Disturbios Menstruais (Adolescencia)
Disturbios Menstruais (Adolescencia)
Disturbios Menstruais (Adolescencia)
Amenorréia
Indicação de avaliação diagnóstica:
- Ausência de menarca aos 16 anos;
- Ausência de caracteres sexuais secundários aos 14 anos;
- Atraso significativo de peso e estatura;
- Ausência de menarca três anos após telarca;
- Ausência de menstruação por mais de seis meses ou pelo menos três dos intervalos dos
ciclos precedentes.
Disfunções hipotalâmicas
- Lesões destrutivas, tumores
- Relacionadas ao peso: anorexia nervosa, perda rápida de peso
- Excesso de exercício
- Induzida por estresse
- Psicogênica: anorexia nervosa, distúrbios emocionais
- Síndrome dos ovários policísticos
- Deficiência de GnRH
- Doenças crônicas: insuficiência renal e hepática, desnutrição
Distúrbios hipofisários
- Lesões destrutivas, tumores
- Defeitos congênitos: sela vazia, deficiência isolada parcial de gonadotrofinas
Distúrbios gonadais
- Defeitos congênitos: intersexualidade, Síndrome de Turner
- Tumores
- Lesões destrutivas: radioterapia, quimioterapia
Avaliação
Anamnese: caracterizar o sangramento com relação à quantidade, duração e freqüência;
definir se se trata de amenorréia primária ou secundária; avaliar se existem disfunções
psicológicas evidentes. Uma história nutricional pode identificar o início de um quadro de
anorexia nervosa ou bulimia.
Exame físico
- Avaliar sinais de doenças crônicas ou debilitantes, galactorréia e evidências de
outras endocrinopatias;
- Exame neurológico: pode detectar anormalidades que sugiram lesões intracraneanas.
- Avaliação do estadiamento puberal. Quando não há desenvolvimento puberal o
diagnóstico diferencial inclui o atraso constitucional do crescimento e
desenvolvimento e o hipogonadismo (primário, secundário ou terciário). Se o
desenvolvimento puberal é normal, o diagnóstico diferencial inclui desordens
associadas a aplasias do trato genital, assim como as diversas causas de anovulação
que serão discutidas posteriormente.
- Exame ginecológico: deve excluir causas orgânicas de amenorréia como sinéquias
uterinas, infecções, aumento ovariano, etc. Também pode revelar ambigüidade da
genitália externa e anormalidades da vagina e do útero.
Avaliação laboratorial
- Testes para gravidez
- Hormônio Folículo Estimulante (FSH), Hormônio Luteinizante (LH): elevados
indicam hipogonadismo primário
- Prolactina: elevada (acima de 200 mg/ml) sugere tumor hipofisário
- Hormônio Estimulante da Tireóide (TSH): elevado indica hipotireoidismo primário
- Cariótipo se existirem estigmas sindrômicos
- Ultrassonografia pélvica
- Radiografia de crânio e sela turca: calcificações supra selares sugerem
craniofaringioma; aumento/erosão da sela turca sugere tumor hipofisário.
- Androgênios: Testosterona total e livre, Androstenediona, S-DHEA, 17
hidroxiprogesterona , se há indícios de virilização.
- Avaliação da função hipofisária: FSH/LH após estimulação com GnRH.
- Tomografia computadorizada ou ressonância nuclear magnética da sela turca
- Prova progestacional: administração de 10 mg/dia de acetato de
medroxiprogesterona por cinco dias. A finalidade do teste consiste em estimar o
nível de estrogênio endógeno e a competência do trato genital. Se a paciente
apresentar sangramento menstrual dois a sete dias após a retirada da medicação,
estabelece-se o diagnóstico de anovulação. Confirma-se a presença de trato genital
funcionante e de útero revestido por endométrio reativo e preparado por estrogênio
endógeno. A ausência de sangramento de supressão sugere problema no trato genital
ou ausência de estímulo estrogênico prévio por insuficiência ovariana ou
anormalidades no eixo hipotálamo-hipofisário-gonadal.
Anovulação crônica
Origem ovariana
Síndrome dos ovários policísticos: caracteriza-se por uma desordem heterogênea que
consiste em anovulação, infertilidade, hirsutismo, obesidade e microcistos ovarianos (2 a
6 mm). Ocorre mais freqüentemente em certas famílias, sendo descrita por alguns
investigadores como de origem genética, porém pode estar associada a várias desordens
hormonais, como tumores produtores de androgênio, Síndrome de Cushing,
hipotireoidismo, hiperprolactinemia, hiperplasia adrenal congênita, etc.
Características clínicas
Infertilidade 74%
Hirsutismo 69%
Amenorréia 51%
Obesidade 41%
Virilização 21%
Ciclos menstruais normais 12%
Achados laboratoriais
Relação LH/FSH aumentada (>3:1)
Androgênios (Testosterona e Androstenediona) levemente elevados
S-DHEA e Prolactina normais ou levemente elevados
Outras causas
- Obesidade
- Hiper ou Hipotireoidismo
Origem hipotalâmica
- Anorexia nervosa
- Amenorréia associada ao exercício
- Amenorréia associada ao estresse
Origem hipofisária
- Tumores produtores de Prolactina
Tratamento
Cariótipo
Anovulação Hipoestrogenismo
crônica Deficiência de gonadotrofinas
Referências Bibliográficas:
MURAM, D., SANFILIPPO, J.S. & HERTWEEK S.P., 1996. Sangramento vaginal na
infância e distúrbios menstruais na adolescência. Ginecologia pediátrica e do
adolescente. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan S/A.
SPEROFF, L., GLASS, R.H & KASE, N.G., 1994. Clinical gynecologic endocrinology and
infertility. 5th ed. Baltimore: Williams & Wilkins.