 anos, um membro do sexo masculino próximo
aos 35 anos e três mulheres com idades entre 18 e 30 anos. Em janeiro de 2000, a queda de uma grande
árvore sobre uma casa matou uma das indígenas mais novas. Em outubro de 2009 faleceu a indígena
129
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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mais velha, de modo que se contava com apenas cinco pessoas dessa etnia. Não há informações sobre o
último decréscimo (ISA, 2016).
Os três indígenas da etnia Kanoê que habitam a Terra Indígena Omerê são de uma única família,
a qual tem se mantido em relativo isolamento desde o primeiro contato com a Funai, realizado apenas
em 1995 (ISA, 2016).
3.3.1.19 TI Roosevelt
Situada entre os municípios de Rondolândia (MT), Espigão d’Oeste (RO) e Pimenta Bueno
(RO), a Terra Indígena Roosevelt foi homologada em 1991.
Essa TI é uma das mais lembradas por conta dos inúmeros embates violentos que marcaram a
história de sua constituição e, mais recentemente, da manutenção do território indígena livre de ameaças
de garimpeiros e, em menor grau, de fazendeiros e grileiros. Desde 2000, a área tem sido palco de
intensos conflitos entre garimpeiros e indígenas na disputa de minérios (ouro, cassiterita e, em especial,
diamantes). Entre os casos de maior notoriedade está o assassinato de 29 garimpeiros, em 2004, dentro
da reserva, por Cintas Largas; esse caso ainda não foi julgado, mas é possível que os indígenas sejam
submetidos a júri popular em breve. O garimpo ilegal de diamantes no território, inclusive, atinge níveis
internacionais.
Em relação ao desmatamento, desde 2000, os níveis variam com picos seguidos de quedas
vertiginosas, entretanto, mantêm-se uma exploração contínua de madeira que fez com que a área
desmatada passasse de 2.590, em 2000, para 4.430, em 2014. Esse acréscimo de 71% fez com que o
desmatamento passasse a significar quase 2% do território total da TI. Aparentemente, os períodos de
130
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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queda coincidem com os momentos em que são deflagradas operações especiais da Polícia Federal
visando coibir a atividade de madeireiros ilegais, tal como ocorreu nos anos de 2006, 2011 e 2014 (ISA,
2016).
Na TI Roosevelt, além da etnia Cinta Larga, são encontrados também indivíduos membros dos
Apurinã, falantes de uma língua proveniente da família linguística Aruak-Maipure. Em 2010, no total,
eram 1.337 indígenas residentes na reserva; comparando com os primeiros dados disponíveis, em 1993,
quando os índios locais somavam apenas 254, observa-se um aumento vertiginoso do número de
indígenas na TI (ISA, 2016). A dinâmica demográfica é apresentada com mais detalhes na FIGURA
3.33.
1200
1000
800
600 502
400 306
254
200
0
1993 1995 2001 2010
131
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3.3.1.20 TI Sagarana
Não existem sobreposições nos cerca de 18 mil hectares ocupados pela TI. Entretanto, a área
sofre pressão de pescadores que atuam de forma irregular, impactando diretamente as atividades da
comunidade indígena, que depende da pesca para garantir sua subsistência.
O crescimento do número de indígenas foi mais acentuado entre 1989 e 1996, logo após a
interdição da área, quando chegou a um percentual de 70%. Entre 1996 e 2005, o número de indivíduos
manteve-se praticamente estagnado e voltou a aumentar, em pouco mais de 18%, entre 2005 e 2010.
250
200
148
150
100
50
0
1989 1996 2005 2010
132
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A TI Sete de Setembro abriga todos os indivíduos da etnia Suruí Paiter. São 1.375 indígenas
dessa etnia vivendo nos 248 mil hectares ocupados pela Terra Indígena. As aldeias dos indígenas estão
distribuídas ao longo das linhas de acesso à TI, distribuição motivada tanto por motivos de segurança
quanto para aproveitamento de antigas sedes de fazendas construídas por invasores que se estabeleceram
no local ao longo das décadas de 1970 e 1980 (ISA, 2016).
400
200
0
1992 1995 2000 2002 2005 2008 2010 2013 2014
FIGURA 3.35 - GRÁFICO DA DINÂMICA POPULACIONAL DA TERRA INDÍGENA SETE DE SETEMBRO – 1992-2014
Fonte: Adaptado de ISA (2016)
Entre 1992 e 2014 houve um acréscimo de pouco mais de 130% no número de indígenas
da etnia Suruí Paiter. Percebe-se que não há nenhum pico de crescimento, mantendo-se a níveis
constantes ao longo de toda a série. Também não há nenhum período de decréscimo populacional,
indicando uma firme e nítida tendência à expansão.
133
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Em relação ao desmatamento, até 2000, o total acumulado era de 2.843 hectares. Em 2014, as
informações apontam para uma área desmatada de 5.356 hectares, o que representa um aumento de 88%
no território submetido ao desmatamento. Em relação ao território total da TI, a área desmatada
acumulada, em 2014, correspondia a 2,15%, apesar de baixo o percentual, dadas as notícias recentes,
conclui-se que é preciso monitorar de forma rigorosa a área.
3.3.1.22 TI Tanaru
Localizada em uma espécie de ilha florestal de 8 mil hectares, a Terra Indígena Tanaru ficou
famosa, em fins da década de 2000, por abrigar o último homem de um povo indígena desconhecido de
Rondônia. Atualmente, a TI encontra-se em restrição de uso (ISA, 2016).
Pouco se sabe acerca desse indígena que ficou conhecido como “índio do buraco” por conta da
forma como se abriga: uma cova cavada no meio da maloca. Uma das hipóteses levantadas pela Funai
para explicar o seu isolamento é que seus parentes poderiam ter sido vítimas de uma chacina realizada
por um fazendeiro em 1995 (THENÓRIO, 2009).
134
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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contato (THENÓRIO, 2009). Assim, o legado de seu conhecimento ancestral e de seus costumes
culturais será reconhecido, no futuro, apenas pelos vestígios que deixará.
3.3.1.23 TI Tubarão/Latundê
Dados de 2010, os mais recentes disponíveis, apontam para a existência de 195 indígenas das
três etnias na TI. A maioria é composta por Kwazá e por Aikanã, sendo que parte dos Kwazá se
reconhece como Aikanã. Esses povos foram expulsos de suas terras tradicionais por fazendeiros que
dali se apossaram após a abertura da BR-364 na década de 1960 (ISA, 2016).
195
200 180
176
168
160
150
100
50
0
1994 1995 2001 2005 2010
Hoje, a Terra Indígena Tubarão/Latundê, como um todo, tem apenas um líder, o qual
representa as três etnias que ali vivem. Esse líder é um jovem Aikanã, que, em suas funções, recebe
assistência das pessoas mais velhas da comunidade e da administração da sede da Funai, em
Vilhena, município no qual, inclusive, há muitos Aikanã morando (ISA, 2016).
135
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Em termos dos problemas enfrentados pelos indígenas nessa TI, há que se destacar o fato de que
o solo local é bastante pobre, quase totalmente arenoso, havendo, inclusive, vegetação de cerrado em
grande parte da área, o que dificulta a cultura de alimentos para consumo. Além disso, a região vem
perdendo a sua mata virgem, de modo que a caça tem diminuído rapidamente. Afora esses problemas
relacionados ao ambiente, os indígenas enfrentam pressão de madeireiros e garimpeiros (ISA, 2016).
A única entidade representativa com atuação no local é a Associação Massaká dos Povos
Indígenas Aikanã, Latundê e Kwasá.
3.3.1.24 TI Uru-Eu-Wau-Wau
Declarada como pertencente aos indígenas em 1985, a Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau foi
homologada por Decreto em 1991, com 1.867.000 hectares.
Em relação ao desmatamento, apesar deste vir apresentando tendências decrescentes entre 2002
e 2011, em 2013 houve novo pico de crescimento. Segundo informações do ISA (2016), até 2000 o total
de área desmatada era de 9.694 hectares, subindo para 16.755 hectares em 2014, um acréscimo de pouco
mais de 70%. Em 2014, o total acumulado de desmatamento representava 0,89% da área total da TI.
136
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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126 indígenas falantes de língua originária da família Tupi-Guarani; e Juma, etnia de língua proveniente
do Tupi-Guarani, da qual resta somente uma família formada por um homem e suas três filhas (ISA,
2016).
300
232 235
250 214 221
187
200 159
150
104
100
50
0
1990 1999 2006 2008 2010 2012 2013 2014
Ressalta-se que, em relação às etnias que ocupam o território da TI, somente duas estão em suas
terras tradicionais, os Uru-Eu-Wau-Wau e os Oro Win. Para os Amondawa, a terra é de habitação
recente, pois antes da chegada da chamada “frente de atração” da Funai, viviam nas proximidades do
rio Cautário. Já o povo Juma, marcado por inúmeras tragédias e sob forte risco de extinção já que sua
linhagem é patrilinear, ou seja, seguem a linhagem paterna, e já não existem mais homens dessa etnia,
habitavam, tradicionalmente a região do rio Açuã, próximo à cidade de Lábrea, sul do estado do
Amazonas, tendo sido levados para Rondônia pela Funai em 1998 (HUCHIDA, 2016).
137
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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3.3.2.1 Aikanã
As Terras Indígenas em que hoje habita a maioria dos Aikanã não correspondem ao seu território
tradicional. Esse grupo foi levado para essas áreas pela Funai, na década de 1970. O Aikanã ainda é uma
língua não classificada e, apesar dos esforços do grupo para a alfabetização das crianças na língua
materna em algumas aldeias, o Aikanã é uma língua ameaçada de extinção.
Os primeiros contatos registrados entre os Aikanã e a população não indígena datam do início
dos anos 1940. Entre 1941 e 1943, a Expedição Urumacuan, enviada pelo General Rondon em busca de
possíveis jazidas de ouro no rio Pimenta Bueno e seus afluentes, manteve contatos frequentes com
grupos indígenas da região, inclusive os Arikanã (DEQUECH, 1988).
Segundo Price (1981), nessa mesma década, o SPI abriu um posto de atendimento em Igarapé
Cascara, afluente do rio Pimenta Bueno, para onde foram levados inúmeros grupos indígenas, dentre os
quais os Aikanã. Com essa iniciativa, os indígenas se viram sujeitos às epidemias de sarampo, gripe e
pneumonia, que causaram a mortalidade de grande parte do grupo. A partir desse momento, os Aikanã
ficaram à mercê das políticas de realocação do SPI e, posteriormente, da Funai, até que, em 1970, foram
estabelecidos nas áreas onde hoje estão as Terras Indígenas Rio Branco, Rio Guaporé, Tubarão/Latundê
e Kwazá do Rio São Pedro.
Muitos dos costumes e práticas dos Aikanã foram perdidos e, atualmente, é extremamente raro
haver celebrações tradicionais entre os membros dessa etnia. Ainda há a fabricação de artesanato, porém,
não segue as práticas antigas e destina-se à venda.
As terras que foram destinadas a essa etnia são caracterizadas pela baixa fertilidade do solo, de
modo que os Aikanã foram obrigados a subsistir pela venda da seringa; contudo, devido à queda no
preço desse produto, hoje encontram sérias dificuldades em sua reprodução física e cultural. Por outro
lado, os Aikanã atualmente desenvolvem projetos de valorização cultural e procuram manter viva a
língua por meio da formação escolar bilíngue. Em 1992 foi iniciado o ensino da língua Aikanã em cada
uma das três escolas nas aldeias em que eles habitam (ISA, 2016).
138
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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3.3.2.2 Akuntsú
Os Akuntsú constituem, hoje, um dos menores grupos étnicos do Brasil. Sua história, marcada
por usurpação de terras e por massacres, pouco se diferencia da de outros povos indígenas de Rondônia.
Os últimos cinco sobreviventes dos chamados Akuntsú vivem em pequenas malocas próximas uma da
outra nas matas do igarapé Omerê, afluente da margem esquerda do rio Corumbiara, no sudeste de
Rondônia. A área constitui uma pequena reserva de mata outrora pertencente a uma fazenda particular
interditada pela Funai no final dos anos 1980 (ISA, 2016).
Em meados da década de 1980, a frente de atração da Funai, responsável pela abordagem dos
índios desconhecidos que perambulavam na região de Corumbiara, esperava contatar grupos indígenas
isolados na mata da área tradicionalmente ocupada pelos Akuntsú. Composto por reservas legais de
algumas fazendas, o território já vinha sendo desmatado para a comercialização de madeira e a
implantação de pecuária, de modo que a presença indígena era constantemente desmentida pelos
fazendeiros, dado que sua confirmação colocaria em risco a disponibilidade das terras para fins
econômicos (ISA, 2016).
Foi nessa mesma década, 1980, que os Akuntsú viveram, provavelmente, o seu último grande
conflito com os brancos. Resquícios do que poderia ser considerado um massacre foram encontrados
por funcionários da Funai nas matas da região; de uma aldeia com, aproximadamente 30 indivíduos,
sobraram apenas restos de utensílios e vestígios. Tais suspeitas só foram esclarecidas dez anos depois,
quando o órgão indigenista finalmente contatou, pela primeira vez, os Akuntsú. Um membro do grupo,
composto à época por apenas sete pessoas, esclareceu o ocorrido: uma tentativa de exterminar esse povo
indígena efetivada por fazendeiros da região (ISA, 2016).
O primeiro contato, de fato, ocorreu em 1995, eram então sete pessoas: dois homens adultos,
três mulheres (uma mais velha e duas em idade reprodutiva), uma adolescente e uma menina de
aproximadamente sete anos (VALADÃO, 1996). Em janeiro de 2000, durante uma tempestade noturna,
uma grande árvore caiu sobre uma das casas, matando a jovem mais nova. Em outubro de 2009, faleceu
a mulher mais velha do grupo, Ururu, que tinha em torno de 85 anos. Em 2016, o membro mais velho
veio a óbito, com 85 anos, de causas naturais. Assim, essa etnia conta com apenas quatro membros
atualmente (BURGER, 2016).
O igarapé Omerê, local onde foi instituída a Terra Indígena ocupada pelos Akuntsú, não fornece
fontes fartas de alimentação; dele, os indígenas retiram apenas a água que bebem e, vez por outra,
pequenos peixes. É com a caça, coleta de frutas e um pequeno roçado em torno da maloca que suprem
suas necessidades (ISA, 2016).
139
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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3.3.2.3 Amondawa
No início dos anos 1980, a Funai estabeleceu os primeiros contatos, na região central do estado
de Rondônia, com os Amondawa. O contato não foi benéfico para essa etnia, dado que foram
severamente acometidos por doenças como gripe e pneumonia, o que se intensificou nos anos
posteriores. Em 1986, a intensa ocupação da região pela frente de colonização fez com que uma
epidemia se espalhasse entre os Amondawa, que se retiraram para o interior fechado da mata e só
retornaram um ano depois, com um número muito menor de indígenas, ao território onde estabeleceram
contato com a Funai (ISA, 2016).
Os homens saem pela manhã para trabalhar em grandes roças, principalmente de mandioca para
a produção de farinha, e as atividades econômicas seguem o mesmo estilo dos grupos domésticos.
Alguns roçados têm produção voltada para inserção no mercado regional. A falta de acesso aos grandes
cursos d’água faz com que o trânsito desses indígenas pela área seja sensivelmente reduzido.
3.3.2.4 Apurinã
Os Apurinã encontram-se dispersos às margens do rio Purus. De acordo com o ISA (2016), são
9.487 indígenas dessa etnia distribuídos pelos estados de Rondônia, Amazonas e Mato Grosso. Falantes
da língua Apurina, da família Maipure-Aruak, a história desse povo é marcada pela violência dos dois
ciclos da borracha na região amazônica.
Os primeiros contatos com brancos ocorreram ainda no século XVIII, quando o rio Purus
começou a ser explorado por comerciantes itinerantes, que buscavam as chamadas “drogas do sertão”:
cacau, copaíba, manteiga de tartaruga e borracha. Nas décadas de 1950 e 1960 houveram várias
expedições para reconhecer e mapear o rio; datam desta época os primeiros relatos de que alguns
Apurinã já trabalhavam para os não-índios (SCHIEL, 2000).
As relações dos grupos Apurinã com os brancos que adentravam o território para firmar
seringais foram bastante distintas. Alguns grupos foram dizimados pelos seringalistas, outros extraiam
140
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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alguns produtos da floresta e os vendiam aos brancos e, por fim, outros trabalhavam como e para
seringalistas. Importante, também, ressaltar que alguns Apurinã trabalharam próximos aos seringalistas
desde o princípio do primeiro ciclo da borracha, outros tiveram contato com não-índios somente na
época da Segunda Guerra Mundial, quando chegaram à área os chamados “soldados da borracha”
(SCHIEL, 2000).
Dessa época, são sempre relembradas histórias que falam sobre massacres, torturas e da
experiência do trabalho escravo. As relações pessoais de compadrio, bem como as guerras pela terra
tradicionalmente ocupada também marcam o discurso Apurinã sobre o período.
Os Arara Karo vivem em duas aldeias, Iterap e Paygap, ambas localizadas na parte sul da Terra
Indígena Igarapé de Lourdes. A língua Karo pertence à família Ramarama, do tronco linguístico Tupi
(ISA, 2016).
A história de contato dos Arara Karo com não indígenas inicia-se apenas no final da década de
1940, quando chegaram em seu território funcionários do antigo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) para
estabelecer contato. Esse contato foi fulminante para as comunidades Arara: centenas de índios
morreram por doenças como pneumonia, gripe e sarampo. Quase todos os sobreviventes dessas
epidemias foram morar nos seringais da região, fazendo com que os Arara Karo se engajassem
totalmente no modo de vida não indígena. No final da década de 1960, o SPI conseguiu reagrupar os
Arara Karo, que passaram a viver junto ao povo Ikolen. Porém, a convivência não foi pacífica e, após
muitos desentendimentos, nos anos 80, os Arara Karo resolveram fundar sua própria aldeia, que foi logo
reconhecida pela Funai (GABAS JÚNIOR et al., 2002).
Nas aldeias, praticamente todos os índios falam sua própria língua, sendo o Português aprendido
como segunda língua e utilizado, somente, no contato com não indígenas. Nos últimos tempos, percebe-
se uma gradual utilização, principalmente pelas novas gerações, de termos portugueses, geralmente para
as relações de parentesco (pai, mãe, tio, tia, primo, prima), no convívio diário. Alguns Arara Karo
também falam ou entendem a língua Tupi-Mondé, graças às situações de casamento entre membros das
etnias Arara e Ikolen (GABAS JÚNIOR, 1989).
Após quase 60 anos de contato envolvente com a população não-indígena, a organização social
e política, assim como as práticas culturais tradicionais dos Arara Karo caíram em desuso, praticamente
141
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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3.3.2.6 Arikapú
Embora, atualmente, os Arikapú vivam nas Terras Indígenas Guaporé e Rio Branco, esses locais
não correspondem aos seus territórios de ocupação tradicional. No início dos anos 1930, o Serviço de
Proteção ao Índio (SPI) iniciou trabalhos de transferência de grupos indígenas do sudoeste de Rondônia,
entre os quais os Arikapú, para colônias no oeste do estado. Nessas colônias, os indígenas eram
obrigados a viver e a trabalhar sob condições desumanas, o que fez com que muitas etnias se
dispersassem, com seus membros fugindo ou explorando outros territórios (MALDI, 1991).
Apesar dessa transferência em 1930, os primeiros contatos entre esse povo e os não-indígenas
ocorreram, por volta, do início do século XX. Ao longo de todo o século, epidemias de doenças, conflitos
e a já referida dispersão causaram decréscimos significativos a essa etnia que, segundo dados do ISA
(2016), em 2014, contava com apenas 34 membros.
O nome Arikapú, além de ser a autodenominação dos Arikapú, é também utilizado pelos grupos
vizinhos e pelos não-indígenas para se referirem a esse grupo. Sua origem pode estar vinculada à língua
Tupari dos vizinhos Makurap, na qual arikapú se refere ao pássaro japó (ISA, 2016).
Até muito pouco tempo, a língua dos Arikapú permanecia praticamente desconhecida. Hoje,
essa língua encontra-se hoje no limiar da extinção, dado que restam somente dois anciões que a dominam
e estes vivem em Terras Indígenas distintas. Não houve transmissão da língua para as gerações
seguintes.
3.3.2.7 Aruá
Os Aruá são um povo relativamente pouco estudado, estudos antropológicos e linguísticos sobre
essa etnia são bastante raros e, por isso, as informações aqui apresentadas são esparsas. Sabe-se que o
142
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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aruá é parte da família linguística tupi-mondé, mas, atualmente, são, somente, cerca de 20 falantes dessa
língua, dentre os 94 membros Aruá, caracterizando-a como sob ameaça de extinção (ISA, 2016).
Os primeiros contatos entre os Aruá e não indígenas ocorreu em meados de 1920. Logo em
seguida, epidemias de sarampo, doença para qual os indígenas não possuíam nenhum tipo de defesa,
praticamente exterminaram a etnia (MALDI, 1991).
Os Aruá, guardam, juntamente com grupos indígenas do Guaporé e dos afluentes ocidentais do
Mamoré, três aspectos culturais característicos: a ausência da mandioca “brava” e da farinha na
alimentação; a existência de subgrupos territoriais definidos e nominados; e o consumo de chicha de
milho em cerimônias. Outro elemento cultural é a aspiração do pó de angico nos atos xamanísticos,
sendo a atuação do xamã relacionada ao uso que faz desse pó alucinógeno (MALDI, 1991).
Na década de 1950 começaram a ser registrados conflitos de indígenas Cinta Larga com feitorias
de seringueiros, comboios de garimpeiros e povoados que cresceram nas proximidades das estações
telegráficas, em particular em Vilhena, José Bonifácio e Pimenta Bueno. As invasões do território Cinta
Larga continuaram ao longo dos anos, sendo realizadas, principalmente, por firmas de mineração e
seringalistas; a situação se agravou a partir da inauguração da rodovia Cuiabá-Porto Velho (BR-364),
em 1960. Hostis aos invasores, os Cinta Larga representavam um empecilho à expansão destes
empreendimentos, assim, as operações destinadas a “limpar a área”, realizadas pelos brancos que
vinham explorando seringais e pedras preciosas na região, tomaram proporções alarmantes
(CHAPELLE, 1982).
A década de 1960 continuou com sucessivos conflitos com seringueiros. Nesse mesmo período,
os garimpeiros chegavam às centenas, vasculhando a região atrás de diamantes, ouro e cassiterita, e os
conflitos passaram a eclodir cada vez mais dramáticos. Nos últimos anos dessa década, as hostilidades
143
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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se acirraram de maneira acentuada, com casos de Cinta Larga flechando brancos e sendo alvejados a
tiros por seringueiros e outros habitantes da região.
Em 1969 a população Cinta Larga foi estimada em cerca de 2.000 pessoas; em 1981 não
ultrapassavam 500 indivíduos. Na década de 1990, com a criação das terras indígenas que habitam hoje,
a população voltou a crescer, atingindo a casa dos 1.032 indivíduos em 2001 e chegando, em 2003, a
um total, aproximado, de 1.300 indivíduos. Pesquisa de 2014 constatou a existência 1.954 indígenas
dessa etnia (ISA, 2016).
Ao longo de sua história de contato, a relação entre os Cinta Larga e a sociedade branca é
bastante singular: todos os contatos amistosos foram estabelecidos por iniciativa dos indígenas. Alguns
chegam a afirmar que se pode dizer que foram os Cinta Larga que pacificaram os brancos
Tradicionalmente a aldeia Cinta Larga era constituída por uma ou duas casas que abrigavam
uma linhagem patrilinear, porém, com a intensificação dos contatos, passaram a constituir aldeias com
casas que abrigam uma família nuclear de diferentes linhagens. A poligamia é largamente praticada
pelos Cinta Larga, ocorrendo em arranjos variados.
Essa etnia, tem a peculiaridade de dedica um tempo reduzido às práticas agrícolas, as quais são,
inclusive, depreciadas frente à caça. Assim, as derrubadas e queimadas são realizadas pelos homens,
mas a plantação e a colheita são tarefas das mulheres. A partir de 1980, os Cinta Larga também
começaram a extrair borracha e coletar castanhas, visando à comercialização. Entretanto, o isolamento
da área, as dificuldades de transporte e a pequena escala da produção propiciaram um retorno monetário
pouco significativo (JUNQUEIRA, 2002).
Atualmente, os indígenas Cinta Larga, cujas casas não têm sistema de esgoto, nem água
encanada, que frequentam escolas e postos de saúde precários e que produzem nas roças um montante
inferior ao necessário para sua sobrevivência devido à falta de maquinário, insumos, assistência técnica
e crédito bancário, moram em cima da maior mina de diamantes do mundo, com capacidade para
exploração de um milhão de quilates de pedras preciosas por ano. A exploração ilegal dessas pedras
preciosas ganhou forças em 1998 e chegou a reunir 5 mil garimpeiros em 2004. O garimpo levou às
reservas mais do que os visíveis danos ambientais, os problemas sociais envolvendo drogas e
prostituição multiplicaram-se entre indígenas e não-indígenas ali residentes. A violência acentuou-se
sobremaneira, os processos na Justiça passaram a fazer parte do cotidiano dos Cinta Larga, aos quais a
sociedade branca, rapidamente, deu a fama de milionários e o estigma de assassinos e bandidos. Há 11
anos, um grupo de Cinta Larga matou 29 garimpeiros; o massacre ocorreu devido à disputa por jazidas
de diamantes e o caso, que ganhou repercussão internacional, não foi julgado ainda (ARANDA, 2015).
3.3.2.9 Djeoromitxí
essa etnia sofreu severas baixas demográficas e foi deslocada para a região onde, atualmente, residem,
próximos ao rio Branco e ao rio Guaporé.
A origem do nome do grupo não é fácil de traçar. É possível que seja o termo dado a um clã,
cujo significado vem a ser um tipo de palmeira (MALDI, 1991).
Entre os séculos XVII e XIX, há relatos de contatos esporádicos de indígenas dessa etnia com
viajantes, porém, o contato regular com não indígenas iniciou-se somente no fim do século XIX. À
época, conflitos e epidemias resultaram em alta mortandade entre os Djeoromitxí, dizimando grande
parte desse povo antes mesmo que os primeiros trabalhos de documentação fossem feitos.
Assim como os Arikapú, nas décadas de 1930 a 1960, os Djeoromitxí também foram levados à
colônias e seringais, onde eram forçados a trabalhar em condições insalubres e, muitas vezes, de maneira
quase escrava. Dada a situação, muitos indígenas fugiram e migraram para outros locais, causando uma
dispersão da etnia. Em 2014, haviam 225 índios dessa etnia, os quais encontravam-se dispersos por
várias terras indígenas de Rondônia (ISA, 2016).
A língua dos Djeoromitxí, assim como a de seus vizinhos Arikapú, permanecia praticamente
não-documentada até recentemente. Hoje, essa língua encontra-se sob ameaça de extinção, ainda que se
mantenha fortalecida em núcleos familiares que procuram manter essa tradição em todas as gerações.
Na TI Rio Guaporé há o ensino de português e da língua materna nas escolas primárias, mas, na TI Rio
Branco, essa língua é falada somente por poucos indivíduos. A maioria dos falantes de Djeoromitxí
também fala o português e há alguns que dominam, ainda, outras línguas indígenas (PIRES, 1992).
3.3.2.10 Ikolen
Os Ikolen são falantes de uma língua do tronco Tupi e da família linguística Mondé (Tupi-
Mondé). Habitam a bacia do igarapé Lourdes e outros afluentes do rio Machado (ou Ji-Paraná), no
estado de Rondônia, próximo à divisa com o Mato Grosso. Sua população distribui-se em seis aldeias.
A autodenominação do grupo é “Ikolen” que, em sua língua significa “Gavião”, motivo pelo qual os
indígenas também são conhecidos e denominados por órgãos indigenistas de Gavião.
Os primeiros contatos com não índios ocorreram em meados da década de 1940. Estes foram
intermediados pelo povo Karo, também habitante da mesma região, que mantinham relações com
seringalistas nas margens do rio Machado. Na década de 1950, quando houve um grande crescimento
da exploração da borracha e o início das atividades de mineração na região, os Ikolen viveram um
momento de grande mortandade, com a eclosão de conflitos e epidemias. Em 1965/1966, chegaram à
145
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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área funcionários do Serviço de Proteção ao Índio (SPI), que buscavam o aldeamento e a aproximação
dos Ikolen e dos Karo, bem como missionários da Missão Novas Tribos do Brasil, que iniciaram
trabalhos de evangelização dessa etnia. Essas atividades incluíam catequese, estudo de cartilhas
educativas e a introdução de conceitos e valores contrapostos à cultura Ikolen, o que fez com que muitos
abandonassem suas práticas rituais tradicionais. Assim, por conta de um proselitismo missionário, pelo
preconceito da população não indígena e pelo descaso do SPI e da Funai, inibiu-se a reprodução cultural
tradicional dos Ikolen (MOORE, 1987).
Sua sobrevivência está ligada a atividades produtivas bastante diversificadas, incluindo caça,
pesca, agricultura de roçado e criação de animais, que são destinadas tanto ao consumo próprio como à
comercialização. De modo geral, as atividades são executadas por todos os membros da comunidade,
independente do sexo e idade, organizados de forma familiar e comunitária. Nas atividades
comunitárias, todos os membros da comunidade participam e têm acesso igual ao que é produzido (ISA,
2016).
Interessante notar que, no aspecto demográfico, após o primeiro período de contato com não
índios, em 1940, marcado pela alta mortalidade de indígenas, a partir de 1960, com a assistência da
Funai e de missionários, a população Ikolen aumentou significativamente. Assim, as aldeias Ikolen são
formadas, em sua maioria, por jovens; cerca de 40% da população tem idade igual ou inferior a dez
anos, e as pessoas com idade inferior a vinte anos representam mais de 60% do total. Por outro lado, o
número de pessoas mais velhas é extremamente baixo, o que pode impactar negativamente sua
reprodução cultural, uma vez que são justamente essas pessoas que detém a memória de importantes
aspectos da cultura Ikolen, como músicas, mitos, ritos, língua e cultura material (KANINDÉ, 2006).
3.3.2.11 Juma
A história de contato entre brancos e o povo Juma é marcada por conflitos sangrentos. Ferrarine
(1980) afirma que os Juma se distinguiam por serem uma etnia arredia ao contato com os brancos.
Caracterizados pela antropofagia, eram considerados ferozes e perversos, de modo que conseguiram se
manter isolados até quase a metade do século XX.
Durante todo o tempo, mesmo padecendo de perseguições contínuas, os Juma tentavam manter
seu território e sua integridade. Inúmeros conflitos irromperam e, enquanto a etnia defendia seu território
146
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Assim, no até o início da década de 1960, os Juma tentavam impedir o avanço da exploração
em suas terras, enquanto os invasores tentavam limpar a área, afugentando os índios com tiros, que
revidavam em ataques aos exploradores. O ano de 1964 foi marcado por um verdadeiro massacre; um
comerciante arrecadou dinheiro com seus pares e organizou uma expedição que, oficialmente, tinha
como finalidade extrair sorva e castanha no território Juma, porém, na verdade, o que o grupo fez foi
uma chacina do povo Juma. Um de seus membros afirmou, posteriormente, que eles foram responsáveis
pela morte de mais de 60 índios (FREIRE, 1996). Ao ataque, sobreviveram sete indígenas, os quais
permaneceram ali já sem representar qualquer perigo aos invasores responsáveis pelo etnocídio.
Estima-se que, no século XVIII, os Juma somassem de 12 a 15 mil índios. Após sucessivos
massacres e a expansão das frentes extrativistas, viram-se reduzidos a poucas dezenas na década de
1960. Em 2002, restavam apenas cinco indivíduos: um pai com suas três filhas e uma neta. Segundo
dados recentes, restam apenas quatro indígenas dessa etnia (UCHIDA, 2016).
3.3.2.12 Kanoê
Os remanescentes do povo Kanoê estão dispersos na região sul do estado de Rondônia, em áreas
próximas à fronteira com a Bolívia. Atualmente, grande parte reside em terras indígenas ao longo das
margens do rio Guaporé; uma única família habita a Terra Indígena Rio Omerê.
Mais do que uma divisão geográfica, é possível reconhecer duas situações bastante distintas em
termos de assimilação cultural desses grupos. Os Kanoê da beira do rio Guaporé apresentam uma antiga
inserção no modo de vida da sociedade brasileira; a maior parte encontra-se casada com membros de
outras etnias ou com não índios e apenas três indivíduos conhecem a língua nativa. Já os Kanoê da TI
147
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Rio Omerê, uma única família composta por cinco integrantes, foram contatados pela Funai somente
em 1995 e, desde então, procuram manter-se em relativo isolamento (ISA, 2016).
Esses grupos Kanoê, cada qual a seu modo, são marcados por histórias trágicas que resultaram
numa significativa redução populacional. Os Kanoê, uma nação de milhares no século XIX, totalizavam,
em 2014, 319 índios; a língua Kanoê, também conhecida como Kapixaná (Kapishana) ou Kapixanã, é
falada, atualmente, por apenas sete pessoas (ISA, 2016).
O primeiro grupo Kanoê habitava a margem do Rio Pimenta Bueno. Em 1940, o Serviço de
Proteção aos Índios (SPI) os retirou da área e os reassentou no então Território do Guaporé.
Estabelecidos no antigo Posto Indígena Ricardo Branco, hoje P.I. Guaporé, junto com outras etnias, os
Kanoê transferidos foram cedidos para o trabalho servil nos seringais, de modo a suprir a mão-de-obra
indígena perdida em decorrência de epidemias de gripe, malária e sarampo.
Além das péssimas condições de um trabalho quase escravo, não havia infraestrutura para
atender à quantidade de indígenas deslocada para a área. No local de reassentamento de inúmeras etnias
não havia roças e os índios eram obrigados a empregar todo o seu tempo na coleta da borracha,
alimentando-se de gêneros fornecidos pelos seringalistas: charque, feijão e farinha. Bastante debilitados
por conta da alimentação à qual não estavam acostumados e da extenuante jornada de trabalho a que
eram submetidos, pouco depois de chegarem muitos Kanoê contraíram sarampo; a mortalidade foi
tamanha que esse povo quase se viu exterminado. Começava aí um processo de ocupação do rio Guaporé
marcado por inúmeros massacres de indígenas durante todo a segunda metade do século XX (MALDI,
1984).
Apesar de distinta, a história da família residente na TI Omerê também é marcada por tragédias.
Não se sabe ao certo a cronologia, mas de acordo com relatos de uma das integrantes desse grupo,
haviam cerca de 50 indígenas na região, predominando mulheres e algumas crianças. Preocupados com
a reprodução do grupo, os homens partiram em expedição à procura de outros povos para negociar
casamentos. Durante essa viagem, um encontro fortuito com fazendeiros fez com que todos eles fossem
assassinados. Quando as mulheres da aldeia descobriram, resolveram fazer um pacto de suicídio
coletivo, porém duas mulheres adultas e três crianças se salvaram. A etnia garantiu sua sobrevivência a
partir de um homem Aktunsu, que engravidou uma das, já crescidas, crianças (VALADÃO, 1996).
Atualmente com cinco integrantes, a família, que é monolíngue em Kanoê, refugiou-se numa
reserva de floresta de uma fazenda, apartada do contato direto com o homem branco e, a despeito dos
possíveis massacres terem resultado na quase dissolução do grupo, conseguiu sobreviver.
Atualmente, todos os Kanoê, independente de sua localização geográfica, lutam por sua
sobrevivência física e cultural numa região vastamente ocupada por madeireiros, grileiros e outros
agentes que, não raro, ameaçam a integridade e o usufruto exclusivo de suas terras.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Em 2004 haviam somente 14 sobreviventes dessa etnia, resultado de uma desastrosa história de
contato desse grupo com não-indígenas. Até a década de 1970, conseguiram manter-se relativamente
distantes dos brancos, porém, o ciclo da borracha em Rondônia deu início à uma sequência de invasões
em seu território, causando mortes por conflitos e doenças. Esse povo também foi bastante afetado pela
construção da Ferrovia Madeira-Mamoré, que levou milhares de migrantes para a região de seu território
(MEIRELES, 1983).
Em 1976 a Funai criou uma Frente de Atração para contatar os Karipuna de Rondônia, enviada
ao Jacy-Paraná para estabelecer contato com os indígenas que eram acusados do rapto de mulheres
brancas. A política de distribuição de brindes no Posto da Funai foi, ao mesmo tempo, de bastante
sucesso e desastrosa. Os indígenas visitavam sistematicamente o Posto à procura de brindes, o que
facilitou a aproximação com os mais arredios, porém, isso ocasionou rápidas mudanças de hábitos
tradicionais; em pouco tempo após o contato com o Posto, muitos Karipuna de Rondônia já haviam
desenvolvido uma obsessão por armas de fogo e por roupas ocidentais. Em 1981-82, a maior parte dos
remanescentes dessa etnia já moravam nas imediações do Posto, o que foi catastrófico para esse povo.
O constante contato com os brancos causaram epidemias de gripe e pneumonia, às quais, os Karipuna,
sem os anticorpos necessários para combate-las, morriam rapidamente (MEIRELES, 1983).
Ao contrário de outros grupos da região, os quais após o impacto inicial do contato, conseguiram
refazer sua demografia, mantendo os padrões de organização social tradicional, a catástrofe demográfica
a que foram submetidos os Karipuna de Rondônia não lhes facultou chances de reprodução de suas
estruturas organizacionais. Muitos indígenas desposaram “civilizadas” e a maior parte das crianças já
não compreende a língua Karipuna. Não há mais xamãs na aldeia e, apesar das concepções nativas de
destino post-mortem continuarem vivas, incorporou-se a elas o personagem “jesús” como o espírito
predador que, ao devorar o coração do humano, consuma a sua passagem para o “céu” (KUROVSKI,
2005).
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3.3.2.14 Karitiana
Falantes da língua Karitiana, a única língua sobrevivente da família Arikém, uma das dez
representantes do tronco linguístico Tupi, não se conhece a origem ou a etimologia da palavra Karitiana;
os indígenas afirmam que a denominação lhes foi atribuída por seringueiros que penetraram seus
territórios no final do século XIX. Os Karitiana denominam-se simplesmente Yjxa, pronome da primeira
pessoa que significa “nós”, também traduzido como “gente” (LÚCIO, 1996).
Os primeiros contatos com brancos teriam ocorrido no final do século XVIII, mas pouco se sabe
acerca deles. Apesar da chegada maciça de seringueiros e caucheiros ao território habitado pelos
Karitiana em fins do século XIX, esse povo manteve-se arredio ao contato sistemático até os anos 50,
quando a intervenção do SPI e de missionários salesianos tornou a presença de brancos permanente na
região. A partir dessa década, os Karitiana viveram um brutal declínio demográfico, tendo sido,
inclusive, considerados extintos por Darcy Ribeiro em 1957 (MOSER, 1997).
Visando reverter a situação, o grupo adotou medidas extremas para reverter sua completa
extinção. Um antigo líder Karitiana, Antônio Morais, teria desposado inúmeras mulheres – de 7 a 10,
variando de acordo com diferentes versões –, violando, inclusive, alguns interditos das regras
matrimoniais tradicionais. Essa iniciativa gerou consequências genealógicas e genéticas graves para o
grupo: em 1991, o coeficiente de consanguinidade médio dos Karitiana era de 0,142, superior ao valor
de primos de primeiro grau, 0,125. Praticamente todos os Karitiana com menos de 16 anos descendem
do chefe Morais por diferentes vias genealógicas (VANDER VELDEN, 2012).
Nos últimos 30 anos a população Karitiana vem apresentando um alto crescimento. Na última
década, a etnia teve um acréscimo de 60% no número de indivíduos. Segundo Vander Velden (2012),
ao se chegar na aldeia Karitiana já se percebe o elevado número de recém-nascidos, assim como de
crianças e mulheres grávidas.
A subsistência dos Karitiana baseia-se na agricultura realizada nas terras ao redor da aldeia pelas
unidades familiares, na caça com armas de fogo – atividade eminentemente masculina –, e na pesca
realizada com redes, anzol e arco e flechas – atividade coletiva, que envolve, inclusive, crianças. A
dependência de gêneros alimentícios e bens industrializados leva os Karitiana a comercializarem parte
dos produtos de suas atividades na cidade: milho, café e feijão – além de algumas frutas como a laranja
e o açaí – são os principais gêneros comercializados em Porto Velho. O artesanato, bastante
diversificado, é produzido por todas as famílias da aldeia, também é comercializado, porém, o volume
de vendas é pequeno, razão pela qual os Karitiana vêm buscando alternativas para expandir as praças de
comercialização de sua cultura material (ISA, 2016).
Em relação à organização social dos Karitiana, chama atenção a cisão religiosa característica do
grupo. Essa cisão como fruto de um trabalho de conversão efetivado entre 1972 e 1978 por missionários,
que obtiveram apenas resultados parciais. Assim, a comunidade dividiu-se em dois grupos distintos: o
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“povo do pajé” e o “povo do pastor”. Por “povo do pajé”, entende-se as famílias que se mantêm fiéis ao
modo de vida e às crenças tradicionais dos Karitiana, anteriores ao contato; o “povo do pastor”, ou seja,
as famílias “crentes”, apregoam o caráter original de seu conhecimento acreditando que as concepções
religiosas verdadeiras são as que lhes foram ensinadas pelos missionários. Na vida cotidiana, ambos os
grupos se relacionam normalmente, inclusive com relações matrimoniais entre os dois, entretanto, essa
cisão religiosa recobre um conflito político significativo entre as principais lideranças Karitiana
(MOSER, 1997).
A eclosão das diferenças entre os dois grupos aparece, recorrentemente, no nível simbólico-
religioso ou naquele das práticas intimamente ligadas ao universo sobrenatural. O principal locus de
materialização da cisão religiosa entre os Karitiana são os rituais destinados a celebrar o contato com o
mundo sobrenatural buscando a “saúde” e a “felicidade” dos indígenas. Durante esses eventos, a
comunidade divide-se de maneira acentuada e os dois grupos revelam-se com nitidez: os rituais são
sempre realizados de modo binário, cada um preparado e assistido por um dos grupos (MOSER, 1997).
A gravidade de tal fato é que se coloca a própria história do grupo em jogo, dado que cada um dos
grupos afirma a ancestralidade de seus ritos e culpa o outro pelas mazelas enfrentadas pelos Karitiana,
julgando que os procedimentos rituais equivocados geram perdas acumuladas.
3.3.2.15 Cassupá
O povo Cassupá é originário da região do Cascata, na margem esquerda do Rio Pimenta Bueno,
onde atualmente é o município de Chupinguaia. Falantes da família linguística Aikaná, foram
deslocados de seu território tradicional na década de 1940 pelo Serviço de Proteção ao Índio (SPI) sob
a justificativa de que os indígenas estavam sob risco de serem dizimados por garimpeiros que invadiam
suas terras.
de viverem tão próximos da cidade e se depararem com muitas dificuldades em terem seus direitos
indígenas reconhecidos, ainda guardam como referência a região do Cascata.
3.3.2.16 Kaxarari
Os Kaxarari ou Caxarari vivem hoje em quatro aldeias localizadas na Terra Indígena Kaxarari,
fronteira dos estados de Amazonas e Rondônia, são elas: Marmelinho, Barrinha, Paxiúba e Pedreira
(ISA, 2016). São falantes de uma língua da família Pano, semelhante ao idioma falado
pelos Yaminawa, Kaxinawa, Yawanawa, Nukini, Katukina e Poyanawa, que vivem no Acre
(AQUINO, 1985).
No início do século XX, a população Kaxarari foi estimada em cerca de dois mil índios. Na
década de 1980, entretanto, essa etnia viu-se reduzida a menos de 200 indígenas, resultado de anos de
conflitos violentos com caucheiro peruanos e seringalistas brasileiros, assim como de epidemias
viróticas às quais os Kaxarari não possuíam defesas.
A história desse povo é por três períodos distintos. O “tempo das correrias”, o início do contato,
quando a maior parte dessa população foi dizimada pelos caucheiros peruanos e seringalistas brasileiros
– as chamadas “correrias” eram organizadas por extrativistas com o objetivo de “limpar a área”,
expropriando as terras ocupadas por indígenas que eram ricas em seringa, caucho e castanha –; o
surgimento de doenças viróticas também é lembrado pelos índios como um marco desse período. O
“tempo do cativeiro” se deu quando da incorporação dos índios como trabalhadores a serviço dos
seringalistas; este período foi marcado pela exploração e escravização do povo Kaxarari. E, por fim, o
“tempo dos direitos”, momento que se inicia com a instalação de uma Ajudância da Funai no Acre, em
meados da década de 1970, culminando com a delimitação da área indígena em 1978 (ISA, 2016).
Ao longo de todo o século XX, os Kaxarari foram obrigados a se deslocar pela região em busca
de melhores condições de vida, uma vez que suas terras eram constantemente alvo de ações predatórias
de brancos. Hoje, estima-se que o povo Kaxarari tenha 445 membros, números que refletem um
crescimento populacional recente (ISA, 2016).
A base social para os Kaxarari é o clã de descendência patrilinear. A exogamia é regra, ou seja,
há interdito de casamento com pessoas do mesmo clã. No início dos anos oitenta, foram identificados
18 clãs nomeados, mas no passado eram mais numerosos (AQUINO, 1985).
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3.3.2.17 Kujubim
Também conhecidos como Kuyubi, ainda hoje, a etnia Kujubim é relativamente desconhecida.
São poucos os estudos publicados sobre esse povo, assim como os dados disponíveis em bases oficiais.
De acordo com o Instituto Socioambiental (2016), a população Kujubim era estimada, em 2014, em 140
indígenas.
Habitam as Terras Indígenas Rio Cautário e Rio Guaporé, ambas situadas no estado de
Rondônia. Falantes da família linguística Txapakura, assim como os povos Wari', Torá, Moré ou Itenes
e Oro Win. A língua, descoberta em 1991, encontra-se ameaçada de extinção (RODRIGUES, 2014).
Assim como uma grande parte das etnias indígenas, os Kujubim eram isolados até o início do
século XX. A construção da Ferrovia Madeira-Mamoré e a invasão de seus territórios pelos seringalistas
geraram inúmeros atritos com os indígenas. Em meados da década de 1950, o Serviço de Proteção ao
Índio iniciou um processo de “pacificação” com várias etnias, entre elas os Kujubim. Esse contato levou
a um decréscimo ainda maior da população, que já vinha sofrendo intensa mortandade por conta de
conflitos com brancos, epidemias de gripe e sarampo quase dizimaram essa etnia.
Hoje, a língua de comunicação diária é o português; a maioria dos jovens e praticamente todas
as crianças não falam a língua de seu grupo. Para a comunicação intertribal, os Kujubim adotaram a
língua Makurap durante o ápice da exploração da borracha, mas, depois da Segunda Guerra Mundial,
porém, esta foi sendo abandonada em prol do Português. De acordo com Rodrigues (2014), restam
apenas dois falantes do Kujubim.
3.3.2.18 Kwazá
Expulsos de suas terras por fazendeiros após a abertura da BR-364 na década de 60, o povo
Kwazá perdeu muitos dos seus integrantes e de sua cultura. Dados da Secretaria Especial de Assuntos
Indígenas (SESAI) afirmam que, em 2014, haviam apenas 54 integrantes dessa etnia, os quais vivam
em conjunto com os Aikanã e os Nambiquara no sul de Rondônia (ISA, 2016).
A língua Kwazá, dentre várias outras do estado de Rondônia, pode ser classificada como
'isolada', ou seja, não se relaciona com outras línguas ou famílias linguísticas conhecidas. Boa parte dos
Kwazá é trilíngue, falando também o Aikanã e o Português, mas só algumas pessoas falam apenas o
Kwazá. Não há confirmação da existência de Kwazá fora do país, de modo que essa língua é considerada
“ameaçada de extinção”, visto que poucas pessoas a falam e não há a transferência de seu conhecimento
para novas gerações (RODRIGUES, 1986).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Várias práticas tradicionais dos Kwazá desapareceram depois do início de seu contato com a
sociedade não-indígena. A organização social e política da sociedade tradicional era bastante igualitária,
o povo era dividido em subgrupos territoriais, provavelmente clãs. Acredita-se que não existia um nível
de liderança acima desses subgrupos, embora o pajé mantivesse uma posição importante como médico
e intermediário espiritual, porém, que não lhe dava nenhum status especial fora dessas esferas.
Informações mais acuradas sobre a vida tradicional dos Kwazá são de difícil acesso, uma vez que os
mais velhos cresceram em tempos bastante perturbados por causa do contato com os brancos.
Ressalta-se que alguns Kwazá moram em cidades como Porto Velho e Pimenta Bueno, sem
contato com os índios que vivem nas aldeias, de modo que, provavelmente, já não mantêm mais laços
culturais com a etnia e tenham perdido a língua Kwazá.
3.3.2.19 Makurap
Historicamente, a cronologia desse povo é marcada por conflitos e invasões. Ainda no século
XVIII, iniciaram-se os contatos entre membros dessa etnia e brancos, uma vez que a área se tratava de
região fronteiriça entre colônias portuguesas e espanholas, dando às populações indígenas importância
como exércitos a serem cooptados em caso de guerra. À medida que o Guaporé foi perdendo essa
importância geopolítica, houve um esvaziamento da povoação branca na área. O segundo momento de
contatos intensos entre indígenas e brancos se deu no boom da exploração de borracha, quando o
território tradicional desses grupos foi invadido por seringais, cujos patrões impuseram aos índios o
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3.3.2.20 Miqueleno
O povo Miqueleno ainda não tem seu território tradicionalmente ocupado demarcado. A Terra
Indígena Migueleno, grafia pela qual a etnia também é conhecida, encontra-se em processo de
identificação por contrato CLTO 1188, de 30 de agosto de 2010 (ISA, 2016).
Desde 2000, os remanescentes dessa etnia realizam encontros anuais para solicitar a demarcação
de seu território tradicional, além de iniciativas de educação e saúde específicas. Os Miqueleno de voltar
à localidade Limoeiro, situada no município de São Francisco do Guaporé, de onde foram retirados pelo
Ibama, em 1986, para a criação da Reserva Biológica do Guaporé. Outra parte de seu território foi
loteada, vendida ou grilada por fazendeiros (CIMI, 2005).
3.3.2.21 Nambiquara
O termo Nambiquara é de origem Tupi e pode ser traduzido como “orelha furada”. O etnônimo
ainda pode ser grafado de outras formas: Nambikwara, Nambicuara e Nhambicuara. Desde o início do
século XX, este termo é usado para designar diversos grupos que ocupavam a região do noroeste do
estado do Mato Grosso e as adjacências do estado de Rondônia, entre os afluentes dos rios Juruena e
Guaporé até as cabeceiras dos rios Ji-Paraná e Roosevelt (PRICE, 1969).
Os primeiros registros sobre os Nambiquara nessa região datam de 1770, quando foi organizada
uma expedição com os objetivos de construir uma estrada ligando o Forte Bragança à Vila Bela e a
procura de ouro (ISA, 2016).
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Em outubro de 1968, foi criada a Reserva Nambiquara, delimitada pelos rios Juína e Camararé.
A região demarcada, habitada tradicionalmente por apenas 1/6 dos grupos Nambiquara, era composta,
em quase sua totalidade, por um solo extremamente pobre e árido. O projeto, do Governo Federal, tinha
como objetivo transferir todos os grupos Nambiquara para este local, liberando o restante do território
para empreendimentos agropastoris. Posteriormente à demarcação da Reserva Nambiquara, a recém-
criada Funai iniciou a emissão de Certidões Negativas, atestando que não haviam índios na área do Vale
do Guaporé (COSTA, 2002).
Assim, no final da década de 1960, as terras do Vale do Guaporé, área do território tradicional
Nambiquara que possuía o solo mais fértil, estavam sendo vendidas a empresas agropastoris, que foram
beneficiadas pelos recursos federais da Superintendência de Desenvolvimento da Amazônia, gerando
muito atrito entre indígenas e fazendeiros. Em 1973, em uma tentativa de minimizar os conflitos, uma
faixa de terra entre o rio Camararé e o rio Doze de Outubro foi adicionada à Reserva Nambiquara.
Todavia, pouco tempo depois, parte dessas terras foram reocupadas pelos fazendeiros.
Os grupos que ocupavam e que ainda ocupam a Chapada dos Parecis, o Vale do Guaporé e a
região norte, entre o rio Iquê e os rios Cabixi e Piolho, falam línguas da família linguística Nambiquara.
Trata-se de uma família linguística sem qualquer relação comprovada com outras famílias linguísticas
da América do Sul (PRICE, 1969).
O território tradicionalmente ocupado pelos Nambiquara pode ser dividido em três áreas
geográficas. A primeira é formada pela Chapada dos Parecis que corresponde à parte oriental do
território Nambiquara. A segunda compreende a região do Vale do Guaporé corresponde ao oeste do
território Nambiquara, entre o limite do planalto acima mencionado e o rio Guaporé, sendo 85% da
região coberta por floresta. A terceira área compreende o norte da área Nambiquara, as florestas cobrem
a região ao longo dos rios Roosevelt e Ji-Paraná, assim como seus afluentes (ISA, 2016).
A sua espiritualidade não permite a inclusão da cultura do branco, todos os acontecimentos são
explicados a partir do prazer ou da ira dos espíritos. Para os pajés, a espiritualidade e o uso da própria
língua são os meios para manter a identidade étnica, explicando, em parte, a demarcação de Terras
Indígenas (SANTOS, 2007).
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Seus instrumentos musicais são vistos como o meio de contato com os espíritos ancestrais e da
natureza. No meio do pátio central da aldeia os homens constroem uma choupana para os rituais e dentro
entoam as flautas de taquara e flautas nasais durante as festas da colheita. As flautas são guardas no
mato fora da vista das mulheres (COSTA, 2009).
Apesar do recente crescimento populacional, em 2014 estimava-se 2.332 indígenas dessa etnia,
muitos grupos foram extintos e outros foram reduzidos a poucos indivíduos. Este foi o caso de parte dos
grupos Nambiquara do Norte, cujos remanescentes juntaram-se a outros grupos mais numerosos,
passando a compor um único grupo (ISA, 2016).
Autodenominam-se Oro Win ou Oro Towati’. Oro, nessa língua da família Txapakura, significa
"coletivo" ou "grupo". Os remanescentes dessa etnia vivem na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau, nas
cabeceiras do rio Pacaás Novos (ISA, 2016).
Presume-se que os Oro Win tenham vindo da região do alto Mamoré (Bolívia), atravessando a
fronteira nos tempos pós-colombianos para fugir da autoridade dos jesuítas espanhóis. Até o final do
século XIX muitos grupos indígenas que viviam próximos ou às margens do Guaporé e do Mamoré,
entre os quais os Oro Win, deslocaram-se para as cabeceiras dos grandes afluentes, protegidos pelas
encostas das serras escarpadas, ficando protegidos, temporariamente, do primeiro ciclo da borracha
(MEIRELLES, 1989).
Os seringueiros adentraram o território desses indígenas em 1940, no alto rio Cautário. Em 1963,
foi implantado o seringal São Luís, no qual os Oro Win foram forçados a trabalhar por quase vinte anos,
antes de irem morar nas terras da etnia Wari'. Apenas em 1991, com a expulsão do proprietário do
Seringal São Luís, os Oro Win puderam retornar à sua área tradicional (BRITO, 2000).
Ao longo de toda a sua história de contato, o povo Oro Win sofreu inúmeros massacres, dos
quais restaram poucos sobreviventes. Em 1962, um genocídio de mulheres e crianças foi marcado pela
crueldade: crianças indígenas foram atiradas para o alto e espetadas na ponta dos facões e, mulheres
grávidas, amarradas em troncos, foram mortas lentamente com a barriga rasgada por terçados. O último
massacre registrado contra os Oro Win foi em agosto de 1963, os sobreviventes foram então levados
para o Seringal São Luís e obrigados a trabalhar na extração de borracha, com suas mulheres sendo
violentadas constantemente (BRITO, 2000).
Atualmente, o antigo Seringal São Luís abriga a maior parte da população Oro Win que, em
2014, somava 88 pessoas. A tímida retomada demográfica foi acompanhada de outras iniciativas de
fortalecimento político e cultural, como a criação de uma associação própria e a inclusão de aulas da
língua Oro Win nas escolas. A língua, quase extinta, era falada somente por seis pessoas, todas idosas
(ISA, 2016).
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3.3.2.23 Puruborá
Essa etnia, que, em 2014, contava com 243 representantes, os Puruborá ainda não têm sua terra
indígena reconhecida, demarcada e homologada. Espalhados por várias cidades em Rondônia, o grupo
reconhece o antigo sítio de D. Emília, onde hoje está a aldeia Aperoi, como centro de referência de seu
território atual. Podem ser encontrados, também, em áreas da TI Uru-Eu-Wau-Wau. A Terra Indígena
Puruborá encontra-se TI em processo de identificação, conforme Portaria nº 1.582 de 27/10/2010 (ISA,
2016).
A única aldeia Puruborá atual, a aldeia Aperoi, está localizada às margens da rodovia BR-429,
entre a rodovia e o rio Manuel Correia. A aldeia dista cerca de 32 km de Seringueiras, sentido Costa
Marques e seu território se espalha entre os municípios de Seringueiras e de São Francisco do
Guaporé, leste do estado de Rondônia.
Se, outrora, os Puruborá foram oprimidos, violentados e expulsos de suas terras, hoje, vivem
um momento histórico ímpar. A cacique e as mulheres da aldeia são articuladas na luta pela demarcação
territorial, participam de cursos, seminários, e congressos, fazem faculdade e escolhem seus maridos. O
catastrófico impacto do contato, quando a maior parte dos homens Puruborá desapareceu nos trabalhos
em seringais, fez com que as mulheres, que desposaram seringueiros não indígenas, se tornassem o
início de praticamente todas as genealogias traçadas pelos Puruborá (VANDER VELDEN, 2013).
3.3.2.24 Sakurabiat
Os Sakurabiat vivem nas Terras Indígenas Rio Guaporé e Rio Mequéns, no estado de Rondônia.
A TI Rio Mequéns fica no município de Cerejeira e localiza-se na região habitada pelos Sakurabiat
desde tempos imemoriais. Trata-se de uma área próxima às cabeceiras dos rios Mequéns e Verde, ambos
tributários dos rios Colorado e Guaporé (ISA, 2016).
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Nessa época, inúmeros conflitos e epidemias de gripe e sarampo causaram uma vertiginosa
mortandade entre os Sakurabiat. Muito indígenas também foram forçados a trabalhar na extração de
borracha em condições de semiescravidão. Passado o boom da exploração de borracha, essa etnia viu-
se envolvida em intensos conflitos com madeireiros, que invadiram seu território e lá montaram
serrarias. Na luta pela demarcação de sua terra, foram acusados pelos invasores de serem eles os intrusos
em uma terra ocupada por seus pares desde tempos imemoriais. Esse histórico de contato reflete,
atualmente, no número de indígenas dessa etnia que podem ser encontrados: em 2014 eram apenas 219
indivíduos (ISA, 2016).
Informações sobre a cultural material e o modo de vida tradicional das populações indígenas
habitantes da região do rio Guaporé, entre as quais estão os Sakurabiat, apesar de esparsas, dão conta de
que esses povos tinham o milho e o amendoim entre suas principais fontes de alimentação, enquanto a
mandioca possuía uma importância secundária (MALDI, 1991).
Atualmente, o milho ainda possui um papel central na alimentação dos Sakurabiat. São
cultivadas quatro variedades de milho fofo, usados para a fabricação de chicha e para o consumo direto.
Também cultivam a mandioca mansa para o consumo direto, para o preparo da chicha e para a fabricação
de farinha puba (ISA, 2016).
Os Suruí Paiter habitam a Terra Indígena Sete de Setembro, localizada em uma região
fronteiriça, ao norte do município de Cacoal-RO, que se estende até o município de Aripuanã, no Mato
Grosso. Esse, entretanto, não é o seu território de ocupação tradicional. Acredita-se que os Paiter teriam
emigrado da região de Cuiabá para Rondônia, ainda no século XIX, fugindo da perseguição de brancos.
Durante a fuga, os choques com outros grupos indígenas e não indígenas fizeram com que a sua
população se reduzisse drasticamente (MINDLIN, 1984).
Os Suruí de Rondônia se autodenominam Paiter, que significa "gente de verdade, nós mesmos".
Falam uma língua do grupo Tupi e da família linguística Mondé. Em 2014, a população estimada dessa
etnia era de 1.375 indígenas (ISA, 2016).
Assim como outros grupos indígenas em Rondônia, entre fins do século XIX e a década de
1920, os Suruí Paiter foram vítimas do intenso fluxo migratório para Rondônia por conta da exploração
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Entre 1971 a 1981, houve uma sucessão de choques armados entre os Suruí e invasores. Calcula-
se que houvesse cerca de mil famílias não indígenas na TI. Apesar da demarcação da área em 1979 e de
sua homologação em 1983, a entrada de migrantes em seu território continuava a ser estimulada. Os
Paiter, então, começaram a expulsar, por conta própria os não indígenas. Em 1980 havia 87 famílias de
invasores no interior da Terra Indígena, as quais foram gradativamente retiradas - recebendo terras em
projetos de colonização - e, um ano depois, restavam apenas três. Em 1981 todos os invasores foram
expulsos, passando os Paiter a viver em aldeias formadas onde havia as plantações de café deixadas
pelos não indígenas (MINDLIN, 1985).
Em 1988, foi criada a Organização Metareilá do Povo Indígena Paiter, objetivando expulsar os
madeireiros da Terra Indígena, destituir as lideranças que vendiam madeira e escolher líderes
compromissados com a defesa do meio ambiente. De 1988 a 1990 não houve venda de madeira com a
conivência dos Paiter. No entanto, a partir de 1991, sem apoio para as suas atividades e sem recursos
para dar atendimento às necessidades da comunidade, a Metareilá perdeu poder e alguns líderes voltaram
a fazer acordo com madeireiros. Mesmo assim, a Metareilá tem buscado uma saída para os problemas
dos Paiter e continua a defender a conservação dos recursos naturais (ISA, 2016).
As pressões sofridas por parte dos não índios têm contribuído para diversas mudanças no grupo.
As narrativas tradicionais vêm, continuamente, sendo substituídas pelas novas religiões cristãs, apesar
de certa resistência de algumas famílias e comunidades. Os pajés foram discriminados e sofreram
enorme pressão dos missionários. Ouvir estória de pajés se tornou raro, pois as religiões não indígenas
com presença missionária na área proíbem que sejam repassadas aos mais novos. Alguns membros da
comunidade se ressentem deste fato e afirmam que as religiões cristãs têm impactado negativamente sua
cultura.
Os membros dos clãs que compõem a sociedade Suruí partilham o mesmo conjunto de regras
sociais, devendo obrigações uns aos outros. São separados, na vida em comunidade, em duas metades:
uma ligada ao mato e outra à roça, mudando, as famílias, de lado em ciclos anuais. Tradicionalmente,
todas as atividades econômicas organizam-se em torno do parentesco (MINDLIN, 1984). Dedicam-se à
coleta de frutos, mel, larvas, palmito e outros produtos da floresta. Após 1981, quando ocuparam os
cafezais dos invasores expulsos, passaram a vender café para o mercado local, utilizando a renda gerada
para a aquisição de roupas, ferramentas e alimentos (ISA, 2016).
3.3.2.26 Tupari
Como muitos povos amazônicos, os Tupari também tiveram uma história de contato marcada
por conflitos e pela exploração e expropriação. Em contatos iniciais com brancos, nas primeiras décadas
do século XX, os Tupari os denominaram “Tarüpa”, que significa em sua língua "maus-espíritos", uma
vez que os não indígenas foram os portadores de muitas adversidades e uma série de doenças que quase
dizimaram esse povo.
Em 1980, com a identificação da Funai sobre o que viria a se tornar a Terra Indígena Rio Branco,
demarcada em 1983, a realidade do trabalho escravo de indígenas foi exposta ao mundo e começou-se
a se tomar medidas para acabar com essa condição. Entretanto, ainda hoje, os Tupari são expropriados
e explorados por madeireiros e garimpeiros. Nos últimos anos, os Tupari vêm procurando reverter esse
quadro e lutam, com outros povos da região, contra a instalação de barragens no rio Branco (ISA, 2016).
A organização econômica dos Tupari baseia-se na soma de suas atividades tradicionais com a
extração de borracha e de castanha para venda e/ou troca nos mercados locais. A agricultura é
extremamente importante para essa etnia. O trabalho nas roças, além de garantir a sobrevivência, é a
base para a divisão social dos papéis entre homens e mulheres. A regra de residência tradicional entre
os Tupari é uxorilocal, o que quer dizer que o noivo passa a morar com seu sogro, precisando trabalhar
para ele. Há xamãs em todas as aldeias Tupari. Nos rituais xamanísticos faz-se o uso de sementes de
angico, que apresentam teor alucinógeno (CASPAR, 1976).
3.3.2.27 Uru-Eu-Wau-Wau
O contato dessa etnia com os brancos se deu no início da década de 1970, quando a frente
expansionista adentrou o território por eles tradicionalmente ocupado, causando inúmeros conflitos por
conta de invasões. Nessa época ocorreu um significativo decréscimo populacional, cerca de 2/3 foram
eliminados em razão desses conflitos e das sucessivas doenças que assolavam as aldeias, principalmente
as infecto-respiratórias. A partir de 1980 foram iniciadas frentes de contato pela Funai, visando a atração
161
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
e pacificação dos indígenas, porém, os conflitos continuaram a ocorrer ao longo dessa década
(NASCIMENTO et al., 2002).
Historicamente, essa etnia é hostil ao contato com brancos. Como fator motivador para essa
posição pode-se citar, no início do século XX, as invasões das frentes econômicas colonizadoras, ou
seja, de seringalistas e garimpeiros e, mais tarde, nas três últimas décadas, as invasões de pecuaristas,
agricultores, garimpeiros e madeireiros que já furtaram, em uma década mais de 500.000 metros cúbicos,
principalmente de madeira nobre.
Ressalta-se que a dinâmica populacional se modificou nos anos seguintes a 1993, quando foi
demarcada a Terra Indígena que habitam. A partir de então, houve uma pequena retomada no
crescimento populacional, que se credita em parte à demarcação, fiscalização e vigilância da TI (ISA,
2016).
3.3.2.28 Wajuru
A língua Wajuru foi classificada como pertencente ao tronco linguístico Tupi e à família Tuparí.
Entre os mais velhos é comum o domínio de mais de uma língua indígena, porém, os jovens, em grande
parte, são apenas falantes passivos da língua Wajuru, dominando completamente o Português. Por
ocuparem uma região de fronteira internacional, muitas pessoas também manejam bem o castelhano.
162
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
a outra em Porto Rolim de Moura do Guaporé, povoado à beira do rio Mequéns, onde se encontra outro
agrupamento importante composto por mulheres Wajuru, seus maridos e filhos (ISA, 2016).
As trocas regulares de cônjuges, músicas e conhecimentos com outros povos garantem um rico
contexto multiétnico para os Wajuru, dependendo, os arranjos sociais mais importantes, dessa interação
com outras etnias indígenas. As chichadas, festas regadas a bebidas fermentadas, condensam as
principais relações e acontecimentos da vida aldeã e cosmológica dos Wajuru, ocorrendo de maneira
frequente e reunindo indígenas de diversos grupos étnicos (SOARES-PINTO, 2009).
O casamento, também fato gerador de intensas interações sociais entre essa etnia, é
caracterizado pela dispersão das mulheres e concentração dos homens no território. Enquanto as
mulheres, muitas vezes, mudam-se para locais longínquos de onde viveram até então, os homens
raramente se deslocam para áreas distantes de onde viveram com seus pais. A chicha também exerce
importante papel no matrimônio de filhas, uma vez que permite a intensificação das relações sociais
entre sogro e genro; para os Wajuru, casar uma filha é ter mais um local para tomar chicha (SOARES-
PINTO, 2009).
A base da alimentação Wajuru é a macaxeira, além de peixes e carnes de caça. Há, também,
roçados de milho, arroz, feijão, cará, amendoim e abacaxi. Alguns indígenas possuem renda extra
proveniente de programas sociais e aposentadoria, utilizando-a para comprar produtos industrializados
para sua alimentação (ISA, 2016).
3.3.2.29 Wari’
O povo Wari’ é designado Pakaa Nova por terem sido avistados, pela primeira vez, no rio
homônimo em Rondônia. Porém, é com o termo Wari’, que, na língua deles, significa “gente” ou “nós”,
que preferem ser chamados com quem mantêm contato mais estreito. Sua língua é a Wari (Pakaa Nova),
da família linguística Txapakura (ISA, 2016).
Segundo o Instituto Socioambiental, o povo Waki’, em 2014, era composto por 3.956
indivíduos, estando todos distribuídos por seis terras indígenas em Rondônia, a saber: Igarapé Lage,
Igarapé Ribeirão, Pacaás Novas, Rio Guaporé, Rio Negro Ocaia e Sagarana.
Historicamente, o povo Wari’ manteve-se isolado até o início do século XX, provavelmente por
viverem em áreas de acesso difícil e pouco interesse econômico. Entretanto, o ciclo da borracha e a
construção da Ferrovia Madeira-Mamoré iniciaram um período de graves conflitos entre os indígenas e
os trabalhadores brancos. Na década de 1950 esses conflitos atingiram seu auge, com expedições de
extermínio organizadas por seringueiros e assassinato de trabalhadores como forma de vingança dos
indígenas. O conflito tomou tamanha proporção que o Serviço de Proteção ao Índio (SPI) foi obrigado
a intervir, iniciando um processo de “pacificação”, em 1956, que só teve fim em meados de 1969.
Durante esse período de “pacificação”, mais de dois terços da população Wari’ foi exterminada, muitos
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
por conta de conflitos, mas, a maior parte, por causa das epidemias trazidas pelos brancos (CATHEAU,
1996).
As relações sociais são estruturadas não só em relação com os demais indígenas, mas, também
com outros seres; muitas espécies animais, alguns poucos vegetais e certos fenômenos naturais são
considerados humanos pelos Wari’ por serem dotados de espírito. Assim, grande parte da mitologia e
dos rituais dessa etnia relaciona-se com a possibilidade de comunicação entre os Wari’ e os componentes
do cosmos de significados que os cercam. Tal visão de mundo explica, em parte, o fato de que até a
chamada “pacificação”, os Wari’ eram praticantes do canibalismo funerário como meio de produzir uma
relação entre o “que comia” e o “que era comido”, prática que se estendia dos inimigos mortos em
combate aos mortos do próprio grupo (VILAÇA, 1993).
Praticantes do xamanismo, os Wari’ logo após os primeiros contatos com os brancos diminuíram
a intensidade e o número de rituais realizados. Porém, a partir da década de 1980 a prática foi retomada,
ocorrendo um reavivamento. Até hoje, na maioria das aldeias, muitas famílias dependem dos xamãs
para tratarem doenças que acreditam ser causadas por espíritos animais. Entretanto, doenças
identificadas como doenças de brancos são tratadas por técnicas de cura ocidentais (CATHEAU, 1996).
Em relação à sua subsistência, os Wari’ buscam mobilidade para usufruir os recursos florestais
dispersos pelo território. O cultivo de milho, leguminosa que baseia a subsistência Wari’, é de extrema
importância, assim como a caça e a pesca. Muitas famílias coletam e vendem borracha e castanha-do-
pará, porém não há dependência dessa venda como fonte de renda.
Atualmente duas polêmicas têm se formado nos territórios Wari’: a obtenção de dinheiro com a
venda de borracha e castanha-do-Brasil, bem como dos excedentes agrícolas tem sido direcionada para
a compra de munição, roupas e outros bens de consumo que descaracterizam a convivência tradicional
indígena nas aldeias; e a questão da comercialização dos recursos florestais, pleiteada pelos Wari’ e
negada pela Funai, que acredita que o comércio da madeira em larga escala pode abrir a porta para a
exploração do povo e dos recursos de seu território por terceiros (ISA, 2016).
Estima-se que existam mais de três mil comunidades quilombolas no Brasil, mas, o chamado
Território Remanescente de Comunidade Quilombola é uma categoria social relativamente recente.
Embora desde a promulgação da Constituição Federal, em 1988, já fosse reconhecido o direito dos
remanescentes dessas comunidades de posse definitiva da terra ocupada, foi apenas em 2003, com o
Decreto nº 4.887, de 20 de novembro, que se regulamentou o procedimento para identificação,
164
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
reconhecimento, delimitação, demarcação e titulação dessas áreas (ARRUTI, 2006). Nesse mesmo
dispositivo legal, transferiu-se do Ministério da Cultura para o Incra a competência para a delimitação
das terras quilombolas, bem como a determinação de suas demarcações e titulações.
A identificação dos limites das terras das comunidades é feita a partir da avaliação conjunta das
indicações da própria comunidade e de estudos técnicos e científicos, inclusive relatórios
antropológicos, fornecendo uma caracterização espacial, econômica, ambiental e sociocultural da terra
ocupada pela comunidade quilombola.
De acordo com o INCRA (2016), existem 130 processos abertos para reconhecimento de
comunidades quilombolas na região Norte, destes apenas seis, ou seja, menos de 5% do total, encontram-
se em território do estado de Rondônia. A TABELA 3.30 apresenta a distribuição desses processos pelos
estados da região Norte.
Ainda de acordo com o INCRA (2015), até junho de 2015 já haviam sido expedidas
certificações, através da Fundação Cultural Palmares (FCP), para oito comunidades quilombolas no
Amazonas, 34 no Amapá, 232 no Pará, sete em Rondônia e 38 em Tocantins. As informações
disponíveis acerca das comunidades remanescentes de quilombolas, certificadas pela Fundação, no
estado de Rondônia são apresentadas na TABELA 3.31.
165
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Também no Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA, 2016) podem ser
encontradas informações adicionais sobre algumas comunidades quilombolas de Rondônia que se
encontram em fases mais avançadas do procedimento de reconhecimento de pertencimento territorial,
sendo elas Pedras Negras, Santo Antônio do Guaporé, Jesus e Santa Fé. Na TABELA 3.32 estão
expostas as informações adicionais do Instituto para essas comunidades.
O município de São Francisco do Guaporé conta com três das sete comunidades quilombolas
certificadas ocupando áreas de seu território, sendo que a comunidade de Santo Antônio do Guaporé,
com área total de 41.600 hectares, abrigando 21 famílias, encontra-se totalmente inserida no território
municipal. Em Costa Marques são encontradas outras duas comunidades quilombolas, assim como em
Alta Floresta d’Oeste, ainda que neste último, uma comunidade encontre-se completamente alocada e
outra dividida com áreas do município de São Francisco do Guaporé. Seringueiras e Pimenteiras do
Oeste são os outros dois municípios rondonienses onde podem ser encontrados remanescentes de
quilombos.
166
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 3.32 - COMUNIDADES QUILOMBOLAS EM FASE AVANÇADA DE RECONHECIMENTO, DOCUMENTOS LEGAIS DE CERTIFICAÇÃO, LOCALIZAÇÃO, ÁREA E NÚMERO DE
FAMÍLIAS, RONDÔNIA, 2016
Portaria no Decreto no
Nº Processo Comunidade Município Área/ha Nº de Famílias Edital RTID* no DOU Título
DOU DOU
São Francisco do Guaporé (10/10/05 anulada)
54300.000745/2005-36 Pedras Negras 43.911,1000 26 - - -
e Alta Floresta d'Oeste 31/10/11 e 01/11/11
Santo Antônio do (10/10/05 anulada) 04 e
54300.000746/2005-81 São Francisco do Guaporé 41.600,0000 21 - - -
Guaporé 05/12/08
São Miguel do Guaporé e
54300.002174/2008-74 Jesus 5.627,3058 12 24 e 26/12/07 22/01/09 Não precisa 25/08/10
Seringueiras
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
No auge do ciclo da borracha, a área foi ocupada por seringalistas, que exploraram a mão-de-
obra indígena e de descendentes de quilombolas. Nesse período, intensificaram-se os conflitos entre os
povos e, como no restante da Amazônia, houve um verdadeiro genocídio levado a cabo pelos brancos
(PINTO, 2009).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
entregues aos moradores. As famílias, então, mudaram-se da área de beira do rio, onde residiam, para
as chácaras organizadas pelo governo. A ação governamental interferiu profundamente no modo de vida
dessa população acostumada ao uso coletivo da terra, criando entre eles a noção de propriedade
individual ou familiar.
O povoamento do lugar remonta ao século XVIII, quando ali foi instalada uma Companhia
Militar. A presença dos militares promoveu Pedras Negras à categoria de terceiro núcleo de povoamento
do Guaporé. Entretanto, em fins do século XIX, a região de Pedras Negras foi abandonada,
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
permanecendo, no local, somente os negros, os quais, em sua maioria, tinham origens em Vila Bela da
Santíssima Trindade, antiga capital do Mato Grosso (GONÇALVES, 2009).
No início do século XX, relatos confirmam que a comunidade era diminuta; habitavam ali
poucos habitantes e quase não havia nenhum tipo de infraestrutura social. Na década de 1940, com a
reativação dos seringais na região, houve um crescimento populacional significativo e o povoado
conheceu um período de prosperidade. Entretanto, o momento não durou muito e a decadência da
economia da borracha gerou uma grave crise econômica, provocando a migração da maioria das famílias
para cidades próximas (CRUZ, 2012).
Nas últimas décadas várias melhorias foram implementadas na comunidade; hoje, há energia
elétrica disponível 24 horas por dia, água encanada e serviço de telefonia através de orelhões públicos.
Foram construídas uma igreja e uma escola, bem como adquiridos equipamentos para limpeza da área
e beneficiamento da produção agrícola.
Em 1995, foi reconhecido o território como Reserva Extrativista (Resex) de Pedras Negras, com
uma área de 124.409 ha. Já a luta pela regularização do território quilombola iniciou-se, formalmente,
em 2004, quando a comunidade se reconheceu como remanescente de quilombos e encaminhou pedido
de reconhecimento à Fundação Cultural Palmares. A certidão de auto-reconhecimento foi expedida em
19 de agosto de 2005 e, atualmente, o processo de regularização fundiária está tramitando no INCRA.
Ressalta-se que essa discussão para transformar a Reserva Extrativista em território quilombola está
trazendo prejuízos para a comunidade, uma vez que a proposta de demarcação diminuiria o território
ocupado e utilizado pela comunidade para sua sobrevivência em quase 2/3 (CRUZ, 2012).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A obra da fortaleza foi realizada entre 1776 e 1783, havendo evidências de marcante presença
de escravos negros e de indígenas no processo de construção da fortificação e, também, na formação de
suas guarnições. No século posterior, o forte foi praticamente abandonado e suas ruínas só foram
visitadas novamente em 1914 pelo Marechal Cândido de Rondon. Após essa visita, iniciaram-se
movimentações para uma retomada da ocupação militar da área, culminando com a chegada do chamado
Contingente Especial de Fronteira de Forte Príncipe da Beira em 1932 (JÚNIOR, 2013).
Os militares que ali se estabeleceram, desconsideraram o fato de que a área já estava habitada
por famílias descendentes dos escravos negros e dos indígenas que trabalharam na construção da
fortaleza. A ocupação da área por estes ia dali até a antiga Fortaleza de Conceição (antigo Forte de
Bragança). Com a nova implantação de instalações militares, as famílias residentes nas proximidades
do Forte Príncipe da Beira passaram a ser constrangidas e pressionadas a deixarem suas terras
tradicionalmente ocupadas (JÚNIOR, 2013).
A área, de fato, pertence ao Exército Brasileiro que tem se mantido irredutível em relação ao
que afirma ser um conflito de legislações pertinentes que não permite que a zona fronteiriça seja ocupada
por comunidades tradicionais. Essa posição tem sido discutida entre integrantes do exército e técnicos
do Incra, porém, até 2015 não havia nenhum passo rumo à resolução desse conflito. Durante a realização
de uma oficina de mapas em 2014, parte do projeto de mapeamento social efetuado pela Nova
Cartografia Social da Amazônia (PNCSA, 2014), foram relatados inúmeros casos de abuso por parte
dos militares, como prisões de quilombolas que pescam ou praticam atividades agrícolas e constante
constrangimento de estudantes negros que frequentam a unidade escolar estadual localizada dentro do
quartel.
171
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
No fim da década de 1980, chegou à área um fazendeiro que reivindicava para si as terras de
Santa Fé. Dezenas de famílias foram expulsas de suas casas e despojadas de seus bens, sendo forçadas
a migrar para as proximidades da sede da cidade de Costa Marques, onde passam por um período
marcado por graves dificuldades. O Bispo de Guajará-Mirim à época, Paulo Verdier, publica, então um
artigo, em um jornal regional, denunciando a situação que ganha ampla cobertura da mídia, forçando
políticos locais a tomarem partido na situação. Esse movimento culmina com uma decisão do Tribunal
de Justiça de Guajará-Mirim para que seja realizada imediata reintegração de posse aos habitantes de
Santa Fé. Após alguma intercalações judiciais, são apresentados documentos de distribuição real de terra
realizados pelo INCRA e a permanência dos quilombolas em suas terras é garantida. Assim, o confronto
de meses chega ao fim e ficam estabelecidos 49 lotes de 100 metros cada para as famílias, que têm seus
direitos de propriedade finalmente reconhecidos (MONTEIRO, 2013).
Em 2014, um relatório técnico de identificação realizado pelo INCRA, dava conta de uma área
de 1.510 hectares, onde viviam 89 pessoas em cerca de 20 casas próximas ao rio Guaporé. A comunidade
vive da agricultura e da pecuária de subsistência, apesar de estar localizada em uma área inundável.
Entre as atividades agrícolas destacam-se a plantação e o beneficiamento da mandioca para a produção
de farinha, combinados com criação de animais e com atividades de extrativismo. Há também fontes de
trabalho assalariado, com moradores trabalhando como agentes de saúde e de venda de serviço a
produtores rurais vizinhos, assim como na construção civil (INCRA, 2014).
Na comunidade pode ser encontrada uma Associação, que conta com sede própria. É ali que se
realizam festejos, com destaque para a Festa do Divino Espírito Santo. No local funciona um polo de
172
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Educação para Jovens e Adultos, sendo que as demais crianças frequentam escolas do município de
Costa Marques, cuja sede dista cerca de 7km da comunidade (MONTEIRO, 2013).
A matriz de onde se originou o processo de ocupação da área foi a Vila Bela da Santíssima
Trindade. O deslocamento dos negros fugitivos dessa área consolidou-se com a formação do povoado
da Fazenda Santa Cruz, em consequência do Primeiro Ciclo da Borracha. Os descendentes dos escravos
fugidos desta área formam hoje a comunidade Laranjeiras (FERRAZ, 2011).
As famílias que ali se fixaram, quando dos ciclos da borracha, foram arregimentadas por
seringalistas para trabalharem na extração da borracha. Com a decadência dessa economia, em 1980,
algumas famílias optaram por permanecer na comunidade Laranjeiras, passando a subsistir da
agricultura de subsistência e da criação de pequenos animais. Com a criação do Parque Estadual
Corumbiara, em 1990, os moradores foram proibidos de fazer seus roçados na área deste parque. Por
outro lado, também não podiam plantar na área da Fazenda Laranjeiras, complicando a situação desses
moradores negros (CRUZ, 2012).
Em 2012, a população era constituída por cinco famílias com um interessante caráter
intercultural, quatro são formadas da miscigenação de homens negros com mulheres bolivianas ou
descendentes de bolivianos; e a outra de um descendente de italiano com uma mulher boliviana. Esta
pluralidade cultural é característica de uma região de fronteira (CRUZ, 2012).
A comunidade não contava, em 2011, com fornecimento de energia elétrica ou rede de água
encanada. No local há uma escola, que funciona na modalidade multiseriada, com cerca de 5 alunos;
essa escola funciona como uma extensão da Escola Municipal Paulo Freire, do município de Pimenteiras
do Oeste. As aulas acontecem no horário matutino e o professor é um membro da própria comunidade
(FERRAZ, 2011).
Apesar de estar bastante isolada de centros urbanos, a comunidade, que dista cerca de 100km
de Costa Marques e cujo acesso se dá apenas por via fluvial, viveu um período de consideráveis
acréscimos populacionais entre 1940 e 1960. Porém, durante a década de 1980, o cenário inverteu-se;
iniciou-se um ciclo de acentuado declínio no número de habitantes, marcado pela criação da Reserva
Biológica do Guaporé, na região, em 1982, e pelo esgotamento da economia da borracha.
A comunidade vivia da exploração das florestas ricas em poaia e borracha até os anos 1960,
porém, na década seguinte, a produção extrativista cedeu lugar à produção agropastoril. A instalação da
REBIO do Guaporé, no início dos anos 1980, inviabilizou a pecuária local e impôs pesados obstáculos
à produção local, fazendo com que a comunidade passasse por um processo de decadência e
pauperização. Os conflitos entre autoridades do IBAMA e moradores da comunidade se intensificaram,
dando origem a uma série de discussões de modelos para garantir a permanência dos quilombolas em
terras tradicionalmente ocupadas e a sustentabilidade ambiental da Reserva Biológica do Guaporé
(TEIXEIRA, 2006).
A comunidade, que chegou a ter mais de 200 habitantes, em 2006 abrigava 18 famílias em um
total aproximado de 70 habitantes, reduzindo-se ainda mais, em 2011, quando foram registradas apenas
11 famílias remanescentes no local. Em 2016, entretanto, um levantamento do INCRA (2016) revelou
que a população voltou a crescer, contando com 21 famílias no total àquele ano.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Situada às margens do rio São Miguel, afluente do rio Guaporé, no município de São Miguel do
Guaporé, essa comunidade quilombola tem limitação com a área onde foi instalado o Projeto de
Colonização Agropastoril Primavera e a Reserva Biológica do Guaporé. A comunidade de Jesus
constitui-se na mais afastada comunidade de remanescentes de quilombos em relação ao Vale do
Guaporé rondoniense. Em 2012, a população, de 39 pessoas, era composta, somente, por descendentes
de Jesus Gomes de Oliveira, que deu nome à comunidade, e sua esposa, Luísa Assunção. Os ancestrais
de Jesus são provenientes de Vila Bela da Santíssima Trindade, no Mato Grosso (CRUZ, 2012).
As origens da comunidade remontam à década de 1940, quando Jesus abandonou seus trabalhos
na coleta de látex em colocações de seus irmãos nas imediações de Limoeiro, no rio São Miguel, e
dirigiu-se para a região onde, hoje, está situada a comunidade da qual é o patriarca. Explorando borracha
e sobrevivendo da caça, da pesca e da coleta de cacau, as famílias que ali residiam à época passaram por
períodos difíceis quando o preço da borracha caiu a preços inferiores ao mínimo satisfatório
(TEIXEIRA, 2008).
Nos anos 1970 e 1980, as terras da região do São Miguel passaram por sucessivos processos de
ocupação e colonização de base agropastoril, consequência do avanço das frentes de expansão
econômica advindas do eixo da BR-364. Neste contexto, as terras ocupadas pela família Oliveira foram,
paulatinamente, ocupadas por colonos do Projeto Primavera. O assentamento transformou-se,
rapidamente, em objeto de especulação imobiliária e as terras, destinadas aos colonos, terminaram sendo
vendidas a fazendeiros, os quais transformaram a região em área de latifúndios ocupados por pecuaristas
(CRUZ, 2012).
Assim, a comunidade quilombola vive, hoje, cercada por grandes proprietários. As terras firmes,
onde antes eram exploradas a castanha, a caça e outros produtos da floresta, foram transformadas em
pastos para gado e a família Oliveira foi obrigada a migrar e ocupar as áreas alagadiças localizadas nos
limites das terras que foram transformadas, em 1982, na Reserva Biológica Guaporé. Nunca houve
registro de conflitos entre os quilombolas da comunidade e o IBAMA, uma vez que as terras da REBIO
não avançaram sobre as terras da comunidade. O próprio IBAMA mostra-se interessado na conclusão
do processo de delimitação fundiária da comunidade quilombola, dado que ela poderá servir como uma
espécie de anteparo aos avanços dos fazendeiros sobre as terras imediatamente contíguas à REBIO
Guaporé (TEIXEIRA, 2008).
175
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Instituídas com a promulgação da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, dispositivo legal que
criou o Sistema Nacional de Conservação da Natureza (SNUC), estas áreas estão sujeiras a normas e
regras especiais. A participação da sociedade na implantação e gestão das UCs é regulamentada por
mecanismos estabelecidos na supracitada legislação.
Já as Unidades de Uso Sustentável têm como objetivo a conciliação da conservação com o uso
sustentável dos recursos naturais, de modo que se permite a presença humana em áreas protegidas. São
permitidas, nessa categoria de UCs, as atividades diretas de exploração, porém, estas devem ser
praticadas de forma assegurar a perenidade dos recursos ambientais (BRASIL, 2000). São sete as
categorias de uso sustentável, a saber: Área de Relevante Interesse Ecológico, Floresta Nacional (Flona),
Reserva de Fauna, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS), Reserva Extrativista (Resex), Área
de Proteção Ambiental (APA) e Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN).
de Conservação federais e estaduais ocupam uma área total de, aproximadamente, 8.005.100 hectares,
o que corresponde a cerca de 34% do total de extensão territorial de Rondônia.
As UCs de Proteção Integral Federais abrangem mais de 50% do total de áreas sob jugo de
unidades de conservação em Rondônia. Apesar de mais numerosas, em um quadro geral as UCs de Uso
Sustentável Estaduais compreendem apenas 15% do total sob conservação no estado.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.34 - UNIDADES DE CONSERVAÇÃO POR ESFERAS DE ADMINISTRAÇÃO, CATEGORIAS, ANO DE CRIAÇÃO, SUPERFÍCIE E DESMATAMENTO ACUMULADO, NO
ESTADO DE RONDÔNIA, EM 2017
Desmat. acumulado Desmat./ Superfície
Esfera Grupo Categoria Unidade de Conservação Ano de criação Superfície (ha)
(ha) (%)
ESEC Estação Ecológica de Cuniã 2001 189.661,00 1.137,08 0,6%
Parque Nacional da Serra da Cutia 2001 283.611,00 280,55 0,09%
Parque Nacional de Pacaás Novos 1979 764.801,00 858,06 0,1%
PARNA
Proteção Parque Nacional dos Campos Amazônicos 2006 961.320,00 4.895,41 0,5%
Integral Parque Nacional Mapinguari 2008 1.744.862,00 12.832,67 0,73%
FEDERAL Reserva Biológica do Guaporé 1982 600.000,00 1.900,67 0,31%
REBIO
Reserva Biológica do Jaru 1961 353.335,00 9.879,90 2,79%
SUBTOTAL 7 unidades - 4.897.590,00 31.784,34 0,64%
Floresta Nacional de Bom Futuro 1988 97.357 13.726,00 14,09%
FLONA Floresta Nacional de Jacundá 2004 220.645 3.423,96 1,55%
Uso Sustentável
Floresta Nacional do Jamari 1984 215.000,00 7.704,93 3,58%
RESEX Reserva Extrativista do Rio Cautário 2001 73.817,00 938,38 1,27%
Reserva Extrativista Barreiro das Antas 2001 107.234,00 58,42 0,05%
RESEX Reserva Extrativista Lago do Cuniã 2001 55.850,00 845,68 1,51%
Reserva Extrativista Rio Ouro Preto 1990 204.583,00 17.952,07 8,77%
Reserva Particular do Patrimônio Natural
2000 48,00 - -
Água Boa
Reserva Particular do Patrimônio Natural
FEDERAL Uso Sustentável 2005 487,00 - -
Fazenda Bosco
Reserva Particular do Patrimônio Natural
RPPN 2012 31,00 - -
Gibeão
Reserva Particular do Patrimônio Natural
2012 41,00 - -
Irmãos Sales
Reserva Particular do Patrimônio Natural
2011 19,00 - -
Nova Aurora
Reserva Particular do Patrimônio Natural
2001 995,00 - -
Parque Natural Leonildo Ferreira 1
Reserva Particular do Patrimônio Natural
2001 981,00 - -
Parque Natural Leonildo Ferreira 2
RPPN Reserva Particular do Patrimônio Natural
1997 623,00 - -
Seringal Assunção
FEDERAL Uso Sustentável
Reserva Particular do Patrimônio Natural
1999 66,00 - -
Vale das Antas
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A TABELA 3.35 apresenta as UCs federais divididas em categorias com seus percentuais de
representação em relação às categorias e aos totais de unidades.
Nos próximos tópicos estão dispostas algumas informações relevantes sobre cada uma das
Unidades de Conservação Federais de Rondônia.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Localizada entre Rondônia e Amazonas, a Estação Ecológica de Cuniã ocupa parte dos
municípios de Porto Velho, bem como de Humaitá e Canutama, no estado do Amazonas. Essa UC foi
criada por Decreto em 2001, especificando-se 53.221 hectares como a área do perímetro sobre proteção.
Posteriormente, foi ampliada três vezes, ocorrendo essas modificações em 2007, 2008 e 2010. Hoje, a
Estação Ecológica conta com uma área de 189.661 hectares (MMA, 2017).
A unidade, de proteção integral, assim como a grande maioria das Estações Ecológicas, não está
aberta à visitação pública e não conta com benfeitorias de infraestrutura. Não há ligação à rede elétrica,
o abastecimento se dá através de geradores a diesel, mas há abastecimento de água por meio da rede
local.
Embora a situação fundiária não esteja completamente regularizada, a ESEC tem 100% de sua
área demarcada, sendo 95% do território titulado pela União e os outros 5% de titulação desconhecida.
O acesso se dá a partir da BR-319 e o município com sede mais próxima é Porto Velho.
O total desmatado acumulado até 2013 era de 1.137,08 hectares, o que corresponde a 0,6% do
total territorial da Unidade de Conservação. Foram registrados picos de desmatamento em 2005,
chegando a quase 300 hectares no ano e, em menor grau, em 2012, quando foram contabilizados cerca
de 50 hectares de desmatamento a mais. Atualmente o desmatamento/ano encontra-se muito próximo
de zero (ISA, 2017).
O Parque possui Plano de Manejo como instrumento de gestão e seu Conselho Consultivo foi
criado em 2007, por meio da Portaria no 30 do Ibama, com a finalidade de contribuir para a implantação
e implementação do Plano de Manejo, bem como de cumprir os objetivos de sua criação (ISA, 2017).
O Parque Nacional da Serra da Cutia integra um mosaico de áreas protegidas formado por várias
Unidades de Conservação e Terras Indígenas, constituindo o Corredor Ecológico Guaporé/Itenez-
Mamoré. A área interna do Parque tem uma rica biodiversidade, abrigando cerca de 290 espécies de
aves, 72 espécies de peixes, 140 espécies de anfíbios e répteis e mais de 30 espécies de mamíferos
(MMA, 2017).
Apesar do difícil acesso, o Parque e demais áreas protegidas de seu entorno sofrem intensas
pressões de atividades ilegais de caça, garimpo, desmatamento e grilagem de terras. O desmatamento
acumulado era de 280,55 hectares até 2013, ano, inclusive, em que as informações disponibilizadas pelo
ISA (2017) registram um pico de área desmatada.
Criado pelo Decreto 84.019, de 21 de setembro de 1979, o Parque Nacional de Pacaás Novos
possui uma área total de 764.801 hectares, havendo sobreposição, em parte desse território, com a Terra
Indígena Uru-Eu-Wau-Wau (ISA, 2017).
O PARNA de Pacaás Novos possui Plano de Manejo, porém, seu Conselho Gestor ainda não
foi criado. Toda a área do Parque é titulada à União e seu território encontra-se 100% demarcado e
regularizado na esfera fundiária. O acesso ao PARNA se dá pelo município Campo Novo de Rondônia,
mas o Parque ocupa territórios dos municípios de Alvorada d’Oeste, Guajará-Mirim, Nova Mamoré,
Campo Novo de Rondônia, Governador Jorge Teixeira e São Miguel do Guaporé (MMA, 2017).
Apesar de ter sido criado sobre área tradicionalmente ocupada por população indígena, dados
do Ministério do Meio Ambiente (2017) afirmam que a presença humana só é registrada na área de
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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amortização do Parque, onde viviam, em 2010, cerca de 350 indígenas. Recentes invasões de
madeireiros e grileiros nas terras indígenas têm causado sérios danos ambientais aos ecossistemas
presentes no Parque, o que vem motivando várias operações da Polícia Federal para barrar a entrada
ilegal no local.
Criado em 22 de junho de 2006, com uma área de 873.570 hectares, o Parque Nacional dos
Campos Amazônicos, de proteção integral, justifica sua existência por proteger o principal enclave de
cerrado na Amazônia. Os campos naturais encontrados nesse território abrigam enorme diversidade,
inclusive com espécies endêmicas. A criação dessa Unidade de Conservação tinha, também, como
objetivo, conter o avanço da fronteira agrícola no local (MMA, 2017).
Gerida pelo ICMBio, a UC ocupa territórios dos municípios de Novo Aripuanã (AM), Manicoré
(AM), Machadinho d'Oeste (RO) e Colniza (MT). O PARNA possui Plano de Manejo e teve seu
Conselho Consultivo criado em 2012 (ISA, 2017). Também em 2012 houve uma revisão dos limites da
área que, a partir da Lei no 12.678, passou a ser de 961.320 hectares, passando a incluir-se sob a tutela
de proteção a área do entorno da estrada do estanho.
A região abrange trechos dos rios Machado e Roosevelt, protegendo as cabeceiras dos rios
Marmelos e Manicoré. Não há registro de presença humana no interior e/ou na área de amortização do
Parque, mas são permitidas as atividades minerárias autorizadas pelo DNPM na zona de amortecimento
(ISA, 2017).
O desmatamento acumulado até 2013 era de 4.895,41 hectares, o que corresponde a 0,5% do
total da área sob proteção. De acordo com dados do ISA (2017), houve picos de desmatamento no ano
de 2007, quando foram desmatados pouco mais de 1.500 hectares; em 2013 esse total foi de menos de
250 hectares.
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O Parque Nacional Mapinguari foi criado, por meio de Decreto, em 05 de junho de 2008, no
estado do Amazonas, abrangendo os municípios de Canutama e Lábrea. Em 11 de junho de 2010, o
PARNA foi ampliado e passou a ocupar parte do estado de Rondônia, no município de Porto Velho. Em
2012 os limites da UC foram delineados novamente, excluindo as áreas a serem inundadas pelos
reservatórios das UHEs Jirau e Santo Antônio. Sobreposto ao PARNA Mapinguari há um polígono de
restrição de uso, instituído pela Portaria nº 1.665 da FUNAI, para fins de controle administrativo da
Terra Indígena Jacareúba/Katawixi (MMA, 2017).
Com uma área total de 1.744.852 hectares, o Parque, unidade de proteção integral, ainda não
possui Plano de Manejo, mas teve seu Conselho Consultivo constituído em 2013 (ISA, 2017). Além
disso, no local pode ser encontrada uma base de campo, construída em parceria com a iniciativa privada,
de apoio às ações de prevenção e combate a incêndios florestais nas áreas de cerrado. Desde o ano de
2011, são mantidas, no Parque, atividades de capacitação e contratação de brigadistas para atuarem na
prevenção e combate aos incêndios florestais na região. Ressalta-se que, após o início desses trabalhos,
o número de incêndios florestais declinou substancialmente na área do PARNA e em sua zona de
amortecimento (MMA, 2017).
O Parque encontra-se fechado para visitação, mas a UC apresenta grande potencial para essa
atividade, havendo a necessidade de realização de diagnósticos para melhor avaliar o panorama em
relação ao uso público. As atividades de pesquisa no PARNA foram iniciadas em 2012 e, desde então,
já foram realizados inventários de mamíferos de grande porte, primatas, vegetação, bem como um
trabalho envolvendo o conflito entre pecuaristas e felinos na zona de amortecimento da UC (MMA,
2017).
O desmatamento acumulado até 2013 era de 12.832,67 hectares, o que corresponde a 0,75% do
total da área sob proteção. De acordo com dados do ISA (2017), houve picos de desmatamento no ano
de 2006, quando foram desmatados 2.460 hectares, e em 2012, quando esse total foi 1.200 hectares.
Instituída em 1982 por meio do Decreto 87.587, de 20 de setembro, a REBIO do Guaporé foi
criada com o objetivo de proteger uma amostra representativa do ecossistema de transição entre o
Cerrado e a Floresta Amazônica. Ainda dentre os intuitos de sua criação estão a preservação de espécies
raras, ameaçadas ou em perigo de extinção, bem amostras de ecossistemas aquáticos, campos e florestas
inundáveis. Ressalta-se que essa Reserva Biológica, de proteção integral, é a UC que apresenta maior
185
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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O órgão gestor responsável pela Reserva Biológica do Guaporé é o ICMBio. A reserva possui
tanto Conselho Gestor, um conselho consultivo criado em 2013, quanto Plano de Manejo (ISA, 2017).
A REBIO do Guaporé não está aberta à visitação pública, mas o uso de seus recursos admite
atividades indiretas, visando possibilitar a exploração por meio de pesquisas e visitas com objetivos
educacionais.
A área da REBIO, 600.000 hectares, localizada nos municípios de Alta Floresta d’Oeste e São
Francisco do Guaporé, está completamente regularizada em sua situação fundiária, apresentando-se
100% demarcada. Todo o território é titulado pela União (MMA, 2017). O total identificado de
desmatamento acumulado até 2013 era de 1.900,67 hectares, o que corresponde a apenas 0,3% do total
territorial da Reserva Biológica do Guaporé (ISA, 2017).
No ano 2000, viviam em seu entorno, área de amortização, 200 pessoas de comunidades não
tradicionais e 70 indivíduos representantes de comunidades tradicionais. Também podiam ser
encontrados, à época, 30 membros de quilombos na área de amortização e 40 quilombolas no interior
da REBIO (MMA, 2017).
Tal situação só foi ser resolvida em meados do ano 2011, quando institui-se uma Câmara de
Conciliação e Arbitragem da Advocacia Geral da União (AGU), a qual deliberou que deveria ser
realizada uma audiência pública na comunidade visando conciliar nova delimitação do território que
atendesse às demandas dos órgãos pleiteantes. Essa audiência foi realizada em 02 de agosto de 2011 e
novas coordenadas geográficas do território, mensuradas por grupo de trabalho do Incra, foram
aprovadas, reconhecidas e declaradas. Assim, o Conselho Diretor do Incra, através da Resolução no 26,
publicada em 06 de dezembro de 2011, deu fim à disputa, reduzindo a área demarcada da Comunidade
Remanescente de Quilombo de Santo Antônio do Guaporé quilombola de 41.600 hectares para 7.221,42
ha (BRASIL, 2011).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Criada em 25 de julho de 1961 como Reserva Florestal do Jaru, passou a ser denominada
Reserva Biológica do Jaru com a promulgação do Decreto 83.716 em 11 de julho de 1979. O dispositivo
legal de 1979 demarcava a área sob proteção em um total de 268.150 hectares. Em maio de 2006, foi
ampliada via Decreto em 60.000 hectares. Atualmente, a REBIO conta com uma área de 353.335
hectares (ISA, 2017).
De administração federal, tem como órgão gestor o ICMBio. A REBIO do Jaru possui Plano de
Manejo como instrumento de gestão e seu Conselho Consultivo foi instituído em 2006. Sua área está
parcialmente regularizada na questão fundiária e 83% do território é de titulação da União, sendo os
demais 17% de área particular (MMA, 2017).
Não há presença humana no interior da Reserva, mas, na área de amortização, em 2016, haviam
650 pessoas de comunidades não tradicionais e 180 indígenas. A visitação é permitida mediante
autorização especial, mas desde que tenha fins educacionais, estando restrita a programas de educação
ambiental e apoio à formação de pesquisadores. Ainda no aspecto educacional, ressalta-se que o
Conselho Consultivo dessa Unidade de Conservação estabelece parcerias com instituições públicas e
privadas visando promover campanhas de conscientização e de educação ambiental (MMA, 2017).
O desmatamento acumulado até 2012 era de 9.879,9 hectares, correspondendo a 2,8% da área
total da Unidade de Conservação. Ressalta-se, entretanto, que, de acordo com indicadores do ISA
(2017), o número de hectares desmatados vem se reduzindo significativamente nos últimos anos, ficando
próximo de zero a partir de 2011.
Criada em 21 de junho de 1988 pelo Decreto no 96.188, a Floresta Nacional de Bom Futuro foi
instituída com uma área total de 280.000 hectares. Entretanto, em 14 de junho de 2010, a Lei Ordinária
no 12.249 reduziu os limites dessa UC, que passou a ter 97.357 hectares. Antes a FLONA abrangia áreas
dos municípios de Porto Velho e Buritis, porém, após a redução ficou restrita ao primeiro (MMA, 2017).
Localizada na parte noroeste do estado de Rondônia, apesar de não possuir Plano de Manejo, o
Conselho Consultivo dessa Unidade de Conservação de Uso Sustentável foi criado em 2014 (ISA, 2017).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A área, cujos limites ainda não foram demarcados, possui sérios problemas de invasão de
madeireiros e posseiros, especialmente a na zona limítrofe leste de seu território. Imagens de satélite
mostram, que, no ano de 1995, a FLONA estava praticamente intacta, porém, dada a ausência de ações
para garantir sua implantação, iniciou-se um processo de invasão de grileiros, especuladores de terras,
madeireiros e políticos locais a partir do ano de 2000. Inicialmente, empresas madeireiras locais
invadiram visando a retirada ilegal de madeira. Em seguida, grileiros que passaram a operar no interior
e no entorno, loteando áreas dentro da própria Unidade Conservação (ISA, 2017).
O total identificado de desmatamento na FLONA, acumulado até 2014, era de 13.726 hectares,
o que representa 14% de sua área total. O percentual médio de desmatamento anual entre os anos de
2002 e 2007 foi de 4,34%, números recordes para o desmatamento dentro de áreas protegidas no estado
de Rondônia. Ressalta-se, ainda que, além das áreas desmatadas, grande parte da sua cobertura florestal
têm sido objeto de queimadas e exploração madeireira predatória, contrariando seus objetivos como
Unidade de Conservação de uso sustentável dos recursos naturais (ISA, 2017).
Criada por Decreto em 01 de dezembro de 2004, a Floresta Nacional de Jacundá, de área total
igual a 220.645 hectares, é uma Unidade de Conservação de Uso Sustentável que tem como objetivos o
uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, com ênfase em métodos para
exploração sustentável de florestas nativas (MMA, 2017).
Localizada nos municípios de Porto Velho e Candeias do Jamari, a FLONA de Jacundá possui
Plano de Manejo e Conselho Consultivo, tendo este último sido instituído no próprio ano de sua criação,
2004 (ISA, 2017).
Em 2012 foi realizada a concessão florestal de 111.692 hectares, sendo a área dividida em 4
Unidades de Manejo Florestal (UMF), que variam de 13 a 38 mil hectares. Além disso, o zoneamento
da Floresta Nacional de Jacundá destinou uma área de 50.330 hectares ao uso comunitário dos
moradores tradicionais residentes no interior e no entorno da FLONA. Essa área tem duplo objetivo:
manter um ambiente natural com um mínimo impacto humano por meio da exploração de recursos
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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florestais não madeireiros, bem como garantir a integração da FLONA na vida social e econômica destas
populações. As comunidades tradicionais ainda podem praticar atividades de pesca de subsistência nos
Lagos do Mururé e Piranhas e no Rio Preto e seus afluentes (MMA, 2017).
A Floresta Nacional do Jamari foi criada pelo Decreto no 90.224, em 25 de setembro de 1984.
Com uma área total de 215.000 hectares, a Unidade de Conservação de Uso Sustentável visa possibilitar
o uso múltiplo sustentável dos recursos florestais e a pesquisa científica, desde que respeitados os
métodos de exploração sustentável (MMA, 2017).
A FLONA do Jamari localiza-se na parte norte do estado de Rondônia, sua drenagem é tributária
das bacias do rio Jamari - a UE faz limite com o reservatório da UHE de Samuel - e do rio Machado,
por intermédio do rio Jacundá.
Situada em território dos municípios de Itapuã do Oeste e Cujubim, essa FLONA possui Plano
de Manejo e seu Conselho Consultivo foi instituído em 2003. Essa é a Floresta Nacional em estágio
mais avançado de implantação em Rondônia, sendo palco de uma experiência piloto de concessão
florestal, no marco da Lei de Gestão de Florestas Públicas (Lei 11.284/2006), realizada pelo Serviço
Florestal Brasileiro.
A FLONA possui cerca de 10.000 ha de área ocupada pela presença humana, por estradas, lagos
artificiais e também pela sede da mineradora Jacundá, mas não há dados oficiais sobre os números de
residentes no interior e/ou na zona de amortização da unidade.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Nacional do Jamari estão comprometendo áreas protegidas vizinhas, como a Estação Ecológica de
Samuel, a Resex Rio Preto Jacundá e a FLONA Bom Futuro.
Criada por Decreto em 07 de agosto de 2001, a Reserva Extrativista do Rio Cautário faz divisa
com o Parque Nacional da Serra da Cutia, no município de Guajará-Mirim. Segundo o Ministério do
Meio Ambiente (2017), a Resex está inserida em uma região de fundamental importância para a
conservação da biodiversidade e dos recursos naturais amazônicos. Sua localização também a faz de
imensa importância para a manutenção não só de populações tradicionais como de comunidades
indígenas. Ainda, trata-se de uma área estratégica para o desenvolvimento econômico do estado de
Rondônia, possuindo grandes áreas utilizadas para a pecuária e para a expansão da fronteira agrícola.
A área, totalmente regularizada, não é aberta à visitação pública, mas por se enquadrar na
categoria de uso sustentável, permite a exploração de alguns recursos naturais pelas populações
tradicionais extrativistas que a habitam. A essas comunidades é garantida a execução de atividade de
extrativismo da castanha, da borracha e da copaíba, bem como a pesca de subsistência (MMA, 2017).
A área dessa Unidade de Conservação, criada por Decreto em 07 de agosto de 2001, encontra-
se no mosaico da Serra da Cutia, do qual fazem parte o PARNA Serra da Cutia, a Resex Estadual do
Pacaás Novos, as Resex Federal e Estadual do Rio Cautário e as Terras Indígenas Pacaás Novos, Rio
Negro Ocaia e Uru-Eu-Wau-Wau, além de outras áreas protegidas que compõem o Corredor Ecológico
Guaporé-Itenez/Mamoré (Brasil-Bolívia).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A Resex Barreiro das Antas, de área total igual a 107.234 hectares, situa-se no município de
Guajará-Mirim. De acordo com dados do ISA (2017), a unidade possui Plano de Manejo e seu Conselho
Consultivo foi criado em 2008.
Em 2006, ano das informações oficiais mais recentes disponíveis, habitavam, no interior da
Resex, 27 extrativistas de comunidades tradicionais, aos quais são permitidas as atividades de extração
de castanha e látex, bem como a pesca e a caça de subsistência. Os recursos não madeireiros extraídos
são comercializados pela comunidade, mas o pescado não é vendido. A caça realizada é apenas para a
subsistência e complementarmente à pesca e à criação de pequenos animais. Há uso dos produtos
madeireiros na construção das casas dos comunitários, embarcações e equipamentos, como remos, para
uso da própria comunidade (MMA, 2017).
Na zona de amortização da Resex, que tem limites com o Parque Nacional da Serra da Cutia,
em 2016, eram encontrados 1.062 indígenas, 1.301 moradores de comunidades não tradicionais e outros
140 extrativistas de comunidades tradicionais. Apesar de estar conectada ao sistema de abastecimento
de água local, a Resex não conta com fornecimento de energia elétrica por rede; a destinação do esgoto
se dá por meio de fossa séptica.
Os níveis de desmatamento no interior da Reserva são baixos. Até 2008, o total acumulado da
área desmatada era de 58,42 hectares, um percentual de apenas 0,05% do total territorial da Resex.
Criada por Decreto em 27 de setembro, a Reserva Extrativista Lago do Cuniã abriga 50 famílias,
cerca de 400 pessoas, cuja principal atividade econômica é a pesca. A UC, de 55.850 hectares é banhada
pelo rio Madeira e alguns de seus afluentes diretos. O Lago do Cuniã, com área aproximada de 18.000
ha, é alimentado pelos igarapés Cuniã Grande e Cuniazinho, ambos com suas nascentes na ESEC Cuniã,
unidade no entorno da Resex. A reserva localiza-se no município de Porto Velho. (MMA, 2017).
Um projeto que envolve a conservação e o manejo do pirarucu é desenvolvido pelo Ibama e pela
comunidade no interior da Unidade de Conservação. Além desta espécie, peixes como pirara, curimatá,
jatuarana e tucunaré são fundamentais para as populações ribeirinhas locais, servindo como fonte de
alimento e geradores de recursos a partir de sua venda para centros urbanos próximos (ISA, 2017).
191
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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montante em torno de 14 toneladas entre os anos de 2011 e 2015, foi comercializada diretamente com
um supermercado de Porto Velho (ICMBIO, 2016).
Outras atividades autorizadas dentro da Reserva são a coleta de frutos, como a castanha-do-
Brasil e o açaí, nos meses de novembro a maio. Há ainda a fabricação de farinha para consumo próprio,
venda interna na unidade e no município de Porto Velho. Na zona de amortização da Resex vivem 4.100
pessoas de comunidades não tradicionais.
A Reserva Extrativista possui um Conselho Deliberativo, criado em 2006, assim como Plano de
Manejo instituído. Há oferta de abastecimento de água pela rede local, mas não há ligação com o sistema
de energia elétrica; a destinação do esgoto se dá através de fossa e/ou sumidouro.
O desmatamento acumulado na unidade, até 2008, era de 845,68 hectares, ou seja, algo em torno
de 1,5% do total da área da Reserva (ISA, 2017).
A Reserva Extrativista Rio Ouro Preto foi umas das quatro primeiras unidades de Uso
Sustentável criadas no Brasil. O Decreto no 99.166 a implantou em 13 de março de 1990, com uma área
total de 204.583 hectares, nos municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré (MMA, 2017).
No perímetro da Resex, situa-se a maior parte da bacia hidrográfica do Rio Ouro Preto. A bacia
é considerada uma região de vale periodicamente inundável, com poucas áreas de terra firme não-
alagável. O nível das águas do Ouro Preto pode variar em até 3 metros, e por isso, no 'inverno', quando
as águas estão mais altas, ele costuma ser navegável por embarcações de 15 a 30 toneladas, enquanto
no 'verão', com as águas mais baixas, apenas pequenas embarcações e canoas conseguem transpô-las.
Isso tem forte implicância na vida da população, que precisa adaptar-se à sazonalidade da natureza em
suas formas de vida e subsistência econômica. Por conta disso, as casas da Reserva são semelhantes a
palafitas.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A unidade conta com Conselho Deliberativo, criado em 2006, e Plano de Manejo instituído. A
situação fundiária é complexa porque existem vários imóveis titulados e falhas nos levantamentos
realizados quando da criação da Resex. Tais ocorrências quase causaram a redução de sua área de
204.583 ha para 167.625 ha. A resolução da questão fundiária tem sido prejudicada pelo não-
envolvimento do INCRA, já que, segundo a normativa que criou as Resex, a responsabilidade pela
desapropriação seria do IBAMA (OLMOS et al., 1999), hoje ICMBio.
O total identificado de desmatamento acumulado até 2014 era de 17.952,07 hectares, o que
corresponde a quase 9% do território da Reserva. Não há visitação pública; visitantes pesquisadores
devem ter autorização do Ibama e da Associação dos Seringueiros da Reserva do Rio Ouro Preto e da
Associação dos Seringueiros do Baixo Rio Ouro Preto.
O ICMBio define a RPPN como uma categoria criada pela iniciativa de proprietários rurais,
apresentando como principal característica a conservação da diversidade biológica, ao mesmo tempo
em que garantem ao proprietário a titularidade do imóvel. Com isso, ainda de acordo com o supracitado
órgão, busca-se “a sensibilização do cidadão comum para a conservação de parte da biodiversidade
existente em sua propriedade particular” (ICMBIO, 2012).
Por serem UCs de propriedade privada, para as quais, quando de sua criação, não são necessários
estudos preliminares, há poucos dados disponíveis em bases oficiais acerca das mesmas. A TABELA
3.36 apresenta as principais informações de acesso público sobre as RPPN localizadas em Rondônia.
TABELA 3.36 - RESERVAS PARTICULARES DO PATRIMÔNIO NATURAL, POR LOCALIZAÇÃO, ÁREA E DATA DE
CRIAÇÃO, EM RONDÔNIA, EM 2017
193
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Existem nove Reservas Particulares do Patrimônio Natural em Rondônia. O total da área sob a
proteção desse tipo de categoria é de 3.291 hectares. Há grande variabilidade em seus tamanhos
territoriais, variando de 19 ha até 995 ha, assim como em seus momentos de criação, sendo a mais
antiga de 1997 e as mais recentes criadas em 2012.
Esse cenário reflete as características básicas das RPPN, que podem ser criadas por pessoas
físicas ou jurídicas proprietárias de imóveis rurais ou urbanos, desde que apresentem potencial para a
conservação da natureza; além disso, não há área mínima ou máxima para seus territórios.
A TABELA 3.37 apresenta a distribuição dessas UCs estaduais, divididas em categorias com
seus respectivos percentuais de representação em relação às categorias e aos totais de unidades.
A Estação Ecológica Samuel foi criada em 1989, por iniciativa da Eletronorte, como forma de
compensação ambiental da construção da Hidrelétrica de Samuel. Localizada na margem direita do Rio
Jamari, a ESEC Estadual de Samuel integra a bacia hidrográfica do Rio Jamari e abrange percentual
significativo do reservatório da UHE de Samuel (ISA, 2017).
A área da ESEC, que não apresenta ocupação humana em seu interior e zona de amortização,
está completamente regularizada em sua situação fundiária. Não há visitação pública na unidade.
O desmatamento acumulado, até 2008, era de 3.543,11 hectares, o que corresponde a quase 5%
do total territorial sob proteção. Em 2007 uma ação interinstitucional que reuniu órgãos ambientais
estaduais e federais realizou uma operação de fiscalização para retirar invasores desta Unidade de
Conservação. No entanto, como na maioria das UCs estaduais sem apoio do programa federal Áreas
Protegidas da Amazônia (ARPA), a Estação Ecológica de Samuel não possui Plano de Manejo ou
Conselho Consultivo operante, caracterizando-se como efetivamente abandonada. A Eletronorte não
oferece apoio sistemático para a proteção da área (GTA, 2008).
A ESEC Estadual Serra dos Três Irmãos situa-se na região noroeste do estado, à margem
esquerda do rio Madeira, no município de Porto Velho. Criada em 1990, com uma área total de 99.813
hectares, a Unidade de Conservação de Proteção Integral é de responsabilidade da Secretaria de Estado
do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia e localiza-se no município de Porto Velho (MMA, 2017).
195
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Apesar de ser beneficiada pelo programa federal Áreas Protegidas da Amazônia (ARPA), a
ESEC não possui Plano de Manejo e nem conta com Conselho Consultivo/Deliberativo. Não há registro
de presença humana no interior e na zona de amortecimento da unidade.
A ESEC Serra dos Três Irmãos teve seu tamanho reduzido em 9.966 hectares, que foram
incorporados ao Parque Nacional do Mapinguari, em 2010, resultado de uma negociação com o Governo
do Estado para a promoção da regularização fundiária da Floresta Nacional do Bom Futuro. Assim, hoje,
a ESEC tem área total de 89.847 hectares (PARAGUASSU, 2011).
O total desmatado acumulado até 2013 era de apenas 30,88 hectares, o que corresponde a 0,03%
do total territorial da Unidade de Conservação. O desmatamento, entretanto, é recente; analisando a base
de dados do ISA (2017), percebe-se o aparecimento de uma pequena mancha de área desmatada nos
limites inferiores da unidade em 2013, último ano disponível para a série.
Apesar do PES Corumbiara ser apoiado pelo Programa ARPA, possuir Plano de Manejo e
Conselho Consultivo desde 2010, documentos divulgados pelo Sistema de Proteção da Amazônia
(Sipam)/Projeto Curupira indicam o desmatamento de centenas de hectares nos anos de 2004 e 2005.
Além disso, foram identificados muitos focos de calor no interior do Parque, ilustrando a prática de
queimadas por pecuaristas. Há, ainda, indícios da presença de índios isolados na região do Parque
Estadual Corumbiara, que podem ser prejudicados por práticas predatórias de exploração dos recursos
naturais realizadas por invasores (GTA, 2008).
196
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O desmatamento acumulado, até 2011, era de 8.305,06 hectares, o que corresponde a quase 2%
do total territorial sob proteção integral (ISA, 2017).
O Parque Estadual de Guajará-Mirim foi criado pelo Decreto no 4.575 de 23 de março de 1990,
em uma área de 258.813 hectares nos municípios de Guajará-Mirim e Nova Mamoré. Situado na parte
centro-oeste do estado de Rondônia, abrangendo afluentes da bacia do rio Jaci-Paraná, em 1996, o
Parque perdeu 51.665 ha de áreas ecologicamente frágeis de serras, sob o argumento de ser uma área de
domínio privado. Em 2002 houve nova alteração de limites, excluiu-se, ao norte do PES, uma área de
4.906 ha, mas ampliou-se a Unidade de Conservação em 14.325 ha a sudeste, totalizando uma área de
216.568 hectares (ISA, 2017).
Em 1999 já eram observadas áreas desmatadas junto ao igarapé Corrente, porém, ainda não
havia registros de posseiros habitando seu interior (OLMOS et al., 1999). O Conselho Consultivo do
Parque foi criado em 2002, mas a unidade ainda não possui Plano de Manejo instituído.
Segundo o MMA (2017), até 2015 não era registrada presença humana no interior ou na zona
de amortização do Parque, que faz parte do ARPA e tem visitação fechada ao público, sendo, mediante
autorização especial, apenas, realizadas atividades de pesquisa científica.
O Parque Estadual Serra dos Reis foi criado em 1995, mas seus limites legais só foram definidos
pela Lei Estadual 764, de 29 de dezembro de 1997. Inserido na parte sudoeste do estado de Rondônia,
em uma área cuja rede de drenagem contribui para a bacia do rio Guaporé, o Parque teve parte de sua
área alterada devido à sobreposição com áreas já ocupadas (OLMOS et al., 1999).
197
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Situado no município de Costa Marques, o Parque é gerido pela SEDAM-RO e, embora ainda
não possua Plano de Manejo, seu Conselho Consultivo existe desde 2002. De acordo com dados oficiais,
a área, de 36.442 hectares, apresenta biodiversidade conservada, com apenas, aproximadamente, 5%
parcialmente alterado pela ação humana (MMA, 2017).
A importância da implantação desta Unidade de Conservação reside no seu papel protetor das
nascentes, contribuindo para a manutenção do potencial hídrico da região do município de Costa
Marques. Não há registro de presença humana permanente no interior e na zona de amortização do
Parque (MMA, 2017).
De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (2017), o Parque possui uma grande vocação
turística, que poderá ser aproveitada quando da definição de seu Plano de Manejo, respeitando a
legislação pertinente às Unidades de Conservação de Proteção Integral. Ainda segundo esse órgão, a
configuração geomorfológica da serra, onde localiza-se o Parque Estadual, oferece inúmeros sítios de
interesse educativo, turístico e científico. Atualmente, entretanto, encontra-se fechado para visitação.
A Reserva Biológica Rio Ouro Preto foi criada em 28 de março de 1990, pelo Decreto Estadual
no 4.580. O referido dispositivo legal criou a REBIO no município de Guajará-Mirim, com área de
46.438 ha, subordinando-a à estrutura básica da Secretaria de Estado do Meio Ambiente de Rondônia
(ISA, 2017).
A Reserva, que não possui Plano de Manejo ou Conselho Gestor, apresenta todo o seu território
sob domínio da União, não havendo posseiros ou títulos de propriedade em seu interior. Sua criação
está intimamente ligada à preservação de uma amostra representativa do ecossistema no Vale do
Guaporé/Mamoré (MMA, 2017).
A REBIO, que integra a rede de drenagem da bacia hidrográfica do rio Pacaás Novos, está
completamente demarcada, situando-se em meio a uma espécie de mosaico de unidades de conservação
e terras indígenas no centro-oeste do estado de Rondônia.
Os últimos dados disponíveis acerca do desmatamento acumulado são antigos e dão conta de
que, em 2001, a área desmatada acumulada na unidade era de apenas 5,22 hectares, o que corresponde
a 0,01% de seu território total (ISA, 2017).
198
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Assim como a REBIO Rio Ouro Preto, a Reserva Biológica Traçadal também foi criada em 28
de março de 1990. O Decreto no 4.583, que a instituiu no município de Guajará-Mirim, definiu como
área total sob proteção integral 22.540 hectares (ISA, 2017).
O objetivo dessa UC, assim como a outra única representante estadual de sua categoria, é a
preservação do ecossistema no Vale do Guaporé/Mamoré. A REBIO não tem Plano de Manejo instituído
e nem Conselho Gestor criado (MMA, 2017).
Inserida na parte oeste do estado de Rondônia, a Reserva é drenada por tributários do rio Pacaás
Novos. Situa-se em área de uso especial do exército e é administrada pela SEDAM-RO. Sua localização
em área remota fez com que nenhuma medida de conservação in situ fosse, de fato, tomada. Até 2000,
além da demarcação e do início do processo de regularização fundiária, nada havia sido realizado. Em
1999, haviam duas famílias, totalizando sete pessoas, em colocações ao longo do Rio Novo, no limite
norte da Reserva (OLMOS et al., 1999).
Delimitada ao norte e oeste pela Terra Indígena Pacaás Novas, a leste pela Resex do Rio Pacaás
Novas e ao sul pela Resex Barreiro das Antas, a REBIO Traçadal encontra-se inserida em um verdadeiro
mosaico de Unidades de Conservação, no centro de uma área, pelo menos teoricamente, amplamente
protegida. Até 2003, o desmatamento acumulado era de apenas 13,01 hectares, em torno de 0,05% do
território total da REBIO (ISA, 2017).
Em 06 de junho de 1991, por meio do Decreto Estadual no 5.124, foi declarada, como área de
proteção especial do Governo de Rondônia, o trecho do rio Madeira compreendido a montante das
corredeiras do Santo Antônio até abaixo do Igarapé Belmont, constituindo a Área de Proteção Ambiental
do Rio Madeira, com um total de 6.741 hectares.
Em 13 de setembro de 2011, a Lei Complementar 633 alterou seus limites, excluindo cerca de
798 hectares da APA em virtude da formação do lago artificial da barragem da Usina Hidrelétrica de
Santo Antônio. A área total dessa Unidade de Conservação de Uso Sustentável passou a ser 5.554
hectares.
A UC, que não possui Plano de Manejo e Conselho Consultivo/Deliberativo, tem como objetivo
a proteção da diversidade biológica, bem como intui disciplinar o processo de ocupação e assegurar a
sustentabilidade dos recursos naturais (MMA, 2017).
garimpeiras de qualquer natureza no trecho do rio Madeira e suas margens na área descrita, ainda há
grande incidência dessas atividades na região.
A FERS Araras, que não possui Conselho Gestor ou Plano de Manejo, está subordinada e integra
a estrutura básica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM). O objetivo de sua
criação é o uso múltiplo dos recursos florestais, destinando seu espaço territorial à aplicação de sistemas
silviculturais, garantindo a capacidade produtiva da floresta com o mínimo de alteração dos ecossistemas
(ISA, 2017).
Localizada no noroeste do estado, integra a rede de drenagem da bacia do rio Machado. A FERS
Araras origina-se de uma das reservas "em bloco" do Projeto de Assentamento Cujubim, criado em
1984. Um plano de manejo para as reservas foi elaborado em 1996, por meio da Colaboração Técnica
do PNUD ao Planafloro (OLMOS et al., 1999).
A área pertence à União e está demarcada por picadas e pilares de sinalização. Não foi
constatada ocupação humana em seu interior. O total de desmatamento acumulado, até 2014, era de
747,1 hectares, correspondendo a quase 50% do território total da FERS.
A FERS Cedro, que não possui Conselho Gestor ou Plano de Manejo, está subordinada e integra
a estrutura básica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental (SEDAM). O objetivo de sua
criação está intimamente ligado à produção auto sustentada dos recurso naturais renováveis, bem como
à condução da regeneração natural do povoamento remanescente, garantindo, assim, a utilização da
floresta em sua capacidade produtiva sem agredir os ecossistemas (ISA, 2017).
Localiza-se na porção noroeste do estado de Rondônia, em área drenada por tributários do rio
Machado. As terras da UC são de domínio da União, com o perímetro demarcado e sem registro de
ocupações ou posses (OLMOS et al., 1999).
O desmatamento acumulado, até 2010, era de 488,35 hectares, área correspondente a 19% do
território total da FERS. A dinâmica desse indicador, de acordo com a série apresentada pelo Instituto
200
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Socioambiental (2017), apresenta-se elástica e volátil, com ápices e reduções de quantidade de áreas
desmatadas se alternando durante os anos.
A demarcação da área ocorreu em 1995, no âmbito do Planafloro, quando a sua área foi
reduzida, informalmente, em virtude da existência de títulos de propriedade privada incidentes na região.
Atualmente, sua área não oficial é de 115.750 hectares. A Floresta Estadual não conta com Plano de
Manejo e nem Conselho Gestor. Medidas básicas de implantação também não foram tomadas, deixando-
a praticamente abandonada (GTA, 2008).
A área em que se localiza a FERS do Rio Machado é drenada por tributários do rio homônimo.
As terras da UC são de domínio da União, com o perímetro demarcado e sem registro de ocupações ou
posses (OLMOS et al., 1999).
Entre 2002 e 2003, houve um desmatamento ilegal de mais de 600 hectares no interior e zona
de amortização da Floresta, ação autuada pelo Ibama, porém, sem resultados até o momento (GTA,
2008). O desmatamento acumulado no interior da FERS, até 2007, era de 531,38, o que corresponde a
0,3% de sua área oficial (ISA, 2017).
Criada em 8 de outubro de 1996, a FERS do Rio Madeira “B”, localizada no município de Porto
Velho, foi delimitada em 51.856 hectares pelo Decreto Estadual no 7.600. Em 19 de fevereiro de 2014,
o Decreto Legislativo no 508 revogou o dispositivo legal responsável por sua criação. Aproximadamente
dois meses depois, em 14 de abril de 2014, o Ministério Público do Estado de Rondônia concedeu
liminar suspendendo a revogação da unidade, alegando a urgência de tal medida pelo fato de que a área
estava sendo rapidamente degradada. Em 2 de maio de 2016, o Tribunal de Justiça de Rondônia julgou
procedente a ADI, confirmando manutenção da Floresta (ISA, 2017).
Subordinada à SEDAM, o dispositivo legal de sua criação afirma que sua implantação deve ser
feita enquanto um espaço destinado à aplicação de sistemas silviculturais em florestas através de uma
produção auto sustentada e da condução da regeneração natural (MMA, 2017).
Localizada na porção norte do estado de Rondônia, em área drenada pelo rio Madeira, as terras
da UC são de domínio da União, com o perímetro demarcado e sem registro de ocupações ou posses.
Originalmente, estava prevista uma área de 82.437 ha, mas houve redução devido à presença de títulos
particulares na área (OLMOS et al., 1999).
201
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O total identificado de desmatamento acumulado até 2014 era de 4.407,05 hectares, indicando
que mais de 8% da área total já se encontra desmatada. Somente em 2013, foram desmatados 462
hectares.
A FERS Gavião localiza-se na porção noroeste do estado de Rondônia. Inserida na bacia do rio
Madeira, seu território é drenado por tributários do rio Machado. Essa UC de Uso Sustentável é
originária de uma das reservas "em bloco" do Projeto de Assentamento Cujubim, criado em 1984, e sua
criação se deve a um Plano de Manejo para reservas elaborado, em 1996, numa colaboração técnica do
PNUD ao Planafloro (OLMOS et al., 1999).
Apesar de não haver registros de ocupações ou posses permanentes dentro da unidade, quase
metade de sua área já foi desmatada, o que revela a ocorrência de atividades de extração ilegal de
madeira mesmo após sua delimitação como área sob proteção. O desmatamento acumulado, até 2014,
era de 211,6 hectares, o que representava, à época, que 48% das suas terras já haviam sido desmatadas
(ISA, 2017).
Sua área total, 11.471 hectares, situa-se no município de Cujubim. O território delimitado prevê
a utilização de sistemas de silvicultura e manejo florestal sustentável capazes de garantir o uso dos
recursos naturais sem prejudicar os ecossistemas locais (MMA, 2017). A Unidade de Conservação de
Uso Sustentável, no entanto, ainda não possui Plano de Manejo.
De acordo com o ISA (2017), o total identificado de desmatamento acumulado, até 2014, era de
6.572,28 hectares, apresentando, na unidade, uma situação bastante devastada, dado que quase 60% de
sua cobertura já foi desmatada. Somente em 2007 foram desmatados 1.192 hectares e, em 2014, último
202
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
ano da série foram 764 ha, o que mostra que não tem havido redução dos índices de desmatamento na
FERS Mutum, tornando a situação ainda mais grave.
A FERS Periquito, que também não possui Conselho Gestor ou Plano de Manejo, está
subordinada e integra a estrutura básica da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de
Rondônia (SEDAM-RO). O objetivo de sua criação é o uso múltiplo dos recursos florestais, destinando
seu espaço territorial à aplicação de sistemas silviculturais, garantindo a capacidade produtiva da floresta
com o mínimo de alteração dos ecossistemas (ISA, 2017).
Localizada no noroeste do estado, integra a rede de drenagem da bacia do rio Machado, estando
completamente inserida na bacia do rio Madeira. Como as demais Florestas Estaduais localizadas em
Cujubim, a FERS Periquito origina-se de uma das reservas "em bloco" do Projeto de Assentamento
Cujubim. Sua criação foi possibilitada pela formulação de um Plano de Manejo para essas áreas de
reserva foi elaborado em 1996, por meio da Colaboração Técnica do PNUD ao Planafloro (OLMOS et
al., 1999).
A área pertence à União e está totalmente demarcada. Não foi constatada ocupação humana em
seu interior. O total de desmatamento acumulado, até 2014, era de 857,51 hectares, correspondendo a
quase 75% do território total da FERS. Apesar do número de áreas desmatadas apresentar tendência
decrescente desde 2005, quando foram desmatados 300 hectares, a situação da Floresta Estadual de
Rendimento Sustentável Periquito é alarmante.
Criada em 23 de março de 1990, a FERS Rio Vermelho (C), localizada no município de Porto
Velho, teve sua área oficial delimitada, pelo Decreto Estadual no 4.567, em 20.215 hectares. Entretanto,
a Lei Complementar no 633, de 13 de setembro de 2011, excluí da FERS milhares de hectares,
destinando tais áreas para formação do lago artificial da barragem da Usina Hidrelétrica de Santo
Antônio. Assim, restaram à Floresta Estadual Rio Vermelho apenas 4.127 hectares (ISA, 2017).
Subordinada à SEDAM, o dispositivo legal de sua criação afirma que sua implantação deve ser
feita enquanto um espaço destinado à aplicação de sistemas silviculturais em florestas através de uma
produção auto sustentada e da condução da regeneração natural (MMA, 2017).
Localizada na porção norte do estado de Rondônia, em área drenada pelo rio Madeira e inserida
na bacia do rio homônimo, as terras da UC são de domínio da União, com o perímetro demarcado e sem
registro de ocupações ou posses (OLMOS et al., 1999). Informações contraditórias foram apresentadas
pelo Grupo de Estudo Amazônico em 2008, quando denúncias acerca de invasores das áreas das FERS
Rio Madeira “B” e Rio Vermelho (C), que haviam recebido documentos de posse expedidos por
funcionários do Incra e pela Secretaria de Agricultura do município de Porto Velho, vieram à tona (GTA,
2008).
O total identificado de desmatamento acumulado até 2012 era de 1.161,19 hectares, indicando
que pouco mais de 28% de sua área total já se encontra desmatada. Somente em 2005, foram desmatados
241 hectares, mas a boa notícia é que a quantidade de hectares desmatados anualmente vem sofrendo
paulatinas quedas desde então (ISA, 2017).
Criada pelo Decreto Estadual no 7.603, de 8 de outubro de 1996, a Floresta ocupa uma área de
660 hectares. As terras desta Unidade de Conservação são de domínio da União e seu perímetro foi
demarcado por picadas e pilares de sinalização (ISA, 2017).
A Resex Angelim foi criada pelo Decreto Estadual no 7.095, em 4 de setembro de 1995.
Localizada no município de Machadinho d’Oeste, sua área foi delimitada em 8.923 hectares, destinados
à exploração sustentável e conservação dos recursos renováveis pelas populações agroextrativistas
tradicionais que ali habitam (MMA, 2017).
204
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A unidade, completamente inserida na bacia hidrográfica do rio Madeira, não possui Plano de
Manejo ou demais instrumentos de planejamento e gestão. De acordo com o Ministério do Meio
Ambiente, a Resex possui, entretanto, Conselho Gestor.
A Resex Angelim está situada próxima a rodovia RO-205 e tem sido alvo de investidas de
madeireiros e grileiros organizados que partem do município de Cujubim e chegam à região buscando
madeiras nobres ou terras não ocupadas para serem ilegalmente loteadas e vendidas. Essas invasões
colocam em risco não somente as florestas remanescentes, mas, também, a vida das famílias de
seringueiros que ocupam a área desde o século passado (PLANS, 2016).
O total de desmatamento acumulado na unidade, até 2014, era de 737,85 hectares, o equivalente
a pouco mais de 8% de seu total territorial. Dado que o ápice, na série de área desmatada/ano
disponibilizada pelo ISA (2017), do número de hectares desmatados ocorreu em 2013, em um total de
148 ha, bem como as notícias recentes sobre invasões, presume-se que esse percentual de área desmatada
tem se ampliado acentuadamente nos últimos anos.
Segundo a ONG ÍNDIA, possuía 181 moradores em 1994. Já de acordo com o levantamento da
Associação de Seringueiros de Machadinho (ASM), em 2000, o número era de 91 moradores,
distribuídos em 03 comunidades, ocupando 27 colocações (SANTANA, 2007). Em pesquisa de campo
de 2013, apontava-se a existência de 37 famílias, totalizando 97 pessoas.
O manejo da farinha de babaçu foi iniciado em 1998, com considerável sucesso. A produção é
escoada para as escolas e para o comércio do município de Machadinho d’Oeste. Além dos projetos de
manejo, na Resex de Aquariquara, há considerável e diversificada produção agrícola, com destaque para
o café (OLMOS et al., 1999). A reserva, que iniciou o processo para criar seu Plano de Manejo em 1995,
iniciou a exploração de madeira apenas em 1998.
Criada em 04 de setembro de 1995, pelo Decreto Estadual no 7.105, a Resex Castanheira abrange
uma área de 10.200 hectares situada no município de Machadinho d’Oeste (MMA, 2017).
Não há informações oficiais sobre a quantidade de agroextrativistas que residem em seu interior,
porém, em 1994, de acordo com a ONG ÍNDIA, haviam 27 moradores. O levantamento da ASM, em
2000, registrou a presença de 25 moradores, os quais ocupavam, à época, 10 colocações (SANTANA,
2007). Em 2013, foi apontada a residência permanente de 11 famílias, em um total de 43 pessoas
(COSTA; CAMPOS, 2013).
O desmatamento acumulado até 2014 era de 477,97 hectares, o que corresponde a pouco mais
de 4% da área total da reserva. Ressalta-se que, observando a série de área desmatada ao longo da última
década, é possível perceber uma redução acentuada no número de hectares desmatados anualmente,
aproximando-se de 0 em 2007 e ali permanecendo até 2014 (ISA, 2017).
Localizada no município de Costa Marques, a Resex Curralinho foi criada pelo Decreto Estadual
o
n 6.952, de 14 de julho de 1995. É originária do antigo seringal Curralinho, explorado desde o início
do século XIX e conta com uma área total de 1.758 hectares (ISA, 2017).
206
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Resex possui, aproximadamente, 20% de sua área alterada pela presença humana, percentual
que pode ser considerado baixo dado que a área tem sido utilizada para a extração de borracha há mais
de 100 anos. A borracha continua sendo um dos produtos mais explorados, mas há, também, atividades
de pesca. Não há, entretanto, atividades agrícolas consideráveis, excetuando-se alguns cultivos de
subsistência (OLMOS et al., 1999).
Inexistem informações oficiais sobre a população residente em seu interior. Em 1994, segundo
dados da ONG ÍNDIA, haviam 35 moradores ocupando 6 das 15 colocações existentes. Em 2002, novo
levantamento indicou a presença de apenas oito famílias na reserva. Em 2004 contava com sete famílias,
mas somente dois homens habitavam a reserva; outras famílias viviam em seu entorno, na divisa com a
cidade. O entorno foi escolhido como residência por muitos agroextrativistas porque permite usufruir
dos benefícios urbanos como escola e trabalho, ao mesmo tempo em que permite que se utilize a reserva
para extrair borracha e pescar. As colocações são ocupadas por extrativistas somente no período de
estiagem, durante as cheias, a população permanece na Vila das Pedras Negras (SANTANA, 2007).
Até 2006, segundo o ISA (2017), apenas 73,2 hectares compunham o total de desmatamento
acumulado na unidade, o que representava, à época, 4% de seu território total.
A Reserva Extrativista do Itaúba foi criada pelo Decreto Estadual n o 7.100, em 4 de setembro
de 1995. Localizada no município de Machadinho d'Oeste, a área total da unidade, segundo o dispositivo
legal de sua criação, é de 1.758 hectares (MMA, 2017)
A unidade situa-se na área da bacia hidrográfica do rio Madeira e não possui Plano de Manejo
ou demais instrumentos, reconhecidos oficialmente, de planejamento e gestão. A Resex possui,
entretanto, Conselho Gestor e Plano de Utilização já formulado (OLMOS et al., 1999).
é proteger o meio e a cultura das populações agroextrativistas tradicionais a partir do uso sustentável
dos recursos naturais (MMA, 2017).
Em relação à população residente, estão disponíveis apenas dados da ONG ÍNDIA, que, em
levantamento realizado em 1994, registrou a presença de três moradores. Já em 2000, segundo pesquisa
da ASM, contava com sete moradores ocupando três colocações. Em 2013, foi registrada a presença de
três famílias, totalizando 11 pessoas residentes no interior da reserva. No local, o principal produto
explorado é a borracha, além da castanha e do óleo de copaíba (SANTANA, 2007).
O total de desmatamento acumulado na unidade, até 2006, era de 66,09 hectares, o equivalente
a pouco menos de 4% de seu total territorial. Hoje, a maior ameaça à integridade da reserva ainda é a
retirada clandestina de madeira (ISA, 2017).
Criada em 04 de setembro de 1995, pelo Decreto Estadual no 7.097, a Resex Freijó abrange uma
área de 600 hectares situada no município de Machadinho d’Oeste (MMA, 2017).
Não há informações oficiais sobre a quantidade de agroextrativistas que residem em seu interior,
porém, em 1994, de acordo com a ONG ÍNDIA, haviam quatro moradores. O levantamento da ASM,
em 2000, registrou a presença de cinco moradores, os quais ocupavam, à época, apenas uma colocação
(SANTANA, 2007). Em pesquisa realizada em 2013, apontou-se a existência de apenas um
agroextrativista dentro da reserva (COSTA; CAMPOS, 2013).
As maiores ameaças à integridade da reserva são a retirada clandestina de madeira e a caça, não
sendo registrada a presença de posseiros e conflitos fundiários. O desmatamento acumulado até 2009
era de 96,56 hectares, o que corresponde a 16% da área total da reserva. Ressalta-se que, observando a
série de área desmatada ao longo da última década, é possível perceber uma redução acentuada no
número de hectares desmatados anualmente, aproximando-se de 0 em 2004 e ali permanecendo até 2009
(ISA, 2017).
Apesar de não haver dados oficiais disponíveis acerca do número de agroextrativistas residentes
no interior da unidade, segundo a ONG INDIA, a Resex possuía nove moradores em 1994. Já de acordo
208
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Reserva Extrativista Ipê está localizada no município de Machadinho D`Oeste. Criada pelo
Decreto Estadual no 7.101, de 04 de setembro de 1995, a reserva apresenta uma área total de 815 hectares
(MMA, 2017).
Em 2011, uma pesquisa de campo (COSTA; CAMPOS, 2013) relatou que, em função de
conflitos gerados pelas atividades dos madeireiros na Resex, todos os moradores haviam se retirado da
área. Representantes de extrativistas da região afirmam que não incentivam a ocupação da reserva por
outros comunitários, uma vez que temem conflitos violentos com madeireiros.
Essa informação já permite antever as maiores ameaças à manutenção da área como um local
de proteção dos ecossistemas e da cultura das populações tradicionais. Atualmente, o maior problema é
justamente a retirada de madeira de forma clandestina por madeireiros da região.
Até 2010, segundo o ISA (2017), 148,32 hectares compunham o total de desmatamento
acumulado na unidade, o que representava, à época, quase 20% de seu território total. Apesar de ter
diminuído entre 2003 e 2010, os relatos mais recentes dão a crer que o número de áreas desmatadas
pode ter aumentado vertiginosamente desde a desocupação da reserva por agroextrativistas.
209
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Reserva Extrativista Jaci-Paraná foi criada pelo Decreto Estadual no 7.335, em 17 de janeiro
de 1996. Tal dispositivo legal definiu a área da reserva em 205 mil hectares; entretanto, em 27 de
dezembro de 1996, foi aprovada pela Assembleia Legislativa do Estado
a Lei Estadual no 692, que reduziu a área total da Resex para 191.234 hectares, uma diminuição
de 13.766 hectares, ou 6,7% de sua área original, em virtude da formação do lago artificial da barragem
da UHE Santo Antônio (GTA, 2008).
Localizada na parte nordeste do estado de Rondônia, nos municípios de Porto Velho, Nova
Mamoré e Buritis, englobando tributários do rio Madeira, com destaque para o Jaci-Paraná, a reserva
foi criada em uma área integrada por vários seringais ocupados há mais de um século. Quem cuida da
gestão desta UC é a Associação de Seringueiros de Jaci-Paraná e o Plano de Utilização já foi elaborado.
A área é de domínio da União, e há oito posses no interior (OLMOS et al., 1999).
Estima-se haver 75 colocações, das quais 23 estariam ocupadas por 25 famílias, num total de 55
moradores no interior da unidade (COSTA; CAMPOS, 2013). Esses agroextrativistas coletam frutos
nativos, como o cupuaçu e o açaí, mas os produtos extraídos em maior quantidade são a castanha-do-
Brasil e o látex da borracha. Grande parte dos moradores pratica, em alguma medida, a caça e a pesca,
e a atividade agrícola predominante é a plantação de mandioca (OLMOS et al., 1999).
210
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Criada em 04 de setembro de 1995, pelo Decreto Estadual no 7.102, a Resex Jatobá abrange uma
área de 1.135 hectares situada no município de Machadinho d’Oeste (MMA, 2017).
Criada pelo Decreto Estadual no 7.096, em 4 de setembro de 1995, a Resex Maracatiara localiza-
se no município de Machadinho d’Oeste e abrange uma área total de 9.503 hectares (MMA, 2017).
211
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Apesar de não haver dados oficiais disponíveis acerca do número de agroextrativistas residentes
no interior da unidade, segundo a ONG INDIA, a Resex possuía cinco moradores em 1994. Já de acordo
com o levantamento da Associação de Seringueiros de Machadinho (ASM), em 2000, o número era de
apenas dois moradores, que ocupavam a mesma colocação (SANTANA, 2007). Na pesquisa realizada
em 2013 (COSTA; CAMPOS, 2013) foi registrada a presença de três famílias, num total de nove
pessoas.
A Resex Mogno foi criada em 04 de setembro de 1995 pelo Decreto Estadual n o 7.099.
Pertencente do chamado Complexo Machadinho, que abrange várias outras Reservas Extrativistas, esta
unidade situa-se no município de Machadinho d’Oeste e abrange uma área de 2.450 hectares (MMA,
2017).
Como as demais reservas existentes na região, os agroextrativistas têm como principais produtos
o látex e a castanha-do-Brasil. As atividades agrícolas são escassas e a produção serve apenas como
contribuinte para a dieta das famílias ali residentes, os poucos excedentes, quando coletados, são
comercializados no próprio município (COSTA; CAMPOS, 2013).
recursos naturais da Resex. Não é registrada, oficialmente, a presença de posseiros e conflitos fundiários
acirrados. O desmatamento acumulado até 2012 era de 81,05 hectares, o que corresponde a pouco mais
de 3% da área total da reserva (ISA, 2017).
A Resex Estadual Pedras Negras localiza-se na parte sudoeste de Rondônia, nos municípios de
Costa Marques e Alta Floresta d’Oeste, às margens do rio Guaporé. A Reserva possui, apenas, cerca de
2% de sua área alterada pela presença humana. Criada pelo Decreto no 6.954, de 14 de julho de1995,
abrange uma área de 124.409 hectares (MMA, 2017).
Para nenhum período há dados oficiais acerca da população residente na Resex. Entretanto,
segundo informações coletadas pela ONG ÍNDIA em 1994, haviam 19 famílias permanentes no local.
Um levantamento posterior, feito pela ASM, constatou a existência de 17 famílias na área (SANTANA,
2007). Estima-se que hajam 113 colocações no interior da Resex, mas, em 2013, apenas 21 famílias
habitam a reserva, totalizando 84 moradores (COSTA; CAMPOS, 2013).
As famílias permanecem, em sua maioria, na Vila de Pedras Negras, característica definida pelas
cheias periódicas na região; as colocações são ocupadas pelos trabalhadores apenas no período de
estiagem. A reserva possui três escolas, um posto de saúde, dois rádios amadores e barcos comunitários.
Acredita-se que a reserva tenha potencial para a implantação do ecoturismo devido à vila centenária de
Pedras Negras e as praias que se formam ao longo dos rios. Foi implantada uma "casa teste" para
incentivar o turismo, mas o projeto não foi encaminhado por falta de maiores investimentos
(SANTANA, 2007).
O total acumulado de desmatamento, até 2012, era de 193,18 hectares, o que representa apenas
0,15% do território total da unidade, porém, há que se ressaltar que o número de ha desmatados vem
crescendo e atingiu seu ápice, na série apresentada pelo ISA (2017), em 2011, com 52 hectares
desmatados.
Apesar de não haver dados oficiais disponíveis acerca do número de agroextrativistas residentes
no interior da unidade, segundo a ONG ÍNDIA, a Resex possuía 16 moradores em 1994. Já de acordo
213
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Resex Rio Cautário localiza-se na parte sudoeste de Rondônia. Criada pelo Decreto Estadual
no 7.028, de 08 de agosto de 1995, abrange uma área de 146.400 hectares nos municípios de Guajará-
Mirim e Costa Marques. A drenagem local é tributária das bacias do rio Guaporé, por intermédio do rio
Cautário. (MMA, 2017).
Devido à presença de posseiros, a reserva teve seus limites alterados, acarretando uma redução
de 42.000 hectares em relação à área inicialmente proposta. Esse território excluído é ocupado por 15
famílias de posseiros e três latifundiários (SANTANA, 2007).
A Resex possui cerca de 6,5% de sua área alterada pela presença humana, percentual
considerado baixo em vistas da utilização dessas terras para a extração de borracha há mais de 100 anos.
Ainda hoje, a borracha continua sendo um dos produtos mais importantes na reserva, mas há, também,
extração de castanha em volume considerável e uma recente expansão da atividade agrícola (OLMOS
et al., 1999).
A gestão desta UC é feita pela Associação de Seringueiros Aguapé, a única dentre as associações
de extrativistas que não possui contrato assinado com empresas madeireiras em Rondônia. Os planos de
desenvolvimento e utilização elaborados quando da Cooperação Técnica do PNUD ao PLANAFLORO,
em 1997, servem como guias para o manejo florestal. Há no local uma serraria comunitária, onde é
beneficiada a madeira extraída desse projeto de manejo.
Na Resex, em 1999, havia duas escolas e dois postos de saúde em funcionamento. Do mesmo
ano é a estimativa de que se encontravam no território da reserva 60 colocações, das quais 41 estariam
ocupadas (OLMOS et al., 1999). Segundo dados da ONG ÍNDIA, haviam 282 moradores na unidade,
em 1994; já no levantamento realizado pela ASM, em 2000, verificou-se a presença de 42 famílias
214
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
(SANTANA, 2007). Em 2013, uma pesquisa apontou para 48 famílias de extrativistas no interior da
Resex, num total de 192 pessoas; esses dados mostram que a Reserva Extrativista Rio Cautário é a Resex
estadual mais povoada do estado de Rondônia (COSTA; CAMPOS, 2013).
Situada nos municípios de Machadinho d’Oeste e Cujubim, a Resex foi criada pelo Decreto
Estadual no 7.336, de 17 de janeiro de 1996, abrangendo uma área de 95.300 hectares (MMA, 2017).
O rio Preto, que dá nome à unidade de conservação é o mais importante da área, sendo um
tributário do rio Machado. Em 1999, menos de 1% de sua vegetação havia sido alterada por atividades
humanas.
Localizada na parte nordeste de Rondônia, a Resex Rio Preto-Jacundá é oriunda da área de dois
antigos seringais, Jatuarana e Vera Cruz, instalados desde 1930. Ainda hoje, a borracha continua sendo
o produto mais importante, seguida pela coleta de castanha e pela extração do óleo de copaíba (OLMOS
et al., 1999). As atividades agrícolas relacionadas à cultura da mandioca e do café também são muito
expressivas na reserva (COSTA; CAMPOS, 2013).
Inexistem dados oficiais acerca da população residente no interior da reserva, mas, em 1994, a
ONG ÍNDIA realizou uma pesquisa e apontou para a existência de 139 moradores. Em 1999, estimava-
se haver 50 colocações, das quais 38 estavam ocupadas à época. Em 2000, quando do levantamento
populacional feito pela ASM, foram registrados 117 moradores, distribuídos em duas comunidades,
ocupando 30 colocações (SANTANA, 2017). Em 2013, durante uma pesquisa de campo, observou-se
que 24 famílias, em um total de 123 pessoas, residiam de forma permanente na Resex (COSTA;
CAMPOS, 2013).
2.500 ha; trata-se de um horizonte muito amplo para as cerca de 20 famílias que residem no local.
Segundo o Grupo de Trabalho Amazônico (2008), esse montante elevado se dá por conta da autorização,
cedida pelo Governo do Estado, para uma empresa de Ariquemes explorar madeira dentro da Resex Rio
Preto-Jacundá. Afirma-se que os principais focos de antropização da reserva, em sua porção sul, são
justamente os locais onde esta empresa atua.
O total de desmatamento acumulado em 2014 era de 1.917,34 hectares, o que equivale a cerca
de 2% do total territorial da unidade (ISA, 2017). Porém, a exploração ilegal de madeiras por corte
seletivo é responsável pela degradação de uma área bem superior (GTA, 2008). Outras ameaças ao
ecossistema e às populações tradicionais que ali residem são a grilagem de terras e a pesca ilegal.
Localizada no município de Guajará-Mirim, a Resex Rio Pacaás Novos foi criada pelo Decreto
Estadual no 6.953, de 14 de julho de 1995, abrangendo uma área de 342.904 hectares (MMA, 2017).
Situada na parcela oeste do estado de Rondônia, engloba tributários do rio Guaporé, por meio do rio
Pacaás Novos.
A extração da borracha, que já foi a principal atividade na Resex, encontra-se em declínio. Hoje,
o produto mais explorado é a castanha-do-Brasil. Os moradores praticam agricultura comercial em
pequena escala, e o feijão é a cultura dominante. Além das atividades agrícolas de subsistência, a caça
e a pesca têm relevância acentuada na alimentação da população local (OLMOS et al., 1999).
216
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Em 2007, haviam três escolas e um posto de saúde na reserva. Mais de 99% da área é de domínio
da União, mas há três posses e três Contratos de Promessa de Compra e Venda de terras, emitidos pelo
INCRA, que somam 2.100 hectares (OLMOS et al., 1999).
A pesca comercial, visando fins lucrativos, é uma das principais ameaças à reserva. O
desmatamento acumulado, até 2014, era da ordem de 2.082,58 hectares, correspondendo a 0,6% do total
territorial da unidade. O número de hectares desmatados anualmente apresenta tendência decrescente
desde 2004, mas em 2013 voltou a crescer, com um total de 33 hectares desmatados nesse último ano.
Apesar de não haver dados oficiais disponíveis acerca do número de agroextrativistas residentes
no interior da unidade, em 2013, uma pesquisa realizada em campo apontou para a existência de apenas
duas famílias na Resex, totalizando três habitantes somente (COSTA; CAMPOS, 2013). Levantamento
anterior, realizado pela ASM em 2000, mostrava que, à época, residiam cinco extrativistas, distribuídos
em duas colocações. Uma pesquisa ainda mais antiga, de 1994, feita pela ONG ÍNDIA, constatou a
presença de 13 moradores na reserva naquele ano (SANTANA, 2007).
Os principais produtos extraídos, assim como nas outras Resex situadas na mesma região, são
o látex da borracha e a castanha-do-Brasil. Atividades agrícolas, quando realizadas, visam, apenas, à
subsistência das famílias (COSTA; CAMPOS, 2013).
A Resex Seringueira é uma das 15 pequenas reservas extrativistas localizadas em uma área
relativamente pequena do chamado Complexo Machadinho. Situada no município de Machadinho
d’Oeste, essa Resex tem origem na área de antiga reserva de projeto de colonização local. Criada pelo
Decreto Estadual no 7.108, em 4 de setembro de 1995, a unidade abrange uma área total de 537 hectares
(OLMOS et al., 1999).
217
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Resex dispõe de plano de utilização, mas não há dados sobre manejo de madeira sendo
realizada na mesma. Criada em terras de domínio da União, não são relatadas situações de conflito
fundiário ou de presença de posseiros (OLMOS et al., 1999). O desmatamento, entretanto, é uma
variável de pressão a ser considerada; até 2006, haviam sido desmatados 45,84 hectares, o que
representava, à época, 8,5% do total territorial dessa Unidade de Conservação de Uso Sustentável (ISA,
2017).
Localizada em Machadinho D`Oeste, a Reserva Extrativista Sucupira foi criada pelo Decreto
Estadual no 7.104, em 04 de setembro de 1995. Parte do chamado Complexo Machadinho, esta Resex
possui área igual a 3.188 hectares.
No ano 2000, quando foi realizado um levantamento populacional em todas as Resex do estado
pela Associação de Seringueiros de Machadinho d’Oeste, não havia presença humana no interior da
reserva, ou seja, nenhum extrativista residia ou explorava a área da unidade. Dentre os principais
motivos que levaram os moradores a deixarem a reserva, acredita-se, está a ausência de infraestrutura,
saúde e educação (SANTANA, 2007). Em 2013, uma pesquisa de campo revelou que uma família,
constituída por três pessoas, havia se instalado na reserva (COSTA; CAMPOS, 2013).
Situado no município de Porto Velho, capital do estado, o Parque Natural é a única Unidade de
Conservação sob responsabilidade municipal em Rondônia. Instituído pelo Decreto nº 3.816, publicado
em três de janeiro de 1990, o Parque Natural de Porto Velho compreende uma área de 391 hectares sob
jugo de proteção integral.
218
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O Parque possui Conselho Gestor e Plano de Manejo, contando com uma infraestrutura de
benfeitorias adequada para seu propósito. Está parcialmente regularizado em relação à situação
fundiária, mas 100% da área é titulada e demarcada pela União.
Suas dependências estão abertas à visitação durante a semana, quando são realizadas atividades
de educação ambiental para alunos do ensino formal, atividades educativas voltadas para os visitantes
em geral e trilhas guiadas.
219
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Das 22 terras indígenas rondonienses, oito abrangem mais de uma microrregião, são
elas: Igarapé-Laje, Massaco, Seringueiras, Rio Branco, Rio Mequéns, Roosevelt, Tanaru e Uru-Eu-
Wau-Wau. Também oito, das 62 unidades de conservação, situam-se, simultaneamente, em mais
de uma
microrregião de Rondônia, a saber: Resex Estadual Pedras Negras, Floresta Estadual Rio
Machado, Parque Estadual Guajará-Mirim, Parque Estadual Corumbiara, Resex Federal Rio Ouro
Preto, REBIO Jaru, REBIO do Guaporé e Parque Nacional de Pacaás Novos.
220
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.38 - TERRAS INDÍGENAS E UNIDADES DE CONSERVAÇÃO DE ACORDO COM SUA LOCALIZAÇÃO EM RELAÇÃO À MESORREGIÃO, MICRORREGIÃO E MUNICÍPIOS
221
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
222
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
224
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Na TABELA 3.39, as unidades mencionadas acima são contabilizadas mais de uma vez e, por
esse motivo, os totais apresentados na tabela para o estado não correspondem aos números absolutos
mostrados anteriormente. A intenção aqui é proporcionar uma visão geral aproximada da distribuição
geográfica das terras indígenas e unidades de conservação no Estado.
Nessa mesorregião, os municípios de maior destaque são Guajará-Mirim e Porto Velho, que
abrigam uma grande quantidade de TIs e UCs. Abaixo algumas curiosidades, ligadas à territórios
protegidos e sustentabilidade, sobre esses municípios.
Guajará-Mirim é conhecida como Cidade Verde, título que recebeu do Instituto Ambiental
Biosfera em 2009, dado que mais de 90% de seu território é de áreas preservadas. O município, que tem
história entrelaçada com a construção da Estrada de Ferro Madeira- Mamoré, abriga 32 aldeias com uma
população total de 4.721 indígenas. A cidade é a segunda maior em extensão e também a segunda mais
antiga do estado, ficando atrás apenas de Porto Velho. Em Guajará-Mirim vivem 46.203 moradores, os
quais distribuem-se de forma bastante desigual pelos cerca de 25 mil km2 do município.
Porto Velho, capital do estado, abriga uma população de pouco mais de 500 mil pessoas em
uma área total de 34.082 km2. No município encontram-se os últimos remanescentes de importantes
etnias indígenas, como os Karitiana e os Cassupá, estando a TI habitada por estes últimos, muito próxima
da sede do município, em área urbana. Em Porto Velho encontra-se a única Unidade de Conservação
municipal, o Parque Natural de Porto Velho e ali são encontradas várias Florestas Estaduais e uma das
maiores Reservas Extrativistas do estado, a Resex do Lago do Cuniã.
Na mesorregião Leste, os números totais de unidades de conservação são inflados pelo chamado
Complexo do Machadinho, situado no município de Machadinho d’Oeste, onde estão localizadas 15
pequenas reservas extrativistas oriundas de reservas ambientais de um projeto de assentamento local.
Oito das nove RPPN que existem no estado encontram-se na mesorregião Leste. Essas informações
permitem observar que, apesar de, em números absolutos, as duas mesorregiões estarem muito
225
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
próximas, em termos de área há franco predomínio das terras indígenas e unidades de conservação na
mesorregião Leste.
As Tis e UCs, sejam de proteção integral ou uso sustentável, são áreas de baixos impactos sobre
os recursos naturais, dado que estão expostas a inúmeras restrições de uso e são constantemente
fiscalizadas por órgãos ambientais. No contexto das UHGs, isso é de extrema importância, uma vez que
um mosaico intenso de áreas protegidas resulta em menores impactos e pressões sobre as bacias e os
cursos d’água. Abaixo é apresentada a distribuição das TIs e UCs no estado, considerando as UHGs
(FIGURA 3.40).
Percebe-se, pela FIGURA 3.40 , que grande parte do território estadual se encontra submetido
às normas de restrição ambiental competentes às Terras Indígenas e Unidades de Conservação. A
delimitação dessas áreas especiais é uma importante ferramenta para conservação dos recursos hídricos,
flora e fauna, dado que, para os povos que as habitam – no caso das TIs e das UCs de Uso Sustentável
– é essencial proteger os recursos naturais para assegurar sua sobrevivência. Áreas sob proteção integral
são ainda menos suscetíveis a danos em seus ecossistemas, uma vez que praticamente toda atividade
humana que possa intervir em sua biota é proibida.
226
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Outro aspecto a ser considerado é a distribuição das sedes municipais em relação às TIs, UCs e
UHGs, uma vez que as sedes dos municípios, geralmente mais populosas do que o resto de seus
territórios, exercem maiores pressões sobre os recursos hídricos e permitem maior acesso às áreas sob
proteção, o que pode desencadear números maiores de invasões desses territórios para a exploração
ilegal de seus recursos naturais. A FIGURA 3.41 apresenta essa disposição.
FIGURA 3.41 - RECORTE DAS TERRAS INDÍGENAS, UNIDADES DE CONSERVAÇÃO E UNIDADES HIDROGRÁFICAS
DE GESTÃO EM RELAÇÃO ÀS SEDES MUNICIPAIS EM RONDÔNIA
Fonte: Adaptado de A .
Observa-se uma maior concentração das sedes municipais acompanhando o eixo da BR-364.
Já as Terras Indígenas e Unidades de Conservação distanciam-se desse mesmo eixo, localizando-se
nas extremidades do território do estado. Isso indica uma menor pressão sobre as áreas de proteção,
ainda que muitas estejam sujeitas às atividades de exploração madeireira e garimpagem, como já
atestado no presente estudo, seu distanciamento dos centros urbanos fornece uma espécie de
barreira geográfica para a interferência humana de maneira significativa.
227
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Para a análise, em separado, as Terras Indígenas, que ocupam cerca de 25% do território
rondoniense, num total aproximado de 6.131.005 hectares, apresenta-se a FIGURA 3.42, com a
distribuição espacial dessas terras no estado, inserindo-as no mapa com indicações sobre as Unidades
Hidrográficas de Gestão.
Três bacias hidrográficas concentram a maior parte das áreas de terras indígenas, sendo elas: a
Bacia do Rio Mamoré, a Bacia do Rio Guaporé e a Bacia do Rio Roosevelt. Áreas menos expressivas
de TIs são encontradas na Bacia do Rio Madeira, na Bacia do Rio Jamari e na Bacia do Rio Machado.
Na Bacia do Rio Abunã situa-se apenas uma parte da TI Kaxarari.
FIGURA 3.42 - LOCALIZAÇÃO DAS TERRAS INDÍGENAS NO ESTADO DE RONDÔNIA DE ACORDO COM AS UNIDADES
HIDROGRÁFICAS DE GESTÃO E BACIAS HIDROGRÁFICAS
Fonte: Adaptado de MMA (2017).
A maior concentração de TIs se dá, a oeste, nas unidades Baixo Rio Guaporé, Rio Branco e Rio
Colorado, Alto Rio Mamoré e Alto Rio Jamari, sendo esta última praticamente 100% coberta por terras
228
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
indígenas. Essas UHGs provavelmente estão sob menor pressão, uma vez que a ocupação humana nas
TIs é baixa e o consumo e os impactos sobre os recursos hídricos são menores nessas áreas. A outra
mancha de relevância, por suas dimensões, encontra-se na porção sudeste e abrange a UHG Rio
Roosevelt.
Considerando, na sequência, as Unidades de Conservação, que ocupam cerca de 35% do
território rondoniense, num total aproximado de 8.005.100 hectares, apresenta-se a FIGURA 3.43, com
a distribuição espacial dessas terras no estado, inserindo-as no mapa com indicações sobre as Unidades
Hidrográficas de Gestão.
FIGURA 3.43 - LOCALIZAÇÃO DAS UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ESTADO DE RONDÔNIA DE ACORDO COM AS
UNIDADES HIDROGRÁFICAS DE GESTÃO E BACIAS HIDROGRÁFICAS
Fonte: Adaptado de MMA (2017).
A maior parte das áreas de unidades de conservação estão nas Bacias do Rio Mamoré, do Rio
Guaporé e do Rio Madeira. Na porção norte da Bacia do Rio Machado também são encontradas manchas
expressivas de UCs. Existem três pequenas áreas sob conservação na Bacia do Rio Jamari, mas, nas
bacias do Rio Abunã e do Rio Roosevelt, não são encontradas nenhuma unidade de conservação.
Esquerda do Rio Jamari, Margem Direita do Rio Jamari, Alto Rio Jamari e Médio Rio Machado
apresentam pequenas manchas que compõem mosaicos maiores de unidades de conservação em outras
unidades hidrográficas.
A maior concentração de UCs encontra-se nas unidades Baixo Rio Machado e Rio Mamoré.
Também podem ser observadas manchas expressivas nas porções oeste das UHGs Rio Branco e
Colorado e Médio Rio Guaporé, bem como na porção norte da UHG Rio Jaru. As unidades hidrográficas
Margem Esquerda do Rio Madeira e Baixo Rio Madeira estão praticamente encobertas por unidades de
conservação. Assim, considerando uma baixa ocupação humana nas UCs, acredita-se que essas
Unidades Hidrográficas de Gestão estão submetidas a menores pressões sobre seus recursos hídricos.
Os objetivos deste capítulo são mapear as principais instituições, políticas e programas que
apresentam interface com a gestão dos recursos hídricos e o meio ambiente, em níveis federal e estadual,
e analisar atribuições, abrangência espacial e setorial e formas de atuação relevantes para o Plano
Estadual de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia (PERH-RO).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Por último, o quarto tópico apresenta o Sistema Estadual de Desenvolvimento Ambiental, que
inclui a Secretaria Estadual de Desenvolvimento Ambiental (SEDAM); o Sistema de Unidades de
Conservação; outras iniciativas relevantes para a conservação dos recursos naturais em Rondônia; a
Política Estadual de Recursos Hídricos e o Programa de Saneamento Básico.
As políticas selecionadas para análise e o sistema institucional que lhes dá suporte não esgota
todas as iniciativas existentes no estado de Rondônia. O que se busca é identificar as interfaces entre
ações que podem gerar impactos sobre os recursos hídricos estaduais e as que contribuem para sua
proteção e uso sustentável.
Além desse objetivo estratégico o Plano visa também a superação das desigualdades sociais e a
promoção da elevação da qualidade de vida da população por meio da valorização dos recursos
endógenos socioeconômicos e ambientais do estado. Em síntese, o fomento ao desenvolvimento social,
regional e local e à infraestrutura logística por meio de atividades econômicas socialmente inclusivas,
economicamente dinâmicas, tecnologicamente inovadoras e ambientalmente sustentáveis. O Plano
considera também a inserção da Região Norte no mercado internacional no contexto de novos
investimentos em infraestrutura planejados para Rondônia.
O Plano foi elaborado com base em um Diagnóstico Situacional Participativo debatido durante
dois anos em mais de 10 audiências públicas, com forte participação de todos os setores da sociedade
regional. Está fundamentado em sete dimensões: histórica, geoambiental, demográfica, econômica,
social, infraestrutura e logística e político-institucional, inspiradas na PNDR.
O resultado dos estudos e debates públicos deu origem às quatro diretrizes do PDES:
231
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
II – Bem-Estar Social: envolve a ação do estado na promoção e acesso aos serviços públicos.
Territorialização
Gestão Ambiental
• Projetos que influenciam sobre a qualidade dos recursos hídricos: regularização fundiária e
cadastro ambiental rural; criação e gestão de unidades de conservação estaduais; recuperação de
áreas degradadas; acordos de pesca, controle de desmatamento e queimadas; gestão de recursos
hídricos.
• Plano de Desenvolvimento Integrado de Fronteira de Rondônia (PDIF-RO).
• Programas que podem impactar os recursos hídricos: apoio à lavoura cafeeira, cacaueira e à
cadeia produtiva da soja; ao desenvolvimento industrial, especialmente ao processamento de
couro; consolidação do setor mineral.
• Programas que utilizam a base de recursos naturais: sustentabilidade no setor madeireiro;
organização dos produtos da sociobiodiversidade; promoção do turismo.
• Projeto de infraestrutura portuária, navegação e hidrovia.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Dentre os objetivos voltados para a modernização da gestão pública deve-se salientar a proposta
de construção de um modelo de gestão do PDES-RO. Para a sua execução está prevista a implementação
de um fluxo de informações a serem disponibilizadas no Observatório de Desenvolvimento Regional
(ODR), de estratégias de implementação, da correlação entre os programas e projetos com o PPA
Federal e Estadual, de resultados esperados com o uso de indicadores, além das fontes de financiamento
e incentivos fiscais disponíveis.
Essa iniciativa pode ser considerada inovadora em termos de gestão pública. Se o PDES de
Rondônia for transformado em lei, o sistema de gestão poderá impedir a descontinuidade das ações de
interesse público a cada mudança governamental e assegurar o aperfeiçoamento continuado dos
programas e projetos em benefício da sociedade.
O Plano Estratégico afirma que Rondônia continua sendo um estado de oportunidades, mas que
é preciso explorar suas potencialidades. O estado deve avançar para se tornar moderno e eficiente na
utilização dos recursos públicos, mais acessível ao cidadão, competitivo e sustentável, com municípios
prósperos, proporcionando à sociedade bem-estar e cidadania plena.
O ponto de partida é a constatação do IBGE de que Rondônia é o estado brasileiro que mais
cresce e que deve continuar no mesmo ritmo até 2020. Entretanto, esse desempenho na economia gerou
impactos ambientais e o estado é recordista nacional em desmatamento de acordo com dados do
Ministério do Meio Ambiente. O Plano Estratégico parte da premissa do equilíbrio entre o crescimento
econômico e a sustentabilidade ambiental e propõe medidas que simultaneamente agreguem
competitividade e contribuam para o desenvolvimento social e a preservação do meio ambiente.
233
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Competitividade Sustentável
Três áreas estão agrupadas nesse tema: fomento a empreendimentos e atividades, gestão
ambiental e inovação, ciência e tecnologia. No que se refere à proteção e/ou ameaça aos recursos
hídricos algumas ações e projetos devem ser mencionados.
As metas dessa área são ambiciosas e certamente vão ampliar os impactos sobre os recursos
naturais uma vez que a legislação ambiental não vem sendo respeitada no estado nos últimos anos.
O estado reconhece a importância da pecuária na economia e afirma que sua expansão tem
agravado a degradação ambiental, limitando a expansão de áreas de produção e reduzindo a
biodiversidade. Um dos objetivos é reduzir os índices de exploração ilegal, fortalecer a gestão das
unidades de conservação e recuperar as áreas degradadas.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Governança
O NEIFRO tem como objetivo mobilizar instituições atuantes na faixa de fronteira visando
sistematizar as demandas locais, analisar propostas de ação e formular o PDIF-RO. Foi criado pelo
Decreto nº 16.612/12 e está ligado à Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão
(SEPOG).
Segundo o PDIF-RO, Rondônia pode vir a ser um grande polo de desenvolvimento sustentável
da Região Norte, com receitas oriundas da geração de energia das hidroelétricas do Madeira e da
exportação, destacando-se os seguintes setores:
Por outro lado, ainda segundo o PDIF, a região de fronteira é pouco desenvolvida
economicamente e historicamente abandonada pelo estado, marcada pela dificuldade de acesso a bens
e serviços públicos, limitada coesão social e cidadania. Está distante do eixo de desenvolvimento
estadual, a BR-364, afastada dos grandes centros consumidores, sendo região de difícil acesso por falta
infraestrutura logística.
236
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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O PIDISE foi instituído em 2012 pela Lei nº 2.864/12 e é gerenciado pelo Núcleo Especial de
Gestão do Programa Integrado de Desenvolvimento e Inclusão Socioeconômica (NUGEP/PIDISE)
ligado à Secretaria de Estado de Assuntos Estratégicos (SEAE). Os recursos para a execução do
Programa vêm de um empréstimo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social
(BNDES) cujo valor total é de R$ 542.627.000,00, incluindo a contrapartida do Governo do Estado.
Os programas de apoio à agropecuária foram selecionados para análise por focarem nos
pequenos produtores rurais, segmento relevante na estrutura fundiária e produtiva de Rondônia e
historicamente responsáveis por parte relevante do desmatamento da Amazônia. A implementação de
mudanças nos processos produtivos destes agricultores pode mudar esta realidade.
237
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O "Núcleo Estadual de Arranjos Produtivos Locais (NEAPL/RO)" foi instituído pelo Decreto
Estadual nº 13.666, de 16 de junho de 2008, sob a coordenação da Secretaria da Agricultura e envolve
28 instituições do governo e da sociedade.
238
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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empreendimentos como polpa de frutas, produtos lácteos, panificação, mel, defumados, frigoríficos,
entre outros.
Na dimensão ambiental é dada ênfase à regularização ambiental pelo Cadastro Ambiental Rural
(CAR), conservação de solo e água, com ênfase nas bacias hidrográficas, destinação dos resíduos
sólidos, preservação e conservação de matas ciliares, implantação e manutenção de Sistemas
Agroflorestais – (SAFs), recuperação de pastagens degradadas, integração lavoura-pecuária-floresta,
florestas plantadas e outras práticas de agricultura sustentável.
O PROATER em 2016 planejou atender a 1.121 organizações sociais sendo: 918 associações,
49 cooperativas, 108 conselhos e 46 sindicatos e fornecer assistência a cerca de 41 mil famílias de
agricultores.
Define também que, para o exercício das atividades de pesca profissional, amadora, científica,
importação e exportação de qualquer espécime do grupo dos peixes no estado, deverá ser obtida licença
ou registro junto à SEDAM. O Decreto detalha as normas e procedimentos para a obtenção desta licença.
239
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
240
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Articular-se com as unidades administrativas dos agentes financeiros, com vistas a solucionar
eventuais dificuldades encontradas em nível municipal na concessão de financiamentos fundiários, de
infraestrutura e serviços municipais e financiamentos produtivos aos agricultores familiares, relatando
fatos relevantes ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, quando for o caso.
241
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
De forma geral, o ZSEE tem por objetivo orientar a implementação de medidas de elevação do
padrão socioeconômico das populações, por meio de ações que levem em conta as potencialidades, as
restrições de uso e a proteção dos recursos naturais, permitindo que se realize o pleno desenvolvimento
das funções sociais e do bem-estar de todos, de forma sustentável. Por outro lado, à medida em que
ocorre o desenvolvimento econômico do estado, acentua-se a pressão sobre as áreas protegidas elevando
o desmatamento e fazendo com que os critérios de uso definidos pelo zoneamento percam sua função.
As novas aproximações resultam da necessidade de ajustar o zoneamento à realidade flexibilizando as
regras vigentes. Apesar das altas taxas de desmatamento no estado de Rondônia e da fragilidade do
sistema de áreas protegidas, o ZSEE contribuiu para diminuir o ritmo da degradação e evitar que o
território todo fosse incorporado às frentes de expansão agropecuária nos últimos 30 anos.
243
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Organização e utilização racional do solo, subsolo, da água e do ar, com vistas a compatibilizar
o uso com as condições exigidas para a conservação e melhoria da qualidade ambiental.
Proteção dos ecossistemas, com a preservação de áreas representativas para a qualidade do meio
ambiente, incluindo a conservação de espaços territoriais especialmente protegidos.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O FEDARO é constituído por receitas provenientes das seguintes fontes: orçamento geral do
estado; 100% (cem por cento) dos recolhimentos oriundos de licenças ambientais, multas e taxas ou
emolumentos; empréstimos e outras formas de financiamento tomados pelo estado para execução das
ações de proteção e gerenciamento ambiental.
Os recursos do FEDARO somente poderão ser utilizados em ações de fortalecimento dos órgãos
estaduais e municipais de meio ambiente, no monitoramento, fiscalização, estudos e pesquisas
ambientais, na criação, implantação, estudos e pesquisas ambientais, na criação, implantação de
unidades de conservação e preservação ambiental e em programas de educação ambiental, estudos
socioeconômicos e culturais.
O Fundo Especial de Reposição Florestal (FEREF) é destinado a custear a execução dos projetos
de reflorestamento para garantir o abastecimento dos consumidores de produtos e subprodutos florestais.
Somente podem ser utilizados em planejamento, implantação, manutenção e acompanhamento de
projetos de reflorestamento e pesquisas e manejo florestal que visem o fornecimento de matéria prima
para os consumidores de produtos e subprodutos florestais.
O Conselho Estadual de Política Agrícola para Florestas Plantadas (CONSEPAF) foi instituído
pela Lei nº 873/16. Trata-se de um órgão de natureza consultiva e deliberativa com a finalidade de
formular e acompanhar a execução da Política Agrícola para Florestas Plantadas do Estado de Rondônia,
sendo coordenado pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental – SEDAM.
Cabe à SEDAM a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, de forma a evitar o seu
esgotamento e manter o equilíbrio ecológico, bem como garantir qualidade de vida saudável a todos os
cidadãos do estado de Rondônia, a partir do exercício das seguintes competências:
245
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
• Promoção de contatos com entidades públicas e privadas, cujas atividades tenham relação direta
ou indireta com a preservação e o controle ambiental.
• Promoção junto aos órgãos públicos e privados, de programas de conscientização e educação
ambiental, visando à recuperação e à defesa do meio ambiente.
• Implantação e a administração dos parques e das reservas naturais de propriedade do estado,
fiscalizando seu uso diretamente ou em convênio com outras entidades públicas.
• Pesquisa da disponibilidade de recursos do meio ambiente, estabelecendo a política estadual de
aproveitamento dos recursos naturais.
• Desenvolvimento de estudos, pesquisas e projetos relativos à hidrografia, águas subterrâneas,
hidrogeologia, limnologia, imigração, drenagem, derivação de águas, combate à inundação, à
seca e à erosão.
O Decreto nº 7.903/97 que regulamentou a Lei nº 547/93 estabelece, em seu artigo 1º, que cabe
ao Poder Público e às comunidades a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais, de forma a
evitar o seu esgotamento e manter o equilíbrio ecológico, bem como garantir qualidade de vida saudável
a todos os cidadãos do Estado de Rondônia. Estabelece as competências da SEDAM, define os padrões
de qualidade de água, por meio do sistema de classificação das águas e padrões de qualidade do ar,
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O art. 14 da Lei nº 3.686/15 informa a Outorga de Direito de Uso de Recursos Hídricos como
ato administrativo mediante o qual o órgão ambiental autoriza o uso de recursos hídricos, superficiais
ou subterrâneos, por prazo determinado, nos termos e condições que especifica. A normatização
referente aos pedidos de outorga e ao direito de uso dos recursos hídricos é apresentada de forma
detalhada no item 3.4.4.9.1 Sistema Estadual de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Criado pela Lei nº 1.144, de 12 de dezembro de 2002, é constituído pelo conjunto de unidades
de conservação estaduais, municipais e federais existentes no estado. O SEUC foi criado com os
seguintes objetivos, de acordo com o art. 4º da Lei:
247
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Política Estadual de Recursos Hídricos de Rondônia tem por objetivos básicos promover o
uso racional, o gerenciamento integrado e o uso múltiplo das águas de domínio do estado, superficiais
e subterrânea (art. 3º).
O Conselho Estadual de Recursos Hídricos foi instituído pela Lei Complementar nº 255/02 e
regulamentado pelo Decreto Estadual nº 10.114/02. O CRH integra o Sistema Estadual de
Gerenciamento de Recursos Hídricos, na qualidade de órgão consultivo e deliberativo.
249
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
6. Estabelecer os critérios gerais de cobrança pelo direito de uso da água propostos e homologar
os estabelecidos ad referendum dos Comitês de Bacia;
7. Autorizar a criação de Agências de Bacia Hidrográfica, propostas pelos respectivos Comitês
de Bacia;
8. Arbitrar, em última instância administrativa, no âmbito do Sistema Estadual de Recursos
Hídricos, os conflitos advindos do uso da água, inclusive entre os Comitês de Bacia;
9. Enquadrar os corpos de água estaduais em classes de uso preponderante, de acordo com as
diretrizes do Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, por proposta dos CBH;
10. Homologar o uso da água, considerado inexpressivo e não conflitante com os interesses
maiores do gerenciamento dos recursos hídricos da bacia, para efeito de isenção de outorga do
direito de uso;
11. Acompanhar os critérios da distribuição aos municípios, da compensação financeira, referida
no § 1° do art. 20, da Constituição Federal, pela exploração de potenciais hidroenergéticos nos
respectivos territórios;
12. Delegar ao Município que, a seu critério, esteja devidamente organizado técnica e
administrativamente, o gerenciamento de recursos hídricos do domínio do Estado, de interesse
exclusivamente local.
De acordo com art. 2º do Regimento Interno o Conselho Estadual de Recursos Hídrico tem a
seguinte estrutura: Presidente e Vice-Presidente; Secretário Executivo; Órgãos Colegiados: a) Plenária;
b) Câmaras Técnicas.
§ 2º A Vice-Presidência será exercida por um dos Conselheiros, eleito entre seus pares.
De acordo com o art. 4º do mesmo Regimento, são integrantes da Plenária do Conselho Estadual
de Recursos Hídricos:
De acordo com a Lei Complementar nº 255/02, no seu Artigo 14, os Comitês de Bacia
Hidrográfica têm as seguintes atribuições:
251
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A seguir é apresentada a lista dos Comitês de Bacia Hidrográfica de Rondônia já instituídos com
seus respectivos decretos de criação:
• CBH - RSM-VL (Rio São Miguel - Vale do Guaporé), instituído pelo Decreto nº. 19.057/14.
• CBH - AM (Rio Alto e Médio Machado), instituído pelo Decreto nº 19.058/14.
• CBH - JBM (Rio Jaru - Baixo Machado), instituído pelo Decreto nº 19.059/14.
• CBH - JAMARI (Rio Jamari), instituído pelo Decreto nº 19.060/14.
• CBH - RBC (Rio Branco e Rio Colorado), instituído pelo Decreto nº 19.061/14.
A Outorga do Direito de Uso de Recursos Hídricos está descrita no art. 14 da Lei Estadual nº
3.686, de 08 de dezembro de 2015, que dispõe sobre o Sistema de Licenciamento Ambiental do Estado
de Rondônia e dá outras providências.
A SEDAM é a instituição responsável pela emissão de Outorga no domínio dos recursos hídricos
superficiais e subterrâneos que nascem e deságuam dentro do limite estadual, que não banhem outro
estado ou sirvam de fronteiras com outros países ou, ainda, se estendam a estes ou deles provenham. Os
reservatórios decorrentes de obras da União não seguem estas normas.
252
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
procedimentos administrativos e documentação necessária para a emissão de autorização para o uso dos
recursos hídricos superficiais e subterrâneos do Estado de Rondônia.
3.4.4.9.6 Progestão
Com apoio do Progestão foi organizada a "Sala de Situação", um centro de gestão de situações
de crise para acompanhar os eventos hidrológicos críticos de secas e inundações. Também foi
implantado o Cadastro Nacional de Usuários de Recursos Hídricos – CNARH e foi estruturado o
Cadastro de Barragens.
O CNARH foi instituído pela Resolução ANA nº 317/2003 e adotado pela SEDAM em 2006.
Trata-se de uma base de dados que reflete o conjunto de usos reconhecidos de recursos hídricos. Ele é
alimentado pelo processo de cadastramento de usuários e usa os principais instrumentos da gestão de
recursos: outorga, cobrança e fiscalização.
O Cadastro de Barragens é feito por meio do preenchimento de formulário da ANA, como parte
do instrumento da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), estabelecida pela Lei Federal
nº 12.334, de 20 de setembro de 2010.
De acordo com o Instituto Trata Brasil (2016) com base em dados de 2010, em Rondônia o
abastecimento da rede de água tratada atende menos de 40% dos domicílios estaduais e a maioria dos
domicílios utiliza poço ou nascente na propriedade e somente 27 municípios do estado apresentam oferta
de água satisfatória. A Agência Nacional de Água informa que para regularizar o abastecimento urbano
de água nos 25 demais municípios são necessários investimentos na ordem de R$ 124,0 milhões. A
situação do esgotamento sanitário é ainda pior pois em nível estadual menos de 3,5% do esgoto é
coletado. Em Porto Velho apenas 2% do esgoto é captado e todo o resíduo da capital é descartado in
natura no rio Madeira.
O Plano Estratégico 2016-2020 - Rondônia de Oportunidades definiu como meta atender 70%
dos domicílios de Porto Velho com saneamento básico (agua e esgoto) e parte dos recursos deverá vir
do PEDISE. Entretanto, os dados atuais, apresentados na TABELA 3.41 abaixo mostram o desafio para
atingir esta meta.
253
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 3.41 - PERCENTUAL DE ESGOTAMENTO E REDE PLUVIAL NOS PRINCIPAIS MUNICÍPIOS DE RONDÔNIA
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Governador Jorge Teixeira; Itapuã Do Oeste; Jaru; Machadinho D'Oeste; Monte Negro; Rio Crespo;
Theobroma e Vale do Anari.
De acordo com a Carta da Terra, publicada em 2011, a Educação Ambiental deve procurar
fornecer instrumentos para iniciar discussões e ações concretas em relação às questões ambientais,
garantindo que a população esteja mais consciente e preparada para solucionar os possíveis problemas
ambientais que surjam por conta da interferência danosa do homem nos ecossistemas (MMA, 2017).
Assim, para fins do presente trabalho, é importante reconhecer os principais agentes que possam
intervir, a partir de uma formação adequada, no Plano de Recursos Hídricos do Estado de Rondônia,
contribuindo de forma positiva para o andamento dos processos. Dessa maneira, no presente tópico,
serão expostas informações a respeito dos possíveis egressos do sistema formal de graduação e pós-
graduação capazes de cooperar dividindo seus conhecimentos, bem como iniciativas de sucesso no
campo da Educação Ambiental.
Esse intenso processo de ocupação e colonização não contava com políticas voltadas para as
questões ambientais; o que interessava era o desenvolvimento socioeconômico da região, independente
de se alinhar este a um modelo de sustentabilidade ambiental e social. As consequências foram
praticamente imediatas: concentração fundiária, crescimento acelerado de cidades e a destruição de um
sistema ecológico pouco conhecido.
255
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Tanto os prejuízos ambientais quanto sociais ocasionados nessa época deram margem a
inúmeras discussões, gerando a estruturação de uma Legislação Ambiental em Rondônia, na década de
80. Entretanto, a maioria das leis, decretos e resoluções vinham da necessidade de se atender a acordos
internacionais e para a liberação de recursos governamentais (BOTELHO, 1998). Assim, tem-se que
nesse momento, apesar da iniciativa formal de legislatura, ainda não se pode falar em maturidade da
conscientização ambiental no estado.
Assim, a Educação Ambiental passou a ser inserida nas políticas públicas em programas e
projetos voltados para o chamado desenvolvimento sustentável da região.
Em 1997, o Governo do Estado buscou o Banco Mundial para discutir alternativas para
Rondônia, substituindo o Planafloro. Foi realizado o primeiro planejamento para o desenvolvimento do
estado, o Projeto Úmidas. Neste plano formulou-se uma Agenda de Diretrizes Estratégicas, que deveria
servir como referência para as decisões políticas, de modo a assegurar o desenvolvimento sustentável.
Entretanto, o documento não foi aprovado por conta de questões orçamentárias, ficando apenas no papel
(ALMEIDA, 2009).
256
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Em 2006, um novo regimento interno foi aprovado pela comissão da Comissão Interinstitucional
de Educação Ambiental do Estado de Rondônia (CIEARO), uma instituição criada em 1988 com o
intuito de articular discussões de políticas públicas de EA em um fórum de discussão. Desde sua criação,
até meados de 2006, essa comissão nunca teve muito êxito ou visibilidade, uma vez que não havia sido
institucionalizada, o que aconteceu com a promulgação do decreto e a definição do regulamento no
referido ano. De acordo com o art.1º a CIEARO possui a seguinte finalidade:
Nas últimas décadas, a temática ambiental passou a fazer parte da educação escolar. Em 1991,
o MEC aprovou a Portaria no 678, determinando que a EA permeasse todos os níveis e modalidades de
ensino, de forma transversal. Os Novos Parâmetros Curriculares, estabelecidos pelo mesmo Ministério
em 1996, incluíam a Educação Ambiental como tema transversal do currículo. Entretanto, sem a
preparação dos docentes, em Rondônia e nos demais estados, essa inserção da EA tem ficado bastante
aquém de seus objetivos. Segundo Neves (2003), em Rondônia, entre 1990 e 2001, os únicos subsídios,
para tanto, dados aos professores foram cursos pontuais de 24 horas sem ligação entre si.
Dessa maneira, ainda que se tenha avançado muito desde a década de 1970 no concernente à
Educação Ambiental em Rondônia, ainda é necessário que a mesma seja considerada de forma uniforme
e global, com iniciativas que permitam sua implantação efetiva e que possam gerar os resultados
esperados.
O Núcleo de Educação Ambiental (NEA), mantido pelo IBAMA há 16 anos em Rondônia, tem
como objetivo formular e implementar ações educativas para a preservação e conservação do meio
ambiente, promovendo a EA formal e não-formal de forma permanente e interdisciplinar. Assim, os
projetos desenvolvidos por esse Núcleo são reflexos de um trabalho socioambiental realizado a partir
dos problemas cotidianos das comunidades.
Entre os projetos desenvolvidos pelo NEA, estão cursos para agentes ambientais voluntários,
realização de oficinas, participação nas oficinas de formação dos conselhos das UCs e capacitação do
257
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O principal órgão, a nível estadual, responsável por ações, programas e projetos de educação
ambiental é a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Ambiental de Rondônia (SEDAM-RO).
Instituída em 19 de março de 1991 pela Lei Complementar nº 42 e reformada pela Lei Complementar
nº 827 de 15 de julho de 2015, a SEDAM tem como principal função a formulação e a execução de
políticas voltadas para o desenvolvimento ambiental rural e urbano, bem como a fiscalização e a
elaboração de diretrizes normativas para as atividades relacionadas com a qualidade de vida, do
ambiente e dos recursos naturais. À ela cabe também a promoção da gestão das unidades de conservação
estaduais e compete o planejamento e execução de políticas de regularização ambiental rural
(ALMEIDA, 2009).
Além de ações como essa, a CEAM também mantém um importante projeto voltado para
agricultores familiares; o Programa de Educação Ambiental e Agricultura Familiar (PEEAAF) é
desenvolvido pelo Departamento de Educação Ambiental da Secretaria de Articulação Institucional e
Cidadania Ambiental do Ministério do Meio Ambiente (DEA/SAIC/MMA) e destina-se aos envolvidos
com a agricultura familiar, sejam agricultores propriamente ditos ou agentes que trabalham diretamente
com este segmento. O objetivo do programa é desenvolver ações educativas para uma construção
coletiva de estratégias para enfrentar e resolver os problemas socioambientais de áreas rurais (SILVA,
2016).
258
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.44 - PANFLETOS ELABORADOS PELA CEAM, EM 2016, PARA CAMPANHAS CONTRA O DESMATAMENTO E
AS QUEIMADAS
Fonte: CEAM (2016).
O PEEAAF é uma importante iniciativa na área de Educação Ambiental, uma vez que parte da
realização de oficinas com agricultores, representantes de órgãos ambientais e membros do governo, de
modo que se cria um espaço de diálogo e discussão bastante rico. Esse programa começou a ser
implementado, de forma paulatina, no estado de Rondônia em 2011. Entretanto, somente quase quatro
anos após as primeiras ações, o debate foi retomado. Em 2015 foram realizados seminários que
discutiram os rumos a serem tomados pelo Plano, de modo que o mesmo possa ser implementado
enquanto política pública; a reativação do programa foi realizada através de uma parceria institucional
entre a SEDAM e o MMA (SILVA, 2016). Em 2016, novas oficinas foram realizadas com o intuito de
constituir um grupo gestor, responsável por definir e implantar o PEEAAF no estado; o projeto não deve
contar com fundo específico, mas ser inserido, enquanto concepção de agricultura, nos programas de
governo que já existem, por meio de parcerias com a SEDAM, a EMATER e o INCRA (ROCHA, 2016).
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A Secretaria de Estado da Educação de Rondônia (SEDUC-RO) tem papel importante nas ações
de EA voltadas ao âmbito escolar. Atualmente, a iniciativa de maior notoriedade desenvolvida pela
SEDUC em relação à Educação Ambiental é a implementação do programa nacional “Vamos Cuidar do
Brasil com as Escolas”. Este projeto, fruto de uma parceria do MEC e do MMA com as Secretarias
Estaduais e Municipais de Educação e Meio Ambiente, as universidades, as ONGs e o IBAMA, tem
como objetivo a formação de Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola, as quais,
por sua vez, são responsáveis pela construção da Agenda 21 nas escolas e pelo acompanhamento das
atividades de EA desenvolvidas. Cabe à SEDUC-RO, nesse programa, estimular, cobrar e acompanhar
a implementação dessas comissões, envolvendo os alunos e trabalhando a EA de forma interdisciplinar
e permanente.
260
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A Ação Ecológica Guaporé (ECOPORÉ) foi criada em 25 de junho de 1988. Sua instituição
enquanto organização visava legitimar as ações desenvolvidas por seus membros contra a exploração
predatória de madeiras, o desmatamento ilegal e o processo de invasão de várias Unidades de
Conservação de Rondônia. Inicialmente sediada no município de Rolim de Moura, interior do estado,
posteriormente, em 2000, transferiu sua sede para a capital Porto Velho. Os projetos executados, desde
1988, estão voltados à conservação ambiental e à sustentabilidade, sendo fruto de parcerias com
instituições governamentais e não governamentais e populações tradicionais. A organização tem
experiência em levantamentos socioeconômicos e ambientais, apoio a organizações comunitárias,
pesquisas biológicas de fauna e flora, monitoramento das condições do rio Madeira, projetos de
recuperação de matas ciliares, entre outros. A ECOPORÉ também atua em escolas e nas comunidades
em ações de Educação Ambiental e campanhas de valorização de matas ciliares, águas e reservas legais.
Destaca-se que o trabalho dessa organização foi fundamental para a criação das Reservas Extrativistas
Estaduais, desdobrando-se, posteriormente, na execução de projetos de alternativas econômicas e
assessoria técnica para os extrativistas.
261
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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O Grupo Ambientalista do Rio Machado e seus Afluentes (GARSA) foi criado em 2002 no
município Presidente Médici. Segundo o blog da instituição, a ONG foi formada por um grupo de
moradores e realiza trabalhos de educação e conscientização ambiental nos limites municipais. Os
voluntários promovem limpezas periódicas no rio Machado e nos corpos hídricos subjacentes, bem
como atividades de conscientização sobre a importância de não se descartar resíduos nas margens e nos
próprios rios, voltadas para crianças e adultos.
Ainda, dentre as organizações listadas pelo MMA como homologadas e atuantes em Rondônia,
estão: a Associação de Desenvolvimento e Preservação Ambiental Yelica Carla (APAIK), fundada em
27 de agosto de 2002 no município Ouro Preto do Oeste; a Proteção Ambiental Cacoalense (PACA),
constituída em 31 de agosto de 1990 na cidade de Cacoal; e a Karipunas Associação Ecológica da
Amazônia, de Porto Velho.
Todos os agentes listados neste tópico são potenciais parceiros para implementação do Plano
Estadual de Recursos Hídricos em Rondônia, devendo ser considerados como tais em todas as etapas do
trabalho. Sejam organizações governamentais, ou não, é preciso levar em conta a experiência desses
agentes no contexto rondoniense e procurar aproveitar o know-how por eles adquiridos ao longo de anos
de criação e viabilização de projetos de mobilização e Educação Ambiental.
3.5.3 Sistema Formal para Educação Ambiental
Neste item serão apresentados os cursos de graduação e pós-graduação, relacionados com a
questão ambiental, ofertados em Rondônia. A importância da análise dessas informações reside na
visualização das potencialidades da rede de ensino pública e privada na formação de atores importantes
no processo de construção de um cenário ambientalmente saudável.
Elencaram-se como os cursos de graduação de maior interesse para o presente projeto: Gestão
Ambiental (GA); Ecologia (ECO); Engenharia Ambiental (EA); Engenharia Ambiental e Sanitária
262
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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(EAS); Engenharia Florestal (EF); Engenharia Hídrica (EH); Engenharia de Pesca (EP); Ciências
Biológicas (CB); e Ciências Naturais (CN).
Em primeiro lugar, apresentar-se uma breve descrição sobre os cursos relacionados ao meio
ambiente, julgados de interesse neste trabalho, bem como as competências a serem desenvolvidas
durante a graduação, de modo que possa se traçar uma espécie de perfil dos egressos (TABELA 3.42).
TABELA 3.42 - DESCRIÇÃO DOS CURSOS DE INTERESSE E COMPETÊNCIAS DESEJADAS NOS GRADUADOS
Estuda as relações existentes entre o homem e a - Avaliação de impactos ambientais causados por obras
natureza, com foco na preservação ambiental. e indústrias;
Investigação a estrutura e o funcionamento de - Planejamento do crescimento de núcleos urbanos,
Ecologia ecossistemas, analisando o impacto das atividades preservando os recursos naturais;
humanas sobre o ambiente, visando evitar ou - Apoio logístico para a manutenção de espécies
minimizar desequilíbrios e elaborando planos para a animais e vegetais em parques ecológicos e áreas de
proteção dos recursos naturais. preservação ambiental.
Ramo da Engenharia que trabalha com a exploração - Implantação, manutenção, manejo e utilização de
sustentável e a produção de bens da floresta. Espera de plantações florestais e de florestas naturais;
seus egressos a capacidade de avaliar o potencial de - Garantia do desenvolvimento com a manutenção da
Engenharia Florestal
ecossistemas florestais e planejar seu aproveitamento, biodiversidade a partir dos estudos dos ecossistemas;
sempre levando em consideração a manutenção do - Transformação da árvore como matéria-prima nos
equilíbrio dos ecossistemas e do bioma. mais diferentes produtos e processos produtivos.
- Análise da captação, do transporte, do emprego e do
Setor da Engenharia que cuida da exploração, do uso e tratamento da água para atender à população;
da gestão dos recursos hídricos. Espera que seus - Cálculo da demanda e da disponibilidade hídrica nas
egressos sejam capazes de planejar e orientar a bacias;
Engenharia Hídrica utilização das águas de bacias hidrográficas, - Auxílio na implantação de políticas de uso e controle
prevenindo os impactos negativos que elas possam de qualidade da água, bem como da manutenção e
sofrer em consequência de atividades industriais, recuperação de mananciais;
agrícolas e urbanas - Operação de reservatórios e no planejamento dos
recursos hídricos no setor energético.
- Aplicação de novos métodos e tecnologias na
Foca na melhoria do aproveitamento dos recursos
localização, captura, beneficiamento e conservação de
naturais disponíveis a partir do manejo da aquicultura.
peixes, crustáceos e moluscos;
Os egressos devem desenvolver capacidades que
Engenharia de Pesca - Atendimento dos aspectos administrativos e de gestão
permitam um melhor trabalho com a cultura de
da pesca ou da aquicultura;
organismos aquáticos, de modo a preservar os estoques
- Instalação e manutenção de equipamentos usados
pesqueiros e a fauna aquática.
pela indústria pesqueira e de beneficiamento.
263
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A TABELA 3.43 apresenta uma síntese da oferta dos cursos de graduação mencionados
anteriormente.
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TABELA 3.43 - CURSOS DE GRADUAÇÃO DE INTERESSE, SEGUNDO MODALIDADE, DE ACORDO COM AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OS OFERTAM EM RONDÔNIA
Data de No de
Curso Modalidade Grau Instituição Município
criação vagas
Buritis
Ji-Paraná
Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR) Porto Velho 2006 300*
São Miguel do Guaporé
Vilhena
Universidade Metodista de São Paulo (UMESP) Porto Velho 2008 1.400*
Ariquemes
Cacoal
Cerejeiras
Jaru
Gestão Ambiental À distância Tecnológico Ji-Paraná
Universidade Pitágoras (integrante do grupo UNOPAR) 2007 37.520*
Machadinho d’Oeste
Pimenta Bueno
Porto Velho
Rolim de Moura
Vilhena
Guajará-Mirim
Ji-Paraná
Pimenta Bueno
Universidade Paulista (UNIP) 2013 60*
Porto Velho
Rolim de Moura
Vilhena
Ji-Paraná
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) 2016 2.500*
Porto Velho
Universidade do Sul de Santa Catarina (UNISUL) Porto Velho 2007 150*
Jaru
Centro Universitário de Maringá (UNICESUMAR) Ji-Paraná 2011 1.500*
Porto Velho
Ariquemes
Costa Marques
Gestão Ambiental À distância Tecnológico
Jaru
Faculdade Educacional da Lapa (FAEL) Nova Mamoré 2014 6.000*
Rolim de Moura
São Miguel do Guaporé
Vilhena
Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto Ariquemes 2013 5.000*
Ji-Paraná
Centro Universitário Leonardo da Vinci (UNIASSELVI) 2004 1.600*
Rolim de Moura
Bacharelado Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Guajará-Mirim 2009 50
Faculdade de Educação de Jaru (integrante do grupo
Jaru 2009 100
UNICENTRO)
Gestão Ambiental Presencial
Tecnológico Faculdade Interamericana de Porto Velho (integrante do
Porto Velho 2004 100
grupo UNIRON)
Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED) Cacoal 2007 50
265
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Data de No de
Curso Modalidade Grau Instituição Município
criação vagas
Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA) Ariquemes 2013 100
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de
Colorado do Oeste 2006 80
Rondônia (IFRO)
Ecologia - - - - - -
Buritis
Ji-Paraná
Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR) Porto Velho 2015 200*
À distância Bacharelado São Miguel do Guaporé
Vilhena
Universidade de Santo Amaro (UNISA) Cacoal 2008 1.700*
Faculdade de Educação e Cultura de Vilhena (FAEV) Vilhena 2015 80
Faculdade de Educação de Porto Velho (integrante do
Eng. Ambiental Porto Velho 2016 80
grupo UNIRON)
Faculdade de Informática de Ouro Preto do Oeste
Ouro Preto do Oeste 2014 120
(FIOURO)
Presencial Bacharelado Faculdades Integradas de Cacoal (integrante do grupo
Cacoal 2010 100
UNESC)
Faculdade Panamericana de Ji-Paraná Ji-Paraná 2015 100
Faculdade de São Paulo (FSP) Rolim de Moura 2015 100
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Ji-Paraná 2006 45
Ji-Paraná
À distância Bacharelado Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) 2012 1.000*
Porto Velho
Eng. Ambiental e Faculdade de Educação de Porto Velho (integrante do
Sanitária Porto Velho 2016 140
Presencial Bacharelado grupo UNIRON)
Faculdade de Educação e Meio Ambiente (FAEMA) Ariquemes 2016 100
Faculdade de Rondônia (FARO) Porto Velho 2001 150
Eng. Florestal Presencial Bacharelado
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Rolim de Moura 2008 50
Eng. Hídrica - - - - - -
Eng. de Pesca Presencial Bacharelado Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Presidente Médici 2008 50
Buritis
Ji-Paraná
Bacharelado Centro Universitário Claretiano (CEUCLAR) Porto Velho 2014 300*
São Miguel do Guaporé
Vilhena
Ji-Paraná
Universidade Luterana do Brasil (ULBRA) 2012 1.000
Porto Velho
Ciências Biológicas À distância Guajará-Mirim
Ji-Paraná
Pimenta Bueno
Licenciatura Universidade Paulista (UNIP) 2013 60*
Porto Velho
Rolim de Moura
Vilhena
Ariquemes
Universidade Pitágoras (integrante do grupo UNOPAR) 2016 17.000*
Cacoal
266
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Data de No de
Curso Modalidade Grau Instituição Município
criação vagas
Cerejeiras
Jaru
Ji-Paraná
Machadinho d’Oeste
Pimenta Bueno
Porto Velho
Rolim de Moura
Vilhena
Centro Universitário Luterano de Ji-Paraná
Ji-Paraná 2012 100
(CEULJI/ULBRA)
Centro Universitário São Lucas (FSL) Porto Velho 2001 150
Bacharelado Faculdade de Educação de Porto Velho (integrante do
Porto Velho 2014 100
grupo UNIRON)
Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED) Cacoal 2001 100
Universidade Federal de Rondônia (UNIR) Porto Velho 1995 30
Faculdades Integradas de Ariquemes (FIAR) Ariquemes 2009 120
Faculdades Integradas Aparício Carvalho (FIMCA) Porto Velho 2004 200
Presencial Centro Universitário São Lucas (FSL) Porto Velho 2001 150
Faculdade de Educação de Porto Velho (integrante do
Porto Velho 1995 50
grupo UNIRON)
Licenciatura Faculdade de Educação de Jaru (integrante do grupo
Jaru 2009 100
UNICENTRO)
Faculdade de Ciências Biomédicas de Cacoal (FACIMED) Cacoal 2001 100
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Ariquemes 2011 40
Rondônia (IFRO) Colorado do Oeste 2013 80
Porto Velho 1995 20
Universidade Federal de Rondônia (UNIR)
Presidente Médici 2015 50
Ariquemes
Porto Velho
Ciências Naturais À distância Licenciatura Universidade Federal de Rondônia (UNIR) 2005 200
Rolim de Moura
Vilhena
*Total de vagas ofertadas para todo o Brasil, distribuídas nos municípios de acordo com a demanda.
Fonte: MEC (2017).
267
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A primeira informação que salta aos olhos, quando da análise da TABELA 3.43, é a ausência
dos cursos de graduação em Ecologia e Engenharia Hídrica. Embora o primeiro seja um curso
relativamente novo e, portanto, ainda majoritariamente desconhecido, o curso de Engenharia Hídrica é
um ramo importante da escola de engenharia e o estudo nele compreendido de imensa importância para
estados amazônicos, os quais possuem um potencial hídrico riquíssimo.
Vale ressaltar a presença de inúmeras instituições de ensino de outros estados, como Rio Grande
do Sul, Santa Catarina e São Paulo, as quais ofertam vários cursos na modalidade de Ensino à Distância
(EaD). No caso destas, o número de vagas ofertadas é meramente uma estimativa total para o país, não
podendo ser desmembrado em estados ou municípios, uma vez que o preenchimento das vagas é feito
de acordo com a demanda, não sendo programados totais para cada localidade. Nessa modalidade
predominam os cursos tecnológicos de Gestão Ambiental.
A seguir a TABELA 3.44 apresenta uma síntese das informações sobre as modalidades de
ensino e as vagas ofertadas em relação aos cursos de graduação de interesse.
TABELA 3.44 - SÍNTESE DAS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS CURSOS DE GRADUAÇÃO DE INTERESSE EM
RONDÔNIA
No de instituições No de vagas
Curso % vagas /total
À distância Presencial À distância* Presencial
Gestão Ambiental 10 06 - 480 16,0%
Eng. Ambiental 02 07 - 625 21,0%
Eng. Ambiental e
01 02 - 240 8,0%
Sanitária
Eng. Florestal - 02 - 200 6,7%
Eng. De Pesca - 01 - 50 1,7%
Ciências Biológicas 04 13 - 1.390 46,6%
Ciências Naturais 01 - - - -
TOTAL 08 25 - 2.985 100%
*As vagas são ofertadas para todo o Brasil, distribuídas nos municípios de acordo com a demanda, de modo que não há
números apenas para o Estado de Rondônia.
Fonte: MEC (2017).
O curso com maior oferta de vagas é o de Ciências Biológicas, ofertado por quatro instituições
na modalidade EaD e 13 na presencial; são 1.390 vagas presenciais, que representam quase 50% do total
de vagas dos cursos de interesse. Tal informação não chega a ser díspar da realidade, uma vez que esse
curso, por abrir um leque de possibilidades no mercado de trabalho e ser uma formação de conhecimento
geral, é bastante popular entre estudantes de todo o território brasileiro. O graduando pode optar por
Bacharelado ou Licenciatura neste curso, sendo a segunda opção mais ampla em número de instituições
e vagas.
268
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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interessados em se tornar técnicos em Gestão Ambiental podem optar por cursos de EaD em 10
instituições ou disputar uma das 480 vagas presenciais.
No lado oposto, o curso de Ciências Naturais é ofertado por apenas uma instituição de ensino
na modalidade EaD. Já para os interessados em Engenharia de Pesca, são apenas 50 vagas a serem
disputadas na Universidade Federal de Rondônia. Engenharia Florestal e Engenharia Ambiental e
Sanitária são ofertados em poucas instituições, com um número semelhante de vagas.
TABELA 3.45 - DISTRIBUIÇÃO DOS CURSOS DE INTERESSE E RESPECTIVAS VAGAS, NA MODALIDADE PRESENCIAL,
POR MUNICÍPIO
Número de vagas*
Município Total
GA EA EAS EF EP CB CN
Ariquemes 100 - 100 - - 160 - 360
Cacoal 50 100 - - - 200 - 350
Colorado do Oeste 80 - - - - 80 - 160
Guajará-Mirim 50 - - - - - - 50
Jaru 100 - - - - 100 - 200
Ji-Paraná - 145 - - - 100 - 245
Ouro Preto do Oeste - 120 - - - - - 120
Porto Velho 100 80 140 150 - 700 - 1.170
Presidente Médici - - - - 50 50 - 100
Rolim de Moura - 100 - 50 - - - 150
Vilhena - 80 - - - - - 80
TOTAL 480 625 240 200 50 1.390 - 2.985
* GA = Gestão Ambiental; EA = Engenharia Ambiental; EAS = Engenharia Ambiental e Sanitária; EF = Engenharia
Florestal; EP = Engenharia de Pesca; CB = Ciências Biológicas; CN = Ciências Naturais.
Fonte: MEC (2017).
A distribuição das vagas, com exceção da capital Porto Velho, é relativamente homogênea. Para
isso, contribui o fato de que a Universidade Federal de Rondônia tem campus em vários municípios e
distribui a oferta de seus cursos e vagas por todo o território estadual.
Porto Velho concentra quase 40% do total de vagas dos cursos de interesse. Na capital, dentre
os cursos elencados, apenas não se pode encontrar Engenharia de Pesca – que é ofertado apenas pela
Universidade Federal de Rondônia em Presidente Médici – e Ciências Naturais, curso que só pode ser
acessado na modalidade EaD no estado.
Ariquemes e Cacoal apresentam os segundos maiores totais de vagas ofertadas para os cursos
de interesse, refletindo os seus montantes populacionais elevados. Nestes municípios é possível
encontrar os cursos de Gestão Ambiental, Engenharia Ambiental, Engenharia Ambiental e Sanitária e
Ciências Biológicas.
269
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A FIGURA 3.45 apresenta a distribuição das instituições de ensino com oferta de cursos de
graduação considerados de interesse, na modalidade presencial, em Rondônia.
FIGURA 3.45.- INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OFERTAM VAGAS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO CONSIDERADOS DE
INTERESSE NA MODALIDADE PRESENCIAL EM RONDÔNIA
Fonte: Adaptado de MEC (2017).
Na modalidade EaD, esses cursos podem ser encontrados em diversos municípios, porém, como
não é possível, tal como mencionado anteriormente, divisar a quantidade de vagas desses cursos por
município, a TABELA 3.46 apresenta apenas a incidência dos cursos pelo território rondoniense.
Cursos*
Município
GA EA EAS CB CN
Ariquemes X X X
Buritis X X X
Cacoal X X X
Cerejeiras X X
Costa Marques X
Guajará-Mirim X X
Jaru X X
Ji-Paraná X X X X
Machadinho D’Oeste X X
Nova Mamoré X
Pimenta Bueno X X
Porto Velho X X X X X
270
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Cursos*
Município
GA EA EAS CB CN
Rolim de Moura X X
São Miguel do Guaporé X X X X
Vilhena X X X X
* GA = Gestão Ambiental; EA = Engenharia Ambiental; EAS = Engenharia Ambiental e Sanitária; CB = Ciências Biológicas.
CN = Ciências Naturais.
Fonte: MEC (2017).
Com a modalidade EaD, percebe-se que moradores de municípios que não possuem instituições
de ensino de graduação com cursos presenciais podem acessar esses cursos relacionados a questões
ambientais. Entre eles encontram-se Buritis, Cerejeiras, Costa Marques, Machadinho d’Oeste, Nova
Mamoré, Pimenta Bueno e São Miguel do Guaporé.
O único município que conta com a oferta de todos os cursos elencados como de interesse na
modalidade EaD é Porto Velho. Em São Miguel do Guaporé e Vilhena só não é possível acessar turmas
de Engenharia Ambiental e Sanitária, enquanto em Ji-Paraná os alunos não encontram apenas o curso
de Ciências Naturais.
Na FIGURA 3.46 é possível distinguir os municípios onde estão disponíveis aos alunos
rondonienses os cursos de interesse na modalidade EaD.
271
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
FIGURA 3.46 - INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OFERTAM VAGAS DOS CURSOS DE GRADUAÇÃO CONSIDERADOS DE
INTERESSE NA MODALIDADE EAD EM RONDÔNIA
Fonte: Adaptado de MEC (2017).
272
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 3.47 - CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO NAS ÁREAS DE INTERESSE, DE ACORDO COM AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DE RONDÔNIA QUE OS
OFERTAM, MUNICÍPIO EM QUE SE ENCONTRAM, NÚMERO DE VAGAS E NÚMERO DE EGRESSOS
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 3.48 - CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO E ESPECIALIZAÇÃO NAS ÁREAS DE INTERESSE, DE ACORDO COM AS INSTITUIÇÕES DE ENSINO DE ABRANGÊNCIA NACIONAL
QUE OS OFERTAM, MUNICÍPIO EM QUE SE ENCONTRAM, NÚMERO DE VAGAS E NÚMERO DE EGRESSOS
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A seguir, a TABELA 3.49 apresenta uma síntese das informações sobre as modalidades de
ensino e as vagas ofertadas, em instituições de ensino de Rondônia, em relação aos cursos de pós-
graduação considerados como de interesse.
TABELA 3.49 - SÍNTESE DAS PRINCIPAIS INFORMAÇÕES SOBRE OS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO DE INTERESSE
OFERTADOS POR INSTITUIÇÕES DE RONDÔNIA
% vagas No de % egressos
Curso No de inst. No de vagas
/total egressos /total
Análise Ambiental 02 100 15,6% 32 16,0%
Auditoria e Perícia Ambiental 02 80 12,5% 17 8,5%
Auditoria, Perícia e Gestão Ambiental 03 150 23,4% 23 11,5%
Direito Ambiental 01 30 4,7% 22 11,0%
Engenharia Sanitária e Ambiental 01 50 7,8% - -
Gestão Ambiental 01 35 5,6% 35 17,5%
Perícia Ambiental e Desenvolvimento de
01 50 7,8% - -
Projetos
Perícia e Auditoria Ambiental 01 30 4,7% 10 5,0%
Geoprocessamento Ambiental 01 25 3,9% 25 12,5%
Zoologia, Ecologia e Conservação 02 90 14,0% 36 18,0%
TOTAL 15 640 100% 200 100%
Fonte: MEC (2017).
275
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O curso com maior oferta de vagas é o de Auditoria, Perícia e Gestão Ambiental, ofertado por
três instituições na modalidade presencial; são 150 vagas, que representam mais de 20% do total de
vagas dos cursos de interesse. Esse curso visa especializar os profissionais para desempenhar funções
relativas ao gerenciamento de questões ambientais, tanto no setor público quanto no privado. Também
capacita o estudante para a obtenção do Certificado de Auditor Ambiental – ISO 14001–2004 (Auditor
Interno), bem como para atuar em Perícia Judicial nessa área. Esse curso é mais antigo no estado, com
oferta iniciada em meados de 2010 por uma das faculdades; o número de egressos desde a data de criação
dos cursos é igual a 23, o que mostra que apesar de ser o mais proeminente em número de vagas, essas
não são preenchidas e não se formam alunos, anualmente, nestes cursos.
O segundo curso em vagas ofertadas é Análise Ambiental, com 100 vagas para futuros bacharéis
em duas instituições da modalidade presencial, o que representa pouco mais de 15% do total de vagas.
Uma das faculdades que tem esse curso disponível iniciou as atividades dele em 2016 e não possui
egressos; a outra, que tem o curso desde 2013, já formou 32 analistas ambientais. O curso é voltado para
profissionais que queiram dentro do sistema de licenciamento ambiental brasileiro, auxiliando, com
assessoramento e análise ambiental, nas tomadas de decisão relativas à intervenções de instituições
públicas e privadas.
No lado oposto, os cursos com menores disponibilidades de vagas são Direito Ambiental e
Geoprocessamento Ambiental. O primeiro só pode ser cursado em uma instituição, que oferece,
regularmente, 30 vagas para os interessados. Desde o início de suas atividades, em 2015, já são 22
egressos, o que mostra que esta é uma das pós-graduações de maior procura em Rondônia. Já o curso
de Geoprocessamento Ambiental, também oferecido por somente uma instituição, atua desde 2012,
ofertando 25 vagas em periodicidade eventual. Esse último é um curso gratuito ofertado pelo Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Rondônia (IFRO), o que leva a crer que apenas uma
turma desse curso foi constituída desde 2012, dado que são 25 egressos contabilizados no total.
276
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 3.50 - DISTRIBUIÇÃO DOS CURSOS DE INTERESSE E RESPECTIVAS VAGAS, EM INSTITUIÇÕES DE ENSINO
DE RONDÔNIA, POR MUNICÍPIO
Número de vagas*
Município Total
AA APA APGA DA ESA GA GeoA PA PADP ZEC
Ariquemes 60 - - - - - - - - - 60
Cacoal - - 50 - - - - - - - 50
Colorado do Oeste - - - - - - 25 - - - 25
Jaru 40 - - - - - - - - - 70
Ji-Paraná - - 50 - - - - - - - 50
Ouro Preto do
- - - - - - - - - 50 50
Oeste
Pimenta Bueno - - - - - - - - 50 - 50
Porto Velho - 50 50 - - 35 - 30 - 40 175
Rolim de Moura - - - - 50 - - - - - 50
Vilhena - 30 - 30 - - - - - - 60
TOTAL 100 80 150 30 50 35 25 30 50 90 640
* AA = Análise Ambiental; APA = Auditoria e Perícia Ambiental; APGA = Auditoria, Perícia e Gestão Ambiental; DA =
Direito Ambiental; ESA = Engenharia Sanitária e Ambiental; GA = Gestão Ambiental; GeoA = Geoprocessamento Ambiental;
PA = Perícia e Auditoria Ambiental; PADP = Perícia Ambiental e Desenvolvimento de Projetos; ZEC = Zoologia, Ecologia
e Conservação.
Fonte: MEC (2017).
Porto Velho concentra quase 30% das vagas dos cursos de interesse e, no município, dentre os
cursos elencados, pode-se encontrar turmas de: Auditoria e Perícia Ambiental; Auditoria, Perícia e
Gestão Ambiental; Gestão Ambiental; Perícia e Auditoria Ambiental; e Zoologia, Ecologia e
Conservação. O total de alunos formados nesses cursos, no município, é de 91, o que corresponde a 45%
do total dos pós-graduados rondonienses dos cursos de interesse.
Vilhena é o outro único município com mais de um curso de interesse sendo ofertado. Ali podem
ser acessadas turmas de Auditoria e Perícia Ambiental e Direito Ambiental. Este último, bastante
procurado, é oferecido apenas em Vilhena pela Faculdade da Amazônia (FAMA). O total de pós-
graduados, nesse município, é de 39 alunos, quase 20% do total.
Colorado do Oeste tem a única turma de Geoprocessamento Ambiental de Rondônia, curso que
é oferecido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (IFRO) e tem 22 egressos, 11%
do total dos pós-graduados nesses cursos considerados de interesse.
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PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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FIGURA 3.47 - INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OFERTAM VAGAS DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
CONSIDERADOS DE INTERESSE NA MODALIDADE PRESENCIAL EM RONDÔNIA
Fonte: Adaptado de MEC (2017).
Cursos*
Município
AA DA ESA EA EB EE EGPA
Alvorada d’Oeste X
Ariquemes X
Buritis X
Guajará-Mirim X
Jaru X
Ji-Paraná X
Pimenta Bueno X X
Porto Velho X X X X
São Francisco do Guaporé X
Vilhena X X X
* AA = Análise Ambiental; DA = Direito Ambiental; ESA = Engenharia Sanitária e Ambiental; EA = Ecologia Ambiental;
EB = Ecologia e Biodiversidade; EE = Ecologia Educacional; EGPA = Educação, Gestão, Perícia e Auditoria Ambiental.
Fonte: MEC (2017).
percebe-se que a oferta de cursos distintos é pequena. A maior parte dos municípios contam com apenas
um. Nesse cenário, destacam-se Porto Velho e Vilhena, sendo que, no primeiro, os alunos podem cursar
pós-graduações na área de Análise Ambiental, Engenharia Sanitária e Ambiental, Ecologia e
Biodiversidade e Ecologia, Gestão, Perícia e Auditoria Ambiental; enquanto no segundo, os alunos têm
à disposição Direito Ambiental, Educação Ambiental e Ecologia, Gestão, Perícia e Auditoria Ambiental.
Vilhena, inclusive, é o único município onde pode ser cursada a pós-graduação em Educação Ambiental
em Rondônia. Na FIGURA 3.48 é possível observar a distribuição desses polos de ensino semipresencial
no estado de Rondônia.
FIGURA 3.48.- INSTITUIÇÕES DE ENSINO QUE OFERTAM VAGAS DOS CURSOS DE PÓS-GRADUAÇÃO
CONSIDERADOS DE INTERESSE NA MODALIDADE SEMIPRESENCIAL EM RONDÔNIA
Fonte: Adaptado de MEC (2017).
Dentre os municípios que não contam com instituições em seus territórios, mas podem acessar
os polos de pós-graduação semipresencial, estão Alvorada d’Oeste, Buritis, Guajará-Mirim e São
Francisco do Guaporé. Os demais cursos listados na TABELA 3.51, além da modalidade semipresencial,
também contam com cursos presenciais.
279
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ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Enquanto grande parte do território rondoniense encontra-se sob tutela de normas restritivas que
visam à preservação de seus recursos naturais ou o seu uso sustentável, poucos são os programas e
projetos em andamento que conciliam conservação e cidadania. Embora exista o registro de várias
organizações não governamentais que atuam na área de EA, poucas são as ações de que se tem notícia
que são implementadas com sucesso.
A partir do exposto no presente relatório, é possível notar que os cursos relacionados ao meio
ambiente não são muito numerosos no estado, estando sua oferta concentrada na capital e nos municípios
mais populosos. A educação à distância pode se tornar uma ferramenta eficaz na ampliação do número
de alunos de cursos considerados de viés ambiental, porém, até o presente, ainda não foi capaz de
aumentar consideravelmente a oferta dessa área de conhecimento.
1 - Identificar os atores sociais atuantes na gestão dos recursos ambientais, com enfoque
prioritário nos usuários da água, caracterizando formas de organização, abrangência espacial, tipos de
atuação, capacidade de liderança e seu potencial, visando articulação e apoio a ações de
desenvolvimento para novos programas de educação ambiental voltados ao uso racional e à conservação
dos recursos hídricos.
4 - Mapear os principais atores sociais atuantes especificamente no que tange ao uso da água.
3.6.1 Metodologia
O mapeamento de atores e segmentos sociais estratégicos para a gestão dos recursos ambientais,
em especial dos recursos hídricos, no estado de Rondônia, foi realizado em três etapas: na primeira, com
base em pesquisa do IBGE de 2010 foi estimado o universo das instituições que atuam no estado de
Rondônia; na segunda, foi realizada uma ampla pesquisa na internet para identificar as instituições de
interesse para o estudo que foram organizadas em categorias; por último foi realizada uma seleção das
instituições consideradas estratégicas do ponto de vista deste estudo e que podem vir a participar dos
debates públicos do PERH-RO e de sua gestão quando aprovado.
281
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A partir de 2006 o IBGE aprimorou os critérios e faz a classificação por finalidade de uso, isto
é, por objetivo a que serve, mais apropriada do que por tipo de atividade econômica. Para isso usou a
classificação do COPNI (Classificação dos Objetivos das Instituições sem Fins Lucrativos ao Serviço
das Famílias) das Nações Unidas e organizou as instituições em 10 grupos e respectivos subgrupos,
como segue:
01.0 Habitação
2.1 Hospitais
6.0 Religião
10.8 Outras instituições privadas sem fins lucrativos não classificadas anteriormente.
A pesquisa FASFIL (2010) faz dois levantamentos um que identifica Fundações Privadas e
Associações sem Fins Lucrativos e outro, mais abrangente, que lista Entidades Privadas sem Fins
Lucrativos.
283
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TABELA 3.52 - ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS, SEGUNDO CLASSIFICAÇÃO DO COPNI E
RELEVÂNCIA PARA O ESTUDO DOS RECURSOS HÍDRICOS, NO ESTADO DE RONDÔNIA – 2010
Número de entidades
Categoria
Classificadas Relevantes
01 Habitação 1
Habitação 1
02 Saúde 18
Hospitais 2
Outros serviços de saúde 16
03 Cultura e recreação 189
Cultura e arte 40
Esportes e recreação 149
04 Educação e pesquisa 1 057
Educação infantil 10
Ensino fundamental 35
Ensino médio 20
Educação superior 11
Caixas escolares e similares 936
Estudos e pesquisas 13
Educação profissional 3
Outras formas de educação / ensino 29
05 Assistência social 144
Assistência social 144
06 Religião 691
Religião 691
07 Partidos Políticos, sindicatos, associações patronais e profissionais 1 042
Partidos políticos 35
Sindicatos, federações e confederações 182 182
Associações empresariais e patronais 37 37
Associações profissionais 204
Associações de produtores rurais 584 584
08 Meio ambiente e proteção animal 15
Meio ambiente e proteção animal 15 15
09 Desenvolvimento e defesa de direitos 135
Associação de moradores 35 35
Centros e associações comunitárias 47 47
Desenvolvimento rural 13 13
Emprego e treinamento 5
Defesa de direitos de grupos e minorias 25 25
Outras formas de desenvolvimento e defesa de direitos 10 10
10 Outras instituições privadas sem fins lucrativos 505
Condomínios 175
Cartórios 73
Sistema S 19
Entidade de mediação e arbitragem -
Comissão de conciliação prévia -
Conselhos, fundos e consórcios municipais 2 2
Cemitérios e funerárias 2
Outras instituições privadas sem fins lucrativos não especificadas anteriormente 234
TOTAL 3.797 950
Fonte: IBGE (2010).
A TABELA 3.52 permitiu uma referência numérica para a pesquisa realizada na etapa seguinte,
ou seja, identificado o total de entidades sem fins lucrativos e as potencialmente relevantes para este
trabalho, na base de dados do IBGE, o passo seguinte foi mapear as entidades existentes em Rondônia
nas áreas previamente classificadas.
284
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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• Portal da Transparência do Governo Federal: Neste portal foi realizada pesquisa para identificar
as instituições de Rondônia que celebraram convênios com instituições federais. Fonte:
http://www.portaltransparencia.gov.br/
• Sites especializados em temas da pesquisa: No site do Instituto Socioambiental foram levantadas
todas as entidades que atuam em áreas protegidas (terras indígenas e unidades de conservação).
Fontes: https://terrasindigenas.org.br/; https://uc.socioambiental.org/
• Pesquisa em bancos de dados institucionais: Foram utilizadas duas fontes: Trade Nosis, rede
mundial de negócios e empresas e Apontador, site de informações sobre serviços e facilidades
online. Em ambos pode-se buscar instituições, consumidores, clientes, fornecedores e
oportunidades de negócios. As empresas e instituições são identificadas com nome, endereço e
CNPJ. Fontes: http://trade.nosis.com/pthttp://www.apontador.com.br/
• Outras fontes: Pesquisa nos sites das instituições selecionadas e em referências de artigos,
estudos e pesquisas.
As instituições foram separadas por categorias, identificadas por nome e sigla (quando
existente), separadas por município ou unidade de conservação e listados os respectivos endereços;
telefone, e-mail e site foram anotados quando disponíveis.
Com o objetivo de expressar a realidade pesquisada, e para os fins deste estudo, a classificação
apresentada na TABELA 3.52 foi recategorizada em 18 grupos. A TABELA 3.53 e a FIGURA 3.49
apresentam a lista das categorias, quantidades e percentuais relativos ao total das instituições.
285
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Categoria Nº %
1 Associação Comercial/Empresarial 32 4,0
2 Associação de Moradores 47 5,9
3 Associação de Municípios 1 0,1
4 Associação de Produtores Rurais 93 11,7
5 Associação de Produtores Rurais em Assentamento 297 37,3
6 Associação/Cooperativa Indígena 34 4,3
7 Associação/Cooperativa Extrativista 39 4,9
8 Colônia/Associação de Pescadores 5 0,6
9 Comunidade Remanescente de Quilombo 9 1,1
10 Conselhos 4 0,5
11 Cooperativa, Associação e Sindicato de Garimpeiros e Mineradores 27 3,4
12 Cooperativa de Produtores Rurais 134 16,8
13 Escola Família Agrícola 4 0,5
14 Federação 9 1,1
15 Organização Não Governamental - ONG 43 5,4
16 Sindicato de Indústrias/Empresas 3 0,4
17 Sindicato de Trabalhadores 10 1,3
18 Sindicato Rural 6 0,8
TOTAL 797 100,0
Associação Comercial/Empresarial
1% 1%
0% Associação de Moradores
1%
1% 4% 0%
5% 6% Associação de Municípios
Associação/Cooperativa Extrativista
3% Colônia/Associação de Pescadores
1%
1% Comunidade Remanescente de Quilombo
5%
1%
4% 37% Conselhos
.
FIGURA 3.49 - NÚMERO DE INSTITUIÇÕES PESQUISADAS POR CATEGORIA E PARTICIPAÇÃO NO TOTAL, EM
RONDÔNIA, 2017
286
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TABELA 3.72 - LISTA DOS MAIORES CONSUMIDORES DE ÁGUA ENTRE 2010 E 2014 EM RONDÔNIA
Nome Município
1 Paulo Sérgio Jaconini Rolim de Moura
2 Kaefer Agro Industrial Ltda Espigão d’Oeste
3 José Owswaldo Delazari Espigão d’Oeste
4 José Claodiocir Cesca Porto Velho
5 Construtora Noberto Odebrecht S/A Porto Velho
6 Toshiba Sistemas de Transmissão Porto Velho
7 Campanhia de Águas e Esgoto de Rondônia Jaru
8 Residencial Vilhena Empreendimentos Imobiliários Vilhena
9 Ivo Souza de Lima Nova Brasilândia
10 Magrit Krueger Theobroma
11 Prefeitura Municipal de Espigão d’ Oeste Espigão d’ Oeste
12 Mauro Shigueo Yamagishai Ariquemes
13 Jones Sanguanini Alto Paraíso
14 Antônio Del Vecchio Ariquemes
15 Beatriz da Rosa Cacaulândia
16 Lemuel Soares Lenk Cacaulândia
17 Serviço Autônomo de Águas e Esgoto Vilhena
18 Prefeitura Municipal de Ariquemes Ariquemes
Este trabalho visa organizar informações sobre as emissoras de televisão e empresas rádios que
atuam no estado de Rondônia pois estes devem ser os meios de comunicação social mais importantes
para organizar uma campanha de divulgação para o Plano Estadual de Recursos Hídricos do Estado de
Rondônia.
As informações coletadas sobre esses meios de comunicação serão úteis para as empresas que
irão planejar e executar campanhas publicitárias e educativas e para os gestores que venham a contratar
estes serviços pois os dados coletados auxiliam no processo decisório.
3.7.1 Metodologia
Foram realizadas pesquisas na internet e contatos telefônicos com vistas a identificar a emissora
nacional, a emissora local (que pode atuar como retransmissora ou afiliada), o nome da empresa gestora,
qual canal ou canais veicula, a banda (ou bandas) de frequência que opera, a cobertura no estado de
Rondônia, e em qual município está situada. Informa ainda se as rádios são de propriedade das empresas
gestoras pesquisadas.
319
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Foram identificadas as empresas de rádio comerciais que possuem a melhor cobertura no estado,
sendo identificados o nome da rádio, a empresa gestora, a frequência (ou frequências) que opera, o
município sede da rádio, seguido de endereço e telefone.
Foram também identificadas as rádios comunitárias que atuam no estado, sendo identificados o
nome da rádio, a instituição gestora, a frequência (ou frequências) que opera, o município sede da rádio,
seguido de endereço e telefone. Não foi possível identificar as frequências e endereços completos de
todas as rádios comunitárias.
A emissora nacional GLOBO cobre 82% do estado, a maior cobertura dentre as emissoras
pesquisadas, sendo a emissora local a TV Rondônia. A empresa gestora é a Rede Amazônica de Rádio
e Televisão que também opera a CBN Amazônia em Guajará-Mirim (WIKIPÉDIA).
A segunda cobertura mais importante é da emissora nacional REDE TV! cobrindo 77% do
Estado e atuando como emissora local a REDE TV! Rondônia sendo a empresa gestora o Sistema
Gurgacz de Comunicação que inclui a TV Maira que transmite a emissora ESPORTE INTERATIVO,
dedicada somente ao esporte, cobrindo 7728% do Estado. O Sistema Gurgacz administra ainda a TV
TV Gazeta e as rádios Alvorada AM e a Rádio Globo FM (WIKIPÉDIA).
A emissora nacional SBT atua em Rondônia como emissora local nominada TV Allamanda cuja
empresa gestora é o Grupo Furtado de Comunicação, cobrindo 70% do estado. O Grupo administra
também a Clube Cidade FM (WIKIPÉDIA).
A emissora nacional BOAS NOVAS atua em Rondônia usando a mesma denominação nacional
sendo a instituição gestora a Fundação Evangélica Boas Novas e cobre 55% do estado. A Fundação
administra também a Rádio Boas Novas AM 660 (WINKIPÉDIA).
A emissora nacional BAND atua como emissora local TV Meridional que pertence à empresa
gestora Rede Meridional HDTV que cobre 50% do estado. A empresa gestora administra ainda as
seguintes rádios: Rede Meridional FM Jaru 91,1 MHz; Pimenta Bueno 93,5 MHz; Vilhena 91,3 MHz;
Colorado do Oeste 94,1 MHz (WIKIÉDIA).
A emissora nacional RIT usando a mesma denominação nacional sendo a instituição gestora a
Igreja Internacional da Graça e cobre 45% do estado (RIT TV).
320
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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Emissora nacional Nome emissora local Empresa/instituição gestora Tipo de sinal Cobertura (%)
GLOBO TV Rondônia Rede Amazônica Digital 82
REDE TV! Rede TV! Rondônia Sistema Gurgacz de Comunicação Digital 77
SBT TV Allamanda Grupo Furtado de Comunicação Digital 70
BOAS NOVAS Boas Novas Fundação Evangélica Boas Novas Digital 55
BAND TV Meridional Rede Meridional HDTV Digital 50
RIT RIT Igreja Internacional da Graça 45
REDE VIDA Rede Vida INBRAC REDEVIDA 40
RBN - Rede Brasil Norte de
TV MUNDIAL TV Mundial 36
Televisão Ltda.
Sistema Integrado de Comunicação
Independente TV Jornet /TV Meio Norte 35
Meio Norte
Sistema Imagem de Comunicação
RECORD TV Candelária 32
SIC TV
TV APARECIDA TV Aparecida Rede Aparecida de Comunicação 30
Comunidade Evangélica Sara Nossa
REDE GÊNESIS Rede Gênesis 30
Terra
ESPORTE
TV Maira Sistema Gurgacz de Comunicação 77
INTERATIVO
Rede Novo Tempo de
REDE TV Novo Tempo 25
Comunicação
AMAZON SAT AmazonSat Amazonas Distribuidora 100
321
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Nome
Emissora Empresa/instituição Tipo de
emissora Canal Banda Cobertura (%) Município Endereço Telefone Site Rádios
nacional gestora sinal
local
Av. Gov. Jorge CBN Amazônia
GLOBO TV Rondônia Rede Amazônica 4 VHF 82 Digital Porto Velho 69 3217-7000 http://redeglobo.globo.com/redeamazonica/
Teixeira, 546 (Guajará-Mirim)
Rede TV! Sistema Gurgacz de Av. Calama, Nº Alvorada AM;
REDE TV! 16 UHF 77 Digital Porto Velho 69 2182.3434 http://www.redetvro.com.br/redetv/
Rondônia Comunicação 2666 Rádio Globo FM
Sistema Gurgacz de Av. Calama, Nº
REDE TV! TV Gazeta 25 Digital Porto Velho 69 2182.3434 http://www.redetvro.com.br/redetv/
Comunicação 2666
Grupo Furtado de Rua da Alegria,
SBT TV Allamanda 13 VHF 70 Digital Porto Velho 69 3228 4000 http://www.sbt.com.br/tv/tvallamanda/ Clube Cidade FM
Comunicação 4494 - Floresta
Fundação Estrada dos
Rádio Boas
BOAS NOVAS Boas Novas Evangélica Boas 49 UHF 55 Rio de Janeiro Bandeirantes, 21 2112-6300 www.boasnovas.tv
Novas AM 660
Novas 5920 .
REDE
MERIDIONAL
FM Jarú 91,1
MHz; Pimenta
TV Rede Meridional Rua João
BAND 9 VHF 50 Digital Porto Velho 69 3224-5405 www.tvmeridional.com.br Bueno 93,5
Meridional HDTV Goulart, 1716
MHz; Vilhena
91,3 MHz;
Colorado do
Oeste 94,1 MHz.
Estrada dos
Bandeirantes,
Igreja Internacional
RIT RIT 46 UHF 45 Rio de Janeiro 1000 - 69 3223 -5578 www.rittv.com.br
da Graça
Taquara. Rio de
Janeiro
INBRAC 19 e Rua Traipu, 273
REDE VIDA Rede Vida UHF 40 São Paulo 11 2202-8432 http://redevida.com.br/tag/rondonia
REDEVIDA 20 - Perdizes
RBN - Rede Brasil Avenida Rio de
TV MUNDIAL TV Mundial Norte de Televisão 6 VHF 36 Porto Velho Janeiro, 4073 - https://www.impd.org.br/tv/
Ltda. Nova
Sistema Imagem de Av. Rio RADIO
RECORD TV Candelária Comunicação SIC 11 VHF 32 Porto Velho Madeira, nº 69 3219-9000 http://www.sictv.com.br/ PARECIS FM -
TV 2964 98,1 FM
Sistema Integrado de Av. Pinheiro
TV Jornet /TV
Independente Comunicação Meio 29 UHF 35 Porto Velho Machado, 4146 69 98421-9145 www.meionorte.com
Meio Norte
Norte - São Cristóvão
Avenida Doutor
TV Rede Aparecida de Júlio Prestes,
TV Aparecida 33 UHF 30 São Paulo 12 3104-1000 www.a12.com
APARECIDA Comunicação S/Nº - Ponte
Alta Aparecida
QMSW 4 Lote
Comunidade
REDE 7/8, Sudoeste
Rede Gênesis Evangélica Sara 54 UHF 30 Brasília 61 3035-9090 www.redegenesis.tv.br
GÊNESIS Brasília- Df
Nossa Terra
70680-400
322
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Nome
Emissora Empresa/instituição Tipo de
emissora Canal Banda Cobertura (%) Município Endereço Telefone Site Rádios
nacional gestora sinal
local
Rod. SP 66 Km
TV Novo Rede Novo Tempo
REDE 2 VHF 25 São Paulo 86 Nº 5876 12 21273000 http://novotempo.com/tv/
Tempo de Comunicação
Jacareí, SP
ESPORTE Sistema Gurgacz de Av. Calama, Nº
TV Maira 25 UHF 77 Porto Velho 69 2182.3434 http://www.redetvro.com.br/redetv/
INTERATIVO Comunicação 2666
Avenida André
AMAZON Amazonas 22 e
AmazonSat UHF 100 Manaus Araújo, 1555 - 92 81118653 www.amazonsat.com.br
SAT Distribuidora 23
Aleixo
323
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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A Rádio Rondônia da empresa Rádio Rondônia de Comunicação possui a maior rede no estado
com oito estações. A sede da empresa gestora é em Porto Velho. A segunda maior rádio do estado é a
Transamérica com quatro estações. A empresa gestora é a Transamérica Rondônia e está situada em
Porto Velho. As outras rádios FM são as seguintes: Rádio Rio Madeira FM; Rádio Cultura FM; Rádio
Aleluia FM e Deus é Amor FM. A Rádio Globo AM é ativa no estado (APONTADOR).
Associação Comunitária
Alto Alegre Rua Pres. Médici 3358, Cs,
ASDICPA de Rádio Difusão
dos Parecis Centro,
Chapada dos Parecis
Associação Comunitária
RADIO FM PIMENTA Rua Pres. Kennedy 192,
de Rádio em Pimenta 87,9 FM Pimenta Bueno
BUENO Centro,
Bueno
Associação Comunitária
Rua dos Imigrantes S/N,
A.C.R.U.B. de Radiodifusão União Porto Velho
União Bandeirantes
Bandeirantes
Associação Rádio
RADIO VERDE Travessa Claudine de
Comunitária Educativa 87,9 FM Ariquemes 69 32382112
AMAZÔNIA Almeida, 3581
Verde Amazônia FM
A rádio ASDICPA é administrada pela Associação Comunitária de Rádio Difusão Chapada dos
Parecis-ASDICPA e está sediada no município de Alto Alegre dos Parecis. A Rádio Pimenta Bueno é
324
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
administrada pela Associação Comunitária de Rádio em Pimenta Bueno e está situada na cidade
homônima.
Para estimativa das demandas futuras de água nas bacias hidrográficas do estado de Rondônia
apresentam-se 3 cenários alternativos, a saber: i.) Cenário Inercial, que assume a hipótese de que as
tendências de uso da água no presente serão mantidas no futuro; ii.) Cenário Incremental, estruturado a
partir da articulação da previsão de novos investimentos e do planejamento municipal e iii.) Cenário
Setorial, que incorporou procedimentos relevantes e o uso de base georreferenciada de dados, alocando-
se com maior precisão as demandas dos recursos hídricos.
O Cenário Setorial foi construído a partir das taxas de crescimento observadas nos dados
censitários para cada setor de uso da água, conforme metodologia do projeto “Estudos de Estimativa de
Demandas e Usos Consuntivos da Água”4 executado pela empresa RHA Engenharia e Consultoria SS
Ltda., contratado pela Agência Nacional de Águas (ANA), e mediante aplicação da ferramenta
computacional denominada AGUA – Aplicativo Georreferenciado dos Usos da Água. A metodologia
do referido projeto foi detalhada no Relatório de Etapa 01 (RE 01).
4Contrato 036/ANA/2014 - Estudo de Estimativa de Demandas e Usos Consuntivos da Água Para o País. Realização: Agência
Nacional de Águas. Execução: RHA Engenharia e Consultoria SS Ltda.
325
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Os resultados das demandas hídricas futuras para cada cenário considerado consistiram na
aplicação das taxas de crescimento estimadas para cada categoria de uso da água sobre as demandas
hídricas atuais, obtidas no capítulo 6. “Diagnóstico das Demandas e Variabilidades Hídricas” do RE 01.
Ainda, a partir das demandas futuras e considerando-se a disponibilidade hídrica em cada UHG foram
gerados os respectivos balanços com auxílio do AcquaNet, com a identificação das regiões com déficit
hídrico e comprometimento da qualidade da água.
Para a projeção dos cenários relativos à qualidade da água foi utilizada a metodologia adotada
no Capítulo 4.5 “Qualidade da Água Superficial” do RE 01, referente à carga poluidora proveniente dos
efluentes domésticos, da pecuária e agricultura para cada município do estado de Rondônia. As
projeções para os diferentes horizontes foram realizadas com base nas taxas de crescimento das variáveis
população total, rebanho e área plantada, obtidas para cada cenário considerado. Dessa forma, para os 3
cenários foram obtidas projeções da carga poluidora de origem doméstica, animal e da agricultura.
Os horizontes temporais neste processo de planejamento foram definidos como: 05 anos, para o
curto prazo; 10 anos, para o médio prazo e 20 anos, para longo prazo. Conforme apresentado no RE 01,
o ano-base de 2016 foi definido para a representação da situação atual. Dessa maneira, os resultados das
demandas hídricas para os cenários do PERH/RO correspondem aos anos 2021, 2026 e 2036.
326
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
consuntivos para cada tipo de uso considerado, segundo resultados das demandas para o ano de 2013, o
último para o qual se dispunha de dados observados.
A taxa de crescimento acumulada e a taxa média anual equivalente foram determinadas pelas
seguintes expressões:
(𝑸𝟐𝟎𝟏𝟑 −𝑸𝟐𝟎𝟎𝟑 )
𝑰= (Equação 4.1)
𝑸𝟐𝟎𝟎𝟑
1⁄
𝑖 = (1 + 𝐼) 10 −1 (Equação 4.2)
Em que:
Cabe salientar que a extensão temporal utilizada na determinação das tendências retrocedeu em
média 10 anos ao ano de 2013 (2003-2013), projetando-se anualmente as demandas hídricas até 2036.
Entretanto, o retrocesso adotado em alguns casos específicos variou em função da disponibilidade de
dados segundo o tipo de uso consuntivo considerado e também visando preservar as características atuais
de cada uso e município. Ressalta-se, ainda, que a consideração de dados de períodos mais extensos em
direção ao passado levaria a distorções nas projeções que estariam baseadas em condições econômicas
e territoriais que não são características do presente.
A TABELA 4.1 apresenta, para o Cenário Inercial, as vazões de retirada para todas as categorias
de uso da água e horizontes de planejamento considerados.
TABELA 4.1 – VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O CENÁRIO INERCIAL
Vazões (m³/s)
Uso
2021 2026 2036
Abastecimento humano urbano 7,23 8,53 12,13
Abastecimento humano rural 0,51 0,51 0,55
Dessedentação animal 10,04 12,30 20,74
Indústria 1,81 2,68 7,06
Usinas Termelétricas 0,97 0,75 0,44
Mineração 0,07 0,19 3,41
Irrigação 2,03 2,32 3,49
Evaporação líquida de reservatórios -7,93 -9,91 -15,49
327
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.2 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO INERCIAL POR UHG EM 2021
Alto Rio Madeira 0,32 0,04 1,36 0,02 0,00 0,00 0,04 -1,86
Margem Esquerda do Rio
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,46
Rio Madeira Madeira
Médio Rio Madeira 2,64 0,00 0,07 0,18 0,00 0,00 0,02 -1,57
Baixo Rio Madeira 0,11 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00
Alto Rio Machado 0,38 0,02 0,46 0,21 0,00 0,01 0,11 -0,51
Médio Rio Machado 1,40 0,11 1,91 0,66 0,00 0,01 0,77 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,33 0,08 1,22 0,25 0,00 0,00 0,08 0,00
Baixo Rio Machado 0,08 0,02 0,21 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,13
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,48 0,03 0,73 0,14 0,00 0,00 0,02 -0,05
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,44 0,04 0,97 0,07 0,97 0,02 0,06 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,03 0,01 0,09 0,01 0,00 0,00 0,01 -3,27
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,10 0,02 0,36 0,03 0,00 0,00 0,47 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,15 0,05 1,17 0,17 0,00 0,00 0,10 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,02 0,29 0,00 0,00 0,00 0,02 -0,01
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,05 0,02 0,45 0,01 0,00 0,00 0,22 -0,05
Alto Rio Guaporé 0,10 0,01 0,37 0,02 0,00 0,00 0,03 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,26 0,01 0,12 0,01 0,00 0,00 0,05 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,32 0,01 0,20 0,02 0,00 0,00 0,05 0,00
328
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.3 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO INERCIAL POR UHG EM 2026
Abastecimento Abastecimento Dessedentação
Sub-Bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporação
humano urbano humano rural animal
Alto Rio Madeira 0,39 0,05 2,05 0,03 0,00 0,01 0,04 -2,32
Margem Esquerda do Rio
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,57
Rio Madeira Madeira
Médio Rio Madeira 3,20 0,00 0,09 0,20 0,00 0,01 0,01 -1,96
Baixo Rio Madeira 0,14 0,00 0,02 0,01 0,00 0,02 0,00 0,00
Alto Rio Machado 0,45 0,03 0,48 0,27 0,00 0,03 0,15 -0,64
Médio Rio Machado 1,55 0,10 1,94 0,94 0,00 0,05 0,84 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,38 0,08 1,31 0,40 0,00 0,00 0,07 0,00
Baixo Rio Machado 0,14 0,02 0,30 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,16
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,06 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,56 0,03 0,82 0,19 0,00 0,00 0,02 -0,06
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,53 0,05 1,38 0,12 0,75 0,06 0,06 -0,03
Baixo Rio Jamari 0,03 0,01 0,10 0,01 0,00 0,00 0,01 -4,09
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,12 0,02 0,38 0,05 0,00 0,00 0,52 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,17 0,05 1,74 0,38 0,00 0,00 0,10 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,01 0,31 0,00 0,00 0,00 0,02 -0,01
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,06 0,02 0,52 0,01 0,00 0,00 0,28 -0,06
Alto Rio Guaporé 0,10 0,01 0,39 0,03 0,00 0,00 0,04 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,29 0,01 0,14 0,02 0,00 0,00 0,11 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,39 0,01 0,27 0,02 0,00 0,00 0,04 0,00
329
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.4 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO INERCIAL POR UHG EM 2036
Abastecimento Abastecimento Dessedentação
Sub-Bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporação
humano urbano humano rural animal
Alto Rio Madeira 0,61 0,05 4,80 0,06 0,00 0,03 0,04 -3,62
Margem Esquerda do Rio
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,06 0,00 -0,89
Rio Madeira Madeira
Médio Rio Madeira 4,73 0,00 0,16 0,26 0,00 0,02 0,01 -3,07
Baixo Rio Madeira 0,20 0,00 0,04 0,01 0,00 0,07 0,00 0,00
Alto Rio Machado 0,65 0,04 0,52 0,53 0,00 0,18 0,34 -1,00
Médio Rio Machado 1,88 0,09 2,04 2,03 0,00 2,34 1,07 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,50 0,08 1,58 1,01 0,00 0,01 0,05 0,00
Baixo Rio Machado 0,45 0,03 0,64 0,00 0,00 0,01 0,01 -0,25
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,08 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,01
Margem Direita Rio Jamari 0,78 0,03 1,08 0,46 0,00 0,01 0,03 -0,09
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,76 0,05 2,90 0,38 0,44 0,38 0,07 -0,04
Baixo Rio Jamari 0,04 0,01 0,14 0,06 0,00 0,00 0,03 -6,39
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,18 0,02 0,41 0,26 0,00 0,00 0,69 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,21 0,07 4,18 1,83 0,00 0,31 0,13 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,01 0,34 0,00 0,00 0,00 0,03 -0,01
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,07 0,02 0,67 0,02 0,00 0,00 0,46 -0,10
Alto Rio Guaporé 0,10 0,01 0,43 0,04 0,00 0,00 0,07 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,36 0,02 0,24 0,06 0,00 0,00 0,43 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,58 0,01 0,48 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00
330
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
As metodologias de cálculo das cargas poluidoras e os valores de carga unitária (per capita, por
cabeça animal e por hectare) adotados foram apresentados no RE 01. Os resultados são ilustrados no
MAPA 4 em anexo.
Ainda como parte do prognóstico da qualidade da água foram analisadas e projetadas as cargas
de DBO, fósforo e nitrogênio das outorgas de lançamento de efluentes fornecidas pela SEDAM, de
modo a complementar a estimativa realizada em termos de fontes de poluição. Para as projeções foram
utilizadas as mesmas taxas de crescimento estimadas na demanda hídrica para cada horizonte, UHG e
setor. Os resultados são apresentados na TABELA 4.5.
TABELA 4.5 – PROJEÇÃO DA CARGA POLUIDORA COM BASE NAS OUTORGAS NO CENÁRIO INERCIAL
331
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Por fim, realizou-se uma projeção dos quantitativos de resíduos sólidos, considerando seus
impactos indiretos sobre a qualidade da água, com base nas quantidades atuais de resíduos por tipo e
nas taxas de crescimento dos setores populacional e industrial. A TABELA 4.6 apresenta os resultados.
Com este objetivo foram selecionados os principais planos regionais e municipais com
influência no planejamento dos recursos hídricos.
332
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
O Cenário Incremental do PERH/RO buscou sintetizar os planos que reúnem esta ideia,
destacando as principais contribuições dos mesmos às tendências de incremento de polarização do
estado e municípios.
O Plano Amazônia Sustentável (PAS), foi consolidado em 2008, sob coordenação no Ministério
do Meio Ambiente (MMA), visando promover na região um desenvolvimento fundamentado na
valorização do patrimônio natural, com suporte de infraestrutura e tecnologia, aumentando a qualidade
de vida da população, sem prejuízo à conservação da biodiversidade.
Para o estado de Rondônia, além do conjunto geral de estratégias que abrangem a totalidade da
Amazônia, as diretrizes específicas do PAS envolvem a estruturação da cadeia produtiva de laticínios.
O MacroZEE estabelece estratégias de ocupação e uso do território, por macrozona, não apenas
visando replicar a intenção nacional na escala regional, mas também buscando a otimização
interestadual de instrumentos de planejamento e gestão e complementariedade entre sistemas e cadeias
produtivos.
5As áreas com povoamentos consolidados, configurados por ocupações descontínuas, populações móveis e fluxos passíveis de
sobreposição.
334
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
promover melhor qualidade de vida à população; Áreas Críticas, que necessitam de técnicas de manejo
especiais para o seu uso; e as Áreas de Projetos Especiais, destinadas a fornecer subsídios técnico-
científicos ao desenvolvimento, permanecendo protegidas (terras indígenas, unidades de conservação,
sítios arqueológicos, e demais áreas já institucionalizadas).
• Zonas de consolidação: áreas com média a alta potencialidade socioeconômica, sem conflito
entre as atividades praticadas e à aptidão natural da região, entretanto com impossibilidades de
expansão física em função de condicionantes ambientais das áreas adjacentes.
• Zonas de expansão: áreas com elevada estabilidade natural e baixa potencialidade
socioeconômica, destinadas a futuros planos de ocupação.
• Zonas de recuperação: áreas que sofreram alterações inadequadas à sua aptidão natural,
necessitando de medidas de resgate da qualidade ambiental.
• Zonas de conservação: áreas protegidas legalmente em função da qualidade das suas
características naturais ou populações tradicionais.
As áreas situadas no Brasil reúnem zonas das quatro tipologias. A TABELA 4.8 sintetiza as
diretrizes gerais para o conjunto delas, por bacia hidrográfica.
TABELA 4.8 – DIRETRIZES DAS ÁREAS DE GESTÃO TERRITORIAL PARA AS BACIAS BRASILEIRAS DO ZEE BRASIL-
BOLÍVIA
335
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
As Zonas do ZEES e suas subdivisões foram condicionantes para a proposta de delimitação das
Unidades Hidrográficas de Gestão do PERH/RO, incorporando ao planejamento dos recursos hídricos
as particularidades físico-ambientais do estado, assim como as diretrizes de desenvolvimento
socioeconômico.
4.2.1.5 Plano Estratégico de Recursos Hídricos da Bacia Amazônica - Afluentes da Margem direita
(PMDA)
As pesquisas foram realizadas nos sites oficiais das prefeituras dos 52 municípios de Rondônia
e complementadas pela base de dados recebida da SEDAM.
338
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Entre os municípios do estado, 25 não disponibilizam Planos Diretores em suas páginas oficiais.
Entre estes, apenas um possui obrigatoriedade de elaboração, por possuir mais de 20 mil habitantes
(exigência da Lei nº 10.257/2001).
Apenas um dos planos vigentes é anterior à elaboração do ZEES. Entretanto, sete já estão há
mais de dez anos sem revisão (TABELA 4.12).
340
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Ressalta-se que o Plano Estadual de Resíduos Sólidos do Estado está em processo de licitação,
indicando um potencial de melhoria geral nas condições de coleta e tratamento do lixo nos municípios
de Rondônia.
4.2.3 Tendências de Incremento de Polarização no Cenário Incremental
As tendências de incremento de polarização foram estimadas a partir da mesma estrutura que
diagnosticou a intensidade dos polos atuais no RE 01. Assim, as estimativas de incremento resgatam
quatro componentes:
Neste contexto, a TABELA 4.14, resumindo a leitura dos Planos Regionais, apresenta o perfil
tendencial dos investimentos que devem direcionar o desenvolvimento dos Componentes de Polarização
no Estado.
341
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Componentes
Concentração Populacional Pluralidade Econômica Oportunidade Conectividade
Cadeia produtiva de soja e
Agricultura familiar
expansão das lavouras de café
Infraestrutura urbana Linhas de créditos Consolidação de hidrovias e
Ampliação do setor mineral
(pavimentação, iluminação, Desenvolvimento de APL instalação de novos portos
Expansão da pecuária
revitalização, equipamentos Cadeias de produtos da Ampliação de aeroportos
Agroindústria
públicos, etc.) sóciobiodiversidade Conexões e pavimentações
Zonas industriais e de
Habitação social Economia criativa viárias
exportação
Regularização fundiária Regularização fundiária rural Novas conexões por
Piscicultura e pesca esportiva
urbana Fomento da educação, saúde e ferrovia
Florestas plantadas
segurança
Turismo (ecoturismo)
Fonte: Planos regionais.
Quando os Planos Regionais propuseram intervenções específicas aos municípios, estas foram
incorporadas no incremento dos componentes de polarização das respectivas localidades. De forma
complementar, foram consideradas as previsões de investimento do Governo do Estado e das Prefeituras
Municipais noticiadas em páginas institucionais, mas ainda não consolidadas em documentos oficiais.
Além de propostas e projetos, investimentos realizados recentemente (2012 a 2015) também foram
incorporados, quando seus impactos foram considerados futuros.
Para cada temática que apresentou um dos investimentos considerados na TABELA 4.15, foi
atribuído o valor 1,0. O incremento de cada componente – todos com o mesmo peso - é resultado da
342
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
média aritmética entre as temáticas que o compõe, ou seja, os valores de incremento por componente
variam de 0 a 1,0.
O incremento de polarização foi obtido pela soma dos valores incrementais dos componentes.
Assim, o potencial de incremento para cada município variou entre 0 a 4 (baixo 0 a 1,0; médio baixo
1,1 a 2,0; médio alta 2,1 a 3; alto 3,1 a 4).
O resultado foi alto para Porto Velho e Guajará-Mirim. Tendências de incremento média alta
foram apontadas para oito cidades (15%) e média baixa para 19 (37%) (TABELA 4.16).
Tendência de incremento
Município Componente Componente
Componente Componente
concentração pluralidade Polarização
oportunidade Conectividade
populacional econômica
Alta Floresta d’Oeste 0,5 0,3 0,7 0,3 1,8 Média baixa
Alto Alegre dos
0,0 0,3 0,2 0,3 0,8 Baixa
Parecis
Alto Paraíso 0,5 0,0 0,2 0,0 0,7 Baixa
Alvorada d’Oeste 0,5 0,0 0,5 0,0 1,0 Baixa
Ariquemes 0,5 1,0 0,7 0,5 2,7 Média alta
Buritis 1,0 0,7 0,7 0,0 2,3 Média alta
Cabixi 0,5 0,3 0,0 0,5 1,3 Média baixa
Cacaulândia 0,0 0,3 0,5 0,0 0,8 Baixa
Cacoal 0,5 0,7 0,5 0,5 2,2 Média alta
Campo Novo de
1,0 0,0 0,5 0,0 1,5 Média baixa
Rondônia
Candeias do Jamari 1,0 0,3 0,7 0,0 2,0 Média baixa
Castanheiras 0,5 0,0 0,2 0,0 0,7 Baixa
Cerejeiras 0,5 0,3 0,5 0,5 1,8 Média baixa
Chupinguaia 0,5 0,0 0,2 0,0 0,7 Baixa
Colorado do Oeste 0,0 0,0 0,2 0,0 0,2 Baixa
Corumbiara 0,0 0,3 0,2 0,3 0,8 Baixa
Costa Marques 1,0 0,7 0,3 1,0 3,0 Média alta
Cujubim 1,0 0,3 0,2 0,0 1,5 Média baixa
Espigão d’Oeste 0,5 0,0 0,5 0,0 1,0 Baixa
Governador Jorge
0,5 0,0 0,0 0,0 0,5 Baixa
Teixeira
Guajará-Mirim 1,0 1,0 1,0 1,0 4,0 Alta
Itapuã do Oeste 0,5 0,3 0,5 0,0 1,3 Média baixa
Jaru 0,5 0,3 0,5 0,0 1,3 Média baixa
Ji-Paraná 0,5 0,7 0,8 0,3 2,3 Média alta
343
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Tendência de incremento
Município Componente Componente
Componente Componente
concentração pluralidade Polarização
oportunidade Conectividade
populacional econômica
Machadinho d’Oeste 0,5 0,7 0,0 0,0 1,2 Média baixa
Ministro Andreazza 0,0 0,0 0,2 0,0 0,2 Baixa
Mirante da Serra 0,5 0,0 0,7 0,0 1,2 Média baixa
Monte Negro 0,5 0,0 0,0 0,0 0,5 Baixa
Nova Brasilândia
0,5 0,0 0,7 0,0 1,2 Média baixa
d’Oeste
Nova Mamoré 1,0 0,3 0,7 0,0 2,0 Média baixa
Nova União 0,0 0,0 0,7 0,0 0,7 Baixa
Novo Horizonte do
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Baixa
Oeste
Ouro Preto do Oeste 0,5 1,0 0,2 0,0 1,7 Média baixa
Parecis 0,5 0,0 0,0 0,0 0,5 Baixa
Pimenta Bueno 0,5 1,0 0,7 0,3 2,4 Média alta
Pimenteiras do Oeste 0,5 0,3 0,0 0,5 1,3 Média baixa
Porto Velho 1,0 1,0 0,8 1,0 3,8 Alta
Presidente Médici 0,5 0,3 0,2 0,0 1,0 Baixa
Primavera de
0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Baixa
Rondônia
Rio Crespo 0,5 0,3 0,5 0,0 1,3 Média baixa
Rolim de Moura 0,5 0,3 0,8 0,5 2,2 Média alta
Santa Luzia d’Oeste 0,5 0,0 0,5 0,3 1,3 Média baixa
São Felipe d`Oeste 0,0 0,0 0,2 0,3 0,4 Baixa
São Francisco do
0,5 0,0 0,8 0,0 1,3 Média baixa
Guaporé
São Miguel do
0,5 0,0 0,7 0,0 1,2 Média baixa
Guaporé
Seringueiras 0,5 0,0 0,7 0,0 1,2 Média baixa
Teixeirópolis 0,5 0,0 0,2 0,0 0,7 Baixa
Theobroma 0,0 0,0 0,2 0,3 0,4 Baixa
Urupá 0,5 0,0 0,0 0,3 0,8 Baixa
Vale do Anari 0,5 0,0 0,2 0,0 0,7 Baixa
Vale do Paraíso 0,0 0,0 0,0 0,0 0,0 Baixa
Vilhena 0,5 1,0 0,7 0,5 2,7 Média alta
344
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.18 – PREVISÃO DE EVOULUÇÃO DAS TAXAS DE DEMANDAS HÍDRICAS NO CENÁRIO INCREMENTAL
Abastecimento Abastecimento
Dessedentação
Município humano humano Indústria Mineração Irrigação Reservatório
animal
(urbano) (rural)
Alta Floresta d'Oeste Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Alto Alegre dos Parecis Baixa Inercial Inercial Baixa Inercial Inercial Inercial
Alto Paraíso Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Alvorada d'Oeste Inercial Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Ariquemes Baixa Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
Buritis Alta Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
Cabixi Alta Alta Alta Alta Inercial Alta Inercial
Cacaulândia Alta Inercial Inercial Baixa Inercial Inercial Inercial
Cacoal Baixa Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
Campo Novo de Rondônia Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Candeias do Jamari Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Castanheiras Alta Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
Cerejeiras Inercial Alta Alta Alta Inercial Alta Inercial
Chupinguaia Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Colorado do Oeste Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Corumbiara Inercial Alta Alta Alta Inercial Alta Inercial
Costa Marques Alta Alta Alta Alta Inercial Alta Inercial
Cujubim Baixa Alta Alta Inercial Inercial Alta Inercial
Espigão d'Oeste Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Governador Jorge Teixeira Inercial Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Guajará-Mirim Alta Alta Alta Inercial Inercial Alta Inercial
Itapuã do Oeste Alta Baixa Baixa Inercial Inercial Baixa Inercial
Jaru Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Ji-Paraná Baixa Inercial Inercial Baixa Inercial Inercial Inercial
Machadinho d'Oeste Baixa Inercial Inercial Alta Alta Inercial Inercial
Ministro Andreazza Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Mirante da Serra Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Monte Negro Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Nova Brasilândia d'Oeste Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Nova Mamoré Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Nova União Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Novo Horizonte do Oeste Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Ouro Preto do Oeste Baixa Inercial Inercial Baixa Inercial Inercial Inercial
Parecis Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
Pimenta Bueno Baixa Inercial Inercial Baixa Inercial Inercial Inercial
Pimenteiras do Oeste Alta Baixa Baixa Inercial Inercial Baixa Inercial
Porto Velho Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
Presidente Médici Inercial Baixa Baixa Inercial Alta Baixa Inercial
Primavera de Rondônia Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Rio Crespo Alta Inercial Inercial Baixa Inercial Inercial Inercial
Rolim de Moura Baixa Alta Alta Alta Inercial Alta Inercial
Santa Luzia d'Oeste Alta Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
São Felipe d'Oeste Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial Inercial
São Francisco do Guaporé Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
São Miguel do Guaporé Inercial Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Seringueiras Alta Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
Teixeirópolis Baixa Baixa Baixa Baixa Inercial Baixa Inercial
345
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Abastecimento Abastecimento
Dessedentação
Município humano humano Indústria Mineração Irrigação Reservatório
animal
(urbano) (rural)
Cabe ressaltar o retrocesso médio foi de 10 anos (2003-2013), porém em alguns casos
específicos essa extensão variou em função da disponibilidade de dados segundo o tipo de uso
consuntivo considerado e também visando preservar as características atuais de cada uso e município,
evitando resultados incoerentes.
TABELA 4.19 – VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O CENÁRIO INCREMENTAL
Vazões (m³/s)
Uso
2021 2026 2036
Abastecimento humano urbano 6,53 7,47 10,89
Abastecimento humano rural 0,56 0,65 1,55
Dessedentação animal 8,19 9,75 23,17
Indústria 1,20 1,64 6,64
Usinas Termelétricas 1,48 1,48 1,48
Mineração 0,10 0,20 2,49
Irrigação 1,42 1,61 4,59
Evaporação líquida de reservatórios -6,53 -7,23 -8,85
346
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.20 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO INCREMENTAL POR UHG EM 2021
Abastecimento Abastecimento Dessedentação
Sub-bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporação
humano urbano humano rural animal
Alto Rio Madeira 0,33 0,04 0,91 0,02 0,00 0,00 0,04 -1,53
Margem Esquerda do Rio Madeira 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,38
Rio Madeira
Médio Rio Madeira 2,30 0,00 0,05 0,18 0,00 0,00 0,02 -1,29
Baixo Rio Madeira 0,10 0,00 0,01 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00
Alto Rio Machado 0,32 0,13 0,41 0,09 0,00 0,00 0,04 -0,42
Médio Rio Machado 1,18 0,10 1,52 0,53 0,00 0,01 0,61 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,24 0,07 0,89 0,14 0,00 0,00 0,06 0,00
Baixo Rio Machado 0,04 0,03 0,38 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,10
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,03 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,33 0,02 0,59 0,08 0,00 0,00 0,02 -0,04
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,54 0,03 0,66 0,04 1,48 0,03 0,04 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,04 0,00 0,05 0,01 0,00 0,00 0,00 -2,69
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,07 0,02 0,29 0,02 0,00 0,00 0,28 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,24 0,04 1,03 0,02 0,00 0,00 0,05 0,00
Médio Rio Guaporé 0,01 0,02 0,34 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,07 0,02 0,35 0,00 0,00 0,00 0,09 -0,04
Alto Rio Guaporé 0,08 0,01 0,35 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,35 0,01 0,17 0,01 0,00 0,00 0,05 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,28 0,01 0,16 0,02 0,00 0,00 0,05 0,00
347
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.21 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO INCREMENTAL POR UHG EM 2026
Abastecimento Abastecimento Abastecimento
Sub-Bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporação
Humano Urbano Humano Rural Animal
Alto Rio Madeira 0,45 0,03 1,08 0,02 0,00 0,01 0,03 -1,69
Margem Esquerda do Rio Madeira 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,01 0,00 -0,42
Rio Madeira
Médio Rio Madeira 2,57 0,00 0,06 0,21 0,00 0,00 0,02 -1,43
Baixo Rio Madeira 0,11 0,00 0,02 0,01 0,00 0,01 0,00 0,00
Alto Rio Machado 0,35 0,19 0,39 0,07 0,00 0,01 0,03 -0,47
Médio Rio Machado 1,18 0,08 1,39 0,77 0,00 0,04 0,71 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,23 0,08 0,82 0,19 0,00 0,00 0,07 0,00
Baixo Rio Machado 0,05 0,05 0,86 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,11
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,32 0,02 0,61 0,08 0,00 0,00 0,02 -0,04
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,76 0,03 0,74 0,04 1,48 0,10 0,03 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,06 0,00 0,04 0,02 0,00 0,00 0,00 -2,98
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,07 0,01 0,26 0,02 0,00 0,00 0,25 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,37 0,06 1,89 0,03 0,00 0,00 0,05 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,02 0,40 0,05 0,00 0,00 0,04 -0,01
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,08 0,02 0,35 0,00 0,00 0,00 0,09 -0,05
Alto Rio Guaporé 0,07 0,01 0,36 0,09 0,00 0,00 0,10 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,47 0,02 0,27 0,01 0,00 0,00 0,11 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,32 0,01 0,19 0,03 0,00 0,00 0,04 0,00
348
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.22 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO INCREMENTAL POR UHG EM 2036
Abastecimento Abastecimento Abastecimento
Sub-Bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporacao
Humano Urbano Humano Rural Animal
Alto Rio Madeira 0,91 0,03 1,52 0,02 0,00 0,02 0,03 -2,07
Margem Esquerda do Rio Madeira 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,04 0,00 -0,51
Rio Madeira
Médio Rio Madeira 3,21 0,00 0,09 0,28 0,00 0,01 0,01 -1,75
Baixo Rio Madeira 0,14 0,00 0,02 0,01 0,00 0,04 0,00 0,00
Alto Rio Machado 0,49 0,32 0,39 0,05 0,00 0,02 0,02 -0,57
Médio Rio Machado 1,26 0,07 1,23 2,15 0,00 0,86 1,76 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,22 0,18 0,78 0,75 0,00 0,02 0,29 0,00
Baixo Rio Machado 0,06 0,20 4,78 0,02 0,00 0,00 0,08 -0,14
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,02 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,29 0,04 0,89 0,07 0,00 0,00 0,06 -0,05
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 1,72 0,03 1,00 0,06 1,48 1,18 0,03 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,14 0,00 0,03 0,15 0,00 0,00 0,00 -3,65
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,07 0,01 0,22 0,01 0,00 0,00 0,19 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,92 0,17 9,88 0,64 0,00 0,31 0,12 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,02 0,57 0,67 0,00 0,00 0,18 -0,01
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,14 0,02 0,37 0,00 0,00 0,00 0,12 -0,06
Alto Rio Guaporé 0,06 0,01 0,44 1,68 0,00 0,00 1,22 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,86 0,03 0,67 0,02 0,00 0,00 0,43 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,39 0,00 0,25 0,03 0,00 0,00 0,03 0,00
349
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
350
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A mesma metodologia de determinação das taxas aplicadas às demandas hídricas para o Cenário
Incremental foi reproduzida apenas para a estimativa da carga poluidora de origem doméstica, uma vez
que esta era a única categoria para a qual se dispunha de dados de 2003-2013, permitindo o ordenamento
das taxas e determinação de taxas médias altas, médias e baixas. Adicionalmente, apenas para esta
categoria a previsão de evolução da qualidade da água foi considerada, alterando-se a eficiência de
remoção de carga de 50% para 70% (VON SPERLING, 2005) para os municípios que apresentaram
incremento na qualidade, assumindo que nesses casos haverá a implantação de um sistema de tratamento
de esgotos do tipo intermediário, tal como como lagoas ou reatores anaeróbios. Na ausência de séries
temporais que pudessem subsidiar a mesma metodologia para a estimativa da carga poluidora de origem
agropecuária, adotou-se para essas categorias os mesmos valores obtidos para o Cenário Inercial.
TABELA 4.24 - PROJEÇÃO DA CARGA POLUIDORA COM BASE NAS OUTORGAS NO CENÁRIO INCREMENTAL
351
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Indústria 14,8 1,0 4,1 30,7 2,1 8,5 608,6 41,7 169,5
Consumo
7,0 0,2 0,1 14,6 0,5 0,2 289,4 9,2 4,1
Médio Rio Madeira humano
Esg. sanitário 19557,1 12,1 2,3 40551,8 25,2 4,8 804978,0 499,6 96,1
Esg. sanitário 3,2 3,2 3,2 6,6 6,6 6,6 130,4 130,4 130,4
Rio Jaru
Indústria 31,2 0,1 0,1 64,8 0,1 0,2 1285,7 2,9 3,6
Rio Mamoré Esg. sanitário 0,3 0,0 0,0 0,7 0,0 0,0 13,5 0,3 0,3
Por fim, realizou-se uma projeção dos quantitativos de resíduos sólidos, considerando seus
impactos indiretos sobre a qualidade da água, com base nas quantidades atuais de resíduos por tipo e
nas taxas de crescimento dos setores populacional e industrial. A TABELA 4.25 apresenta os resultados.
352
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
A metodologia de obtenção das séries de vazões de usos consuntivos para o Cenário Setorial
baseou-se no projeto “Estudos de Estimativa de Demandas e Usos Consuntivos da Água”, cuja
metodologia foi detalhada no RE 01, obtendo séries de vazões de retirada, consumo e retorno para todos
os municípios brasileiros entre os anos de 1931 a 2030, séries estas aprovadas pela equipe técnica da
ANA no que diz respeito a validação das estimativas realizadas.
A extensão das séries de 2031 até 2036 foi realizada mediante aplicação da taxa média anual
equivalente, considerando a tendência observada nos dados de 2020 a 2030 de cada setor.
Para a estimativa da população total por município, no ano t, foi utilizada a projeção
populacional de 2014 a 2030 para os estados brasileiros (IBGE, 2013) e o método de desagregação, por
município, proposto por Madeira; Simões (1973). Este método, também utilizado pelo IBGE nas
estimativas anuais de população municipal, utiliza a população de uma área geográfica hierarquicamente
superior (população estadual) para o ano de interesse. A população em cada município, para o tempo t,
é dada por:
𝑃𝑖 (𝑡) = 𝑎𝑖 . 𝑃(𝑡) + 𝑏𝑖 (Equação 4.3)
Em que:
No caso das estimativas de população municipal referentes ao ano t, 2014 a 2030, foi
considerado 𝑡0 = 2010 (Censo Demográfico), 𝑡1 = 2013 (Estimativa anual da população) e t = 2014,
2015, ..., 2030, anos de referência da estimativa.
353
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Uma vez que a população rural e urbana não é informada nas projeções realizadas pelo IBGE,
para estabelecer a divisão da população no cenário inercial optou-se por estimar a população urbana.
Desta forma, a população urbana de um município qualquer, no ano t, é dada por:
Em que:
𝑃𝑖𝑟 (𝑡) = a população urbana de um determinado município no ano t
𝑃𝑖𝑢 (𝑡 − 1) = a população urbana do mesmo município no ano t-1
𝐷𝑢 = a taxa anual de incremento da população urbana, determinada por:
Em que
𝑃𝑖𝑢 (2030) = população urbana do município, no ano de 2030, determinada conforme estimativa do modelo “Máquina de
Cenários”
𝑃𝑖𝑢 (2010) = população urbana do município, no ano de 2010, determinado pelo Censo de 2010
A população rural, por sua vez, é determinada pela diferença entre a população total do
município e a população urbana, conforme:
Em que:
Uma adequação utilizada buscou reproduzir o padrão da evolução populacional relativa a cada
mesorregião, ajustado para espelhar as projeções populacionais realizadas pelo IBGE, no período de
2014 a 2030. Uma vez de posse da estimativa populacional, com o viés do referido modelo, novo ajuste
proporcional foi realizado para garantir a totalização das respectivas populações das UFs, no valor exato
em relação ao apresentado pelo IBGE. A demanda de água para abastecimento humano é estimada com
base na população municipal urbana e rural, consideradas no método proposto como variáveis
explicativas (TABELA 4.26).
Cenarização
Variável de cálculo Fonte Escala Projeção
2014-2030
Coeficientes per capita
Calculado Valores do Diagnóstico Municipal -
urbanos
Coeficientes per capita
Bibliografia Valores do Diagnóstico Estadual -
rurais
Mesorregional, a partir da tendência urbana 2000-2010
População Urbana IBGE Projetada Municipal
ajustada às estimativas, por UF, do IBGE até 2030.
Mesorregional, a partir da tendência rural 2000-2010
População Rural IBGE Projetada Municipal
ajustada às estimativas por UF do IBGE até 2030.
354
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Em que:
Reb2030 = quantitativo de animais por determinada espécie para determinada mesorregião para 2030 (número de cabeças)
Reb2014 = quantitativo de animais por determinada espécie para determinado município para o ano base - 2014 (número de
cabeças)
Tx = taxa de crescimento ajustada para 4 grandes grupos de rebanhos animais (bovinos, galináceos, suínos e outros) por
mesorregião (%)
TABELA 4.27 - CORRESPONDÊNCIA ENTRE OS AGRUPAMENTOS PARA OBTENÇÃO DAS TAXAS DE PROJEÇÃO E
REBANHOS
Agrupamentos para obtenção das taxas de
Rebanhos Correspondentes
projeção
Bovinos Bovinos e Vacas Ordenhadas
Galináceos Galináceos, Galináceos – Galinhas e Codornas
Suínos Suínos
Outros Bubalinos, Caprinos, Equinos e Ovinos
Os rebanhos foram projetados utilizando as séries históricas de dados da PPM entre 2000 e 2014.
Após análise anual da distribuição dos dados e em consulta a documentos setoriais e governamentais
355
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
(MAPA, 2011; UFMG, 2015; FIESP, 2015), foi selecionado o período 2006-2014 como representativo
de tendência de médio prazo para os grupos bovinos. Para os demais grupos, as taxas foram extrapoladas
a partir da média das taxas mesorregionais de curto prazo (2006-2014) e médio prazo (2000-2014).
Especificamente com relação à pecuária de corte (grupo bovinos exceto vacas ordenhadas), o
resultado das projeções foi ajustado aos resultados do estudo da UFMG para os estados da Amazônia
Legal (UFMG, 2015), cujo estado de Rondônia se enquadra. Desta forma, os incrementos do rebanho
da pecuária de corte nestes estados foram ajustados para o horizonte de 2030 e considerados para ajuste
dos resultados estimados com a simples aplicação da taxa de curto prazo (2006-2014). A distribuição
do incremento de rebanho em cada mesorregião seguiu a proporção encontrada anteriormente,
mantendo, portanto, a dinâmica intraestadual da projeção original (mesorregiões com crescimento
diferenciado). Para interpolação dos rebanhos em base municipal entre os anos de 2014 a 2030, utilizou-
se a função “Série – tendência linear” no software Microsoft Excel. Por fim, a TABELA 4.28 sistematiza
os dados e método utilizado para estimativa dos rebanhos de 2015 - 2030, considerando o detalhamento
por rebanho.
TABELA 4.28 - SUMÁRIO DOS DADOS, BASES TERRITORIAIS E MATRIZ DE COEFICIENTES UTILIZADOS PARA
PROJEÇÃO DOS REBANHOS E ESTIMATIVA DA DEMANDA HÍDRICA NO PERÍODO 2015 - 2030
Base Base Matriz de
Grupamento Dado
Rebanho territorial territorial Observação coeficientes
taxas projeção (2014)
(2014) (2015 - 2030) técnicos
3939
Bovino Bovinos
(IBGE)
3939
Suínos Suínos
(IBGE)
3939
Bubalino Outros
(IBGE)
3939
Equino Outros Rebanhos de 2030 projetado com
(IBGE)
base nas taxas de curto (2006 –
3939
Ovino Outros 2014) e médio (2000 – 2014). Idem período
(IBGE)
Municipal Mesorregião Especificamente para os bovinos, os de diagnóstico
3939
Caprino Outros resultados da projeção foram (1931 – 2014)
(IBGE)
ajustados com base nas projeções de
Galináceos – 3939
Galináceos UFMG (2015).
Total (IBGE)
Galináceos – 3939
Galináceos
Galinhas (IBGE)
3939
Codornas Galináceos
(IBGE)
Vacas 94
Bovinos
Ordenhadas (IBGE)
Foram utilizados dois métodos para estimativa das taxas de crescimento das indústrias de
transformação para o país considerando dois horizontes de análise, isto é, um a curto prazo (2015 - 2016)
com a aplicação de indicadores conjunturais e outro de médio-longo prazo (2017 - 2030) a partir das
taxas de crescimento tendenciais para projeção do número vínculos ativos em base municipal.
FIGURA 4.1 - FLUXOGRAMA DA METODOLOGIA UTILIZADA PARA DETERMINAÇÃO DAS VAZÕES DE RETIRADA,
CONSUMO E RETORNO DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO PARA O PERÍODO DE 2015 – 2030
Considerando o cenário de curto prazo (2015 - 2016), foi utilizado como fator de projeção a
variável índice base mensal – Pessoal Ocupado Assalariado obtido junto à Pesquisa Industrial Mensal
de Emprego e Salário (PIMES), Tabela 1628 (SIDRA/IBGE).
Desta maneira, o índice observado por tipologia industrial foi utilizado para projeção da variável
vínculos ativos (ano base 2014) para os anos de 2015 e 2016, conforme a Equação 4.8.
VíncAtiv2014 = número de vínculos ativos para 2014, por tipologia industrial, em base municipal
TxPOA = índice base mensal – Pessoal Ocupado Assalariado, por tipologia industrial
VíncAtiv2016,2015 = número de vínculos ativos para os anos de 2015 e 2016, por tipologia industrial, em base municipal
Para projeção do total de vínculos ativos para o país nos anos de 2017 - 2030, procedeu-se com
a aplicação de taxas tendenciais obtidas por mesorregião, a partir do agrupamento de indústrias dada a
natureza da sua operação (rural ou urbana).
Desta maneira, para obtenção das taxas de crescimento tendencial, obteve-se o incremento
médio entre a variação das vazões de retirada para 2 tipologias industriais genéricas (i.e. rurais e urbanas)
na escala da mesorregião considerando os anos de 2002 - 2013 (horizonte de longo prazo) e 2008 - 2013
(horizonte de curto prazo). Neste sentido, optou-se pela utilização das taxas médias devido à atenuação
do crescimento levando-se em consideração um ritmo cenário tendencial equilibrado entre fatores que
afetam o ritmo de crescimento da demanda industrial no curto e no longo prazo. As taxas de crescimento
por tipologia industrial para cada mesorregião do país foram obtidas de acordo com a equação abaixo:
357
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Qretf 1
tX TipInd = ( )fi (Equação 4.11)
Qreti
TxTipInd = taxa de crescimento para um determinado tipo de indústria (rural ou urbana), para uma determinada região, para
os intervalos 2002 – 2013 ou 2008 – 2013
Qretf = vazões de retirada obtidas para um determinado tipo de indústria (rural ou urbana), para uma determinada região,
para 2013
Qretf = vazões de retirada obtidas para um determinado tipo de indústria (rural ou urbana), para uma determinada região,
para 2002 e/ou 2008
fi = período de anos considerado na análise (2013 – 2002, taxas de crescimento de longo prazo ou 2013 – 2008, taxas de
crescimento de curto prazo)
Considerando que o crescimento médio de vínculos ativos no país para os períodos de 2002 -
2013 e 2008 - 2013 apresentou uma taxa média de 3,86% ao ano, realizou-se a projeção de vínculos
ativos para o país para o ano de 2030 com a aplicação desta taxa de crescimento constante. Desta
maneira, ajustou-se um limite máximo para aplicação das taxas de crescimento obtidas, utilizando o
total de vínculos ativos obtidos pela aplicação da taxa de crescimento médio para o país como fator
limitante do crescimento dos agrupamentos industriais por mesorregião. Limitou-se o crescimento
máximo das indústrias a 6,5% ao ano. A série de vínculos ativos para base municipal e por tipologia
industrial considerou a aplicação das taxas médias de crescimento com aplicação do fator limitante para
a mesorregião correspondente e a taxa obtida pelo agrupamento industrial (i.e. rural ou urbana) para
determinada tipologia industrial.
As demandas hídricas de termelétricas iniciaram-se em 1952 no estado de São Paulo e, até 1960,
concentram-se neste estado e no estado do Rio Grande do Sul, totalizando 2,23 m³/s. Entre os anos de
1980 e 2000, observou-se no Brasil uma maior distribuição espacial das termelétricas, resultando neste
período num aumento das vazões de retirada, com registros variando de 57 m³/s, em 1980, a 90 m³/s,
em 2000. No ano de 2013, estima-se em cerca de 200 m³/s esta vazão de atendimento às termelétricas.
A TABELA 4.29 lista as usinas termelétricas existentes ou previstas para o estado de Rondônia.
359
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
As 103 usinas em operação tiverem suas séries de geração estendidas até 2030. Para as 41 usinas
operadas pelo ONS, com séries mensais entre 2000 e 2015, foi assumido que a geração futura é igual
média da geração para cada mês do ano. Para as demais usinas, que não possuem séries de geração, foi
assumido que a geração mensal é igual à correspondente potência outorgada.
Para identificar termelétricas, com início de operação previsto para o período de elaboração do
cenário, foi utilizado como referência o Boletim de Acompanhamento das Centrais Geradoras
Termelétricas da ANEEL. No estado de Rondônia não foram identificadas Usinas com previsão de início
de operação.
4.3.1.5 Mineração
O método proposto, aplicado sobre esta base de dados da produção mineral, constrói as séries
de demandas hídricas, da Indústria Extrativa Mineral, para o período 1931 a 2030. As demandas hídricas
da mineração cobrem todo o período desde 1931 e nesta atividade considera-se que apenas cerca de 1/5
do volume de água retirado é realmente consumido, sendo que o volume restante, 80% do retirado,
retorna à bacia original. No cenário futuro, estima-se um crescimento anual de cerca de 1%, para a
demanda hídrica setorial, totalizando uma vazão de retirada estimada de 55 m³/s, em 2030.
A principal referência de estudo setorial que aborda o cenário futuro do setor de mineração é o
Plano Nacional de Mineração (MME, 2010), no qual foram definidas taxas de crescimento para diversas
classes de minérios para um futuro próximo (2022) e distante (2030). Como referência para a definição
das taxas de crescimento da produção mineral o PNM considerou a projeção de crescimento do PIB de
5,1% além do histórico da produção de cada substância mineral e de conjunturas que pudessem
influenciar a projeção. No entanto, a projeção do PIB utilizada no PMN é bastante otimista e como
360
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
consequência produz um aumento na demanda hídrica incompatível com o observado na série recente
de dados. Sendo assim, para considerar as análises do plano e mantendo uma projeção compatível com
a série de dados foi utilizada a média entre o cenário estabelecido do PNM e a projeção linear das
produções minerais. A projeção linear utilizou dados do Anuário mineral (DNPM, 2004) para o ano de
2004 e do Prodlist/IBGE para os anos de 2005 a 2013.
4.3.1.6 Irrigação
A TABELA 4.30 descreve as variáveis consideradas nas projeções para o uso por irrigação, para
o período de 2015-2030, contendo informações sobre as fontes dos dados, suas escalas originais e
demais observações.
Bibliografia Valores do
Eficiência de aplicação Municipal - .
e IBGE Diagnóstico
A estimativa das séries futuras de vazão de evaporação líquida foi realizada procurando seguir
a fundamentação metodológica e organização de dados apresentada anteriormente. Para o período
361
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
futuro, foi utilizada a média mensal das alturas de evaporação líquida interpoladas para o local do
reservatório e a área mapeada da superfície do lago.
O fato de utilizar como variável a altura de evaporação líquida, a qual é calculada para o local
das estações meteorológicas e interpolada para os locais de reservatório, permite projetar séries futuras
também para reservatórios ainda inexistentes, mas para os quais se conheça a data futura de instalação
e a área prevista do espelho de água.
Na TABELA 4.31 constam os valores médios anuais, totalizados para o Brasil e para os dois
tipos considerados, para os anos base de 2014 e 2030. Nota-se que apesar do método de projeção
considerar valores médios de clima e de área de superfície evaporante, a vazão total para o País em 2030
resultou 12% superior a observada em 2014, totalizando 705 m³/s.
Cabe ressaltar que resultados negativos de evaporação líquida de reservatórios indicam que a
evapotranspiração real da bacia hidrográfica no local do reservatório sem sua implantação seria maior
do que a evaporação real da superfície do lago do reservatório. Esse fenômeno pode ser observado em
regiões com cobertura vegetal densa. A FIGURA 4.2 apresenta a localização dos espelhos d’água e
usinas hidrelétricas (UHE) com reservatório no estado de Rondônia, podendo-se constatar que, de fato,
os reservatórios artificiais substituíram áreas de floresta.
362
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.32 – VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O CENÁRIO SETORIAL
Vazões (m³/s)
Uso
2021 2026 2036
Abastecimento humano urbano 6,49 6,88 7,65
Abastecimento humano rural 0,47 0,47 0,47
Dessedentação animal 9,55 10,51 12,73
Indústria 1,34 1,73 2,91
Usinas Termelétricas 2,50 2,50 2,50
Mineração 0,03 0,04 0,06
Irrigação 2,09 2,14 2,23
Evaporação líquida de reservatórios -6,50 -6,50 -6,50
363
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.33 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO SETORIAL POR UHG EM 2021
Alto Rio Madeira 0,27 0,04 1,09 0,02 0,00 0,00 0,07 -1,52
Margem Esquerda do Rio
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,37
Rio Madeira Madeira
Médio Rio Madeira 2,29 0,00 0,06 0,17 0,00 0,00 0,03 -1,29
Baixo Rio Madeira 0,10 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00
Alto Rio Machado 0,31 0,02 0,52 0,18 0,00 0,00 0,06 -0,42
Médio Rio Machado 1,31 0,11 2,08 0,52 0,00 0,00 0,77 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,33 0,07 1,23 0,15 0,00 0,00 0,13 0,00
Baixo Rio Machado 0,04 0,02 0,18 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,10
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,40 0,03 0,70 0,12 0,00 0,00 0,02 -0,04
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,42 0,04 0,83 0,04 2,50 0,01 0,09 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,03 0,01 0,11 0,00 0,00 0,00 0,01 -2,68
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,08 0,02 0,38 0,03 0,00 0,00 0,42 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,17 0,04 0,91 0,05 0,00 0,00 0,13 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,02 0,29 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,06 0,02 0,42 0,00 0,00 0,00 0,21 -0,04
Alto Rio Guaporé 0,10 0,01 0,37 0,02 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,28 0,01 0,13 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,28 0,01 0,19 0,02 0,00 0,00 0,08 0,00
364
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
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TABELA 4.34 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO SETORIAL POR UHG EM 2026
Abastecimento Abastecimento Dessedentação
Sub-Bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporação
humano urbano humano rural animal
Alto Rio Madeira 0,30 0,05 1,33 0,02 0,00 0,00 0,07 -1,52
Margem Esquerda do Rio
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,37
Rio Madeira Madeira
Médio Rio Madeira 2,49 0,01 0,08 0,22 0,00 0,00 0,03 -1,29
Baixo Rio Madeira 0,11 0,00 0,02 0,01 0,00 0,00 0,01 0,00
Alto Rio Machado 0,31 0,02 0,55 0,24 0,00 0,00 0,06 -0,42
Médio Rio Machado 1,32 0,11 2,15 0,67 0,00 0,00 0,79 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,34 0,07 1,27 0,20 0,00 0,00 0,13 0,00
Baixo Rio Machado 0,05 0,02 0,22 0,00 0,00 0,00 0,01 -0,10
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,04 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,41 0,03 0,74 0,15 0,00 0,00 0,02 -0,04
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,46 0,04 0,99 0,04 2,50 0,01 0,09 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,03 0,01 0,13 0,00 0,00 0,00 0,01 -2,68
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,08 0,02 0,40 0,04 0,00 0,00 0,43 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,18 0,04 1,06 0,07 0,00 0,00 0,13 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,02 0,30 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,06 0,02 0,45 0,00 0,00 0,00 0,22 -0,04
Alto Rio Guaporé 0,11 0,01 0,38 0,02 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,30 0,01 0,16 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,31 0,01 0,24 0,03 0,00 0,00 0,09 0,00
365
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.35 – VAZÕES DE RETIRADA PARA O CENÁRIO SETORIAL POR UHG EM 2036
Abastecimento Abastecimento Dessedentação
Sub-Bacia UHG Indústria Termelétrica Mineração Irrigação Evaporação
humano urbano humano rural animal
Alto Rio Madeira 0,35 0,05 1,92 0,04 0,00 0,00 0,07 -1,52
Margem Esquerda do Rio
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 -0,37
Rio Madeira Madeira
Médio Rio Madeira 2,92 0,01 0,12 0,37 0,00 0,00 0,03 -1,29
Baixo Rio Madeira 0,12 0,01 0,03 0,02 0,00 0,01 0,01 0,00
Alto Rio Machado 0,32 0,02 0,61 0,40 0,00 0,00 0,07 -0,42
Médio Rio Machado 1,34 0,10 2,30 1,15 0,00 0,00 0,82 -0,01
Rio Machado
Rio Jaru 0,36 0,07 1,35 0,32 0,00 0,00 0,14 0,00
Baixo Rio Machado 0,06 0,02 0,30 0,00 0,00 0,01 0,01 -0,10
Alto Rio Jamari 0,00 0,00 0,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
Margem Direita Rio Jamari 0,41 0,02 0,82 0,26 0,00 0,01 0,02 -0,04
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 0,54 0,04 1,37 0,07 2,50 0,02 0,09 -0,02
Baixo Rio Jamari 0,03 0,01 0,18 0,00 0,00 0,00 0,01 -2,68
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 0,08 0,02 0,43 0,07 0,00 0,00 0,45 0,00
Baixo Rio Guaporé 0,21 0,04 1,42 0,11 0,00 0,00 0,14 0,00
Médio Rio Guaporé 0,02 0,01 0,34 0,00 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 0,06 0,02 0,50 0,01 0,00 0,00 0,23 -0,04
Alto Rio Guaporé 0,11 0,01 0,42 0,03 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 0,36 0,01 0,23 0,01 0,00 0,00 0,02 0,00
Rio Abunã Rio Abunã 0,36 0,01 0,34 0,05 0,00 0,00 0,09 0,00
366
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.36 - PROJEÇÃO DA CARGA POLUIDORA COM BASE NAS OUTORGAS NO CENÁRIO SETORIAL
Por fim, realizou-se uma projeção dos quantitativos de resíduos sólidos, considerando seus
impactos indiretos sobre a qualidade da água, com base nas quantidades atuais de resíduos por tipo e
nas taxas de crescimento dos setores populacional e industrial. A TABELA 4.37 apresenta os resultados.
367
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Sob a ótica comparativa das vazões demandadas pelos diferentes usos consuntivos abordados,
as TABELA 4.38 a TABELA 4.40 apresentam as vazões retiradas em cada uso, para cada cenário e
horizontes de planejamento.
TABELA 4.38 - VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O HORIZONTE 2021
368
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 4.39 - VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O HORIZONTE 2026
TABELA 4.40 - VAZÕES DE RETIRADA POR TIPO DE USO PARA O HORIZONTE 2036
As TABELA 4.41 a TABELA 4.43 apresentam as somas das vazões retiradas nas UHGs do
PERH/RO para os cenários e horizontes de planejamento de curto, médio e longo prazo (2021, 2026 e
2036), respectivamente. Cabe ressaltar que, face ao resultado negativo das vazões de evaporação líquida
dos reservatórios, estas não foram adicionadas às vazões totais de retiradas par fins de comparação.
369
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Por outro lado, foi observada uma redução das demandas no Cenário Incremental nas UHGs
Rio Jamari e Rio Roosevelt em relação à situação atual, justificada pelo fato de que para a maioria dos
municípios inseridos nessas unidades as tendências de incremento determinadas anteriormente foram
baixas.
370
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
60
40
Variação (%)
20
-20
-40
FIGURA 4.3 – VARIAÇÃO NAS DEMANDAS HÍDRICAS PARA O CENÁRIO INERCIAL NO HORIZONTE DE CURTO
PRAZO (2021)
100
80
60
Variação (%)
40
20
-20
-40
FIGURA 4.4 – VARIAÇÃO NAS DEMANDAS HÍDRICAS PARA O CENÁRIO INCREMENTAL NO HORIZONTE DE CURTO
PRAZO (2021)
371
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
20
Variação (%)
15
10
FIGURA 4.5 – VARIAÇÃO NAS DEMANDAS HÍDRICAS PARA O CENÁRIO SETORIAL NO HORIZONTE DE CURTO
PRAZO (2021)
Isto se reflete também para os horizontes de 05 e 10 anos (2021 e 2026), com as demandas
hídricas totais maiores para o Cenário Inercial do que para o Cenário Incremental, já que para a maioria
dos municípios as tendências de incremento determinadas foram mais baixas do que altas, conforme já
havia sido observado com a análise das TABELA 4.16 e TABELA 4.18.
Para o horizonte de planejamento de longo prazo, referente ao ano 2036, verifica-se que as
demandas hídricas totais para o Cenário Setorial são consideravelmente inferiores às dos demais
cenários, uma vez que esse cenário incorpora em sua composição variáveis socioeconômicas e não
apenas o crescimento matemático puro.
Rondônia, principalmente por integrar o Bioma Amazônico, apresenta uma diversidade de áreas
protegidas por Unidades de Conservação e Terras Indígenas, somando aproximadamente 36% do
território estadual. As áreas de preservação permanente também são numerosas, especialmente os
fundos de vale promovidos pela riqueza hídrica. Igualmente, a legislação prevê para a região uma
proporção de 80% das propriedades rurais preservadas por Reservas Legais. O conjunto destes usos,
voltados à valorização da biodiversidade e equilíbrio ambiental, condicionam limites à expansão
territorial de algumas atividades produtivas, destacando-se a agricultura de grande porte e a pecuária
extensiva.
372
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Considerando que a dessedentação animal e a irrigação somam mais de 50% das demandas
hídricas do estado estimadas para 2016 (42% e 10% respectivamente), interessa avaliar a possibilidade
de ampliação destes usos frentes ao limitantes ambientais de natureza legal.
Para esta análise foram realizadas simulações, ambas partindo da área atualmente ocupada pela
agricultura irrigada e pelo gado de corte6, prevendo duas possibilidades de expansão. A primeira, frente
aos remanescentes de Reserva Legal e a segunda considerando apenas o recorte das áreas abrangidas
por Unidades de Conservação de Proteção Integral.
Sob a perspectiva das Reservas Legais previstas pelo Código Florestal (Lei Federal nº
12.651/2012) para a Amazônia Legal, o estado de Rondônia já apresenta um déficit de 10% de mata
nativa. Distribuído os índices no território, a grosso modo, pondera-se que 20% das áreas municipais
estariam aptas a atividades produtivas e os demais deveriam permanecer com vegetação original
preservada. Partindo-se desta simulação apenas sete municípios apresentariam áreas remanescentes para
expansão (Guajará-Mirim, Machadinho d' Oeste, Porto Velho, Vilhena, Candeias do Jamari, Itapuã do
Oeste e Pimenteiras do Oeste). Cerejeiras estaria no limite da área possível e o restante dos municípios
precisariam reverter suas áreas ocupadas pela atividade agropecuária e recuperar áreas de mata nativa.
A TABELA 4.44 apresenta a proporção das áreas municipais disponíveis à expansão, excetuando-se a
estimativa de Reservas Legais.
TABELA 4.44 – MUNICÍPIOS COM POSSIBILIDADE DE EXPANSÃO DE ATIVIDADES AGROPECUÁRIAS, EXCETUANDO
SE AS ÁREAS DE RESERVA LEGAL
Proporção de área rural sem atividades produtivas e
Município
livres de Reserva Legal
Guajará-Mirim 84%
Machadinho d'Oeste 10%
Porto Velho 31%
Vilhena 70%
Candeias do Jamari 10%
Itapuã do Oeste 40%
Pimenteiras do Oeste 35%
6Foi considerado que cada cabeça de gado ocupa 1,25 há, com fonte no relatório de Cenários para Pecuária de Corte Amazônica
(CENTRO DE SENSORIAMENTO REMOTO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE MINAS GERAIS, 2015).
373
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Cacaulândia 14%
Cacoal Limite atingido
Campo Novo de Rondônia 14%
Candeias do Jamari 80%
Castanheiras 22%
Cerejeiras 65%
Chupinguaia 49%
Colorado do Oeste Limite atingido
Corumbiara 35%
Costa Marques 67%
Cujubim 75%
Espigão d'Oeste 20%
Governador Jorge Teixeira Limite atingido
Guajará-Mirim 91%
Itapuã do Oeste 88%
Jaru Limite atingido
Ji-Paraná Limite atingido
Machadinho d'Oeste 79%
Ministro Andreazza Limite atingido
Mirante da Serra 7%
Monte Negro 6%
Nova Brasilândia d'Oeste 43%
Nova Mamoré 46%
Nova União Limite atingido
Novo Horizonte do Oeste Limite atingido
Ouro Preto do Oeste Limite atingido
Parecis 56%
Pimenta Bueno 74%
Pimenteiras do Oeste 78%
Porto Velho 83%
Presidente Médici Limite atingido
Primavera de Rondônia 20%
Rio Crespo 53%
Rolim de Moura Limite atingido
Santa Luzia d'Oeste 3%
São Felipe d'Oeste Limite atingido
São Francisco do Guaporé 38%
São Miguel do Guaporé 26%
Seringueiras 38%
Teixeirópolis Limite atingido
Theobroma 24%
Urupá Limite atingido
Vale do Anari 59%
Vale do Paraíso Limite atingido
Vilhena 86%
374
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Uma vez determinadas as demandas futuras de água a partir dos cenários prospectivos, realizou-
se o balanço hídrico para cada um dos cenários, visando avaliar as compatibilidades entre as
disponibilidades e as demandas hídricas.
Para o balanço hídrico superficial dos cenários aplicou-se novamente o modelo de rede de fluxo
LabSidAcquaNet 2013, mantendo-se a mesma estrutura geográfica da rede elaborada para o balanço
hídrico atual, apresentada e explicada no RE 01. Entretanto, foram atualizados os valores das vazões
demandadas e vazões de retorno, segundo os resultados das projeções efetuadas para cada cenário.
Ainda, na alimentação do modelo utilizou-se apenas as demandas consideradas oriundas de mananciais
superficiais, estimadas com base na proporção existente para os dados outorgados fornecidos pela
SEDAM.
As tabelas na sequência apresentam os resultados das vazões afluentes e efluentes para cada
UHG, cenário e horizonte de planejamento.
TABELA 5.1 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INERCIAL (2021)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3927,56 1,72 3925,84 0,04
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3934,43 2,79 3931,64 0,07
Baixo Rio Madeira 4368,49 0,15 4368,34 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,14 131,86 0,86
Médio Rio Machado 195,41 4,67 190,74 2,39
Rio Machado
Rio Jaru 253,79 1,96 251,83 0,77
Baixo Rio Machado 309,55 0,32 309,23 0,10
Alto Rio Jamari 5,00 0,05 4,95 0,99
Margem Direita Rio Jamari 18,96 1,34 17,62 7,08
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 2,48 42,52 5,51
Baixo Rio Jamari 74,34 0,13 74,21 0,17
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 0,95 112,05 0,84
Baixo Rio Guaporé 134,00 1,57 132,67 1,17
Médio Rio Guaporé 103,00 0,33 102,67 0,32
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,73 106,27 0,68
Alto Rio Guaporé 56,00 0,50 55,50 0,90
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,44 19,56 2,20
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,58 6,42 8,23
375
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 5.2 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INERCIAL (2026)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3926,65 2,49 3924,16 0,06
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3932,95 3,38 3929,57 0,09
Baixo Rio Madeira 4365,96 0,19 4365,77 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,35 131,65 1,02
Médio Rio Machado 195,31 5,20 190,11 2,66
Rio Machado
Rio Jaru 253,50 2,24 251,27 0,88
Baixo Rio Machado 309,09 0,48 308,61 0,15
Alto Rio Jamari 5,00 0,06 4,94 1,16
Margem Direita Rio Jamari 18,96 1,56 17,40 8,24
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 2,82 42,18 6,26
Baixo Rio Jamari 73,88 0,16 73,72 0,22
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 1,05 111,95 0,93
Baixo Rio Guaporé 134,00 2,34 131,66 1,75
Médio Rio Guaporé 103,00 0,34 102,66 0,33
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,84 106,16 0,79
Alto Rio Guaporé 56,00 0,54 55,46 0,96
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,56 19,44 2,78
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,70 6,30 10,05
TABELA 5.3 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INERCIAL (2036)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3923,33 5,42 3917,91 0,14
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3927,54 4,98 3922,56 0,13
Baixo Rio Madeira 4355,77 0,32 4355,45 0,01
Alto Rio Machado 133,00 2,16 130,84 1,63
Médio Rio Machado 194,94 9,07 185,87 4,65
Rio Machado
Rio Jaru 251,59 3,22 248,36 1,28
Baixo Rio Machado 306,54 1,14 305,40 0,37
Alto Rio Jamari 5,00 0,08 4,92 1,65
Margem Direita Rio Jamari 18,94 2,29 16,65 12,08
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 4,79 40,21 10,65
Baixo Rio Jamari 72,18 0,28 71,90 0,38
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 1,50 111,50 1,33
Baixo Rio Guaporé 134,00 6,45 127,55 4,82
Médio Rio Guaporé 103,00 0,39 102,61 0,38
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 1,18 105,82 1,11
Alto Rio Guaporé 56,00 0,63 55,37 1,13
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 1,07 18,93 5,35
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 1,08 5,92 15,48
376
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 5.4 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INCREMENTAL (2021)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3927,72 1,29 3926,43 0,03
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3934,93 2,46 3932,47 0,06
Baixo Rio Madeira 4370,40 0,13 4370,27 0,00
Alto Rio Machado 133,00 0,94 132,06 0,71
Médio Rio Machado 195,51 3,78 191,73 1,93
Rio Machado
Rio Jaru 254,43 1,40 253,03 0,55
Baixo Rio Machado 310,45 0,45 309,99 0,15
Alto Rio Jamari 5,00 0,03 4,97 0,52
Margem Direita Rio Jamari 18,98 1,00 17,98 5,29
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 2,70 42,30 6,01
Baixo Rio Jamari 74,75 0,10 74,65 0,13
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 0,65 112,35 0,58
Baixo Rio Guaporé 134,00 1,33 132,67 0,99
Médio Rio Guaporé 103,00 0,39 102,61 0,38
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,51 106,49 0,48
Alto Rio Guaporé 56,00 0,48 55,52 0,86
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,57 19,43 2,87
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,50 6,50 7,13
TABELA 5.5 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INCREMENTAL (2026)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3926,74 1,56 3925,18 0,04
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3933,79 2,75 3931,04 0,07
Baixo Rio Madeira 4368,60 0,15 4368,45 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,00 132,00 0,75
Médio Rio Machado 195,49 4,01 191,48 2,05
Rio Machado
Rio Jaru 254,32 1,39 252,93 0,55
Baixo Rio Machado 310,13 0,97 309,16 0,31
Alto Rio Jamari 5,00 0,02 4,98 0,43
Margem Direita Rio Jamari 18,99 1,01 17,98 5,30
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 3,06 41,94 6,81
Baixo Rio Jamari 74,62 0,12 74,50 0,16
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 0,59 112,41 0,52
Baixo Rio Guaporé 134,00 2,31 131,69 1,72
Médio Rio Guaporé 103,00 0,51 102,49 0,49
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,52 106,48 0,49
Alto Rio Guaporé 56,00 0,60 55,40 1,08
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,83 19,17 4,17
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,55 6,45 7,92
377
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 5.6 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO INCREMENTAL (2036)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3917,61 2,47 3915,14 0,06
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3924,23 3,45 3920,78 0,09
Baixo Rio Madeira 4352,76 0,21 4352,55 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,24 131,76 0,93
Médio Rio Machado 195,42 7,03 188,39 3,60
Rio Machado
Rio Jaru 252,69 2,24 250,45 0,89
Baixo Rio Machado 306,34 5,15 301,19 1,68
Alto Rio Jamari 5,00 0,02 4,98 0,34
Margem Direita Rio Jamari 18,99 1,31 17,68 6,91
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 5,27 39,73 11,72
Baixo Rio Jamari 73,59 0,31 73,28 0,42
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 0,49 112,51 0,44
Baixo Rio Guaporé 134,00 11,56 122,44 8,62
Médio Rio Guaporé 103,00 1,41 101,59 1,37
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,63 106,37 0,59
Alto Rio Guaporé 56,00 3,28 52,72 5,85
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 1,93 18,07 9,63
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,69 6,31 9,89
TABELA 5.7 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO SETORIAL (2021)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3927,64 1,44 3926,20 0,04
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3934,71 2,46 3932,25 0,06
Baixo Rio Madeira 4369,06 0,13 4368,93 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,05 131,95 0,79
Médio Rio Machado 195,43 4,60 190,83 2,35
Rio Machado
Rio Jaru 253,77 1,92 251,84 0,76
Baixo Rio Machado 309,54 0,25 309,28 0,08
Alto Rio Jamari 5,00 0,04 4,96 0,87
Margem Direita Rio Jamari 18,97 1,22 17,75 6,43
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 3,75 41,25 8,34
Baixo Rio Jamari 74,52 0,14 74,38 0,19
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 0,89 112,11 0,79
Baixo Rio Guaporé 134,00 1,25 132,75 0,93
Médio Rio Guaporé 103,00 0,33 102,67 0,32
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,69 106,31 0,65
Alto Rio Guaporé 56,00 0,50 55,50 0,88
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,43 19,57 2,14
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,56 6,44 8,07
378
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
TABELA 5.8 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO SETORIAL (2026)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3927,42 1,71 3925,707 0,04
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3934,29 2,72 3931,569 0,07
Baixo Rio Madeira 4368,09 0,15 4367,94 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,13 131,87 0,85
Médio Rio Machado 195,39 4,85 190,539 2,48
Rio Machado
Rio Jaru 253,58 2,01 251,56 0,79
Baixo Rio Machado 309,28 0,29 308,99 0,09
Alto Rio Jamari 5,00 0,05 4,95 0,90
Margem Direita Rio Jamari 18,96 1,29 17,673 6,83
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 3,96 41,04 8,79
Baixo Rio Jamari 74,32 0,17 74,146 0,23
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 0,93 112,07 0,82
Baixo Rio Guaporé 134,00 1,42 132,58 1,06
Médio Rio Guaporé 103,00 0,34 102,66 0,33
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,72 106,28 0,67
Alto Rio Guaporé 56,00 0,52 55,48 0,92
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,48 19,52 2,41
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,64 6,36 9,13
TABELA 5.9 – BALANÇO HÍDRICO SUPERFICIAL POR UHG PARA O CENÁRIO SETORIAL (2036)
Fração da
Vazão afluente Demanda hídrica Vazão efluente
Sub-bacia UHGs vazão captada
(m³/s) superficial (m³/s) (m³/s)
(%)
Esquerda e Alto Madeira 3926,86 2,35 3924,51 0,06
Rio Madeira Médio Rio Madeira 3933,26 3,31 3929,95 0,08
Baixo Rio Madeira 4365,94 0,18 4365,76 0,00
Alto Rio Machado 133,00 1,36 131,64 1,02
Médio Rio Machado 195,28 5,49 189,79 2,81
Rio Machado
Rio Jaru 253,21 2,23 250,97 0,88
Baixo Rio Machado 308,77 0,39 308,38 0,13
Alto Rio Jamari 5,00 0,05 4,95 0,97
Margem Direita Rio Jamari 18,96 1,48 17,48 7,82
Rio Jamari
Margem Esquerda Rio Jamari 45,00 4,44 40,56 9,86
Baixo Rio Jamari 73,94 0,23 73,71 0,31
Rio Roosevelt Rio Roosevelt 113,00 1,01 111,99 0,89
Baixo Rio Guaporé 134,00 1,84 132,16 1,37
Médio Rio Guaporé 103,00 0,38 102,62 0,37
Rio Guaporé
Rio Branco e Colorado 107,00 0,78 106,22 0,73
Alto Rio Guaporé 56,00 0,56 55,44 1,00
Rio Mamoré Rio Mamoré 20,00 0,61 19,39 3,03
Rio Abunã Rio Abunã 7,00 0,82 6,18 11,66
A partir da metodologia adotada, com a estimativa das demandas hídricas de maneira ao mesmo
tempo discretizada e generalizada por Unidade Hidrográfica de Gestão, porém compatível com os
objetivos dos Planos Estaduais de Recursos Hídricos, não foram determinadas áreas com déficit hídrico
para os cenários prospectados.
379
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Ainda dentre os resultados obtidos, destaca-se a baixa magnitude das vazões efluentes nas
UHGs do Rio Jamari, em especial a UHG Alto Rio Jamari, e nas UHGs Rio Abunã e Rio Mamoré, as
quais poderão vir a ser áreas críticas quanto ao atendimento às demandas.
Por fim, é importante destacar que problemas pontuais de desabastecimento dentro das UHGs
deverão ser abordados no âmbito dos Planos de Bacias Hidrográficas.
380
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
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ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
392
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
APÊNDICES
393
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(1) Estudos de
(2) obras de (2) Ampliação da
concepção de
revitalização urbana (1) Lançamento do infraestrutura do
infraestruturas (2) Aprovação da
(2) repasse para (1) Discussão de Programa de aeródromo -
em manejo de construção de (2) Conexão por
pavimentação de (1) Discussão de projeto de Aquisição de previsão de
resíduos Centro de Estudo nova ponte na
vias urbanas (2) Projeto de projeto de Desenvolvimento (2) Novo hospital Alimentos consolidação
sólidos Tecnológico BR–364
Ariquemes (4) Implantação da entreposto Desenvolvimento Econômico regional em (1) Lançamento do como aeroporto
(2) Inauguração (4) Ampliação de (2) Construção de
Infraestrutura para pesqueiro Econômico Territorial (DET) construção Programa Cultivar (4) Plano de
de usina de campus ponte de mão
Viabilizar Territorial (DET) (4) Promoção do Rural Investimento em
destruição universitário dupla na BR-421
Habitação de ecoturismo (PDIF) (4) APL Piscicultura Logística
térmica de (PDES)
Interesse Social (NEAPL) Aeroportuária
resíduos
(PIDISE) (PDES)
perigosos.
(1) Plano Diretor
Municipal (2) Incentivo a
(3) Plano (3) Plano (3) Plano
(4) Previsão de atualizado produção de leite (2) Estabelecidas (2) Investimentos
Municipal de Municipal de Municipal de
crescimento (2) obras de (2) Recursos parcerias para o para reforma e
Buritis Saneamento Saneamento Saneamento
populacional acima de pavimentação e para ampliação fortalecimento do ampliação do
Básico em Básico em Básico em
1,2% aa (ANA) revitalização urbana da produção de Turismo Hospital Regional
elaboração elaboração elaboração
(2) regularização Cacau
fundiária
(2) Projeto de
regularização
(4) Polo de
fundiária
indústria
(2) Repasse de (2) Previsão de
moveleira (PDES)
verbas para obras de recuperação da (4) Proposição de
Cabixi (4) Proposição de
infraestrutura (4) rodovia Cabixi a porto hidroviário
Industrialização
Investimento em Comodoro-MT
do Urucum
infraestrutura
(PDIF)
urbana - praça de
fronteira (PDIF)
(3) Plano (3) Plano (3) Plano
(1) Projeto de Municipal de Municipal de Municipal de
Cacaulândia
Piscicultura Saneamento Saneamento Saneamento
Básico (2013) Básico (2013) Básico (2013)
394
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(4) Plano de
Aviação Regional
(2) Pesquisa de - Previsão de
(4) Implantação da
tratamento de (2) Investimentos ampliação do
Infraestrutura para (4) APL Confecção,
(4) Polo produtor esgoto sanitário Estadual para a (2) Inauguração da terminal de
Viabilizar (4) Polo produtor APL Café e APL
Cacoal de móveis para o tratamento consolidação Ponte de acesso à passageiros e
Habitação de de café (PDES) Fruticultura
(PDES) de efluentes em como polo de BR-364 instalação de
Interesse Social (NEAPL)
sistemas alagados saúde regional equipamentos de
(PIDISE)
construídos auxílio à
navegação aérea
(PDES)
(2) Aprovado
orçamento (2) Projeto de
Castanheiras destinado a Trabalho Técnico
pavimentação de Social (PTTS)
vias urbanas
(1) Plano Diretor
Municipal
atualizado (2) (4) Aprovação
(2) Liberação de da pavimentação
(2) Potencial de (3) Plano (3) Plano (3) Plano
orçamento para de trecho da BR- (4) Início da
aumento da Municipal de Municipal de Municipal de
Cerejeiras pavimentação 435 (RO-399) - de operação do
produção de Saneamento Saneamento Saneamento
urbana Cerejeiras a aeroporto (PDES)
urucum Básico (2015) Básico (2015) Básico (2015)
(4) Investimento em Pimenteiras
infraestrutura (PDIF)
urbana - praça de
fronteira (PDIF)
(2) Investimentos
em pavimentação
urbana
(2) Inauguração de
(2) Investimento em
Chupinguaia Usina de Energia
escolas indígenas
(4) Investimento em
infraestrutura
urbana - praça de
fronteira (PDIF)
(2) Incentivos para a
agricultura familiar
Colorado do Oeste (2) Programa para
Aquisição de
Alimentos
(2) Potencial de
(2) Projeto de (2) Projeto de
aumento da
Corumbiara Trabalho Técnico asfaltamento da
produção de
Social (PTTS) RO-370
urucum
395
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(2)
(4) Previsão de
(2) Investimentos Investimentos (2) Fortalecimento
crescimento
Cujubim em pavimentação em maquinários da agricultura
populacional acima de
urbana e insumos familiar
1,2% aa (ANA)
agrícolas
(3) Plano
(1) Plano Diretor Municipal de
(3) Plano (3) Plano
Municipal Saneamento
Municipal de Municipal de
Espigão d'Oeste atualizado Básico (2014)
Saneamento Saneamento
(1) Obras de (1)
Básico (2014) Básico (2014)
pavimentação Implementação da
rede de esgoto
(2) Projeto de
Governador Jorge
regularização
Teixeira
fundiária
(2) Estratégias para o
desenvolvimento
turístico, com apoio
de plano empresarial
(4) Programa de
(2)
promoção do turismo
Regulamentação (4) Inciativa de APL
(2) Autorização e ecoturismo (PDES
da Zona Franca Sociobiodiversidade (4) Projeto de (4) Previsão de
para o manejo do e PDIF)
Verde (PDES) Reativação da construção de
Pirarucu (4) Hidroelétrica (2) Investimentos (4) Previsão de
(4) Previsão de (2) Discussão (2) Implantação (4) Projeto (2) Inauguração (4) Projeto (4) Projeto Escolas Estrada de Ferro porto junto à (4) Previsão de
(4) Potencial Binacional do para o Laboratório ampliação e
crescimento (4) Urbanização da sobre a Zona de de nova estação Sistema de Esgoto do barco hospital, Escolas Técnicas Bilíngues de Madeira Mamoré Hidrelétrica construção de
Guajará-Mirim* produtivo de Ribeirão (PDIF) de Fronteira reforma do
populacional acima de orla urbana (PDIF) Processamento de de tratamento de Guajará-Mirim em parceria com a de Fronteira Fronteira (PDIF) (PDIF) Ribeirão porto público
látex (PDES) (4) Promoção de (qualidade da aeroporto (PDES
1,2% aa (ANA) Exportação e polo de água (PDES) Bolívia (PDIF) (4) APL Turismo e (4) Implantação de Binacional Brasil- (PDES e PDIF)
(4) Programa empresas e água) e PDIF)
empresarial APL da Infovia Aduanas Bolívia (PDES e
Aquicultura microempresas
(4) Polo Industrial Sociobiodiversidade Integrada (PDIF) PDIF)
(PDIF) (PDIF)
de transformação (NEAPL)
(4) Projeto de Polo
(PDIF)
industrial
Sóciobiodiversidade
- MPE (PDIF)
(4) Área de Livre
Comércio (PDIF)
(3) Plano (3) Plano (3) Plano
(4) Previsão de
(2) Previsão de Municipal de Municipal de Municipal de
crescimento
Itapuã do Oeste frigorífico de Saneamento Saneamento Saneamento
populacional acima de
pescado Básico em Básico em Básico em
1,2% aa (ANA)
elaboração elaboração elaboração
(2) Investimentos
para pavimentação
urbana (2) Assinatura de
(2) Programa de (4) Presença de convênio para
regularização um dos principais obras de
(3) Plano de (3) Plano de
fundiária e casa grupos esgotamento
Saneamento Saneamento
Jaru populares exportadores de sanitário
Básico Municipal Básico Municipal
(4) Prioridade para a carne e polo de (3) Plano de
em elaboração em elaboração
implantação de indústria Saneamento
Infraestrutura para moveleira (PDES) Básico Municipal
Viabilizar em elaboração
Habitação de
Interesse Social
396
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Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(2) Projeto de
interligação de
(1) Plano Diretor
adutora
Municipal
(2) (2) (2)
atualizado
Investimentos Investimentos
(2) Recursos para
para garantir para garantir
novas moradias (4) (3) Plano
100% de 100% de esgoto
(2) Projeto de Fortalecimento Municipal de (2) Projeto de Centro
abastecimento tratado (4) Ampliação de
regularização do Agronegócio (4) Polo de Saneamento de Formação de (4) Ampliação e
de água (3) Plano campus
Ji-Paraná fundiária (PDES) indústria Básico, Drenagem Agricultores reforma do
(3) Plano Municipal de universitário
(4) Priorização para (4) APL Pecuária moveleira (PDES) Urbana e Manejo (2) Incentivo à aeroporto (PDES)
Municipal de Saneamento (PDES)
Implantação de de Leite de Águas Pluviais agricultura familiar
Saneamento Básico, Drenagem
Infraestrutura para (NEAPL) (2013)
Básico, Urbana e Manejo
Viabilizar
Drenagem de Águas Pluviais
Habitação de
Urbana e (2013)
Interesse Social
Manejo de
(PDES)
Águas Pluviais
(2013)
(2)
Beneficiamento
com maquinários
(1) Plano Diretor
e insumos
Municipal (4) Concentração
agrícolas
atualizado das principais
Machadinho d'Oeste (2) Incentivo à
(2) Investimento na jazidas de granito
expansão
recuperação de vias (PDES)
cafeeira
urbanas
(4) Potencial
para a produção
de látex (PDES)
(2) Incentivo à
Ministro Andreazza agricultura familiar -
café clonal
(3) Plano (3) Plano (3) Plano
Municipal de Municipal de Municipal de
(2) Investimentos (2) Fomento de
Saneamento Saneamento Saneamento
Mirante da Serra em pavimentação moradias a
Básico com Básico com Básico com
urbana e acessos produtores rurais
financiamento financiamento financiamento
aprovado aprovado aprovado
(2) Investimento em
Monte Negro melhorias urbanas e
acessos
(1) Investimento em
(3) Plano (3) Plano (3) Plano (2) Beneficiamento
infraestrutura
Municipal de Municipal de Municipal de com crédito
Nova Brasilândia urbana
Saneamento Saneamento Saneamento fundiário
d'Oeste (4) Investimento em
Básico em Básico em Básico em (2) Investimento em
praça de fronteira
elaboração elaboração elaboração Programas Sociais
(PDIF)
(1) Plano Diretor
(2) Apoio à
(4) Previsão de Municipal (3) Plano (3) Plano (3) Plano
(4) Desenvolvimento agricultura familiar
crescimento atualizado Municipal de Municipal de Municipal de
Nova Mamoré do ecoturismo (2) Projeto de
populacional acima de (2) Investimento em Saneamento Saneamento Saneamento
(PDIF) Trabalho Técnico
1,2% aa (ANA) obras urbanas e Básico (2014) Básico (2014) Básico (2014)
Social
acessos
(3) Plano (3) Plano (3) Plano
(2) Investimentos do
Municipal de Municipal de Municipal de
Nova União Programa Nacional
Saneamento Saneamento Saneamento
de Habitação Rural
Básico (2014) Básico (2014) Básico (2014)
Novo Horizonte do
Oeste
Ouro Preto do Oeste (2) Previsão de nova
(1) Projeto de
(2) Investimento em (2) Investimento (4) Concentração Agência de Rendas
Estância Turística
pavimentação e em entreposto de indústria (2) Programa
(2) Investimento no
acessos pesqueiro moveleira (PDES) Nacional de
turismo
Habitação Rural
397
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ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(4) Desenvolvimento (4) APL SAFs
do turismo (PDES) (PDIF)
(2) Incentivo à
(1) Plano Diretor agricultura familiar -
(2) Tendência de
Municipal tecnologia para o
plantação de
atualizado cultivo de Inhame
florestas de (2) Plano de (3) Plano (3) Plano (3) Plano
(2) Investimento em (4) Concentração (2) Beneficiamento (4) Previsão de
eucalipto para incentivo ao turismo Municipal de Municipal de Municipal de
Pimenta Bueno pavimentação e de indústria com o Programa de reforma do
abastecer a Usina - conselho Saneamento Saneamento Saneamento
acessos moveleira (PDES) Crédito Fundiário aeroporto (PDES)
de Biomassa empresarial Básico (2015) Básico (2015) Básico (2015)
(2) Projetos de (4) APL Piscicultura
(4) Diferentes
regularização e APL Confecção de
APLs (PDES)
fundiária Pimenta Bueno
(NEAPL)
(2) Incentivo ao
(2) Investimentos pequeno produtor
(4) Jazidas de
Presidente Médici em pavimentação de rural
granito (PDES)
vias urbanas (2) Implantação de
agência de rendas
Primavera de Rondônia
398
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Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(1) Plano Diretor
(3) Plano (3) Plano (3) Plano
Municipal
(2) Potencial de Municipal de Municipal de Municipal de
atualizado
Rio Crespo* cultivo de Saneamento Saneamento Saneamento
(2) Investimentos
urucum Básico em Básico em Básico em
em pavimentação
elaboração elaboração elaboração
urbana
(2) Projeto de
regularização (3) Plano (3) Plano (3) Plano
fundiária Municipal de Municipal de Municipal de (2) Recuperação
Santa Luzia d'Oeste
(2) Investimentos Saneamento Saneamento Saneamento da RO - 383
em pavimentação Básico (2014) Básico (2014) Básico (2014)
urbana
(2) Beneficiamento
(2) Melhorias na
São Felipe d'Oeste com crédito
RO - 489
fundiário
(3) Plano
(3) Plano (3) Plano (1) Programa a Hora
(4) Previsão de Municipal de
Municipal de Municipal de (1) Abertura da do Produtor
São Francisco do crescimento Saneamento
Saneamento Saneamento Universidade (2) Capacitação para
Guaporé populacional acima de Básico com
Básico com fonte Básico com fonte Paulista produção de
1,2% aa (ANA) fonte de
de financiamento de financiamento castanha-do-pará
financiamento
(2) Incentivo à
agricultura familiar
(2) Projeto de
(1) Plano Diretor
(1) Discussão trabalho técnico
Municipal (1) Discussão (1) Discussão
sobre o Plano social
atualizado sobre o Plano de sobre o Plano de
São Miguel do Guaporé de Saneamento (2) Ordem de serviço
(4) Investimento em Saneamento Saneamento
Básico para construção do
infraestrutura Básico Municipal Básico Municipal
Municipal Centro de Educação
urbana (PDIF)
de Jovens e Adultos
(2) Agência do
Banco do Povo
(2) Projeto de
regularização (3) Plano (3) Plano (3) Plano
fundiária Municipal de Municipal de Municipal de (2) Incentivo à (1) recuperação de
Seringueiras
(2) Investimentos Saneamento Saneamento Saneamento agricultura familiar estradas
em pavimentação Básico (2014) Básico (2014) Básico (2014)
urbana
(2) Investimentos
(2) Incentivo à
Teixeirópolis em pavimentação de
agricultura familiar
vias urbanas
399
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Previsão de Investimentos
crescimento pop.
Município anual superior à Coleta e
Conexão
média nacional (1,2% tratam. Coleta e tratam. Abastecimento e Educação e geração Conexão Infraestrutura Infraestrutura
Área urbana Agropecuária Industrial Serviços Hospital regional Ensino superior rodoviária ou
aa) resíduos esgotos sanitários tratam. água de renda hidroviária portuária aeroporto
ferroviária
sólidos
(2) Projeto de
(2) Incentivo ao pavimentação da
produtor rural RO-463, ligando
Theobroma
(2) Incentivo à Theobroma ao
plantação de cacau distrito de
Palmares
(1) Notícia da Prefeitura Municipal; (2) Notícia do Governo do Estado; (3) Planejamento Municipal; (4) Planejamento Estadual / Regional
*Site da prefeitura municipal em manutenção ou não encontrado.
400
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
ANEXOS
Anexo 1 – Tabela 7 do IBGE (Unidades locais, pessoal ocupado assalariado em 31.12 e salários e outras
remunerações das Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos, por tipo de entidade, segundo
Grandes Regiões e Unidades da Federação - Brasil – 2010).
Anexo 2 – Tabela 16 do IBGE (Unidades locais, pessoal ocupado assalariado em 31.12 e salários e
outras remunerações das Entidades Privadas sem Fins Lucrativos, segundo Unidades da Federação e
classificação das entidades sem fins lucrativos - Brasil – 2010).
401
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
ANEXO 1 – TABELA 7 DO IBGE (UNIDADES LOCAIS, PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO EM 31.12 E SALÁRIOS E
OUTRAS REMUNERAÇÕES DAS FUNDAÇÕES PRIVADAS E ASSOCIAÇÕES SEM FINS LUCRATIVOS, POR TIPO DE
ENTIDADE, SEGUNDO GRANDES REGIÕES E UNIDADES DA FEDERAÇÃO - BRASIL – 2010)
Salários e outras
Pessoal ocupado
Grandes Regiões Unidades locais remunerações
assalariado em 31.12
e (1000 R$)
Unidades da Federação
Total % Total % Total %
Fundações Privadas
Total 7 664 100,0 330 658 100,0 8 888 065 100,0
Norte 327 4,3 8 837 2,7 225 946 2,5
Rondônia 57 0,7 282 0,1 4 320 0,0
Acre 20 0,3 220 0,1 4 323 0,0
Amazonas 72 0,9 4 855 1,5 139 410 1,6
Roraima 15 0,2 99 0,0 2 532 0,0
Pará 106 1,4 2 662 0,8 58 623 0,7
Amapá 15 0,2 85 0,0 2 447 0,0
Tocantins 42 0,5 634 0,2 14 291 0,2
Nordeste 1 788 23,3 51 532 15,6 1 045 610 11,8
Maranhão 128 1,7 3 711 1,1 60 382 0,7
Piauí 162 2,1 1 421 0,4 21 294 0,2
Ceará 260 3,4 5 914 1,8 131 843 1,5
Rio Grande do Norte 119 1,6 1 471 0,4 28 313 0,3
Paraíba 129 1,7 2 474 0,7 44 548 0,5
Pernambuco 199 2,6 7 655 2,3 135 208 1,5
Alagoas 288 3,8 4 057 1,2 79 787 0,9
Sergipe 58 0,8 9 222 2,8 206 643 2,3
Bahia 445 5,8 15 607 4,7 337 592 3,8
Sudeste 3 483 45,4 198 129 59,9 5 702 451 64,2
Minas Gerais 1 210 15,8 60 368 18,3 1 314 233 14,8
Espírito Santo 176 2,3 4 297 1,3 91 611 1,0
Rio de Janeiro 660 8,6 31 603 9,6 1 042 527 11,7
São Paulo 1 437 18,8 101 861 30,8 3 254 080 36,6
Sul 1 477 19,3 56 650 17,1 1 604 584 18,1
Paraná 431 5,6 9 365 2,8 187 623 2,1
Santa Catarina 395 5,2 18 824 5,7 576 466 6,5
Rio Grande do Sul 651 8,5 28 461 8,6 840 495 9,5
Centro-Oeste 589 7,7 15 510 4,7 309 473 3,5
Mato Grosso do Sul 102 1,3 1 590 0,5 28 856 0,3
Mato Grosso 116 1,5 2 045 0,6 35 093 0,4
Goiás 223 2,9 7 997 2,4 100 458 1,1
Distrito Federal 148 1,9 3 878 1,2 145 067 1,6
Associações sem Fins Lucrativos
Total 283 028 100,0 1 797 349 100,0 37 345 062 100,0
Norte 13 801 4,9 62 427 3,5 1 146 524 3,1
Rondônia 2 316 0,8 7 878 0,4 154 285 0,4
Acre 718 0,3 4 854 0,3 86 804 0,2
Amazonas 2 288 0,8 14 284 0,8 298 234 0,8
Roraima 317 0,1 1 273 0,1 22 211 0,1
Pará 6 081 2,1 25 997 1,4 453 638 1,2
Amapá 376 0,1 3 181 0,2 48 208 0,1
Tocantins 1 705 0,6 4 960 0,3 83 143 0,2
Nordeste 64 741 22,9 244 813 13,6 3 987 433 10,7
Maranhão 6 520 2,3 16 873 0,9 352 102 0,9
Piauí 4 114 1,5 10 367 0,6 138 755 0,4
Ceará 12 742 4,5 55 195 3,1 770 976 2,1
Rio Grande do Norte 4 034 1,4 15 720 0,9 212 414 0,6
Paraíba 5 499 1,9 10 713 0,6 165 755 0,4
Pernambuco 8 734 3,1 45 332 2,5 804 782 2,2
Alagoas 1 994 0,7 15 154 0,8 179 973 0,5
402
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
Salários e outras
Pessoal ocupado
Grandes Regiões Unidades locais remunerações
assalariado em 31.12
e (1000 R$)
Unidades da Federação
Total % Total % Total %
403
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
ANEXO 2 – TABELA 16 DO IBGE (UNIDADES LOCAIS, PESSOAL OCUPADO ASSALARIADO EM 31.12 E SALÁRIOS E
OUTRAS REMUNERAÇÕES DAS ENTIDADES PRIVADAS SEM FINS LUCRATIVOS, SEGUNDO UNIDADES DA
FEDERAÇÃO E CLASSIFICAÇÃO DAS ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS - BRASIL – 2010)
Pessoal ocupado assalariado Salários e outras
Unidades da Federação e Classificação Unidades locais
em 31.12 remunerações (1000 R$)
Brasil 556 846 2 893 854 57 651 563
Norte 24 126 97 671 1 766 597
Rondônia 3 797 11 026 207 797
Habitação 1 x x
Habitação 1 x x
Saúde 18 656 8 625
Hospitais 2 x x
Outros serviços de saúde 16 x x
Cultura e recreação 189 183 1 812
Cultura e arte 40 29 244
Esportes e recreação 149 154 1 568
Educação e pesquisa 1 057 3 397 67 409
Educação infantil 10 71 727
Ensino fundamental 35 527 11 920
Ensino médio 20 279 4 281
Educação superior 11 827 13 943
Caixas escolares e similares 936 136 1 919
Estudos e pesquisas 13 544 14 976
Educação profissional 3 8 71
Outras formas de educação / ensino 29 1 005 19 572
Assistência social 144 259 3 036
Assistência social 144 259 3 036
Religião 691 1 201 13 385
Religião 691 1 201 13 385
Partidos Políticos, sindicatos, associações
1 042 2 238 46 165
patronais e profissionais
Partidos políticos 35 14 186
Sindicatos, federações e confederações 182 616 5 798
Associações empresariais e patronais 37 93 1 293
Associações profissionais 204 192 2 208
Associações de produtores rurais 584 1 323 36 681
Meio ambiente e proteção animal 15 x x
Meio ambiente e proteção animal 15 x x
Desenvolvimento e defesa de direitos 135 584 15 742
Associação de moradores 35 9 158
Centros e associações comunitárias 47 389 13 521
Desenvolvimento rural 13 10 105
Emprego e treinamento 5 95 710
Defesa de direitos de grupos e minorias 25 53 409
Outras formas de desenvolvimento e defesa
10 28 838
de direitos
Outras instituições privadas sem fins
505 2 483 51 280
lucrativos
Condomínios 175 1 017 9 824
Cartórios 73 295 3 061
Sistema S 19 675 27 317
Entidade de mediação e arbitragem - - -
Comissão de conciliação prévia - - -
Conselhos, fundos e consórcios municipais 2 x x
Cemitérios e funerárias 2 x x
Outras instituições privadas sem fins
234 383 9 990
lucrativos não especificadas anteriormente
Fonte: IBGE (2010)
404
PLANO ESTADUAL DE RECURSOS HÍDRICOS DO
ESTADO DE RONDÔNIA - PERH/RO
MAPAS
MAPA 2 – Distribuição das Populações Municipais Urbanas e Rurais em Relação aos Totais
Populacionais
405
66°0'W 64°0'W 62°0'W 60°0'W LEGENDA
15,000 - 30,000
£
¤
319
30,000 - 100,000
100,000 - 200,000
200,000 - 511,219
Candeias
do Jamari Unidades Hidrográficas de Gestão
Porto
Velho _
^
Bacias Hidrográficas
Itapuã
do Oeste
Cujubim Machadinho
D'Oeste
Capital
Alto
Paraíso
Rio
Crespo _
^
Fortaleza Vale do
£
¤
364
Ing.
Anari
£
¤
425 Buritis
Theobroma
Mato Grosso
Villa £
¤
460 Monte Negro
Vale do
Bella Cacaulândia Jaru Paraíso
Nova Sistema Viário
Campo Novo Governador
Mamoré
de Rondônia Jorge
Teixeira Ouro
Preto do
!
¢ Federal
DEZEMBRO DE 2017
Oeste Estadual
£
¤421 Nova
União Teixeirópolis
Ji-Paraná
Mirante da Serra
Limites
Urupá Ministro
Andreazza
Presidente Limite Municipal
Médici
Limites Estaduais
Castanheiras Cacoal Limite do Estado de Rondônia
Espigão
Alvorada D'Oeste
D'Oeste Fonte:
Pimenta
Rolim de Bueno
Drenagem: ANA, 2010
Novo
Nova Moura Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Brasilândia Horizonte
Seringueiras São Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
D'Oeste do Oeste Santa
Luzia Felipe Manchas Urbanas: IBGE, 2011.
São D'Oeste D'Oeste
Alta
Miguel do
Floresta Venezuela Guiana Guiana
São Francisco Guaporé Primavera
12°0'S
D'Oeste Francesa
do Guaporé de Rondônia Colômbia RR
Suriname
LOCALIZAÇÃO
Alto Alegre AP
£
¤ 429 dos Parecis
Parecis AM
PA MA CE
RN
PI PE PB
Costa
Marques £
¤
174 AC
RO TO SE AL
Peru BA
Chupinguaia MT
DF
GO
Bolívia Bolívia
MS
MG
ES
SP RJ
Vilhena Paraguai
Chile PR
SC
Corumbiara Argentina
RS
Uruguai
Cerejeiras Colorado
do Oeste Coordenadas Geográficas I South America | Datum SIRGAS2000 | MC 51ºW
M
POPULAÇÃO MUNICIPAL TOTAL A
P
Realização
Execução
A
14°0'S
RONDÔNIA
Governo do Estado
População Urbana
População Rural
Bacias Hidrográficas
Capital
_
^
£
¤
364
Manchas Urbanas
Ariquemes
10°0'S
Ji-Paraná
£
¤
425 Mato Grosso
Sistema Viário
£
¤
460
!
¢ Federal
Estadual
DEZEMBRO DE 2017
£
¤421
Limites
Cacoal
Limite Municipal
Limites Estaduais
Limite do Estado de Rondônia
Fonte:
Drenagem: ANA, 2010
Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Manchas Urbanas: IBGE, 2011.
Rolim de
Moura Venezuela Guiana Guiana
12°0'S
£
¤ 429
AM
PA MA CE
RN
PI PE PB
£
¤
174 AC
RO TO SE AL
Vilhena Peru MT
BA
DF
GO
Bolívia Bolívia
MS
MG
ES
SP RJ
Paraguai
Chile PR
SC
Argentina
RS
Uruguai
POPULAÇÃO MUNICIPAL M
A
URBANA E RURAL
P
Realização
Execução
A
14°0'S
RONDÔNIA
Governo do Estado
®
2021 2026
8°0'S
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Unidades Hidrográficas de Gestão
10°0'S
10°0'S
Limites
Alto Alto
£
¤
421 Rio £
¤
421 Rio Limites Estaduais
Jamari Jamari
Limite do Estado de Rondônia
Rio Médio Rio Rio Médio Rio
Mamoré Machado Mamoré Machado
Rio Rio
Roosevelt Roosevelt
Fonte:
Baixo Rio £
¤
429 Baixo Rio £
¤
429 Drenagem: ANA, 2010
12°0'S
12°0'S
Guaporé £
¤364 Guaporé £
¤364 Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Alto Rio Alto Rio Cenários: RHA, 2017
Rio Branco Machado
£
¤
174 Rio Branco
e Colorado
Machado
£
¤
174
e Colorado
OUTUBRO DE 2017
14°0'S
14°0'S
Amazonas
2036
8°0'S
VA Z Ã O C E N Á R I O I N E R C I A L
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
421 Rio
GO
DF
Jamari Bolívia
MG
ES
4,871 - 5,420 MS
Rio Médio Rio SP RJ
Machado Paraguai
Mamoré Chile PR
Rio
SC
Roosevelt
5,421 - 9,450 Argentina
RS
Baixo Rio £
¤
429
Uruguai
12°0'S
Guaporé £
¤364
Coordenadas Geográficas I South America | Datum SIRGAS2000 | MC 51ºW
Alto Rio
Rio Branco Machado
£
¤
174 Escala do mapa 1:6.000.000 | 1 cm = 60 km
e Colorado km
0 45 90 180 270
Realização
Execução
RONDÔNIA A
Governo do Estado
14°0'S
MA
®
2021 2026
8°0'S
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Unidades Hidrográficas de Gestão
Baixo Rio
Médio Rio Médio Rio Machado
Madeira Madeira
Baixo Rio Baixo Rio
Machado Machado Bacias Hidrográficas
10°0'S
10°0'S
£
¤
425 £
¤ 460
Margem
£
¤425
Margem
Direita
Direita
Rio Jamari Limites
Rio Jamari
£
¤ 421
Alto Rio
Médio Rio
Machado
£
¤ Alto
421 Rio
Jamari
Médio Rio
Machado
Limites Estaduais
Rio Jamari Rio Alto Rio Limite do Estado de Rondônia
Mamoré Mamoré Jamari
Rio Baixo Rio
Roosevelt Rio Rio Roosevelt
Mamoré Guaporé
Fonte:
£
¤
364 £
¤ 364 Drenagem: ANA, 2010
12°0'S
12°0'S
Baixo Rio
Guaporé
£
¤
429
£
¤
429 Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Rio Branco Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Alto Rio Baixo Rio Alto Rio Cenários: RHA, 2017
e Colorado
Machado
£
¤
174 Guaporé Machado
£
¤
174
Alto Rio
Rio Branco Rio Branco
Machado
e Colorado e Colorado
Médio Rio Alto Rio Médio Rio
Bolívia Guaporé Guaporé Bolívia Guaporé
Alto
Médio Rio
Rio Guaporé
Guaporé
DEZEMBRO DE 2017
14°0'S
14°0'S
Amazonas
2036 QUALIDADE DA ÁGUA
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Baixo
Rio Fósforo (kg/dia)
Médio Rio Machado
Madeira Baixo Rio Agricultura
Machado
Margem 0,00 - 5,00
Esquerda Rio Margem
Madeira Esquerda Rio Rio Jaru
Jamari
Rio 5,01 - 10,00 Venezuela Guiana Guiana
Abunã Alto Rio Colômbia RR Francesa
Suriname
LOCALIZAÇÃO
Madeira AP
Margem Rio Jaru
10°0'S
8,4 9,9 14
Rio Branco Coordenadas Geográficas I South America | Datum SIRGAS2000 | MC 51ºW
Baixo Rio Alto Rio
e Colorado
Guaporé Machado
£
¤
174 8,4 9,9 14 Escala do mapa 1:6.000.000 | 1 cm = 60 km
Alto Rio km
Rio Branco 0 45 90 180 270
Machado
e Colorado
Médio Rio Alto Rio
Bolívia Guaporé Guaporé M
Médio Rio DBO Doméstico DBO Doméstico DBO Doméstico QUALIDADE DA ÁGUA CENÁRIO INERCIAL A
Guaporé P
Realização
Execução
RONDÔNIA A
DBO Animal DBO Animal DBO Animal Governo do Estado
14°0'S
MA
®
2021 2026
8°0'S
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Unidades Hidrográficas de Gestão
10°0'S
10°0'S
Limites
Alto Alto
£
¤
421 Rio £
¤
421 Rio Limites Estaduais
Jamari Jamari
Limite do Estado de Rondônia
Rio Médio Rio Rio Médio Rio
Mamoré Machado Mamoré Machado
Rio Rio
Roosevelt Roosevelt
Fonte:
Baixo Rio £
¤
429 Baixo Rio £
¤
429 Drenagem: ANA, 2010
12°0'S
12°0'S
Guaporé £
¤364 Guaporé £
¤364 Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Alto Rio Alto Rio Cenários: RHA, 2017
Rio Branco Machado
£
¤
174 Rio Branco
e Colorado
Machado
£
¤
174
e Colorado
DEZEMBRO DE 2017
14°0'S
14°0'S
Amazonas VA Z Ã O C E N Á R I O I N C R E M E N TA L
2036
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
421 Rio
GO
DF
Jamari Bolívia
MG
ES
4,181 - 9,624 MS
Rio Médio Rio SP RJ
Machado Paraguai
Mamoré Chile PR
Rio
SC
Roosevelt
9,625 - 12,040 Argentina
RS
Baixo Rio £
¤
429
Uruguai
12°0'S
Guaporé £
¤364
Coordenadas Geográficas I South America | Datum SIRGAS2000 | MC 51ºW
Alto Rio
Rio Branco Machado
£
¤
174 Escala do mapa 1:6.000.000 | 1 cm = 60 km
e Colorado km
0 45 90 180 270
Realização
Execução
RONDÔNIA A
Governo do Estado
14°0'S
MA
®
2021 2026
8°0'S
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Unidades Hidrográficas de Gestão
10°0'S
10°0'S
£
¤425 £
¤425
Margem
Direita
Rio Jamari Limites
£
¤
421
Alto Rio
Médio Rio
Machado
£
¤421
Alto Rio
Médio Rio
Machado
Limites Estaduais
Rio Jamari Jamari Limite do Estado de Rondônia
Mamoré
Rio Rio
Roosevelt Rio Roosevelt
Mamoré
Fonte:
£
¤
429
£
¤364 £
¤
429
£
¤ 364 Drenagem: ANA, 2010
12°0'S
12°0'S
Baixo Rio Baixo Rio Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Guaporé Alto Rio Guaporé Alto Rio Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Machado Machado Cenários: RHA, 2017
£
¤
174
£
¤
174
Alto
Rio
Guaporé
DEZEMBRO DE 2017
14°0'S
14°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Fósforo (kg/dia)
Agricultura
Médio Rio
Madeira Baixo Rio
Machado 0,00 - 5,00
Margem
Baixo Rio
Esquerda Rio 5,01 - 10,00
Jamari
Rio Madeira Venezuela Guiana Guiana
RR Francesa LOCALIZAÇÃO
Abunã Colômbia
Suriname
AP
Alto Rio Rio Jaru
10°0'S
£
¤
429
£
¤
364
Uruguai
12°0'S
Realização
Execução
RONDÔNIA A
DBO Animal DBO Animal DBO Animal Governo do Estado
14°0'S
MA
®
2021 2026
8°0'S
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Unidades Hidrográficas de Gestão
10°0'S
10°0'S
Limites
Alto Alto
£
¤
421 Rio £
¤
421 Rio Limites Estaduais
Jamari Jamari
Limite do Estado de Rondônia
Rio Médio Rio Rio Médio Rio
Mamoré Machado Mamoré Machado
Rio Rio
Roosevelt Roosevelt
Fonte:
Baixo Rio £
¤
429 Baixo Rio £
¤
429 Drenagem: ANA, 2010
12°0'S
12°0'S
Guaporé £
¤364 Guaporé £
¤364 Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Alto Rio Alto Rio Cenários: RHA, 2017
Rio Branco Machado
£
¤
174 Rio Branco
e Colorado
Machado
£
¤
174
e Colorado
DEZEMBRO DE 2017
14°0'S
14°0'S
Amazonas
2036
8°0'S
VA Z Ã O C E N Á R I O S E T O R I A L
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
421 Rio
GO
DF
Jamari Bolívia
MG
RJ
Machado Paraguai
Mamoré Chile PR
Rio
SC
Roosevelt
5,051 - 5,720 Argentina
RS
Baixo Rio £
¤
429
Uruguai
12°0'S
Guaporé £
¤364
Coordenadas Geográficas I South America | Datum SIRGAS2000 | MC 51ºW
Alto Rio
Rio Branco Machado
£
¤
174 Escala do mapa 1:6.000.000 | 1 cm = 60 km
e Colorado km
0 45 90 180 270
Realização
Execução
RONDÔNIA A
Governo do Estado
14°0'S
®
2021 2026
8°0'S
8°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Unidades Hidrográficas de Gestão
10°0'S
10°0'S
£
¤425
Margem
£
¤
425
Margem
Direita Direita
Rio Jamari Rio Jamari Limites
£
¤
421
Alto Rio
Médio Rio
Machado
£
¤421
Alto Rio
Médio Rio
Machado
Limites Estaduais
Rio Jamari Rio Jamari Limite do Estado de Rondônia
Mamoré Mamoré
Rio Rio
Roosevelt Roosevelt
Fonte:
£
¤
364 £
¤ 364 Drenagem: ANA, 2010
12°0'S
£
12°0'S
Baixo Rio
Guaporé
£
¤
429 Baixo Rio
Guaporé
¤
429 Rodovias, Massas D'água, Capital, Cidades e Limites: IBGE, 2016
Unidades Hidrográficas de Gestão: RHA, 2017
Alto Rio Alto Rio Cenários: RHA, 2017
Machado
£
¤
174 Machado
£
¤
174
Alto
Rio Guaporé
DEZEMBRO DE 2017
14°0'S
14°0'S
£
¤
319 Baixo Rio
Madeira
Fósforo (kg/dia)
Agricultura
Médio Rio
Madeira Baixo Rio
Machado 0,00 - 5,00
Margem
Margem
Esquerda Rio 5,01 - 10,00
Esquerda Rio
Jamari
Rio Madeira Venezuela Guiana Guiana
Abunã Alto Rio Colômbia RR Francesa
Suriname
LOCALIZAÇÃO
Madeira AP
Rio Jaru
10°0'S
£
¤
421
Alto Rio
Médio Rio
Machado GO
DF
£
¤
429
£
¤
364
7,6 8,1 9,1 Uruguai
12°0'S
Baixo Rio
Guaporé Coordenadas Geográficas I South America | Datum SIRGAS2000 | MC 51ºW
Alto Rio 7,6 8,1 9,1
Machado
£
¤
174 Escala do mapa 1:6.000.000 | 1 cm = 60 km
km
Rio Branco 0 45 90 180 270
e Colorado
Médio Rio Alto Rio
Bolívia Guaporé Guaporé M
DBO Doméstico DBO Doméstico DBO Doméstico
QUALIDADE DA ÁGUA CENÁRIO SETORIAL A
P
Realização
Execução
DBO Animal DBO Animal DBO Animal
RONDÔNIA A
Governo do Estado
14°0'S
MA