Estado Novvo
Estado Novvo
Estado Novvo
Tal como aconteceu noutros países, cujos regimes foram influenciados pela ideologia
fascista, também em Portugal se verificou a progressiva adopção do modelo italiano
através da edificação do Estado Novo. Designa-se, assim, por Estado Novo, o regime
totalitário de tipo fascista que vigorou em Portugal de 1933 a 1974, caracterizado por
ter um Estado forte, com supremacia sobre os interesses individuais, anti-liberal,
anti-democrático e anti-parlamentar, autoritário e nacionalista.
Em 1928, foi nomeado para o governo, a fim de exercer funções de ministro das
Finanças, António de Oliveira Salazar que, devido á sua acção, conseguiu um saldo
positivo para o orçamento de Estado, tendo sido nomeado chefe do governo em 1932
devido a esse “milagre económico”, passando a controlar todos os sectores (daí a que o
regime seja normalmente denominado por Salazarismo). Este projecto político de
Salazar (1933) caracterizou-se por diversos aspectos:
• CARÁCTER ANTI-DEMOCRÁTICO
Defendia um Estado forte (ditatorial, autoritário, anti-parlamentar e anti-
democrático), que recusava as liberdades individuais e a soberania popular: “Tudo no
Estado, nada Fora do Estado”. Salazar foi um forte opositor da democracia liberal e
do pluripartidarismo. No entanto, também negava os ideais marxistas e a luta de
classes. Na sua óptica, o interesse de todos devia sobrepor-se às conveniências
individuais. Assim, os direitos individuais dos cidadãos não eram respeitados. Os
opositores políticos eram perseguidos e encerrados em prisões políticas, o que
demonstra o carácter repressivo do regime salazarista. Os meios repressivos
utilizados pelo regime eram a censura e as polícias políticas. Prestava- se o culto ao
chefe, isto é, destacava-se a figura de Salazar, considerado “Salvador da Pátria”, que
a propaganda política alimentava. Havia um partido único, a União Nacional.
Após o golpe militar de 28 de maio a crise politica e financeira agravou-se cada vez
mais. Neste
contexto, António de Oliveira Salazar é nomeado para tratar as finanças do país,
cargo que
aceita com a condição de ter o controlo geral das despesas públicas, de forma a
inverter a
situação financeira vivida.
O triunfo das forças conservadoras
Salazar implanta medidas de controlo das despesas públicas e aumenta gradualmente
os
impostos, o que resulta no equilíbrio do orçamento do estado e na eliminação do défice
publico. Com os resultados obtidos na gestão das finanças do país, Salazar começa a
ganhar
poder e prestigio, que lhe permitem ser nomeado Chefe do Governo.
A progressiva adoção do modelo fascista italiano
Já no poder, Salazar para impor a ordem social e resolver a situação financeira, adota
o modelo
fascista italiano, de forma a condicionar as liberdades individuais e a instalar um
Estado
autoritário. Assim, para impor a ordem social, é criado um conjunto de instituições,
nomeadamente, a União Nacional que deu lugar ao único partido autorizado, o Partido
Nacional, o Ato Colonial, que reafirma a missão civilizadora de Portugal nos territórios
ultramarinos, o Estatuto do Trabalho Nacional, que regulava a o setor produtivo e, por
fim, a
Constituição de 1933, que marcava a transição da ditadura militar para a ditadura
civil.
Neste contexto, em 1933 institucionalizou-se o Estado Novo, um regime autoritário,
conservador, nacionalista, repressivo e corporativista. O Estado Novo era autoritário,
na
medida em que rejeitava a liberdade e a soberania popular, rejeitava o sistema
parlamentar e o
poder pertencia ao Governo, que exercia autoridade sobre a população. O Estado Novo
era
conservador, pois deu grande importância às tradições, nomeadamente à família
tradicioal
em que a mulher era apenas esposa e mãe, não tendo qualquer importância económica
ou
social e em que o homem era quem sustentava a família. O Estado Novo era
nacionalista,
porque Salazar afirmava que tudo tinha de ser pela nação e nada contra a nação, havia
a
glorificação da História de Portugal, e valorizava-se o estilo de vida português e os
produtos
nacionais. O Estado Novo era repressivo, na medida em que o interesse da Nação se
sobrepunha aos interesses individuais, verificando-se também censura sobre as
produções
intelectuais e perseguições e mortes aos opositores do regime. Por fim, o Estado Novo
era
corporativista, pois o sistema económico e social estava organizado em corporações
que
integravam patrões e trabalhadores.
Uma economia submetida aos imperativos políticos
A economia do Estado Novo tinha como objetivo garantir a autossuficiência do país,
incrementando o nacionalismo económico. Assim, Salazar conseguiu equilibrar as
finanças
através do intervencionismo e da autarcia. A autarcia conseguiu tornar Portugal menos
dependente do exterior e o intervencionismo divulgou campanhas de produção e
incentivos à
especialização de certos produtos. Houve uma melhor gestão do dinheiro do Estado,
criaram-
se novos impostos e aumentaram-se as tarifas alfandegárias. Os novos impostos
permitiram
aumentar a receita fiscal e para além disso, a neutralidade de Portugal na Segunda
Guerra
Mundial, permitiu que não houvesse consequências negativas, aproveitando-se Portugal
das
necessidades económicas dos países em guerra. Houve assim o fomento da agricultura,
que
proporcionava um meio de autossuficiência, verificou-se um grande controlo da
indústria, de
forma a evitar a concorrência estrangeira, e, por fim, houve a construção de obras
públicas,
que criaram postos de trabalho para combater o desemprego e modernizaram a
imagem do
país. As colónias também foram um fator importante na economia portuguesa, pois
permitiram a venda de produtos nacionais e o abastecimento de matérias-primas
baratas.