Gerência de Projeto
Gerência de Projeto
Gerência de Projeto
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SUMÁRIO
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NOSSA HISTÓRIA
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1. INTRODUÇÃO
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SAIBA MAIS!
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2. O QUE É UM PROJETO?
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SAIBA MAIS!
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de projetos é uma chave do sucesso para qualquer corporação em ambiente
competitivo e inovador.
Gestão de projetos inclui:
Identificação das necessidades.
Estabelecimento de objetivos claros e alcançáveis.
Balanceamento das demandas conflitantes de escopo, tempo, custo e
qualidade.
Balanceamento dos objetivos do projeto em face de diferentes prioridades e
expectativas das partes interessadas.
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Figura 1: Categorias de projeto: complexidade e incerteza.
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Outra classificação comum de projetos é quanto à natureza do cliente, se
interno ou externo. Projetos internos são normalmente projetos de investimento na
própria organização executora, ou que envolvem melhorias organizacionais, como,
por exemplo, a expansão de uma linha de produção. Projetos externos normalmente
envolvem uma venda a um cliente, como, por exemplo, a realização de obras públicas
ou privadas em geral por parte de uma empreiteira.
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papel significativo na definição do escopo inicial, podendo também continuar relevante
em outras fases do projeto, por exemplo, autorizando mudanças significativas de
escopo, prazo e custo. Em algumas organizações o patrocinador é quem primeiro faz
contato com o cliente ou capta o projeto, e pode manter essa função de comunicação
durante o transcorrer do projeto.
O cliente do projeto é o receptor dos produtos e serviços gerados no projeto. O
cliente pode ser o usuário direto do produto ou pode repassá-lo a outros usuários. O
cliente pode ser interno ou externo à organização executora.
O gerente do projeto é a pessoa designada pela organização executora para
liderar a equipe e coordenar a utilização dos recursos disponibilizados ao projeto no
sentido de alcançar seus objetivos. É o responsável mais direto pelo sucesso do
projeto.
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3. PLANEJAMENTO E SUCESSO DE UM PROJETO
Há um adágio popular que diz: “Se você falha em planejar, você planeja o
fracasso.” Em muitos projetos existe uma preocupação maior em iniciar a execução
do trabalho em detrimento do planejamento. O pouco esforço de planejamento inicial
leva ao início de uma execução mais cedo, mas posteriormente observam-se
problemas e erros, necessidade de retrabalho e riscos que se materializam,
aumentando a carga de trabalho e possivelmente levando a atrasos, estouros de
orçamento e insatisfação geral das partes envolvidas.
A falta de planejamento, ou a sua inadequação, é sem dúvida um dos fatores
mais comuns para o insucesso de projetos. Há diversos estudos que apontam a taxa
de insucesso de projetos variando entre 30% a 80% conforme a área de aplicação.
Em qualquer caso é uma taxa muito elevada, considerando que cada vez mais há
muitos recursos e interesses envolvidos na execução de projetos, tanto na esfera
pública quanto na privada. Outros fatores de insucesso comuns em projetos são:
Falta de patrocínio (isto é, de alinhamento estratégico, apoio da organização
executora etc.);
Planejamento falho/insuficiente (ideia que planejar é perda de tempo);
Escopo e requisitos mal definidos;
Estimativas imprecisas (em termos de prazo, custo, necessidade de recursos,
produtividade dos recursos);
Otimismo excessivo (expectativas não realistas em termos de custo, prazo,
recursos etc.);
Mudanças descontroladas no escopo;
Comunicação ineficaz entre a equipe, o gerente e demais partes interessadas;
Falta de liderança adequada aos desafios envolvidos no projeto;
Resistência a mudanças mesmo quando há sinais de problemas (relacionada
com uma gestão ineficiente dos riscos do projeto);
Recursos humanos do projeto assinalados para atividades inadequadas para
seu perfil de personalidade ou de competência.
Toda essa ênfase em planejar deve ser acompanhada de um esclarecimento.
Considere duas visões contraditórias do planejamento:
“Projetos nunca são executados como planejados.” (Tim Lister, autor em
gestão de projetos);
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“Se eu tivesse 6 horas para derrubar uma árvore, gastaria 4 horas afiando o
machado.” (Abraham Lincoln);
A questão que se coloca, portanto, é: o que envolve exatamente planejar?
Quanto esforço deve ser dedicado ao planejamento? Em linhas gerais, o
planejamento responde às duas perguntas fundamentais de um projeto:
O que precisamos fazer? (produtos a serem entregues e respectivos requisitos)
Como podemos fazer? (solução técnica)
Para responder a tais perguntas precisamos definir quem é quem no
planejamento:
Quem tem autoridade para definir requisitos?
Quem tem autoridade para definir a solução?
Quem tem autoridade para definir os recursos necessários?
As respostas a essas perguntas são, o planejamento como um processo no
qual confluem pelo menos três visões sobre o projeto: a visão do empreendedor (ou
patrocinador), a visão do cliente (ou usuário) e a visão da equipe técnica e executiva
do projeto (gerente do projeto, engenheiros, programadores e demais profissionais
envolvidos com a execução do projeto). Cada um deles aporta uma perspectiva
diferente que deverá ser harmonizada, resultando em um ou mais documentos
chamados coletivamente de “plano do projeto”. O plano de um projeto em geral inclui
documentos técnicos, gerenciais e legais que juntos descrevem os objetivos e
requisitos, a solução a ser empregada e os recursos disponibilizados, dentre outras
informações.
Para a definição do plano do projeto, normalmente, os requisitos do projeto são
prioritariamente definidos pelo cliente; a solução técnica, pela equipe executiva e os
recursos, pelo patrocinador ou empresário. Idealmente, algum grau de harmonia e
compromisso entre os “desejos” de cada parte deveria haver para viabilizar o projeto.
Em geral, a perspectiva empresarial inclui aspectos de mercado, da
concorrência, janelas de oportunidade, incluindo objetivos de negócio, tais como
margem de lucro. A perspectiva do cliente inclui requisitos de qualidade, as funções
desejadas para o produto e o nível de desempenho esperado. A perspectiva
executiva-técnica envolve possibilidades de solução técnica, restrições tecnológicas,
regulatórias, de prazo e custo, e como elas interagem com as outras duas
perspectivas.
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Portanto, o plano do projeto será formado por um conjunto de documentos
gerenciais e legais que refletem o entendimento cliente-patrocinador-gerente sobre o
objetivo e produtos a serem entregues (por exemplo, na forma de uma proposta
comercial detalhada). Mas, além disso, o plano do projeto também inclui documentos
que serão de uso mais estrito da equipe executora, tais como o detalhamento do
escopo, do cronograma interno de execução de atividades, dos mecanismos de
controle de custos e da qualidade, dentre outros. Há, portanto, uma dimensão
“orientada ao cliente” do plano do projeto e uma outra mais “orientada à equipe”. O
patrocinador normalmente faz a interface entre o cliente e a equipe, sem, no entanto,
ser um obstáculo à boa comunicação entre aqueles.
Tudo isso elucidado, cabe ainda esclarecer outro aspecto fundamental: como
iremos lidar com mudanças no plano? Sim, porque embora tenhamos um plano, isso
não significa que não poderá haver mudanças. Pela própria natureza de um projeto
(seu aspecto de ineditismo, resultado único), ele possui incertezas, em maior ou
menor grau. É por isso que um dos aspectos muito estudados atualmente em gestão
de projetos é o gerenciamento dos riscos. Nesse sentido, o plano do projeto não é
estático. Havendo necessidade de alterações, isso será feito mediante aprovação das
partes interessadas, embora com todo o cuidado para o registro adequado dessas
alterações e com uma avaliação criteriosa dos impactos cruzados nos demais
aspectos gerenciais do projeto (por exemplo, custo e prazo adicional, possíveis
impactos na qualidade etc.). Oportunamente discutiremos como essas mudanças
podem ser adequadamente propostas e controladas.
Uma analogia que se pode fazer é com a de um vôo aéreo comercial entre duas
cidades bem definidas. Embora a rota inicial seja estabelecida com precisão e seja,
em geral, seguida durante o vôo, ocorrências inesperadas, como o fechamento do
aeroporto de destino devido ao mau tempo, obrigarão os pilotos a desviarem a rota
para um destino alternativo, tendo eles o devido cuidado de recalcular o tempo de vôo
de acordo com o combustível disponível.
Uma das fontes mais comuns de solicitação de mudanças nos planos originais
de um projeto vem da revisão de estimativas feitas nos estágios iniciais e que são
refinadas à medida que novas informações se tornam disponíveis. Os planos de um
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projeto (escopo detalhado, cronograma, orçamento etc.) são elaborados em função
das informações disponíveis no momento. Esses planos devem refletir com exatidão
a situação do projeto naquele momento e isso varia de acordo com a natureza do
projeto (reveja a discussão anterior sobre a classificação de um projeto quanto à
incerteza e complexidade).
A exatidão de um cronograma de projeto está relacionada com a maneira
correta de organizar as atividades, levantando suas dependências e realizando
estimativas tão boas quanto as informações disponíveis permitirem. É importante,
porém, que o gerente de projetos torne claro às partes interessadas o nível de
precisão do planejamento atual, para evitar falsas expectativas. Em qualquer caso,
espera-se que a precisão do planejamento e das estimativas envolvidas evolua no
sentido de tornarem-se cada vez mais próximas dos valores reais conforme o projeto
avança no tempo.
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SAIBA MAIS!
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4. HABILIDADES DO GERENTE DE PROJETOS
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Sobre os conhecimentos técnicos na área de execução do projeto, é um fator
desejável, mas não obrigatório. Esse nível de conhecimento deve ser maior na equipe,
na realidade. A situação contrária é mais arriscada: quando o GP é expert na área
técnica, mas não tem experiência em gestão de projetos, pode focar demasiadamente
em questões técnicas e pôr o projeto a perder. A competência técnica pode, em tese,
ser delegada para um líder técnico do projeto.
Nesse ponto, há um debate na comunidade de prática de gestão de projetos.
O que é mais importante no perfil de um GP: o conhecimento técnico ou a experiência
em gestão? Idealmente, seria uma combinação das duas habilidades, mas na prática
o que é priorizado? São perguntas cujas respostas ainda não são consensuais e
variam em diferentes setores de aplicação. Em tese, o conhecimento sobre gestão de
projetos habilita o gestor a lidar com projetos de qualquer área de aplicação, visto que
não é exigido do GP atuar diretamente no trabalho técnico do projeto. No entanto, é
difícil dispensar por completo a importância da especialização técnica. Em alguns
casos, isso tem força de lei (um engenheiro civil responsável legal por uma obra). Mas,
mesmo quando isso não ocorre, o GP precisará se cercar de profissionais
competentes, e isso se torna mais fácil quando já se tem alguma vivência naquela
profissão e se conhecem os profissionais daquele setor.
Outra pergunta que se pode fazer é: qual o peso das habilidades interpessoais
em comparação com conhecimentos formais em gestão de projetos? Seria mais
importante um gerente com profundo conhecimento de uma metodologia de gestão
ou outro com visíveis habilidades de liderança e motivação? Nesse caso a resposta é
mais clara. Pesquisas sólidas sobre o desempenho de gestores de projetos mostram
que as duas competências são importantes e desejadas, havendo uma leve vantagem
para as competências interpessoais que podem fazer a diferença em projetos com
dificuldades ligadas a pessoas (equipe sub dimensionada, por exemplo) e partes
interessadas (como, por exemplo, diante de conflitos e diferenças de opinião).
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5. PARTES INTERESSADAS
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considerando suas expectativas no planejamento do projeto e as envolvendo em sua
estratégia de comunicação. Isso poderá poupar-lhe tempo em futuros conflitos e
contestações judiciais.
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Cada vez mais se reconhece que vivemos numa era colaborativa na qual a
simples imposição de força não leva a resultados extraordinários no ambiente das
organizações.
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6. CICLOS DE VIDA
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7. PLANEJAMENTO DE CUSTOS
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situações, o patrocinador e o cliente serão responsáveis pela aprovação do
orçamento.
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antes de começar a estimativa, necessitando de tempo da equipe para decompô-lo
em partes menores.
Vale ressaltar que, em geral, o processo de estimar custos unitários está menos
sujeito a imprecisões que o de estimar as durações de tempo. O valor da hora de um
programador, por exemplo, pode ser diretamente negociado com ele durante a fase
de iniciação ou planejamento. Outros preços de materiais e equipamentos podem ser
pesquisados na Internet ou em bases de dados de custos. Já a estimativa das
durações das atividades depende de uma prévia avaliação do esforço envolvido nela
e da produtividade dos recursos empregados. Esses parâmetros podem ser mais
difíceis de estimar, especialmente em equipes imaturas ou em trabalhos de natureza
intelectual.
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8. EXECUTANDO E CONTROLANDO O PROJETO
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Fazer a avaliação e registro de mudanças propostas ou necessárias à
continuidade do projeto.
O GP deve estar atento às mudanças propostas ao projeto e realizar somente
aquelas que são benéficas e acordadas entre as partes interessadas. O gerente de
projeto deve evitar tomar decisões sobre mudanças no projeto de forma isolada,
devendo consultar as partes interessadas sempre que a mudança represente
alterações em objetivos do projeto e da gestão do projeto, nos seus requisitos, ou viole
alguma restrição.
Em alguns projetos é formado um comitê de controle de mudanças, definido
ainda na fase de planejamento. As mudanças devem ser sempre aprovadas por esse
comitê. Em qualquer caso, mesmo em projetos mais simples, recomenda-se que as
mudanças aprovadas sejam documentadas com análise de impacto sobre o prazo,
custo, qualidade e riscos.
O termo comitê de controle de mudanças pode sugerir algo complexo e formal.
De fato, para projetos complexos ou de grande porte, o comitê de controle de
mudanças pode ser formalizado em contrato, no qual as decisões são tomadas até
por maioria de votos! No entanto, para os projetos pequenos e corriqueiros, esse
comitê nada mais é que o próprio time do projeto, junto do GP, e, possivelmente, de
um patrocinador e de um representante do cliente.
O mais relevante é que mudanças nunca devem ser tratadas informalmente ou
arbitrariamente. Deve haver algum tipo de documentação e aprovação, por mais
simples que seja o processo (até mesmo o arquivamento de um e-mail aprovando a
mudança por parte do cliente já é suficiente em projetos mais simples). O objetivo é
sempre certificar-se de que os impactos no planejamento original do projeto foram
avaliados e informados a todas as partes interessadas relevantes. Em seguida, os
documentos de planejamento do projeto são atualizados conforme a necessidade.
Para fazer o controle de mudanças no projeto sugere-se coletar pelo menos as
seguintes informações: tipo de mudança, descrição da mudança (de/para), justificativa
(para a mudança proposta), impactos previstos em: custo, prazo, escopo, qualidade,
riscos; quem solicita, quem aprova; prazo para avaliar e para implementar.
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9. GESTÃO DOS RISCOS
SAIBA MAIS!
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Isso posto, podemos propor uma definição de gerenciamento de riscos:
Gerenciar riscos é estruturar a incerteza inerente a qualquer projeto em partes
identificadas, que possam ser analisadas e monitoradas, para que respostas
adequadas sejam definidas e executadas.
No gerenciamento de riscos, portanto, tenta-se levantar, previamente à fase de
execução do projeto, riscos relevantes que possam causar dificuldade ao projeto.
Esses riscos identificados serão objeto de uma análise mais profunda. Há que se
reconhecer também que somos incapazes de identificar todos os riscos possíveis.
Haverá sempre riscos desconhecidos cujo tratamento toma outro caminho baseado
em reservas, tema que exploraremos mais à frente.
Modernamente, a palavra risco também é associada a oportunidade, tendo,
portanto, conotação também positiva. Embora culturalmente associemos risco a
perigo, catástrofe ou outro resultado indesejável, devemos definir risco, formalmente,
como também incluindo ganhos e benefícios tangíveis inesperados ou incertos. De
toda forma, com o objetivo de tornar a exposição do assunto mais clara, iremos adotar
a conotação negativa de risco na sequência do texto, salvo quando explicitado em
contrário. Oportunamente discorreremos sobre os riscos positivos, completando a
exposição mais ampla desse conceito.
Outra definição, obtida do Padrão de Gerenciamento de Riscos do PMI (Project
Management Institute), e que inclui de forma mais explícita os riscos positivos, nos
informa que gerência de risco é: o conjunto de processos cujo objetivo é reduzir a
probabilidade e impacto de eventos negativos para o projeto, bem como aumentar a
probabilidade e impacto de eventos positivos. Objetiva identificar e priorizar riscos
antes de suas ocorrências, provendo planos de ação para os gerentes.
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10. ENCERRAMENTO DE PROJETOS
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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VERZUH, Eric. The fast forward MBA in project management. 3. ed. New Jersey: John
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