Avaliação Da Excelência À Regularização Das Aprendizagens Entre Duas Lógicas (Parte 1) PHILIPPE PERRENOUD
Avaliação Da Excelência À Regularização Das Aprendizagens Entre Duas Lógicas (Parte 1) PHILIPPE PERRENOUD
Avaliação Da Excelência À Regularização Das Aprendizagens Entre Duas Lógicas (Parte 1) PHILIPPE PERRENOUD
h"ps://www.youtube.com/watch?v=fcbuv6uWiO4
Competência
É formada pelo conjunto de habilidade, a;tude e
conhecimento. É a capacidade de mobilizar
conhecimentos, valores e decisões para agir de
modo perFnente numa determinada situação.
Qual são as duas lógicas?
lógica sele;va
x
lógica forma;va
O que é fracasso escolar?
Os alunos são considerados Essa visão, que "naturaliza" o fracasso,
como tendo alcançado êxito ou impede a compreensão do que ele
fracasso na escola porque resulta de formas e de normas de
são avaliados em função de excelência insFtuídas pela escola, cuja
exigências manifestadas pelos execução local revela algumas
professores ou outros arbitrariedades, entre as quais a
avaliadores, que seguem os definição do nível de exigência, do qual
programas e outras diretrizes depende o limiar que separa aqueles
determinadas pelo sistema que têm êxito daqueles que não os
educaFvo têm.
UMA FICÇÃO? oje, depois de mais de 20 anos de
H
debates sobre a diferenciação possível
e desejável do ensino, a maioria dos
sistemas escolares ainda mantém
amplamente a ficção segundo a qual
todas as crianças de seis anos que
entram na primeira série da escola
obrigatória estariam igualmente
desejosas e seriam capazes de
aprender a ler e a escrever em um ano
Em que e por que os
1 A avaliação frequentemente absorve a melhor parte da
procedimentos de energia dos alunos e dos professores e não sobra muito para
avaliação ainda em inovar.
vigor na maioria das 2 O sistema clássico de avaliação favorece uma relação
escolas do mundo u;litarista com o saber. Os alunos trabalham “pela nota”:
levantam um todas as tentaFvas de implantação de novas pedagogias se
chocam com esse minimalismo.
obstáculo à
3 O sistema tradicional de avaliação parFcipa de uma espécie
inovação de chantagem, de uma relação de força mais ou menos
pedagógica? explícita, que coloca professores e alunos e, mais
geralmente, jovens e adultos, em campos opostos,
impedindo sua cooperação.
4 A necessidade de regularmente dar notas ou fazer
apreciações qualitaFvas baseadas em uma avaliação
padronizada favorece uma transposição didá;ca
conservadora (ou seja, eu desenvolvo pedagogicamente
aquilo que se encaixa no meu modelo de avaliação)
Em que e por que os
5 O trabalho escolar tende a privilegiar a;vidades fechadas,
procedimentos de estruturadas, desgastadas, que podem ser retomadas no
avaliação ainda em quadro de uma avaliação clássica.
vigor na maioria das 6 O sistema clássico de avaliação força os professores a
escolas do mundo preferir os conhecimentos isoláveis e cifráveis às
levantam um competências de alto nível (raciocínio, comunicação), diZceis
de delimitar em uma prova escrita ou em tarefas individuais.
obstáculo à
7 Sob a aparência de exa;dão, a avaliação tradicional
inovação esconde uma grande arbitrariedade, diZcil de alcançar
pedagógica? unanimidade em uma equipe pedagógica: como se entender
quando não se sabe nem explicitar, nem jusFficar o que
realmente se avalia?
A parcela de avaliação forma;va
em toda avaliação conWnua
Proponho considerar como forma;va toda prá;ca de avaliação conWnua que
pretenda contribuir para melhorar as aprendizagens em curso, qualquer que seja o
quadro e qualquer que seja a extensão concreta da diferenciação do ensino.
É forma;va toda avaliação que ajuda o aluno a aprender e a se desenvolver, ou
melhor, que par;cipa da regulação das aprendizagens e do desenvolvimento no
sen;do de um projeto educa;vo. Tal é a base de uma abordagem pragmáFca.
Importa, claro, saber como a avaliação formaFva ajuda o aluno a aprender, por
que mediações ela retroage sobre os processos de aprendizagem.
A) Uma concepção ampla de observação
Melhor seria falar de observação forma;va do que de avaliação, tão associada está
esta úlFma palavra à medida, às classificações, aos boleFns escolares, a ideia de
informações codificáveis, transmissíveis, que contabilizam os conhecimentos.
Observar é construir uma representação realista das aprendizagens, de suas
condições, de suas modalidades, de seus mecanismos, de seus resultados.
A observação é formaFva quando permite orientar e o;mizar as aprendizagens em
curso sem preocupação de classificar cerFficar, selecionar.
A observação formaFva pode ser instrumentada ou puramente intuiFva, aprofundada
ou superficial, deliberada ou acidental, quanFtaFva ou qualitaFva, longa ou curta,
original ou banal, rigorosa ou aproximaFva, pontual ou sistemáFca.
B) Uma concepção ampla de intervenção
A ampliação da intervenção segue várias direções complementares. Ela leva a se desvincular: