Escritório de Gerenciamento de Projetos - Um Estudo de Caso
Escritório de Gerenciamento de Projetos - Um Estudo de Caso
Escritório de Gerenciamento de Projetos - Um Estudo de Caso
São Paulo
2002
Dedico este trabalho a memória de meu avô, Lilo.
AGRADECIMENTOS
1 – INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 11
3.1 - DEFINIÇÃO........................................................................................................... 30
3.2 – EVOLUÇÃO .......................................................................................................... 34
3.3 – FATORES MOTIVADORES DA IMPLEMENTAÇÃO ..................................................... 35
3.4 –MODELOS, FUNÇÕES E COMPOSIÇÃO INTERNA ...................................................... 37
3.4.1 – Nível 1 - Escritório de Controle de Projetos................................................. 39
3.4.2 – Nível 2 - Escritório de Suporte de Projetos .................................................. 42
3.4.3 – Nível 3: Escritório Estratégico de Projetos .................................................. 45
3.4.4 – Funções dos Escritórios de Gerenciamento de Projetos ............................... 47
3.4.5 – Estrutura Interna ......................................................................................... 51
3.4.5.1 - Diretor ................................................................................................... 51
3.4.5.2 – Gerentes de Projeto ............................................................................... 52
3.4.5.3 – Outras Posições..................................................................................... 53
3.5 – VALOR PARA A ORGANIZAÇÃO ............................................................................ 55
3.5.1 – O Valor Esperado de um EGP ..................................................................... 58
3.6 – FATORES DE SUCESSO E FATORES RESTRITIVOS ................................................... 59
3.7– IMPLEMENTAÇÃO ................................................................................................. 62
3.7.1 – Aspectos Culturais ....................................................................................... 62
3.7.2 - Fases da Implementação do EGP ................................................................. 64
3.7.2.1 – Fase I – Preparar o Terreno ................................................................... 65
3.7.2.2 – Fase II - Começar com iniciativas de curto prazo .................................. 66
3.7.2.3 – Fase III – Caminhar com soluções de longo prazo ................................. 66
3.7.2.4 – Fase IV – Manter e Aprimorar............................................................... 67
LISTA DE TABELAS
1 – INTRODUÇÃO
Este capítulo apresenta o contexto no qual se insere este trabalho, as
justificativas que motivaram a sua realização, a importância atual do tema, o objetivo
proposto, as contribuições esperadas, o método de pesquisa adotado e, por fim, a forma de
organização deste texto.
podem não ser uma solução viável para um grande número de empresas e sua evidência
nos dias de hoje pode ser fruto de um modismo passageiro.
Neste contexto, em que alguns autores relacionam ao EGP um alto potencial de
ganho para as empresas e outros o colocam como uma moda passageira, torna-se muito
importante o estudo do tema para elucidar os reais pontos positivos e negativos da
utilização do mesmo e as características de sua implementação.
Soma-se a isto o fato de muitas empresas ainda desconhecerem os conceitos
inerentes ao assunto e a relativa falta de trabalhos acadêmicos e compilações sobre o tema,
o que torna o trabalho ainda mais interessante, tanto do ponto de vista de uma compilação
bibliográfica atual quanto como um estudo de referência para suporte a decisão de
implantação de um Escritório de Gerenciamento de Projetos.
2 – GESTÃO DE PROJETOS
Este capítulo define e apresenta as principais características dos projetos e da
gestão dos mesmos de forma a situar o leitor e elucidar alguns termos e definições de
maneira a tornar mais fácil a compreensão do restante do trabalho.
2.1 – Projeto
Meredith & Mantel (1985) dizem que um projeto pode ser dividido em sub-
tarefas que precisam ser executadas para se alcançar os objetivos. O mesmo é complexo o
suficiente para que a execução dessas sub-tarefas requeira uma coordenação cuidadosa e
controle em termos de duração, precedência, custo e performance. O próprio projeto
precisa ser coordenado perante outros projetos sendo executados concomitantemente.
Os mesmos autores dizem que, assim como entidades orgânicas, os projetos
possuem um ciclo de vida. De um começo vagaroso, o nível de atividade vai se
desenvolvendo até um pico, começando então a declinar e, finalmente, terminar.
O Project Management Institute (PMI, 2000), resume essas definições:
Como veremos mais adiante, a gestão de projetos tem como objetivo garantir o
sucesso do mesmo, realizando as tarefas necessárias para esse sucesso e evitando as
armadilhas que podem levar ao fracasso.
Grupos
Iniciação Planejamento Execução Controle Fechamento
Área
• Elaboração do • Execução do • Controle de
Integração
Plano do Projeto Plano do Projeto Mudanças
• Iniciação do • Planejamento • Verificação do
Projeto do Escopo Escopo
Escopo
• Definição do • Contr. de Mud.
Escopo De Escopo
• Definição de • Controle do
atividades Cronograma
• Seqënc. de (reprogramações)
Atividades
Prazo • Estimativa de
duração de
atividades
• Elaboração do
cronograma
• Planejamento • Controle dos
dos recursos custos
Custo
• Elaboração do
orçamento
• Planejamento • Quality • Controle da
Qualidade
da Qualidade Assurance Qualidade
• Planejamento • Desenvolviment
Recursos Humanos Organizacional o do Time do Projeto
• Recrutamento
• Planej. da • Distribuição da • Relatório de • Fechamento
Comunicação
comunicação informação desempenho administrativo
• Planejamento • Monitorament
do gerenc. Do risco o e controle dos
• Identificação riscos
dos riscos
• Análise
Risco qualitativa e
quantitativa dos
riscos
• Planejamento
das respostas ao
risco
• Planej. dos • Solicitações • Fecham
suprimentos • Seleção de ento dos contratos
Suprimento • Planej. das fornecedores
solicitações • Administração
de contratos
Iniciação Planejamento
Controle Execução
Fechamento
tanto ao projeto como um todo como a partes do projeto, desta forma, cada fase de um
projeto pode ter seus processos enquadrados nos cinco grupos e o relacionamento entre
eles será o mesmo da figura acima.
Novas Tecnologias
Concorrência Posicionamento
Mercado Objetivos
Oportunidades
Situação Prevista Situação Atual
Metas Resultados
Ação
Análise de Viabilidade
Projeto
Implementação
Resultados
Implementação
Projeto
Análise de Viabilidade
Ação
Estratégias de negócio
Posicionamento Atual
Organização Organização
Projetos
Hoje no futuro
Transformação
Orquestrada
Intenção
Transformação
Caótica Ação
Resultado
3.1 - Definição
A definição de Escritório de Gerenciamento de Projetos na literatura é um tanto
quanto imprecisa. Casey & Peck (2001) dizem que esta imprecisão deriva do fato de que
EGP significa coisas diferentes para pessoas diferentes já que existem diferentes tipos de
Escritórios de Gerenciamento de Projetos e que cada um tem seu conjunto de vantagens e
desvantagens. Por isso, não é objetivo desta seção a busca de uma definição única e precisa
para o tema, mas sim a busca das principais definições.
Rad & Raghavan (2000) definem o tema como a entidade organizacional que
provê o foco institucional nos procedimentos de gerenciamento de projetos. Ainda de
acordo com os mesmos autores, ele funciona como um mecanismo para a continuidade
organizacional das experiências e lições aprendidas durante o processo de gerenciamento
de projetos. Além disso, facilita a integração das atividades de gerenciamento de projetos
com as políticas e procedimentos organizacionais, facilita a consistência freqüentemente
desejada nas políticas, procedimentos e ferramentas de gerenciamento de projetos e,
finalmente, atua como um centro corporativo de competência em gerenciamento de
projetos.
Com esta definição, os autores enfatizam o caráter corporativo, de defensor dos
procedimentos definidos e das boas práticas de gerenciamento de projetos dentro da
organização. Duggall (2001) também define Escritório de Gerenciamento de Projetos nesta
mesma linha, o descrevendo como uma estrutura formalizada que é direcionada
diretamente ao suporte à comunidade de gerenciamento de projetos da empresa. A função
do mesmo, neste caso, seria trazer ordem e padronização para as práticas possivelmente
caóticas e diversas de gerenciamento de projetos. Para isso, devem ser definidos processos
e padrões repetíveis, além do controle para verificação do cumprimento desses processos e
padrões. Essas definições e controle também seriam de responsabilidade do EGP.
Crawford (2000a), por sua vez, define EGP como um provedor de serviços e
processos completos para gerenciamento de projetos. O autor deixa em aberto o que
significa o termo “serviços e processos completos para gerenciamento”, porém, podemos
assumir que sejam os serviços e processos necessários para que a empresa consiga realizar
com sucesso o gerenciamento de seus projetos, ou seja, que envolvam, pelo menos, o
planejamento, organização, direção e controle de escopo, prazo, custo e risco. Cleland e
Ireland (2000) reforçam esta definição descrevendo o tema como um grupo de suporte que
provê serviços para os gerentes de projetos, gestores seniores e gerentes funcionais
trabalhando em projetos. Dizem ainda que o escritório não substitui o gerente do projeto,
apenas prepara informações e relatórios de apoio.
Com estas definições, os autores enfatizam o caráter de provedor de recursos e
serviços para gerenciamento de um Escritório de Gerenciamento de Projetos, ou seja, seria
de sua responsabilidade atuar como um “repositório” de serviços, profissionais, processos,
métodos e ferramentas de auxílio.
Mais uma abordagem para a definição do tema é dada por Morningstar (1999)
que diz que o EGP é uma entidade responsável pela definição de um método padronizado
de avaliar e priorizar projetos e de alocar e gerenciar os recursos necessários para a
execução desses projetos. Desta forma, a função de gestão de porta fólio que um Escritório
de Gerenciamento de Projetos pode desempenhar é enfatizada pelo autor.
Bridges & Crawford (2001) também colaboram para definir o tema dizendo
que o EGP surge para definir a infraestrutura e o suporte necessário para se organizar uma
empresa "projetizada". Uma empresa "projetizada", neste contexto, pode ser definida como
aquela cuja estrutura organizacional está voltada para projetos e não para funções
departamentais.
Estratégias
Organizacionais Alta Administração Consolidação dos relatórios e
Patrocinadora dos Projetos controles
Metodologia,
Serviços, EGP
Treinamento, Acompanhamento,
Documentação, Relatórios de Progresso,
Alinhamento Controle de Recursos
Projeto Projeto Projeto
A B C
Necessidades do Produtos do
Negócio Negócio
3.2 – Evolução
Gonsalez & Rodrigues (2002) descrevem a evolução histórica do Escritório de
Gerenciamento de Projetos dizendo que o mesmo pode ser encontrado como entidade
relativamente bem definida desde meados dos anos 60, nos grandes projetos militares,
aeroespaciais e de construção civil. Podemos denominar esses escritórios como Escritórios
de Controle de Projetos pois os especialistas em projetos da época possuíam apenas
funções de controle e de ações corretivas, ou seja, o foco era a detecção e correção de
problemas.
No final da década de 70 até meados da década de 80, com o surgimento dos
primeiros softwares de gestão “amigáveis”, o escritório mudou para expandir sua cobertura
inicial para outros projetos de áreas diferentes, porém, ainda isolados. Para isso, membros
das áreas funcionais, não especialistas em projetos, foram alocados nos escritórios que
assumiram a função de suporte aos projetos.
No final da década de 80 e meados da década de 90, as ferramentas de gestão
(e todas as demais ferramentas computacionais) sofreram uma verdadeira revolução,
Group mostra claramente que os índices de sucesso dos projetos aumentaram mais de 30%
se comparados com os índices de 1994, quando a pesquisa foi iniciada, e esse aumento se
deve basicamente às melhoras no gerenciamento introduzidas pela implementação de
Escritórios de Gerenciamento de Projetos, principalmente em industrias de alta tecnologia.
Estação
Meteorológica
Torre de
Controle
Repositório de
Recursos
CEO
Projetos
Escritório de
Controle de Projetos
Gerenciamen
Escritório de Escritório de Escritório de to
Suporte de Projetos Projetos e Governança de Corporativo
Programas Projetos
de Projetos
e Programas
Gerente do
Projeto
Gerente do
EGP
Kate (2000) concorda, desta vez, com a definição dos demais autores
explicitando as funções que considera de responsabilidade de um Escritório de Nível 2:
corporativo de projetos como um elemento importante em sua estrutura. (Casey & Peck,
2001).
O autor observa que é claro que, no mundo real, nada funciona precisamente da
forma como foi descrito, em qualquer Nível de Escritório de Gerenciamento de Projetos.
Muitos Escritórios são modelos híbridos em relação aos níveis apresentados. O importante
desta divisão é observar que é um erro definir um EGP de nível 3 e ocupa-lo
exclusivamente com tarefas operacionais de projetos ou então, o contrário, definir um EGP
de nível 1 e ocupá-lo com tarefas estratégicas. Primeiramente deve-se definir quais são os
objetivos e, somente depois, que tipo de EGP seria o mais adequado.
de problemas
Gerenciado EGP de Nível 3 – Escritório Estratégico de
• Processos de gerenciamento de Projetos
projetos integrados, avaliados e
controlados;
• Alta gerência interligada ao fluxo de
informações dos principais projetos;
• Alta taxa de sucessos em projetos;
• Banco de dados consolidado
Otimizado EGP de Nível 3 em conjunto com um
• Processos continuamente Centro de Gerenciamento da Transformação
aperfeiçoados; Organizacional, uma espécie de maestro das
• Sistemas atendem às necessidades da transformações organizacionais e da relação
alta gerência e da linha; da organização com o restante da rede na
• Informações confiáveis podem ser qual ela está inserida.
transferidas de um projeto a outro e
analisadas de um ponto de vista
corporativo;
• Recursos otimizados não só em
termos de projetos mas em termos
empresariais
Tabela 2: Nível de Maturidade em Gerenciamento de Projeto x Modelo de EGP indicado
Com relação à lista de funções exercidas pelo EGP, Rad & Raghavan (2000)
enumeram as funções relativas aos processos e tecnologia:
• Suporte Administrativo
o Manutenção das programações e cronogramas;
o Produção, consolidação e distribuição de relatórios;
o Manutenção da Sala do Projeto (Visibility Room ou War Room);
o Suporte na escolha e operação de softwares;
o Arquivamento de documentação e gerenciamento de
informações;
o Controle de mudanças;
o Suporte na operação de Softwares.
3.4.5.1 - Diretor
Se a organização está preparada para implantar um EGP de Nível 3 e fazê-lo
ser a força central por traz de seus esforços de gerenciamento de projetos, ela irá necessitar
de um diretor para assumir a liderança do Escritório. Esta posição promove a visualização
do EGP por parte de toda a organização. Qualquer projeto que atravesse os limites
de tomar ações, resolver problemas e levar os mesmos para a alta administração somente
em último caso.
recursos onde quer que eles possam ser encontrados, se voltam para o
Gestor de Recursos do EGP para assistência. Esse gestor prioriza as
requisições e trabalha com o Diretor para “encaixar” as competências
necessárias com as competências oferecidas pelos recursos, tendo
sempre em manter a priorização guiada pelas estratégias corporativas.
Esta função geralmente é exercida por Gerentes do EGP.
Com relação a este assunto, Kate (2000) coloca que dentro do contexto de um
EGP, podem existir um número grande de papéis que contribuem para o sucesso do
mesmo. Os papéis contidos no EGP e suas respectivas responsabilidade dependem do tipo
e da fase de implementação. Cada papel pode ser visto em todos os estágios ou modelos
mencionados anteriormente, com diferentes responsabilidades em cada modelo. Por
exemplo, o Diretor do EGP provavelmente iria existir em todos os modelos ou pelo menos
nos modelos de Nível 2 e 3, porém, pode ser somente um facilitador de comunicação no
Nível 1 ou um responsável pela implementação de estratégias organizacionais no Nível 3.
Abaixo a autora descreve alguns destes papeis.
Educação e Treinamento
Foco em redução dos Gerentes de Projetos e
custos de execução Equipe
Operacional
Figura 13: Relação entre foco de atuação e valor para a empresa
P6
100% acima do custo
3.7– Implementação
Este item trata da implementação do EGP: os fatores culturais envolvidos e a
metodologia de implantação proposta pelos autores.
1
BERNSTEIN, Sally. Project Offices in practice. Project Management Journal, Dezembro de 200,
vol. 30., no. 4, p 4-7.
2
DINSMORE, Paul C. Implementing Project Office Cultural Change. PM Network, Agosto de 2001,
p. 22-23.
3
O PMBOK, Project Management Body ff Knowledge é uma publicação do PMI – Project
Management Institute.
4
VALERIANO, Dalton. Gerenciamento Estratégico e Administração por Projetos, São Paulo,
Makron Books, 2001, p.27
Bridges & Crawford (2000) adotam uma abordagem que visa gerar valor o
mais rápido possível ao mesmo tempo que considera soluções de longo prazo para
aprimorar o gerenciamento de projetos para a implementação do EGP. Assim, os autores
recomendam fazer um esforço consciente e planejar deliberadamente para gerar valor
imediato e atender o mais rapidamente possível as necessidades do negócio. A chave é
manter a implementação simples, focada na obtenção de valor, e o plano de implantação
bem estruturado.
Apesar do foco no curto-prazo ser o começo, soluções de longo prazo precisam
ser consideradas e os passos iniciais dados não podem impossibilitar essas soluções. As
soluções de longo prazo lidam com esforços de maturidade permanentes que irão resultar
em valor de longo-prazo para a organização não apenas uma vez, mas de forma perene,
graças aos processos repetitíveis e padronizados gerados.
Para que isso seja possível, os autores propõem quatro fases distintas: Preparar
o terreno; começar com iniciativas de curto prazo; caminhar com soluções de longo prazo;
manter e aprimorar.
• Implantação de ferramentas;
• Criação de planos de carreira para a área de gerenciamento de projetos;
• Gerenciamento estratégico de porta fólio;
• Planejamento de mudanças organizacionais e de transição.
1. Aspectos Organizacionais
a. Estrutura organizacional;
b. Relação do resultado da empresa com o resultado dos projetos
c. Utilização de gerenciamento por projetos;
d. Grau de maturidade;
e. Porte / complexidade dos projetos;
2. Implantação do Escritório de Gerenciamento de Projetos
a. Motivos para a implementação;
b. Grau de envolvimento da alta administração;
c. Metodologia de implementação;
d. Dificuldades encontradas;
e. Fatores críticos de sucesso;
f. Próximos passos;
3. Caracterização do Escritório de Gerenciamento de Projetos
a. Filosofia de atuação;
b. Relação entre o esforço de implementação de estratégias
organizacionais e o EGP;
c. Grau de autoridade do executivo principal do EGP;
d. Infra-estrutura:
e. Atribuições/funções do EGP;
President
KAMs
Strategic Bus.
Dev.
Global
Services
Solutions &
Product Mkt.
Finance &
Administr.
Human
Resources
Global Services
Business Strategic
Support Partners
Special Projects
Customer Services
& Education
Business dev.
Sales Report
A estrutura da empresa para lidar com seus projetos é claramente matricial pois
o gerente de projetos monta a sua equipe a partir de recursos das linhas, portanto, estão
presentes os conflitos típicos deste tipo de estrutura organizacional.
A necessidade de implementação do EGP surgiu com a demanda por uma
padronização na metodologia de desenvolvimento dos projetos da organização. Cada área
tinha a sua metodologia, ou não tinha metodologia alguma, e o esforço para manutenção
destas metodologias era muito grande. Além disso, não era possível saber ao certo qual a
situação de cada projeto, se estava sendo lucrativo ou não. A unificação das metodologias
surgiu com a criação de uma que atendesse a todos os casos.
Além da criação da nova metodologia de gerenciamento de projetos, a empresa
percebeu que o desenvolvimento da competência nesta matéria também era um fator
competitivo importante. Assim, o EGP como uma forma de implementar uma metodologia
única e de difundir a competência em gerenciamento de projetos por toda a empresa. O
escritório deveria ter uma equipe própria, com formação específica em gerenciamento de
projetos.
A implementação do Escritório iniciou-se em 1999 com foco na disseminação
da metodologia de gerenciamento de projetos. Essa implementação foi conduzida como um
projeto no início, mas alguns problemas ocasionados por processos de reorganização na
empresa interromperam essa abordagem.
O EGP na empresa é considerado como um elemento em implementação, que
atravessa uma fase de consolidação de abordagem e definição de rumos. O patrocínio da
alta gerencia, a sensibilização dos KAMs, e a demonstração dos benefícios do EGP são
fatores que estão sendo trabalhados atualmente.
Resumindo, a empresa tem uma estrutura formal chamada Project
Management Office que de fato agrega sob sua estrutura os gerentes de projeto, guarda a
metodologia de gerenciamento, procura difundi-la e provê suporte na aplicação da mesma.
Essa estrutura teve uma evolução relativamente rápida desde a construção de uma
metodologia uniforme até hoje (cerca de 2 a 3 anos) apoiada por uma diretriz mundial de
valorização da disciplina de gerenciamento de projetos. Em momentos onde o patrocínio
da alta administração foi forte, o EGP teve bom desenvolvimento. Ruídos causados por
reestruturações organizacionais fizeram com que a direção não ficasse clara e a velocidade
de implementação se reduzisse. A introdução do EGP na empresa sem um plano de
desenvolvimento e estruturação e sem uma visão clara de atribuição e futuro, gerou
resistências por parte das áreas operacionais que não conseguem enxergar claramente os
benefícios.
4.2.3.4 – Infra-estrutura
O EGP da empresa possui aproximadamente setenta pessoas ligadas à ele.
Desses, 63 são gerentes de projeto espalhados pela organização e 7 são lotados e alocados
no EGP. Compões essas 7 pessoas o Gerente do EGP, um responsável pela definição dos
processos, um responsável pelos serviços de suporte, dois gerentes de projeto que auxiliam
o gerente na execução das funções do EGP nos projetos, um assistente e um estagiário.
Observa-se, com base nos dados apresentados acima, que grande parte das
pessoas lotadas no EGP são, na verdade, os gerentes de projeto e não profissionais
preocupados em disponibilizar para a empresa os serviços que o EGP provê. A literatura
diz que o Escritório é maior quando o EGP tem a função de alocar recursos ao projeto e,
conseqüentemente, os gerentes de projetos estão a ele vinculados.
Existe uma gama de ferramentas disponíveis para o EGP. Dentre elas, podemos
citar a Intranet corporativa que contém ferramentas, textos de apoio e a descrição da
metodologia de gerenciamento de projetos da empresa. Todas as ferramentas estão
disponíveis para todos os membros do EGP que utilizam a Intranet também para
comunicação interna.
• Implementação do EGP;
o Motivação
o Fatores facilitadores e restritivos;
o Formas de implantação
• Atribuições e Funções do EGP;
4.3.1.1 – Motivação
Dentre os aspectos motivadores da implantação de um EGP estão:
Assim, a abordagem que parece ser mais apropriada tem dois direcionamentos:
discussão das diretrizes básicas do EGP e implementação do EGP como um projeto
organizacional.
sem, contudo possuir as atribuições de mudança dos projetos. Claramente esta posição
diminui o valor gerado para a organização o que pode ser melhorado caso essa atual
posição seja apenas parte de um processo de evolução do EGP que faria com que o mesmo
tivesse papel cada vez mais estratégico gerando, portanto, maior valor.
As atribuições do EGP também são derivadas do porte e modelo (tipo) do
mesmo e do porte dos projetos nos quais o EGP vai exercer suas atividades visto que
projetos pequenos ou com pequenas margens não suportam uma estrutura de controle ou
de suporte muito grande.
Com relação ao porte e ao modelo do EGP, é visto na literatura e no caso que é
importante para a evolução e para a sobrevivência do EGP que sua estruturação seja feita
na forma de uma entidade autônoma e próxima a alta administração. Quando mais próxima
do topo da pirâmide se der a estruturação do EGP, mais poder o mesmo terá para exercer
suas funções e mais valor será gerado para a organização.
A estrutura interna do EGP é determinada pelas atribuições do mesmo e vice-
versa. A equipe deve ter forte foco em gerenciamento de projetos e ser composta por
especialistas nos diversos processos de gerenciamento de projetos. No caso apresentador, o
foco é em metodologia e administração dos gerentes de projetos. Conforme o EGP evolui,
espera-se que novas competências venham a ser integradas. A literatura ressalta a
importância da formação da equipe do EGP em gerenciamento de projetos. Também é
consenso entre o caso e a literatura que é importante uma liderança única e forte para o
EGP.
A literatura indica e o caso confirma que o patrocínio da alta administração é
fator crítico de sucesso para a implementação do EGP. Alguns aspectos que tornam
imprescindível a participação da alta administração no processo de implementação do EGP
inclui:
5 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
A ser definido no final do trabalho.
BIGELOW, Deborah, It´s Proportional: Project Offices Improve Project Success Rates,
PM Network, Janeiro de 2002, Vol. 16 Número 1.
A autora fala das pesquisas que mostram a proporcionalidade existente entre a implantação
de um EGP e a taxa de sucesso dos projetos da organização.
BRIDGES, Dianne N., CRAWFORD, J. Kent. (2000) How to Startup and Rollout a
Project Office. In: Proceedings of the Project Management Institute Annual Seminars &
Symposium, Houston
BRIDGES, Dianne N., CRAWFORD, J. Kent A Project Office – Where and Waht Type.
In: Proceedings of the Project Management Institute Annual Seminars & Symposium,
Nashville, Novembro de 2001.
Os autores conceituam EGP como um provedor de infra-estrutura e suporte para embasar
uma empresa “projetizada”. Discutem, além disso, os tipos de Escritórios possíveis,
classificando-os em três tipos em ordem ascendente de responsabilidades e autoridade:
Nível 1 (Project Support), Nível 2 (Office Support) e Nivel 3 (Enterprise Support).
CASEY, William, PECK, Wendi. Choosing the Right PMO Setup, PM Network, Fevereiro
de 2001, Vol. 15 No. 2
Os autores falam da implantação e dos possíveis modelos de Escritórios de Gerenciamento
de Projetos e dissertam a respeito da configuração ideal de escritório de gerenciamento de
projetos para cada empresa.
CRAWFORD, J. Kent. (2000a) Making a Place for Success, Project Management Best
Pratices Report, Junho de 2000., 2000a
O artigo trada de uma entrevista com o autor, Crawford, que discute algumas questões a
respeito da implementação de um Escritório de Gerenciamento de Projetos e sua definição
e funções.
CRAWFORD, J. Kent. The Strategic Project Office: Business Case and Implementation
Strategy, PM Solutions, 2001 do website http://www.pmsolutions.com, Acesso em
14/04/2002.
O autor descreve o histórico dos escritórios de gerenciamento de projetos e sua evolução
para a área estratégica da organização. Além disso, por meio de estudo de casos,
exemplifica a estratégia de implantação proposta para o escritório.
DUGGAL, Jack S., Building a Next Generation PMO. In: Proceedings of the Project
Management Institute Annual Seminars & Symposium, Nashville, Novembro de 2001.
Inicialmente, o autor explicita o conceito de EGP e suas funções. Em seguida, são feitas
comparações entre o que o autor chama de EGP tradicional e a Proxima Geração de EGPs
cuja principal característica é o foco na estratégia e valores culturais da empresa.
GOODPASTURE, John C., The Project Office: Finding Pearls and Avoiding Perils. In:
Proceedings of the Project Management Institute Annual Seminars & Symposium,
Houston, Setembro de 2000.
O artigo faz uma introdução ao conceito de EGP, explicando suas funções e
responsabilidades e avaliando o mesmo em termos de benefícios e perigos. Faz ainda uma
pequena explanação sobre a cadeia de valor para projetos, como calcular o valor esperado
de um EGP, a estrutura organizacional da empresa adequada ao mesmo e algumas
considerações a respeito de planejamento de portfólio.
KENDALL, Geral I. New Executive Demands of Projects and the PMO, In: Proceedings of
the Project Management Institute Annual Seminars & Symposium, Nashville, Novembro
de 2001.
O artigo diz que as melhores práticas geralmente aceitas estão sempre um passo atrás do
que os melhores em seus mercados estão fazendo pois se eles são os melhores fazem
alguma coisa diferente do “geralmente aceito como melhor”. Com essa perspectiva, a
implantação de um EGP é analisada como uma forma de se minimizar o conflito de
assumir abordagens tradicionais e assumir abordagens não tradicionais. Para isso, o EGP
deve se focar em procurar ativamente o não-tradicional para a resolução de problema e ao
mesmo tempo treinar continuamente os colaboradores em áreas tradicionais de
gerenciamento de projetos garantindo a inovação da abordagem não tradicional e a
minimização de custos da obordagem tradicional e geralmente aceita como a melhor.
LEWIS, James P. The Project Manager´s Desk Reference, 2ª Ed., Boston, MacGraw-Hill,
2000.
O autor define e conceitua projeto, apresenta e detalha os aspectos de planejamento,
organização, execução e controle relativos aos projetos e expõe alguns modelos de
avaliação.
MARCONI, M.A. & LAKATOS E.M. Ténicas de Pesquisa, São Paulo, Atlas, 1990
Os autores apresentam estudos sobre as principais técnicas de pesquisa comumente
utilizadas.
MORNINGSTAR, David. The Project Office: A Great Idea Whose Time Has come –
Again. Do website http://www.systemcorp.com, 1999, Acesso em 28/03/2002.
O autor apresenta a idéia de que o EGP atual nada mais é, em essência, do que uma versão
atualizada das metodologias de controle utilizadas antes da propagação dos
microcomputadores. O que é realmente novo, para ele, são as novas abordagens e usos do
Escritório. Além disso, são descritas algumas funções do mesmo.
PMI, A Guide to the Project Management Body of Knowledge (PMBOK guide), 2000 ed.,
Project Management Institute, 2000
O texto define e conceitua projetos e gerenciamento de projetos, dividindo este último em
onze áreas de conhecimento e definindo, para cada uma delas, os processos associados. Faz
também uma referência às principais técnicas e ferramentas utilizadas na gestão de
projetos.
YOUNG, D. Allen. Project Office Startup. PM Network, Fevereiro de 2001, Vol. 15 No. 2,
2001
O autor discute os aspectos a serem considerados na implementação de um Escritório de
Gerenciamento de Projetos, incluindo os fatores-chave de sucesso e os pontos a serem
evitados.