Projeto de Pesquisa Versao4 Calisto

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Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Variação linguística ao nível morfológico como causa do insucesso escolar: caso dos alunos da 8ª
classe da Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara

Calisto Elias Jaime Lucas

Chimoio, Dezembro de 2022


Universidade Católica de Moçambique

Instituto de Educação à Distância

Variação linguística ao nível morfológico como causa do insucesso escolar: caso dos alunos da 8ª
classe da Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara

Calisto Elias Jaime Lucas - 708193746

Projecto de Monografia apresentada ao Instituto de


Educação à Distância da UCM como requisito parcial
para obtenção do grau de Licenciatura em Ensino da
Língua Portuguesa

Supervisionado por: Mestre: Abel Fançane Soda

Chimoio, Dezembro de 2022


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Índice Pág.
1. Capítulo I – Introdução ................................................................................................. 1

1.1. Delimitação do Tema ao nível: Espacial e Temporal ................................................... 2

1.2. Enquadramento do tema ................................................................................................ 2

1.3. Justificativa.................................................................................................................... 2

1.4. Problematização ............................................................................................................ 3

1.5.1. Geral .......................................................................................................................... 3

1.5.2. Específicos ................................................................................................................. 3

1.6. Hipóteses ....................................................................................................................... 4

1.6.1. Primária ..................................................................................................................... 4

1.6.2. Secundária ................................................................................................................. 4

Capítulo II: Fundamentação Teórica ....................................................................................... 5

2. As noções de linguagem, língua e fala .......................................................................... 5

2.1. Variação da língua ......................................................................................................... 6

2.2. Variação Linguística ..................................................................................................... 7

2.2.1. Variação morfológica. ............................................................................................... 7

2.2.2. Causas do insucesso escolar ...................................................................................... 8

Capítulo III: Aspectos Metodológicos................................................................................... 10

3.1. Tipo de Pesquisa.......................................................................................................... 10

3.2. Instrumento de recolha de dados ................................................................................. 10

3.3. Universo e Amostra ..................................................................................................... 13

3.3.1. Universo .................................................................................................................. 13

3.3.2. Amostra ................................................................................................................... 13

Cronograma das actividades .................................................................................................. 15

Orçamento ............................................................................................................................. 16

2
Referência bibliográfica ........................................................................................................ 17

Apêndice ................................................................................................................................ 18

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1. Capítulo I – Introdução

“A variedade moçambicana do Português está a emergir num contexto multilingue, onde a maior
parte das línguas maternas (L1) dos falantes pertencem à família Bantu” (Gonçalves, 2010:13).
Apesar disto, o Português de Moçambique é oficialmente regulado pela norma europeia adaptada
à realidade deste país. O Português falado em Moçambique possui uma variabilidade de regras e
traços gramaticais específicos da sua gramática, maior do que aquela que se verifica em línguas
adquiridas como L1. Neste contexto, são necessários estudos sobre as especificidades desta
variedade africana do Português.

Falar do Português de Moçambique (a partir de agora, abreviadamente, PM) significa, por


conseguinte, descrever propriedades de uma variedade linguística em formação, que não apresenta,
dado o seu estatuto de língua não materna, a (relativa) estabilidade das variedades europeia. O
estudo da variação ao nível morfológico do PM que aqui se apresenta foi realizado com base: (a)
pesquisa qualitativa; (b) textos orais recolhidos através de entrevistas, igualmente realizadas com
alunos da Escola Secundária Lurdes Mutola-Tambara.

Portanto, essa pesquisa tem como objectivo geral conhecer a variação linguística ao nível
morfológico como causa do insucesso escolar: caso dos alunos da 8ª classe da Escola Secundária
Lurdes Mutola- Tambara

Assim sendo o presente trabalho de pesquisa está constituído por cinco (3) capítulos a destacar:
Capítulo I: Introdução; Capítulo II: Fundamentação Teoria; Capítulo III: Aspectos Metodológicos;

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1.1. Delimitação do Tema ao nível: Espacial e Temporal
No que concerne a delimitação espacial o projecto, foi realizado na Escola Secundária Lurdes
Mutola, distrito de Tambara, Província de Manica. Assim sendo o distrito de Tambara um distrito
situado a norte da Província de Manica, com sede na povoação de Nhacolo, tem limite com os
distritos de Mutarara e Moatize da Província de Tete, a noroeste e oeste com o distrito de Guro.

Quanto a delimitação temporal o estudo decorrerá entre de ano 2021 a 2023.

1.2. Enquadramento do tema

O tema enquadra-se nas disciplinas de cunho pedagógico nomeadamente, a Sociolinguística e


Linguística Descritiva, pelo facto de abordar sobre as diferentes formas de usar a Língua dentro do
contexto social.

1.3.Justificativa

O idioma português não é a língua dos moçambicanos. Mas, em contrapartida, ela é a língua da
moçambicanidade. Sendo este uma língua vinda do exterior, falado pelas populações locais como
língua não materna, é predizível que as mudanças mais importantes se situem a nível da fonética-
fonologia e sintaxe, e não tanto do léxico e da morfologia.

Portanto a motivação em desenvolver o presente trabalho reside no facto de que, este ajudará a
construir um novo o aprendizado do aluno, de forma individual, através das provas escritas,
trabalhos para casa, leitura de revistas e jornais, trabalhos em grupos dentro da sala de aula e em
casa sendo essas estratégias para minimizar a variação linguística ao nível morfológico nesses
alunos.

O trabalho vai permitir igualmente avaliar estaticamente o uso da norma Padrão Europeia a nível
do distrito de Tambara na escola em estudo.

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1.4. Problematização
Os alunos moçambicanos, na sua maioria, aprendem a Língua Portuguesa como língua segunda
(L2), sendo poucos os que a aprendem como língua materna (LM). As múltiplas e variadas línguas
maternas que Moçambique possui, combinadas com diversos factores sociolinguísticos, têm
constituído um problema no processo da aprendizagem da Língua Portuguesa.

Aquilo que se pode constatar durante as aulas e fora da sala de aulas, os alunos da Escola
Secundária Lurdes Mutola- Tambara, cometem erros sem ao menos saberem na variação
linguística, como é o caso da perda do “s“ da desinência da primeira pessoa plural. * “...Nóis
cantamo, nóis cantemo...” por “...nós cantamos...”; anteposição do advérbio de comparação a
adjetivos que já são comparativos, outros casos: ilegal/inlegal e irregular/inregular,
timbila/timbilas, carrinho/ carrinhos da mão.

Nesta perspectiva urge a necessidade do levantamento de uma questão científica sobre:

• Que estratégias a adoptar para minimizar a variação morfológica em alunos da 8ª classe


na Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara?

1.5.Objectivos

1.5.1. Geral
• Conhecer a variação linguística ao nível morfológico como causa do insucesso escolar,
em alunos da 8ª classe da Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara

1.5.2. Específicos
• Identificar as estratégias a adoptar para minimizar a variação morfológica em alunos da 8ª
classe na Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara;
• Descrever a melhor estratégia que minimize a variação morfológica em alunos da 8ª classe
na Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara;

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1.6.Hipóteses

1.6.1. Primária
• A adopção de estratégias de ensino minimizaria a variação linguística ao nível morfológico
em alunos da 8ª classe na Escola Secundária Lurdes Mutola- Tambara.

1.6.2. Secundária
• A leitura de dicionário e gramática podem ser as melhores estratégias a adoptar para
minimizar a variação linguística ao nível morfológico em alunos da 8ª classe na Escola
Secundária Lurdes Mutola- Tambara.

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Capítulo II: Fundamentação Teórica
Neste capítulo, proceder-se-á ao enquadramento dos conceitos teóricos operatórios mais
importantes para a presente pesquisa. Estes conceitos irão ajudar a compreender melhor a
abordagem que se irá desenvolver ao longo dos capítulos seguintes.

Na próxima secção, serão conceptualizadas as noções de linguagem, língua e fala e na secção a


seguir, será feita uma breve abordagem sobre a variação linguística, destacando-se as causas do
insucesso escolar.

2. As noções de linguagem, língua e fala

Para Saussure (1975, p23) apud Barreto Lima (2009), a linguagem é a faculdade de expressão e
de comunicação, seja entre os seres humanos, seja entre os animais, seja, ainda, entre máquinas,
fazendo uso de um sistema de signos convencionados. A linguagem humana é um sistema de sinais
convencionais, que serve de meio de comunicação entre os indivíduos e é uma actividade comum
a todos os homens.

Para Saussure (1975, p23) apud Barreto Lima (2009), a língua é uma forma particular de
linguagem, um sistema de signos linguísticos, que pode ser utilizado por meio da fala ou da escrita.

É comum a um povo, a uma nação, a uma cultura e constitui o seu instrumento de comunicação.

Segundo Stroud & Gonçalves (1997, p17), a língua é o veículo de comunicação e relacionamento
entre os homens. Sem língua, a existência humana não teria sentido, pois, a língua é um fenómeno
social por excelência, um meio de acção social compreendendo uma das mais importantes formas,
através da qual os indivíduos e grupos constroem identidades pessoais, negoceiam relações sociais,
articulam categorias sociais, e contestam ou adquirem relações de poder.

A fala é, por seu lado, a concretização da língua na sua forma prática e material. A fala é o
enunciado, ou conjunto de enunciados, o discurso, a elocução.

A fala é a forma individual de realização da língua (Saussure, 1975:117, apud Barreto Lima, 2009),
incluindo todas as características pessoais de produção dos actos ilocutórios. São estas

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características individuais que entram no processo de formação dos dialectos que são as variedades
de uma certa língua.

A fala é uma faculdade que foi dada apenas ao Homem. Só ele se expressa por meio da fala, fazendo
uso dos órgãos fonadores. É isto, o que distingue, fundamentalmente, o Homem dos outros animais.

A fala realiza-se sob determinadas condições psicofísicas que tornam possível o acto de fala, o
discurso, os enunciados; é o caso, por exemplo, dos movimentos articulatórios. Ainda participam
na fala outros elementos extralinguísticos que estão presentes em todos os enunciados; é o caso do
timbre da voz, das pausas e das inflexões.

2.1.Variação da língua

Para Stroud & Gonçalves (1997, p17-18). a língua como sendo “ um fenómeno social por
excelência, um meio de acção social compreendendo uma das mais importantes formas, através da
qual os indivíduos e grupos constroem identidades pessoais, negoceiam relações sociais, articulam
categorias sociais, e contestam ou adquirem relações de poder”.

Sendo a língua um fenómeno social, cada comunidade possui formas distintas de falar ou usar a
sua língua. Os diferentes estilos de discurso funcionam simbolicamente para articular identidades
e posicionar os falantes socialmente. Os falantes de uma língua aspiram a usar formas de linguagem
significantes empregues por outras pessoas com as quais eles possam querer identificar-se, e as
elocuções vêm codificar a posição social, os valores e ambições do falante. A língua está, por isso,
profundamente envolvida na vida social dos seus falantes.

Como explica Stroud & Gonçalves (1997, p18), os indivíduos, ao usarem a língua, fazem-no com
o intuito de comunicarem, contudo, pensarem que, de algum modo, estão a construir a língua ou a
contribuir expressamente para a sua continuidade ao longo do tempo ou através do espaço. Os
falantes resolvem os seus assuntos com as suas elocuções. Neste processo de produção de várias
elocuções, os falantes regem-se de determinadas regras, convenções e descodificam sistemas
linguísticos, contribuindo para a constituição das diferentes línguas.

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2.2.Variação Linguística

É verdade que a língua é um fenómeno social, isto é, ela é criação do homem enquanto um ser
social, que necessita de comunicar com outro que lhe é semelhante. Embora os signos linguísticos
e as estruturas linguísticas de base das línguas criadas por uma determinada comunidade de língua
sejam comuns, nem todos os membros das famílias falam da mesma maneira. Para elucidar mais o
que se disse anteriormente, Coelho (2010, p. 27), seguindo a visão de Labov, escreve:

não existe uma comunidade de fala homogénea, nem um falante-ouvinte ideal. Pelo contrário, a
existência de variação e de estruturas heterogéneas nas comunidades de fala é um fato comprovado.
Existe variação inerente à comunidade de fala – não há dois falantes que se expressam do mesmo
modo, nem mesmo um falante que se expresse da mesma maneira em diferentes situações de
comunicação. Podendo desta feita a variação ocorrer nos seguintes níveis linguísticos: lexical,
fonológico, morfo-fonológico, morfo-sintáctico, variação sintáctica, variação e discurso.

Como se vê, para a língua garantir a sua sobrevivência, recorre ao fenómeno variação nas diversas
áreas que a compõe, como por exemplo, léxico, fonologia, morfo-fonologia, morfossintáctica,
semântica, entre outras áreas. A visão variacionista da língua, de Labov é uma crítica à linguística
pura de Saussure, que não admite a influência dos factores externos da língua para a sua evolução.

Para Labov, o estudo de uma língua não pode cingir-se apenas aos aspectos internos inerentes a
própria língua, mas também à análise dos factores externos que influenciam a ocorrência de
variação linguística que concorrem para a emergência de uma variante de língua. Todavia, admite-
se que as características particulares que marcam esta variante devem apresentar uma estabilidade
ao longo de um período razoável de tempo e sustentada pela comunidade de fala ou linguística.

2.2.1. Variação morfológica.

A morfologia é uma disciplina que descreve e analisa a estrutura interna das palavras e os processos
morfológicos da variação e de formação das palavras.

Para ilustrar a variação morfológica apresentaremos dois exemplos: um do PE e outro do PM. No


PB falado o pronome pessoal “tu” e “você” podem ser substituídos por “ocê” ou “cê”. No PM há
caso falta de concordância. Exemplo:

Rituais religiosϕ só conheço um. [PM] vs Rituais religiosos só conheço um. [PE]

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A diferença que se observa nestas duas frases é a falta de concordância no PM se compararmos
com o PE. O importante a reter é que esta variação está inerente à norma-padrão. Sabe-se que a
fala pode variar segundo a idade, o grau de escolaridade, as redes sociais, local de residência, etc.

Vejamos outros exemplos relativos às preposições no PM apresentados por Gonçalves (2001b,


p.983). As preposições destacadas são usadas de forma diferente no PM se compararmos com o
PE, que é entendido como a Norma-Padrão:

As preposições

a) “Chegou cedo na escola.” vs “Chegou cedo à escola.” (PE)

b) “O pai volta em casa às sete.” vs “O pai volta para casa às sete.” (PE)

c) “Visitei no museu de História Natural.” vs “Visitei o museu de História Natural.” (PE)

d) “Frequenta na escola primária.” vs “Frequenta a escola primária.” (PE)

2.2.2. Causas do insucesso escolar

De acordo com vários estudos levados a cabo por pedagogos e psicólogos a respeito deste
problema, chegou-se à conclusão que as causas podem surgir de vários factores:

(i) a nível do ambiente familiar e social;

(ii) a nível do ambiente cultural;

(iii) a nível da estrutura escolar;

(iv) a nível das características individuais do aluno.

A família e a escola são agentes socializadores de grande importância. Mas, o primeiro agente
socializador é, sem dúvida, a família. É com a família (pai, mãe e parentes mais próximos) que a
criança nos seus primeiros anos de vida faz a sua aprendizagem, é com eles que descobre o mundo,
os hábitos, as palavras…

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Para Gordon e Noel (1998, p.323), “os pais são os primeiros professores das crianças e durante os
primeiros quatro ou cinco anos, em geral os únicos de máxima importância… Os pais não são
apenas os primeiros professores; são de longe os mais importantes”.

A família deve assegurar à criança alimentação, tempos de sono suficientes, lazer, transmitindo
uma variedade de conteúdos, hábitos e normas.

A família continua a ser a primeira escola, determina o ciclo de vida de cada um. De acordo com
Marques (2001, p.12), “a família tem o dever de apoiar e proteger a criança e transmitir-lhes os
valores básicos”.

Contudo, não podemos ignorar as grandes mudanças que têm ocorrido na estrutura familiar e que
afectam profundamente o desenvolvimento da criança. Actualmente, as crianças vivem num
mundo onde tudo passa a “grande velocidade”.

Segundo Leal (1988, p.53) refere que, “a entrada na escola propõe à criança um passo decisivo em
frente para o desconhecido. Sai do pequeno mundo da relação familiar. Arrisca-se a perder o seu
enquadramento natural ao transitar repentinamente para um mundo cujas regras não conhece…”

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Capítulo III: Aspectos Metodológicos
Neste capítulo, serão abordados os seguintes aspectos: (i) as metodologias de pesquisa e recolha
de dados, (ii) o processo de recolha de dados, (iii) a caracterização e o perfil sociolinguístico dos
informantes, e (iv) descrição do universo e a amostra.

Segundo Marconi & Lakatos (2010, p.43) “A metodologia é a parte fundamental para o
desenvolvimento do trabalho académico e visa esclarecer os caminhos que foram percorridos para
se chegar aos objectivos propostos”. Para a elaboração deste trabalho de pesquisa e o cumprimento
dos objectivos.

3. Metodologias de pesquisa e de recolha de dados

De forma a justificar a forma como esta pesquisa foi desenvolvida e concebida, vamos brevemente
esclarecer quais as metodologias de pesquisa por nós seguidas e justificar as nossas opções em
termos de recolha de dados.

3.1.Tipo de Pesquisa

Quanto a forma de abordagem:

É uma pesquisa qualitativa onde segundo Marconi & Lakatos (2010, p.43) “O ambiente natural é
a fonte directa para colecta de dados e o pesquisador é o instrumento-chave. Este método permitiu
a recolha e a analise dos dados indutivamente. Isto é, as informações obtidas não foram
quantificadas.

Método de abordagem: indutivo – “sendo indução um processo mental por intermédio do qual,
partindo de dados particulares, infere-se uma verdade geral ou universal, não contida nas partes
examinadas”.

3.2. Instrumento de recolha de dados

Nesta secção, apresenta-se o corpus, tendo em conta os seguintes aspectos: (i) a recolha de dados
e a constituição do corpus e (ii) o perfil sociolinguístico dos informantes.

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Como o estudo é qualitativo, a pesquisa teve como método de procedimento a bibliografia e
documental.

Foram utilizados como procedimentos técnicos:

_Pesquisa bibliográfica: consistiu na fundamentação dos aspectos com mais substâncias


relacionadas com os propósitos do tema proposto em pesquisa através de obras literárias que
abordam sobre conteúdos relacionados com o tema em estudo, incluindo artigos, teses, dissertações
e internet.

Observação directa

Segundo Lakatos e Marconi (2003), observar não é um simples olhar, é destacar de um conjunto
(objectos, pessoas, animais) algo especificamente, prestando por exemplo atenção em suas
características (cor, tamanho, estrutura, forma etc). Serão assistidas as aulas na disciplina de
português da 8ª classe.

Inquérito

Segundo Lakatos e Marconi (2003), inquérito é uma técnica de investigação que permite a recolha
de informação directamente de um interveniente através de um conjunto de questões organizadas
segundo uma determinada ordem. Estas podem ser apresentadas ao respondente de forma escrita
ou oral. É uma das técnicas mais utilizadas, pois, permite obter informações, sobre determinado
fenómeno, através da formulação de questões que reflectem atitudes, opiniões, percepções,
interesse e comportamentos de um conjunto de indivíduos. Serão inqueridos os alunos.

Perfil sociolinguístico dos informantes

Nesta subsecção, vão-se caracterizar os informantes que produziram o corpus tomado como base
empírica desta pesquisa. Estes dados foram obtidos através do preenchimento de uma ficha
sociolinguística pelos alunos.

No que concerne à idade dos informantes, observa-se que dos 67 estudantes que constituem os
informantes principais desta pesquisa, a maioria possui entre 15 à 21 anos (70%) e os restantes
situam-se entre os 22 aos 25 anos (30%). Normalmente, o ensino secundário geral, em

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Moçambique, é frequentado pela faixa etária que compreende os 18 aos 24 anos, daí que a maior
percentagem se situe nesta faixa etária.

No tocante ao sexo dos informantes é de referir que 58% são homens e 42% são mulheres. Os
dados revelam que em Moçambique as mulheres ainda não superam os homens nafrequência ao
ensino, no geral.

Relativamente à naturalidade dos informantes, a informação sociolinguística recolhida revela que


o corpus foi produzido, na sua maioria, por estudantes originários dos diferentes povoados do
distrito de Tambara (82%) e por outros que se distribuem por outros distritos da província de
Manica (18%).

Quanto à L1, nota-se que a maioria dos informantes (80%) tem uma língua bantu (LB) como L1,
existindo cerca de 12% com o Português como L1. Salienta-se que cerca de 8% dos informantes
declararam ter o Português e uma LB como L1.

No que diz respeito à língua de comunicação, sobressaem os informantes que usam as LB (40%),
seguindo-se dos que apontaram o Português e uma LB (34%) e os que apontaram o Português
(26%).

Finalmente, quanto à variável local de aprendizagem do Português, destacam-se os informantes


que aprenderam o Português na escola (76%), seguindo-se dos que aprenderam em casa (14%).
Existem, porém, informantes que adquiriram o Português na escola e em casa, simultaneamente
(10%). Todos os dados referem-se relativamente ao número total dos alunos que foram
seleccionados (67).

A informação sociolinguística aqui apresentada sintetiza-se no quadro que se segue:

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Quadro 1 Perfil sociolinguístico dos informantes

Variável No %
15-21 52 70
Idade 22-25 15 30
H 37 58
Sexo M 30 42
Naturalidade Tambara/sede 50 82
Outros distritos 17 18
Português 10 12
Língua Materna LB 50 80
Port/LB 7 8
Português 10 26
Língua de Comunicação Língua Bantu 40 40
Port/ LB 17 34
Escola 47 76
Local de aprendizagem do Português Casa 12 14
Casa/Escola 8 10
Fonte: Autor (2022)

3.3. Universo e Amostra


O universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo
menos uma característica em comum (Marconi & Lakatos, 2010, p.43).

3.3.1. Universo

O universo ou população é o conjunto de seres animados ou inanimados que apresentam pelo


menos uma característica em comum (Marconi & Lakatos, 2010, p.43). De acordo com os dados
estatísticos, a Escola Secundária Lurdes Mutola-Tambara apresenta cerca de 5 turmas da 8ª classe,
tendo em média 40 alunos por cada, perfazendo 200.

3.3.2. Amostra

De acordo com Marconi & Lakatos (1992, p.107) “Amostra é um subconjunto do universo ou
população.

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Pautamos pelo uso de uma amostragem probabilística que baseia-se na escolha aleatória dos
pesquisados, significando o aleatório que a selecção se faz de forma que cada membro da população
tinha a mesma probabilidade de ser escolhido. Esta maneira permite a utilização de tratamento
estatístico, que possibilita compensar erros amostrais e outros aspectos relevantes para a
representatividade e significância da amostra.

Na categoria da amostragem probabilística usaremos a técnica aleatória simples que, como o nome
diz, consiste na escolha aleatória. Assim, usaremos o cálculo de Slovin, tomando um nível de
confiança de 90%, margem de erro (e) de 10% e a população de 200 alunos.

𝑁
𝑛 = 1+𝑁 (𝑒)2 ; 𝜆 - 10%; N - 200; n = ?

200 200
𝑛 = 1+200 (0,1)2; 𝑛 = ; 𝑛 = 67
3

Serão 67 alunos seleccionados para colheita de informação, sendo 13 alunos em cada turma.

NB: Os (2) dois alunos que sobraram, foram inseridos com base a escolha aleatória.

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Cronograma das actividades
Ano 2022

Mês M A M J J A S O

Actividades

Levantamento bibliográfico X

Fichamento dos textos X

Definição de amostra X

Elaboração do questionário X

Elaboração do projecto de X
pesquisa

Tabulação dos dados empíricos X

Aplicação das teorias estudadas a X


análise dos dados obtidos

Redacção do relatório de X
resultados

Entrega do projecto X

Apresentação da monografia X

Fonte: Autor, (2022)

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Orçamento
No Descrição Quant. Preços unitários (em Valor total (em Mts)
Mts)

1 Folhas A 4 500 ------------------ 165,00

2 Canetas 5 5 25,00

3 Lápis 5 2 10,00

4 Lanche 5 125 625,00

5 Impressão 6 ------------------ 1.500,00

6 Transporte ------ ------------------ 50,00

Total ----------------- ------ ----------------- 2.375,00

Fonte: Autor, (2022)

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Referência bibliográfica
• Coelho, I. Et all. (2010) Sociolinguística (6° Período). Florianópolis: Universidade Federal,
• Gonçalves, P. (2013) Afinal o que são erros de português. Primeiras Jornadas de Língua
Portuguesa: dinâmicas do português de Moçambique. Maputo, 26 de maio. P.6
• Gordon, T. e Noel B. (1998). Programa do ensino eficaz. Lisboa: E.S.E. João de Deus.
• Lakatos, E. M. (2003) Fundamentos de metodologia científica. – 5. Ed. – São Paulo: Atlas
• Leal, M.R. (1988) Medidas que promovam o sucesso educativo. Lisboa: Ministério da
Educação.
• Marques, R. (2001). Educar com os pais (1.ª edição). Lisboa: Editorial Presença
• Saussure, F de; (1915) Curso de Linguística geral; 29ª ed.; Cultrix; S. Paulo [ reedição].
• Stroud, Ch e Gonçalves, P; (1997) Panorama do Português Oral do Maputo; Vol.I; INDE;
Maputo;
• Timbane, A. A. (2012) A variação linguística e o ensino do português em Moçambique.
Confluências. nº43, 2º sem. Rio de Janeiro, p.263-286,

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Apêndice
1. Questões dirigidas aos alunos

Escola Secundaria Lurdes Mutola- Tambara

O presente questionário destina-se aos alunos, de modo a obter dados subordinados ao tema:
Variação linguística como causa do insucesso escolar em alunos da 8ª classe, caso de
estudo Escola Secundaria Lurdes Mutola- Tambara
Leia atentamente as questões e responda.

I. IDENTIFICAÇÃO

1.1 – Escola:_____________________________________________________
1.2 – Sexo: Feminino ( ) Masculino ( )
1.3 - Idade: ___________________

II. PERGUNTAS
1- O que você entende por variação linguística?

______________________________________________________________________________
______________________________________________

2- Que estratégia de ensino gostas durante as aulas de Português?

Marque com X

___Trabalho em grupo

___Leitura de dicionário e gramática

___Trabalho para casa

3- Das frases abaixo identifique palavras erradas

a) Vou para casa mais logo/vou em casa mais logo;

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b) Desculpas não curam feridas/Desculpa não cura feridas;
c) Professores são a chave do ensino/Professor são a chave do ensino

4. Coloque no singular a seguinte palavra “Timbila”?

___Timbila

___Timbilas

5.Coloque no plural as palavras abaixo:

a) Timbila/_______

b) Professor/________

c)Livro/________

Obrigado pela Colaboração

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