Aula Ideal e Professor Ideal.

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Introdução

A educação é bastante estudada, pesquisada e comentada, por ser de extrema


importância na vida de uma pessoa, pois, através do conhecimento e de estudos, o
indivíduo possuirá atributos para se desenvolver socialmente.

O processo de ensino-aprendizagem existe pela relação entre os itens básicos no


ambiente educacional, a instituição, o professor, o aluno e o assunto discutido em sala.
No ensino, as actividades são voltadas ao professor, referente às suas qualidade e
habilidades, porém, quando se fala em aprendizagem está voltado ao aluno, em suas
capacidades, oportunidades, possibilidades para que aprenda

Aula
Do lat. aula, gr. aulé, palácio, sala onde se recebem lições, classe, lição.
Antigamente, seriam os locais para onde os discípulos eram conduzidos para que
recebessem o conhecimento.

Popularmente a palavra ‘’’aula’’’ pode ser usada para referir diversos objectos:

 O local que contém os meios (livros, mesas, quadro-de-giz, e outros) e pessoas (alunos e
professores) necessários à realização da aula;
 O período estabelecido em que aluno e professor dedicam-se ao processo ensino-
aprendizagem na escola;
 O momento em que dedica-se à aquisição de algum conhecimento, ou simplesmente a
execução de alguma tarefa coordenada.
A aula é o horário de estudo de uma turma na escola e/ou instituição académica, em
que se pretende um processo de aprendizagem.

Pode ocorrer dentro ou fora de escolas e academias, como em aulas de ginástica,


música, culinária, teleaulas (como filmes), aulas particulares, entre outras.

2.1.1 Aula ideal


Aula ideal – é aquela em que há troca de ideias, com textos prévios disponibilizados
pelo professor, para debate e o aprofundamento dos argumentos.

Depois do debate, uma prova que não se remeta a conceitos prontos e fechados, mas
que dê amplitude para o aluno alcançar voos.

As aulas, como forma de organização do ensino, podem ser vista na forma de série
que vai desde as estruturalmente simples até as complexas; nas aulas mais complexas
se incluem unidades estruturais mais simples.
De acordo com Libâneo (1990), em qualquer tipo de aula, deve existir a preocupação
de verificação das condições prévias, bem como de orientação dos estudantes para a
consecução dos objectivos previstos, de consolidação e de avaliação.

2.1.1.1 Importância da aula ideal


Uma aula ideal é aquela que usa métodos que favorece o protagonismo dos
estudantes, facilita e estimula a interacção dos estudantes entre si e com o professor.

O professor numa aula ideal assume papel de facilitador da aprendizagem e não de


“enciclopédia ambulante” e ao mesmo tempo ajuda os estudantes a usufruir do seu
direito de participação (enquanto direito do homem e mulher).

A aula ideal adopta o estilo de educação democrática, pois os alunos interagindo com
seus colegas fazem a experiência de negociação de ideias, de renuncia das próprias
ideias, para aderir as ideias dos outros quando è necessário, valorizando assim a
complementaridade e sentirem-se sujeitos activos e responsáveis do próprio processo
de aprendizagem.

2.1.1.2 Características de uma aula ideal


Conhecimento e respeito pelas regras
Se todos falarem ao mesmo tempo, sem qualquer ordem imposta pelo professor no
decorrer da aula, ninguém se entenderá e a aula ficará extremamente confusa.

Os alunos devem saber, desde início, quais as regras da sala de aula, bem como o que
é e não é aceitável – nomeadamente o respeito pelo professor e pelos colegas – e
saber esperar a sua vez de falar

Neste contexto, o professor deve ser uma figura de autoridade, não imposta mas
reconhecida de forma natural pelos alunos, devido à conduta que adopta nas suas
aulas.

Ambiente agradável
O ambiente de uma sala de aula deve ser agradável e todos se devem sentir bem,
alunos eprofessores.

Um bom ambiente de sala de aula deve primar pela motivação. Todos devem, então,
estar motivados, a começar pelo professor. Um pedagogo que não se entusiasma por
aquilo que está a ensinar, também não motivará os seus alunos, os quais, por sua vez,
também devem buscar, dentro de si, a motivação que precisam para encarar todas as
aulas de forma positiva.

Organização
A aula deve ter uma estrutura definida e uma organização visível.
Desta forma, todos osconteúdos e actividades devem estar encadeados de forma
lógica. Paralelamente, a sala deaula deve dispor de materiais eficientes, que tornem a
aprendizagem mais dinâmica,permitindo um acesso rápido aos mesmos.

Inovação na abordagem dos conteúdos


O professor deverá ser inovador na abordagem das mais variadas matérias, de modo a
cativar os seus alunos para o estudo na sala de aula.

Há, decerto, várias estratégias diferentes que podem usar, de modo a que as suas
aulas não se tornem monótonas.

2.2 Professor
A carreira de um professor engloba uma gama de deveres a serem cumpridos, é
necessário então, que o mesmo perceba a importância de se preocupar com a
qualidade de sua docência. Para que isso aconteça, o professor deve se auto avaliar
em todos os dias de seu trabalho, tendo em vista o controle e o conhecimento sobre
sua missão, suas características e sua didáctica.

Missão (Aprimoramento de suas actividades)


Cortez (2003), apoiado em Liberali (1999) nos demonstra estas quatro acções.

Segundo o autor, o momento de descrever, consiste no ato do professor relatar por


escrito suas acções em aula, aqui, conseguirá de maneira eficaz fazer uma autocrítica
de suas estratégias e objectivos traçados para certo conteúdo.
No que diz respeito a informar, o autor relata que nesta etapa o professor vai em busca
de teorias para embasamento e fundamentação da aula planejada. “A maneira como
ensino demonstra qual a relação de poder existente na sala de aula” .
O confrontar consiste em uma análise sobre postura e atitudes nos momentos do ato
de ensinar, assim, o professor poderá chegar à conclusão se está de maneira correta,
proporcionando ou não, o conhecimento e crescimento de seu aluno.
De acordo com Cortez (2003), a acção de reconstruir, é a consciência de que o
professor nunca está totalmente preparado em todos os aspectos que engloba sua
missão, é reconhecer que uma evolução de suas qualificações é de extrema relevância
para a sua profissão.

 2.2.1 Conceitos do Professor Ideal


Professor ideal é aquele que, além de professor, também é um amigo dentro da sala de
aula. Um professor que aconselha e que tenta passar o conteúdo da melhor forma
possível.

É aquele que tem a maior paciência do mundo e entenderia quando o aluno não
compreende um conteúdo difícil. Um professor que faça uma avaliação e que procure a
opinião dos alunos sobre as aulas.
É aquele que passa o conteúdo de forma objectiva e que usa a interacção com os
alunos, ele que não cria barreiras, que permite a aproximação para que haja diálogo.

O professor ideal é aquele que tem compromisso com os alunos, que passa o conteúdo
com amor. Que traga conhecimento além do conteúdo programado. Não aquele que
chega na aula e despeje a matéria. Que seja flexível e traga conhecimento para a vida
da gente.

 2.2.2 Características do Professor Ideal


Conhecimento e domínio de conteúdo – Ter conhecimento da teoria do assunto que está
leccionando; Ter conhecimento da prática do assunto que está leccionando; Saber
fazer a ligação entre a teoria e a prática; Ter domínio do conteúdo que está ensinando
Clareza nas explicações, didácticas e preparo de conteúdo – Capacidade de explicar
(didáctico); Ser claro nas explicações; Vir preparado para todas as aulas (conteúdo pré-
definido); Capacidade de despertar o interesse dos alunos pelo conteúdo.
Relacionamento entre os académicos e os docentes e a tecnologia em meio ao ensino
superior – Ter entusiasmo para transmitir o conteúdo;Ser dinâmico nas aulas; Ser
atencioso com os alunos; Ser acessível aos alunos; Ser amigável com os alunos; Ser
respeitoso com os alunos; Ser compreensivo com os alunos; Ser simpático com os
alunos; Ser dedicado a profissão;
Ser exigente; Ser paciente; Ser prestativo; Ser desafiador; Preparar bem o material
utilizado nas aulas; Ser organizado; Dar Feedback (resposta) das notas rapidamente;
Utilizar recursos como vídeos ou músicas em sala de aula; Utilizar o conteúdo da
internet (indicar sites, blogs, etc.); Utilizar correio electrónico para se comunicar com os
alunos; Permitir os alunos utilizar computadores na sala de aula (Notebook);
Utilizar softwarespara dinâmicas (planilhas electrónicas, softwares contábeis).
Atributos pessoais dos docentes – Ter beleza física;Ser asseado (bem vestido, cabelo
penteado, sempre arrumado); Ter tom de voz agradável; Ter letra legível ao escrever
no quadro e nas correcções por ele feitas.

2.2.3 Desafio para um bom professor


Numa das suas obras, Edgar Morin (1999) define sete saberes necessários para o
futuro, ou seja, sete desafios para a Educação do futuro, afirmando que estes se
deveriam “tratar em qualquer sociedade e em qualquer cultura, sem excepção nem
rejeição, segundo os costumes e as regras próprias de cada sociedade e de cada
cultura.”

Esses saberes são (MORIN, 1999, pp. 16-21):

1. “As cegueiras do conhecimento: o erro e a ilusão”, dar aos alunos, uma nova visão sobre o
conhecimento, mostrando que é um produto de construção psíquica e social;
2. “Os princípios de um conhecimento pertinente”, abordando a necessidade de um saber
interdisciplinar; ´
3. “Ensinar a condição humana”, valorizando a diversidade de expressões humanas salientando a
unidade que persiste na condição humana apesar das suas diferenças;
4. “Ensinar a identidade terrena”, ensinar a História da Humanidade e a sua identidade;
5. “Afrontar as incertezas”, abandonando concepções deterministas do saber, promovendo a
reflexão sobre diversas possibilidades;
6. “Ensinar a compreensão”, considerada como meio e o fim da condição humana e da Educação;
por fim, “
7. “Ética do género humano”, formar pessoas para que conheçam a sua sociedade local e
nacional, mas também o mundo em geral e a importância do exercício da plena cidadania.

2.2.3.1 Desafios intrínsecos


Os desafios intrínsecos são destaques:

 Indisciplina e falta de interesse (motivação) dos alunos, reflexo de contextos social e familiar
onde vivem, causas emocionais, falta de perspectivas sobre a escola etc.;
 A falta de apoio familiar, ligada às diferentes formas e contextos das famílias, a falta de tempo
por conta do trabalho e outros factores;
 A actualização de práticas pedagógicas, limitada devido à falta de uma política de formação
continuada ou de oportunidades de formações de qualidade;
 O domínio e a utilização de tecnologias pelos/as docentes, que pode ocorrer por falta de
oportunidades e recursos para aprender ou até mesmo a resistência por parte deles/as em
aprender e utilizar novas tecnologias.

2.2.3.2 Outros desafios não intrínsecos


Não são só os desafios intrínsecos à sala de aula que atingem os docentes, há os
desafios ligados às condições de trabalho, à desvalorização social e salarial, à carga
horária de trabalho e a outros, que se relacionam com causas extrínsecas a sala de
aula.

 A desvalorização da educação e, consequentemente, do profissional da educação e de sua


remuneração;
 As condições de trabalho, muitas vezes precárias, tanto em relação a infra-estruturas quanto
ao material pedagógico, exigindo do/a professor/a acções que “superem” tais situações;
 A carga mental do trabalho docente, podendo ser ocasionada por carga horária de trabalho
excessiva, que, dentre outros aspectos, gera o mal-estar docente.

2.3 Método centrado


Método o significado etimológico da palavra método é o caminho a seguir para alcançar
um fim. Para o nosso objectivo podemos conceituar método como sendo um roteiro
geral para actividade. Portanto método é um caminho que leva até certo ponto, sem ser
o veículo de chegada, que é a técnica.

2.3.1 Tipos de método centrado


Método Centrado no Professor
O método tradicional é adoptado por professores universitários, porém, possui uma
aprendizagem passiva e os alunos não são envolvidos. Para Fisher, 2011, o formato
tradicional é ineficaz no processo de aprendizagem.
O método tradicional é um método verbal de exposição e explicação de conteúdos que
exige do professor um conhecimento generalizado dos conteúdos e apenas exige dos
alunos a capacidade para registar esses conteúdos, não facilitando o desenvolvimento
do pensamento. Não se respeitam os ritmos de aprendizagem individual e a evolução
dessa aprendizagem é avaliada periodicamente com recurso a testes.

Método Centrado no Aluno


O Aprendizado Centrado no Aluno foi criado para desenvolver mais participação do
aluno na sala de aula, aprendizagem activa é qualquer método instrucional em que os
alunos façam algo com o conhecimento que estão tentando adquirir.

De acordo com Mizukami (2013), diferente do método centrado no professor, o ACA


facilita o processo de aprendizagem, onde os alunos ganham além do conhecimento
teórico, o conhecimento intelectual e emocional, conseguindo resolver situações
problemas diferentes do contexto da sala de aula. Para Mizukami, “Autodescoberta e
autodeterminação são características desse processo”. Onde o professor não apenas
ensina novos conteúdos, mas também gera situações para os alunos buscarem o
aprendizado.

2.4 Aprendizagem Cooperativa


2.4.1 Breve história sobre a Aprendizagem Cooperativa
A aprendizagem cooperativa, não sendo um conceito novo em educação, só a partir da
década de setenta do século vinte se constituiu como um método alternativo ao
processo de ensino-aprendizagem tradicional

Embora as raízes históricas da aprendizagem cooperativa remontem à Grécia Antiga,


só a partir do final do século XIX e início do século

XX se tornou verdadeiramente uma metodologia de ensino graças aos trabalhos


desenvolvidos por psicólogos e estudiosos da pedagogia da época.

2.4.2 Conceitos de Aprendizagem cooperativa


A aprendizagem cooperativa é definida como um conjunto de técnicas de ensino em
que os alunos trabalham em pequenos grupos e se ajudam mutuamente, discutindo a
resolução de problemas facilitando a compreensão do conteúdo.

Definir e clarificar o conceito de aprendizagem cooperativa remete-nos para


umapluralidade de definições e abordagens de vários autores que se dedicam à
investigação nestaárea.

Assim, Jonhson, Jonhson e Holubeuc (1993, p. 24) definem aprendizagem


cooperativacomo “um método de ensino que consiste na utilização de pequenos grupos
de tal modo queos alunos trabalhem em conjunto para maximizarem a sua própria
aprendizagem e a doscolegas”.

2.4.3 Vantagens da aprendizagem cooperativa


 Estimula e desenvolve habilidades sociais;
 Cria um sistema de apoio social mais forte;
 Encoraja a responsabilidade pelo outro;
 Encoraja os estudantes a se preocupar uns com os outros;
 Estimula o pensamento crítico e ajuda os alunos a clarificar as ideias através do diálogo;
 Desenvolve a competência de comunicação oral;
 Melhora a recordação dos conteúdos;
 Cria um ambiente activo e investigativo.

3.0 Conclusão
A aula ideal, como momento planejado e organizado do ensino traz consigo
características que requerem do professor a necessidade de sistematização de seu
trabalho junto aos alunos, pois e preciso definir os objectivos que se pretende atingir,
pensar sobre os problemas e desafios que devem ser superados no momento da aula,
as características dos grupos de alunos a que essa aula se destina, os conhecimentos
que serão desenvolvidos, os recurso didáctico a serem seleccionado, enfim trata se de
um processo amplo, que terá sua concretização no encontro com os educandos.

No processo de ensino-aprendizagem, o professor ideal deve possuir domínio do


conteúdo, ou seja, tenha conhecimento e experiência, uma boa didáctica, capacidade
de despertar o interesse.

Professor ideal e Aquele queUm professor que faça uma avaliação e que procure a
opinião dos alunos sobre as aulas
Bibliografia
CORTEZ, Cleide Diniz Coelho. Estudar…Aprender….Ensinar…Mudar…Transformar-se: Um
processo contínuo.In: BARBARA, Leila; RAMOS, Rosinda de Castro Guerra. Reflexão e
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234.
Freitas, L., & Freitas, C. (2003). Aprendizagem cooperativa. Porto: Edições Asa.
GUISSO, L. Desafios no processo de escolarização: sentidos atribuídos por professores doa
anos iniciais do ensino fundamental. 2017. 172 f. Dissertação (Mestrado em Psicologia) –
Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, 2017.
Johnson, D., Johnson, R., &Holubec, E. (1993). Cooperationintheclassroom. Edina, MN:
InteractionBookCompany.

LIBERALLI, Fernanda Coelho. O diário como ferramenta para a reflexão crítica: tese de
doutorado em linguística aplicada ao ensino de línguas. São Paulo: PUC, 1999.
Libâneo, J. C. (1990). Didática. São Paulo. Brasil. Cortez Editora.
Lopes, J., & Silva, H. (2008). Métodos de aprendizagem cooperativa para o jardim-de-
Infância. Porto: Areal Editores.
MORIN, Edgar (1999). Ossete saberes para a Educação do futuro.Lisboa, Instituto Piaget.
MIZUKAMI ENSINO: As abordagens do processo.http://portal.mec.gov.br/docman/julho-
2013-pdf/13677-diretrizes-educacao-basica-2013-pdf/file
SILVA, D. M. (2006). O Impacto dos estilos de aprendizagem no ensino de contabilidade na
FEA-RP/USP. Dissertação de Mestrado, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, SP,
Brasil. Recuperado de https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/96/96133/tde-
24012007-152550/publico/DeniseMendesdaSilva.pdf

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