Guia de Sobrevivência Ao Sistema Nervoso

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 108

G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

GUIA DE SOBREVIVÊNCIA
AO SISTEMA NERVOSO
FÁBIO SERRA

PÁGINA 1
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ÍNDICE
Índice..............................................................................................................2

Apresentação .................................................................................................4

Filogênese do Sistema Nervoso .....................................................................5


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 1)

Anomalias Embriológicas do Sistema Nervoso ..............................................8


(MOORE, Embriologia Clínica)

Histologia do Sistema Nervoso ....................................................................10


(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 12ª. ed, Cap.9)

Osteologia da Coluna Vertebral ...................................................................20


(Gray’s Anatomia para Estudantes; SOBOTTA, 23ª. ed)

Osteologia do Crânio ...................................................................................24


(MOORE, 7ª. ed, Cap. 7; SOBOTTA 23ª. ed, Cap. 8)

Anatomia Macroscópica da Medula Espinal .................................................33


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 4)

Anatomia Macroscópica do Tronco Encefálico ..............................................38


(MENESES, 3ª. ed, Cap. 10)

Nervos Cranianos.........................................................................................43
(MENESES, 3ª. ed, Cap. 12)

Anatomia Macroscópica do Cerebelo ...........................................................48


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 5)

Anatomia Macroscópica do Diencéfalo.........................................................51


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 6; SOBOTTA, 21ª. ed, Cap. 12)

Anatomia Macroscópica do Telencéfalo .......................................................54


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 7; SOBOTTA, 21ª. ed, Cap. 12)

PÁGINA 2
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

Vascularização do sistema nervoso central ..................................................63


(MACHADO, Ângelo, 3ª. ed, Cap. 9)

Estrutura e Funções dos Núcleos da Base .....................................................68


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 24; SOBOTTA, 21ª. ed, Cap. 12)

Anatomia Funcional do Córtex Cerebral ......................................................74


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 26)

Grandes Vias Aferentes ...............................................................................78


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 29)

Fisiologia do Sistema Nervoso .....................................................................89


(GUYTON e HALL, 12ª. ed)

Organização Funcional do Corpo Humano e Meio Interno (Cap. 1) ..........................89


O Transporte de Substâncias através das Membranas Celulares (Cap. 4) ...................90
Potenciais de Membrana e de Ação (Cap. 5) ...........................................................93
Organização do SNC, Sinapses e Neurotransmissores (Cap. 45) ..............................96
Comunicação, Integração e Homeostase (SILVERTHORN, 5ª.ed Cap. 6) ..................103
Sistema Nervoso Autônomo e Medula Adrenal (Cap. 60) .......................................106

PÁGINA 3
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

APRESENTAÇ ÃO
Este guia foi inicialmente idealizado para auxiliar o estudo da Neuroanatomia no
Módulo Integrador Vertical 7 do curso de Medicina da Universidade Federal da Paraíba. Seu
autor foi monitor da disciplina e reuniu os resumos que fez durante seus estudos e durante
o período de monitoria (2017.2 e 2018.1). Os resumos utilizaram como base a literatura
padrão, referenciada ao início de cada capítulo, e as aulas do Prof. Dr. André Oliveira,
professor da disciplina e orientador de monitoria, a quem o autor é muito grato.

Embora inicialmente pensado para a Medicina, a Neuroanatomia é uma ciência


universal, cujo conhecimento é condição sine qua non para a boa formação de todos os
profissionais da saúde. Desse modo, espera-se ajudar os estudantes a organizar melhor o
conteúdo, às vezes dispersos em extensos livros.

Alerta: De forma alguma, este conteúdo pretende substituir a apreciação do conteúdo


apresentado na literatura didática referenciada pelo professor orientador do estudante. O
intuito do guia é ser um resumo organizado das informações colhidas durante a leitura do
livro, para facilitar o retorno a informações específicas e revisões anteriores a avaliações.

Por fim, o autor espera, de todo o coração, estar auxiliando na formação de novos
profissionais, bem como assume poder ter cometido equívocos na transcrição de
informações. Por esse motivo, alerta-se que este conteúdo não deve ser utilizado como
bibliografia e que seria de bom grado entrar em contato com o autor, para que a correção
seja feita em eventuais novas versões.

Literatura utilizada e recomendada:

MACHADO, Angelo; Neuroanatomia Funcional, 3ª. ed. 2014.

MOORE, Keith; Anatomia Orientada para a Clínica, 7ª. ed, 2014.

MENESES, Murilo; Neuroanatomia Aplicada, 3ª. ed., 2015.

NETTER, Frank H.; Atlas de Anatomia Humana. 6ª. ed., 2014

SOBOTTA, Johannes et al.; Sobotta Atlas de Anatomia Humana. 23ª. ed., 2012. 3 v.

PÁGINA 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

FILOGÊNESE DO SISTEMA NERVOSO


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 1)

- Para se ajustar ao meio ambiente e sobreviver, o Protoplasma deve possuir:


• Irritabilidade: Detectar estímulos do meio
• Condutibilidade: Conduzir a informação a outra parte da célula
• Contratilidade: Encurtar-se, para fugir de um estímulo nocivo
- Evolução Filogenética

• Ameba: Ao ser tocada por uma microagulha (irritada), transmite informações a outra
regiões da célula (condutibilidade), para retrair-se de um lado e emitir pseudópodes de
outro (contratilidade)

• Esponjas (Porifera): Desenvolveu-se uma célula especializada para a contração, uma célula
muscular primitiva, havendo outras apenas para irritabilidade e condutibilidade. Quando
estas percebem substâncias irritantes na água, enviam sinais ao músculo primitivo,
fazendo-o contrair-se, fechando os orifícios do organismo

• Anêmona do mar (Celenterados): Com o aprofundamento das células contráteis, células


diferenciam-se para a transmissão do estímulo a células musculares subjacentes. Tal
diferenciação gerou os primeiros neurônios, com receptores em suas extremidades
externas, que transduzem um estímulo mecânico ou químico em um impulso nervoso a
ser transmitido às células efetuadoras. Destarte, em uma anêmona do mar, chegando
uma presa e tocando um de seus tentáculos, o outro tentáculo vai se mover até lá

• (Até agora, o Sistema Nervoso estava exposto, difuso e desorganizado; entretanto, a partir dos
platelmintos e anelídeos, inicia-se sua segmentação)

• Minhoca (Anelídeo): Surge divisão entre neurônios aferentes (sensitivos), que recebem o
estímulo e transmitem até os corpos celulares centrais nos anéis, onde há a sinapse com
os neurônios eferentes (motores) que levam estímulo ao efetuador, no caso, ao músculo.
Dessa forma, o Sistema Nervoso passa a ser protegido do ambiente, e há agora
elementos de um arco reflexo simples intrassegmentar. Entretanto, há também os neurônios

PÁGINA 5
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

de associação (interneurônios) que transmitem o estímulo de um segmento da minhoca


a outro, através da corda ventral do animal (arco reflexo intersegmentar)

• Vertebrados: Mantém-se a existência do arco reflexo simples, como o reflexo patelar,


testado por neurologistas, onde o martelo bate no ligamento patelar, estendendo-o, o
que é detectado por receptores especiais dos neurônios aferentes dos músculos, os fusos
neuromusculares. O fuso do M. quadríceps (cujo tendão se expande como ligamento
patelar) gera um impulso nervoso no neurônio aferente, que chega à medula espinal
(pelo corno dorsal) e faz sinapse com um neurônio motor (parte do N. femoral) que sai
(pelo corno ventral) da medula até o músculo (conectando-se por uma junção
neuromuscular, i.e. placa motora) que se contrairá estendendo a articulação do joelho e

levando a perna para frente. A medula espinal dos vertebrados é também segmentada,
mas mais complexa e menos visível que a corda ventral dos anelídeos. Além disso, há
também os arcos reflexos intersegmentares, tendo-se como exemplo o “reflexo de coçar”
do cão: mesmo com uma secção do encéfalo, para tirar-lhe a influência, observa-se que o
cão percebe, por neurônios aferentes, um estímulo na pele, transmite a um neurônio de
associação de longo axônio que chega ao corpo celular do neurônio motor de outra pata,
fazendo sinapse com este, que gera a contração dos músculos necessários a coçar. Vale
lembrar, também, que o Sistema Nervoso dos vertebrados é originário do ectoderma,
cujas pregas se fecham formando o tubo neural e as cristas neurais (neuroectoderma), que
se desenvolvem no Sistema Nervoso Central e no Sistema Nervoso Periférico,
respectivamente.

PÁGINA 6
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Evolução dos Três Neurônios Fundamentais

• Aferente: a tendência de sua evolução é sua


centralização, visto que fica mais exposto a
lesões, quanto mais próximo for da superfície, e a
capacidade de regeneração neuronal é baixa:

A. Anelídeo: neurônio unipolar na superfície

B. Molusco: neurônio bipolar no meio interno,


com seus dendritos se estendendo até próximo
à superfície

C. Vertebrado: neurônio pseudounipolar, com


corpo celular em gânglios sensitivos próximos ao Sistema Nervoso Central

• Eferente: estes neurônios surgiram no sistema nervoso central e majoritariamente lá


continuaram, com a exceção dos neurônios pós-ganglionares dos Sistema Nervoso
Autônomo, cujos corpos celulares se encontram nos gânglios sensitivos das colunas
para-vertebrais e inervam a musculatura lisa das vísceras

• Neurônios de Associação: surgiram no Sistema Nervoso Central e lá continuam,


aumentando em número e em variedade conforme cresce escala filogenética. Esse
acúmulo ocorreu principalmente na extremidade anterior dos animais, a primeira a se
comunicar com o ambiente, onde conglomerados de neurônios de associação passaram a
integrar o encéfalo. No ser humano, cujo encéfalo é o mais desenvolvido dos animais,
vê-se a exceção de que ele está na extremidade superior, fato explicado por sua
característica bípede

PÁGINA 7
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANOMALIAS EMBRIOLÓGICAS DO
SISTEMA NERVOSO
(MOORE, Embriologia Clínica)

Anomalia Base Embriológica Características

Teratoma Presença de restos da Linha Primitiva Tumor geralmente benigno na região


sacrococcígea, contendo tecidos dos
Sacrococcígeo
três folhetos embrionários

Cordoma Remanescente de Tecido Notocordal Tumor benigno ou maligno no plano


mediano do corpo

Seio Dérmico Fechamento incompleto do Neuroporo Depressão cutânea no plano mediano


Caudal da região sacral, podendo ter ligação
Espinal
com dura-máter por cordão fibroso

Espinha Bífida Não formação ou formação Presença de depressão mediana em L5-


incompleta dos Arcos Vertebrais S1 e tufo de pelos sobrejacente
Oculta

Espinha Bífida Não formação dos Arcos Vertebrais Cisto dorsal mediano com meninges e
líquor geralmente L e S, associação a
Cística com
outros DFTN e níveis altos de ∂-
Meningocele
fetoproteína

Espinha Bífida Não formação dos Arcos Vertebrais Cisto dorsal mediano com meninges,
líquor, medula e raízes nervosas,
Cística com
geralmente L e S, associada a
Meningomielocel
Merencefalia e Craniolacuna, níveis
e altos de ∂-fetoproteína

Espinha Bífida Não formação dos Arcos Vertebrais Medula aberta, associada a
nem fechamento do Tubo Neural por Merencefalia e Iniencefalia, níveis altos
Cística com
crescimento excessivo da placa neural de ∂-fetoproteína
Mielosquise

Merencefalia, Falha no fechamento do Neuroporo Ausência de partes cefálicas, encéfalo


Cefálico como massa esponjosa e
Anencefalia,
vascularizada, ∂-fetoproteína elevada
Exencefalia ou
Acrania

Merencefalia “ + não formação dos arcos vertebrais “ + mielosquise


associada a
Espinha Bífida

Holoprosencefali Destruição de células embrionárias no Volume menor da parte cefálica do


plano mediano do disco embrionário encéfalo, associação a hipotelorismo
a
ou ciclopia

PÁGINA 8
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

Anomalia Base Embriológica Características

Hidroanencefali Obstrução precoce das carótidas Ausência de hemisférios cerebrais ou


internas sacos membranosos com restos de
a
córtex e crescimento excessivo do
crânio

Malformação de Desconhecida Hérnia do bulbo em forma de língua


através do forame magno e fossa
Arnold-Chiari
posterior craniana pequena

Agenesia de Não formação do corpo caloso Ausência de Corpo caloso


Corpo Caloso

Microcefalia Desconhecida, mas pode estar ligada Calvária e encéfalo pequenos e face
a infecções virais, como do Zika vírus normal

Encefalopatia Distúrbios no suprimento sanguíneo de Deficiência motora central


regiões do encéfalo
Crônica Não-
Progressiva
(Paralisia Facial)

Retardo Mental Depleção de tecidos neuronais na Debilidade mental


proliferação de tecidos encefálicos,
geralmente associado a trissomias

Crânio Bífido Formação defeituosa da parte Hérnia contendo meninges, encéfalo


escamosa de ossos da calvária ou partes do sistema ventricular,
(Occipital ou
geralmente occipital (todos =
Frontal)
meningoidrencefalocele)

Iniencefalia Não formação de corpos vertebrais Defeitos no Occipital, ausência de


cervicais vértebras cérvico-torácicas, retroflexão
da cabeça e ausência de pescoço

Hidrocefalia Bloqueio da circulação liquórica Macrocefalia, dilatação de todos ou de


alguns ventrículos, adelgaçamento de
obstrutiva ou
ossos da calvária e atrofia do córtex
não-comunicante

Hidrocefalia Obliteração das cisternas Macrocefalia, dilatação de todos os


subaracnoides, distúrbio funcional das ventrículos, adelgaçamento dos ossos
não-obstrutiva
vilosidades aracnoides ou adenoma da calvária e atrofia do córtex
ou comunicante
do plexo coroide

PÁGINA 9
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

H I S T O L O G I A D O S I S T E9 M A NERVOSO
Tecido Nervoso 1

(JUNQUEIRA e CARNEIRO, 12ª.padrões


ed, deCap.9)
comportamento, como os relacionados com a • Axônio,
alimentação, reprodução, defesa e interação com outros de impu
seres vivos. para out

- Introdução As dime
longamento
celular pod
• Células: (1) Neurônios, com grandes prolongamentos e (2)
As células Células
nervosas da sãoGlia,
ou neurônios que
responsaveJS
as células n
medir até 1
pela recepção, transmissão e processamento de estúnulos.
participam da sustentação, nutrição, defesa dos neurônios
Além disso, influenciam diversas atividades do organismo
isolada, é v
nados célul
e liberam neurotransmissores e outras moléculas informa-
células dos
cionais. Os neurônios são formados pelo corpo celular ou

diâmetro.
Substância cinzenta: porção principalmente formada por corpos
pericário, celulares
que contém o núcleo dos neurônios
e do qual partem prolon-e
De acord
gamentos. Em geral, o volume total dos prolongamentos de
por células da glia no SNC
classificado
um neurônio é maior do que o volume do corpo celular.
Os neurônios apresentam morfologia complexa, porém • Neurôn
quase todos apresentam três componentes (Figura 9.2): prolong
•Substância branca: porção principalmente formada por prolongamentos
• Dendritos, de neurônios
prolongamentos numerosos, especializadose •

Neurôn
Neurôn
na função de receber os estímulos do meio ambiente, de
por células da glia no SNC, recebendo esse nome devido à epiteliais
células cor dasensoriais
mielina ou deque
outrosenvolve
neurônios os
ximo ao
logo se
• Corpo celular ou pericário, que é o centro trófico da
prolongamentos célula e também capaz de receber estímulos
periferia
Os neu
embrionári
- Neurônio - Axônio de outro
axônio e um
neurônio tas do peri
longamento
• Descrição: Célula excitável capaz de transmitir percurso, p
Os dois
impulso nervoso, formando circuitos com seus r------ Pericário
por suas c
são axônios
prolongamentos, responsáveis pela recepção, Cone de implantação rico recebe
Axônio tipo de neu
transmissão e processamento de estímulos de mielina sita diretam
corpo celul
t ..,,---Ramo colateral A grand
• Morfologia
do axônio bipolares sã
Nodo de Ranvier
.-- Sistema nervoso central
sistema nervõso-p;nfériêo- - -
na retina e

- Corpo celular (pericário ou soma): centro trófico da i Célula de Schwann


res são enc
sensoriais s
também no
Os neur
célula, contendo o corpúsculo de Nissl, núcleo sua função
tores, tais c
ovoide e central, com cromatina dispersa e musculares
sensoriais
nucléolo central (lembrando um olho ou uma fruta de guaraná),

podendo ser piriforme, esférico, estrelado,


- ·- ·- interneurô
nios, forma
Durante

fusiforme, piramidal ou anguloso -·- ·- aumento no


As funções
Figura 9.2 Neurônio motor. Amlelina que envolve oaxônio no sistema nervoso central é nervoso de
produzida pelos oligodendróótos eno sistema neivoso periférico pelas células de Schwann.
- Axônio: prolongamento único, especializado na
muitos neu
condução de impulsos, transmitindo
Ocorpo celular do neurônio contém um núdeo grande, daro, com um nudéolo bem visível.
Opericário contém corpúsculos de Nlssl encontrados também nos dendritos mais grossos. No SNC
somente na
informações do neurônio a outras células Aparte superior direita mostra um axônio de outro neurônio. com três botões terminais,
um dos quais faz sinapse com oneurônio do desenho. Oaxõnio desse neurônio termina em apresenta p
três placas motoras que transmitem oimpulso neivoso para as fibras mUSOJlares estriadas SNP os per
esqueléticas. Assetas indicam a do impulso nerioso. órgãos sens
- Dendritos: prolongamentos numerosos, especializados na recepção de estímulos do
meio, de epitélios ou de outros neurônios

PÁGINA 10
que não são multo numerosos no tecido nervoso, são neurônios do tipo multipolar.

G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018
Tipos de neurônios

• Classificação quanto aos prolongamentos Bipolar Multipolar Pseudomultipolar

- Multipolares: possuem mais de dois


prolongamentos celulares (e.g. medula)
- Bipolares: possuem apenas um dendrito e um ! Direção
do impulso

Axônio

axônio (e.g. cóclea e vestíbulo)


- Pseudo-unipolares: iniciam bipolares, mas os
prolongamentos se fundem próximo ao
! Direção
do impulso

- --Axônios - - -
pericário em um único, que se divide para o
SNC e para o SNP Terminal axônico Terminal axônico Terminal axônico

Figura 9.4 Representação simplificada da m()rfologla dos três tipos principais de neurônios.
• Classificação quanto à função
- Motores: controlam órgãos efetores, como
músculos ou glândulas, geralmente multipolares
- Sensoriais: recebem estímulos dos meios interno
9 1 Tecido Nervoso
ou externo, sendo bipolares ou pseudo - celular grânulo esférico. A cromatina sexual é constituída por um
cromossomo X que permanece condensado e inativo na

unipolares O corpo celular ou pericário é a parte do neurônio


que contém o núcleo e o citoplasma envolvente do núcleo
intérfase (Capítulo 3).
O corpo celular dos neurônios (Figura 9.5) é rico em
retículo endoplasmático granuloso, que forma agregados
(Figura 9.2). principalmente, um centro trófico, mas
também tem função receptora e integradora de estímulos, de cisternas paralelas, entre as quais ocorrem numerosos

- Interneurônios: conectam outros neurônios, recebendo estímulos excitatórios ou inibitórios gerados em


outras células nervosas.
Na maioria dos neurônios o núcleo é esférico e aparece
polirribossomos livres. Esses conjuntos de cisternas e ribos-
somos se apresentam ao microscópio óptico como man-
chas basófilas espalhadas pelo citoplasma, os corpúsculos
pouco corado, pois seus cromossomos são muito distendi- de Nissl (Figuras 9.2 e 9.6).

estabelecendo circuitos complexos, sendo dos, indicando a alta atividade sintética dessas células. Cada
núcleo tem em geral apenas um nucléolo, grande e central
A quantidade de retículo endoplasmático granuloso
varia com o tipo e o estado funcional dos neurônios, sendo
Próximo ao nucléolo ou à membrana nuclear observa-se, mais abundante nos maiores, particularmente nos neurô-

encontrados em diversas formas no sexo feminino, cromatina sexual, sob a forma de um nios motores (Figura 9.6).

- Corpo Celular

• Núcleo: ovoide e central, cromatina fina e dispersa


(gerando halo esbranquiçado) e nucléolo evidente
(massa escura central), podendo haver grânulo
esférico de cromatina sexual (cromossomo X
condensado) no sexo feminino Glia

Nissl

• Corpúsculos de Nissl: cisternas paralelas ao RER com Sinapse

vários polirribossomos formam manchas basófilas


ao microscópio óptico
Cone de implantação Microtúbulos

• Citoplasma: AG desenvolvido próximo aos corpúsculos de Nissl; poucas mitocôndrias;


Figura 9.5 Desenho com base em micrografias eletrônicas.Asuirertrcie do neurônío écompletamente coberta por terminações sinápticas de outros neurôníos ou por prolongamentos
de células da glia. Nas sinapses, amembrana do neurônio émais espessa, sendo chamada membrana pós-sináptica. Oprolongamento do neurônio sem ribossomos (parte lnfertor da
figura) éocone de implantação do axônio. Os outros prolongamentos da célula são dendrites. Note aausêncía de material extmelular.

neurofilamentos abundantes, para que a dineína e a cinesina possam transportar as


vesículas de neurotransmissores; microtúbulos; lisossomos; e inclusões citoplasmáticas
(pode-se acumular melanina na substância negra do mesencéfalo, mas ainda não se sabe
sua função)

P Á G I N A 11
padrões de comportamento, como os relacionados com a • Axôni
alimentação, reprodução, defesa e interação com outros de im
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A A O S I S T E M A N E R V Oseres
S O vivos.
- FÁ B I O S E R R A - 2 018 para o
As dim
- Dendritos longame
celular p
• Função: aumentam a superfície celular, tornando possível
As células nervosas ou neurônios são responsaveJS
as célula
medir até
receber e integrar impulsos trazidos por diversos terminais
pela recepção, transmissão e processamento de estúnulos.
isolada, é
Além disso, influenciam diversas atividades do organismo
axônicos e liberam neurotransmissores e outras moléculas informa-
nados cél
células do
cionais. Os neurônios são formados pelo corpo celular ou
• Morfologia: numerosos, exceto no neurônio bipolar;
pericário, que contém o núcleo e do qual partem prolon-
diâmetro
De aco
gamentos. Em geral, o volume total dos prolongamentos de
diminuem seu diâmetro à medida que se ramificam;
um neurônio é maior do que o volume do corpo celular. classifica
Célula piramidal Célula de
emitem espículas para ampliar a área de recepção Os neurônios apresentam morfologia complexa,
do córtex cerebral
porém
Purkinje • Neurô
Neur
quase todos apresentam três componentes (Figura 9.2):
(cerebelo) daprolon
área
• Espículas dendríticas (gêmulas): primeiro local prolongamentos
• Dendritos, de numerosos, especializados
• Neurô
• Neurô
na função de receber os estímulos do meio ambiente, de
processamento de informações, contendo receptores
células epiteliaisespecíficos
sensoriais ou de(membrana
outros neurônios pós-
ximo
logo s
sináptica); relacionadas à plasticidade (actina),
• àCorpo
memória
celular e
ouao aprendizado
pericário, que é o centro trófico da Neu
perife
célula e também capaz de receber estímulos do s
Os n
- Axônios Neurônio
embrioná
secretor da
hipófise - Axônio de outro
axônio e

• Origem: cone de implantação do corpo celular, neurônio tas do pe


longame
sendo a porção inicial do axônio entre o percurso
Os do
cone e o início da bainha de mielina
chamada de segmento inicial, responsável pela
r------
Neurônio motor
Pericário
Cone de implantação
por suas
são axôn
N
d
da medula espinal rico rece
recepção de diversos estímulos, devido à sua Axônio tipo de n
de mielina sita diret
alta excitabilidade corpo cel
Neurônio
t ..,,---Ramo colateral A gran

do axônio
Comprimento: seu diâmetro Neurônios é constante em Nodo de Ranvier
pseudounipolar bipolares
bipolares
todo o comprimento médio, podendo emitir
.-- Sistema nervoso central
sistema nervõso-p;nfériêo- - -
na retina

prolongamentos colaterais formando um


i Célula de Schwann
res são en
sensoriai
também
ângulo reto,Figura
no SNC 9.3 Esquemas de alguns tiposde neurônios. Amorfologia dessas célulasémuito complexa. Todos os neurôniosmostrados, exceto Ososned
que não são multo numerosos no tecido nervoso, são neurônios do tipo multipolar. sua funçã
tores, tai
• Axoplasma: o citoplasma do axônio não muscular
sensoriai
possui RER nem ribossomos, mostrando sua
dependência do pericário; local em que se - ·- ·-
Tipos de neurônios
interneu
nios, form
Duran
encontram os neurofilamentos Bipolar
-·- ·-
Multipolar aumento
Pseudomultipolar
As funçõ
Figura 9.2 Neurônio motor. Amlelina que envolve oaxônio no sistema nervoso central é nervoso
• Transporte axonal: em sentido anterógrado, pode produzidahaver transporte
pelos oligodendróótos de periférico
eno sistema neivoso vesículas
pelas células deou de muitos n
Schwann.
Ocorpo celular do neurônio contém um núdeo grande, daro, com um nudéolo bem visível.
organelas rápido (20 a 400mm/dia) ou lento (0.2
Opericário contéma corpúsculos
4mm/dia); o sentido
de Nlssl encontrados retrógrado
também nos dendritos mais grossos. No SN
Aparte superior direita mostra um axônio de outro neurônio. com três botões terminais, somente
ocorre apenas de forma rápida, para o reaproveitamento
(anterógrado) e da dineína (retrógrado), ambas
celular;
um dos quais faz sinapse com oneurônio depende
do desenho. da cinesina
Oaxõnio desse neurônio

!
três placas motoras que transmitem oimpulso neivoso para as fibras mUSOJlares estriadas SNP
ATPases;
esqueléticas. Assetas indicam a
partículas prejudiciais, como o vírus da raiva, provocando encefalite, ou a toxina tetânica
pode haver o
do impulso nerioso.
transporte de
Direç
termina em apresenta
doosim
órgãos se

Axônio
p

• Telodendro: porção final do axônio bastante ramificada, para aumentar sua área de atuação

! Direção
do impulso

PÁ G I N A 12
- --Axônios - - -
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Potenciais de Membrana

• No repouso, as permeabilidades do Na+ e do K+ na


membrana, associadas à atividade da NA+/K+
ATPase (bomba de sódio e potássio) geram um
potencial de membrana de -65mV. Quando ocorre o
potencial de ação, abrem-se as comportas de ativação
dos canais para o Na+, e o influxo de Na+ induz a
despolarização do potencial até +30mV, quando as
comportas de inativação do mesmo canal se fecha e
quando está agora efetiva a ação dos canais de
abertura lenta para o K+.

• Sendo assim, o potencial volta a se negativar na repolarização, chegando, inclusive, a se


tornar mais negativo que o valor comum (hiperpolarização), onde ocorre o fechamento
dos canais para o K+ e das comportas de ativação dos canais para o Na+. Essa alteração
induz o lento retorno ao potencial de repouso, quando ocorre a reabertura das
comportas de inativação dos canais de Na+, que, ainda assim, não atravessa a
membrana, pois as comportas de ativação estão fechadas

• Os anestésicos locais se ligam aos canais de Na+, para impedir o transporte desse íon,
impedindo a despolarização e, portanto, o impulso nervoso de dor
Histolog

- Comunicação Sináptica Terminal pré-sináptico

• Neurotransmissores: substâncias que se


1. A despolarização
da membrana
I <[$/
pré-sináptica induz...
Mitocôndria
ligam a receptores ionotrópicos Reserva da
membrana (REL)
(canais iônicos) ou a metabotrópicos 2 ..•. breve abertura
dos canais de cálcio
7. Recuperação
de membrana

(ligados à proteína G), para gerar Vesícula pelas vesículas


sináptica .. . cobertas
3. O influxo de cálcio \---, - ..
uma alteração rápida no potencial de promove a exocitose
das vesículas 1---1--
1/8Í
- - 'GJ

membrana, no sentido de excitar ou


sinápticas com... \

inibir o impulso nervoso 4.... liberação do


neurotransmissor

• Neuropeptídeos: substâncias que 5. O neurotransmissor reage


com os receptores e .•.

alteram a longo prazo a sensibilidade


neuronal para a geração de 6 . ••. promove a despolarização
da membrana pós-sináptica

estímulos, também chamados


neuromoduladores
Região pós-sináptica
Fígura 9.7 Princlpaís aspectos funclonaís das duas partes da sinapse: oterminal axôníco, pré-sináptico, eamembrana do neurônio pós-sináptico do circuito. Os número
sequência dos eventos durante aatividade da sinapse. REI., retículo endoplasmático liso.

ma-se axodendrítica e entre dois axônios chama-se axoaxô- exocitose durante a transmissão do impulso. O exc
nica (Figura 9.8). O terminal pré-sináptico contém vesículas membrana que se forma no terminal pré-sináptico
sinápticas com neurotransmissores e também muitas mito- tado por endocitose para ser reutilizado na forma
côndrias (Figuras 9.7 e 9.9). P Á G I(Figura
novas vesículas sinápticas NA 1 3 Alguns neur
9.7).
Geralmente, os neurotransmissores são sintetizados no missores são sintetizados no compartimento pré-sin
côndrias (Figuras 9.7 e 9.9). novas vesículas sinápticas (Figura 9.7). Alg
Geralmente, os neurotransmissores são sintetizados no missores são sintetizados no compartiment
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A A O S I S T E M A N Ecorpo
R VdoO neurônio
S O - eFarmazenados
Á B I O Sem ER vesículas no termi- com a participação de enzimas e precurso
R A - 2 018
nal pré-sináptico, sendo liberados na fenda sináptica por corpo do neurônio pelo transporte axônico

• Tipos de Sinapse Química


Tipos de sinapses
Axossomática ou
Axodendrítica Axodendrítica Axoaxônica

- Axossomática: ocorre no corpo celular (soma)


- Axodendrítica: ocorre no dendrito
- Axoaxônica: ocorre no axônio
• Sinapse Elétrica: ocorre através das junções gap, sem
inversão da informação Corpo celular Dendrito
ou dendrito
Figura 9.8 Tipos de sinapses. Os terminais axônicos geralmente transmitem os impulsos nervosos para dendritos ou para corpos celulares de neurônios, por
- Células da Glia e Atividade Neuronal frequência, podem estabelecer sinapses com outros axônios. (Adaptada, com autorização, de Cormack OH: Essential Histology. Lippincott, 1993.)

• As células da glia não se coram bem em HE,


mas em impregnação argêntica (sais de prata)
ou de ouro; ocupam o espaço equivalente à
matriz extracelular, que é mínima no tecido
nervoso

• O l i g o d e n d ró c i t o s e C é l u l a s d e S c h w a n n :
respectivamente no SNC e no SNP, produzem
a bainha de mielina, enrolando seus
prolongamentos de membrana ao redor dos
axônios

• Astrócitos: responsáveis pela nutrição e pelo


suporte dos neurônios, emitem pés vasculares
sobre os capilares sanguíneos, permitindo ou
não a troca de substâncias (barreira
hematoencefálica); na substância branca,
possuem prolongamentos mais numerosos e
longos, sendo chamados fibrosos; na substância cinzenta, possuem prolongamentos
menos numerosos e menores, sendo chamados protoplasmáticos; podem receber
estímulos de neurotransmissores e influenciar a atividade e a sobrevida dos neurônios,
podendo sintetizar angiotensinogênio e encefalinas; podem também interagir com
oligodendrócitos, regulando a renovação da mielina

• Células ependimárias: TER cilíndrico possivelmente ciliado e/ou com microvilos que
reveste o canal central da medula e os ventrículos do cérebro, sendo unidas por
desmossomos

• Micróglia: células pequenas, curtas e alongadas que funcionam como macrófagos do


Sistema Nervoso; distinguem-se por seu formato em HE

PÁ G I N A 14
Histolo
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

.' : . , .. • .
A dura-máter é a meninge mais externa, co
•Tumores: os Astrocitomas primários representam •80% •• dos tumores do por SNconjuntivo denso, contínuo com o
tecido ..
dos ossos da caíxa craniana. A dura-máter, que

•Esclerose Múltipla: ocorre a destruição da bainha de mielinaformando-se


a medula espinal, é separada do periósteo das v
(prolongamentos dosperidural. Es
entre os dois o espaço
oligodendrócitos e das células de Schwann), dificultando a transmissão do impulso
contém veias de parede muito delgada, tecido co
frouxo e tecido adiposo. A parte da dura-máter em
nervoso; os restos de mielina são removidos pela micróglia, com cujas células
a aracnoide se tornam
constitui um local de fácil clivag
muitas vezes, em situações patológicas, pode acu
morfologicamente semelhantes aos macrófagos sangue externamente à aracnoide, no chamado esp
dural. Este espaço não existe em condições norma
•Mal de Alzheimer: doença degenerativa, com acúmulo de placas amiloides (ß-amiloide não
A superficie interna da dura-máter e, na dura-
canal vertebral, também a superfície externa são r
degradada) e comprometimento das funções neuronais, afetandopor linguagem, memória
um epitélio simples pavimentoso de origem m
matosa.
A aracnoide apresenta duas partes, uma em con
- Sistema Nervoso Central a dura-máter e sob a forma de membrana, e outra co
por traves que ligam a aracnoide com a pia-máter. A


des entre as traves conjuntivas formam o espaço sub
Substância Branca deo, que contém LCR, comunica-se com os ventríc
braís, mas não tem comunicação com o espaço sub
-
Fibras mielínicas e amielínicas, a depender do tipo de informação espaço carregada
subaracnóideo, cheio pelos
de líquido, constitui
chão hidráulico que protege o sistema nervoso cent
neurônios traumatismos. A aracnoide é formada por tecido c
sem vasos sanguíneos e suas superfícies são todas r
-
Oligodendrócitos formando a bainha de mielina, Astrócitos fibrosos pelo mesmoe micróglia
tipo de epitélio simples pavimentoso, d
mesenquimatosa, que reveste a dura-máter.
A aracnoide forma, em certos locaís, expansões
•Substância Cinzenta furam a dura-máter e provocam saliências em se
sos, onde terminam como dilatações fechadas: as
-
Corpos celulares de neurônios (Núcleos), fibras amielínicasdes(segmentos da aracnoide. iniciais) e
Figura 9.17 Fotomicrografia que mostra as três camadas da substância cinzenta do A função dessas vilosidades é transferir LCR pa
poucas mielínicas cerebelo easubstância branca, constituída apenas por fibras nervosas ecélulas da glia. gue. O líquido atravessa a parede da vilosidade e
(Hematoxilína-eosina. Pequeno aumento.) venoso até chegar ao sangue.
- Astrócitos protoplasmáticos, micróglia e poucos oligodendrócitos
• Cerebelo
- Camada molecular: corpos celulares esparsos, devido
à grande quantidade de dendritos das células de
Purkinje
- Células de Purkinje: corpos celulares piriformes,
grandes e visíveis
- Camada granulosa: neurônios muito pequenos e
bastante compactos

• Medula Espinal 9 1 Tecido Nervoso

- Em corte transversal, aFigura


substância cinzenta
Núcleo de
célula da gila
9.18 Corte em que aparecem as três camadas do cerebelo. Uma célula de Purkinje mostra parte de sua rica arborização dendrítica. (Hematoxilina-eosina. Méd
Fibras
Fibras nervosas

aparece centralmente em forma de H, cujas


pernas formam os cornos ventrais e
dorsais e em cujo centro se encontra uma
camada de células ependimárias do canal
Substância cinzenta Substância branca

c e n t r a l d a m e d u l a , r o d e a d o s pFigura
o r9.19 No centro, aparece amedula espinal observada em corte transversal, com vista desarmada. Àesquerda, demonstra-se aestrutura da substância cinzenta, e, àdireita, a
da substânciabranca.

substância branca. Os neurônios do corno anterior são grandes e multipolares

PÁ G I N A 15
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018 Histologia B

- Meninges Pia-máter

• Dura-Máter
- Meninge mais externa, constituída
Espaço subdural

por TCPD denso, contínuo com o


periósteo da caixa craniana
(ausência de espaço epidural/
Espaço
peridural), enquanto que há espaço subaracnóideo

epidural na medula, onde há veias


delgadas, conjuntivo frouxo e
tecido adiposo
- Seu contato com a aracnoide é de
fácil clivagem, podendo causar
hemorragias subdurais, no espaço
subdural (não existe em condição
normal)
- As superfícies interna e externa
(esta só na medula) são revestidas
por epitélio simples pavimentoso de origem mesenquimal Capilar sanguíneo

• Aracnoide
- Tecido conjuntivo avascular coberto por epitélio simples pavimentoso
- Parte Membranosa: em contato
Figura 9.22com adasdura-máter
Estrutura meninges, que mostra asuperposição da pía-rnáter, aracnoide e dura-máter.Os astrócitos formam um arcabouço tridimensional que éocupado pel
rônios (não mostrados).Os prolongamentos dosastrócltos formam uma camada contínua envolvendo os vasos sanguíneos, contribuindo para aestruturação da barreira hematenc

- Parte Trabecular: forma o espaço subaracnoideo, por onde passa líquor e que se
(Reproduzida, com autorização, de Krstié RV:Mi<lOscopicHuman Anatomy. Springer-Verlag, 1991.)

comunica com os ventrículos,Amas não com o espaço subdural


pia-máter é muito vascularizada e aderente ao tecido revestida por células achatadas, originadas do mesênqu

- Possui as
nervoso, embora não fique em contato direto com células ou embrionário.
vilosidades aracnoideas, expansões
fibras nervosas. quee osperfuram
Entre a pia-máter a dura-máter,
elementos nervosos Os vasos sanguíneosprovocando
penetram o tecido nervoso
situam-se prolongamentos dos astrócitos, que, formando meio de túneis revestidos por pia-máter, os espaços p
saliências nos seios venososuma e lançando
camada muito líquor para firmemente
delgada, unem-se o sangue à face vasculares. A pia-máter desaparece antes que os vaso
interna da pia-máter. A superfície externa da pia-máter é transformem em capilares. Os capilares do sistema ner

• Pia-máter
- Muito vascularizada, está em contato com prolongamentos de astrócitos (neurópilo)
em uma união firme; formada por tecido conjuntivo frouxo
- Vasos sanguíneos perfuram a pia-máter e penetram o tecido nervoso por meio de
túneis de pia-máter (espaços perivasculares), que desaparece antes de se tornarem
capilares

PÁ G I N A 16
entre as células endoteliais. Essas células não são fenes- por mililitro. t produzido de modo contínuo, e isso exp
tradas e mostram raras vesículas de pinocitose. J?, possível a saída constante de líquido nas lesões cranianas que alc
que os prolongamentos dos astrócitos, que envolvem com-
GUIA DE SOBREVIVÊNCIA AO SISTEMA N ERVOSO - FÁBIO SERRA -
pletamente os capilares, também façam parte da barreira
2çam
0 1a 8aracnoide. O LCR é absorvido pelas vilosidades a
noides, passando para os seios venosos cerebrais (no
hematencefálica. Além de uma possível participação direta tema nervoso central não existem vasos linfáticos).

- Barreira Hematencefálica
na barreira, há estudos que mostram que as junções oclu-
sivas desses capilares são induzidas pelos prolongamentos
dos astrócitos. 4'-0 Histologia aplicada

Aobstrução do fluxo de LCR, qualquer que seja acausa, resulta no d


• Os astrócitos envolvem completamente os coroides
.,. Plexos capilares do tecido nervoso, induzindo a
elíquido túrbiodenominado hidrocefalia. Essa condição patológica é caracteriza
pela dilatação dos ventrículos do encéfaloproduzida pelo acúmulo de LC
cefalorraquidiano Ahidrocefalia pode também serdevida auma diminuição na absorção
formação de junções oclusivas que, juntamente com os próprios prolongamentos dos
Os plexos coroides (Figura 9.23) são dobras da pia-máter
LCR pelas vilosidades aracnóideas ou, mais raramente, a neoplasma (câ
cer) do plexo coroide que produza excesso de LCR. Os sintomas neurol

astrócitos, dificultam a passagem de toxinas,


saliência parade agentes químicos e de antibióticos para
ricas em capilares fenestrados e dilatados, que provocam gicos e psíquícos decorrem da compressão do córtex cerebral e de outr
o interior dos ventrículos. Formam o teto estruturas do sistema nervoso central. Ahidrocefalia iniciada antes
do terceiro e do quarto ventrículos e parte das paredes dos nascimento ou na criança muito pequena causa afastamento das sutur
o sistema nervoso ventrículos laterais. São constituídos pelo tecido conjuntivo
dos ossos cranianos e aumento progressivo da
conV1Jlsões, retardamento mental e fraqueza muscular.
podendo ocorr
frouxo da pia-máter, revestido por epitélio simples, cúbico

- Plexos Coroides e Líquor


• Plexos Coroides: dobras de pia-máter com capilares
fenestrados e dilatados, formadas por tecido
conjuntivo frouxo da pia-máter, revestido por TER
simples cúbico ou cilíndrico baixo

• Líquor: produzido pelos plexos coroides, ocupa os


ventrículos, o canal central da medula, o espaço
subaracnoideo e os espaços perivasculares; é
importante para o metabolismo do SNC e para
absorver choques mecânicos; é absorvido pelas vilosidades aracnoideas, passando para
Figura 9.23 Fotomicrografia de corte do plexo coroide, que éconstituido por uma parte central de tecido conjuntivo frouxo com muitos capilares sanguíneos (CS), coberto por ep
os seios venosos e para o sangue cúbico símples (pontodt seta). (Hematoxilina·eosina. Médio aumento.)

• Hidrocefalia: devida ao acúmulo de líquor nos ventrículos, por obstrução de vilosidades


aracnoideas, do forame de Magendie, do forame de Luschka ou do aqueduto de Sylvius
ou por neoplasia de plexo coroide; gera convulsões, retardo mental e fraqueza muscular
na anomalia congênita. Associação à malformação de Arnold-Chiari
9 1 Tecido Nervoso

- Fibras Nervosas 3 e 9.29)


A \ B nódul
Ae
• Definição: axônio com suas bainhas envoltórias que podem
3
do axô
nio. A
dar uma (amielínicas) ou múltiplas (mielínicas) voltas; no1 em fo
(Figur
SNC, as envoltórias são oligodendrócitos; no SNP, as células da cél
enrola
de Schwann; o conjunto de envoltórios concêntricos é
• Fib
chamado de bainha de mielina Tan
todos

• Mesaxônio: porção da membrana envoltória que está línicas


Schwa

internamente em contato com o axônio envolvido e


ral. Um
sas (Fi

externamente com a superfície da célula envoltória 10---111 Nas fib


nelas a
No
• Fibras Mielínicas: No SNP, as células de Schwann enrolam sua No en
entre o
membrana várias vezes ao redor do axônio, e essas voltas se 8 células

fundem na mielina, que possui mais lipídios (esfingomielina) -l-IH-- -9


..,. Ne
que o restante das membranas No
pam-s
Figura 9.26 Desenhos tridimensionais esquemáticos que mostram aultra estrutura de e 9.30)
uma fibra mielínica (A) ede uma fibra amielínica (B). 1, núcleo ecitoplasma de célula de nervos
Schwann; 2, axônio; 3, microtJíbulo; 4, neurofilamento; 5, bainhade mielina; 6, mesaxônio; 7, finos f
nódulo deRanvler; 8, interdigitação dos processos das células de Schwann no nódulo deRan- O te
vier; 9, vista lateral de um axônioamielínico; 10, lamP
inaÁ G(Adaptada
basal. I N Aereproduzida,
1 7 com consti
autorização, de Krsti( RV: U/trastru<tureofthe Mammalian (e//. Springer-Verlag, 1979.)
conjun
O sistema nervoso autônomo
distintas por sua anatomia e po
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A A O S I S T E M A N E R V O S O - F Á B I O S E R R A - 2 0 1 8 simpático e o parassimpático (
Os núcleos nervosos (grupos d
pático se localizam nas porções t
• Nodos de Ranvier: interrupções da bainha de mielina com expansões laterais das células
espinal. Axônios de
desses neurônio
saem pelas raizes anteriores d
Schwann; entre os nodos, o intervalo é chamado internódulo, sendo recoberto regiões;por uma
por isso, o sistema sim
única célula de Schwann de divisão toracolombar do si
Os gânglios do sistema simpáti
bral e plexos situados próximo à
• Incisura de Schmidt-Lantermann: fendas cônicas do conteúdo restante do citoplasma da
mediador químico das fibras p
tico é a norepinefrina (fibras ad
célula de Schwann e epinefrina são liberadas també
glãndula adrenal em resposta a e
A secreção da medular da adren
• Fibras Amielínicas: também envolvidas por Schwann, mas não há espiral, eestimulação a uma célula do sistema simpát
Os núcleos nervosos (grupos d
envolve mais de uma fibra, mas cada uma com seu mesaxônio; não há nodos de situam-se
pático Ranvier, no encéfalo e n
espinal. As fibras desses neurôni
pois a bainha é contínua; são mais numerosas no SNC X) e pelo
cranianos (III, VII, IX eHistologi
nervos espinais sacrais. O para

- Nervos também divisão craniossacral d

• Definição: agrupamento de feixes de fibras


nervosas, geralmente esbranquiçados
devido à mielina

• Epineuro: camada fibrosa mais externa que


reveste todos os feixes

• Perineuro: bainha de camadas de células


achatadas justapostas, envolvendo cada
um dos feixes; as células estão unidas por
junções oclusivas, impedindo a passagem
de macromoléculas, ajudando na defesa
Figura 9.33 Corte transveJSal de um nervoFigura
de grosso diâmetro, corado para mostrar seu mostra
nervo. que conteúdo em colágeno.
perineuro e(Coloração
endoneuro.pelo picrosirius.
Abainha Fotomicrografia
de miefina comaxõnio
que enwlve cada luz p
• Endoneuro: Médio
9.32 Corte transversal de um epinauo,
conjuntivo,
aumento.) principalmente
histológico.de fibras
(Pararrosanilina eazulreticulares, produzido pelas células de
de toluidina. Médio aumento.)
Schwann, envolvendo cada fibra
O segundo neurônio do parassimpático localiza-se em tilcolinesterase, sendo esta uma das razões pelas q
- Gânglios gânglios menores do que os do simpático e sempre perto estímulos parassimpáticos são de ação mais breve
dos órgãos efetores. Frequentemente, esses neurônios se localizada do que os estímulos do simpático.
• Definição: localizam no
acúmulos deinterior
corpos doscelulares
órgãos, como,
no por
SNPexemplo,
, podendona serAsensoriais
parede do estômago e do intestino. Nesses casos, as fibras
maioria dos (aferentes)
órgãos inervados
oupelo
do sistema n
autônomo recebe fibras do simpático e do parassim
S N A ( e f epré-ganglionares
r e n t e s ) , spenetram
e j a m os
o sórgãos
i n t re aaímvão
u rentrar
a i s em (Figura 9.36). Em geral, nos órgãos em que o simp
sinapse com o segundo neurônio da cadeia (Figura 9.36). estimulador, o parassimpátko tem ação inibidora,
(parassimpático), sejam os paravertebrais
O mediador químico liberado pelas terminações nervo- versa. Por exemplo, a estimulação do simpático ac
(simpático)sas pré- e pós-ganglionares do parassimpático é a acetil- ritmo cardíaco, enquanto a estimulação das fibras
colina. Essa substância é rapidamente destruída pela ace- simpáticas diminui esse ritmo.

• Gânglios Sensoriais: envolvidos por um estroma de


tecido conjuntivo, associam-se aos nervos
cranianos (gânglios cranianos) ou à medula espinal
(gânglios espinais); neurônios pseudounipolares
(exceto o N. acústico, cujas células são bipolares)

PÁ G I N A 18
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Gânglios Espinais: corpos de neurônios com muitos corpúsculos de Nissl (basófilos),


circundados por células satélites

• Gânglios do Sistema Nervoso Autônomo: corpos de


neurônios geralmente multipolares estrelados,
com camada de células satélites geralmente
incompletas; seu estroma é a continuação do
estroma do órgão em que estão situados,
formando os gânglios intramurais (no caso do
parassimpático); os gânglios do simpático Histologia Básica

localizam-se na coluna paravertebral (imagem


ao lado)

- Sistema Nervoso Autônomo Gânglio ciliar

• Função: Controle homeostático da Mesencéfalo Artéria


carótida e

musculatura lisa, do ritmo cardíaco e da


seu plexo

Mielencéfalo
Gânglio ótico

secreção de glândulas; suas funções sofrem


Glândula
parótida
C.1
2 Nervo vago Coração
Gânglio

influência do SNC
3 cervical
superior
4
Cervical Gânçilio
5 cervical

• Fibra pré-ganglionar: axônio de neurônio


6 medio
7 Gânçilio
cervical
8 inferior Estômago

localizado no SNC, o qual se comunica com


T.1
2
3

neurônio (pós-ganglionar) localizado no


4
5 Gânglio
6 celiaco
Torácica

gânglio autônomo ou na parede do órgão


7
Medula --1-- 8 Duetos biliares
espinhal
9

efetor, através de Ach (acetilcolina)


10
11 Gânglio
12 mesentérico
superior

• Medula da adrenal: funciona como gânglio


L.1
2
Lombar 3

autônomo do simpático, mas com a diferença


4
5
S.1 Cadeia

de que lança a norepinefrina na corrente


2 simpática

Sacral

sanguínea, gerando efeitos similares aos das Nervo pélvico


Órgâos
sexuais
e genitais

fibras pós-ganglionares simpáticas


externos

Figura 9.36 Esquema geraldas vias eferentes do sistema nervoso autônomo. As fibras nervosas pré-ganglionares estão representadas por linhas cheias eas pós-ganglionares, por

• Simpático: núcleos localizados em segmento toracolombar da medula espinal, cujos


linhas interrompidas. As linhas azuis são as fibras parassimpáticas, eas vermelhas são as fibras simpáticas. (Adaptada e reproduzida, com autorização, de Youmans W:Fundamentais o
Human Physiology, 2nd ed. Year Book, 1962.)

axônios saem pela raiz ventral até a cadeia paravertebral e plexos situados próximos às
vísceras, tendo como neurotransmissor pós-ganglionar a norepinefrina
• Parassimpático: núcleos craniossacrais (III, VII, IX, X e S2-S4), com gânglios menores e
intramurais, com Ach como neurotransmissor pós-ganglionar, sendo destruído pela
acetilcolinesterase na fenda (motivo pelo qual o parassimpático tem ações breves e
localizadas)
• Balanço: órgãos geralmente recebem informações de ambas as divisões simpática e
parassimpática, de forma antagonista

PÁ G I N A 19
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

OSTEOLOGIA DA COLUNA
VERTEBRAL
uorso
(Gray’s Anatomia para Estudantes; SOBOTTA, 23ª. ed)

- Vértebra Típica
• Consiste em um corpo e um arco vertebrais
• Corpo vertebral: anterior, seu tamanho aumenta quanto mais
inferior for de CII a LV, para suportar o peso do corpo,
sendo ligados os corposuorso
por discos intervertebrais e por
ligamentos; prende o arco vertebral através de dois
pedículos

• Arcos vertebrais: alinhados para formar as paredes posterior vértebra C l à vértebra LV. Os discos intervertebrais fibrocartila- Cada

e lateral do canal vertebral; possui 1 processo espinhoso, 2 ginosos separam os corpos vertebrais de vértebras adjacentes.
O arco vertebral ancora-se firmemente à superfície posterior
estes el
lam c o

processos transversos, 2 processos articulares superiores e


do corpo vertebral por dois pedículos, que formam os pilares la- todas as
terais do arco vertebral. O teto do arco vertebral é formado por dos aos
lâminas direita e esquerda, que se fundem n a linha média. se e fo
2 processos articulares inferiores; formados a partir das Fig. Os
2.19arcos vertebrais das das
Desenvolvimento vértebras são alinhados para formar
vértebras. mente n
as paredes lateral e posterior do canal vertebral, que se estende
lâminas direita e esquerda e dos pedículos da primeira vértebra cervical (Cl) à última vértebra sacral (vér-
tebra sacral V). Este canal ósseo contém a medula espinal e
suas membranas protetoras, juntamente com vasos, tecido Mús
• Canal vertebral: contém medula, meninges, vasos (plexos conjuntivo, gordura e partes proximais dos nervos espinais.
0 arco vertebral de u m a vértebra típica tem algumas pro-
Os mús
cos ou

internos), gordura (ligamento amarelo) e ligamentos (LLP) jeções características, que servem como: tipo de
Os m
• fixações para músculos e ligamentos; tos dos

• Forame vertebral: forame vértebra


formado pelo
C l à vértebra corpo
LV. Os discos e pelo
intervertebrais arco,
fibrocartila-
ginosos separam os corpos vertebrais de vértebras adjacentes.
• alavancas para atambém
Cada vértebra
•estes
pontos
ação decontém
de articulação
elementos
músculos; e
elementos
c o m vértebras
são grandes
costais. N o tórax, são ine
e formamadjacentes.
costelas, que se articu- superfic
que, em conjunto com todos os ancora-se
O arco vertebral outras, forma
firmemente à superfícieoposterior
canal lam c om os corpos vertebrais e os processos transversos. E m superio
U m processo espinhoso projeta-se posteriormente e, em associa
do corpo vertebral por dois pedículos, que formam os pilares la- todas as outras regiões, estes elementos costais são incorpora-
vertebral
geral, inferiormente a partir do teto do arco vertebral. Todo
terais do arco vertebral. O teto do arco vertebral é formado por dos aos processos transversos. Ocasionalmente, desenvolvem-
A cada lado do arco vertebral, estende-se u m processo funda e
lâminas direita e esquerda, que se fundem n a linha média. se e formam costelas em regiões diferentes do tórax, geral-
transverso lateralmente da região onde u m a lâmina se encon- pinais.

• Processo espinhoso: projeção posterior, local para fixação de


Os arcos vertebrais das vértebras são alinhados para formar mente nas regiões cervical baixa e lombar alta.
Fig. 2.19 Desenvolvimento das vértebras. tra com u m pedículo. Da mesma região, u m processo articu- particip
as paredes lateral e posterior do canal vertebral, que se estende lar superior e u m inferior articulam-se c om processos seme- culos i
da primeira vértebra cervical (Cl) à última vértebra sacral (vér- lhantes nas vértebras adjacentes.
músculos e de ligamentos
mente
tebra sacral V). Este canal ósseo contém a medula espinal e
suas membranas protetoras, juntamente com vasos, tecido Músculos
• Processos transversos: estendem-se posterolateralmente da cos ou intrínsecos, co m base em sua origem embriológica e
conjuntivo, gordura e partes proximais dos nervos espinais. Os músculos do dorso podem ser classificados como extrínse-
0 arco vertebral de u m a vértebra típica tem algumas pro-
jeções características, que servem como: tipo de inervação (Fig. 2.7).
junção do pedículo com a lâmina, articulando-se às costelas Os músculos extrínsecos estão envolvidos com movimen-
• fixações para músculos e ligamentos; tos dos membros superiores e da parede torácica e, em geral,
nas vértebras torácicas • alavancas para a ação de músculos; e são inervados por ramos anteriores e nervos espinais. O grupo
• pontos de articulação c o m vértebras adjacentes. superficial destes músculos está relacionado co m os membros

• Processos articulares: os superiores


superiores, enquanto a camada intermediária de músculos se
se projeta-se
U m processo espinhoso articulam come, emos
posteriormente associa à parede torácica.
geral, inferiormente a partir do teto do arco vertebral. Todos os músculos intrínsecos do dorso têm posição pro-
inferiores da vértebra acima e vice-versa
A cada lado do arco vertebral, estende-se u m processo funda e são inervados pelos ramos posteriores dos nervos es-
transverso lateralmente da região onde u m a lâmina se encon- pinais. Eles sustentam e movimentam a c o l u n a vertebral e

• Incisuras vertebrais superior e inferior: nas superfícies do


tra com u m pedículo. Da mesma região, u m processo articu- participam dos movimentos da cabeça. U m grupo de mús-
lar superior e u m inferior articulam-se c om processos seme- culos intrínsecos também movimenta as costelas relativa-
lhantes nas vértebras adjacentes. mente à colun a vertebral.
pedículos, participam da formação dos forames vertebrais

PÁGINA 20
racterísticas (Fig. 2 . 2 I A ) : 0 dente do áxis atua como pivô que permite que o atlas e a
cabeça fixada rodem sobre o áxis, no sentido lateral.
GUIA DE SOBREVIVÊNC
• IoA A vertebral
corpo O S I Sé T E Mem
curto Aaltura
N EeRtem
VO S Oquadrada
forma - F Á B I OOsSprocessos
E R R Atransversos
- 2 0 1do8 atlas são grandes e fazem pro-
quando visto de cima, c o m superfície superior côncava e trusão ainda mais lateralmente que os das outras vértebras

- Vértebra Cervical (7)


superfície inferior convexa; cervicais e atuam como alavancas para ação muscular, parti-
• cada processo transverso tem forma de calha e é perfurado cularmente para músculos que m o v i m e n t am a cabeça nas ar-
por u m forame t r a n s v e r s á r i o redondo: t i c u l a ç õ e s atlantoaxiais.
i o processo espinhoso é curto e bífido; O áxis é caracterizado pelo grande dente, que se estende

• Corpo vertebral pequeno e quadrado, superiormente


• o forame vertebral tem forma triangular. superiormente a partir do corpo vertebral (Figs. 2 . 2 1 B e
2.22). A superfície anterior do dente tem u m a face oval

côncavo e inferiormente convexo


A primeira e a segunda vértebra cervical — o atlas e o áxis
— são especializadas para acomodar o movimento da cabeça.
para articulação c o m o arco anterior do atlas. A s duas su-
perfícies súpero-laterais do dente possuem impressões cir-

• Cada processo transverso, possui um forame


transversário redondo, para a passagem da A. vertebral

• Processo espinhoso curto e bífido

• Forame vertebral triangular

• C7 é proeminente

- Atlas (C I)
Continua
• Não possui corpo vertebral, tendo forma de anel e duas
massas laterais, conectadas pelos arcos anterior e posterior Uninorte - PY
PJC
• Cada face articular superior se articula com um côndilo occipital
(articulação atlantoccipital), e cada face articular
inferior ao processo articular superior do Áxis (C
II)

• Fóvea Articular do Dente do Áxis: superfície posterior


do arco anterior do Atlas, mantendo-o em posição
pelo ligamento transverso do Atlas

- Áxis (C II)

• Dente do Áxis: atua como pivô para rotação do


Atlas e da cabeça, estendendo-se superiormente
do corpo vertebral; na extremidade superior, há
pontos de fixação para as superfícies mediais
dos côndilos occipitais, articulando-se pelos
ligamentos alares, impedindo rotação excessiva Uninorte - PY
PJC

PÁ G I N A 21
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Vértebra Torácica (12)

• Seu corpo vertebral possui fóveas costais


superiores (maior) e inferiores, para a
articulação com a sua costela e com a
costela abaixo

• Corpo vertebral em formado de coração


(cordiforme)

• Processos transversos robustos e espessos que também possuem uma fóvea costal
- Vértebra Lombar (5)

• Grande e cilíndrico corpo vertebral

• Presença de processos mamilares, para fixação de Mm. do dorso,


na região posterior dos processos articulares superiores

• Forame vertebral triangular, e processos transversos longos e finos

• Processo espinhoso em formato de machadinha,


quando visto lateralmente

- Sacro (5)

• Todas as vértebras estão fundidas, em formato de


Uninorte - PY
triângulo, com ápice apontando inferiormente, PJC
articulando-se com LV em sua base e tendo faces
auriculares laterais para a ligação aos ilíacos,
formando o cíngulo do membro inferior e
suportando o peso do corpo

• As faces anterior e posterior possuem 4 pares de


forames sacrais anteriores e posteriores, para os
nervos de S1 a S4

• Na parte superior, vê-se o processo articular


superior, o promontório (projeção anterior
mediana) e a asa do sacro

• Na região posterior, veem-se as cristas sacrais: 1

PÁGINA 22
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

mediana, 2 mediais e 2 laterais

• No final das cristas sacrais mediais, há o


cornos sacrais, que contornam o hiato sacral, o
final do canal sacral (continuação do canal
vertebral)

- Cóccix (1-5)

• Pequeno osso triangular, cujas vértebras se


fundiram, sendo ausente em corpos
vertebrais e em canal vertebral

- Costelas

• Possuímos 12 pares, dos quais 7 são


verdadeiras, pois se articulam diretamente
com o esterno, e 5 são falsas, pois se
articulam com o esterno por meio de outras
costelas ou não se articulam (2 pares
flutuantes)

- Esterno

• Dividido em Manúbrio, Corpo e Processo Xifoide

PÁGINA 23
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

OSTEOLOGIA DO CRÂNIO
(MOORE, 7ª. ed, Cap. 7; SOBOTTA 23ª. ed, Cap. 8)

- Divisão Anatômica
• Neurocrânio
- Sendo a caixa óssea do encéfalo, é formado pela calvária, seu
teto formado por ossificação intramembranosa, e pela base do
crânio, seu assoalho formado por ossificação endocondral ou
mista
- É formado por 8 ossos: 4 ímpares (Frontal, Etmoide, Esfenoide e
Occipital) e 2 pares (Temporal e Parietal)
- Os ossos da calvária são unidos por suturas; na infância,
esfenoide e occipital são ligados por cartilagem hialina
(sincondroses) e a medula espinal se continua com o encéfalo
através do Forame Magno
• Viscerocrânio
- Forma o esqueleto facial, composto por 15 ossos irregulares:
3 ímpares (Vômer, Mandíbula e Etmoide) e 6 pares bilaterais

Ponto Localização

Ptério Encontro de frontal, parietal, temporal e asa maior do


esfenoide

Lambda Encontro de parietais a occipital ou das suturas sagital


e lambdoidea

Bregma Encontro de frontal aos parietais ou das suturas sagital


e coronal

Vértice Ponto mais alto do crânio em posição de Frankfort,


ponto médio da sutura sagital

Astério Estrela no encontro das suturas parietomastoidea,


occipitomastoidea e lambdoidea

Glabela Proeminência do frontal, acima do násio

Násio Encontro do frontal aos nasais ou das suturas


frontonasal e internasal

Ínio Ápice da protuberância occipital externa

(Maxilas, Nasais, Conchas Nasais Inferiores, Lacrimais, Palatinos e Zigomáticos)

PÁGINA 2 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Maxilas: esqueleto da arcada dentária superior, maior parte do esqueleto facial superior
- Mandíbula: esqueleto da arcada dentária inferior, móvel, articulando-se com as fossas
mandibulares dos temporais (articulações temporomandibulares)
• Informações adicionais
- Ossos pneumáticos: Frontal, Temporal, Etmoide e Esfenoide contêm espaços, seios ou
células aéreos, que reduzem o peso do crânio
- Posição anatômica (Plano horizontal de Frankfort): a margem inferior da órbita deve estar
na mesma linha horizontal da margem superior do poro acústico externo do meato
acústico externo

- Vista frontal do crânio

• Frontal: forma o esqueleto da fronte,


principalmente sua parte plana
(escama); articula-se ao nasal e ao
zigomático; em alguns adultos, pode-se
ver a sutura metópica/frontal na linha
mediana da glabela; sua interseção
deprimida com os nasais é chamada
Násio; articula-se também ao etmoide,
aos lacrimais e ao esfenoide, participa,
portanto, do assoalho da órbita; entre a
escama e a parte orbital, há a margem
supraorbital, que possui um forame
(ou, talvez, uma incisura) supraorbital para a passagem dos vasos e nervo supraorbitais;
acima deste, vê-se uma crista contínua lateral à glabela: os arcos superciliares

• Zigomáticos: paredes inferolaterais das órbitas e proeminências das bochechas, perfurados


lateralmente por forames zigomaticofaciais; possuem também os forames zigomático-
orbitais e zigomaticotemporais

• Nariz: os nasais formam o násio em contato com o frontal; inferiormente a eles, há a


abertura piriforme, dividida medianamente pelo septo nasal ósseo, formado pelo Vômer e
pela lâmina perpendicular do etmoide. Nas paredes laterais da cavidade nasal, há as
Conchas Nasais Inferiores

• Maxilas: formam o esqueleto da arcada dentária superior, possuindo os processos


alveolares que sustentam os dentes maxilares e sendo unidas pela sutura intermaxilar;

PÁGINA 25
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

circundam abertura piriforme e


possuem os forames infraorbitários,
que dão passagem aos vasos e nervo
infraorbitários

• Mandíbula: em formato de U, possui


um processo alveolar para fixação
dos dentes mandibulares; dividida
em corpo, ramo (com processo coronoide e com processos condilar com cabeça e colo,
sendo os processos divididos pela incisura da mandíbula); abaixo dos segundos pré-
molares, há os forames mentuais (mento = queixo). O queixo é formado pela protuberância
mentual, suprajacente à sínfise da mandíbula, local de união das metades da mandíbula do
lactente. Entre o corpo e o ramo, está inferoposterior o ângulo da mandíbula

- Visão Lateral do Crânio

• Fossa temporal: limitada superiormente


pelas linhas temporais superior e
posterior, anteriormente pelo frontal e
pelo zigomático e inferiormente pelo
arco zigomático, formado pelo processo
temporal do zigomático e pelo processo
zigomático do temporal; em sua região
a n t e r i o r, h á o P t é r i o , p o n t o
craniométrico em H, formado pela
junção dos ossos frontal, temporal,
parietal e zigomático (asa maior), em
alguns casos sendo apenas um ponto
• Poro acústico externo: entrada do meato acústico externo, que leva ao tímpano
• Processo mastoide: local de inserção do M. esternocleidomastódeo, posteroinferior ao
meato acústico externo; anteromedialmente a ele, encontra-se o processo estiloide do
temporal, projeção em formato de agulha; possui forame
• Fossa infratemporal: espaço irregular inferior e profundo ao arco zigomático e à mandíbula
e posterior à maxila
- Vista Occipital do Crânio

• Occipúcio: ossos que se encaixam com o occipital = processos mastoides dos temporais e
partes posteriores dos parietais

PÁGINA 26
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Protuberância occipital externa: seu ápice é o Ínio,


possui a crista occipital externa, crista mediana que
desce indo até o forame magno; lateralmente possui
as linhas nucais inferior e superior

• Lambda: ponto craniométrico no centro do occipúcio,


isto é, na união dos parietais com o occipital,
podendo ser palpado como depressão ou com ossos
acessórios (suturais)

- Vista Superior do Crânio

• Tendo formato oval, alarga-se posterolateralmente


nas eminências parietais, podendo haver também
eminências frontais

• Sutura coronal: separa frontal dos parietais

• Sutura sagital: separa os parietais

• Sutura lambdoidea: separa parietais do occipital

• Bregma: ponto craniométrico na união das suturas


sagital e coronal

• Vértice: ponto mais alto da calvária, aproximadamente


no ponto médio da sutura sagital

• Forame parietal: inconstante, podendo haver dois,


localiza-se posterolateralmente ao vértice, servindo de
passagem para veias emissárias, que comunicam veias
do couro cabeludo aos seios venosos da dura-máter

- Pontos Craniométricos

- Vista Inferior da Base do Crânio


• Arco alveolar da maxila: conjunto de todos os
processos alveolares direitos e esquerdos das
maxilas

PÁGINA 27
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Palato duro: anteriormente formado


pelos processos palatinos das maxilas e
posteriormente, pelos Palatinos; na
região anterior, há o forame incisivo na
linha mediana por onde passam os
Nn. nasopalatinos; já na região
posterolateral, há os Forames palatinos
maior e menor; superiores à margem
posterior do palato, estão os cóanos
(aberturas nasais posteriores),
separados pelo Vômer, osso plano,
ímpar e trapezoide que constitui
grande parte do septo nasal; na
margem posterior, há uma projeção:
a espinha nasal posterior
• Esfenoide: suas asas maiores possuem
faces orbitais, temporais e
infratemporais nas visões externas e
faces cerebrais na vista interna do
crânio; da junção entre corpo e asas
maiores, saem os processos pterigoides,
em lâminas medial e lateral
• Sulco para a parte cartilagínea da tuba
auditiva: medial à espinha do esfenoide,
abaixo da junção entre a asa maior
do esfenoide e a parte petrosa do
temporal
• Forame magno: presente no osso
occipital, contém medula espinal, meninges, Aa. vertebrais e espinais anteriores e
posteriores e as raízes espinais do N. acessório (XI)
• Occipital: contém o forame magno, possui duas protuberâncias laterais, os côndilos
occipitais, onde se articula o Atlas (1ª. vértebra); entre o occipital e a parte petrosa do
temporal, há o forame jugular, por onde emergem a V. jugular interna e os Nn. IX, X e XI;
• Canal carótico: imediatamente anterior ao forame jugular, na parte petrosa do temporal,
por onde entra a A. carótida interna
• Forame estilomastoideo: entre o processo mastoide e o processo estiloide do temporal, que
dá passagem ao N. facial (VII) e à A. estilomastoidea

PÁGINA 28
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Fossa Anterior do Crânio


• Formada anteriormente pelo frontal, medialmente pelo etmoide e posteriormente pelo
corpo e pelas asas menores do esfenoide

• Partes orbitais do frontal: sustentam lobos frontais do telencéfalo e formam o teto das
órbitas, possuindo impressões encefálicas dos giros dos lobos frontais

• Crista frontal: extensão óssea mediana do frontal, em cuja base está o forame cego,
passagem de vasos fetais, mas insignificante no nascido

• Etmoide: medianamente se projeta a crista etmoidal, em cujos lados há a lâmina cribriforme


do etmoide, cujos vários forames dão passagem aos nervos olfatórios (NC I), que vêm do
epitélio olfatório das cavidades nasais

- Fossa Média do Crânio


• Formada centralmente pela sela turca, no corpo do esfenoide, e lateralmente pelas asas
maiores do esfenoide e pelas partes escamosas dos temporais (que sustentam os lobos
temporais do telencéfalo). Separada da fossa anterior pelas cristas esfenoidais lateralmente
e pelo limbo esfenoidal centralmente. Separada da fossa posterior pelas margens superiores
das partes petrosas dos temporais lateralmente e medialmente pelo dorso da sela turca
• Cristas esfenoidais: margens posteriores das asas menores do esfenoide, cujos limites
mediais são os processos clinoides anteriores, projeções ósseas pontiagudas parecidas
com dentes de vampiro ou de morcego
• Limbo esfenoidal: limite anterior do sulco pré-quiasmático que se estende entre os canais
ópticos (por onde passam os Nn. ópticos - II)

PÁGINA 29
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Sela turca✝: formação óssea no corpo do esfenoide, circundada pelos processos clinoides
anteriores e posteriores (clinoide, pé de cama), delimitando a Fossa hipofisária, o “leito” da
hipófise; a sela pode ser dividida em 3 partes:
1. Tubérculo da sela: elevação mediana que limita posteriormente o sulco pré-quiasmático
e anteriormente a fossa hipofisária
2. Fossa hipofisária: depressão mediana que acomoda a Hipófise
3. Dorso da sela: lâmina quadrada, projetada para cima, que limita tanto a sela turca
quando a fossa média do crânio; seus ângulos superolaterais formam os processos
clinoides posteriores

• Meia-lua de forames: de cada lado do corpo do esfenoide, 4 forames formam uma meia-
lua:
1. Fissura orbital superior: entre as asas do esfenoide, dá passagem aos Nn. oculomotor
(III), troclear (IV), abducente (VI) e oftálmico (V1), ou primeiro ramo do N. trigêmeo
(V), além das Vv. oftálmicas
2. Forame redondo: passagem do N. Maxilar (V2), para a fossa pterigopalatina
3. Forame oval: passagem do N. Mandibular (V3) e da A. meníngea acessória
4. Forame espinhoso: passagem de ramo meníngeo do V3 e das Aa. e Vv. meníngeas médias

• Forame lacerado: artefato visto no crânio seco, pois, durante a vida, é fechado por uma
lâmina de cartilagem, subjacente à passagem da A. carótida interna e de seus
acompanhantes. Alguns ramos da A. meníngea e pequenas veias atravessam
verticalmente a cartilagem, enquanto que alguns nervos atravessam-na horizontalmente

• Sulco do N. petroso maior: localizado na face anterossuperior da parte petrosa do


temporal, que se estende posterolateralmente do forame lacerado
- Fossa posterior do Crânio

PÁGINA 30
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Maior e mais profunda, abriga o cerebelo, a ponte e o bulbo, formada pelo occipital,
pelas partes petrosa e mastoidea do temporal e pelo dorso da sela turca (como seu limite
anterior central)

• Clivo: continuação posterior do dorso da sela, leva ao forame magno e abriga o tronco
encefálico

• Crista occipital interna: vai da protuberância occipital interna medialmente até o forame
magno, dividindo o occipital nas fossas cerebelares direita e esquerda

• Seio sigmoide e seio transverso: seios venosos, cujos trajetos mostrados por seus sulcos
vestigiais no crânio

• Forame jugular: local de saída do seio sigmoide como V. jugular interna e dos Nn.
glossofaríngeo (IX), vago (X) e acessório (XI)

• Meato acústico interno: passagem dos Nn. facial (VII) e vestibulococlear (VII)
• Canal do N. hipoglosso: superior à margem anterolateral do forame magno, dá passagem ao
N. hipoglosso (XII)
- Resumo dos Forames, Aberturas e seus Conteúdos

Forames/Aberturas Conteúdo

Fossa Anterior do Crânio

Forame cego Passagem de vasos no período fetal, mas insignificante no nascido,


apenas 1% da população possui a V. emissária nasal

Forames da lâmina N. olfatório (NC I)


cribriforme

Forames etmoidais Vasos e Nervos Etmoidais anteriores e posteriores


anteriores e posteriores

Fossa Média do Crânio

Canais ópticos N. óptico (NC II) e Aa. oftálmicas

Fissura orbital superior N. oculomotor (NC III), N. troclear (NC IV), N. oftálmico (NC V1),
N. abducente (VI), Vv. oftálmicas e fibras simpáticas

Forame redondo N. Maxilar (NC V2)

Forame oval N. Mandibular (NC V3) e A. meníngea acessória

Forame espinhoso A. e V. meníngeas médias e ramo meníngeo do V3

Forame lacerado (lácero) N. petroso fundo e ramos venosos e arteriais pequenos

Sulco do N. petroso maior N. petroso maior e A. meníngea média

PÁ G I N A 31
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

Forames/Aberturas Conteúdo

Fossa Posterior do Crânio

Forame magno Medula espinal, Meninges, Aa. vertebral e espinais anterior e


posterior, Vv. durais, raízes medulares do N. acessório (NC XI)

Forame jugular N. glossofaríngeo (NC IX), N. vago (X), N. acessório (XI), V.


jugular interna e ramos meníngeos das Aa. faríngea ascendente e
occipital

Canal do N. hipoglosso N. hipoglosso (NC XII)

Canal condilar V. emissária que segue do seio sigmoide até Vv. vertebrais do
pescoço

Forame mastoideo V. emissária mastoidea do seio sigmoide e ramo meníngeo da A.


occipital

PÁGINA 32
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANATOMIA MACROSCÓPIC A DA
MEDULA ESPINAL
(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 4)

- Generalidades

• Medula: “miolo”, o que está dentro;


também no osso e na suprarrenal as
estruturas centrais são chamadas de
medula

• Medula espinal: Massa nervosa cilindroide,


situada dentro do canal vertebral, sem,
porém, ocupá-lo totalmente

• 31 pares de nervos espinais: 8C, 12T, 5L,


5S e 1Coc.

• Tamanho aproximado = 45 cm no
homem, tendo limites:

- Cranial: Bulbo, ao nível do forame


magno do occipital

- Caudal: L2 (2ª. vértebra lombar)

• Terminação caudal: Cone medular, continua com delgado filamento meníngeo de pia-máter:
o filamento terminal

- Forma e Estrutura geral

• Forma: Aproximadamente cilíndrica, ântero-posteriormente achatada

• Calibre não uniforme, devido às:


- Intumescência cervical: conexões com as raízes do plexo braquial

- Intumescência lombar: conexões com as raízes do plexo lombossacral

PÁGINA 33
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• A presença e o tamanho das intumescências estão ligados ao grau de desenvolvimento


dos membros dos cíngulos. Dessa forma, os dinossauros possuíam pequenos membros
anteriores (quase não possuindo intumescência cervical), enquanto que possuíam
desenvolvidos membros posteriores, cuja intumescência lombar rivalizava em tamanho
com o encéfalo. Enquanto isso, a baleia, de tamanho uniforme e curtos membros quase
não possui intumescência em uma medula espinal de grande calibre

• Superfície da medula: há sulcos que percorrem toda a extensão da medula


- Anteriores
• Sulcos laterais anteriores: saída motora do corno anterior
• Fissura mediana anterior
- Posteriores
• Sulcos laterais posteriores: entrada sensitiva para o corno posterior
• Sulcos intermédios posteriores: continua-se profundamente como septo intermédio
posterior, separando fascículos do funículo posterior, na coluna cervical
• Sulco mediano posterior
• Compartimentos
- Substância cinzenta = borboleta (aparecem nos cortes transversais como cornos)
• Corno anterior —> ligado à motricidade
• Corno lateral —> apenas T e parte da L, região ligada ao SNA simpático
• Corno posterior —> ligado à sensibilidade
• Canal central da medula (do epêndima) —> vestígio embrio. do tubo neural
- Substância branca (fibras mielínicas)
• Funículo anterior —> entre fissura mediana anterior e os sulcos anterolaterais
• Funículo lateral —> entre sulcos laterais anteriores e sulcos posterolaterais

PÁGINA 3 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Funículo posterior —> entre sulcos posterolaterais e o sulco mediano posterior, está
ligado à substância cinzenta através do septo intermédio posterior, que divide o
funículo posterior em fascículo grácil medial e fascículo cuneiforme lateral
- Conexões com os nervos espinais

• Filamentos radiculares: Filamentos nervosos que se ligam para formar raízes nervosas
ventrais e dorsais dos nervos espinhais, respectivamente, nos sulcos anterolaterais e
posterolaterais. A união entre as raízes ocorre distalmente ao gânglio espinal existente
na raiz dorsal

• Segmento medular de um nervo: Parte da medula onde fazem conexão os filamentos


radiculares que compõe este nervo

• Pares de nervos espinhais: 8 cervicais, 12 torácicos, 5 lombares, 5 sacrais e 1


coccígeo. A raiz C1 emerge acima do Atlas (primeira vértebra) e assim
sucessivamente até a raiz C8 abaixo da vértebra C7. A partir de então,
todos os nervos saem abaixo de suas vértebras correspondentes

- Topografia Vertebromedular
• Cauda equina: conjunto de meninges e raízes nervosas dos últimos nervos
espinhais, em torno do cone medular e do filamento terminal. A medula
termina ao nível L2, enquanto que o canal vertebral continua até S5

• Diferença entre medula e coluna: Até 4º. mês IU, coluna e medula crescem
juntos, com os nervos formando 90º. nos forames intervertebrais.
Entretanto, a partir do 4º. mês, a coluna cresce mais que a medula na
porção caudal. As raízes nervosas continuam suas relações com os forames
intervertebrais, tendo de se alongar e diminuir seu ângulo

• Correspondência entre raiz e processo espinhoso

PÁGINA 35
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- C2 a T10: soma-se 2 ao processo espinhoso da vértebra, para saber a raiz


- T11 e T12: contêm 5 raízes lombares
- L1: contém as 5 raízes sacrais

- Envoltórios da Medula

• Dura-Máter (Paquimeninge)
- Composição: Abundantes fibras colágenas
- Envolve: Toda a medula, sendo um “dedo de luva”, chamado saco dural
- Limites: Dura-máter craniana <—> “Fundo-de-saco” em S2
- Prolongamentos embainham raízes nervosas, continuando com o epineuro e, portanto,
obliterando os orifícios de passagem, a impedir a saída de líquor

• Aracnoide
- Localização: Entre Dura-máter e Pia-máter
- Composição: Folheto justaposto à dura-máter e um emaranhado de trabéculas
aracnoideas (unem o folheto à pia-máter)
• Pia-Máter
- Mais delicada e interna camada, aderida ao tecido nervoso da medula
- Quando a medula termina no cone medular, a pia-máter continua como filamento
terminal, depois perfura o fundo-de-saco da dura-máter
- Após atravessar o fundo-de-saco, unida à dura-máter, passa a se chamar filamento da
dura-máter espinal, cuja parte caudal inserida no periósteo dorsal do cóccix passa a se
chamar ligamento coccígeo (Essa parte é bastante confusa de início, mas basta entender
que a pia-máter vai “ganhando” envoltórios, à medida que desce no canal vertebral, ao
mesmo tempo que vai mudando de nome a cada envoltório adicionado)
- De cada lado da medula, forma uma prega lateral chamada ligamento denticulado, em
plano frontal, cujas margens mediais se alternam com as raízes nervosas e que inserem
firmemente a medula
- Espaços entre as meninges
Espaço Localização Conteúdo
Epidural Entre dura-máter e periósteo do canal vertebral Tecido adiposo e plexo venoso vertebral interno
Subdural Espaço virtual entre dura-máter e aracnoide Pequena quantidade de líquido
Subaracnoide Entre aracnoide e pia-máter Líquor

PÁGINA 36
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Correlações Anatomoclínicas

• A introdução de agulhas entre L2 e S2, i.e. depois do fim da medula e antes do fim do
saco dural, permite a entrada no espaço subaracnoideo com grande quantidade de líquor,
para punção lombar (retirada de líquor), para mielografia (contraste), para anestesias
raquidianas e para a administrar medicamentos. Além disso, a introdução nesse nível
diminui o risco de lesão medular iatrogênica, visto que o final da medula está por volta
de L1-L2

• Anestesia raquidiana: introduzida no espaço subaracnoideo, passando pelo ligamento


interespinhoso, pelo ligamento amarelo, pela dura-máter e pela aracnoide, gotejando
LCR

• Anestesia epidural: geralmente na região lombar, atinge os forames intervertebrais (raiz


nervosa), com baixa de resistência, ao perfurar o ligamento amarelo

PÁGINA 37
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANATOMIA MACROSCÓPIC A DO
TRONCO ENCEFÁLICO
(MENESES, 3ª. ed, Cap. 10)

- Considerações gerais
• Localização: Clivo do Occipital, inferiormente ao cérebro (continua-se cranialmente com
o diencéfalo), anteriormente ao cerebelo (comunicando-se através de pedúnculos) e
cranialmente com a medula espinal através do forame magno, não havendo distinção
anatômica clara

• Divisões: Pode ser dividido em Mesencéfalo, Ponte e Cerebelo do sentido cranial para
caudal; no plano transversal de ventral para dorsal, apresenta a base, tegmento e teto
(este apenas no mesencéfalo)

• Função: passagem de vários tratos ascendentes ou descendentes, além de possuir núcleos


de diversos tratos e de 10 pares de Nervos Cranianos (III a XII)
- Bulbo
• Origem embrionária: Mielencéfalo (Rombencéfalo)
• Localização: Transição entre medula e encéfalo, começando no forame magno e possuindo
também as fissuras e sulcos presentes na medula espinal, forma a região inferior do
assoalho do IV ventrículo
• Limites: superiormente pelo sulco bulbopontino ou pontino inferior e inferiormente pelo nível
do filamento radicular mais cranial do primeiro nervo cervical, uma linha horizontal no
forame magno

Vista anterior do Bulbo

PÁGINA 38
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Fissura mediana anterior: em cada lado, há proeminências chamadas Pirâmides Bulbares


(feixe compacto de fibras do trato corticoespinal) e termina cranialmente no Forame Cego
• Decussação das Pirâmides: local de cruzamento de 75 a 90% das fibras do trato
corticoespinal para formar o trato corticoespinal lateral; os 10 a 25% das fibras que não
cruzaram continuam na medula como trato corticoespinal anterior

• Olivas bulbares: proeminências devidas ao volume dos núcleos olivares inferiores subjacentes,
relacionados ao aprendizado motor; ventralmente às olivas, surgem os filamentos
radiculares do N. hipoglosso (XII)

• Sulco posterolateral (lateral posterior): Local de emergência dos filamentos radiculares dos
Nn. glossofaríngeo (IX) e vago (X) e, mais caudalmente, da raiz craniana do N. acessório (XI)

Vista posterior do Bulbo

• Ao chegar ao bulbo, o canal central da medula espinal se abre posteriormente para


formar o IV ventrículo, cujos limite inferior é o Óbex e assoalho é inferiormente formado
pelo bulbo

• Sulco mediano posterior: divide-se para formar o véu medular inferior, limites inferolaterais
do IV ventrículo

• Tubérculos dos núcleos grácil e cuneiforme: pequenas proeminências da continuação dos


fascículos grácil e cuneiforme, divididos pelo septo intermédio posterior

• Pedúnculos cerebelares inferiores: conexão com o cerebelo para diversas vias, entre as quais a
espinocerebelar posterior; contêm os corpos restiformes, local de passagem das conexões
entre cerebelo e vestíbulo (equilíbrio)
- Ponte
• Origem embrionária: Metencéfalo (Rombencéfalo)
• Sulco pontino inferior ou sulco bulbopontino: local de emergência dos Nn. abducente (VI),
facial (VII) e vestibulococlear (VIII), podendo aparecer entre estes dois o N. intermédio
(difícil identificação), raiz sensorial do NC VII

PÁGINA 39
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Base da Ponte: a região ventral da ponte, que repousa sobre o clivo do occipital e sobre o
dorso da sela turca do esfenoide, apresenta estriações transversais, devido a feixes de fibras
que a atravessam; possui relação com o neocerebelo e com o neocórtex, tendo surgido
juntos

Vista anterior da Ponte (Base da Ponte)

• Pedúnculo cerebelar médio: ligação ao cerebelo


• N. Trigêmeo (V): emerge na face anterolateral da ponte, medialmente ao pedúnculo
cerebelar médio ou, mais precisamente, ao início do braço da ponte; sai dividido em raízes
portio major (sensorial) e em portio minor (motora)

• Sulco basilar: depressão ventral longitudinal em que a A. basilar se aloja, sendo local
frequente de aneurismas

• Tegmento da Ponte: região superior do assoalho do IV ventrículo

Vista posterior da Ponte (Tegmento da Ponte,


assoalho do IV ventrículo)
- Mesencéfalo

• Origem embrionária: Mesencéfalo

• Limites: inferiormente pelo sulco pontino superior ou sulco pontomesencefálico e


superiormente pelo diencéfalo

• Base do Mesencéfalo: Pedúnculos cerebrais, contendo projeções corticais descendentes,


delimitando uma fossa triangular, ou fossa interpeduncular (limitada anteriormente pelos 2
corpos mamilares), onde há a substância perfurada posterior (chama-se posterior, mesmo

PÁGINA 40
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

estando na região anterior do mesencéfalo, pois a substância perfurada anterior está no


bulbo olfatório), para a passagem de vasos

Vista anterior do Mesencéfalo (Base do Mesencéfalo)

• Tegmento do Mesencéfalo: Continuação do Tegmento


Pontino, ventral ao aqueduto de Sylvius, sendo
separado dos pedúnculos cerebrais pela substância
negra, lâmina cinzenta pigmentada por melanina, e
da base pelos sulcos lateral do mesencéfalo e medial
do pedúnculo cerebral

• Teto do Mesencéfalo: Lâmina quadrigeminal, dorsal ao


Aqueduto de Sylvius, apresentando 2 colículos
superiores (corpos geniculados laterais —> visão)
e 2 colículos inferiores (corpos geniculados mediais
—> audição), separados pelo sulco cruciforme, em
cuja parte superior se aloja a glândula pineal, que
pertence ao diencéfalo

• Aqueduto de Sylvius: ligação entre III e IV ventrículos,


rodeado pela substância cinzenta periaquedutal

• Nervo Troclear (IV): único emergente dorsal,


contornando mesencéfalo para surgir anteriormente em sulco pontomesencefálico

• Braços dos colículos: ligam os colículos respectivos aos seus corpos geniculares

• Pedúnculo cerebelar superior: local de ligação ao cerebelo


- IV Ventrículo

• Localização: entre cerebelo e ponte, continuando-se caudalmente com o canal central do


bulbo e cranialmente com o Aqueduto cerebral, ocupado por líquor

• Recessos laterais: prolongamentos laterais posteriores que se comunicam com o espaço


subaracnoideo pelos forame de Luschka (aberturas laterais do IV ventrículo)

PÁ G I N A 41
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Forame de Magendie (abertura mediana do IV ventrículo): conexão com o espaço


subaracnoideo

• Assoalho do IV ventrículo (Fossa romboide):


dividido ao meio horizontalmente pelas
estrias medulares, fibras transversais que
c r u z a m a á re a v e s t i b u l a r ( n ú c l e o s
vestibulares do N. vestibulococlear)

• Sulcos e eminências: percorrido em toda a


extensão pelo sulco mediano, em cujos
lados estão as eminências mediais, limitadas
lateralmente pelo sulco limitante, que se
alarga formando 2 depressões: a fóvea
superior e a fóvea inferior; a eminência
medial se dilata medialmente à fóvea
superior, formando o colículo facial, formado por fibras do N. facial (VII) contornando o
núcleo do N. abducente

• Inferiormente às estrias medulares, há o trígono do N. hipoglosso (XII) e mais inferior o


trígono do N. vago (X)

• Locus coeruleus: continua da fóvea superior ao aqueduto cerebral, ligando-se ao


mecanismo do sono paradoxal

• Teto caudal: nódulo do cerebelo, véu medular inferior e tela coroide do IV ventrículo (epitélio
ependimrio)

• Área postrema: eminência arredondada acima do óbex

• Frênulo do véu medular superior: local de saída aparente do N. troclear (IV)

• Funículo separativo: entre óbex e trígono do vago

PÁGINA 42
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

NERVOS CRANIANOS
(MENESES, 3ª. ed, Cap. 12)

- Nervo Olfatório (I)


• Função: Olfato
• Trajeto: Vem do epitélio olfatório ao bulbo olfatório (onde há o processamento prévio da
informação olfatória pelos glomérulos olfatórios), passando pelos forames da lâmina
cribriforme do etmoide, depois seguindo o trato olfatório até o formar o trígono
olfatório, dividido em estrias olfatórias mediais e laterais, antes de atingir o nível do
quiasma óptico. As fibras das estrias mediais (maioria) seguem até a comissura anterior
e atravessam até a área septal do lado oposto, enquanto as fibras das estrias laterais
seguem para úncus e hipocampo (componente emocional do olfato)
• Anosmia: ausência de olfato
• Parosmia: alterações no odor, sendo a cacosmia (odor fétido) a forma mais comum
• Lesões do trato: associação a rinites alérgicas ou infecciosas, traumatismos
cranioencefálicos com lesão da lâmina cribriforme do etmoide, tumores do lobo
temporal, doenças psiquiátricas e neurodegenerativas

- Nervo Óptico (II)


• Função: Visão
• Trajeto: A estimulação luminosa produz sinais eletroquímicos na camada pigmentar com
cones e bastonetes que gera uma cascata de processamento até as células ganglionares.
Saindo das células ganglionares da retina, a hemirretina nasal cruza, depois de passar
pelo canal óptico, no quiasma óptico, enquanto a hemirretina temporal continua do
mesmo lado; posteriormente, o trato chega ao corpo geniculado lateral, dirigindo-se
depois ao colículo superior, de onde sai a radiação óptica que chega ao córtex visual
primário (sulco calcarino, córtex estriado ou área 17 de Brodmann)
• Lesões da via óptica:
- N. óptico: anopsia unilateral por secção traumática do nervo, neurite retrobulbar e
tumores como gliomas do N. óptico
- Quiasma óptico: hemianopsia bilateral heterônima do campo visual temporal, por
tumores de hipófise ou da região suprasselar, como craniofaringiomas, adenomas e os
meningiomas, e dilatações do III ventrículo na hidrocefalia
- Trato óptico: hemianopsia homônima homolateral por AVC, TCE ou tumor

PÁGINA 43
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Nervo Oculomotor (III)


• Função: Motricidade dos Mm. reto medial, reto superior, reto inferior, oblíquo inferior e
levantador da pálpebra e intrínsecos do globo ocular (Mm. esfíncter da pupila e ciliar)
• Trajeto: O núcleo (ou complexo) do nervo oculomotor se localiza a nível do colículo
superior, tendo suas partes somática e visceral (núcleo de Edinger-Westphal). A parte
visceral emite fibras parassimpáticas não cruzadas, que surgem junto com a parte
somática, fazem sinapse com os gânglios ciliares (o que os tona neurônios pré-
ganglionares) e estão relacionadas à inervação do M. ciliar e do M. esfíncter da pupila,
controlando o formato do cristalino e o tamanho da entrada de luz pela pupila. O núcleo
oculomotor se situa na região periaquedutal do mesencéfalo, atravessa o núcleo rubro e
surge aparentemente no encéfalo na região da fossa interpeduncular. Depois, passa entre
as A. cerebelar superior e A. cerebral posterior, junto ao N. troclear, entra no seio
cavernoso, acompanhando sua parede lateral e chega à órbita através da fissura orbital
superior.
• Lesão completa do nervo: Desvio lateral do globo ocular (estrabismo divergente), ausência de
levantamento da pálpebra (ptose palpebral) e dilatação da pupila (midríase), causados por
aneurismas de A. carótida interna e A. comunicante posterior e por tumores. AVCs e
desmielinização podem atingir núcleos ou fibras do N. oculomotor. HIC pode gerar
hérnia tentorial e compressão do oculomotor, ocasionando midríase, sinal que é
pesquisado em pacientes em coma por indicar gravidade.
• Reflexo fotomotor: A incidência de luz na retina percebida pelo N. óptico, carreada por
quiasma óptico, trato óptico, corpos geniculados laterais e colículos superiores, sem
passar pelo córtex nem fazer sinapse, até a área pré-tectal, originando um reflexo pelo
núcleo de Edinger-Westphal, o que gera uma miose.
• Reflexo consensual: como, no quiasma, parte das fibras do N. óptico cruza, os núcleos de
Edinger de ambos os lados são sensibilizados. Portanto, na estimulação luminosa de um
olho, é esperada a miose do olho contralateral também, o que é chamado reflexo
consensual.

PÁGINA 4 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Nervo Troclear (IV)


• Função: Motricidade do M. oblíquo superior (desloca o globo para baixo e para lateral)
• Trajeto: o núcleo do N. troclear (eferente somático geral) se situa na borda ventral da
substância cinzenta periaquedutal, nas proximidades do colículo inferior, entremeado à
margem dorsal do fascículo longitudinal medial. Fibras radiculares se curvam
dorsolateralmente na margem da substância cinzenta central, decussam totalmente para
sair do tronco entre o véu medular superior e os colículos inferiores. Perifericamente,
curva-se ao redor do mesencéfalo, passa entre a A. cerebelar superior e a A. cerebral
posterior, junto ao N. oculomotor, depois entra no seio cavernoso, para chegar à órbita
através da fissura orbital superior. *Único NC que sai da face dorsal do encéfalo e cujas
fibras decussam antes de emergirem do SNC.
• Lesão: AVCs dos pedúnculos cerebelares geram diplopia (visão dupla) no olhar inferior e
medial, gerando problemas para descer escadas

- Nervo Trigêmeo (V)


• Função: Motricidade da mastigação, do ventre anterior do M. digástrico e do M. tensor do
tímpano sensibilidade da face e sensibilidade geral dos 2/3 anteriores da língua
• Origem aparente no tronco: Entre ponte e pedúnculo cerebelar médio
• Origem aparente no crânio: Fissura orbital superior (V1 —> oftálmico), Forame redondo
(V2 —> maxilar) e forame oval (V3 —> mandibular)
• Lesão: Perda de sensibilidade e distúrbios na mastigação
- Nervo Abducente (VI)
• Função: Motricidade do M. reto lateral
• Origem aparente no tronco: Sulco pontino inferior
• Origem aparente no crânio: Fissura orbital superior
• Lesão: Estrabismo convergente
- Nervo Facial (VII)
• Função: Motricidade da face, do pescoço, da orelha, da submandibular e da sublingual;
Gustação de 2/3 anteriores da língua
• Origem aparente no tronco: Sulco pontino inferior
• Origem aparente no crânio: Forame estilomastoideo, depois de passar pelo meato acústico
interno

PÁGINA 45
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Paralisia facial central (Paralisia do Neurônio Motor Superior): compressão central do N.


facial por AVE pode gerar paresia/paralisia da hemiface contralateral da lesão e
parestesia na hemiface ipsilateral
• Paralisia de Bell: compressão periférica do N. facial por trauma pode gerar paresia/
paralisia e parestesia da hemiface do lado ipsilateral à lesão, além de hiperacusia
(sensibilidade auditiva aumentada)
• Síndrome de Guillain-Barré: atrofia muscular progressiva e lesões do tronco encefálico,
podendo causar paralisia facial periférica ou central bilateral
• Síndrome do ângulo ponto-cerebelar: a depender do tamanho, pode comprimir
- Nervo Vestibulococlear (VIII)
• Função: Sensitivo apenas para equilíbrio e audição
• Origem aparente no tronco: ângulo ponto-cerebelar (sulco pontino inferior)
• Origem aparente no crânio: Penetra meato acústico interno sem sair
• Síndrome do ângulo ponto-cerebelar: compressão por neurinoma (tumor de Schwann) gera
déficit auditivo e de equilíbrio

- Nervo Glossofaríngeo (IX)


• Função: Aferente para 1/3 posterior da língua tanto geral quanto gustativo e Eferente
para glândula parótida e faringe (M. estilofaríngeo)
• Origem aparente no tronco: Sulco posterolateral
• Origem aparente no crânio: Forame jugular
• Nevralgia: crises dolorosas no terço posterior da língua e na faringe
- Nervo Vago (X)
• Função: Raizes nervosas parassimpáticas eferentes, eferente para laringe e fibras
aferentes viscerais gerais para sistema digestório
• Origem aparente no tronco: Sulco posterolateral
• Origem aparente no crânio: Forame jugular
• Lesão: Disfonia, Disfagia e Sinal da Cortina (queda do palato mole)
- Nervo Acessório (XI)
• Função: Mm. trapézio e esternocleidomastoideo e ajudam fibras viscerais gerais do vago
(X)
• Origem aparente no tronco: Sulco posterolateral

PÁGINA 46
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Origem aparente no crânio: Forame jugular


• Lesão: paralisia/paresia bilateral
- Nervo Hipoglosso (XII)
• Função: Essencialmente eferente para musculatura da língua
• Origem aparente no tronco: Sulco anterolateral
• Origem aparente no crânio: Canal do N. hipoglosso do Occipital
• Lesão: paralisia e protrusão unilaterais
- Resumo dos Nervos Cranianos e suas Origens

Par Origem aparente encefálica Origem aparente craniana


Craniano

I Bulbo olfatório Lâmina cribriforme do etmoide

II Quiasma óptico Canal óptico

III Fossa interpeduncular (ou sulco Fissura orbital superior


medial do pedúnculo cerebral)

IV Véu medular superior Fissura orbital superior

V Entre ponte e pedúnculo cerebelar Fissura orbital superior (V1), Forame


médio redondo (V2) e Forame oval (V3)

VI Sulco bulbo-pontino Fissura orbital superior

VII Sulco bulbo-pontino Meato acústico interno

VIII Sulco bulbo-pontino Meato acústico interno

IX Sulco lateral posterior do bulbo Forame jugular

X Sulco lateral posterior do bulbo Forame jugular

XI Sulco lateral posterior do bulbo (raiz Forame jugular


craniana) e medula (raiz espinal)

XII Sulco pré-olivar Canal do hipoglosso

PÁGINA 47
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANATOMIA MACROSCÓPIC A DO
CEREBELO
(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 5)

- Generalidades
• Localização: dorsalmente ao bulbo e à ponte, formando o teto do IV ventrículo; repousa
sobre a fossa cerebelar do occipital, separado do lobo occipital pela tenda do cerebelo,
uma prega de dura-máter
• Conexões: o pedúnculo cerebelar inferior o liga à medula e ao bulbo; o médio (distinto da
ponte pela emergência do N. trigêmeo) o liga à ponte; o superior o liga ao mesencéfalo
• Função: postura, equilíbrio, coordenação e aprendizado motores (além de suspeitas de
atividade cognitiva)

- Alguns Aspectos Anatômicos


• Medianamente, observamos o vérmis, ligado a duas massas laterais: os hemisférios
cerebelares; essa divisão é melhor vista na forma de sulcos na face dorsal que na ventral
• Superfície do cerebelo: as folhas do cerebelo
lâminas finas, transversais, separadas por
sulcos na superfície também de direção
transversal; quando um sulco é muito
pronunciado, passamos a chamar de fissura,
que recebe um nome especial e que delimita
lóbulos, também com nomes especiais. Essas
circunvoluções aumentam a superfície sem aumentar tanto o volume
• Ao corte horizontal: percebe-se que ele é
formado por grande quantidade de
substância branca no centro e substância
cinzenta. Entretanto, imersos na substância
branca central, encontram-se corpos de
neurônios, i.e. núcleos, os núcleos fastigial,
emboliforme, globoso e denteado do
cerebelo. Destes núcleos saem as fibras
eferentes do cerebelo

PÁGINA 48
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Ao corte vertical: o cerebelo é constituído de


um centro de substância branca, o centro
branco medular do cerebelo (a “árvore da
vida”), de onde irradiam as lâminas brancas
do cerebelo, revestidas externamente por
substância cinzenta, o córtex cerebelar

- Lóbulos e Fissuras

• Existem os lóbulos do cerebelo e do


hemisfério, havendo correspondência entre eles, que são separados pelas fissuras (sulcos
mais pronunciados). De importância funcional/clínica, as estruturas importantes para
identificação são: nódulo, flóculo e tonsila e as fissuras póstero-lateral e prima.

• Como continuam sendo cobrados em prova os lóbulos e fissuras, uma mnemônica


passada por gerações de estudantes é dos lóbulos do vérmis: “Li Livro CDF, Tudo Por
Uma Nota” (ver correspondência na tabela abaixo)
Lóbulo do Vérmis Lóbulo do Hemisfério Fissura
Língula —
Pré-central
Lóbulo central Asa do lóbulo central
Pré-culminar
Cúlmen Lóbulo quadrangular anterior
Prima
Declive Lóbulo quadrangular posterior
Pós-clival
Folium Lóbulo semilunar superior
Horizontal
Túber Lóbulo semilunar inferior
Pré-piramidal
Pirâmide Lóbulo biventre
Pós-piramidal
Úvula Tonsila
Póstero-lateral
Nódulo Flóculo
• A importância clínica das tonsilas se deve à frequente compressão do bulbo, quando do
deslocamento caudal dessas estruturas, o qual pode ser fatal. Essa “descida” das tonsilas
pode ser congênita, como na Síndrome de Arnold-Chiari, ou devida a uma Síndrome de
Hipertensão Intracraniana (HIC); em ambos os casos sendo observada a chamada
herniação tonsilar, que é fatal por comprimir os centros vasomotor e respiratório

- Divisão Anatômica do Cerebelo

• Se cortássemos o cerebelo transversalmente na profundidade das fissuras prima e


póstero-lateral, visualizaríamos a divisão anatômica do cerebelo, que consiste em:

PÁGINA 49
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Lobo flóculo-nodular: inferior à fissura póstero-


lateral, identificado filogeneticamente como o
arqui-cerebelo e funcionalmente como
vestíbulo-cerebelo, associado ao equilíbrio.
Este é o único lobo cuja correspondência entre
as divisões é precisa

- Corpo do cerebelo: é ainda subdividido, pela


fissura prima em:

• Lobo anterior — anterior à fissura prima


• Lobo posterior — posterior à fissura prima
• (Lembrar que a divisão do corpo do cerebelo não tem relação com a divisão funcional)
- Divisão Funcional do Cerebelo

• Agora, manteremos o corte do lobo flóculo-


nodular, enquanto cortaremos longitudinalmente
o corpo do cerebelo, o que nos dará 5 fatias: 1
zona medial, 2 zonas intermédias e 2 zonas laterais.
Com isso, dividiremos funcionalmente o cerebelo:

- Vestibulocerebelo: composto pelo lobo flóculo-


nodular, recebem aferência do fascículo
v e s t i b u l o c e r e b e l a r, v i n d o d o s n ú c l e o s
vestibulares com informações sobre a posição da
cabeça. Agora, passando pelo núcleo fastigial,
envia informações para musculatura axial e extensora, para manutenção do equilíbrio e
da postura

- Espinocerebelo: composto pelas zonas medial e intermédias, recebe os tratos


espinocerebelares anterior e posterior, faz sinapse no núcleo interpósito (emboliforme
+ globoso) e emite as vias interpósito-rubroespinal e interpósito-tálamo-cortical. É
importante saber que um lado do cerebelo controla o mesmo lado do corpo

- Cerebrocerebelo: composto pelas zonas laterais, é a porção mais complexa, recebendo a


via córtico-ponto-cerebelar, faz sinapse no núcleo denteado e emite a via dento-tálamo-
cortical, participando da atividade motora da musculatura distal, responsável por
movimentos delicados. Além disso, sugere-se sua participação no aprendizado

PÁGINA 50
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANATOMIA MACROSCÓPIC A DO
DIENCÉFALO
(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 6; SOBOTTA, 21ª. ed, Cap. 12)

- Introdução

• O cérebro (Prosencéfalo) é composto pelo Telencéfalo e pelo Diencéfalo, sendo o


primeiro tão desenvolvido que encobre quase completamente o segundo, que pode ser
visto apenas na face inferior do cérebro, permanecendo ímpar e mediano
• Divisões: Hipotálamo, Tálamo, Epitálamo e Subtálamo; todas envolvidas com o III
ventrículo de alguma forma

- III Ventrículo

• Conexões: Aqueduto de Sylvius (IV ventrículo) e


Forames de Monro (interventriculares, ligam III aos
laterais)
• Paredes laterais: Tálamo e Hipotálamo, estes
divididos pelo sulco hipotalâmico; tálamos podem
estar ligados pela aderência intertalâmica (ƒ = 70%)
• Assoalho: Quiasma óptico, Infundíbulo, Túber
cinéreo e Corpos mamilares
• Parede posterior: Epitálamo, de onde saem estrias
medulares do tálamo
• Teto: Tela corioide, a partir da qual se invaginam
plexos corioides que se continuam com os plexos corioides dos ventrículos laterais
• Parede anterior: Lâmina terminal, fina lâmina entre hemisférios, abaixo da comissura
anterior e acima do quiasma óptico

- Tálamo

• Massas ovoides laterodorsais, com eminência anterior (Tubérculo anterior do tálamo) que
participa da delimitação do forame interventricular

PÁ G I N A 51
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Função: sensorial, motora, emoções

• Pulvinar: grande eminência posterior, projetada sobre os


corpos geniculados

• Corpos geniculados (Metatálamo): laterais —> visão ;


mediais —> audição

• Cápsula interna: feixe de fibras que separa lateralmente o tálamo do telencéfalo conecta
córtex cerebral a núcleos subcorticais (veja que, apesar de delimitar o tálamo, não
compõe a massa ovoide, i.e. não compõe o tálamo)

- Hipotálamo

• Função: controle das funções viscerais (SNA), regulação da temperatura, sistema límbico
(emoções), sede, diurese, fome.
• Corpos mamilares: eminências arredondadas de substância cinzenta, na parte anterior da
fossa interpeduncular, as quais se conectam com o hipocampo através do fórnice
(sistema límbico = emoções)
• Quiasma óptico: local de cruzamento da metade medial das fibras no N. óptico, antes de
originarem os tratos ópticos. O quiasma forma a parte anterior do assoalho do III
ventrículo, delimitando o recesso supra-óptico
• Túber cinéreo: local de massa cinzenta aonde se prende a hipófise, através do infundíbulo,
delimitando o espaço chamado recesso do infundíbulo
• Infundíbulo: sua extremidade superior se dilata para constituir a eminência mediana do
túber cinéreo, enquanto que a inferior se continua com o processo infundibular ou lobo
nervoso da neuro-hipófise; em geral, quando se retira o encéfalo de um cadáver, o
infundíbulo se rompe, deixando a hipófise na fossa hipofisária da sela turca

A imagem não é jamais para ser decorada, tem


apenas o intuito de mostrar a grande quantidade de
núcleos existentes no tálamo, cada um com sua PÁGINA 52
função específica
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Epitálamo

• Pineal: glândula endócrina, ímpar, mediana e posterior, presa ao diencéfalo pela comissura
posterior (ponto em que aqueduto de Sylvius se liga ao III ventrículo) e pela comissura das
habênulas (continua anteriormente com as estrias medulares do tálamo e se situa entre
os trígonos das habênulas). Entre as duas comissuras, a pineal delimita um espaço
chamado recesso pineal. Esta glândula produz a melatonina, hormônio relacionado ao
sono.

• Tela corioide: insere-se lateralmente nas estrias medulares e posteriormente na comissura


das habênulas, fechando o teto do III ventrículo

- Subtálamo

• Zona de transição de difícil visualização entre mesencéfalo e diencéfalo

• Limitado superiormente pelo tálamo, lateralmente pela cápsula interna e medialmente


pelo hipotálamo

• Função: Relacionado à motricidade (relação estudada em núcleos da base)

PÁGINA 53
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANATOMIA MACROSCÓPIC A DO
TELENCÉFALO
(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 7; SOBOTTA, 21ª. ed, Cap. 12)
- Introdução ao Telencéfalo
• Conteúdo: os dois hemisférios cerebrais e a lâmina terminal na porção anterior do III
ventrículo
• Ligação: os hemisférios se ligam por várias fibras comissurais (eg corpo caloso)
• Cavidades: ventrículos laterais direito e esquerdo, que se comunicam com o III ventrículo
através dos forames de Monro (interventriculares)
• Polos: frontal, temporal e occipital
• Faces: dorsolateral ou superolateral (convexa), medial (plana) e inferior (irregular,
repousando nas fossas anterior e média da base do crânio e na tenda do cerebelo)

- Sulcos e Giros (Divisão em Lobos)


• A superfície do cérebro possui depressões (sulcos) que delimitam os giros, os quais
aumentam a área de massa cinzenta sem aumentar tanto o volume. Além disso, os
sulcos ajudam a delimitar os lobos, nomeados por associação aos ossos com os quais se
relacionam (frontal, parietal, temporal e occipital), além da ínsula, que não relação com os
ossos. A divisão em lobos não é funcional, exceto o occipital, relacionado à visão
• Sulco lateral (de Sylvius): inicia-se na base do cérebro, separando lobos frontal e temporal,
depois dirigindo -se à face
dorsolateral do cérebro e se
dividindo em ramos anterior,
ascendente (que penetram no
lobo frontal) e posterior (que
continua separando o lobo
temporal dos lobos frontal e
parietal)
• Sulco central (de Rolando):
profundo e contínuo, sai do
meio da borda dorsal da face
medial do hemisfério, dirigindo-

PÁGINA 5 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

se para frente e para baixo até o ramo posterior do sulco lateral, dividindo lobos frontal e
parietal; ladeado pelos giro pré-central (motricidade) e giro pós-central (sensibilidade)
• Lobo frontal: superior ao sulco lateral e
adiante do sulco central
• Lobo occipital: inferior à linha entre o
sulco parietooccipital e a incisura pré-
occipital (borda inferolateral, a 4 cm do
polo occipital)
• Lobo temporal: adiante inferiormente do ponto médio da linha limite do lobo occipital e
abaixo do sulco lateral
• Lobo parietal: adiante superiormente do ponto médio da linha limite do lobo occipital,
acima do sulco lateral e posterior ao sulco central

- Morfologia das Faces dos Hemisférios Cerebrais


• Face Dorsolateral
- Lobo frontal
• Sulco pré-central: paralelo ao sulco central, muitas vezes dividido em dois
• Sulco frontal superior: inicia-se na porção superior do sulco pré-central, em direção
perpendicular
• Sulco frontal inferior: inicia-se na porção inferior do sulco pré-central, dirigindo-se para
frente e para baixo
• Giro pré-central: entre sulco central e sulco
pré-central, principal área motora do cérebro
• Giro frontal superior: acima do sulco frontal
superior, estendendo-se até a face medial do
cérebro (onde pode ser chamado de giro
frontal medial)
• Giro frontal médio: entre sulcos frontais
superior e inferior
• Giro frontal inferior: abaixo do sulco frontal inferior, sendo divididos pelos ramos do
sulco lateral na seguinte sequência: parte orbital - ramo anterior - parte triangular - ramo
ascendente - parte opercular - sulco pré-central
• Giro de Broca: giro frontal inferior esquerdo (partes opercular e triangular),
relacionado à linguagem falada; uma lesão nessa área impede que a pessoa expresse o
que pensa, apesar de entender tudo que ouve

PÁGINA 55
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Lobo temporal
• Sulco temporal superior: inicia-se próximo ao polo temporal, seguindo paralelo ao sulco
lateral, até o lobo parietal
• Sulco temporal inferior: paralelo ao sulco temporal superior, formado por duas ou mais
partes descontínuas
• Giro temporal superior: entre sulco lateral e sulco temporal superior
• Giro temporal médio: entre
sulcos temporais superior
e inferior
• Giro temporal inferior: entre
sulco temporal inferior e
sulco occipito-temporal
• Giro temporal transverso
anterior: onde se localiza o
córtex auditivo primário, é
o giro mais evidente,
quando se afastam os
lábios do sulco lateral
- Lobo parietal
• Sulco pós-central: paralelo ao sulco central, geralmente dividido em dois
• Sulco intraparietal: geralmente perpendicular ao pós-central, podendo unirem-se, e se
continua até o lobo occipital
• Giro pós-central: entre sulco central e sulco pós-
central, área somestésica
• Lóbulo parietal superior: localiza-se acima do sulco
intraparietal
• Lóbulo parietal inferior: localiza-se entre o sulco
intraparietal e a linha limite do lobo occipital,
dividido em giros supramarginal e angular
• Giro supramarginal: ladeia a terminação do ramo
posterior do sulco lateral
Giro temporal transverso anterior
• Giro angular: ladeia a terminação do sulco
temporal superior

PÁGINA 56
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Lobo occipital
• Apresenta pequenos sulcos e giros irregulares (*Sulco lunatus/semi-lunar)
- Ínsula
• Recoberta pelos lobos cerebrais, apresenta o sulco circular da ínsula, sulco central da
ínsula, giros curtos e giro longo da ínsula
• Face Medial
- Formações inter-hemisféricas
• Corpo caloso: maior comissura, ligando áreas equivalentes dos hemisférios cerebrais,
cujo tronco se estende posteriormente como esplênio e, anteriormente como joelho; este
se afila inferiormente para formar o rostro, que termina na comissura anterior; entre a
comissura anterior e o quiasma óptico, temos a lâmina terminal, outra comissura
• Fórnix: outra comissura, emerge abaixo do esplênio do corpo caloso, chegando à
comissura anterior; é dividido em duas metades anteriormente (colunas do fórnix), a
partir do corpo do fórnix, e em mais duas posteriores (pernas do fórnix), que divergem,
penetrando de cada lado de seu ventrículo lateral, para chegar ao hipocampo
• Septo pelúcido: delgada lâmina, entre joelho do corpo caloso e fórnix, separando os
ventrículos laterais

- Lobo occipital
• Sulco calcarino: inicia-se abaixo do esplênio do corpo caloso, indo até o polo occipital;
está relacionado à área visual do córtex, havendo uma estria branca a olho nu
• Sulco parietooccipital: separa lobos parietal e occipital, formando ângulo agudo com o
sulco calcarino

PÁGINA 57
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Cúneus: giro triangular entre os sulcos calcarino e parietooccipital


• Giro occipito-temporal medial: abaixo do sulco calcarino, continuando anteriormente
com o giro para-hipocampal (lobo temporal)
- Lobos frontal e parietal
• Sulco do corpo caloso: inicia-se no
rostro do corpo caloso até seu
esplênio, onde se continua com o
sulco hipocampal
• Sulco do cíngulo: paralelo ao sulco do
corpo caloso, com o qual limita o giro
do cíngulo; termina dividindo-se em
ramo marginal (em direção à margem
superior) e em sulco subparietal (continuação posterior)
• Sulco paracentral: paralelo ao ramo marginal do sulco do cíngulo, delimita com este e
com o sulco do cíngulo o lóbulo paracentral, onde se encontram as áreas motoras e
sensitivas dos membros inferiores
• Área septal: área abaixo do rostro do corpo caloso e adiante da lâmina terminal,
considerada um dos centros de prazer do cérebro

PÁGINA 58
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Face inferior
- Lobo temporal
• Sulco occipito-temporal: limita, com o sulco
temporal inferior, o giro temporal inferior; limita
medialmente, com o sulco colateral, o giro
occipito-temporal lateral
• Sulco colateral: inicia-se próximo ao polo
occipital, seguindo a delimitar o giro occipito-
temporal medial (ou lingual, com o sulco
calcarino) e o giro para-hipocampal (com o sulco
hipocampal), cuja porção anterior ladeia a terminação do sulco hipocampal, para
formar o úncus; o sulco colateral pode se continuar com o sulco rinal, que separa o giro
para-hipocampal do restante do lobo temporal; o sulco rinal e o sulco colateral
dividem o cérebro em paleocórtex (medial) e neocórtex (lateral)
• Sulco hipocampal: continuação do sulco do corpo caloso, após o esplênio do corpo
caloso; continua até o úncus, no lobo temporal
• Istmo do cíngulo: giro estreito que liga o giro do cíngulo ao giro para-hipocampal
• Lobo límbico: úncus, giro para-hipocampal, istmo do giro do cíngulo e giro do cíngulo;
a parte anterior do giro para-hipocampal, a área entorrinal, é importante na formação
memória e uma das primeiras regiões lesadas no mal de Alzheimer
- Lobo frontal
• Bulbo olfatório: dilatação ovoide, que
recebe ramos do N. olfatório que
atravessam a lâmina cribriforme do
etmoide; continua-se como trato
olfatório acomodado no sulco olfatório,
até se bifurcar no trígono olfatório,
formando estrias olfatórias medial e
lateral, atrás do qual se apresenta a
substância perfurada anterior
• Giro reto: medial ao sulco olfatório
• Giros e sulcos orbitários: numerosos e
irregulares da região inferior do lobo
frontal

PÁGINA 59
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Morfologia dos Ventrículos Laterais


• Divisão: parte central, corno anterior, corno posterior e corno inferior
• Corno anterior: a parede medial formada
pelo septo pelúcido separa os cornos
anteriores dos ventrículos direito e
esquerdo; o assoalho e a parede lateral são
formados pela cabeça do núcleo caudado; o
teto e o limite anterior são formados pelo
corpo caloso; (corno frontal)
• Parte central: vai do forame interventricular
até o esplênio do corpo caloso, onde se
bifurca em cornos posterior e inferior, no
trígono colateral; o assoalho contém o
fórnix, o plexo corioide, a parte lateral da
face dorsal do tálamo, a estria terminal e o
núcleo caudado
• Corno posterior: estende-se no lobo
occipital, terminando posteriormente em
ponta; suas paredes são quase
completamente formadas pelo corpo
caloso; (corno occipital)
• Corno inferior: teto formado por substância
branca do hemisfério, pela cauda do
núcleo caudado (em cuja extremidade está
a amígdala cerebral, relacionada ao medo) e
pela estria terminal; no assoalho,
encontram-se o hipocampo (arquicórtex,
liga-se às pernas do fórnix na fímbria do
hipocampo, ao longo da qual está o giro
denteado) e a eminência colateral; o
hipocampo se liga ao córtex pelo subiculum, relacionado à memória; (corno temporal)
• Plexo corioide: existente apenas na parte central e no corno inferior, continuação do plexo
corioide do III ventrículo, através do forame interventricular, segue descendo da parte
central ao corno inferior, acompanhando o trajeto curvo do fórnix

PÁGINA 60
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Núcleos da Base
• Núcleo caudado: relacionado à motricidade, estende-se por todo o ventrículo lateral, tendo
cabeça, corpo e cauda, respectivamente em contato com o corno anterior, com a parte
central e com o corno inferior do ventrículo lateral; sua cabeça se funde com o putâmen
• Núcleo lentiforme: relacionado à função motora e em formato de castanha, relaciona-se
medialmente com a cápsula interna, que o separa do tálamo e do núcleo denteado, e
lateralmente com o córtex da ínsula, sendo separados pelo claustrum; divide-se em
putâmen (lateral e maior) e globo pálido (medial e mais pálido pela mielina), sendo este
dividido em porções medial e lateral; forma, junto ao núcleo caudado, o corpo estriado
dorsal
• Claustrum: em sequência medial para lateral —> III ventrículo - tálamo - globo pálido medial -
globo pálido lateral - putâmen - cápsula externa - claustrum - cápsula extrema - ínsula
• Amígdala: fortemente relacionada ao medo, massa esferoide em relação com a porção
terminal da cauda do núcleo caudado
• Accumbens: área de prazer, fica entre putâmen e cabeça do núcleo caudado

PÁ G I N A 61
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Centro Branco Medular

• Fibras de associação: Comissura anterior, corpo caloso e comissura do fórnix

• Fibras de projeção
- Fórnix: liga córtex do hipocampo aos corpos mamilares

- Cápsula interna: maioria das fibras que entram ou saem do córtex cerebral; localiza-se
entre o núcleo lentiforme (medial) e o núcleo caudado e o tálamo (laterais); Coroa
radiada: fibras comissurais acima na cápsula interna; Perna anterior: entre núcleos
caudado e lentiforme; Perna posterior: maior, entre núcleo lentiforme e tálamo; as pernas
se ligam no joelho da cápsula interna

- Peso do Encéfalo

• Depende do peso corporal do animal e de seu coeficiente de encefalização (K)

• Em níveis filogenéticos equivalentes (e.g. gato e onça), o de maior encéfalo é o de maior


peso corporal

• Em níveis diferentes, com mesmo peso corporal, maior encéfalo terá o de maior nível de
encefalização

• Não há relação direta entre o peso de encéfalo e o nível intelectual da espécie, tampouco
entre indivíduos da mesma espécie, apesar de que se saiba que, por exemplo, o peso
mínimo para o encéfalo de um indivíduo de inteligência normal é de cerca de 900g

• Há métodos para calcular o número de neurônios de um indivíduo que são mais eficazes
que o simples peso do encéfalo, haja vista que um encéfalo pesado pode ser apenas um
grande aglomerado de células da glia

PÁGINA 62
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

VA S C U L A R I Z AÇ Ã O D O S I S T E M A
NERVOSO CENTRAL
(MACHADO, Ângelo, 3ª. ed, Cap. 9)

- O encéfalo, apesar de representar apenas 2% da massa corporal, recebe 15% do fluxo


sanguíneo, consumindo 20% do oxigênio disponível. Além disso, é bastante restrito o
tempo que as estruturas nervosas podem ficar sem oxigênio, sendo as mais recentes
filogeneticamente as mais exigentes por esse nutriente. O fluxo sanguíneo cerebral é
diretamente proporcional à diferença entre pressão arterial e a pressão venosa, e
inversamente proporcional à resistência cerebrovascular (RCV). Esta depende da(o):
1. Pressão intracraniana (PIC) —> pode aumentar por processos expansivos, pela
compressão da V. jugular interna (estase). Sintomas principais são cefaleia, náusea/
vômitos e papiledema (o N. óptico é envolvido por prolongamento do espaço
subaracnoideo, a HIC, então, pressiona o N. óptico, obliterando a V. central da retina,
resultando em ingurgitamento das veias da retina). Podem ocorrer herniações, e.g.
uncais, tonsilares
2. Condição da parede vascular —> arteriosclerose aumenta a RCV
3. Viscosidade do sangue —> (creio que pode estar alterada na policitemia, em processos
inflamatórios)
4. Calibre dos vasos cerebrais —> controlado por fatores humorais (principalmente CO2,
vasodilatador) e nervosos (autônomo do vaso nervosum)

- A irrigação do encéfalo é feita pelas Aa. carótida interna e vertebral, que formam um
circuito anastomótico na base do crânio, o polígono de Willis, não havendo, pois, um hilo.
As artérias cerebrais têm, de modo geral,

1. Paredes mais finas —> maior risco de hemorragia


2. Menos M. liso na túnica média
3. Mais fibras elásticas na túnica elástica interna —> proteção do tecido nervoso contra
choque da onda sistólica
4. Percurso mais tortuoso
5. Líquor circundando milímetros iniciais nos espaços perivasculares

PÁGINA 63
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- A A. carótida interna é ramo da A. carótida


comum e penetra o crânio através do canal
carotídeo do osso temporal, atravessa o seio
cavernoso, no interior do qual descreve
curva dupla (sifão carotídeo). Ao seu final,
bifurca-se em Aa. cerebrais anterior (ACA) e
média (ACM), mas, antes disso, emite (o
que ela emite é algo já aprofundado):

1. A. oftálmica —> emerge, assim que a


carótida atravessa a dura-máter, abaixo do
processo clinoide anterior. Irriga bulbo
ocular e anexos
2. A. comunicante posterior (ACoP) —>
forma anastomose com a A. cerebral
posterior, contribuindo para o polígono de Willis
3. A. corioidea anterior —> dirige-se para trás, seguindo o trato óptico, mas logo penetra o
corno inferior do ventrículo lateral (através ponto corioide inferior, junto com a V.
interventricular inferior). Irriga plexo corioide e parte da cápsula interna, núcleos da
base e diencéfalo

- A A. vertebral é ramo da subclávia correspondente, sobe no pescoço através dos forames


transversários de C6 até C1, onde faz curva para posterior. Aloja-se no sulco da artéria
vertebral do arco posterior do Atlas (nesse caminho, um ligamento pode se ossificar
formando o canal retroarticular) até fazer nova curva para superior, quando perfura a
membrana atlantoccipital, dura-máter e aracnoide, a nível do forame magno.

- Já na face ventral do bulbo, as Aa. vertebrais emitem 2 Aa. espinais posteriores e 1 A.


espinal anterior, as quais têm trajeto descendente, para suprir a medula espinal. Mais
acima, as Aa. emite as Aa. cerebelares posteriores inferiores (PICA), antes de se unirem
para formar a A. basilar, que se bifurca nas duas Aa. cerebrais posteriores (ACP), após
emitir:
1. A. cerebelar inferior anterior (AICA) —> supre parte anterior da face inferior do
cerebelo
2. Ramos pontinos —> pequenos ramos que suprem a face anterior da ponte
3. A. do labirinto —> penetra o meato acústico interno, junto aos Nn. facial e
vestibulococlear. Supre orelha interna

PÁGINA 6 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

4. A. cerebelar superior —> nasce da basilar, exatamente atrás das A. cerebral posterior.
Supre mesencéfalo e parte superior do cerebelo
- O polígono de Willis se localiza na base do
crânio, onde circunda quiasma óptico e
túber cinéreo e se relaciona à fossa
interpeduncular. É formado pelas Aa.
comunicantes anterior e posteriores e pelas
porções proximais das Aa. cerebrais
anteriores, médias e posteriores. As ACoPs
comunicam cada A. carótida interna à ACP
ipsilateral, embora não tenha grande fluxo
em condições normais, mas podem permitir
o fluxo de sangue no caso de obstrução. As ACA, ACM e ACP emitem ramos corticais
(córtex) e ramos centrais (fibras subjacentes), sendo estes emergentes do circuito arterial
e colaboradores no suprimento de núcleos da base, diencéfalo e cápsula interna.

- Quando se retira a pia-máter, mantêm-se


orifícios, nas áreas chamadas substância
perfurada, anterior e posterior. Esses
orifícios da substância perfurada anterior
são os locais de penetração das Aa.
estriadas, os ramos centrais da ACM que
vão suprir corpo estriado e cápsula interna
(lembrar do trato piramidal)

- Diferentemente dos ramos centrais, os


ramos corticais das ACA, ACM e ACP
possuem anastomoses, embora sejam
insuficientes para circulação colateral
adequada, em caso de obstrução. As artérias
cerebrais suprem

1. ACA —> face medial do cérebro, do polo


frontal até o sulco parieto-occipital, além
da parte mais superior da face
superolateral. Lesão causa hemiparesia
(ou hemiparalisia) e hemiparestesia
contralaterais de predomínio talocrural (lóbulo paracentral)

PÁGINA 65
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

2. ACM —> percorre fissura Sylviana em toda a


extensão para suprir quase toda a face dorsolateral
do cérebro. Lesão causa sintomatologia assaz rica,
e.g/ paralisia e parestesia contralaterais e afasia,
geralmente sendo grave por afetar Aa. estriadas
(núcleos da base e cápsula interna)

3. ACP —> ramos da bifurcação da A. basilar, seguem


para trás, contornam o pedúnculo cerebral,
percorrem a face medial do lobo temporal (lembrar
do hipocampo) e ganham o lobo occipital. Lesão
causa cegueira em parte do campo visual, visto que é
o principal suprimento do occipital e do sulco
calcarino.

- As veias do encéfalo geralmente não acompanham as


artérias, são mais calibrosas e drenam para os seios da
dura-máter, de onde convergem para o bulbo da
jugular interna. Os seios também drenam o couro
cabeludo, por receber as Vv. emissárias que
atravessam os forames emissários. As paredes das
veias encefálicas são finas e com pouca musculatura, tendo regulação ativa por meio da
1. Aspiração da cavidade torácica —> pressão subatmosférica (“negativa”) da cavidade
2. Gravidade —> torna desnecessária a presença de válvulas
3. Pulsação de artérias em cavidade fechada—> mais eficiente no seio cavernoso, pela força
expansiva da A. carótida interna

- A circulação venosa é muito lenta, e sua pressão é muito baixa, devido à grande
distensibilidade. O sistema venoso superficial drena o córtex e a substância branca
subjacente, através das Vv. cerebrais superficiais, que desembocam nos seios da dura-
máter, havendo distinção entre Vv. cerebrais superficiais superiores e inferiores. O sistema
venoso profundo drena o central core (corpo estriado, cápsula interna, diencéfalo e grande
parte do centro branco medular do cérebro).
1. Vv. cerebrais superficiais superiores —> vêm da face medial e da metade superior da
face dorsolateral para desembocar no seio sagital superior
2. Vv. cerebrais superficiais inferiores —> provêm da face inferior e da metade inferior da
face dorsolateral, para terminar nos seios da base (petroso superior e cavernoso) e no

PÁGINA 66
ramos (Figura 4)30,31
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018
anterior15. A importância anatômica da drenagem
seio transverso. A principal superficial inferior é a V. cerebral média superficial, que
percorre
anatômica a fissura
do sistema sylviana
arterial e geralmente
(Figura termina no seio cavernoso
3) e não será
3. V. cerebral magna (de Galeno) —> principal veia do sistema profundo, é um curto
tronco venoso ímpar e mediano, formado pela confluência das veias cerebrais internas e
que desemboca28no seio reto
.
- Injetando-se contraste na A. vertebral ou na A. carótida interna e se tirando uma
irrigando a medula espinhal na altura torácica, ela
sequência de radiografias, pode-se ver em tempos sucessivos as artérias, veias e seios do
encéfalo. Atualmente, as angiografias são preferencialmente feitas por RM, podendo
diagnosticas aneurismas, malformações arteriovenosas, tromboses, embolias,
hemorragias, lesões traumáticas e outras lesões.

- A medula espinal é suprida principalmente pelas


Figura
Aa.3. Drenagem
espinais venosa medular.
anterior e posteriores e
pelas Aa. radiculares
1. A. espinal anterior —> recebe dois curtos ramos
das Aa. vertebrais e percorre a fissura mediana
anterior até o cone medular. Vasculariza colunas
e funículos anterior e lateral da medula
2. Aa. espinais posteriores —> ramos das Aa.
vertebrais correspondentes, contornam o bulbo
dorsalmente para descer medialmente aos
filamentos radiculares das raízes posteriores dos
nervos espinais. Vascularizam coluna e funículo
Figura 1. Desenho esquemático do suprimento sanguíneo da
posterior da medula
medula espinhal.
3. Aa. radiculares —> derivadas das Aa.
segmentares do pescoço e do tronco (tireoidea
inferior, intercostais, lombares e sacrais),
entrando no canal medular, junto com os nervos
espinais, através dos forames interventriculares.
Dão origem à Aa. radiculares anterior e
posterior, que seguem as raízes correspondentes.
4. Anastomoses —> Aa. radiculares anteriores se
unem à espinal anterior, enquanto as radiculares
posteriores se unem à espinais posteriores
AMATO, Alexandre. Anatomia da circulação
correspondente
Figura 2. Anatomia da irrigação medular arterial, evidenciando Figura 4. Rede
medular. de colaterais:
Jornal Vascularartérias subclávias,
Brasileiro, hipogástrica
[s.l.],2015.
a artéria de Adamkiewicz. intercostais e lombares.
http://dx.doi.org/10.1590/1677-5449.0004.
Artigo muito bom para quem quer aprofundar
250 J Vasc Bras. 2015 Jul.-Set.; 14(3):248-252
PÁGINA 67
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ESTRUTURA E FUNÇÕES DOS


NÚCLEOS DA BASE
(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 24; SOBOTTA, 21ª. ed, Cap. 12)

- Introdução
• Definição: Núcleos da base são massas de substância cinzenta situadas na base do
telencéfalo
• Núcleo Lentiforme: Globo Pálido e Putâmen
• Corpo estriado dorsal: Núcleo caudado, Putâmen e Globo Pálido, age modulando o trato
corticoespinal e também está envolvido com processos cognitivos, emocionais e
motivacionais; também chamado Corpo Estriado
• Corpo estriado ventral: Núcleo basal de Meynert e Accumbens
• Claustrum: localizado entre o accumbens e o córtex da ínsula, conecta-se a todas as áreas
do córtex, mas ainda não possui função definida (talvez visual)
• Núcleo basal de Meynert: ver capítulo 20, vias colinérgicas
• Accumbens: localiza-se entre a cabeça do núcleo caudado e o putâmen

PÁGINA 68
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Corpo Estriado
• Neoestriado (Striatum): composto pelo núcleo caudado e pelo putâmen, mais recente
filogeneticamente
• Paleoestriado (Pallidum): composto pelo globo pálido, sendo este dividido em globos
pálidos medial e lateral, tem diversas ligações provindas do neoestriado, gerando uma
coloração mais clara devido aos axônios
• Corpo Estriado Ventral: é dividido em estriado ventral (striatum ventral) e pálido ventral
(pallidum ventral); sendo o primeiro composto pelo Accumbens (integrante do sistema
límbico, atuando na regulação do comportamento emocional) e pelo tubérculo olfatório;
o segundo corresponde à substância inominata (Núcleo basal de Meynert)

• Conexões e Circuitos
- Não se liga diretamente à medula, recebendo fibras do córtex e emitindo para o
tálamo, que dirige posteriormente fibras às áreas corticais de origem, evidenciando sua
característica moduladora
- Circuito motor: vindo áreas motora e somestésica do córtex, regulação da motricidade
voluntária
- Circuito oculomotor: começa e termina no campo ocular motor, movimentos oculares
- Circuito pré-frontal dorsolateral: córtex pré-frontal (área dorsolateral) —> núcleo caudado
—> globo pálido —> tálamo (núcleo dorsomedial) —> córtex pré-frontal;
motricidade
- Circuito pré-frontal orbitofrontal: córtex pré-frontal (área orbitofrontal) —> núcleo
caudado —> globo pálido —> tálamo (núcleo dorso medial) —> córtex pré-frontal;
manutenção da atenção e supressão de comportamentos indesejáveis
- Circuito límbico: áreas neocorticais (parte anterior do giro do cíngulo) —> striatum
ventral (accumbens) —> tálamo (núcleo anterior); processamento das emoções

PÁGINA 69
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Circuito Motor
- Via direta: Córtex motor suplementar —excita—> putâmen (striatum) — inibe —>
Pálido Medial — inibiria—> Tálamo (VA e VL) — consegue ativar—> Córtex motor
primário —> trato corticoespinal —> movimento

- Via indireta: Córtex motor suplementar —excita—> putâmen (striatum) —inibe—>


Pálido Lateral — inibiria —> Núcleo Subtalâmico —consegue ativar —> Pálido Medial
—> consegue inibir —> Tálamo — não ativa —> córtex motor —> movimento
inibido

- Substância Negra (Mesencéfalo): ligada ao putâmen, liberando dopamina nas sinapses que
pode ser recebido por receptores D1 (excitatórios) ou por D2 (inibitórios); a ativação
de receptores de D1 atua promovendo o movimento, assim como na via direta; a
ativação de receptores de D2 atua impedindo o movimento, assim como na via indireta

- Relações Anatomoclínicas

• Função do Striatum
- Tendo como principal função a modulação motora, apenas inicia sua atividade após o
movimento estar acontecendo; funciona como um freio tônico para movimentos
indesejados
- A via indireta freia e suaviza o movimento, enquanto a direta o facilitaria; dessa forma,
a composição de amplitude e de velocidade do movimento se dá a partir do balanço
entre vias direta e indireta
- Síndromes extrapiramidais: acometimento do striatum, devido a alterações do equilíbrio
entre as vias

PÁGINA 70
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Síndromes piramidais: acometimento do trato corticoespinal


- Disfunções: hipercinéticas, hipocinéticas ou emocionais/comportamentais

• Hemibalismo
- Geralmente causado por AVEs no núcleo subtalâmico, diminuindo sua atividade
excitatória do globo pálido medial, impedindo que este iniba o tálamo. Dessa forma,
este vai excitar descontroladamente o córtex motor
- Caraterizado por movimentos involuntários ipsilaterais de grande amplitude e forte
intensidade, podendo não desaparecer com o sono (o que leva o indivíduo à exaustão)
—> movimentos hipercinéticos e hipotônicos
• Parkinson
- A disfunção da substância negra do mesencéfalo diminui a quantidade de dopamina
que chega ao striatum. Em
situação comum, os receptores
D1 fariam mais efeito que os D2,
induzindo uma inibição do GPM,
impedindo que este inibisse o
tálamo, que fica livre para ativar
o córtex motor (via direta).
Entretanto, no caso da falta de
dopamina, percebe-se que a ação
dos receptores D2 de inibição do
GPL é mais efetiva, o que
aumenta a influência da via
indireta, inibindo o movimento —> movimentos hipocinéticos hipertônicos
- Bradicinesia: lentidão e diminuição do movimento voluntário, na ausência de paralisia
- Tremor em repouso: nas extremidades, quando paradas, desaparecendo com o movimento
- Rigidez: hipertonia da musculatura esquelética, apresentando o sinal da roda denteada
(oposto ao formato sinal em estilete)
- L-Dopa: isômero levógiro da Dopa que atravessa a barreira hematoencefálica, é captado
pelos neurônios dopaminérgicos e transformado em dopamina, melhorando os
sintomas pela reposição do neurotransmissor
- Dopamina: sua ingestão pura necessitaria de altas doses, que são tóxicas para o
organismo

PÁGINA 71
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Núcleo subtalâmico: como D2 inibe o globo pálido lateral, que inibiria o núcleo
subtalâmico, este está mais ativo, ativando o globo pálido medial, que inibe o tálamo,
impedindo que este ative o córtex motor, o que gera o transtorno hipocinético. A lesão
cirúrgica estereotáxica do núcleo subtalâmico ou do globo pálido medial pode gerar
melhoras nos sintomas
• Coreia de Sydenham
- Autoimune: destruição de núcleos da base, principalmente em crianças
- Movimentos coreicos: dança, movimentos involuntários e rápidos, hipotônicos e
hipercinéticos —> comprometimento do circuito motor
- Distúrbios neuropsiquiátricos: labilidade afetiva, TOC e TDAH —> comprometimento de
circuitos pré-frontais

• Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC)


- Comprometimento dos dois circuitos pré-frontais
- Gera manias, como a de limpeza das mãos, que pode ferir a pele

PÁGINA 72
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

“Fisiologia Básica”, CURI, Rui, 1ª. ed; Cap. 18 ↑

PÁGINA 73
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

ANATOMIA FUNCIONAL DO CÓRTEX


CEREBRAL
(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 26)

- Somestesia
• Bm 1,2 e 3 —> Áreas Somestésicas Primárias (S1), estando a área 3 dentro do sulco
central, homúnculo de Penfield (de medial para lateral, área genital, pé, perna, pelve,
trono, braço, antebraço, mão, dedos, face superior, boca, queixo, língua, faringe), lesão
gerando perda da localização da sensibilidade, embora se distinguam as modalidades
sensoriais, da distinção do grau da sensação e da discriminação (incluindo aqui
estereognosia), ficando praticamente intactos dor, tato protopático e temperatura
(conscientes no tálamo)
• Bm 5 e 7a —> Áreas Somestésicas Secundárias (S2), sua lesão causa agnosia tátil, i.e.
incapacidade de reconhecer objetos pelo tato
- Bm 5 —> quinto posterior do lóbulo paracentral e finalzinho posterior da parte
superior do giro pós-central
- Bm 7a —> terço anterior do lóbulo parietal superior e do pré-cúlneo
- Visão
• Bm 17 —> Área Visual Primária (V1), recebe radiações ópticas do corpo geniculado
lateral correspondente, sulco calcarino com retinotopia (lábio superior = retina superior,
lábio inferior = retina inferior, parte mais anterior do sulco = parte mais anterior da
retina, parte mais posterior do sulco = parte mais posterior da retina, incluindo
mácula), lesão gera cegueira completa, embora ainda se consiga desviar de objetos, pois
nem toda a visão está corticalizada
• Bm 18, 19, 20, 21 e 37 —> Áreas Visuais Secundárias (V2, V3, V4 e V5), a via ventral
interpreta cor e reconhece objetos e faces com lesão gerando agnosia visual (incluindo
prosopagnosia), a via dorsal (V5) percebe o movimento dos
objetos com lesão gerando acinetopsia
- Bm 18 —> círculo externo à Bm 17 e interno à Bm 19
- Bm 19 —> círculo externo à Bm 18 e limitada
exteriormente pela linha limite do lobo occipital (sulco
parieto-occipital e sua projeção até a incisura pré-occipital,
que fica a aproximadamente 4 cm do polo occipital)

PÁ G I N A 74
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Bm 20 —> parte anterior do giro temporal inferior


- Bm 21 —> parte anterior do giro temporal médio
- Bm 37 —> parte posterior dos giros temporais inferior e médio

- Audição
• Bm 41 e 42 —> Área Auditiva Primária (A1), giro temporal transverso anterior (giro de
Heschl), recebe radiação auditiva do corpo geniculado medial, tendo cada lado
representações de ambas as cócleas, o que significa que uma lesão bilateral gera uma
surdez completa, mas uma unilateral causaria um déficit auditivo pequeno; possui
tonotopia (representação pela frequência)
• Bm 22 —> Área Auditiva Secundária (A2), giro temporal superior, com função pouco
conhecida, mas provavelmente tipos especiais de informação auditiva

- Equilíbrio
• Não possui área definida, embora seja uma pequena região no lobo parietal próxima à
região somestésica da face, o que faz sentido pois seus receptores são uma espécie de
proprioceptores especiais da cabeça, informando posição

- Olfato
• Parte anterior do úncus e do giro para-hipocampal, também sendo chamada de córtex
piriforme (Bm 27), uma epilepsia focal no úncus gera alucinação olfatória (geralmente
cacosmia) nas crises uncinadas

- Gustação
• Área Gustativa Primária —> Parte posterior da ínsula, com neurônios sensíveis também
a somestesia e ao olfato, área que pode ser ativada apenas com a visão ou com o
pensamento de um alimento sabidamente saboroso
• Área Gustativa Secundária —> Região orbitofrontal, recebendo fibras insulares
- Motricidade
• Bm 4 —> Área Motora Primária (M1), giro pré-central, somatotopia de Penfield (lesão,
estímulo encefálico profundo ou epilepsia focal gera movimentos do grupo relacionado à
área), presença das células de Betz, controla movimentos do lado oposto através dos
tratos corticoespinais e corticonucleares, recebe fibras do tálamo (VA e VL), das áreas
pré-motoras e motora suplementar
• Bm 6 (face superolateral) —> Área Pré-Motora, adiante da Bm 4, tendo neurônios menos
excitáveis e menor resolução (ativa apenas grupos grupos musculares, não Mm.

PÁGINA 75
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

individuais). Através da via córtico-retículo-espinal, ajusta a musculatura proximal


(postura) para a realização de movimentos finos pela distal. Faz eferência para Bd 4 e
recebe de outras áreas de associação e do cerebelo (via tálamo), relacionando-se ao
planejamento motor
• Bm 6 (face medial) —> Área Motora Suplementar, relaciona-se ao planejamento motor,
tendo conexões com o corpo estriado (via tálamo), com M1 e com a área pré-motora
• Planejamento motor —> Quando se vai apanhar um objeto, primeiramente a área pré-
frontal decide realizar o ato, depois passa o comando paras as áreas pré-motora
(obediência a uma ordem externa) ou motora suplementar (decisão do próprio córtex),
que coordenam o conjunto de ações que devem ser feitas pela musculatura para realizar
aquela ação, enviando informações para o cerebelo (núcleo denteado e partes laterais
dos hemisférios) e para o corpo estriado, os quais enviam as ações para M1, que executa,
pelos tratos corticoespinal e córtico-retículo-espinal. Lesões das áreas motoras
secundárias geram apraxias (M1 está pronta para fazer o gesto, mas não sabe como)
• Neurônios-Espelho —> relacionados ao aprendizado motor, há uma região
frontoparietal (parte da área pré-motora e inferior do lobo parietal) que influi na
facilitação de neurônios relacionados ao ato motor observado

- Área Pré-Frontal
• Área Pré-Frontal Dorsolateral —> superfície anterior e dorsolateral do lobo frontal,
participando do circuito córtico-estriado(putâmen)-tálamo-cortical, tendo como função
a capacidade de planejar estratégias comportamentais física e socialmente, de avaliar
consequências de problemas novos e ser responsável pela memória operacional (memória
de curto prazo para a realização de uma tarefa em andamento)
• Área Pré-Frontal Orbitofrontal —> superfície ventral do lobo frontal (adjacente às órbitas),
nos giros orbitais, participando do circuito córtico-estriado(NC-GP)-tálamo(DM)-
cortical e tendo como função o processamento de emoções, a supressão de
comportamentos socialmente indesejáveis (superego Freudiano) e a manutenção da
atenção. Sua lesão gera tamponamento psíquico (caso de Phineas Gage) e déficit de atenção

- Área Parietal Posterior


• Todo o lóbulo parietal inferior, incluindo o giro supramarginal (Bm 40) e o giro angular
(Bm 39), parte do lóbulo parietal superior e parte do sulco temporal superior, reunindo
visão, audição e somestesia para a percepção espacial dos objetos e para delinear o
esquema corporal (relação do corpo com o espaço externo). Lesões bilaterais impedem o
doente de explorar o ambiente e de alcançar objetos e as do lado direito geram Síndrome
de negligência, onde o doente ignora o mundo do lado esquerdo, não se barbeia do lado
esquerdo, só come o lado direito do prato, só atende a uma pessoa do lado direito

PÁ G I N A 76
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Córtex Insular Anterior


• Adiante do sulco central da ínsula, participa da empatia, do conhecimento da própria
fisionomia (autorreconhecimento visual), da sensação de nojo e da percepção subjetiva
das próprias emoções

- Sistema Límbico
• Composto por hipocampo, giro denteado, sulco para-hipocampal, giro do cíngulo, ínsula
anterior e área pré-frontal orbitofrontal, relaciona-se à memória e às emoções, sendo o
terço anterior do giro do cíngulo relacionado às emoções e os dois terços posteriores
relacionados à memória

- Linguagem
• A área anterior da linguagem é a área de Broca, localizada nas partes opercular (Bm 44) e
triangular (Bm 45) do giro frontal inferior, ligada à expressão da linguagem; e a posterior
é a área de Wernicke, parte mais posterior do giro temporal superior (Bm 22), relacionada
ao entendimento da linguagem ouvida ou lida. Na afasia motora, de expressão ou de
Broca, a pessoa entende o que ouve e o que lê, mas não consegue se expressar ao falar
ou ao escrever. Na afasia sensitiva, de percepção ou de Wernicke, a pessoa não consegue
entender o que ouve o ou que lê. Lesões dessas áreas isoladas trazem menos déficits do
que o caso de se atingirem seus arredores. Lesões do giro angular, por exemplo, podem
causar dificuldade de ler (dislexia), que pode estar acompanhada da dificuldade de
escrever (disgrafia). Wernicke e Broca se ligam (geralmente no lado esquerdo do
cérebro) pelo fascículo longitudinal superior (fascículo arqueado), cujas lesões geram afasia
de condução, com sintomatologia da dificuldade da repetição, da leitura em voz alta, da
escrita em ditado e da reprodução de ritmos.

PÁGINA 7 7
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

GRANDES VIAS AFERENTES


(MACHADO e HAERTEL, 3ª. ed, Cap. 29)

- Elementos
• Receptor: terminação nervosa segmentar, podendo ser especializada, transmitindo uma
informação específica (discriminação sensorial no córtex)
• Trajeto periférico: nervo e seu gânglio sensitivo associado
• Trajeto central: trajeto no sistema nervoso central, através de feixes (tratos, fascículos,
lemniscos)
• Área de projeção cortical: córtex cerebral (consciente) ou cerebelar (inconsciente)
- Etapas das Vias Aferentes
• Neurônio I: geralmente fora do SNC e pseudounipolar, cujo dendraxônio se bifurca em
um ramo periférico e outro central; o primeiro se liga ao receptor, e o segundo, penetra o
SNC pela raiz dorsal da medula espinal ou por nervos cranianos
• Neurônio II: localiza-se no corno posterior da medula ou em núcleos do TE (exc. vias
óptica e olfatória)
• Neurônio III: localiza-se no tálamo e emite radiação talâmica
ao córtex (exc. olfato)

- Dor e Temperatura
• Receptores: terminações nervosas livres
• Via neoespinotalâmica
- Neurônio I: gânglios espinais, conexão com receptor e com
neurônio II do corno posterior da medula
- Neurônio II: cruza plano mediano pela comissura branca,
sobe pelo trato espinotalâmico lateral e, ao nível da ponte,
une-se com o espinotalâmico anterior para formar o
lemnisco espinal, que termina no tálamo
- Neurônio III: núcleo VPL, emite radiações talâmicas pela
cápsula interna e pela coroa radiada, chegando ao giro pós-
central (Bm - 1,2,3)
- Infor mação: dor aguda e precisa e temperatura
contralaterais

PÁGINA 78
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Via paleoespinotalâmica
- Neurônio I: gânglios espinais, conexão com receptor e com neurônio II do corno
posterior da medula
- Neurônio II: axônios para funículos laterais do mesmo lado e do lado oposto, no trato
espinorreticular, que sobe junto ao espinotalâmico lateral e termina em vários níveis da
formação reticular
- Neurônio III: fibras retículo-talâmicas que chegam ao grupo medial do tálamo,
principalmente os núcleos intralaminares; alguns projetam-se para a amígdala
(componente afetivo da dor)
- Neurônio IV: dirigem-se a diferentes regiões do córtex, para ativá-las, mas a dor já se fez
consciente
- Informação: dor crônica, em queimação

• Neurocirurgia
- Cordotomia anterolateral: lesiona ambos os tratos
- Lesão estereotáxica no VPL: apenas via neoespinotalâmica
- Lesão estereotáxica nos núcleos intralaminares: só via paleoespinotalâmica
- Parte anterior do giro do cíngulo e da ínsula: responsáveis pela parte emocional da dor; uma
lesão nessa região faz o paciente sentir a dor, mas não se importar com ela

- Pressão e Tato Protopático


• Receptores: corpúsculos de Meissner e de Ruffini
• Neurônio I: perifericamente em contato com o receptor e centralmente se dividindo em
ramos ascendente (muito longo) e descendente (curto)
• Neurônios II: corno posterior da medula, seu axônio cruza a comissura branca e sobe pelo
trato espinotalâmico anterior unindo-se, a nível da ponte, ao lateral, para formar o lemnisco
espinal e fazer sinapse no tálamo

PÁGINA 79
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Neurônios III: VPL do tálamo, emitem radiações talâmicas pela cápsula interna e pela
coroa radiada, chegando à área somestésica do córtex cerebral
• Informação: tato e pressão do tronco e dos membros, conscientes no tálamo
- Propriocepção Consciente, Tato Epicrítico, Estereognosia e Vibração
• Receptores: Corpúsculos de Ruffini e de Meissner e terminais do pelo (tato); fusos
neuromusculares e órgãos neurotendinosos (propriocepção); Pacini (vibração)
• Neurônio I: gânglios espinais, perifericamente em contato com o receptor e centralmente
se dividindo em ramos ascendente (longo, sinapse no bulbo) e descendente (curto);
ambos nos fascículos grácil e cuneiforme
• Neurônio II: núcleos grácil e cuneiforme do bulbo, mergulhando ventralmente (fibras
arqueadas internas), cruzam o plano mediano e formam o lemnisco medial
• Neurônio III: VPL do tálamo, emitem radiações talâmicas pela cápsula interna e pela coroa
radiada, chegando à área somestésica do córtex cerebral
• Informação: consciente no córtex, TE + PC = estereognosia; vibração; CL

PÁGINA 80
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Propriocepção Inconsciente
• Receptores: OTGs e fusos neuromusculares
• Neurônio I: gânglio espinal, conexão periférica com o receptor e prolongamento central se
dividindo em ramo ascendente longo e ramo descendente curto
• Neurônio II
- a) Núcleo torácico (coluna posterior): ispilateral, trato espinocerebelar anterior,
terminando no cerebelo, penetrando pelo pedúnculo cerebelar inferior
- b) Base da coluna posterior e substância cinzenta intermédia: ipsilateral, cruza no
início do neurônio e antes de entrar no pedúnculo cerebelar superior; trato
espinocerebelar anterior

- Sensibilidade Visceral
• Receptor: terminação nervosa livre ou corpúsculos de Pacini
• Via: nervos que seguem o simpático ou o segmento sacral do parassimpático
• Informação: geralmente dolorosa
• Vísceras pélvicas e abdominais: espinotalâmico lateral ou sobem medial e centralmente ao
fascículo grácil, fazendo sinapse no núcleo grácil do bulbo, VPL e córtex da ínsula
• Vísceras torácicas: muda apenas que sobe medial ao fascículo cuneiforme
• Mielotomia da linha média: elimina dor resistente a analgésicos (CA torácico)

PÁ G I N A 81
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Via Trigeminal Exteroceptiva


• Receptores: mesmos das vias medulares de dor, temperatura, pressão e tato
• Neurônio I: gânglios trigeminal, geniculado, superior do glossofaríngeo ou superior do
vago; prolongamentos periféricos nos receptores e centrais penetram o tronco encefálico;
lesão do gânglio trigeminal ou de sua raiz sensitiva gera perda homolateral de sensação
de dor, temperatura e tato; prolongamento central vai para núcleo do trato espinal (dor e
temperatura), para núcleo sensitivo principal do trigêmeo (tato discriminativo) ou se
bifurca indo a ambos (tato protopático e pressão)
• Neurônio II: núcleo do trato espinal ou núcleo sensitivo principal do trigêmeo; lesão do
trato espinal (tratotomia) trata nevralgia do trigêmeo, mantendo tato e parte da pressão;
maioria cruza constituindo o lemnisco trigeminal (ventral)
• Neurônio III: núcleo VPM, emite radiações talâmicas pela cápsula interna e pela coroa
radiada, chegando ao giro pós-central (Bm - 1,2,3)
• Informação: sensibilidade da face, fronte e parte do escalpo, mucosas nasais, seios
maxilares e frontais, cavidade oral, dois terços anteriores gerais da língua, dentes,
articulação temporomandibular, córnea, conjuntiva, dura-máter das fossas média e
anterior do crânio

PÁGINA 82
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Via Trigeminal Proprioceptiva


• Receptores: fusos neuromusculares e OTGs da mandíbula
• Neurônio I: Núcleo do trato mesencefálico
• Neurônio II
- Cerebelo: impulsos proprioceptivos inconscientes
- Núcleo sensitivo principal do V: emite fibras para lemnisco trigeminal (ventral) até o
tálamo
• Neurônio III: VPM tálamo que recebeu informação do núcleo sensitivo principal do
trigêmeo envia fibras para córtex somatossensorial (Bm 1,2,3)

- Via Gustativa

• Receptores gustativos: células gustativas (quimiorreceptores) e botões gustativos nas


papilas da língua, da faringe, da laringe, da epiglote e da região proximal do esôfago
• Inervação Gustativa
- 2/3 anteriores da língua: N. facial
(VII)
- 1/3 posterior da língua: N.
glossofaríngeo (IX)
- Epiglote e parte proximal do esôfago:
N. Vago (X)

• Neurônio I: gânglios geniculado


(VII), inferior do IX e inferior do X,
prol. per. nos receptores e prol.
central no Tronco, após trajeto pelo
trato solitário 1
• Neurônio II: parte gustativa do
núcleo do trato solitário, emite
fibras solitário-talâmicas, para o
tálamo
• Neurônio III: VPM tálamo, emite para
parte posterior da ínsula (Bm 43)

1 Quem está solitário come; quem come ativa sua via gustativa

PÁGINA 83
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Via Olfatória
• Receptores: neurônios bipolares, que emitem dilatações quimiorreceptoras em vesículas
olfatórias no neuroepitélio, na porção mais alta da cavidade nasal
• Neurônio I: Células olfatórias (receptores), com alta capacidade de renovação, atravessam
a lâmina cribriforme do etmoide, terminando no bulbo olfatório; em conjunto, formam o
N. olfatório
• Neurônios II: Células mitrais, cujos dendritos formam os glomérulos olfatórios, para receber
prolongamentos centrais das células olfatórias; seus axônios seguem o trato olfatório e
se dividem nas estrias olfatórias medial e lateral
- Estria olfatória lateral: segue para úncus (córtex piriforme), que envia para tálamo, que,
por sua vez, envia para giros reto
e olfatório —> consciente
• Sistema límbico, e.g. aversão
(amígdala), prazer (accumbens)
- Estria olfatória medial: segue para
comissura anterior e se incorpora
ao bulbo olfatório do lado oposto
• Peculiaridades
1. Apenas 2 neurônios
2. Neurônio I em mucosa, não em
gânglio
3. Impulsos conscientes vão ao
córtex sem relê talâmico
4. Área de projeção cortical em
alocortéx, não isocortéx
5. Totalmente homolateral2

• Crises uncinadas: alucinações


olfatórias por epilepsia focais no
córtex olfatório

2Confuso, pois a estria olfatória medial se comunica ao bulbo olfatório do lado oposto, mas copiei o que havia
no Ângelo

PÁGINA 8 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Via Auditiva

• Receptores: Células ciliadas do órgão de Corti, cujos cílios são sensibilizados pela vibração
da endolinfa, que recebeu a vibração da perilinfa

• Neurônio I: gânglio espiral,


neurônios bipolares, em
contato com receptores do
órgão de Corti; prol. central
entra pelo meato acústico
interno como parte coclear do
N. vestibulococlear (VIII),
entra na ponte no ângulo
pontocerebelar e fazem
sinapse com neurônio II

• Neurônio II: núcleos cocleares


dorsal e ventral, axônios
cruzam formando o corpo
trapezoide; contornam
complexo olivar superior e
formam o lemnisco lateral, que
faz sinapse com colículo
i n f e r i o r ; ( h á fi b r a s d o s
núcleos cocleares que
penetram lemnisco lateral do
mesmo lado, sendo
homolateral)

• Neurônio III: colículo inferior


—> braço do colículo inferior
—> corpo geniculado medial

• Neurônio IV: núcleo principal do corpo geniculado medial tonotopicamente organizado,


envia para giro temporal transverso anterior (Bm 41,42)

PÁGINA 85
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Via Vestibular
• Receptores: células ciliadas que capturam informação sobre aceleração linear nas máculas
do sáculo e do utrículo e sobre a aceleração angular nas ampolas dos ductos
semicirculares
• Neurônio I: neurônio bipolar; liga-se ao receptor perifericamente e centralmente atravessa
o meato acústico interno, formando a parte vestibular do VIII
• Neurônio II: núcleos vestibulares
- Via inconsciente: fascículo vestibulocerebelar, que passa pelo pedúnculo cerebelar
inferior (exc. algumas fibras que não passam pelos núcleos vestibulares, indo direto
para o córtex do cerebelo)
- Via consciente: provavelmente passa
pelo tálamo e chega ao córtex no
lobo parietal, próximo à área
somestésica do rosto
• Informação: aceleração, para postura
e marcha, e reflexos oculares para
estabilização da imagem na retina
(fascículo longitudinal medial)

- Via Óptica
• Estrutura da retina
- Camada mais externa: pigmentar, impede a reflexão dos raios, impedindo erros de
interpretação
- Camada de cones e bastonetes: células
fotorreceptoras, mais cones na mácula (apenas
na fóvea e na fovéola), mais bastonetes
próximo à ora serrata
- Camada de neurônios bipolares (nuclear externa,
histo.): recebem sinapse dos fotorreceptores e
envia impulsos para células ganglionares
- Camada de neurônios ganglionares (nuclear
interna, histo.): compõe o nervo óptico,
atravessando a papila (disco) óptica, incisura
orbital superior até chegar ao quiasma óptico

PÁGINA 86
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Trajeto da Via
- Os Nn. ópticos convergem para o quiasma
óptico, onde há decussação parcial, o qual se
bifurca nos tratos ópticos que seguem para os
corpos geniculados laterais
- Retina nasal: metade medial da retina
- Retina temporal: metade lateral da retina
- Campo visual: porção do espaço que um olho
pode ver
- Campo temporal: campo visual lateral,
percebido pela retina nasal
- Campo nasal: campo visual medial, percebido
pela retina temporal
- Campo binocular: superposição de imagens
ocorrida em homens e animais
- Quiasma óptico: fibras da retina nasal cruzam,
e da retina temporal seguem
• Implicação: trato óptico direito, p.e., recebe
informação das metades direitas das
retinas, isto é, dos campos visuais
esquerdos; sendo assim, o corpo geniculado
lateral e o córtex visual direitos recebem
informação sensitiva do lado esquerdo do
campo visual (assim como a maioria da sensibilidade)
• Fibras da Via
- Retino-hipotalâmicas: destacam-se do quiasma para o núcleo supra-quiasmático do
hipotálamo; relação com o ritmo circadiano
- Retinotectais: do corpo geniculado lateral, vão para o colículo superior e estão
relacionados a reflexos dos olhos ou das pálpebras, e.g. piscar e mudar rapidamente o
ponto de fixação visual de uma área para outra
- Retino-pré-tectais: área pré-tectal (parte rostral do colículo superior), reflexo fotomotor
direto e consensual
- Retinogeniculadas: 90% das fibras da retina, únicas relacionadas à visão, neurônio IV no
corpo geniculado lateral, com representação retinotópica da metade contralateral do

PÁGINA 87
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

campo visual, cujos axônios formam a radiação óptica (trato genículo-calcarino),


terminando no sulco calcarino (Bm 17)
- Retinotopia: toda a via é retinotópica, até no sulco calcarino, cuja região superior recebe
retina superior; intermediária, a mácula; e inferior, retina inferior; importância clínica

• Lesões da Via
- Escotoma: cegueira de parte do campo visual

- Hemianopsia: cegueira de metade do campo

• Heterônima: bitemporal ou binasal

• Homônima: direita ou esquerda

A. Lesão do N. óptico: cegueira completa do olho


correspondente, e.g. glaucoma

B. Lesão mediana do quiasma: hemianopsia


bitemporal, e.g. tumor de hipófise

C. Lesão lateral do quiasma: hemianopsia nasal do


olho correspondente, e.g. aneurisma de
carótida interna

D. Lesão do trato óptico: hemianopsia homônima


contralateral, e.g. lesão do corpo geniculado,
traumatismos ou tumores que comprimem
o trato

E. Lesão da radiação óptica: hemianopsias


homônimas (difícil), quadrantanopsias
homônimas ou escotomas homônimos;
presença de reflexos fotomotor direto e
consensual, e.g. tumor do lobo temporal

F. Lesão do córtex visual primário (Bm 17): hemianopsias homônimas contralaterais, mas
geralmente são lesões parciais, gerando escotomas homônimos contralaterais; e.g.
lesão no lábio inferior do sulco calcarino geram quadrantanopsia superior homônima
contralateral

PÁGINA 88
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

FISIOLOGIA DO SISTEMA NERVOSO


(GUYTON e HALL, 12ª. ed)

ORGANIZAÇÃO FUNCIONAL DO CORPO HUMANO E


M E I O I N T E R N O ( C A P. 1 )

- Célula = Compartimento = Unidade básica morfofuncional dos seres vivos

• Grande variedade, 100 trilhões no ser humano

• Tem capacidade de gerar energia (respiração celular), de se reproduzir (mitose e meiose)


e de, quando se desfizer, servir para gerar novas

- Líquido extracelular = meio interno

• Ambiente de sobrevivência das células, no qual estão os nutrientes necessários a esta

• Líquido intracelular = K+, Mg2+, PO4 3-

• Líquido extracelular = Na+, Cl-, HCO3-, O2, C6H12O6, Ácidos Graxos e AAs
- Homeostasia = manutenção de condições quase constantes no meio interno

• Sistema circulatório
- Troca entre capilares sanguíneos e espaços intercelulares por difusão de moléculas ou
de grandes quantidades de fluido, permitindo que proteínas e grandes macromoléculas
também atravessem, ou passando entre as células dos vasos

• Origem dos nutrientes do fluido extracelular


- Sistema respiratório_ O2 passa pelas membranas alveolares

- Trato Gastrointestinal_ macronutrientes

- Fígado_ alteração de substância para uso ou armazenamento e desintoxicação

- Sistema músculo-esquelético_ buscar alimento e fugir de ambiente adversos

• Remoção dos produtos finais do metabolismo


- Pulmões_ CO2 pela membrana alveolar

PÁGINA 89
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Rins_ Baixa reabsorção de substâncias desnecessárias, que são excretadas

- Trato Gastrointestinal_ Substâncias não aproveitadas são eliminadas em fezes

- Fígado_ Desintoxicação e excreção em bile

• Regulação das funções corporais


- Sistema Nervoso_ receber, interpretar e enviar informações conscientes ou autônomas

- Sistema Endócrino_ regulação metabólica complementar ao Sistema Nervoso

• Proteção do corpo
- Sistema Imunitário_ distinção das próprias células e destruição de invasores

- Sistema Integumentar_ limite entre meios e regulação térmica

• Reprodução
- Sistema Reprodutor_ perpetuação da espécie

- Sistemas de Controle do Corpo

• Regulação de [O2] e [CO2]_ função de tamponamento da hemoglobina

• Regulação da pressão arterial_ sistema barorreceptor

• Feedback negativo

• Feedback positivo

• Feed-forward => controle adaptativo

O T R A N S P O R T E D E S U B S TÂ N C I A S AT R AV É S DA S
M E M B R A N A S C E L U L A R E S ( C A P. 4 )

- Barreira lipídica e Proteínas de Transporte

• Bicamada fosfolipídica = barreira para hidrossolúveis

• Passagem de lipossolúveis por membrana, água e íons selecionados por canais ou por
proteínas transportadoras que sofrem alterações conformacionais

PÁGINA 90
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Difusão = movimento molecular aleatório, devido à Ec


- Difusão simples

• Pela membrana => substância lipossolúveis

• Por proteínas canais => água e moléculas hidrossolúveis, dependendo do tamanho


- Seletivamente permeáveis (tamanho, forma e carga)

- Tipos:

• Voltagem-dependentes (tudo ou nada)

• Mecanodependentes

• Ligante-dependentes
- Difusão facilitada

• Proteína transportadora com mudança conformacional, possuindo Vmax, visto que a


quantidade de proteínas é limitada i.e. saturável

- Fatores influentes

• Diferença de concentrações interna e externa

• Potencial de Nernst
- Dado por:

• Diferença de pressão

• Osmose
- Conceito de pressão osmótica

- Importante apenas o número de partículas (T igual => U igual => Ec igual)

- Osmolalidade = mol de partículas por quilo de solvente

- Usando Clapeyron com osmolalidade => Pressão osmótica

• Transporte ativo = passagem através de proteína transmembrana e contra um gradiente


eletroquímico

PÁ G I N A 91
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Primário

• Contra gradiente eletroquímico

• Bomba Na+/K+ ATPase


- Leva 3 Na+ para fora e 2 K+ para dentro

- Atividade interna de ATPase

- ATPase pode produzir ATP, mediante mudança drástica do potencial eletroquímico,


cuja energia deve ultrapassar a da ligação de fosfato de alta energia

- Manutenção do volume celular => passagem efetiva de um íon positivo para fora,
unido à baixa permeabilidade de Na+, mantém os íons fora, carregando água
juntamente

• Bomba de Ca2+
- Na membrana celular (jogando Ca2+ pra fora) e nas membranas internas (jogando
Ca2+ para dentro das organelas, como o retículo sarcoplasmático)

- A própria proteína serve como ATPase

• Bomba de Prótons (H+)


- Células gástricas => HCl

- Tubos distais finais e ductos coletores corticais => liberar excesso de H+

• Energética do transporte ativo


- Secundário

• Cotransporte
- (Na+ e Glicose) => 2 sítios de ligação ocupados => alteração conformacional

- (Na+ e AAs) => mesmo mecanismo, com diferentes transportadores (5


subgrupos de AAs = 5 proteínas diferentes)

• Contratransporte
- (Na+ e Ca2+) => Na+ entra e Ca2+ sai, ao mesmo tempo que a bomba de Ca2+

PÁGINA 92
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- (Na+ e H+) => Na+ entra e H+ sai (túbulos renais), ao mesmo tempo da bomba
de H+, menos potente, mas carregando muitos prótons

• Transporte através de camadas celulares


- Atravessar toda uma camada de células, para chegar do lúmen ao conjuntivo

- Superfícies frentes ao lúmens permeáveis a Na+ e a água, Na+ entra na célula epitelial
por difusão e a água vai junto (carreando, portanto, substâncias consigo), do outro
lado, há osmose que levam a água e bombas que liberam Na+, no conjuntivo

P O T E N C I A I S D E M E M B R A N A E D E AÇ Ã O ( C A P. 5 )

- Física Básica dos Potenciais de Membrana

• Há uma força que induz o igualamento de concentrações de íons dentro e fora da


membrana. Entretanto, como íons possuem cargas, estas vão gerando um potencial para
onde se dirigem. No caso do K+, que é normalmente mais concentrado dentro da célula,
o cátion tende a sair, deixando, portanto, o lado de dentro mais negativo, o que atrai de
volta os íons, até que se atinge um equilíbrio. Neste equilíbrio, o potencial que impede a
difusão de íons é chamado Potencial de Nernst.

• A célula troca com o meio internos diversos íons (Na+, K+, Cl-, Mg2+), implicando
que cada um deles têm determinada participação no Potencial de Nernst, sendo mais ou
menos influentes de acordo com a sua permeabilidade em cada instante. O instante é
importante, pois proteínas canais podem abrir-se e se fechar, a depender dos estímulos
celulares, e tais ações geram diferenças na permeabilidade do íon em questão. Para
encontrar o potencial de membrana, considerando-se todos os íons, deve-se utilizar a
Equação de Goldman

- Medida do Potencial de Membrana

• Utilizam-se micropipeta e um voltímetro


- Potencial de Repouso das Membranas dos Nervos

• Bomba de Sódio e Potássio => eletrogênese de um íon positivo pra fora, contribuindo
para o potencial intracelular negativo

• Canais de Na+ e de K+ => permitem a passagem dos íons pelas porosidades existentes
na membrana. No repouso, o K+ passa com bem mais facilidade

PÁGINA 93
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Potencial de difusão do K+ => no repouso, há 35 vezes mais K+ dentro que fora,


gerando uma tendência química de saída de K+. Sendo assim, para que essa
concentração se sustente, um gradiente elétrico (causado pela presença dos outros íons)
deve gerar negatividade do lado interno da membrana. O log de 35 é 1.54, que
multiplicado por -61 resulta em -94mV dentro da fibra.

• Potencial de difusão do Na+ => acrescentando-se o Na+ na fibra nervosa, percebe-se


pouca modificação em relação ao potencial de difusão do K+, pois este é 100 vezes mais
permeável. Ainda assim, o potencial vai mudar para -86mV.

• Contribuição da Na+/K+ ATPase => levar um íon positivo a mais vai gereando um
potencial adicional de -4mV dentro da membrana

- Potencial de Ação dos Nervos

• Repouso => V = -90mV

• Despolarização => Canais de Na+ se


a b r e m = > i n fl u x o d e N a + ,
aumentando rapidamente o potencial

• Repolarização => Potencial muito


positivo => Canais de Na+ começam a
se inativar, e os canais de K+ se abrem
mais que o normal => potencial cai

• Canal de Na+ voltagem-dependente


=> potencial de membrana aumenta
=> comporta de ativação se abre => potencial aumenta e décimos de milésimos de
segundo se passam => comporta de inativação se fecha

• Canal de K+ => potencial sobe na despolarização => canais se abrem lentamente e ao


mesmo tempo em que os de Na+ se inativam => potencial cai

• Início do potencial de ação => estímulo inicial gera potencial que ultrapassa limiar de
excitação, e, depois, inicia-se um feedback positivo da abertura de canais de Na+, gerando a
despolarização

PÁGINA 94
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Propagação do Potencial de Ação

• Uma região tem a permeabilidade aumentada para o sódio => regiões adjacentes vão
também tendo sua permeabilidade aumentada em feedback positivo (na fibra nervosa,
chama-se impulso nervoso)

• A propagação se dá em todas as direções, sensibilizando toda a membrana

• Princípio do Tudo ou Nada => caso o potencial não ultrapasse o limiar, não ocorre de
forma alguma o potencial. Da mesma forma, caso ocorra o potencial de ação em alguma
região da fibra, ele será transmitido a toda a fibra

- Restabelecimento das concentrações inicias de Na+ e de K+

• Após vários impulsos nervosos, as concentrações desses íons nas fibras nervosas tende a
variar levemente. Sendo assim, algo precisa restabelecer o status inicial

• A bomba de Na+ e K+ é responsável por fazê-lo, tendo uma velocidade de atuação


diretamente proporcional à terceira potência da concentração de Na+ intracelular. Isto é,
caso [Na+] vá de 10 para 20, a velocidade da Na+/K+ ATPase octuplica

- Platô no potencial de ação cardíaco

• Havendo também a presença de canais Ca2+/Na+, após a despolarização (em spike),


estes canais lentos se abrem mantendo o potencial de ação por mais tempo

- Ritmicidade de Espontânea

• Algumas membranas possuem potencial de repouso maior, ficando mais próximo do


limiar de excitação. Sendo assim, qualquer pequeno estímulo excitatório induzirá o
potencial de ação

• Após a despolarização, a grande abertura de canais de K+ pode fazer com que o


potencial de ação se desloque até próximo de seu potencial de difusão (-90mV), mesmo
abaixo do potencial de repouso. Esse estado é chamado de hiperpolarização

• Durante a hiperpolarização, a membrana não consegue transmitir novo potencial de


ação, mas vai gradativamente voltando ao potencial de repouso, com o fechamento de
canais de K+ adicionais. Neste momento, a membrana volta a ser capaz de se excitar e
gerar novo potencial de ação

PÁGINA 95
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• A partir desse ciclo, pode-se inferir que haverá a ritmicidade, cujo período depende do
período de hiperpolarização gerado pelos canais de K+

- Transmissão na fibra nervosa (Condução saltatória)

• As células de Schwann envolvem o axônio com sua membrana depois gira várias vezes,
mas em suas voltas há a proteína esfingomielina, que é um ótimo isolante elétrico.
Sendo, assim, forma-se uma bainha de mielina percorrendo o axônio. Entre células de
Schwann sucessivas, há partes não isoladas: os nodos de Ranvier

• Sendo assim, o potencial de ação só precisa ocorrer nos nodos, fazendo com que a
corrente elétrica flua pelo meio extracelular,

- a) diminuindo o percurso a ser percorrido, reduzindo o tempo; e

- b) diminuindo a quantidade de íons necessária à transmissão do impulso

- Estímulos

• Estímulos externos podem gerar um aumento no potencial em pontos da membrana da


membrana (potenciais locais agudos), mas nem sempre conseguem gerar o potencial de
ação (potenciais subliminares agudos), pois não induziram que fosse alcançado o limiar de
excitação da membrana

• Após o potencial de ação, há um período em que nenhum estímulo, independentemente


da variação de potencial que se poderia causar, consegue gerar o potencial de ação, pois
os canais de Na+ ficam inativos até se chegar próximo ao potencial de repouso, no final
da hiperpolarização. Tal período é chamado período refratário

• Inibição “Estabilizadores” => algumas substâncias podem impedir a abertura de canais


de Na+, como o Ca2+ e os anestésicos locais (procaína, tetrocaína)

ORGANIZAÇÃO DO SNC, SINAPSES E


N E U R O T R A N S M I S S O R E S ( C A P. 4 5 )

- Plano Geral do Sistema Nervoso

• Unidade funcional básica = Neurônio = dendritos + corpo celular + axônio +


prolongamentos ——> sentido anterógrado

• Divisão = Receptores Sensoriais => neurônios aferentes => porção somática (medula
espinal, formação bulborreticular, tálamo, cerebelo e córtex)

PÁGINA 96
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Divisão = Efetores = músculos (estriados ou lisos) e glândulas


- Neuroeixo motor esquelético: medula espinal, formação bulborreticular, gânglios da base,
cerebelo e córtex motor

- Sistema Nervoso Autônomo

• Função integrativa do Sistema Nervoso


- 99% das informações que chegam são descartadas, para que sejam efetuadas respostas
mentais apropriadas

- Sinapses = há excitatórias e inibitórias

- Memória = após a repetição de um circuito neuronal do córtex, o mesmo caminho


passa a ser mais fácil de ser percorrido (facilitação). Assim, após várias repetições, as
sinapses estão tão facilitadas que se passa pela exatamente pelo mesmo circuito, dando
a impressão de se estarem experienciando as sensações originais

- Principais Níveis Funcionais do Sistema


Nervoso

• Nível Cortical: memória, coordenação do


subcortical

• Nível Subcortical: PA, respiração, reflexos


alimentares, padrões emocionais

• Nível Medular: funções altamente


organizadas, como marcha e reflexos

- Comparação a um computador

•Entrada => processamento


(entrada+memória) => saída

PÁGINA 97
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Sinapses do Sistema Nervoso Central


• Sinapse Elétrica
- Realizada através de junções comunicantes (gap),
estruturas tubulares proteicas que permitem o
movimento livre de uma célula para a outra
- Bidirecional, não havendo definição de qual
neurônio seja o pré-sináptico, fazendo com que
não haja inversão da informação (estímulos
excitatórios continuam excitatórios)
- As junções podem se fechar em pH ácido ou
mediante a presença de Ca2+
• Sinapse Química
- Botão sináptico (terminais pré-sinápticos) =
porções terminais do axônio do
neurônio que produz o
neurotransmissor (pré-sináptico)
- Unidirecional, havendo distinção entre
neurônios pré e pós-sinápticos para
cada botão
- Citomorfologia do botão: mitocôndrias e
vesículas exocíticas bastante presentes
- Reciclagem de vesículas ocorre com a
ajuda de uma cinesina (proteína de
transporte retrógrado) vs. dineína
(anterógrado)
- Mecanismo de liberação de
neurotransmissores:
1. O impulso nervoso é transmitido até o botão sináptico
2. São abertos canais de Ca2+ da membrana do botão
3. O Ca2+ se liga aos sítios de liberação, abrindo-os e descarregando vesículas
sinápticas
4. Neurotransmissores chegam à fenda sináptica
5. Receptores de membrana são sensibilizados
6. No caso de um receptor excitatório, é gerado um potencial pós-sináptico
7. O impulso nervoso continua a ser transmitido

PÁGINA 98
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Proteínas receptoras
• Organização geral = (1) Componente de ligação + (2) Ionotrópico ou Metabotrópico
• Canais Iônicos
- Proteínas de transporte ligante-dependentes, catiônicas (excitatórias, no caso do Na+
e do Ca2+) ou aniônicas (inibitórias)
• Sistema de segundos mensageiros
- Proteína G recebe neurotransmissor, liberando sua subunidade α, que pode:

1. Abrir canal iônico específico


2. Ativar enzimas => ATP -> AMPc ou GTP -> GMPc (alterações internas)
3. Ativar enzimas intracelulares
4. Ativar a transcrição gênica (ligado à memória de longo prazo)
• Efeitos inibitórios ou excitatórios
- Excitação
1. Abertura de canais de Na+
2. Fechamento de canais de K+ e de Cl-
3. Up-regulation de receptores excitatórios ou Down-regulation de inibitórios
- Inibição
1. Abertura dos canais de Cl- (entram)
2. Aumento da condutância de K+
3. Up-regulation de receptores inibitórios ou Down-regulation de excitatórios

PÁGINA 99
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Neurotransmissores
• Moléculas pequenas e Ação Rápida
- Geralmente se liga a canais iônicos catiônicos ou aniônicos
- As vesículas desses neurotransmissores, após liberarem seu conteúdo, passam um
tempo na membrana pré-sináptica e depois se invaginam de volta ao citoplasma
- Alguns neurotransmissores
• Aminoácidos
- GABA: sempre inibitório
- Glutamina: sempre excitatório
• Aminas
- Acetilcolina: gânglios da base, Mm. esqueléticos, SNA
- Norepinefrina: locus ceruleus da ponte, SNA
- Dopamina: em geral, inibitório
- Serotonina: inibidor de vias de dor
• Neuropeptídeos
- Produzidos no corpo celular, transportados pela dineína e sem reciclagem de vesículas
- Ação mais duradoura e mais potente, compensando sua menor quantidade
- E.g. dimorfina, encefalinas, somatotastina
- Eventos elétricos na excitação neuronal
• Concentrações de Na+, K+ e Cl-
- Na+ extra > Na+ intra (bomba de Na+)
- K+ intra > K+ extra (bomba de K+)
- Cl- extra > Cl- intra (bomba de Cl-)
• Líquido intracelular
- Alta condutividade => distribuição uniforme do potencial
interno
• Potencial Excitatório Pós-Sináptico (PEPS)
- Mudança no potencial causada por uma sinapse em um
receptor excitatório (canal de Na+) no sentido de
diminuir a negatividade da membrana
- A somação dos PEPS induz o início do potencial de ação
no segmento inicial do axônio, pois há maior quantidade de canais de Na+
- A propagação também ocorre na direção retrógrada, mas a baixa quantidade de canais
de Na+ no corpo celular e nos dendritos não gera potencial de ação facilmente

PÁGINA 100
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Eventos elétricos na inibição neuronal

• Potencial Inibitório Pós-Sináptico


- Mudança no potencial causada por
sinapse de abertura de canais de K+ e de
Cl-, fazendo K+ sair e Cl- entrar,
aumentando a negatividade da
membrana, isto é, induzindo um estado
de hiperpolarização

- Com o potencial mais negativo, torna-se mais difícil se ultrapassar o limiar de excitação

• Inibição pré-sináptica
- GABA induz a abertura de aniônicos, permitindo o Cl- entrar na célula, o que diminui
o efeito excitatório que seria transmitido pelo impulso nervoso de abrir os canais de
Na+. Sendo assim, impede-se a transmissão do impulso.

- Somação

• Somação Espacial
- PEPS de uma sinapse = [0.5,1]mV => não alcança limiar

- A alta condutância do líquido intracelular, faz com que o PEPS em um dendrito se


distribua por todo o corpo celular

- Sendo assim, caso várias sinapses ocorram em diferentes dendritos, os PEPS podem se
somar, gerando um PEPS ainda maior, que se torna cada vez mais próximo do limiar de
excitação

• Somação Temporal
- PEPS de uma sinapse = 15 ms

- Sendo assim, caso um mesmo botão sináptico descarregue repetidamente, os PEPS se


somam, gerando um PEPS ainda maior, na direção do limiar

• Somação simultânea de PEPS e PIPS


- Havendo, no mesmo neurônio pós-sináptico, a geração de PEPS e de PIPS, estes se
anularão parcial ou completamente, a depender da magnitude da somação de cada um

PÁ G I N A 101
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Facilitação
- Quando um PEPS não atinge o limiar, o potencial fica um pouco mais positivo, ainda
que não gere um potencial de ação. Dessa forma, potenciais subsequentes terão maior
facilidade para chegar ao limiar. Durante esse estado do PEPS, diz-se que o neurônio
está facilitado

• Dendritos
- Apesar de não gerar potenciais de ação, há correntes eletrotônicas nos fluidos dos
dendritos, propagando parte dos PEPS ou PIPS em direção ao corpo celular

- Condução decremental = devido ao grande comprimento dos dendritos, ao longo de sua


extensão, a corrente eletrotônica vai perdendo potencial pela saída de K+

• Frequência de disparo
- A depender da somação de PEPS e de PIPS ocorrendo em um neurônio pós-sináptico
em determinado instante, pode-se encontrar um estado excitatório (caso haja mais
excitação que inibição) ou um estado inibitório (caso haja mais inibição que excitação)

- Caso o estado excitatório esteja acima do limiar de excitação, o neurônio disparará


repetidamente, em frequência maior (logaritmicamente) quanto maior for o potencial.
Entretanto, à medida que o tempo em estado excitatório vai passando, a frequência de
disparo diminui (ocorre a fadiga), devido ao menor número de neurotransmissores
disponíveis

- Características especiais da transmissão sináptica

• Efeito do pH
- Quanto mais básico, maior a excitabilidade neuronal. Sendo assim, um alto pH pode
induzir ataques epilépticos (que só param após a fadiga)

PÁGINA 102
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Quanto mais ácido, menor a excitabilidade neuronal. Sendo assim, um baixo pH pode
induzir o coma

• Hipóxia
- Pode provocar a completa ausência de excitabilidade em neurônios. 3 a 7s de hipóxia
podem ser suficientes para levar à inconsciência

• Fármacos
- Podem diminuir ou aumentar a excitabilidade neuronal, induzindo estados excitatórios
ou inibitórios, bloqueando ou abrindo canais iônicos

• Retardo sináptico
- O tempo mínimo para que ocorra a descarga de neurotransmissores na fenda sináptica,
a difusão para a membrana pós-sináptica, a ação do neurotransmissor na membrana, a
ação do receptor e a difusão de sódio para dentro da célula

COMUNIC AÇ ÃO, INTEGRAÇ ÃO E HOMEOSTASE


( S I LV E R T H O R N , 5 ª . E D C A P. 6 )

- Comunicação célula-célula
• Junções comunicantes
- Proteínas (conexinas) ligam-se formando um conexon
- Permite a troca de íons e pequenas moléculas
- Permite a sinapse elétrica
• Sinais dependentes de contato
- Interação entre duas membranas
- Diapedese, sistema imunitário (plasmócito e macrófago)
• Comunicação local
- Ocorre através da difusão no espaço intercelular
- Parácrina: sensibilizar célula próxima
- Autócrina: sensibilizar a si mesma
• Comunicação a longa distância
- Sistema Endócrino: hormônios

PÁGINA 103
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Sistema Nervoso (neurócrina)


• Neurotransmissor = comunicação rápida em estreito espaço extracelular
• Neuromodulador = comunicação lenta através do espaço extracelular
• Neuro-hormônio = difusão da substância para o sangue
• Citocinas
- Peptídeos reguladores produzidos por todos os tipos de célula nucleada
- Comunicação autócrina, parácrina e hormonal

- Vias de sinalização
• Padrão geral de sinalização
- Molécula sinalizadora —> proteína receptora —> moléculas sinalizadoras
intracelulares —> proteínas alvo —> resposta
• Interferência da polaridade das moléculas sinalizadoras
- Hidrofóbicas: conseguem atravessar a membrana, para se ligarem a receptores
citosólicos ou nucleares. Geralmente, induzem a síntese de novos RNAm (tempo de
resposta mais lento)
- Hidrofílicas: não entram, ligando-se a receptores de membrana, ativando cascatas
enzimáticas (tempo de resposta mais rápido)
• Transdução de sinal
- Conversão e amplificação da informação da
molécula sinalizadora extracelular em
resposta
- Amplificação de sinal
1. Sinalizador extracelular se liga
2. Receptor ativa cinase ou amplificadoras
(AMPc)
3. A m p l i fi c a d o r a s a t i v a m s e g u n d o s
mensageiros
4. Segundos mensageiros abrem canais,
aumentam Ca2+ ou alteram fosfatases
5. Fosfatases alteram enzimas metabólicas,
transportadores, regulação gênica e
atividade muscular

PÁGINA 10 4
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

• Receptores de membrana
- Ionotrópico = Canal iônico
- Metabotrópicos
• Receptores enzimáticos
- Região receptora ativa região enzimática
- GTP -> GMPc; ou
- Cinase fosforila proteína
• Receptores ligados à proteína G
- Proteína G libera sua subunidade α, que pode
• Via de AMPc
- Ativar adenilato ciclase
- Gerar AMPc
- Ativar PK-A
- Fosforilar proteínas
- Gerar resposta
• Segundos mensageiros
- Ativar PL-C
- Converte fosfolipídios em:
• DAG -> ativa PK-C -> fosforila proteínas
• IP3 -> abre canais de Ca2+ do RE

• Integrinas
- Geram alterações no citoesqueleto, através de proteínas de ancoragem

PÁGINA 105
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

SISTEMA NERVOSO AUTÔNOMO E MEDUL A ADRENAL


( C A P. 6 0 )

- Organização Geral do Sistema Nervoso Autônomo

• Sistema Nervoso Simpático (“Fight or flight”)


- Cadeia de gânglios paravertebrais

- Origem toracolombar (T1 a L2)

- Neurônio pré-ganglionar colinérgico (curto)

- Neurônio pós ganglionar adrenérgico (longo)

• Sistema Nervoso Parassimpático (“Rest and digest”)


- Gânglios nas paredes dos órgãos-alvo

- Origem crânio-sacral, principalmente N. vago (X)

- Neurônio pré-ganglionar colinérgico (longo)

- Neurônio pós-ganglionar colinérgico (curto)

- Características Básicas

• Mecanismos de liberação de neurotransmissores


- Neurônios pós-ganglionares têm, próximo a onde tocam
seus tecidos-alvo, dilatações bulbosas chamadas
varicosidades
- Varicosidades = produzem os neurotransmissores
(acetilcolina ou epinefrina), havendo grande quantidade de
mitocôndrias, nas junções neuroefetoras
• Receptores nos órgãos efetores
- Excitação ou inibição por canais iônicos
• Abertura de Na+ para excitação, abertura de K+ ou de Cl- para inibição
- Segundos mensageiros
• Norepinefrina + receptor => ativa adenil ciclase => forma AMPc => efeitos
• Tipos de receptores

PÁGINA 106
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Muscarínicos = Tecidos-alvo
- Nicotínicos = Gânglios e Mm. esqueléticos
• Ações excitatórias e inibitórias da estimulação simpática e parassimpática
- Para se descobrir o efeito em cada órgão, deve-se pensar no que é benéfico para cada
situação
• “Fight or flight" = Luta ou fuga = estimulação do simpático implica em maior
frequência cardiorrespiratória, dilatação dos brônquios, diminuição do peristaltismo,
dilatação da pupila, vasoconstrição no TGI, vasodilatação em músculos, aumento da
sudorese, aumento da glicemia, contração do esfíncter da uretra
• “Rest and digest” = Descansar e digerir = estimulação do parassimpático implica em
menor frequência cardiorrespiratória, aumento do peristaltismo, contração da pupila,
vasodilatação no TGI, contração das glândulas, vasoconstrição em músculos

- Funções das Medulas Adrenais


• Produzem epinefrina e norepinefrina, que são jogadas no sangue durando mais tempo
que o resto das estimulações no sistema nervoso simpático, pois permanecem no sangue
por 2 a 4 minutos
• A epinefrina e a norepinefrina também atuam nos tecidos-alvo que recebem fibras
simpáticas diretas, aumentando a ação simpática e permitindo que, caso fossem
inviabilizadas as fibras diretas, o sistema simpático continuasse a agir
• Outro papel importante da epinefrina e da norepinefrina é o aumento do metabolismo
de todas as células com quem entram em contato

- Tônus simpático e parassimpático


• Estão continuamente ativos, mas o tônus de apenas um pode regular a estimulação de
um órgão. Exemplos:
- Os vasos normalmente estão constritos até metade do diâmetro máximo. Diminuindo
o tônus simpático, os vasos se dilatam; aumentando-o, constringem-se
- No TGI, o parassimpático mantêm os movimentos peristálticos. A retirada cirúrgica do
parassimpático gera atonia gástrica e intestinal graves, bloqueio da propulsão GI e
constipação séria

PÁGINA 107
G U I A D E S O B R E V I V Ê N C I A AO S I S T E M A N E RVO S O - FÁ B I O S E R R A - 2 018

- Estimulações discreta e geral dos órgãos

• Sistema Nervoso Simpático = geralmente descarrega em massa, como resposta de alarme ou


como resposta de estresse a determinadas situações, fazendo o animal escolher
imediatamente entre parar e lutar ou fugir, por exemplo

• Sistema Nervoso Parassimpático = geralmente as respostas são discretas, de forma que as


vias aferentes se comunicam com a medula, gerando respostas diretas, sem que todo o
sistema seja ativado. Entretanto, há respostas que geralmente são ativadas em conjunto,
como os relaxamentos retal e uretral ou a contração de glândulas e o peristaltismo

• Controle pelos centros autônomos no encéfalo = a ativação de determinados centros pode gerar
resultados simpáticos ou parassimpáticos, para aumentar a PA ou diminuir salivação e
movimentos do TGI

- Fármacos do Sistema Nervoso Autônomo

• Os fármacos podem agir estimulando ou bloqueando o sistema simpático ou o


parassimpático, ou ambos

- Epinefrina/Norepinefrina = Estimulam todo o sistema nervoso simpático por 1 a 2


minutos

- Hexametônio = bloqueia receptores nicotínicos (todo o SNA, exceto TGI, e não


ultrapassa barreira hematoencefálica)

PÁGINA 108

Você também pode gostar