Manual do Curso de Licenciatura em
Ensino de Física
Física Escolar - F0079
1º Ano
Universidade Católica de Moçambique
Centro de Ensino à Distância
Física Escolar 1º Ano i
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Física Escolar 1º Ano ii
Índice
Visão Geral 1
Benvindo a Física Escolar – F0079 módulo único do 1o Ano ........................................ 1
Objectivos do Curso ...................................................................................................... 1
Quem deveria Estudar este Módulo ............................................................................... 2
Como está estruturado este módulo................................................................................ 2
Ícones de actividade ...................................................................................................... 3
Acerca dos ícones ........................................................................................ 3
Habilidades de estudo .................................................................................................... 3
Precisa de Apoio? .......................................................................................................... 4
Tarefas (avaliação e auto-avaliação) .............................................................................. 4
Avaliação ...................................................................................................................... 5
Unidade 01 9
TEMA: Grandezas e Unidades Físicas ........................................................................... 9
Grandezas e unidades físicas ....................................................................... 9
Distinção entre as grandezas de base e derivadas ....................................... 10
Interpretação das grandezas derivadas ....................................................... 12
Construção de gráficos usando Grandezas Físicas ..................................... 12
Passos para a construcao dum Gráfico ....................................................... 14
Representação de resultados de uma medicao ............................................ 15
Excepções ................................................................................................. 15
Sumário ....................................................................................................................... 16
Auto-avaliação ............................................................................................................ 16
Exercícios.................................................................................................................... 17
Unidade 02 19
TEMA: Grandezas Escalares, grandezas Vectoriais e vectores .................................... 19
Grandezas Escalares .................................................................................. 19
Grandezas Vetoriais .................................................................................. 20
Vectores .................................................................................................... 21
Operação com vectores.............................................................................. 22
Mesma direcção 22
Direcções diferentes 23
Perpendiculares 23
Decomposição de Vetores ......................................................................... 25
Não perpendiculares .................................................................................. 27
Física Escolar 1º Ano iii
Sumário ....................................................................................................................... 29
Exercicios.................................................................................................................... 29
Unidade 03 32
TEMA: Cinemática ..................................................................................................... 32
Introdução ................................................................................................................... 32
Onde está?................................................................................................. 33
Referenciais .............................................................................................. 34
O Movimento ............................................................................................ 35
Rectilineo Uniforme .................................................................................. 36
Exercicios.................................................................................................................... 49
Rectilineo Uniformemente Acelerado ........................................................ 51
Dedução da função horária da posição do mruv ......................................... 62
Sumário ....................................................................................................................... 65
Exercícios.................................................................................................................... 66
Unidade 04 69
TEMA: Estática ........................................................................................................... 69
Introdução ................................................................................................................... 69
Princípios Básicos ..................................................................................... 69
Princípio da transmissibilidade das forças.................................................. 69
Equilíbrio .................................................................................................. 70
Estática de um ponto ................................................................................. 70
Estática de um corpo rígido ....................................................................... 71
Centro de massa ........................................................................................ 71
Momento de uma força.............................................................................. 73
Condições de equilíbrio de um corpo rígido............................................... 74
Auto-Avaliação ........................................................................................................... 76
Avaliação .................................................................................................................... 79
Unidade 05 82
TEMA:Dinâmica ......................................................................................................... 82
Introdução ................................................................................................................... 82
Leis de Newton ......................................................................................... 85
1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia 86
2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica 86
Força de Tração 87
3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação 87
Força Peso ................................................................................................. 88
Força de Atrito .......................................................................................... 89
Atrito Estático e Dinâmico ........................................................................ 90
Atrito Estático 90
Atrito Dinâmico 90
Força Elástica ............................................................................................ 91
Plano Inclinado ......................................................................................... 92
Física Escolar 1º Ano iv
Sistemas .................................................................................................... 95
Corpos em contato 95
Corpos ligados por um fio ideal 96
Corpos ligados por um fio ideal através de polia ideal 97
Corpo preso a uma mola 98
Auto-avaliação ............................................................................................................ 99
Avaliação .................................................................................................................. 100
Unidade 06 101
TEMA: Fluídos Ideais ............................................................................................... 101
Introdução ........................................................................................................ 101
Fluídos ideais .......................................................................................... 101
Equação da continuidade ......................................................................... 102
Equação de Bernoulli .............................................................................. 103
Oscilações em dois vasos comunicantes .................................................. 105
Equação da continuidade ......................................................................... 105
Balanço energético .................................................................................. 105
Oscilações harmônicas em dois vasos iguais ............................................ 106
Avaliação .................................................................................................................. 108
Unidade 07 109
TEMA: Leis de gravitação universal.......................................................................... 109
Introdução ................................................................................................................. 109
Força gravitacional .................................................................................. 109
Lei da Gravitação Universal de Newton: ................................................. 109
Leis de Kepler ......................................................................................... 110
1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas 111
2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas 112
3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos 112
Unidades Astronômicas ........................................................................... 113
Unidade Astronômica (UA) 113
Ano-Luz (al) 114
Avaliação .................................................................................................................. 115
Unidade 08 116
TEMA: Termometria ................................................................................................. 116
Introdução ................................................................................................................. 116
Temperatura ............................................................................................ 117
Escalas Termométricas ............................................................................ 118
Escala Celsius 118
Escala Fahrenheit 118
Escala Kelvin 119
Física Escolar 1º Ano v
Auto-Avaliação ......................................................................................................... 119
Avaliação .................................................................................................................. 121
Unidade 09 121
TEMA:Calor ............................................................................................................. 121
Calor sensível 122
Calor latente 124
Curva de aquecimento 125
Auto-Avaliação ......................................................................................................... 125
Avaliação .................................................................................................................. 126
Unidade 10 127
TEMA:Gases ............................................................................................................. 127
Gás perfeito ou ideal ............................................................................... 128
Energia cinética de um gás ...................................................................... 128
1ª Lei da Termodinâmica 129
2ª Lei da Termodinâmica 130
Enunciado de Clausius 130
Enunciado de Kelvin-Planck: 130
Avaliação .................................................................................................................. 130
Unidade 11 132
TEMA: Maquinas térmicas ........................................................................................ 132
Rendimento das máquinas térmicas ......................................................... 133
Auto-Avaliação ......................................................................................................... 134
Avaliação .................................................................................................................. 135
Unidade 12 136
TEMA: Ciclo de Carnot ............................................................................................ 136
Avaliação .................................................................................................................. 138
Unidade 13 139
TEMA: Isoprocessos ................................................................................................. 139
Introdução ................................................................................................................. 139
Gases ...................................................................................................... 139
Gás perfeito ou ideal ............................................................................... 140
Energia cinética de um gás ...................................................................... 140
Isoprocessos ............................................................................................ 141
Transformação Isotérmica 141
Transformação Isobárica 142
Transformação Isométrica 143
Equação de Clapeyron ............................................................................. 144
Física Escolar 1º Ano vi
Auto-Avaliação ......................................................................................................... 145
Avaliação .................................................................................................................. 146
Unidade 14 147
TEMA: Lei geral dos gases perfeitos ......................................................................... 147
Energia Interna ........................................................................................ 147
Trabalho de um gás ................................................................................. 149
Auto-Avaliação ......................................................................................................... 152
Avaliação .................................................................................................................. 155
Unidade 15 156
TEMA: Hidrostática .................................................................................................. 156
Introdução ................................................................................................................. 156
Fluido...................................................................................................... 156
Pressão .................................................................................................... 157
Densidade ............................................................................................... 158
Pressão hidrostática ................................................................................. 158
Pressão atmosférica ................................................................................. 159
Teorema de Stevin................................................................................... 160
Teorema de Pascal................................................................................... 161
Teorema de Pascal:.................................................................................. 162
Prensa hidráulica ..................................................................................... 162
Empuxo ................................................................................................... 163
Princípio de Arquimedes ......................................................................... 164
Peso aparente 165
Avaliação .................................................................................................................. 166
Unidade 16 168
TEMA: Electrostática ................................................................................................ 168
Introdução ................................................................................................................. 168
Cargas Elétricas....................................................................................... 168
Eletrização de Corpos.............................................................................. 170
Processos de eletrização .......................................................................... 171
Eletrização por Atrito: 171
Eletrização por contato: 173
Eletrização por indução eletrostática: 174
Lei de Coulomb ..................................................................................... 176
Campo Elétrico ....................................................................................... 177
Vetor Campo Elétrico .............................................................................. 178
Campo elétrico gerado por mais do que uma partícula eletrizada. ............ 180
Linhas de força........................................................................................ 183
Densidade Superficial de cargas 184
Campo Elétrico Uniforme (CEU) 185
Potencial Elétrico .................................................................................... 186
Trabalho de uma força elétrica ................................................................ 189
Física Escolar 1º Ano vii
Diferença de potencial entre dois pontos.................................................. 189
Auto-avaliação .......................................................................................................... 190
Avaliação .................................................................................................................. 191
Unidade 17 194
TEMA: Electrodinâmica............................................................................................ 194
Introdução ................................................................................................................. 194
Corrente Elétrica ..................................................................................... 194
Continuidade da corrente elétrica ............................................................ 196
Resistência Elétrica ................................................................................. 196
Geradores de corrente elétrica ................................................................. 197
Geradores luminosos 198
Geradores mecânicos 198
Geradores químicos 198
Geradores térmicos 198
Corrente contínua e alternada .................................................................. 199
Corrente contínua .................................................................................... 199
Corrente contínua constante 199
Corrente contínua pulsante 200
Corrente alternada 200
Resistores ................................................................................................ 201
Associação de Resistores ......................................................................... 202
Associação em Série 202
Associação em Paralelo: 203
Associação Mista: 204
Efeito Joule ............................................................................................. 205
Potência Elétrica ..................................................................................... 206
Consumo de energia elétrica .................................................................... 207
Segunda lei de Ohm ................................................................................ 209
Auto-Avaliação ......................................................................................................... 210
Avaliação .................................................................................................................. 210
Unidade 18 213
TEMA: Campo Magnético ........................................................................................ 213
Introdução ................................................................................................................. 213
Imãs e magnetos ...................................................................................... 213
Propriedades dos Imãs ............................................................................. 214
Pólos magnéticos 214
Atração e repulsão 214
Interação entre pólos 216
Inseparabilidade dos pólos de um imã 216
Campo Magnético ................................................................................... 217
Campo Magnético Uniforme 218
Física Escolar 1º Ano viii
Carga elétrica em repouso 219
Regra da mão direita 222
Efeito Hall............................................................................................... 222
Avaliação .................................................................................................................. 223
Unidade 19 225
TEMA: Indução Magnética ....................................................................................... 225
Introdução ................................................................................................................. 225
Força magnética sobre um fio condutor ................................................... 225
Força magnética sobre uma espira retangular........................................... 227
Fluxo de Indução ..................................................................................... 228
Variação do Fluxo Magnético .................................................................. 230
Variação do fluxo devido à variação do vetor indução magnética 230
Variação do fluxo devido à variação da área 231
Variação do fluxo devido à variação do ângulo θ 231
Indução Eletromagnética ......................................................................... 231
Lei de Lenz ............................................................................................. 232
Correntes de Foucault .............................................................................. 232
Lei de Faraday-Neumann 233
Transformadores ..................................................................................... 233
Avaliação .................................................................................................................. 234
Física Escolar 1º Ano 1
Visão Geral
Benvindo a Física Escolar – F0079
módulo único do 1o Ano
O módulo de Física Escolar, é uma das mais importantes
disciplinas leccionadas pelo Departamento de Física. Para a
formação dos futuros professores de Física, ela representa
possivelmente um dos contactos que terão com os princípios
fundamentais da Física e suas aplicações e, com o modo de pensar
e de abordar problemas dos físicos.
Para o estudante das ciências, a Mecânica, Termodinâmica e
Electromagnetismo, que fazem parte deste módulo, devem incentivar e
reforçar a vocação, que servirá de alicerce para toda a estrutura da Física
que será erguida nos anos que se seguem.
Os conteúdos a abordar nesta requerem uma dosagem equilibrada
para que também permitam cumprir a finalidade de manter o
interesse pela Ciência, tecnologia, Física e, se possível de despertar
o entusiasmo do discente durante o processo de ensino e
aprendizagem.
Objectivos do Curso
Quando terminar o estudo de Física Escolar o estudante será capaz de:
Dar uma base de compreensão sobre os conceitos físicos ligados a
Mecânica, Termodinâmica e Electromagnetismo e introduzir
progressivamente o cálculo matemático e experimental das leis
fundamentais ;
Proporcionar uma discussão detalhada e cuidadosa sobre os fenómenos
Objectivos da natureza sobretudo os mecânicos analizando casos concretos;
Desenvolver a intuição e a capacidade de pensar sobre os fenómenos da
natureza em termos físicos em particular na área de Mecânica;
Aplicar os métodos da mecânica, Termodinâmica e Electromagnetismo
à solução dos problemas práticos;
Desenvolver uma postura de investigação durante o processo da
aprendizagem;
Apresentar e discutir exemplos e aplicações não triviais, visando a
ilustrar o alcance dos resultados obtidos e fazendo referência, sempre
que possível, a tópicos de interesse actual;
Estimular no estudante práticas interdisciplinares com a aplicação dos
conhecimentos de áreas temáticas de outras disciplinas afins.
Física Escolar 1º Ano 2
Quem deveria Estudar este
Módulo
Este Módulo foi concebido para todos aqueles que estejam a estudar
ciências Naturais e em particular a Física e Química.
Os pré-requisitos são todos os factores de física ligados a Física
Escolar e Química.
Como está estruturado este
módulo
Todos os módulos dos cursos produzidos pela Universidade Católica
de Moçambique-Centro de Ensino à Distância (UCM-CED)
encontram-se estruturados da seguinte maneira:
Páginas introdutórias
1 Um índice completo.
2 Uma visão geral detalhada do curso / módulo, resumindo os
aspectos-chave que você precisa conhecer para completar o estudo.
Recomendamos vivamente que leia esta secção com atenção antes de
começar o seu estudo.
Conteúdo do curso / módulo
O curso está estruturado em unidades. Cada unidade incluirá uma
introdução, objectivos da unidade, conteúdo da unidade incluindo
actividades de aprendizagem, um summary da unidade e uma ou mais
actividades para auto-avaliação.
Outros recursos
Para quem esteja interessado em aprender mais, apresentamos uma lista
de recursos adicionais para você explorer. Estes recursos podem incluir
livros, artigos ou sites na internet.
Tarefas de avaliação e/ou Auto-avaliação
Tarefas de avaliação para este módulo encontram-seno final de cada
unidade. Sempre que necessário, dão-se folhas individuais para
desenvolver as tarefas, assim como instruções para as completar. Estes
elementos encontram-se no final do modulo.
Comentários e sugestões
Esta é a sua oportunidade para nos dar sugestões e fazer comentários
sobre a estrutura e o conteúdo do curso / módulo. Os seus comentários
serão úteis para nos ajudar a avaliar e melhorar este curso / modulo.
Física Escolar 1º Ano 3
Ícones de actividade
Ao longo deste manual irá encontrar uma série de ícones nas margens das
folhas. Estes icones servem para identificar diferentes partes do processo
de aprendizagem. Podem indicar uma parcela específica de texto, uma
nova actividade ou tarefa, uma mudança de actividade, etc.
Acerca dos ícones
Os ícones usados neste manual são símbolos africanos, conhecidos por
adrinka. Estes símbolos têm origem no povo Ashante de África
Ocidental, datam do século 17 e ainda se usam hoje em dia.
Os ícones incluídos neste manual são... (ícones a ser enviados - para
efeitos de testagem deste modelo, reproduziram-se os ícones adrinka, mas
foi-lhes dada uma sombra amarela para os distinguir dos originais).
Pode ver o conjunto completo de ícones deste manual já a seguir, cada
um com uma descrição do seu significado e da forma como nós
interpretámos esse significado para representar as várias actividades ao
longo deste curso / módulo.
Clique aqui e seleccione Inserir elementos (imagem/tabela/nova unidade)
da janela do Modelo para Ensino à Distância. Escolha ou Todos os ícones
abstractos ou Todos os ícones adrinka da lista dada.
Habilidades de estudo
Caro estudante, procure olhar para você em três dimensões
nomeadamente: O lado social, professional e estudante, dai ser
importante planificar muito bem o seu tempo.
Procure reservar no mínimo 2 (duas) horas de estudo por dia e use
ao máximo o tempo disponível nos finais de semana. Lembre-se
que é necessário elaborar um plano de estudo individual, que inclui,
a data, o dia, a hora, o que estudar, como estudar e com quem
estudar (sozinho, com colegas, outros).
Evite o estudo baseado em memorização, pois é cansativo e não
produz bons resultados, use métodos mais activos, procure
desenvolver suas competências mediante a resolução de problemas
específicos, estudos de caso, reflexão, etc.
Os manuais contêm muita informação, algumas chaves, outras
complementares, dai ser importante saber filtrar e apresentar a
informação mais relevante. Use estas informações para a resolução
das exercícios, problemas e desenvolvimento de actividades. A
tomada de notas desenpenha um papel muito importante.
Um aspecto importante a ter em conta é a elaboração de um plano
de desenvolvimento pessoal (PDP), onde você reflecte sobre os
seus pontos fracos e fortes e perspectivas o seu desenvolvimento.
Física Escolar 1º Ano 4
Lembre-se que o teu sucesso depende da sua entrega, você é o
responsável pela sua própria aprendizagem e cabe a ti planificar,
organizar, gerir, controlar e avaliar o seu próprio progresso.
Precisa de Apoio?
Caro estudante, temos a certeza de que por uma ou por outra
situação, o material impresso, lhe pode suscitar alguma dúvida
(falta de clareza, alguns erros de natureza frásica, prováveis erros
ortográficos, falta de clareza conteudística, etc). Nestes casos,
contacte o tutor, via telefone, escreva uma carta participando a
situação e se estiver próximo do tutor, contacte-o pessoalmente.
Os tutores têm por obrigação, monitorar a sua aprendizagem, dai o
estudante ter a oportunidade de interagir objectivamente com o
tutor, usando para o efeito os mecanismos apresentados acima.
Todos os tutores têm por obrigação facilitar a interação, em caso de
problemas específicos ele deve ser o primeiro a ser contactado,
numa fase posterior contacte o coordenador do curso e se o
problema for da natureza geral, contacte a direcção do CED, pelo
número 825018440.
Os contactos so se podem efectuar, nos dias úteis e nas horas
normais de expediente.
As sessões presenciais são um momento em que você caro
estudante, tem a oportunidade de interagir com todo o “staff” do
CED, neste período pode apresentar dúvidas, tratar questões
administrativas, entre outras.
O estudo em grupo, com os colegas é uma forma a ter em conta,
busque apoio com os colegas, discutam juntos, apoiem-se
mutuamnte, reflictam sobre estratégias de superação, mas, produza
de forma independente o seu próprio saber e desenvolva suas
competências.
Juntos na Educação à Distância, vencedo a distância...
Tarefas (avaliação e auto-
avaliação)
O estudante deve realizar todas as tarefas (exercícios, actividades e
auto-avaliação), contudo nem todas deverão ser entregues, mas é
importante que sejem realizadas. As tarefas devem ser entregues
antes do período presencial.
Física Escolar 1º Ano 5
Para cada tarefa serão estabelecidos prazos de entrga, e o não
cumprimento dos prazos de entrega , implica a não classificação do
estudante.
As trabalhos devem ser entregues ao CED e os mesmos devem ser
dirigidos ao tutor/docentes.
Podem ser utilizadas diferentes fontes e materiais de pesquisa,
contudo, os mesmos devem ser devidamente referenciados,
respeitando os direitos do autor.
O plagiarismo deve ser evitado, a transcrição fiel de mais de 8
(oito) palavras de um autor, sem o citar é considerado plágio. A
honestidade, humildade cintífica e o respeito pelos direitos autorais
devem marcar a realização dos trabalhos.
Avaliação
Você será avaliado durante o estudo independente (80% do curso) e
o período presencial (20%). A avaliação do estudante é
regulamentada com base no chamado regulamento de avaliação.
Os trabalhos de campo por ti desenvolvidos , durante o estudo
individual, concorrem para os 25% do cálculo da média de
frequência da cadeira.
Os testes são realizados durante as sessões presenciais e concorrem
para os 75% do cálculo da média de frequência da cadeira.
Os exames são realizados no final da cadeira e durante as sessões
presenciais, eles representam 60% , o que adicionado aos 40% da
média de frequência, determinam a nota final com a qual o
estudante conclui a cadeira.
A nota de 10 (dez) valores é a nota mínima de conclusão da
cadeira.
Nesta cadeira o estudante deverá realizar: 2 (dois) trabalhos; 1 (um)
teste e 1 (exame).
Não estão previstas quaisquer avaliação oral.
Algumas actividades práticas, relatórios e reflexões serão
utilizadas como ferramentas de avaliação formativa.
Durante a realização das avaliações, os estudantes devem ter em
consideração: a apresentação; a coerência textual; o grau de
cientificidade; a forma de conclusão dos assuntos, as
recomendações, a indicação das referências utilizadas, o respeito
pelos direitos do autor, entre outros.
Os objectivos e critérios de avaliação estão indicados no manual.
Consulte-os.
Alguns “feedback’s” imediatos estão apresentados no manual.
Física Escolar 1º Ano 7
Física Escolar 1º Ano 9
Unidade 01
TEMA: Grandezas e Unidades
Físicas
O Sistema Internacional de Unidades (sigla: SI) é um conjunto de
definições utilizado em quase todo o mundo moderno que visa a
uniformizar e facilitar as medições. Para efetuar medidas é
necessário fazer uma padronização, escolhendo unidades para cada
grandeza. Antes da instituição do Sistema Métrico Decimal no final
do século XVIII, as unidades de medida eram definidas de maneira
arbitrária.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
Definir grandezas físicas e unidades;
Interpretar o significado fisico das grandezas derivadas e
aplica-las
Distinguir grandezas de base das derivadas;
Construir graficos relacionando diferentes grandezas físicas
Resolver exercícios relativos a grandezas físicas e unidades.
Grandezas e unidades físicas
Quando desejamos medir algo como por exemplo, o comprimento
de um objecto, estamos medindo uma quantidade ou grandeza
física. A medida de uma grandeza física é expressa pelo número de
vezes que a unidade padrão, tomada como referência, está contida
na grandeza a ser medida. O valor de uma medida é composto por
duas partes inseparáveis: o número e a unidade padrão em que a
grandeza foi expressa. Claramente, a informação de que uma
Física Escolar 1º Ano 10
pessoa saltou "15" de distância está incompleta, porque se foram 15
cm, 15 polegadas ou até 15 m, é completamente diferente.
Comprimento, tempo, massa, velocidade, aceleração, energia,
trabalho e potência são algumas das grandezas físicas. Para dar o
resultado de uma medida ou de um cálculo, temos que adoptar uma
unidade. Antigamente existia um sistema que no caso de
comprimento baseava-se em tamanho de um pé, de um dedo como
o polegar e assim por diante. Como o comprimento de um pé, assim
como o de um polegar variava de uma pessoa para outra foi preciso
adoptar padrões. Hoje, para facilitar os cálculos e a comparação
entre os resultados de medidas quase todos os países do mundo
adoptam o Sistema Internacional (SI) de unidades.
A partir de 1955, a Organização Internacional de Normalização
(ISO) adotou um sistema.
Distinção entre as grandezas de base e derivadas
Todas as outras grandezas derivadas são definidas a partir das
grandezas de base. Há também duas classes de unidades no SI: as
unidades de base e as unidades derivadas. As grandezas de base e
suas respectivas unidades de base no SI estão na Tabela 1.
Tabela 1
Todas as unidades existentes podem ser derivadas das unidades
básicas do SI. Entretanto, consideram-se unidades derivadas do SI
apenas aquelas que podem ser expressas através das unidades
básicas do SI e sinais de multiplicação e divisão, ou seja, sem
qualquer factor multiplicativo ou prefixo com a mesma função.
Física Escolar 1º Ano 11
Desse modo, há apenas uma unidade do SI para cada grandeza.
Contudo, para cada unidade do SI pode haver várias grandezas. Às
vezes, dão-se nomes especiais para as unidades derivadas.
Algumas grandezas derivadas e suas respectivas unidades no SI
estão na Tabela 2.
Tabela 2
Na Tabela 3 estão listados os prefixos de múltiplos e submúltiplos
das unidades no SI com suas abreviações.
Tabela 3
Vamos tentar usar esses prefixos no caso da unidade metro:
103m = 1 quilômetro = 1 km
10-3m = 1 milímetro = 1 mm
10-6m = 1 micrometro = 1
Física Escolar 1º Ano 12
10-9m = 1 nanometro = 1 nm
Interpretação das grandezas derivadas
Todas as grandezas derivadas podem ter uma interpretacao dum
ponto de vista matematico e fisico. É muito simples fazer a
interpretação matematica da unidade duma grandeza derivada como
mostra o exemplo a seguir:
m/s- metros por segundo;
m/s2- metro por segundo ao quadrado;
Ω/m- Ohm por metro,
Etc
A grande dificuldade que se encontra é interpretar o significado
fisico duma unidade e que no nosso caso concreto seria:
m/s(velocidade) - espaco que um movel percorre quando passa um
segundo, por essa razao se chama metro por segundo;
m/s2(aceleracao) - neste caso podemos ainda decifrar esta unidade
m 1
do seguinte modo: . Agora podemos olhar duma maneira
s s
diferente para esta unidade e dizer que ela é a velocidade dum
movel(m/s) em cada segundo. Quando afirmamos que a aceleracao
dum corpo é 0(zero), significa que a sua velocidade nao altera a
cada segundo que passa.
Ω/m (resistividade electrica) – é a resistência que um condutor
oferece a passagem de uma corrente electrica em cada metro de sua
seccao.
Construção de gráficos usando Grandezas Físicas
Muitos fenômenos físicos podem ser reduzidos ao estudo da
relação entre duas grandezas. Quando isto ocorre, os dados obtidos
das medições podem ser expressos por uma representação gráfica
num plano cartesiano por meio de dois eixo perpendiculares entre
si.
Física Escolar 1º Ano 13
Através da representação gráfica da relação entre duas grandezas
pertencentes a um determinado fenômeno físico, podemos obter
algumas conclusões sobre o comportamento de uma das grandezas
(variável dependente) em relação a outra (variável independente).
Consideremos o seguinte exemplo: Uma pessoa com febre foi
medicada, ingerindo uma dose do medicamento às 8 horas e uma
outra dose às 12 horas da manhã. A temperatura da pessoa foi
verificada de hora em hora e os resultados obtidos são mostrados
abaixo.
Tempo ( ) Temperatura ( )
0 39,0
1 39,0
2 38,5
3 38,0
4 38,5
5 37,5
6 37,0
7 36,5
8 36,5
9 36,5
Tabela 4
N.B: Podemos representar os dados da tabela acima em um gráfico.
A representação gráfica das variáveis temperatura (variável
dependente: eixo vertical) e tempo (variável independente: eixo
horizontal) .
Física Escolar 1º Ano 14
Passos para a construcao dum Gráfico
Para que gráficos sejam construídos de forma objectiva e clara é
necessário respeitar algumas regras simples:
O eixo vertical é chamado de eixo das abscissas e o
horizontal de eixo das coordenadas;
A variável dependente deve ser colocada no eixo vertical e a
variável independente no eixo horizontal;
Os eixos devem se encontrar no canto inferior esquerdo do
papel, ou espaço (rectângulo) reservado para o gráfico;
As escalas são independentes e devem ser construídas
independentemente;
As divisões numéricas das escalas (lineares) devem ser
regulares;
O valor zero ( ) não precisa estar em nenhuma das escalas;
As escalas devem crescer da esquerda para a direita, e de
baixo para cima;
Antes de iniciar a construção de um gráfico deve-se
verificar a escala a ser usada, levando em consideração os
valores extremos, ou seja, o maior e o menor valor
assumido por ambas as variáveis do gráfico. Divide-se
então o espaço disponível, em cada eixo, para que acomode
todos os pontos experimentais;
O teste final para saber se as escalas estão boas é feito verificando-
se se é fácil de ler as coordenadas de qualquer ponto nas escalas.
O gráfico exemplo abaixo, ilustra a representacao da tabela que
relaciona a temperatura e o tempo, referente a página 12 acima.
Física Escolar 1º Ano 15
Tempo
10
8
Axis Title
6
4
2
Tempo , 1
0
36,5 36,5 36,5 37,0 37,5 38,0 38,5 38,5 39,0 39,0
Gráfico 1
Representação de resultados de uma medicao
O resultado de uma medição deve ser representado com o valor
numérico da medida, seguido de um espaço de até um caracter e,
em seguida, o símbolo da unidade em questão.
Exemplo:
Para a unidade de temperatura grau Celsius, deve haver um espaço de
até um caracter entre o valor medido e a unidade. Uma observação
importante é que não existe um espaço entre o símbolo do grau e a
letra C para formar a unidade "grau Celsius".
Exemplo:
Excepções
Para os símbolo da unidade de ângulo plano grau (°), minuto(') e
segundo("), não deve haver espaço entre o valor medido e as
unidades, porém, deve haver um espaço entre o símbolo da unidade
e o próximo valor numérico.
Física Escolar 1º Ano 16
Para o símbolo da unidade de tempo "hora" (h), "minuto" (min) e
segundos (s), não deve haver espaço entre o valor medido e as
unidades, porém, deve haver um espaço entre o símbolo da unidade
de tempo e o valor numérico seguinte.
Sumário
Para efetuar medidas é necessário fazer uma padronização,
escolhendo unidades para cada grandeza. Todas as unidades
existentes podem ser derivadas das unidades básicas do SI.
Entretanto, consideram-se unidades derivadas do SI apenas aquelas
que podem ser expressas através das unidades básicas do SI e sinais
de multiplicação e divisão, ou seja, sem qualquer factor
multiplicativo ou prefixo com a mesma função.
Auto-avaliação
1. A função da posição X em relação ao tempo t de um ponto
material em movimento rectilíneo, expressa em unidades do
SI, é
x = 10 +5,0t
Determine:
a) A posição do ponto material nos instantes: 1,0s, 2,0s, 3,0s, 4,0s,
5,0s e 6,0s;
b) esboce o gráfico X x t do movimento.
Física Escolar 1º Ano 17
x
60
40
20 x
0
1 2 3 4 5 6
Exercícios
1.Para alem das unidades derivadas apresentadas na tabela 2,
indique mais cinco(5).
2. Complete a tabela a baixo
nome grandeza unidade
F
Hz
Calor
I
V
Db
F
T
Energia
kPa
Tabela 5
3.considere as unidades e grandezas misturadas entre si e organize-
as em grupos de grandezas e unidades.
K, J, E, m/s, m/s.s, F, kg.m/s2, Ω, Ω/m.
4. Interprete o significado fisico das seguintes grandezas fisicas
Kg.m/s2, N.m, kg.m2
Física Escolar 1º Ano 18
5. Construa o grafico representativo da relacao .... de acordo com a
tabela abaixo:
Física Escolar 1º Ano 19
Unidade 02
TEMA: Grandezas Escalares,
grandezas Vectoriais e
vectores
O Sistema Internacional de Unidades (sigla: SI) é um conjunto de
definições utilizado em quase todo o mundo moderno que visa a
uniformizar e facilitar as medições.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
Distinguir uma grandeza vectorial da escalar;
Saber representar uma grandeza escalar e vectorial;
Representar correctamente um vector;
Operar com vectores.
Vector: um ente matemático que se representa através duma
Terminologia direcção, sentido e modulo.
Grandezas Escalares
A grandeza escalar é aquela que fica perfeitamente caracterizada
quando conhecemos apenas sua intensidade acompanhada pela
correspondente unidade de medida. Como exemplo de grandeza
física escalar podemos citar o tempo. Imagine que colam, com uma
fita adesiva muitissimo forte, uma granada prestes a explodir em
sua mao, e que a mesma leva 5 segundos a explodir. Neste caso nao
interessa o quanto conseguimos correr, nao importa a que altura
Física Escolar 1º Ano 20
nos encontramos do chao nem se reparamos para o norte ou sul, se
em 5 segundos nao conseguirmos ter uma ideia brilhante,
BUUUUM. Repare-se que o tempo nao tem nenhuma dependencia
com o espaco geometrico em sua volta.Para operar com grandezas
escalares, segue-se as regras de operações algébricas comuns,
arredondando-se quando necessário.
Grandezas Vetoriais
Dada a velocidade instantânea de um móvel qualquer (por
exemplo, um carro a 80 km/h), constatamos que apenas essa
indicação é insuficiente para dizermos a direção em que o móvel
segue. Isso acontece porque a velocidade é uma grandeza vetorial.
Imaginemos que estamos a pilotar um helicoptero de Guerra e
queremos atingir uma torre de controlo inimiga. Neste caso temos
que saber qual a velocidade com a qual o meu missil deve partir
para poder atingir a torre, temos que saber tambem se a torre esta a
nossa esquerda, direita, por detras ou por frente de nós(a direccao)
e finalmente temos que garantir que o nosso missil saia do
helicoptero para a torre(sentido) e nao o contrario pois estaremos
metidos em grandes sarilhos! É de notar que a velocidade com a
qual o missil deve partir, ate atingir a torre depende da nossa
posicao em relacao a ela. O espaco geometrico tem uma influencia
fundamental na nossa grandeza e é essa razao que torna a nossa
grandeza vectorial pelo facto de depender do espaco em que se
encontra inserido.
Para uma grandeza física vetorial ficar totalmente caracterizada, é
necessário saber não apenas a sua intensidade ou módulo mas
também a sua direção e o seu sentido. Geralmente a grandeza
vetorial é indicada por uma letra com uma setinha (por exemplo, v
) e o módulo ou intensidade, por v ou simplesmente por .
A grandeza física vetorial pode ser representada graficamente por
um segmento de reta (indicando a direção da grandeza) dotado de
Física Escolar 1º Ano 21
uma seta (indicativa de seu sentido) e trazendo ainda seu valor
seguido da unidade de medida (indicação de seu módulo ou
intensidade). Tal representação é denominada vetor.
Usando a explicacao sobre as grandezas escalares e vectoriais,
apresente mais duas grandezas e dê invente uma pequena
estoria(como a da Granada colada a mao e do helicoptero)
deixando evidente o factor que torna a grandeza scalar ou vectorial.
Vectores
Como afirmamos anteriormente, para representar grandezas
vetoriais é preciso indicar, além do módulo, a direção e o sentido
da grandeza. Podemos fazer essa indicação utilizando um vetor. O
vetor pode ser representado por um segmento de reta orientado cujo
tamanho - intensidade - é proporcional à intensidade da grandeza
que representa.
Para melhor entendermos o significado e a representação de um
vetor, observe a figura 7.3.
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 1
A reta , que contém o vetor, indica a direção e a seta indica o
sentido
Física Escolar 1º Ano 22
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 2
Na figura de cima os vetores representados possuem mesma
direção e sentido; na figura de baixo os vetores apresentam a
mesma direção e sentidos opostos. Portanto, podemos notar que
vetores de mesma direção são paralelos, o que não garante que
tenham o mesmo sentido.
Operação com vectores
Mesma direcção
Quando os vetores tem a mesma direção, podemos determinar o
módulo do vetor soma estabelecendo convencionalmente um
sentido como positivo e somando algebricamente os seus módulos.
Observe:
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 3
De acordo com a convenção adotada, o módulo do vetor será
Física Escolar 1º Ano 23
Os vetores , e possuem a mesma direção (horizontal).
Adotamos como positivo o sentido horizontal para a direita. Assim,
os vetores e são positivos e o vetor é negativo. O módulo do
vetor soma, , é dado por
Eq. 1
Se obtermos um valor positivo para , isso significa que seu
sentido é positivo, ou seja, o vetor é horizontal para a direita; se for
negativo, o seu sentido é negativo, isto é, o vetor é horizontal para a
esquerda.
Direcções diferentes
Perpendiculares
Imaginaremos agora, que um móvel parte de um ponto e sofre
um deslocamento no sentido leste, atingindo um ponto e, em
seguida, um deslocamento no sentido norte, atingindo um ponto
Física Escolar 1º Ano 24
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Figura 4
O deslocamento = + .
Podemos notar facilmente que o deslocamento , de para ,
eo , de para , equivalem a um único deslocamento, ,
de para . Desta forma, o deslocamento é a soma vetorial
ou resultante dos deslocamentos e , ou seja,
Eq. 2
Este resultado é válido para qualquer grandeza vetorial. Veja a
figura
Física Escolar 1º Ano 25
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Figura 5
Figura: O vetor é a resultante ou soma vetorial de e .
Os vetores e tem como vetor soma resultante o vetor . É
crucial notar que a colocação do vetor na origem ou na
extremidade do vetor não altera o vetor soma . Deve-se
observar que os vetores , e formam um triângulo retângulo,
em que é a hipotenusa e são catetos. Para obtermos o
módulo do vetor resultante, basta aplicar o teorema de Pitágoras:
Eq. 3
Decomposição de Vetores
Ao somarmos dois vetores, podemos obter um único vetor, o vetor
resultante, equivalente aos dois vetores somados. Ao decompormos
dois vetores, realizamos um processo inverso. Dado um vetor ,
obtêm-se outros dois vetores e tal que (veja
a figura 7.9).
Física Escolar 1º Ano 26
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Figura 6
O vetor , sua componente horizontal e vertical .
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 7
O vetor e seus componentes e .
O vetor pode ser deslocado para a extremidade do vetor de
tal forma que o vetor e seus vetores componentes e
formem um triângulo retângulo. Aplicando a trigonometria ao
triângulo retângulo, podemos determinar o módulo dos
componentes (horizontal) e (vertical) de em função do
ângulo . Desta forma, no triângulo rachurado da figura, temos
Eq. 4
Física Escolar 1º Ano 27
Eq. 5
onde é o módulo da componente horizontal do vetor .
Temos ainda
Eq. 6
Eq. 7
onde é o módulo da componente vertical do vetor .
Podemos relacionar o módulo do vetor e o módulo de seus
componentes ortogonais, aplicando o teorema de Pitágoras no
triângulo formado por e seus componentes e :
Eq. 8
Não perpendiculares
A soma de vetores perpendiculares entre si ou de direções
quaiaquer não apresenta muita diferença. Para um móvel, partir de
e atingir num deslocamento e, em seguida, atingir
num deslocamento equivale a partir de e atingir num
deslocamento (veja figura 7.7). Desta forma,
Eq. 9
Física Escolar 1º Ano 28
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 8
Figura: O deslocamento equivale aos deslocamentos e .
Na determinação do módulo do vetor resultante, não podemos
aplicar o teorema de Pitágoras, tendo em vista que o ângulo entre
e não é reto ( ).
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 9
Figura: A diagonal do paralelogramo, cujos lados são os vetores
e .
Os vetores e formam um paralelogramo cuja diagonal é o
vetor resultante . De acordo com a regra do paralelogramo, se
e formam entre si um ângulo , o módulo do vetor resultante
será dado pela expressão:
Física Escolar 1º Ano 29
Eq. 10
Sumário
As grandezas fisicas podem ser divididas em dois grandes
conjuntos. Temos as grandezas escalares e as grandezas vectoriais.
A sua diferenca tem haver com a sua relacao com o espaco, onde as
grandezas escalares nao dependem da configuracao do espaco em
seu redor enquanto que as vectoriais dependem da mesma. Para
operar com grandezas escalares apenas efectuam-se somas
algebricas enquanto que para as grandezas vectoriais é necessario
usar entidades matematicas denominados vectores e suas
respectivas regras de operacao.
Exercicios
1. Qual a condição para que a soma de dois vetores seja nula?
2. O módulo da soma de dois vetores pode ser igual à soma de
seus módulos? Quando?
3. O módulo de um vetor pode ser negativo? Por quê?
4. Um móvel desloca-se no sentido oeste-leste, e em
seguida, no sentido norte-sul.
a) Represente esquematicamente esses
deslocamentos.
b) Determine o módulo do deslocamento
resultante.
5. Na figura, F1=F2=100N. Determine o módulo da resultante
de F 1 e F2. (Dado: = -0,50.)
Física Escolar 1º Ano 30
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 10
6. Um projétil é atirado com velocidade de 400m/s fazendo
um ângulo de com a horizontal. Determine os
componentes vertical e horizontal da velocidade do projétil.
7. Na figura abaixo estão representadas duas forças: , de
módulo F 1 = 5,0 N e , de módulo F 2= 3,0 N, formando
entre si um ângulo . Determine a força resultante
para o sistema de forças mostrado.
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 11
Física Escolar 1º Ano 31
8. Um vetor velocidade é decomposto em dois outros,
perpendiculares entre si. Sabendo que o módulo do vetor é
10 m/s e que um dos componentes tem módulo igual a
8m/s, determine o módulo do vetor correspondente ao outro
componente.
9. Um projétil é lançado do solo segundo uma direção que
forma com a horizontal com uma velocidade de 200
m/s (veja a figura a seguir). Determine o módulo dos
componentes horizontal, , e vertical, , dessa
velocidade. (Dados: sem 53º =0,80 e cos53º = 0,60)
Fonte www.profs.ccems.pt
Figura 12
10. Um avião voa no sentido sul-norte com uma velocidade de
900 km/h. Num determinado instante passa a soprar um
forte vento com velocidade 50 km/h, no sentido sudoeste-
nordeste.
a) Faça um esquema gráfico representando a
velocidade do avião e do vento.
b) Determine o módulo da velocidade resultante.
(Dados: cós 45º =0,71).
Física Escolar 1º Ano 32
Unidade 03
TEMA: Cinemática
Introdução
Nas unidades anteriores, descrevemos alguns aspectos da Física,
bem como discutimos algumas unidades utilizadas nessa ciência,
principalmente num de seus ramos: a Mecânica. É exatamente aqui
que iniciaremos o estudo da Física propriamente dito. Vamos
começar por uma das partes da Mecânica: a Cinemática.
A Cinemática é o estudo dos movimentos. Mas ela não vai muito a
fundo. Se estivermos interessados em descrever apenas como um
determinado objeto está se movendo, estaremos trabalhando dentro
da Cinemática. É nesse campo que vamos estudar a velocidade dos
objetos, sua aceleração, fazer previsões sobre onde poderá ser
localizado um objeto que está se movendo com determinadas
características e assim por diante. Porém, se quisermos conhecer as
causas, ou seja, por que um objeto está se movendo de uma certa
maneira, já estaremos em um outro campo da Mecânica: a
Dinâmica. Para saber como se movem os objetos e fazer previsões
a respeito de seu movimento precisamos, inicialmente, localizá-los,
isto é, saber onde eles estão.
Física Escolar 1º Ano 33
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
Perceber os conceitos fundamentais da cinematica
Interpretar os diferentes tipos de movimentos
Objectivos Interpreter o movimento analitica e graficamente
Entender a relatividade do movimento
Explicar o uso de equacoes lineares e quadraticas na
descricao do movimento
Onde está?
Desta vez iniciamos a nossa unidade analisando duas situacoes que
deixam transparecer a ideia fundamental desta unidade. Pelo que se
leia:
Situacao 1:
“Estádio cheio! O guarda-redes bate o pontape de saida, tentando
jogar a bola fora de campo para ganhar tempo. Os adeptos gritam!
Um torcedor tira uma foto da jogada e, mais tarde, mostrando a
foto, tenta explicar a situação para o filho: “A bola estava a 15 m
da bandeirinha, do lado esquerdo do nosso guara-redes, a 6 m de
distância da lateral esquerda e a 3 m de altura”.
Fonte Autor
Figura 13
Aparentemente, a bola estava localizada. A foto ajudou muito! Na
realidade, ele deveria dizer que os 15 m foram medidos sobre a
lateral esquerda e, não, entrando 15 m pelo campo e, assim por
diante. Um fato importante é que, para localizarmos um objeto que
se movimenta no espaço, como o caso da bola, precisamos fornecer
três distâncias.
Física Escolar 1º Ano 34
Além disso, é necessário explicar como foram feitas as medidas, e
a partir de que ponto. No exemplo, o ponto em questão era uma das
bandeirinhas que limitam o campo.
Situacao 2
BILHETE DO DETECTIVE SHERLOCK HOLMES PARA SEU
ASISTENTE
Quando cheguei aqui, percebi que a bola branca tinha sido
movida. Ontem eu tinha feito uma marca de giz num dos cantos da
tabela, perto de uma das caçapas. Eu medi, então, 80 centímetros
sobre a lateral maior da mesa. Depois, medi 67 centímetros até a
bola. Eu tinha dado ordens expressas para que nada fosse tocado,
pois a bola branca deveria estar com as impressões digitais do
criminoso. Eu fechei tudo antes de sair! Hoje, quando cheguei
aqui, a situação tinha mudado. As novas medidas eram, na mesma
ordem, 68 cm e 79 cm. Alguém esteve aqui! A bola não pode ter se
deslocado sozinha! Discutiremos depois.
Abraços, Sherlock
Lendo o bilhete deixado pelo famoso detetive Sherlock Holmes
para seu assistente, que estava chegando ao local do crime, vemos
que Holmes procura localizar bem a bola branca. Para tanto, ele
utiliza apenas duas distâncias, e, além disso, um ponto a partir do
qual efetuou as medidas das distâncias. No caso, o ponto era a
marca de giz feita perto da caçapa.
Referenciais
Para localizar os objetos no espaço, no plano e ao longo de uma
reta, a Física utiliza maneiras especiais. São os sistemas de
referência (ou referenciais). No primeiro caso, no campo de
futebol, a posição da bola poderia ser dada da seguinte maneira:
escolhemos um ponto O - no caso, a base da bandeirinha e três
eixos que podem ser entendidos como três réguas: OX, OY e OZ.
Física Escolar 1º Ano 35
Com o auxílio dessas três réguas, medimos as distâncias: x = 15 m,
y = 6 m e z = 3m.
Com esses três valores podemos localizar a bola de futebol. No
segundo caso, na mesa de bilhar, necessitamos da origem, ou seja,
do canto marcado com giz e das duas distâncias. Aqui, houve uma
mudança de posição. Então teremos duas posições da bola de
bilhar:
A - primeira posição: x = 80 cm, y = 67 cm
B - segunda posição: x = 68 cm, y = 79 cm
Finalmente, para o pistão, teremos de indicar que a origem é a base
do pistão e que a posicão do ponto P é x = 6 cm.
Esses sistemas de referência servem para localizar os objetos que
estamos estudando e também para auxiliar na compreensão das
mudanças de sua posição.
Foi assim que Sherlock descobriu que a bola de bilhar tinha sido
movimentada.
O Movimento
Vimos anteriormente que os referenciais podem nos ajudar a saber
quando a posição de um objeto varia. A bola de bilhar mudou da
primeira posição: que podemos chamar de A (x = 80, y = 67), para
a posição que poderíamos chamar de B (x = 68 cm, y = 79 cm).
Falamos, nesse caso, em deslocamento. Porém, o deslocamento
poderia ter sido feito em 1 segundo, em 1 hora ou num tempo
qualquer. Mais ainda: a bola poderia ter ido diretamente de A para
B ou, então, ter passado por caminhos os mais variados, com maior
ou menor velocidade etc. Quando estivermos interessados em
conhecer não somente o deslocamento da bola, mas também o
percurso que ela fez, como se deslocou ao longo desse percurso, se
foi mais ou menos rapidamente, assim por diante, estaremos
estudando o movimento da bola. No movimento de um objeto,
Física Escolar 1º Ano 36
estudamos, portanto, como ocorreram seus deslocamentos ao longo
do tempo e a trajetória (o caminho, o percurso) que ele seguiu.
Rectilineo Uniforme
Vamos iniciar nosso estudo dos movimentos por uma situação
bastante simples. A Figura abaixo representa um tubo de vidro
contendo óleo de cozinha. O tubo é tapado com uma rolha de
borracha. Se, com auxílio de uma seringa e de uma agulha de
injeção, colocarmos uma gota de água dentro do óleo, a gota vai
descer lentamente, sempre na mesma marcha. Podemos estudar
também gotas que subam! É claro que, nesse caso, água não serve!
Mas, se usarmos álcool, poderemos colocar uma gota espetando a
agulha da seringa na rolha de borracha. Ela vai subir, também,
sempre na mesma marcha, isto é, sempre com a mesma velocidade.
É esse movimento que iremos estudar: o de uma gota de álcool
subindo num tubo contendo óleo. Já vimos
que, para o estudo de um movimento,
necessitamos de um referencial. O
movimento da gota é, de certo modo,
parecido com o do pistão. A gota vai andar
apenas numa
direção. Assim, bastará apenas uma régua
para ser usada como referencial.
Precisamos também saber quando a gota
estava em determinada posição. Então, será
necessário um relógio ou, melhor ainda,
um cronômetro.
Figura 14
Vamos supor que a gota de álcool já esteja
Fonte
subindo através do óleo. Se
www.kalipedia.com fotografássemos o tubo e o relógio, de 4 em
Física Escolar 1º Ano 37
4 segundos, teriamos
a primeira foto em que o cronômetro estava marcando zero.
Depois, temos fotos nos instantes 4, 8 até 32 s. Nós acrescentamos,
nesse conjunto de fotos, um eixo que substitui a régua, e outro no
qual são indicados os instantes. Vamos supor que, lendo a posição
na régua em cada foto, obtivéssemos a Tabela abaixo. Ou seja: na
primeira foto, a gota estaria na posição x = 18 cm, da régua. Na
segunda foto ela estaria na posição
x = 22 cm etc. No instante 32 s, a gota se encontraria na posição x
= 50 cm.
Tabela 6
1.2
0.8
x(cm) 0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
t(s)
Gráfico 2
Física Escolar 1º Ano 38
Analisando a Tabela podemos ver, por exemplo, que entre os
instants t1= 4 s e t2 = 20 s, a gota passou da posição x1 = 22 cm para
a posição x2 = 38 cm. Portanto ela se deslocou 38 - 22 = 16 cm
Porém, entre 4 s e 20 s, decorreram: 20 - 4 = 16 s
Dessa maneira, a gota percorreu 16 cm em 16 s. Como a gota
percorreu o trecho sempre com a mesma marcha, sua velocidade
foi de 1 cm/s. Essa foi sua velocidade média.Definimos velocidade
média como sendo:
Eq. 11
As duas diferenças x2- x1 e t2 - t1 , costumam ser representadas por
Δx e Δt (Δ é uma letra grega, delta, assim, lemos “delta x” e “delta
t”).
Não é necessário usar obrigatoriamente os instantes t1 = 4 s e t2 =
20s.
Poderíamos usar t1 = 12 s (nesse caso a posição x1 seria 30 cm),
e t2 = 32 s (nesse caso, a tabela diz que a posição x2 é 50 cm). Então:
Nesse movimento, como se vê, a velocidade da gota não varia. Ela
anda sempre em linha reta e na mesma marcha! Em todos os
instantes, a velocidade da gota é igual à sua velocidade média. É
por isso que esse movimento é chamado Movimento Retilíneo
Uniforme. Não necessitamos então escrever vmédia bastará
escrevermos v (de velocidade).
Se introduzíssemos outras gotas dentro do óleo, por exemplo uma
gota maior, poderíamos constatar que a velocidade seria diferente.
Se a gota fosse maior, ela subiria com velocidade maior.
Poderíamos ter, por exemplo, uma situação igual àquela
representada pelatabela abaixo.
Física Escolar 1º Ano 39
Tabela 7
Tanto nesse caso, como na situação anterior, todos os pontos do
gráfico ficam numa reta. Essa é outra característica do Movimento
Retilíneo Uniforme.
1.2
0.8
x(cm) 0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5
t(s)
Gráfico 3
No Movimento Retilíneo Uniforme, o gráfico da posição em
função do tempo é uma linha reta.
Vamos calcular a velocidade da gota neste caso. Se escolhermos:
t1 = 4 s então x1 = 20 cm
t2 = 12 s então x2 = 36 cm
A velocidade será:
Física Escolar 1º Ano 40
Se compararmos os gráficos dos dois movimentos, podemos ver
que a reta que representa o movimento da gota mais rápida, é mais
inclinada do que a primeira. Pode-se dizer que:
Quanto maior for a velocidade de um objeto, mais inclinada, com
relação ao eixo dos tempos, é a reta que representa esse
movimento.
Vamos voltar e supor, agora, que a gota seja de água. Ela vai ser
introduzida pela parte superior e descer ao longo do tubo. Se não
mexermos na régua, as posições da gota, em seu movimento, vão
diminuir, ou seja, os valores da posição vão decrescer. Poderíamos
ter uma tabela e gráfico como abaixo é ilustrado
Tabela 8
1.2
0.8
x(cm) 0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
t(s)
Gráfico 4
Vamos calcular a velocidade da gota nesse caso. Se escolhermos:
t1 = 5 s então x1 = 45 cm
t2 =20 s então x2 = 15 cm
A velocidade será:
Física Escolar 1º Ano 41
Qual o significado dessa velocidade negativa? Ela indica que a gota
está se deslocando no sentido oposto à orientação da régua.
Trocando em miúdos: a gota está indo de posições que são
representadas por números maiores para posições representadas por
números menores. Porém, se tivéssemos invertido a régua antes de
colocar a gota, a velocidade seria positiva! Isso porque a gota iria
das posições menores para as posições maiores. Esse é um fato
bastante importante: o sinal da velocidade depende de como
colocamos a régua!
A velocidade depende do referencial
Como localizar a gota em qualquer instante?
Vamos supor que tivéssemos uma tabela que descrevesse um
movimento uniforme, como os anteriores, mas que os valores
estivessem embaralhados (Tabela abaixo). Mais ainda: no meio
deles, colocamos um par de valores desconhecidos: t e x. Vamos
ver que, se utilizarmos a definição de velocidade média duas vezes,
poderemos obter uma função muito importante.
Tabela 9
Vamos calcular a velocidade média escolhendo:
t1 = 8 s então x1 = 20 cm
t2 = 10 s então x2 = 24 cm
A velocidade será:
Física Escolar 1º Ano 42
Vamos agora escolher:
t1 = 6 s entãox1 = 16 cm
t2 = t s entãox2 = x cm
A velocidade média será:
Porém, sabemos que vmédia= 2 cm/s, como foi visto um pouco atrás.
ou seja,
x - 16 = 2 (t - 6)
x - 16 = 2 t – 12
então:
x=2· t+4
Esta é a chamada função horária da posição. Ela serve para
determinarmos a posição do objeto que está se movendo em linha
reta com velocidade constante, em qualquer instante. Por exemplo:
se fizermos t = 6 s, teremos:
x = 2 · 6 + 4 = 16 cm, que é o valor dado na Tabela
Podemos fazer o inverso, calcular em que instante o objeto passou,
ou vai passar, por determinada posição. Por exemplo: saber, em
que instante o objeto vai estar na posição x = 40 cm.
Assim, teremos:
40 = 2 · t + 4
40 - 4 = 2 · t
36 = 2 · t
2 · t = 36
t = 18 s
Física Escolar 1º Ano 43
Por outro lado, para o instante t = 0, teríamos x = 4 cm. Esse valor
é exatamente o 4 que aparece na função horária. De maneira geral,
podemos escrever a função horária como:
Eq. 12
onde: x é a posição no instante t; v é a velocidade; x0 é a posição no
instante t = 0.
Um outro gráfico
Na Figura 14, tínhamos uma gota que descia pelo tubo com óleo
numa velocidade constante de 2 cm/s. Qualquer que fosse o
instante, a velocidade era a mesma: 2 cm/s. Assim, uma tabela para
a velocidade em função do tempo e o gráfico correspondente
seriam:
Tabela 10
1.2
0.8
v(cm/s) 0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5
t(s)
Gráfico 5
Física Escolar 1º Ano 44
1.2
0.8
v(cm/s) 0.6
0.4
0.2
0
0 1 2 3 4 5
t(s)
Gráfico 6
Aparentemente, o gráfico não nos dá muitas informações. Todavia,
com ele podemos saber quanto a gota se deslocou entre dois
instantes. Vamos calcular qual a área do retângulo que foi
desenhado no gráfico (6) da velocidade. A altura do retângulo vale
2 cm/s, e sua base (12 s - 4 s), ou seja, 8 s. Como a área do
retângulo é o produto da base pela altura, teremos:
Área = 2 cm/s · 8 s = 16 cm.
Por outro lado, consultando a Tabela 7, veremos que entre os
instantes 4 s e 12 s, a gota foi da posição 20 cm para a posição 36
cm e, dessa maneira, andou 16 cm, que foi o valor encontrado para
a área do retângulo. Poderíamos pensar que isso foi uma
coincidência. Porém, você poderá calcular a área de outros
retângulos na mesma figura e verificar que a área vai ser igual ao
deslocamento!
EXEMPLO
Uma pessoa anotou as posições e os tempos para um objeto
movendo-se em linha reta e obteve a Tabela 11. Construa o gráfico
da posição em função do tempo e o da velocidade em função do
tempo. Admitindo-se que esse objeto se mova sempre dessa
maneira,determine o instante em que passa pela posição x = 20 cm
Física Escolar 1º Ano 45
e qual a posição nos instantes t = 7,0 s e t = 3,5 s. Usando o gráfico
da velocidade, determine o deslocamento entre 2 s e 6 s.
Tabela 11
1.2
0.8
x(cm) 0.6
0.4
0.2
0
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1 1.2
t(s)
Gráfico 7
Os pontos da tabela que dão a posição, em função do tempo,
quando colocados num gráfico, ficam como o que está no grafico 7.
Se escolhermos dois instantes, e suas respectivas posições,
podemos calcular a velocidade média do objeto. Vamos usar, por
exemplo, os valores:
t1 = 2 s x1 = 40 cm
t2 = 5 s x2 = 16 cm
A velocidade média será:
Como a velocidade é constante, e igual à - 8 cm/s o gráfico da
velocidade é uma reta paralela ao eixo t como mostra a Figura 13.
Física Escolar 1º Ano 46
A posição no instante t = 0 vale 56 cm, a função horária da posição
vai ser portanto:
x = 56 - 8 · t
Com auxílio dessa função, calculamos o instante que o objeto passa
pela posição x = 20 cm:
20 = 56 - 8 · t
20 - 56 = - 8 · t
- 36 = - 8 · t
t = 4,5 s
Gráfico 8
Podemos calcular também a posição, x no instante t = 3,5 s
x = 56 - 8 · 3,5
x = 56 - 28
x = 28 cm
Gráfico 9
Calculando-se a área do retângulo no gráfico da velocidade entre os
instantes t = 2 s e t = 6s (gráfico 9), vemos facilmente que esse
valor
Física Escolar 1º Ano 47
é: -32 cm. Isso pode ser verificado observando que, entre esses dois
instantes, o objeto foi da posição 40 cm para a posição 8 cm. Isto é,
voltou 32 cm.
EXEMPLO
Pedro mora em Chimoio que fica a 200 km da Beira onde mora
João. Exatamente entre as duas cidades, está Inchope, outra cidade
da região. Um carro está a 40 km de Chimoio e vai para Beira por
uma estrada reta, com velocidade constante de 80 km/h. Depois de
quanto tempo vai passar por Inchope e quando vai chegar em
Beira? Em geral, os problemas sobre movimento retilíneo uniforme
têm um aspecto semelhante ao descrito acima. Para resolvê-lo,
necessitamos definir um referencial. Como dissemos anteriormente,
qualquer pessoa pode definir o seu sistema de referência.
Suponhamos que Pedro tivesse definido um e João, um outro.
Veremos que as respostas às questões vão ser as mesmas.
Física Escolar 1º Ano 48
Pedro pensou assim: João pensou assim:
Vou medir as distâncias apartir de Vou medir as distâncias a partir de
Chimoio. O carro partiu de uma Beira. O carro partiu de uma posição
posição situada a 40 km daqui, situada a 160 km daqui, então sua
então, sua posição inicial x0 será 40. posição inicial x0 será 160. A medida
À medida que o tempo passa, os que o tempo passa, os valores da
valores da posição vão posição vão diminuindo. Então sua
aumentando. Então sua velocidade velocidade v é negativa, e vale 80
v é positiva, e vale 80 km/h. Logo, km/h. Logo, a função horária da
a função horária da posição vai ser: posição vai ser: xJoão = 160 - 80 · t
xPedro = 40 + 80 · t Com essa função eu posso calcular em
Com essa função, eu posso calcular que instante o carro vai passar por
em que instante o carro vai passar Inchope. Basta que eu faça xJoão = 100
por Inchope. Basta que eu faça km, pois Inchope está a 100 km daqui.
xPedro = 100 km, pois Inchope está a Então:
100 km daqui. Então: 100 = 160 - 80 · t
100 = 40 + 80 · t 100 - 160 = - 80 t
100 - 40 = 80 t - 60 = - 80 t
60 = 80 t t =3/4 h=45min
t =3/4 h=45min E, vai chegar naBeira quando
E vai chegar em Beira quando xJoão = 0 km pois eu conto as distâncias
xPedro = 200 km à partir daqui. Então:
200 = 40 + 80 · t 0 = 160 - 80 · t
200 - 40 = 80 t - 160 = - 80 t
160 = 80 t t=2h
t=2h
Física Escolar 1º Ano 49
Como podemos ver, os resultados obtidos foram idênticos apesar
das funções horárias serem diferentes. As funções horárias
dependem do referencial que cada pessoa constrói. Porém, desde
que o raciocínio seja coerente, os resultados para as questões vão
ser os mesmos.
Exercicios
Exercício 1
Um carro anda 160 km em 2 horas. Qual sua velocidade média?
Qual a
distância que ele percorre em 4 horas? Se essa velocidade for
mantida,
quanto tempo gastará para percorrer 400 km?
Exercício 2
Um objeto está se movendo numa trajetória retilínea e suas
posições com
relação ao tempo estão dadas no gráfico da figura abaixo.
Determine:
a) Sua posição no instante t = 0 (x0).
b) Sua velocidade média.
c) Sua função horária.
d) Sua posição no instante t = 10 s.
e) Quando passa pela posição x = 180 m.
Física Escolar 1º Ano 50
Fonte autor
Exercício 3
Um objeto move-se em uma trajetória retilínea. O gráfico de sua
velocidade
está na figura abaixo.
a) Qual o valor de sua velocidade?
b) Qual seu deslocamento
entre os instantes t = 4 s e t = 20 s?
Fonte autor
Exercício 4
Um objeto se move sobre uma trajetória retilínea. As posições
ocupadas por
esse objeto, com relação ao tempo, estão dadas na tabela.
Determine:
Física Escolar 1º Ano 51
a) A função horária da posição.
b) A posição no instante t = 12 s.
c) O instante no qual a posição vale 80 m.
Exercício 5
Considere um problema semelhante ao do exemplo descrito no
texto. Nesse caso, o carro está indo da Beira para Chimoio, com
uma velocidade de 50 km/h. Em que instante vai passar por
Inchope e quando vai chegar em Chimoio?
Fonte www.kalipedia.com
Rectilineo Uniformemente Acelerado
S uponhamos que tenha sido realizado um estudo que avalia dois
novos veículos do mercado: o Copa e o Duna. As pesquisas
levantaram os seguintes dados:
Tabela 12
Física Escolar 1º Ano 52
Levando em conta apenas essas informações, você seria capaz de
responder: qual é o melhor?
Para poder responder, é preciso analisar as informações fornecidas.
Quanto à velocidade máxima atingida, os dois podem andar
no máximoa 180 km/h: houve empate e não podemos
responder à pergunta.
Quanto à velocidade do veículo após 10 segundos são
diferentes nos dois casos, mas para afirmar qual é o melhor
precisamos saber o que indica essa medida, isto é, entender
o seu significado.
Entendendo mais sobre a pesquisa
Veja como ela foi realizada: inicialmente os veículos estavam
parados; portanto suas velocidades eram nulas (zero). Num dado
momento, o juiz deu a largada e os dois partiram numa pista reta.
O primeiro fato importante que você deve observar é que a
velocidade deixa de ser nula após a largada. Isso quer dizer que
houve variação da velocidade. O segundo fato importante é que no
mesmo tempo (10 segundos) o Copa atinge 30 m/s e o Duna apenas
20 m/s. A segunda medida relaciona duas grandezas: a variação da
velocidade e o tempo gasto para ocorrer essa variação. Observe a
Tabela 13.
Tabela 13
Veja que a velocidade do Copa variou de 0 a 30 m/s e a velocidade
do Duna variou de 0 a 20 m/s nos mesmos 10 segundos!
Você já sabe qual é a velocidade de cada veículo após 10 segundos,
mas... O que ocorre com a velocidade a cada instante?
Física Escolar 1º Ano 53
A Tabela 14 indica, para alguns instantes, o valor da velocidade
marcada pelo velocímetro. Observe que, à medida que o tempo
passa, a velocidade varia para ambos os veículos. Observe que num
mesmo instante, a velocidade do Copa é maior do que a do Duna.
Pode-se dizer que o Copa é melhor, porque “arranca” mais rápido.
Tabela 14
Quando falamos em “arranque”, na verdade estamos nos referindo
à relação entre duas grandezas: variação da velocidade e tempo.
Essa nova grandeza, que nos ajudou a decidir qual dos dois é o
melhor é uma grandeza física e recebe o nome de aceleração.
Aceleração é uma medida da variação da velocidade de um corpo
num certo intervalo de tempo.(Terminologia)
Esse é o conceito de aceleração. Pode-se também definir aceleração
com a ajuda da Matemática. Como calcular a aceleração?
Pegue, na Tabela 14, o valor da velocidade em dois instantes
quaisquer e calcule inicialmente a variação da velocidade ( v), isto
é, a diferença entre as duas e o intervalo de tempo correspondente
( t). Por exemplo, para o Copa:
t1 = 2s e v1 = 6 m/s v = v2 - v1 = 24 - 6 = 18
t2 = 8s e v2 = 24 m/s t = t2 - t1 = 8 - 2 = 6
Para calcular a aceleração, basta dividir essa variação pelo intervalo
de tempo necessário para que ela ocorra. Definimos:
∆
Aceleracao a=
∆
Assim teremos: a= = 3(?)
Física Escolar 1º Ano 54
Qual a unidade usada para a grandeza aceleração?
Veja que a grandeza aceleração vem da combinação de duas outras
grandezas: velocidade e tempo, portanto a sua unidade é obtida a
partir das unidades dessas duas grandezas. Observe que a
velocidade do Duna varia “dois metros por segundo” a cada
“segundo”, assim teremos “metro por segundo por segundo”,
abreviando m/s · s ou m/s2. De forma geral, a unidade da
aceleração é dada por uma unidade de comprimento dividida por
uma unidade de tempo ao quadrado. Portanto, a aceleração do Copa
é 3 m/s2. Lembre-se: uma grandeza física deve sempre vir
acompanhada de sua unidade. Nesse caso, se você calcular a
aceleração para dois instantes de tempo quaisquer irá obter sempre
o mesmo valor. Isso quer dizer que a aceleração não varia.
Podemos concluir que:
Nesse movimento a aceleração é constante.
(autoavaliacao) Verifique essa afirmação calculando a aceleração
para quatro intervalos de tempo diferentes para o Copa e quatro
para o Duna.
Os dados da Tabela 14 podem ser representados por um gráfico,
basta marcar os valores de v e t, isto é, v1 e t1,v2 e t2,v3 e t3,v4 e t4,v5 e
t5 e uni-los com uma reta:
Gráfico 10 Copa(esquerda) Duna (Direita)
Você viu como calcular a aceleração a partir dos dados da Tabela
14. Viu que, com esses mesmos dados, foi construído o gráfico 10.
Física Escolar 1º Ano 55
Portanto o gráfico e a tabela representam o mesmo conjunto de
dados. Logo, deve ser possível obter o valor da aceleração a partir
do gráfico. Agora, observe
o gráfico 11, que mostra a velocidade do Duna em função do
tempo.
Gráfico 11
Tome dois pontos, por exemplo os pontos (v4 e t4) e (v8 e t8). Pela
definição, a aceleração é obtida dividindo-se a variação da
velocidade (representada pela linha pontilhada vertical) pelo
intervalo de tempo (representado pela linha pontilhada horizontal).
Assim teremos:
Observe o gráfico 12; nele estão representadas as retas que
descrevem as velocidades do Copa e do Duna em função do tempo.
Física Escolar 1º Ano 56
Gráfico 12
Observe que a reta que representa o movimento do Copa é mais
inclinada, e lembre-se de que ele tem maior aceleração. Portanto,
pode-se afirmar que:
Num gráfico de velocidade em função do tempo v X t (que se lê "v
versus t"), quanto maior for a aceleração mais inclinada será a reta
que representa o movimento.
Será possível conhecer a velocidade dos veículos em outros
instantes, por exemplo, quando t = 9 segundos?
A resposta é sim! Mas como? Veja: num certo momento, o co-
piloto do Copa decidiu anotar os valores da velocidade, porém, o
veículo já estava emmovimento naquele instante. Observe na
Tabela 15
os dados que ele anotou.
Tabela 15
Você já conhece duas maneiras de representar um conjunto de
dados: através de tabelas e de gráficos; mas existe outra!
Física Escolar 1º Ano 57
Vamos calcular outra vez a aceleração do Copa, agora escolhendo
o par (v4, t4) da tabela 4 e um par (v,t) qualquer:
Podemos escrever:
Sabemos que a aceleração do Copa é 3 m/s2, assim:
ou seja, v - 15 = 3 (t - 4)
v - 15 = 3 · t – 12
então: v=3+3·t
Essa função matemática fornece o valor da velocidade em função
do tempo. Ela é chamada de função horária da velocidade que
descreve o movimento do copa, que recebe o nome de Movimento
Retílineo Uniformemente Variado (MRUV). Retilíneo, pois o
veículo anda em linha reta; variado, pois sua velocidade varia; e
uniformemente vem do fato de a aceleração ter sempre o mesmo
valor e, portanto, a velocidade varia sempre da mesma
forma(uniforme). Note que, para o instante t = 0s, obtém-se v0 = 3
m/s; e, se você observar a
Tabela 15, verá que essa é a velocidade inicial, isto é, no instante
em que o co-piloto iniciou as anotações!
De uma maneira geral, podemos escrever para a velocidade v num
instante t qualquer:
Eq. 13
onde v0 é a velocidade inicial (em t=0) e a é a aceleração, que é
constante. Agora é possível responder qual o valor da velocidade
Física Escolar 1º Ano 58
quando t = 9 s! É só substituir o tempo na função horária da
velocidade:
v9 = 3 + 3 · 9 = 3 + 27 = 30 m/s
Como saber onde o veículo estará num certo instante?
Na seccao passada, você estudou o Movimento Retilíneo Uniforme
(MRU), caso em que a velocidade não varia, ela é constante. Para
descrever o MRU você estudou apenas como varia a posição em
função do tempo. Nesta aula você está estudando um movimento
em que, além de a posiçãovariar, varia também a velocidade.
Mas como varia a posição no MRUV? É claro que ela varia, pois
esse fato caracteriza um estado de movimento! Você é capaz de se
lembrar como foi calculado o deslocamento do carro no MRU?
Foi pelo gráfico da velocidade em função do tempo (v X t): a área
da figura formada pelo gráfico fornece o deslocamento. Pode-se
fazer de forma semelhante para o caso do MRUV. O quadro, no
final da
aula, indica, passo a passo, como obter a função horária da posição
do MRUV:
Eq. 14
onde x0 é a posição inicial, v0 é a velocidade inicial, e a é a
aceleração.
Nesse caso, como será o gráfico da posição em função do tempo?
Você espera que seja uma reta como no MRU? Note que essa
função é diferente daquela obtida para a velocidade: ela contém
uma terceira parcela proporcional ao quadrado do tempo (t2). Isso
faz com que o gráfico não seja mais uma reta, mas uma curva. Para
construir o gráfico de posição (x) por tempo (t) a partir da função é
útil, inicialmente, fazer uma tabela que indique os valores de x e t.
Para encontrar as posições, basta substituir o tempo na função e
calcular o valor de x! Mas é preciso também conhecer o valor de x0
Física Escolar 1º Ano 59
e v0. Tome, por exemplo, a Tabela 4. No instante inicial, isto é,
quando começam a anotar os valores de v, a velocidade era 3 m/s;
portanto, v0 = 3 m/s. Suponha que nesse instante o carro passou
pelo marco 100 m da pista. Portanto, x0 = 100 m. Lembre-se de que
a aceleração do Copa, nesse exemplo é a=3 m/s2. Substituindo esses
valores na função horária da posição temos:
x = 100 + 3 · t + 1,5 · t2
Essa função descreve o movimento do Copa e fornece sua posição
x em qualquer instante de tempo t.
Como exemplo, vamos calcular a posição no instante t = 2 s.
x = 100 + 3 · 2 + 1,5· 22
x = 100 + 6 + 6 = 112 m
Prosseguindo dessa maneira, é possível obter os outros valores e
montar a Tabela16
Tabela 16
Agora é possível construir o gráfico da posição em função do
tempo:
Física Escolar 1º Ano 60
Gráfico 13
Observe que não se obtém mais uma reta: o gráfico é uma curva,
que tem o nome de parábola. É possível também representar as
posições do veículo por intermédio de um eixo orientado,
Fonte www.kalipedia.com
Figura 15
Observe na Figura 15 que, nesse caso, os deslocamentos aumentam
com o tempo: a cada segundo o deslocamento é maior do que no
instante anterior. Isso indica que a velocidade está aumentando: o
movimento é variado, nesse caso dizemos que ele é acelerado.
Derrrrrrreeeeeepeeeentteeee... no meio da pista havia um cachorro,
havia um cachorro no meio do pista! Derepente o piloto do Copa
avistou o animal e rapidamente acionou os travoes. Sem perder
tempo, o seu co-piloto anotou os valores da velocidade:Note que a
velocidade agora está diminuindo:
o veículo está a travar!
Tabela 17
Qual será agora o valor da aceleração nesse caso? Pegue, por
exemplo:
Física Escolar 1º Ano 61
t1 = 1 s e v1 = 25 m/s
t4 = 4 s e v4 = 10 m/s
Calculando a aceleração:
Observe que o valor da aceleração é negativo! O sinal da
aceleração é oposto ao da velocidade (que é positiva). Isso indica
que o movimento é desacelerado, isto é, o carro está
freando.Observe o gráfico v X t nesse caso: Veja que a reta tem
uma inclinação
diferente do caso em que o movimento é acelerado quando a
velocidade cresce.
Abaixo estão representados os gráficos v X t para os três casos;
quando o movimento é acelerado (a > 0); quando é
desacelerado (a < 0), ambos exemplos de Movimento Retilíneo
Uniformemente Variado e; no caso especial, quando a acelera
ção é nula (a = 0): nesse caso, a velocidade não varia e temos um
exemplo de Movimento Retilíneo Uniforme – MRU
Gráfico 14
Física Escolar 1º Ano 62
Gráfico 15
Dedução da função horária da posição do mruv
Imagine que num certo instante, após a largada, o co-piloto do
Copa decide anotar alguns valores da velocidade. Olha para o
velocímetro e verifica que naquele instante a velocidade do veículo
é 6 m/s; assim, essa é a sua “velocidade inicial”. Anota os dados:
Tabela 18
Observe que
Quando começou a anotar os valores de v o carro já estava em
movimento, portanto, v0 não é zero! Com esses dados constrói-se o
gráfico 16:
Física Escolar 1º Ano 63
Gráfico 16
A base do retângulo corresponde ao intervalo de tempo
t e a altura corresponde a v0 . Portanto, a área será:
áreaR = base · altura = t · v0 áreaR = v0 · t pois foi escolhido t0 = 0s.
Fonte Autor
Gráfico 17
A base do retângulo corresponde ao intervalo de tempo
t e a altura corresponde a v0 . Portanto, a área será:
áreaR = base · altura = t · v0 áreaR = v0 · t pois foi escolhido t0 = 0s.
O triângulo tem base t e altura v, que é a velocidade final menos
a velocidade inicial naquele trecho. Portanto, a área do triângulo
será:
Física Escolar 1º Ano 64
Eq. 15
usando a definição de aceleração
Eq. 16
Lembrando que t0 = 0 (portanto, t = t) e que v (t0) = v0, pode-se
escrever a área do triângulo como:
Eq. 17
E a área do trapézio, que é a soma das duas será:
Eq. 18
Como a área representa o deslocamento (x0 - x), finalmente obtém-se:
Eq. 19
A expressão matemática que acabamos de obter permite conhecer a
posição x num instante t qualquer, desde que se conheçam a
posição inicial (x0), a velocidade inicial (v0) e a aceleração (a).
Física Escolar 1º Ano 65
Sumário
Nesta unidade estudamos a Cinemática. Você deve ter aprendido os
conceitos de referencial, sistema de coordenadas, posição,
deslocamento, velocidade e acelereção. Vimos até agora dois tipos
de movimento em linha reta:
Movimento Retilíneo Uniforme (MRU)
1. A posição varia em função do tempo, mantendo uma razão
constante; por isso o movimento é chamado de uniforme ou seja,
sua velocidade é constante e o gráfico que representa a posição em
função do tempo é uma reta.
2. Existe uma grandeza: a velocidade que relaciona a variação da
posição com o tempo
3. A grandeza velocidade é definida matematicamente como:
4. No MRU, a velocidade não varia, ela é constante.
5. Por meio da função horária, é possível fazer previsões:
Tabela 19
Movimento Retilíneo Uniformemente Variado (MRUV)
1. No MRUV, variam a posição e a velocidade.
2. A velocidade varia sempre na mesma razão; por isso o
movimento é chamado de uniformemente variado e o gráfico que
representa a velocidade em função do tempo, é uma reta.
3. Existe uma grandeza: a aceleração, que relaciona a variação da
velocidade com o tempo.
4. A grandeza aceleração se define matematicamente como:
Física Escolar 1º Ano 66
5. No MRUV, a aceleração não varia, ela é constante.
6. Pelas funções horárias, é possível fazer previsões da posição e da
velocidade em cada instante:
Tabela 20
7. Podemos representar o conjunto de informações sobre os
movimentos, usando tabelas, gráficos e funções como formas
equivalentes de representar um mesmo conjunto de dados.
Exercícios
Exercício 1
Nesta aula você deve ter calculado alguns valores da aceleração e
verificou que ela é constante. Como é o gráfico da aceleração em
função do tempo?
Exercício 2
As posições de um trem, que percorre uma estrada reta, variam de
acordo com a função: x = 100 + 20 t + 2 t2
onde as posições são dadas em metros e o tempo em segundos,
responda, sem se esquecer das unidades:
a) Qual a posição inicial do trem, isto é, onde ele se encontrava
quando t = 0 s?
b) Qual é a velocidade inicial do trem?
c) Qual é o valor da sua aceleração?
d) Em que posição deverá estar no instante t = 4 s?
Exercício 3
Física Escolar 1º Ano 67
Para o trem do Exercício 2, escreva a equação horária da
velocidade e verifique qual a velocidade do trem no instante t = 5 s.
Exercício 4
É dado o gráfico da velocidade em função do tempo de um ciclista
que se move em linha reta.
Responda:
a) A velocidade do ciclista é constante? Qual o tipo de movimento
que ele realiza?
b) Qual a velocidade inicial do ciclista?
c) Qual o valor da sua aceleração?
d) Escreva a função horária da velocidade que representa este
movimento.
Exercício 5
Suponha que o ciclista do exercício 4 se encontre inicialmente (t =
0) no marco
100 m de uma pista. Pede-se:
a) A função horária da posição.
b) Qual a posição do ciclista no instante t = 5 s?
(Sempre que necessário use g = 10 m/s2 .)
Exercício 6.
Física Escolar 1º Ano 68
Na construção de um edifício, Nestor está levantando uma parede
de tijolos no primeiro andar. Nélson, que está no térreo, joga os
tijolos um a um para Nestor. Quanto tempo demora para que um
tijolo jogado por Nélson chegue às mãos de Nestor com velocidade
zero? Considere que Nélson lança cada tijolo com uma velocidade
inicial de aproximadamente 7,75 m/s e que cada andar tem
aproximadamente 3 metros.
Exercício 7.
Silvio, um menino levado que mora no 100º andar de um edificio,
faz uma brincadeira de mau-gosto. Ele deixa cair um ovo pela
janela tentando atingir uma pessoa na calçada. Qual será a
velocidade com que o ovo chega ao solo? (Tal como no exercício,
anterior considere que cada andar tem aproximadamente 3 metros
de altura.)
Exercício 8.
Um homem joga cara ou coroa com uma moeda, atirando-a para
cima com uma velocidade aproximada de 10 m/s. A que altura ela
chega e quanto tempo demora pra voltar à sua mão?
Exercício 9.
Sílvio, um criador de frangos, leu vários livros sobre a queda dos
corpos perto da superfície da Terra. Mas não ficou muito satisfeito
e resolveu verificar se as afirmações dos livros eram verdadeiras.
Foi até o galinheiro, pegou uma galinha e um ovo, subiu até o
telhado de sua casa e soltou o ovo e a galinha. Quem cairá
primeiro, o ovo ou a galinha
Física Escolar 1º Ano 69
Unidade 04
TEMA: Estática
Introdução
Determinar as condições de equilibrio de um corpo;
Definir o conceito de momento de força;
Princípios Básicos
A estática é a parte da física que se preocupa em explicar questões
como:
Por que em uma mesa sustentada por dois pés, estes precisam estar
em determinada posição para que esta não balance?
Por que a maçaneta de uma porta sempre é colocada no ponto mais
distante das dobradiças dela?
Por que um quadro pendurado em um prego precisa estar preso
exatamente em sua metade?
Por que é mais fácil quebrar um ovo pelas laterais do que por suas
extremidades?
Princípio da transmissibilidade das forças
O efeito de uma força não é alterado quando esta é aplicada em
diferentes pontos do corpo, desde que esta seja aplicada ao longo
de sua linha de aplicação.
Física Escolar 1º Ano 70
Fonte Autor
Nos três casos o efeito da força é o mesmo.
Equilíbrio
As situações em que um corpo pode estar em equilíbrio são:
Equilíbrio estático: Ocorre quando o ponto ou corpo está
perfeitamente parado ( ).
Equilíbrio dinâmico: Ocorre quando o ponto ou corpo está em
Movimento Uniforme .
Estática de um ponto
Para que um ponto esteja em equilíbrio precisa satisfazer a seguinte
condição:
A resultante de todas as forças aplicadas a este ponto deve ser nula.
Exemplos:
(1) Para que o ponto A, de massa 20kg, esteja em equilíbrio qual
deve ser a intensidade da força ?
Física Escolar 1º Ano 71
Fonte Autor
Sendo:
Mas como a força Peso e a força Normal têm sentidos opostos,
estas se anulam.
E, seguindo a condição de equilíbrio:
Estática de um corpo rígido
Chamamos de corpo rígido ou corpo extenso, todo o objeto que não
pode ser descrito por um ponto.
Para conhecermos o equilíbrio nestes casos é necessário estabelecer
dois conceitos:
Centro de massa
Um corpo extenso pode ser considerado um sistema de partículas,
cada uma com sua massa.
A resultante total das massas das partículas é a massa total do
corpo. Seja CM o ponto em que podemos considerar concentrada
toda a massa do corpo, este ponto será chamado Centro de Massa
do corpo.
Para corpos simétricos, que apresentam distribuição uniforme de
massa, o centro de massa é o próprio centro geométrico do sistema.
Como no caso de uma esfera homogênea, ou de um cubo perfeito.
Física Escolar 1º Ano 72
Para os demais casos, o cálculo do centro de massa é feito através
da média aritmética ponderada das distâncias de cada ponto do
sistema.
Fonte Autor
Para calcularmos o centro de massa precisamos saber suas
coordenadas em cada eixo do plano cartesiano acima, levando em
consideração a massa de cada partícula:
Então o Centro de Massa do sistema de partículas acima está
localizado no ponto (1,09 , 0,875), ou seja:
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 73
Como forma genérica da fórmula do centro de massa temos:
Momento de uma força
Imagine uma pessoa tentando abrir uma porta, ela precisará fazer
mais força se for empurrada na extremidade contrária à dobradiça,
onde a maçaneta se encontra, ou no meio da porta?
Claramente percebemos que é mais fácil abrir ou fechar a porta se
aplicarmos força em sua extremidade, onde está a maçaneta. Isso
acontece, pois existe uma grandeza chamada Momento de Força
, que também pode ser chamado Torque.
Esta grandeza é proporcional a Força e a distância da aplicação em
relação ao ponto de giro, ou seja:
A unidade do Momento da Força no sistema internacional é o
Newton-metro (N.m)
Como este é um produto vetorial, podemos dizer que o módulo do
Momento da Força é:
Sendo:
M= Módulo do Momento da Força.
F= Módulo da Força.
d=distância entre a aplicação da força ao ponto de giro; braço de
alavanca.
sen θ=menor ângulo formado entre os dois vetores.
Física Escolar 1º Ano 74
Como , se a aplicação da força for perpendicular à d o
momento será máximo;
Como , quando a aplicação da força é paralela à d, o
momento é nulo.
E a direção e o sentido deste vetor são dados pela Regra da Mão
Direita.
O Momento da Força de um corpo é:
Positivo quando girar no sentido anti-horário;
Negativo quando girar no sentido horário;
Exemplo:
Qual o momento de força para uma força de 10N aplicada
perpendicularmente a uma porta 1,2m das dobradiças?
Condições de equilíbrio de um corpo rígido
Para que um corpo rígido esteja em equilíbrio, além de não se
mover, este corpo não pode girar. Por isso precisa satisfazer duas
condições:
O resultante das forças aplicadas sobre seu centro de massa deve
ser nulo (não se move ou se move com velocidade constante).
O resultante dos Momentos da Força aplicadas ao corpo deve ser
nulo (não gira ou gira com velocidade angular constante).
Tendo as duas condições satisfeitas qualquer corpo pode ficar em
equilíbrio, como esta caneta:
Exemplo:
(1) Em um circo, um acrobata de 65kg se encontra em um
trampolim uniforme de 1,2m, a massa do trampolim é 10kg. A
distância entre a base e o acrobata é 1m. Um outro integrante do
circo puxa uma corda presa à outra extremidade do trampolim, que
Física Escolar 1º Ano 75
está a 10cm da base. Qual a força que ele tem de fazer para que o
sistema esteja em equilíbrio.
Fonte Autor
Como o trampolim é uniforme, seu centro de massa é exatamente
no seu meio, ou seja, a 0,6m. Então, considerando cada força:
Fonte Autor
Pela segunda condição de equilíbrio:
Física Escolar 1º Ano 76
Auto-Avaliação
Dado um corpo arbitrário com massa 12kg concentrada em um
ponto P ligado a outro de massa 10kg concentrada em um ponto Q
ligado por um fio ideal que atravessa uma polia ideal, assim como
na figura abaixo. Qual deve ser o coeficiente de atrito para que este
sistema esteja em equilíbrio?
Fonte Autor
Analisando individualmente cada um dos pontos onde há alguma
força aplicada:
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 77
Fonte Autor
No sentido vertical para P:
Montando um sistema de equações com as forças aplicadas em
cada corpo temos:
Mas para que o corpo esteja em equilíbrio a=0. Então somando o
sistema acima temos:
Três partículas localizam-se em posições: a (2,4), b (3,-1), c (1,0), d
(-5,-2), e (0,0). Sendo a massa destas partículas, respectivamente,
5kg, 16kg, 0,1kg, 0,9kg e 10kg. Qual é o centro de massa deste
sistema?
Física Escolar 1º Ano 78
Fonte Autor
Utilizando o princípio da média aritmética ponderada, podemos
calcular o centro de massa em cada eixo do plano cartesiano:
Logo CM (1,67 , 0,04)
Física Escolar 1º Ano 79
Fonte Autor
Avaliação
1. Dado um corpo arbitrário com massa 12kg concentrada em um
ponto P ligado a outro de massa 10kg concentrada em um ponto
Q ligado por um fio ideal que atravessa uma polia ideal, assim
como na figura abaixo. Qual deve ser o coeficiente de atrito para
que este sistema esteja em equilíbrio?
Fonte Autor
2. Dois cabos seguram um bloco de massa 20kg, um deles, com
intensidade 20N, forma um ângulo de 45° com a horizontal. O
outro, forma um ângulo de 120° partindo da horizontal. Qual a
força aplicada a este cabo para que o bloco fique em equilíbrio
verticalmente?
Física Escolar 1º Ano 80
Fonte Autor
3. Três partículas localizam-se em posições: a (2,4), b (3,-1), c
(1,0), d (-5,-2), e (0,0). Sendo a massa destas partículas,
respectivamente, 5kg, 16kg, 0,1kg, 0,9kg e 10kg. Qual é o centro
de massa deste sistema?
Fonte Autor
4. Para abrir uma porta de madeira de um metro de largura é
necessário aplicar uma força perpendicular de intensidade 50N na
sua extremidade contrária à dobradiça. Ao tentar abrir esta porta
empurrando-a pelo seu meio, qual deve ser a intensidade da força
perpendicular aplicada?
5. Uma barra homogênea de 5kg e 2m apoiada sob um ponto em
uma parede é segurada por um cabo ideal, em um ponto A,
distante 1,5m da ponta da barra e há um bloco de massa 1kg
preso a outra extremidade da barra. Qual a força aplicada ao cabo
para que o sistema esteja em equilíbrio?
Física Escolar 1º Ano 81
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 82
Unidade 05
TEMA:Dinâmica
Introdução
Descrever os aspectos mais marcantes da vida de Isaac Newton
Aplicar as 3 leis de Newton em problemas simples
Conhecer superficialmente a biografia de Isaac Newton
Era uma vez, um pequeno menino, que
nasceu a 25 de Dezembro de 1642, no
mesmo ano em que faleceu o famoso
cientista Galileu. Durante a infância, foi
educado pela avó e frequentou a escola em
Woolsthorpe. Na adolescência, frequentou a
Grantham Grammar School. Foi
Fonte
www.pt.wikipedia.org encarregado de ajudar na gestão dos
negócios da família, o que não lhe agradava. Por isso, dividia o seu
tempo entre os livros e a construção de engenhosos
entretenimentos, como por exemplo um moinho de vento em
miniatura ou um relógio de água.
O seu tio apercebeu-se do seu talento extraordinário e convenceu a
mãe a matriculá-lo na escola em Cambridge. Enquanto se
preparava para ingressar em Cambridge, instalou-se na casa do
farmacêutico da vila, onde conheceu a menina Storey por quem se
apaixonou e ficou noivo antes de deixar a vila para ingressar no
Trinity College. Tinha então dezanove anos. Apesar de ter muito
afeto por este primeiro e único amor da sua vida, a absorção
Física Escolar 1º Ano 83
crescente pelo trabalho levou-o a deixar a sua vida amorosa para
segundo plano.
Ele foi um autodidata que nos finais de 1664, atingiu um grande
conhecimento matemático e estava pronto para realizar as suas
próprias contribuições. Durante 1666, após ter obtido o seu grau de
Bacharel, o Trinity College foi encerrado devido à peste. Este foi
para Newton o período mais produtivo, pois, nesses meses, na sua
casa de Lincolnshire, realizou quatro das suas principais
descobertas: O teorema binomial; O cálculo diferencial e integral;
A lei da gravitação; A natureza das cores.
Ele não se concentrou apenas numa só área de estudos. Para além
da a Matemática e da Filosofia Natural, as suas duas grandes
paixões foram a Teologia e a Alquimia. Enquanto teólogo,
acreditava, sem questionar, no criador todo poderoso do Universo,
acreditando sem hesitação no relato da criação. Nesse sentido,
desenvolveu esforços para provar que as profecias de Daniel e que
o "Apocalipse" faziam sentido, e realizou pesquisas cronológicas
com o objetivo de harmonizar historicamente as datas do Antigo
Testamento.
Com vinte seis anos, regressou a Cambridge em 1667 e por
recomendação do próprio Barrow foi eleito Professor de
Matemática. As suas primeiras lições foram sob óptica e nelas
expôs as suas próprias descobertas. Já em 1668 tinha construído
com as suas próprias mãos um telescópio de espelho muito eficaz e
de pequeno tamanho. Utilizou-o para observar os satélites de
Júpiter. Em 1672 comunica o seu trabalho sobre telescópios e a sua
teoria corpuscular da luz, o que vai dar origem à primeira de muitas
controvérsias que acompanharam os seus trabalhos.
Os seus esforços no campo da matemática e das ciências foram
grandiosos, mas a sua maior obra foi sobre a exposição do sistema
do mundo, dada na sua obra denominada Principia. Durante a
Física Escolar 1º Ano 84
escrita do Principia não teve qualquer cuidado com a saúde,
esquecendo-se das refeições diárias e até de dormir.
Em Janeiro de 1689, é eleito para representar a universidade na
convenção parlamentar onde se mantém até à sua dissolução em
Fevereiro de 1690. Durante esses dois anos viveu em Londres onde
fez novas amizades com pessoas influentes incluindo John Locke
(1632-1704).
No Outono de 1692, adoece seriamente, conduzindo-o para perto
do colapso total. Recupera a saúde em finais de 1693 para regozijo
dos seus amigos.
É de lamentar que após 1693, não se tenha dedicado mais à
matemática. Ele teria facilmente criado uma das mais importantes
aplicações do cálculo: o cálculo das variações. Já nos Principia
tinha sugerido este assunto quando calcula a forma de uma
superfície de revolução que atravessa uma massa de liquido
oferecendo resistência mínima. Também em 1696, resolveu em
poucas horas o clássico problema da brachistochrona: determinar a
forma da trajetória que uma massa em queda, sob a ação da
gravidade, descreve entre dois pontos dados num tempo mínimo.
Poucas semanas antes da sua morte, presidiu a uma secção da Real
Society. Foi eleito sócio estrangeiro da Academia das Ciências
Francesa em 1699. Faleceu a 20 de Março de 1727, durante o sono,
já com oitenta e cinco anos. Teve direito ao elogio fúnebre oficial
pronunciado pelo secretário da Academia e sepultado no Panteão
de Londres, junto aos reis de Inglaterra, na Abadia de Westminster.
Ele se chamava Isaac Newton
Quando se fala em dinâmica de corpos, a imagem que vem à
cabeça é a clássica e mitológica de Isaac Newton, lendo seu livro
sob uma macieira. Repentinamente, uma maçã cai sobre a sua
cabeça. Segundo consta, este foi o primeiro passo para o
entendimento da gravidade, que atraia a maçã.
Física Escolar 1º Ano 85
Com o entendimento da gravidade, vieram o entendimento de
Força, e as três Leis de Newton.
Na cinemática, estuda-se o movimento sem compreender sua causa.
Na dinâmica, estudamos a relação entre a força e movimento.
Força: É uma interação entre dois corpos.
O conceito de força é algo intuitivo, mas para compreendê-lo,
pode-se basear em efeitos causados por ela, como:
Aceleração: faz com que o corpo altere a sua velocidade, quando
uma força é aplicada.
Deformação: faz com que o corpo mude seu formato, quando sofre
a ação de uma força.
Força Resultante: É a força que produz o mesmo efeito que todas as
outras aplicadas a um corpo.
Dadas várias forças aplicadas a um corpo qualquer:
Fonte Autor
A força resultante será igual a soma vetorial de todas as forças
aplicadas:
Fonte Autor
Leis de Newton
As leis de Newton constituem os três pilares fundamentais do que
chamamos Mecânica Clássica, que justamente por isso também é
conhecida por Mecânica Newtoniana.
Física Escolar 1º Ano 86
1ª Lei de Newton - Princípio da Inércia
Quando estamos dentro de um carro, e este contorna uma curva,
nosso corpo tende a permanecer com a mesma velocidade vetorial a
que estava submetido antes da curva, isto dá a impressão que se
está sendo "jogado" para o lado contrário à curva. Isso porque a
velocidade vetorial é tangente a trajetória.
Quando estamos em um carro em movimento e este freia
repentinamente, nos sentimos como se fôssemos atirados para
frente, pois nosso corpo tende a continuar em movimento.
estes e vários outros efeitos semelhantes são explicados pelo
princípio da inércia, cujo enunciado é:
"Um corpo em repouso tende a permanecer em repouso, e um
corpo em movimento tende a permanecer em movimento."
Então, conclui-se que um corpo só altera seu estado de inércia, se
alguém, ou alguma coisa aplicar nele uma força resultante diferente
se zero.
2ª Lei de Newton - Princípio Fundamental da Dinâmica
Quando aplicamos uma mesma força em dois corpos de massas
diferentes observamos que elas não produzem aceleração igual.
A 2ª lei de Newton diz que a Força é sempre diretamente
proporcional ao produto da aceleração de um corpo pela sua massa,
ou seja:
ou em módulo: F=ma
Onde:
F é a resultante de todas as forças que agem sobre o corpo (em N);
m é a massa do corpo a qual as forças atuam (em kg);
a é a aceleração adquirida (em m/s²).
A unidade de força, no sistema internacional, é o N (Newton), que
equivale a kg m/s² (quilograma metro por segundo ao quadrado).
Física Escolar 1º Ano 87
Exemplo:
Quando um força de 12N é aplicada em um corpo de 2kg, qual é a
aceleração adquirida por ele?
F=ma
12=2a
a=6m/s²
Força de Tração
Dado um sistema onde um corpo é puxado por um fio ideal, ou
seja, que seja inextensível, flexível e tem massa desprezível.
Fonte Autor
Podemos considerar que a força é aplicada no fio, que por sua vez,
aplica uma força no corpo, a qual chamamos Força de Tração .
Fonte Autor
3ª Lei de Newton - Princípio da Ação e Reação
Quando uma pessoa empurra um caixa com um força F, podemos
dizer que esta é uma força de ação. mas conforme a 3ª lei de
Newton, sempre que isso ocorre, há uma outra força com módulo e
direção iguais, e sentido oposto a força de ação, esta é chamada
força de reação.
Esta é o princípio da ação e reação, cujo enunciado é:
"As forças atuam sempre em pares, para toda força de ação, existe
uma força de reação."
Física Escolar 1º Ano 88
Força Peso
Quando falamos em movimento vertical, introduzimos um conceito
de aceleração da gravidade, que sempre actua no sentido a
aproximar os corpos em relação à superficie.
Relacinando com a 2ª Lei de Newton, se um corpo de massa m,
sofre a aceleração da gravidade, quando aplicada a ele o principio
fundamental da dinâmica poderemos dizer que:
A esta força, chamamos Força Peso, e podemos expressá-la como:
ou em módulo:
O Peso de um corpo é a força com que a Terra o atrai, podendo ser
váriável, quando a gravidade variar, ou seja, quando não estamos
nas proximidades da Terra.
A massa de um corpo, por sua vez, é constante, ou seja, não varia.
Existe uma unidade muito utilizada pela indústria, principalmente
quando tratamos de força peso, que é o kilograma-força, que por
definição é:
1kgf é o peso de um corpo de massa 1kg submetido a aceleração da
gravidade de 9,8m/s².
A sua relação com o newton é:
Quando falamos no peso de algum corpo, normalmente, lembramos
do "peso" medido na balança.
Mas este é um termo fisicamente errado, pois o que estamos
medindo na realidade, é a nossa massa.
Pela aplicação da 3ª Lei de Newton: "Para toda força de ação,
existe uma força equivalente de reação."
Chamamos a força de reação à força peso, Força Normal.
Física Escolar 1º Ano 89
Fonte Autor
Por exemplo:
Qual o peso de um corpo de massa igual a 10kg:
(a) Na superfície da Terra (g=9,8m/s²);
(b) Na supefície de Marte (g=3,724m/s²).
(a)
(b)
Força de Atrito
Até agora, para calcularmos a força, ou aceleração de um corpo,
consideramos que as superfícies por onde este se deslocava, não
exercia nenhuma força contra o movimento, ou seja, quando
aplicada uma força, este se deslocaria sem parar.
Mas sabemos que este é um caso idealizado. Por mais lisa que uma
superfície seja, ela nunca será totalmente livre de atrito.
Sempre que aplicarmos uma força a um corpo, sobre uma
superfície, este acabará parando.
É isto que caracteriza a força de atrito:
Se opõe ao movimento;
Depende da natureza e da rugosidade da superfície (coeficiente de
atrito);
Física Escolar 1º Ano 90
É proporcional à força normal de cada corpo;
Transforma a energia cinética do corpo em outro tipo de energia
que é liberada ao meio.
A força de atrito é calculada pela seguinte relação:
Onde:
μ: coeficiente de atrito (adimensional)
N: Força normal (N)
Atrito Estático e Dinâmico
Quando empurramos um carro, é fácil observar que até o carro
entrar em movimento é necessário que se aplique uma força maior
do que a força necessária quando o carro já está se movimentando.
Isto acontece pois existem dois tipo de atrito: o estático e o
dinâmico.
Atrito Estático
É aquele que atua quando não há deslizamento dos corpos.
A força de atrito estático máxima é igual a força mínima necessária
para iniciar o movimento de um corpo.
Quando um corpo não está em movimento a força da atrito deve ser
maior que a força aplicada, neste caso, é usado no cálculo um
coeficiente de atrito estático: .
Então:
Atrito Dinâmico
É aquele que atua quando há deslizamento dos corpos.
Quando a força de atrito estático for ultrapassada pela força
aplicada ao corpo, este entrará em movimento, e passaremos a
considerar sua força de atrito dinâmico.
Física Escolar 1º Ano 91
A força de atrito dinâmico é sempre menor que a força aplicada, no
seu cálculo é utilizado o coeficiente de atrito cinético:
Então:
Força Elástica
Imagine uma mola presa em uma das extremidades a um suporte, e
em estado de repouso (sem ação de nenhuma força).
Quando aplicamos uma força F na outra extremidade, a mola tende
a deformar (esticar ou comprimir, dependendo do sentido da força
aplicada).
Ao estudar as deformações de molas e as forças aplicadas, Robert
Hooke (1635-1703), verificou que a deformação da mola aumenta
proporcionalmente à força. Daí estabeleceu-se a seguinte lei,
chamada Lei de Hooke:
Onde:
F: intensidade da força aplicada (N);
k: constante elástica da mola (N/m);
x: deformação da mola (m).
A constante elástica da mola depende principalmente da natureza
do material de fabricação da mola e de suas dimensões. Sua
unidade mais usual é o N/m (newton por metro) mas também
encontramos N/cm; kgf/m, etc.
Exemplo:
Um corpo de 10kg, em equilíbrio, está preso à extremidade de uma
mola, cuja constante elástica é 150N/m. Considerando g=10m/s²,
qual será a deformação da mola?
Se o corpo está em equilíbrio, a soma das forças aplicadas a ela
será nula, ou seja:
, pois as forças tem sentidos opostos.
Física Escolar 1º Ano 92
Plano Inclinado
Dadas duas trajetórias:
Fonte Autor
Em qual delas é "mais fácil" carregar o bloco?
Obviamente, na trajetória inclinada, pois no primeiro caso, teremos
que realizar uma força que seja maior que o peso do corpo. Já no
segundo caso, Defermos fazer uma força que seja maior que uma
das componentes de seu peso, neste caso, a componete horizontal,
que terá instensidade menor conforme o ângulo formado for menor.
Por isso, no nosso cotidiano, usamos muito o plano inclinado para
facilitar certas tarefas.
Ao analizarmos as forças que atuam sobre um corpo em um plano
inclinado, temos:
Fonte Autor
A força Peso e a força Normal, neste caso, não tem o mesma
direção pois, como já vimos, a força Peso, é causada pela
aceleração da gravidade, que tem origem no centro da Terra, logo a
Física Escolar 1º Ano 93
força Peso têm sempre direção vertical. Já a força Normal é a força
de reação, e têm origem na superfície onde o movimento ocorre,
logo tem um ângulo igual ao plano do movimento.
Para que seja possível realizar este cálculo devemos estabelecer
algumas relações:
Fonte Autor
Podemos definir o plano cartesiano com inclinação igual ao plano
inclinado, ou seja, com o eixo x formando um ângulo igual ao do
plano, e o eixo y, perpendicular ao eixo x;
A força Normal será igual à decomposição da força Peso no eixo y;
A decomposição da força Peso no eixo x será a responsável pelo
deslocamento do bloco;
O ângulo formado entre a força Peso e a sua decomposição no eixo
y, será igual ao ângulo formado entre o plano e a horizontal;
Se houver força de atrito, esta se oporá ao movimento, neste caso,
apontará para cima.
Sabendo isto podemos dividir as resultantes da força em cada
direção:
Em y:
Física Escolar 1º Ano 94
como o bloco não se desloca para baixo e nem para cima, esta
resultante é nula, então:
mas
então:
Em x:
mas
então:
Exemplo:
Um corpo de massa 12kg é abandonado sobre um plano inclinado
formando 30° com a horizontal. O coeficiente de atrito dinâmico
entre o bloco e o plano é 0,2. Qual é a aceleração do bloco?
Fonte Autor
Em y:
Física Escolar 1º Ano 95
Em x:
Sistemas
Agora que conhecemos os princípios da dinâmica, a força peso,
elástica, centrípeta e de atito e o plano inclinado, podemos calcular
fenômenos físicos onde estas forças são combinadas.
Corpos em contato
Fonte Autor
Quando uma força é aplicada à corpos em contato existem "pares
ação-reação" de forças que atuam entre eles e que se anulam.
Podemos fazer os cálculos neste caso, imaginando:
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 96
Depois de sabermos a aceleração, que é igual para ambos os
blocos, podemos calcular as forças que atuam entre eles, utilizando
a relação que fizemos acima:
Exemplo:
Sendo e , e que a força aplicada ao sistema é
de 24N, qual é a instensidade da força que atua entre os dois
blocos?
Corpos ligados por um fio ideal
Um fio ideal é caracterizado por ter massa desprezível, ser
inextensível e flexível, ou seja, é capaz de transmitir totalmente a
força aplicada nele de uma extremidade à outra.
Fonte Autor
Como o fio ideal tem capacidade de transmitir integralmente a
força aplicada em sua extremidade, podemos tratar o sistema como
se os corpos estivessem encostados:
Física Escolar 1º Ano 97
A tração no fio será calculada atráves da relação feita acima:
Corpos ligados por um fio ideal através de polia ideal
Um polia ideal tem a capacidade de mudar a direção do fio e
transmitir a força integralmente.
Fonte Autor
Das forças em cada bloco:
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 98
Como as forças Peso e Normal no bloco se anulam, é fácil verificar
que as forças que causam o movimento são a Tração e o Peso do
Bloco B.
Conhecendo a aceleração do sistema podemos clacular a Tensão no
fio:
Corpo preso a uma mola
Dado um bloco, preso a uma mola:
Fonte Autor
Dadas as forças no bloco:
Fonte Autor
Então, conforme a 2ª Lei de Newton:
Física Escolar 1º Ano 99
Mas F=kx e P=mg, então:
Assim poderemos calcular o que for pedido, se conhecermos as
outras incógnitas.
Auto-avaliação
1. Descreva quais foram os principais feitos de Isac Newton.
2. Quais foram as principais áreas que Newton concentrou seus
estudos?
3. Considere as seguintes forças aplicadas a um corpo:
Qual é a força resultante aplicada?
4. Uma força de 50N é aplicada a um corpo de massa 100kg
que se encontra em repouso. Sendo esta a única força que
atua no corpo, qual a velocidade alcançada após 10s da
aplicação da força?
5. Qual a massa de um corpo que, partindo do repouso, atinge
uma velocidade de 12m/s em 20s? Sabendo que a força
aplicada nele tem módulo igual a 30N.
6. Qual a força mínima que deve ser feita para levantar um
automóvel com massa 800kg?
7. Qual a massa de um corpo com peso 12000kgf?
Física Escolar 1º Ano 100
Avaliação
1. Qual o coeficiente de atrito de um bloco de 10kg que alcança
2m/s em um deslocamento de 10m, partindo do repouso? Sendo
que a força que é aplicada a ele é 10N.
Fonte Autor
2. Uma força F é aplicada a um bloco de 15kg que desliza sobre um
superfície onde o coeficiente de atrito dinâmico é 0,25. O corpo
tem aceleração constante de 1m/s². Qual a força aplicada no
corpo?
3. Uma mola tem constante elástica k=2,5kN/m. Quando ela for
comprimida de 12cm, qual será a força elástica dela?
4. Um corpo entra em equilíbrio quando a força resultante sobre ele
for nula. Sendo:
Fonte Autor
a. Qual será a deformação na mola quando o sistema estiver
em equilíbrio?
5. Qual a força centrípeta que um carro de massa 600kg atinge, ao
percorrer um curva de raio 100m a uma velocidade de 15m/s²?
6. Qual deve ser o coeficiente de atrito estático entre a estrada e os
pneus para que o carro do exercício anterior não derrape?
Física Escolar 1º Ano 101
7. Qual a aceleração do sistema a seguir, sendo que o coeficiente de
atrito dinâmico do plano é igual a 0,2?
Fonte Autor
Unidade 06
TEMA: Fluídos Ideais
Introdução
Daniel Bernoulli, em 1738, foi o primeiro a entender a pressão
atmosférica em termos moleculares. Ele imaginou um cilindro vertical,
fechado com um pistão no topo, o pistão tendo um peso sobre ele, ambos
o pistão e o peso sendo suportados pela pressão dentro do cilindro.
Ao completar esta unidade, você será capaz de:
Distinguir um fluído ideal, dos outros que nao o sejam;
Conhecer a equacao de continuidade;
Conhecer vasos comunicantes e as suas características;
Objectivos
Conhecer e saber fazer uso da equacao de Bernoulli.
Fluídos ideais
O movimento de um fluído real é muito complexo. Para simplificar sua
descrição consideraremos o comportamento de um fluído ideal cujas
características são as seguintes:
1-Fluído não viscoso. É desprezado a fricção interna entre as distintas
partes do fluído;
Física Escolar 1º Ano 102
2-Fluxo estacionário. A velocidade do fluído em um ponto é constante
com o tempo;
3-Fluído incompressível. A densidade do fluído permanece constante
com o tempo;
4-Fluxo irrotacional. Não apresenta turbilhões, logo, não há momento
angular do fluído relativo a qualquer ponto.
Equação da continuidade
Fonte Autor
Consideremos uma porção de fluído em cor amarela (S1) na figura, no
instante inicial t e no instante t+t.
Em um intervalo de tempo t a secção S1 que limita a porção de fluído
no tubo inferior se move para a direita x1=v1t. A massa de fluído
deslocada para a direita é m1=·S1x1=S1v1t.
Analogamente, a secção S2 que limita a porção de fluído considerada no
tubo superior se move para a direita x2=v2t. no intervalo de tempo t.
A massa de fluído deslocada é m2= S2v2 t. Devido ao fluxo ser
estacionário a massa que atravessa a secção S1 num tempo t, tem que ser
igual a massa que atravessa a secção S2 no mesmo intervalo de tempo.
Logo
v1S1=v2S2
Esta relação é denominada equação da continuidade.
Física Escolar 1º Ano 103
Na figura, o raio do primeiro ramo do tubo é o dobro que o do segundo
ramo, logo a velocidade do fluído no segundo ramo é quatro vezes maior
que no primeiro.
Exemplo:
Quando é aberto pouco a pouco uma torneira, é formado um pequeno jato
de água, um fio cujo raio vai diminuindo com a distância a torneira e que
ao final, se rompe formando gotas.
A equação da continuidade nos proporciona a forma da superfície do
jatinho de água que cai da torneira, tal como apreciamos na figura.
A secção transversal do jato de água quando sai da
torneira é S0, e a velocidade da água é v0. Devido a
ação da gravidade a velocidade v da água é
aumentada. A uma distância h da torneira a
velocidade é
Aplicando a equação da continuidade
Explicitamos o raio r do fio de água em função da
distância h a torneira.
Fonte Autor
Equação de Bernoulli
Calculemos as variações energéticas que ocorrem na porção de fluído
mostrada em cor amarela, quando se desloca ao longo do tubo. Na figura,
é mostrada a situação inicial e comparamos com a situação final depois
de um tempo t. Durante este intervalo de tempo, a face posterior S2 foi
deslocado v2 t e a face anterior S1 do elemento de fluído foi deslocada
v1t para a direita.
Física Escolar 1º Ano 104
Fonte Autor
O elemento de massa m pode ser expresso como m= S2v2t=
S1v1t= V
Comparando a situação inicial no instante t e a situação final no instante
t+t. Observamos que o elemento m aumenta sua altura, desde a altura
y1 a altura y2
A variação de energia potencial é Ep=m·gy2-m·gy1= V·(y2 -y1 )g
O elemento m muda sua velocidade de v1 a v2,
A variação de energia cinética é
Ek =
O resto do fluído exerce forças devidas a pressão sobre a porção de fluído
considerado, sobre sua face anterior e sobre sua face posterior F1 =p1S1 e
F2=p2S2 .
A força F1 é deslocada x1 =v1 t. A força e o deslocamento são de
mesmo sinal
A força F2 se desloca x2=v2 t. A força e o deslocamento são de sinais
contrários.
O trabalho das forças exteriores é Wext=F1 x1- F2 x2=(p1-p2) V
O teorema do trabalho-energia nos diz que: “o trabalho das
forças externas que actuam sobre um sistema de partículas modifica a
energia do sistema de partículas, logo, a soma das variações da energia
cinética e da energia potencial do sistema de partículas”
Wext=Ef -Ei =(Ek+Ep)f - (Ek+Ep)I = Ek+Ep
Simplificando o termo V e reordenando os termos obtemos a equação de
Bernoulli
Física Escolar 1º Ano 105
Oscilações em dois vasos comunicantes
Sejam h01 e h02 as alturas iniciais do fluído em cada um dos recipientes, e
S1 e S2 suas secções respectivas, a altura de equilíbrio h é obtida da
relação
S1h01+S2h02=(S1+S2)h
Fonte Autor
Quando o fluído no primeiro recipiente é deslocado x1 da posição de
equilíbrio, no segundo recipiente se deslocará x2 da posição de equilíbrio.
Como o volume total de fluído em ambos recipientes é constante, a
relação entre estes deslocamentos será
S1x1=S2x2
Equação da continuidade
Se v1 é a velocidade do fluído no primeiro recipiente, v2 no segundo e u
no tubo que comunica ambos os recipientes é obedecido pela equação da
continuidade que
S1v1=S2v2=Su
Balanço energético
As massas de fluído que existe em cada um dos recipientes e no tubo de
comunicação no instante t determinado, serão respectivamente:
Massa no primeiro recipiente: m1= S1(h-x1)
Massa no segundo recipiente: m2= S2(h+x2)
Massa no tubo de comunicação: m= Sd
Física Escolar 1º Ano 106
Onde S é a secção do tubo de comunicação e d seu comprimento
Variação de energia cinética entre o instante t e o instante t+dt.
Variação de energia potencial: uma massa dm passa da posição inicial
h+x2 a posição final h-x1.
onde dm=- S1dx1, já que x1 diminui
Princípio de conservação da energia Ek=Ep
A partir desta equação e das relações (1) e (2), escrevemos v1 em função
de x1.
dividindo ambos os membros por dt, chegamos a equação diferencial
Oscilações harmônicas em dois vasos iguais
O termo b é nulo quando S1 é igual a S2. A equação diferencial é
convertida em
Equação diferencial de um MHS cuja freqüência angular ω2=g/a e cujo
período é
Física Escolar 1º Ano 107
No caso de um tubo com a mesma secção
S=S1=S2, a fórmula do período P das
oscilações harmônicas tem uma expressão
muito simples.
O parâmetro a=(2h+d)/2. Se L=2h+d é o
comprimento do líquido no tubo de mesma
secção.
Fonte Autor
Energias cinética e potencial
Voltando de novo ao caso geral, calculamos a energia potencial e a
energia cinética, comprovando que sua soma é constante.
A energia potencial do fluído contido em ambos recipientes (a energia
potencial do fluído contido no tubo de comunicação não varia) é
Onde m1 é a massa de fluído no primeiro recipiente e m2 no segundo. O
centro de massa se encontra na metade da altura.
A partir da relação (1), e escrevendo a massa como produto da densidade
do fluído pelo volume que a contém, expressamos Ep em função de x1 e
h.
A energia cinética é a soma da energia cinética do fluído no primeiro
recipiente, no segundo e no tubo de comunicação.
A partir das relações (1) e (2), e escrevendo a massa como produto da
densidade do fluído pelo volume que a contém, expressamos Ek em
função de x1 e h e v1
Quando S1 é igual a S2 o termo em x1 desaparece.
Física Escolar 1º Ano 108
Se a equação do MHS é x1=A·sen( t), v1 =A cos( t), somando os
valores da energia cinética e potencial temos que obter um valor
constante da energia total independente do tempo t. Por tanto, os
coeficientes do sen2 e do cos2 tem que ter o mesmo valor. Então obtemos
o valor do quadrado da freqüência angular .
que é a mesmo que ω2=g/a quando S1=S2
Quando os depósitos tem a mesma secção foi obtido por dois
procedimentos distintos a freqüência angular e o período do MHS
descrito
Avaliação
1. Desenhe um recipiente com as seguintes dimensões:
Raio r1 do recipiente esquerdo por exemplo, r1=5 cm
O raio r2 do recipiente direito por exemplo, r2=5 cm
O raio r do tubo que comunica ambos os recipientes por
exemplo, r=0.2 cm
O comprimento d deste tubo foi fixado em 10 cm.
Sejam as alturas iniciais h01=20 cm e h02=30 cm
As secções dos recipientes e do tubo valem, respectivamente
Física Escolar 1º Ano 109
Unidade 07
TEMA: Leis de gravitação
universal
Introdução
Enunciar a lei de gravitação de Newton;
Enunciar as leis de Kepler
Força gravitacional
Ao estudar o movimento da Lua, Newton concluiu que a força que
faz com que ela esteja constantemente em órbita é do mesmo tipo
que a força que a Terra exerce sobre um corpo em suas
proximidades. A partir daí criou a Lei da Gravitação Universal.
Lei da Gravitação Universal de Newton:
"Dois corpos atraem-se com força proporcional às suas massas e
inversamente proporcional ao quadrado da distância que separa
seus centros de gravidade."
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 110
Onde:
F=Força de atração gravitacional entre os dois corpos
G=Constante de gravitação universal
M e m = massa dos corpos
d=distância entre os centros de gravidade dos corpos
Nas proximidades da Terra a aceleração da gravidade varia, mas
em toda a Litosfera (camada em que há vida) esta pode ser
considerada constante, seus valores para algumas altitudes
determinadas são:
Aceleração da
Altitude (km) Exemplo de altitude
Gravidade (m/s²)
0 9,83 nível do mar
8,8 9,80 cume do Monte Everest
maior altura atingida por balão
36,6 9,71
tripulado
400 8,70 órbita de um ônibus espacial
35700 0,225 satélite de comunicação
Leis de Kepler
Quando o ser humano iniciou a agricultura, ele necessitou de uma
referência para identificar as épocas de plantio e colheita.
Ao observar o céu, os nossos ancestrais perceberam que alguns
astros descrevem um movimento regular, o que propiciou a eles
obter uma noção de tempo e de épocas do ano.
Primeiramente, foi concluído que o Sol e os demais planetas
observados giravam em torno da Terra. Mas este modelo, chamado
Física Escolar 1º Ano 111
de Modelo Geocêntrico, apresentava diversas falhas, que
incentivaram o estudo deste sistema por milhares de anos.
Por volta do século XVI, Nicolau Copérnico (1473-1543)
apresentou um modelo Heliocêntrico, em que o Sol estava no
centro do universo, e os planetas descreviam órbitas circulares ao
seu redor.
No século XVII, Johanes Kepler (1571-1630) enunciou as leis que
regem o movimento planetário, utilizando anotações do astrônomo
Tycho Brahe (1546-1601).
Kepler formulou três leis que ficaram conhecidas como Leis de
Kepler.
1ª Lei de Kepler - Lei das Órbitas
Os planetas descrevem órbitas elipticas em torno do Sol, que
ocupa um dos focos da elipse.
Fonte www.oocities.org
Física Escolar 1º Ano 112
2ª Lei de Kepler - Lei das Áreas
O segmento que une o sol a um planeta descreve áreas iguais em
intervalos de tempo iguais.
Fonte www.oocities.org
3ª Lei de Kepler - Lei dos Períodos
O quociente dos quadrados dos períodos e o cubo de suas
distâncias médias do sol é igual a uma constante k, igual a todos os
planetas.
Tendo em vista que o movimento de translação de um planeta é
equivalente ao tempo que este demora para percorrer uma volta em
torno do Sol, é fácil concluirmos que, quanto mais longe o planeta
Física Escolar 1º Ano 113
estiver do Sol, mais longo será seu período de translação e, em
consequência disso, maior será o "seu ano".
Unidades Astronômicas
No estudo de astronomia muitas vezes as unidades do Sistema
Internacional (SI) são ineficientes pois as distâncias que devem ser
expressas são muito grandes.
Por exemplo: A distância da Terra até Marte é de cerca de 75
milhões de quilômetros, que no SI é expresso por 75 000 000 000
metros.
Devido à necessidade de unidades mais eficientes são utilizadas:
Unidade Astronômica (UA), Anos-luz (AL) e Parsec (Pc).
Unidade Astronômica (UA)
É a distância média entre a Terra e o Sol. É empregada
principalmente para descrever órbitas e distâncias dentro do
Sistema Solar.
Fonte www.oocities.org
O tamanho médio da órbita dos planetas do Sistema Solar, ou seja,
sua distância ao Sol é:
Distância ao Sol
Planeta
(UA)
Mercúrio 0,39
Física Escolar 1º Ano 114
Vênus 0,72
Terra 1,00
Marte 1,52
Júpter 5,20
Saturno 9,53
Urano 19,10
Netuno 30,00
Ano-Luz (al)
É a distância percorrida pela luz, no vácuo, no tempo de 1 ano
terrestre.
Sendo a velocidade da luz c = 299 792,458 km/s, temos que:
1 al = 9 460 536 207 068 016 m = 63241,07710 UA
A estrela mais próxima do Sol é chamada Próxima Centauri,
localizada na constelação de Centauro. A sua distância ao Sol é de
4,22 al.
Parsec (Pc)
É a distância na qual 1 UA é representada por 1'' (1 segundo de
arco), em uma medição por paralaxe.
Fonte www.oocities.org
Esta unidade é usada para distância muito grandes, como a
distância entre estrelas, entre galáxias ou de objetos muito
distantes, como quasares.
Física Escolar 1º Ano 115
Avaliação
1. Um satélite de comunicação em órbita circular tem raio R e
período T. Um outro satélite de órbita circular tem período
T/3. Qual o raio da órbita do segundo satélite?
2. Qual a intensidade do campo gravitacional da Terra sobre a
Lua?
Física Escolar 1º Ano 116
Unidade 08
TEMA: Termometria
Introdução
Conhecer as diferentes escalas termometricas;
Efectuar conversões nas diferentes escalas.
O fundador do conceito de calor nasceu em Dezembro de 1818, em
Salford, Inglaterra. Era filho de um importante cervejeiro de
Manchester, e sempre manifestou interesse pelas máquinas e pela
Física. Joule teve contato com grandes físicos como John Dalton
que lhe ensinou ciências e matemática.
Ele estudou a natureza da corrente elétrica. Após inúmeros
experimentos ele descobriu que, quando um condutor é aquecido
Fonte www.fisicaartebrasil.blogspot.com
ao ser percorrido por uma corrente elétrica, ocorre uma
transformação de energia elétrica em energia térmica. Este
fenômeno é conhecido como Efeito …
Interessado pelo estudo do calor, também realizou vários
experimentos nesta área, estes o ajudaram a determinar uma relação
para a equivalência entre o trabalho mecânico e o calor. O que
ajudou na formulação da teoria da conservação da energia
(Primeira Lei da Termodinâmica), contribuição que impulsionou o
estudo da termodinâmica.
Ele trabalhou com o Físico William Thomson (Lord Kelvin)
realizando experimentos termodinâmicos. Juntos chegaram ao
efeito Joule-Thomson que relaciona a temperatura e o volume de
um gás.
Física Escolar 1º Ano 117
A própria ciência sofria várias mudanças. Uma delas diz respeito a
responsabilidade social da ciência, foi nesta época que o homem
percebeu que a ciência não é apenas uma forma de organização do
conhecimento. Outra mudança importante foi com relação a visão
do homem em relação a natureza. Antes a ciência se preocupava
em explorar a constituição da natureza, mas agora, o homem
percebeu que pode extrair energia da natureza e transformá-la. O
homem começa a dominar as fontes de energia da natureza, o
vento, a água, o vapor... etc. Todas estas mudanças fazem parte da
Revolução Industrial.
As experiências e, grandes contribuições dele para a Física
trouxeram-lhe reconhecimento. Morreu em outubro de 1889 em
Sale, Inglaterra, e após sua morte, foi feita esta homenagem.
Ele chamava-se James Prescott Joule
Temperatura
Chamamos de Termologia a parte da física que estuda os
fenômenos relativos ao calor, aquecimento, resfriamento,
mudanças de estado físico, mudanças de temperatura, etc.
Temperatura é a grandeza que caracteriza o estado térmico de um
corpo ou sistema.
Fisicamente o conceito dado a quente e frio é um pouco diferente
do que costumamos usar no nosso cotidiano. Podemos definir
como quente um corpo que tem suas moléculas agitando-se muito,
ou seja, com alta energia cinética. Analogamente, um corpo frio, é
aquele que tem baixa agitação das suas moléculas.
Ao aumentar a temperatura de um corpo ou sistema pode-se dizer
que está se aumentando o estado de agitação de suas moléculas.
Ao tirarmos uma garrafa de água mineral da geladeira ou ao retirar
um bolo de um forno, percebemos que após algum tempo, ambas
tendem a chegar à temperatura do ambiente. Ou seja, a água
"esquenta" e o bolo "esfria". Quando dois corpos ou sistemas
Física Escolar 1º Ano 118
atingem o mesma temperatura, dizemos que estes corpos ou
sistemas estão em equilíbrio térmico.
Escalas Termométricas
Para que seja possível medir a temperatura de um corpo, foi
desenvolvido um aparelho chamado termômetro.
O termômetro mais comum é o de mercúrio, que consiste em um
vidro graduado com um bulbo de paredes finas que é ligado a um
tubo muito fino, chamado tubo capilar.
Quando a temperatura do termômetro aumenta, as moléculas de
mercúrio aumentam sua agitação fazendo com que este se dilate,
preenchendo o tubo capilar. Para cada altura atingida pelo mercúrio
está associada uma temperatura.
A escala de cada termômetro corresponde a este valor de altura
atingida.
Escala Celsius
É a escala usada no Brasil e na maior parte dos países, oficializada
em 1742 pelo astrônomo e físico sueco Anders Celsius (1701-
1744). Esta escala tem como pontos de referência a temperatura de
congelamento da água sob pressão normal (0°C) e a temperatura de
ebulição da água sob pressão normal (100°C).
Escala Fahrenheit
Outra escala bastante utilizada, principalmente nos países de língua
inglesa, criada em 1708 pelo físico alemão Daniel Gabriel
Fahrenheit (1686-1736), tendo como referência a temperatura de
uma mistura de gelo e cloreto de amônia (0°F) e a temperatura do
corpo humano (100°F).
Em comparação com a escala Celsius:
0°C=32°F
100°C=212°F
Física Escolar 1º Ano 119
Escala Kelvin
Também conhecida como escala absoluta, foi verificada pelo físico
inglês William Thompson (1824-1907), também conhecido como
Lorde Kelvin. Esta escala tem como referência a temperatura do
menor estado de agitação de qualquer molécula (0K) e é calculada
apartir da escala Celsius.
Por convenção, não se usa "grau" para esta escala, ou seja 0K, lê-se
zero kelvin e não zero grau kelvin. Em comparação com a escala
Celsius:
-273°C=0K
0°C=273K
100°C=373K
Auto-Avaliação
1. Um turista brasileiro sente-se mal durante uma viagem à Nova
Iorque. Ao ser examinado em um hospital local a enfermeira lhe diz
que sua temperatura no momento era 105°, mas que ele deveria ficar
tranquilo, pois já havia baixado 4°. Após o susto, o turista percebeu
que sua temperatura havia sido medida em uma escala Fahrenheit.
Qual era a sua temperatura anteriormente e qual sua temperatura
atual?
Anterior: 105°+4°=109°F
Física Escolar 1º Ano 120
Fonte autor
Atual: 105°F
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 121
Avaliação
1. Um astrônomo analisa um buraco negro no espaço. Após
muitos estudos ele chegou a conclusão que este corpo
celeste tinha temperatura de 10K. Qual a temperatura do
buraco negro em escala Celsius?
Unidade 09
TEMA:Calor
Perceber o conceito de calor;
Entender a sua diferença com o conceito de temperatura;
Perceber os processos físicos e matematicos envolvidos na troca
de calor.
Quando colocamos dois corpos com temperaturas diferentes em
contato, podemos observar que a temperatura do corpo "mais
quente" diminui, e a do corpo "mais frio" aumenta, até o momento
em que ambos os corpos apresentem temperatura igual. Esta reação
é causada pela passagem de energia térmica do corpo "mais
quente" para o corpo "mais frio", a transferência de energia é o que
chamamos calor.
Física Escolar 1º Ano 122
Calor é a de energia térmica em transito entre corpos com
temperaturas diferentes.
A unidade mais utilizada para o calor é caloria (cal), embora sua
unidade no SI seja o joule (J). Uma caloria equivale a quantidade
de calor necessária para aumentar a temperatura de um grama de
água pura, sob pressão normal, de 14,5°C para 15,5°C.
A relação entre a caloria e o joule é dada por:
1 cal = 4,186J
Partindo daí, podem-se fazer conversões entre as unidades usando
regra de três simples.
Como 1 caloria é uma unidade pequena, utilizamos muito o seu
múltiplo, a quilocaloria.
1 kcal = 10³cal
Calor sensível
É denominado calor sensível, a quantidade de calor que tem como
efeito apenas a alteração da temperatura de um corpo.
Este fenômeno é regido pela lei física conhecida como Equação
Fundamental da Calorimetria, que diz que a quantidade de calor
sensível (Q) é igual ao produto de sua massa, da variação da
temperatura e de uma constante de proporcionalidade dependente
da natureza de cada corpo denominada calor específico.
Assim:
Onde:
Q = quantidade de calor sensível (cal ou J).
c = calor específico da substância que constitui o corpo (cal/g°C ou
J/kg°C).
m = massa do corpo (g ou kg).
Δθ = variação de temperatura (°C).
É interessante conhecer alguns valores de calores específicos:
Física Escolar 1º Ano 123
c
Substância
(cal/g°C)
Alumínio 0,219
Água 1,000
Álcool 0,590
Cobre 0,093
Chumbo 0,031
Estanho 0,055
Ferro 0,119
Gelo 0,550
Mercúrio 0,033
Ouro 0,031
Prata 0,056
Vapor
0,480
d'água
Zinco 0,093
Quando:
Q>0: o corpo ganha calor.
Q<0: o corpo perde calor.
Exemplo:
Qual a quantidade de calor sensível necessária para aquecer uma
barra de ferro de 2kg de 20°C para 200°C? Dado: calor específico
do ferro = 0,119cal/g°C.
2kg = 2000g
Física Escolar 1º Ano 124
Calor latente
Nem toda a troca de calor existente na natureza se detém a
modificar a temperatura dos corpos. Em alguns casos há mudança
de estado físico destes corpos. Neste caso, chamamos a quantidade
de calor calculada de calor latente.
A quantidade de calor latente (Q) é igual ao produto da massa do
corpo (m) e de uma constante de proporcionalidade (L).
Assim:
A constante de proporcionalidade é chamada calor latente de
mudança de fase e se refere a quantidade de calor que 1g da
substância calculada necessita para mudar de uma fase para outra.
Além de depender da natureza da substância, este valor numérico
depende de cada mudança de estado físico.
Por exemplo, para a água:
Calor latente de fusão 80cal/g
Calor latente de vaporização 540cal/g
Calor latente de solidificação -80cal/g
Calor latente de condensação -540cal/g
Quando:
Q>0: o corpo funde ou vaporiza.
Q<0: o corpo solidifica ou condensa.
Exemplo:
Qual a quantidade de calor necessária para que um litro de água
vaporize? Dado: densidade da água=1g/cm³ e calor latente de
vaporização da água=540cal/g.
Física Escolar 1º Ano 125
Assim:
Curva de aquecimento
Ao estudarmos os valores de calor latente, observamos que estes
não dependem da variação de temperatura. Assim podemos
elaborar um gráfico de temperatura em função da quantidade de
calor absorvida. Chamamos este gráfico de Curva de Aquecimento:
Fonte www.fisicaartebrasil.blogspot.com
Auto-Avaliação
1. Para derreter uma barra de um material w de 1kg é necessário
aquecê-lo até a temperatura de 1000°C. Sendo a temperatura
do ambiente no momento analisado 20°C e o calor específico
Física Escolar 1º Ano 126
de w=4,3J/kg.°C, qual a quantidade de calor necessária para
derreter a barra?
Avaliação
1. Um bloco de ferro de 10cm³ é resfriado de 300°C para 0°C.
Quantas calorias o bloco perde para o ambiente?
Dados: densidade do ferro=7,85g/cm³ e calor específico do
ferro=0,11cal/g.°C
2. Qual a quantidade de calor absorvida para que 1L d'água
congelado e à -20°C vaporize e chegue a temperatura de
130°C.
Dados:
Calor latente de fusão da água: L=80cal/g
Calor latente de vaporização da água: L=540cal/g
Calor específico do gelo: c=0,5cal/g.°C
Calor específico da água: c=1cal/g.°C
Calor específico da água: c=0,48cal/g.°C
Densidade da água: d:1g/cm³
1L=1dm³=1000cm³
Física Escolar 1º Ano 127
Unidade 10
TEMA:Gases
Perceber os processos físicos envolvidos na transformação
de gases;
Conhecer o conceito de energia cinética dos gases;
Explicar o conceito de gás ideal.
Enunciar a 1ª e 2ª leis da termodinâmica.
Gases são fluidos no estado gasoso, a característica que o difere dos
fluidos líquidos é que, quando colocado em um recipiente, este tem
a capacidade de ocupa-lo totalmente. A maior parte dos elementos
químicos não-metálicos conhecidos são encontrados no seu estado
gasoso, em temperatura ambiente.
As moléculas do gás, ao se movimentarem, colidem com as outras
moléculas e com as paredes do recipiente onde se encontram,
exercendo uma pressão, chamada de pressão do gás.
Esta pressão tem relação com o volume do gás e à temperatura
absoluta.
Ao ter a temperatura aumentada, as moléculas do gás aumentam
sua agitação, provocando mais colisões.
Ao aumentar o volume do recipiente, as moléculas tem mais espaço
para se deslocar, logo, as colisões diminuem, diminuindo a pressão.
Utilizando os princípios da mecânica Newtoniana é possível
estabelecer a seguinte relação:
Onde:
p=pressão
m=massa do gás
Física Escolar 1º Ano 128
v=velocidade média das moléculas
V=volume do gás.
Gás perfeito ou ideal
É considerado um gás perfeito quando são presentes as seguintes
características:
O movimento das moléculas é regido pelos princípios da
mecânica Newtoniana;
Os choques entre as moléculas são perfeitamente elásticos,
ou seja, a quantidade de movimento é conservada;
não há atração e nem repulsão entre as moléculas;
O volume de cada molécula é desprezível quando
comparado com o volume total do gás.
Energia cinética de um gás
Devido às colisões entre si e com as paredes do recipiente, as
moléculas mudam a sua velocidade e direção, ocasionando uma
variação de energia cinética de cada uma delas. No entanto, a
energia cinética média do gás permanece a mesma.
Novamente utilizando-se conceitos da mecânica Newtoniana
estabelece-se:
Onde:
n=número molar do gás (nº de mols)
R=constante universal dos gases perfeitos (R=8,31J/mol.K)
T=temperatura absoluta (em Kelvin)
O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua massa
molar, encontrado em tabelas periódicas e através da constante de
Avogadro.
Física Escolar 1º Ano 129
Utilizando-se da relação que em 1mol de moléculas de uma
substância há moléculas desta substância.
1ª Lei da Termodinâmica
Chamamos de 1ª Lei da Termodinâmica, o princípio da
conservação de energia aplicada à termodinâmica, o que torna
possível prever o comportamento de um sistema gasoso ao sofrer
uma transformação termodinâmica.
Analisando o princípio da conservação de energia ao contexto da
termodinâmica:
Um sistema não pode criar ou consumir energia, mas apenas
armazená-la ou transferi-la ao meio onde se encontra, como
trabalho, ou ambas as situações simultaneamente, então, ao receber
uma quantidade Q de calor, esta poderá realizar um trabalho e
aumentar a energia interna do sistema ΔU, ou seja, expressando
matematicamente:
Sendo todas as unidades medidas em Joule (J).
Conhecendo esta lei, podemos observar seu comportamento para
cada uma das grandezas apresentadas:
Calor Trabalho Energia Interna Q/ /ΔU
Recebe Realiza Aumenta >0
Cede Recebe Diminui <0
não realiza e nem
não troca não varia =0
recebe
Exemplo:
(1) Ao receber uma quantidade de calor Q=50J, um gás realiza um
trabalho igual a 12J, sabendo que a Energia interna do sistema
antes de receber calor era U=100J, qual será esta energia após o
recebimento?
Física Escolar 1º Ano 130
2ª Lei da Termodinâmica
Dentre as duas leis da termodinâmica, a segunda é a que tem maior
aplicação na construção de máquinas e utilização na indústria, pois
trata diretamente do rendimento das máquinas térmicas.
Dois enunciados, aparentemente diferentes ilustram a 2ª Lei da
Termodinâmica, os enunciados de Clausius e Kelvin-Planck:
Enunciado de Clausius:
O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo de
temperatura menor, para um outro corpo de temperatura mais alta.
Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de calor é
da temperatura mais alta para a mais baixa, e que para que o fluxo
seja inverso é necessário que um agente externo realize um trabalho
sobre este sistema.
Enunciado de Kelvin-Planck:
É impossível a construção de uma máquina que, operando em um
ciclo termodinâmico, converta toda a quantidade de calor recebido
em trabalho.
Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo
térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por menor que
seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma em
trabalho efetivo.
Avaliação
1. Um bloco de uma material desconhecido e de massa 1kg
encontra-se à temperatura de 80°C, ao ser encostado em
outro bloco do mesmo material, de massa 500g e que está
em temperatura ambiente (20°C). Qual a temperatura que os
Física Escolar 1º Ano 131
dois alcançam em contato? Considere que os blocos estejam
em um calorímetro.
2. Em uma cozinha, uma chaleira com 1L de água ferve. Para
que ela pare, são adicionados 500mL de água à 10°C. Qual
a temperatura do equilíbrio do sistema?
Física Escolar 1º Ano 132
Unidade 11
TEMA: Maquinas térmicas
Entender o processo de funcionamento de maquinas
térmicas;
Determinar o seu rendimento
As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a
serem utilizados em larga escala na indústria, por volta do século
XVIII. Na forma mais primitiva, era usado o aquecimento para
transformar água em vapor, capaz de movimentar um pistão, que
por sua vez, movimentava um eixo que tornava a energia mecânica
utilizável para as indústrias da época.
Chamamos máquina térmica o dispositivo que, utilizando duas
fontes térmicas, faz com que a energia térmica se converta em
energia mecânica (trabalho).
Fonte www.fisicaartebrasil.blogspot.com
Física Escolar 1º Ano 133
A fonte térmica fornece uma quantidade de calor que no
dispositivo transforma-se em trabalho mais uma quantidade de
calor que não é capaz de ser utilizado como trabalho .
Assim é válido que:
Utiliza-se o valor absolutos das quantidade de calor pois, em uma
máquina que tem como objetivo o resfriamento, por exemplo, estes
valores serão negativos.
Neste caso, o fluxo de calor acontece da temperatura menor para o
a maior. Mas conforme a 2ª Lei da Termodinâmica, este fluxo não
acontece espontaneamente, logo é necessário que haja um trabalho
externo, assim:
Fonte www.fisicaartebrasil.blogspot.com
Rendimento das máquinas térmicas
Podemos chamar de rendimento de uma máquina a relação entre a
energia utilizada como forma de trabalho e a energia fornecida:
Considerando:
=rendimento;
= trabalho convertido através da energia térmica fornecida;
=quantidade de calor fornecida pela fonte de aquecimento;
Física Escolar 1º Ano 134
=quantidade de calor não transformada em trabalho.
Mas como constatado:
logo, podemos expressar o rendimento como:
O valor mínimo para o rendimento é 0 se a máquina não realizar
nenhum trabalho, e o máximo 1, se fosse possível que a máquina
transformasse todo o calor recebido em trabalho, mas como visto,
isto não é possível. Para sabermos este rendimento em percentual,
multiplica-se o resultado obtido por 100%.
Exemplo:
Um motor à vapor realiza um trabalho de 12kJ quando lhe é
fornecido uma quantidade de calor igual a 23kJ. Qual a capacidade
percentual que o motor tem de transformar energia térmica em
trabalho?
Auto-Avaliação
1. Em uma máquina térmica são fornecidos 3kJ de calor pela
fonte quente para o início do ciclo e 780J passam para a fonte
fria. Qual o trabalho realizado pela máquina, se considerarmos
que toda a energia que não é transformada em calor passa a
realizar trabalho?
Física Escolar 1º Ano 135
A segunda lei da termodinâmica enuncia que:
Então, substituindo os valores na equação, temos:
Avaliação
1. Qual o rendimento da máquina térmica do exercício nº 3 da
Auto-Avaliação?
Física Escolar 1º Ano 136
Unidade 12
TEMA: Ciclo de Carnot
Perceber a epistemologia do ciclo de Carnot;
Perceber as suas fases e a diferença entre elas.
Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a construção
de uma máquina térmica ideal, que seria capaz de transformar toda
a energia fornecida em trabalho, obtendo um rendimento total
(100%).
Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro francês
Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma máquina térmica teórica
que se comportava como uma máquina de rendimento total,
estabelecendo um ciclo de rendimento máximo, que mais tarde
passou a ser chamado Ciclo de Carnot.
Este ciclo seria composto de quatro processos, independente da
substância:
Física Escolar 1º Ano 137
Fonte www.fisicaartebrasil.blogspot.com
Uma expansão isotérmica reversível. O sistema recebe uma
quantidade de calor da fonte de aquecimento (L-M)
Uma expansão adiabática reversível. O sistema não troca calor com
as fontes térmicas (M-N)
Uma compressão isotérmica reversível. O sistema cede calor para a
fonte de resfriamento (N-O)
Uma compressão adiabática reversível. O sistema não troca calor
com as fontes térmicas (O-L)
Numa máquina de Carnot, a quantidade de calor que é fornecida
pela fonte de aquecimento e a quantidade cedida à fonte de
resfriamento são proporcionais às suas temperaturas absolutas,
assim:
Assim, o rendimento de uma máquina de Carnot é:
e
Logo:
Física Escolar 1º Ano 138
Sendo:
= temperatura absoluta da fonte de resfriamento
= temperatura absoluta da fonte de aquecimento
Com isto se conclui que para que haja 100% de rendimento, todo o
calor vindo da fonte de aquecimento deverá ser transformado em
trabalho, pois a temperatura absoluta da fonte de resfriamento
deverá ser 0K.
Partindo daí conclui-se que o zero absoluto não é possível para um
sistema físico.
Exemplo:
Qual o rendimento máximo teórico de uma máquina à vapor, cujo
fluido entra a 560ºC e abandona o ciclo a 200ºC?
Avaliação
1. Uma máquina que opera em ciclo de Carnot tem a
temperatura de sua fonte quente igual a 330°C e fonte fria à
10°C. Qual é o rendimento dessa máquina?
Física Escolar 1º Ano 139
Unidade 13
TEMA: Isoprocessos
Introdução
Enunciar os diferentes isoprocessos;
Interpretar a lei dos gases perfeitos;
Determinar o trabalho realizado por um gas no diferentes
isoprocessos
Gases
Gases são fluidos no estado gasoso, a característica que o difere dos
fluidos líquidos é que, quando colocado em um recipiente, este tem
a capacidade de ocupa-lo totalmente. A maior parte dos elementos
químicos não-metálicos conhecidos são encontrados no seu estado
gasoso, em temperatura ambiente.
As moléculas do gás, ao se movimentarem, colidem com as outras
moléculas e com as paredes do recipiente onde se encontram,
exercendo uma pressão, chamada de pressão do gás.
Esta pressão tem relação com o volume do gás e à temperatura
absoluta.
Ao ter a temperatura aumentada, as moléculas do gás aumentam
sua agitação, provocando mais colisões.
Ao aumentar o volume do recipiente, as moléculas tem mais espaço
para se deslocar, logo, as colisões diminuem, diminuindo a pressão.
Utilizando os princípios da mecânica Newtoniana é possível
estabelecer a seguinte relação:
Física Escolar 1º Ano 140
Onde:
p=pressão
m=massa do gás
v=velocidade média das moléculas
V=volume do gás.
Gás perfeito ou ideal
É considerado um gás perfeito quando são presentes as seguintes
características:
O movimento das moléculas é regido pelos princípios da
mecânica Newtoniana;
Os choques entre as moléculas são perfeitamente elásticos,
ou seja, a quantidade de movimento é conservada;
Não há atração e nem repulsão entre as moléculas;
O volume de cada molécula é desprezível quando
comparado com o volume total do gás.
Energia cinética de um gás
Devido às colisões entre si e com as paredes do recipiente, as
moléculas mudam a sua velocidade e direção, ocasionando uma
variação de energia cinética de cada uma delas. No entanto, a
energia cinética média do gás permanece a mesma.
Novamente utilizando-se conceitos da mecânica Newtoniana
estabelece-se:
Onde:
n=número molar do gás (nº de mols)
R=constante universal dos gases perfeitos (R=8,31J/mol.K)
T=temperatura absoluta (em Kelvin)
Física Escolar 1º Ano 141
O número de mols do gás é calculado utilizando-se sua massa
molar, encontrado em tabelas periódicas e através da constante de
Avogadro.
Utilizando-se da relação que em 1mol de moléculas de uma
substância há moléculas desta substância.
Isoprocessos
Transformação Isotérmica
A palavra isotérmica se refere a mesma temperatura, logo uma
transformação isotérmica de uma gás, ocorre quando a temperatura
inicial é conservada.
A lei física que expressa essa relação é conhecida com Lei de
Boyle e é matematicamente expressa por:
Onde:
p=pressão
V=volume
=constante que depende da massa, temperatura e natureza do
gás.
Como esta constante é a mesma para um mesmo gás, ao ser
transformado, é válida a relação:
Exemplo:
Certo gás contido em um recipiente de 1m³ com êmbolo exerce
uma pressão de 250Pa. Ao ser comprimido isotérmicamente a um
volume de 0,6m³ qual será a pressão exercida pelo gás?
Física Escolar 1º Ano 142
Transformação Isobárica
Analogamente à transformação isotérmica, quando há uma
transformação isobárica, a pressão é conservada.
Regida pela Lei de Charles e Gay-Lussac, esta transformação pode
ser expressa por:
Onde:
V=volume;
T=temperatura absoluta;
=constante que depende da pressão, massa e natureza do gás
Assim, quando um mesmo gás muda de temperatura ou volume, é
válida a relação:
Exemplo:
Um gás de volume 0,5m³ à temperatura de 20ºC é aquecido até a
temperatura de 70ºC. Qual será o volume ocupado por ele, se esta
transformação acontecer sob pressão constante?
É importante lembrarmos que a temperatura considerada deve ser a
temperatura absoluta do gás (escala Kelvin) assim, o primeiro
passo para a resolução do exercício é a conversão de escalas
termométricas:
Lembrando que:
Então:
Física Escolar 1º Ano 143
Transformação Isométrica
A transformação isométrica também pode ser chamada isocórica e
assim como nas outras transformações vistas, a isométrica se baseia
em uma relação em que, para este caso, o volume se mantém.
Regida pela Lei de Charles, a transformação isométrica é
matematicamente expressa por:
Onde:
p=pressão;
T=temperatura absoluta do gás;
=constante que depende do volume, massa e da natureza do gás.;
Como para um mesmo gás, a constante é sempre a mesma,
garantindo a validade da relação:
Exemplo:
Um gás que se encontra à temperatura de 200K é aquecido até
300K, sem mudar de volume. Se a pressão exercida no final do
processo de aquecimento é 1000Pa, qual era a pressão inicial?
Física Escolar 1º Ano 144
Equação de Clapeyron
Relacionando as Leis de Boyle, Charles Gay-Lussac e de Charles é
possível estabelecer uma equação que relacione as variáveis de
estado: pressão (p), volume (V) e temperatura absoluta (T) de um
gás.
Esta equação é chamada Equação de Clapeyron, em homenagem ao
físico francês Paul Emile Clapeyron que foi quem a estabeleceu.
Onde:
p=pressão;
V=volume;
n=nº de mols do gás;
R=constante universal dos gases perfeitos;
T=temperatura absoluta.
Exemplo:
(1) Qual é o volume ocupado por um mol de gás perfeito submetido
à pressão de 5000N/m², a uma temperatura igual a 50°C?
Dado: 1atm=10000N/m² e
Substituindo os valores na equação de Clapeyron:
Física Escolar 1º Ano 145
Auto-Avaliação
1. Qual a velocidade média das moléculas de um gás que ocupa um
recipiente de capacidade igual a 2 litros, tem massa igual a 20 gramas e
pressão equivalente a 2 atmosféras?
Lembrando que existe uma relação entre estas grandezas expressa por:
Podemos isolar a grandeza que desejamos calcular, ou seja, a
velocidade:
Convertendo os dados do problema para grandezas do SI:
Utilzando os dados na equação:
2. Um gás sofre uma expansão sob temperatura constante, o volume
ocupado inicialmente pelo gás era 0,5 litros, e no final do
processo passou a ser 1,5 litros. Sabendo que a pressão inicial sob
o gás era o normal no ambiente, ou seja, 1 atm, qual a pressão
final sob o gás?
Como a temperatura não é modificada durante a transformação, esta
é Isotérmica, sendo regida pela equação:
Física Escolar 1º Ano 146
Neste caso não é necessário converter as unidades para o SI pois
ambas têm mesma característica, ou seja volume é expresso em litros
e pressão em atm, portanto, a pressão final será dada em atm:
Avaliação
1. Em um tubo com pressão constante de 1atm ocorre uma
transformação. Sendo a temperatura inicial igual a 20°C e a final
igual a 0°C, de quantas vezes o volume foi modificado?
2. Qual a energia cinética média das moléculas de 10 mols de um gás
perfeito, na temperatura de 100°C? E na temperatura de 100K?
Considere R=8,31 J/mol.K
3. Em um tubo aberto ocorre uma grande compressão em um gás que
torno o volume ocupado por ele 10 vezes menor. Sendo a
temperatura inicial igual a 20°C, qual será a temperatura final?
4. Um botijão de gás não pode variar o volume do gás que se encontra
em seu interior. Se este for tirado de um ambiente arejado, onde a
pressão interna é 3 atm e a temperatura 15°C, e é posto sob o Sol,
onde a temperatura é 35°C. Supondo que o gás seja ideal, qual será
a pressão após a transformação?
5. Um gás perfeito à temperatura de 0°C e sob pressão de uma
atmosfera ocupa um volume igual a 22,4 litros. Qual seria o
volume ocupado por 5 mols deste gás a 100°C, sob a pressão de 1
atm?
Física Escolar 1º Ano 147
Unidade 14
TEMA: Lei geral dos gases
perfeitos
Enunciar a lei dos gases ideais;
Perceber o conceito de energia interna;
Determinar o trabalho realizado por um gás
Através da equação de Clapeyron é possível obter uma lei que
relaciona dois estados diferentes de uma transformação gasosa,
desde que não haja variação na massa do gás.
Considerando um estado (1) e (2) onde:
Através da lei de Clapeyron:
esta equação é chamada Lei geral dos gases perfeitos.
Energia Interna
As partículas de um sistema têm vários tipos de energia, e a soma
de todas elas é o que chamamos Energia interna de um sistema.
Física Escolar 1º Ano 148
Para que este somatório seja calculado, são consideradas as
energias cinéticas de agitação , potencial de agregação, de ligação e
nuclear entre as partículas.
Nem todas estas energias consideradas são térmicas. Ao ser
fornecida a um corpo energia térmica, provoca-se uma variação na
energia interna deste corpo. Esta variação é no que se baseiam os
princípios da termodinâmica.
Se o sistema em que a energia interna está sofrendo variação for
um gás perfeito, a energia interna será resumida na energia de
translação de suas partículas, sendo calculada através da Lei de
Joule:
Onde:
U: energia interna do gás;
n: número de mol do gás;
R: constante universal dos gases perfeitos;
T: temperatura absoluta (kelvin).
Como, para determinada massa de gás, n e R são constantes, a
variação da energia interna dependerá da variação da temperatura
absoluta do gás, ou seja,
Quando houver aumento da temperatura absoluta ocorrerá uma
variação positiva da energia interna .
Quando houver diminuição da temperatura absoluta, há uma
variação negativa de energia interna .
E quando não houver variação na temperatura do gás, a variação da
energia interna será igual a zero .
Conhecendo a equação de Clepeyron, é possível compará-la a
equação descrita na Lei de Joule, e assim obteremos:
Física Escolar 1º Ano 149
Trabalho de um gás
Considere um gás de massa m contido em um cilindro com área de
base A, provido de um êmbolo. Ao ser fornecida uma quantidade
de calor Q ao sistema, este sofrerá uma expansão, sob pressão
constante, como é garantido pela Lei de Gay-Lussac, e o êmbolo
será deslocado.
Fonte Autor
Assim como para os sistemas mecânicos, o trabalho do sistema será
dado pelo produto da força aplicada no êmbolo com o
deslocamento do êmbolo no cilindro:
Física Escolar 1º Ano 150
Assim, o trabalho realizado por um sistema, em uma tranformação
com pressão constante, é dado pelo produto entre a pressão e a
variação do volume do gás.
Quando:
o volume aumenta no sistema, o trabalho é positivo, ou seja,
é realizado sobre o meio em que se encontra (como por
exemplo empurrando o êmbolo contra seu próprio peso);
o volume diminui no sistema, o trabalho é negativo, ou seja,
é necessário que o sistema receba um trabalho do meio
externo;
o volume não é alterado, não há realização de trabalho pelo
sistema.
Exemplo:
(1) Um gás ideal de volume 12m³ sofre uma transformação,
permenescendo sob pressão constante igual a 250Pa. Qual é o
volume do gás quando o trabalho realizado por ele for 2kJ?
Física Escolar 1º Ano 151
Diagrama p x V
É possível representar a tranformação isobárica de um gás através
de um diagrama pressão por volume:
Fonte Autor
Comparando o diagrama à expressão do cálculo do trabalho
realizado por um gás , é possível verificar que o
trabalho realizado é numericamente igual à area sob a curva do
gráfico (em azul na figura).
Com esta verificação é possível encontrar o trabalho realizado por
um gás com pressão variável durante sua tranformação, que é
calculado usando esta conclusão, através de um método de nível
acadêmico de cálculo integral, que consiste em uma aproximação
dividindo toda a área sob o gráfico em pequenos retângulos e
trapézios.
Física Escolar 1º Ano 152
Fonte Autor
Auto-Avaliação
1. Qual a energia interna de 1,5 mols de um gás perfeito na
temperatura de 20°C? Conisdere R=8,31 J/mol.K.
Primeiramente deve-se converter a temperatura da escala Celsius
para Kelvin:
A partir daí basta aplicar os dados na equação da energia interna:
2. Quando são colocados 12 moles de um gás em um recipiente com
êmbolo que mantém a pressão igual a da atmosfera, inicialmente
ocupando 2m³. Ao empurrar-se o êmbolo, o volume ocupado
Física Escolar 1º Ano 153
passa a ser 1m³. Considerando a pressão atmosférica igual a
100000N/m², qual é o trabalho realizado sob o gás?
Sabemos que o trabalho de um gás perfeito em uma tranformação
isobárica é dado por:
Substituindo os valores na equação:
O sinal negativo no trabalho indica que este é realizado sob o gás e
não por ele.
3. Uma transformação é dada pelo gráfico abaixo:
Fonte Autor
Qual o trabalho realizado por este gás?
4. O gráfico abaixo ilustra uma transformação 100 moles de gás
ideal monoatômico recebem do meio exterior uma quantidade de
calor 1800000 J. Dado R=8,32 J/mol.K.
Física Escolar 1º Ano 154
Fonte Autor
Determine:
a) o trabalho realizado pelo gás;
b) a variação da energia interna do gás;
c) a temperatura do gás no estado A.
a) O trabalho realizado pelo gás é dado pela área do trapézio sob a
curva do gráfico, logo:
b) Pela 1ª lei da termodinâmica têm-se que:
Então, substituindo os valores temos:
Física Escolar 1º Ano 155
c) Pela equação de Clapeyron:
Lembrando que:
n = 100 moles
R= 8,31 J/mol.K
E pela leitura do gráfico:
p = 300000 N/m²
V = 1m³
Aplicando na fórmula:
Avaliação
6. Qual a energia interna de 3m³ de gás ideal sob pressão de 0,5atm?
Física Escolar 1º Ano 156
Unidade 15
TEMA: Hidrostática
Introdução
Explicar o conceito de fluido;
Definir a pressão hidrostática;
Enunciar a lei stevin;
Enunciar a lei de pascal:
Até agora estudamos o comportamento dos planos e corpos em um
meio onde há ar ou vácuo, ou seja, o meio não interfere no
comportamento.
Mas e se aplicarmos uma força em um corpo que se encontra sobre
a água ou outro fluido qualquer?
Sabemos que o efeito será diferente. Se estudarmos as propriedades
de um líquido em equilíbrio estático, estas propriedades podem ser
estendidas aos demais fluidos.
Chamamos hidrostática a ciência que estuda os líquidos em
equilíbrio estático.
Fluido
Fluido é uma substância que tem a capacidade de escoar. Quando
um fluido é submetido a uma força tangencial, deforma-se de modo
contínuo, ou seja, quando colocado em um recipiente qualquer, o
fluido adquire o seu formato.
Podemos considerar como fluidos líquidos e gases.
Particularmente, ao falarmos em fluidos líquidos, devemos falar em
sua viscosidade, que é o atrito existente entre suas moléculas
Física Escolar 1º Ano 157
durante um movimento. Quanto menor a viscosidade, mais fácil o
escoamento do fluido.
Pressão
Ao observarmos uma tesoura, vemos que o lado onde ela corta, a
lâmina, é mais fina que o restante da tesoura. Também sabemos
que quanto mais fino for o que chamamos o "fio da tesoura",
melhor esta irá cortar.
Isso acontece, pois ao aplicarmos uma força, provocamos uma
pressão diretamente proporcional a esta força e inversamente
proporcional a área da aplicação.
No caso da tesoura, quanto menor for o "fio da tesoura" mais
intensa será a pressão de uma força nela aplicada.
A unidade de pressão no SI é o Pascal (Pa), que é o nome adotado
para N/m².
Matematicamente, a pressão média é igual ao quociente da
resultante das forças perpendiculares à superfície de aplicação e a
área desta superfície.
Sendo:
p= Pressão (Pa)
F=Força (N)
A=Área (m²)
Exemplo:
Uma força de intensidade 30N é aplicada perpendicularmente à
superfície de um bloco de área 0,3m², qual a pressão exercida por
esta força?
Física Escolar 1º Ano 158
Densidade
Quando comparamos dois corpos formados por materiais
diferentes, mas com um mesmo volume, quando dizemos que um
deles é mais pesado que o outro, na verdade estamos nos referindo
a sua densidade. A afirmação correta seria que um corpo é mais
denso que o outro.
A unidade de densidade no SI é kg/m³.
A densidade é a grandeza que relaciona a massa de um corpo ao
seu volume.
Onde:
d=Densidade (kg/m³)
m=Massa (kg)
V=Volume (m³)
Exemplo:
Qual a massa de um corpo de volume 1m³, se este corpo é feito de
ferro?
Dado: densidade do ferro=7,85g/cm³
Convertendo a densidade para o SI:
Pressão hidrostática
Da mesma forma como os corpos sólidos, os fluidos também
exercem pressão sobre outros, devido ao seu peso.
Física Escolar 1º Ano 159
Para obtermos esta pressão, consideremos um recipiente contendo
um líquido de densidade d que ocupa o recipiente até uma altura h,
em um local do planeta onde a aceleração da gravidade é g.
A Força exercida sobre a área de contato é o peso do líquido.
como:
a massa do líquido é:
mas , logo:
Ou seja, a pressão hidrostática não depende do formato do
recipiente, apenas da densidade do fluido, da altura do ponto onde a
pressão é exercida e da aceleração da gravidade.
Pressão atmosférica
Atmosfera é uma camada de gases que envolve toda a superfície
da Terra.
Aproximadamente todo o ar presente na Terra está abaixo de 18000
metros de altitude. Como o ar é formado por moléculas que tem
massa, o ar também tem massa e por consequência peso.
A pressão que o peso do ar exerce sobre a superfície da Terra é
chamada Pressão Atmosférica, e seu valor depende da altitude do
local onde é medida.
Quanto maior a altitude menor a pressão atmosférica e vice-versa.
Física Escolar 1º Ano 160
Teorema de Stevin
Seja um líquido qualquer de densidade d em um recipiente
qualquer.
Escolhemos dois pontos arbitrários R e T.
Fonte www.if.ufrj.br
As pressões em Q e R são:
A diferença entre as pressões dos dois pontos é:
Teorema de Stevin:
"A diferença entre as pressões de dois pontos de um fluido
em equilíbrio é igual ao produto entre a densidade do fluido,
a aceleração da gravidade e a diferença entre as
profundidades dos pontos."
Através deste teorema podemos concluir que todos os pontos a uma
mesma profundidade, em um fluido homogêneo (que tem sempre a
mesma densidade) estão submetidos à mesma pressão.
Física Escolar 1º Ano 161
Teorema de Pascal
Quando aplicamos uma força a um líquido, a pressão causada se
distribui integralmente e igualmente em todas as direções e
sentidos.
Pelo teorema de Stevin sabemos que:
Então, considerando dois pontos, A e B:
Fonte www.if.ufrj.br
Ao aplicarmos uma força qualquer, as pressões no ponto A e B
sofrerão um acréscimo:
Se o líquido em questão for ideal, ele não sofrerá compressão,
então a distância h, será a mesma após a aplicação da força.
Assim:
Física Escolar 1º Ano 162
Teorema de Pascal:
"O acréscimo de pressão exercida num ponto em um líquido ideal
em equilíbrio se transmite integralmente a todos os pontos desse
líquido e às paredes do recipiente que o contém."
Prensa hidráulica
Uma das principais aplicações do teorema de Pascal é a prensa
hidráulica.
Esta máquina consiste em dois cilindros de raios diferentes A e B,
interligados por um tubo, no seu interior existe um líquido que
sustenta dois êmbolos de áreas diferentes e .
Se aplicarmos uma força de intensidade F no êmbolo de área ,
exerceremos um acréscimo de pressão sobre o líquido dado por:
Pelo teorema de Pascal, sabemos que este acréscimo de pressão
será transmitido integralmente a todos os pontos do líquido,
inclusive ao êmbolo de área , porém transmitindo um força
diferente da aplicada:
Como o acréscimo de pressão é igual para ambas as expressões
podemos igualá-las:
Exemplo:
Considere o sistema a seguir:
Física Escolar 1º Ano 163
Fonte www.if.ufrj.br
Dados:
Qual a força transmitida ao êmbolo maior?
Empuxo
Ao entrarmos em uma piscina, nos sentimos mais leves do que
quando estamos fora dela.
Isto acontece devido a uma força vertical para cima exercida pela
água a qual chamamos Empuxo, e a representamos por .
O Empuxo representa a força resultante exercida pelo fluido sobre
um corpo. Como tem sentido oposto à força Peso, causa o efeito de
leveza no caso da piscina.
A unidade de medida do Empuxo no SI é o Newton (N).
Física Escolar 1º Ano 164
Fonte www.if.ufrj.br
Princípio de Arquimedes
Foi o filósofo, matemático, físico, engenheiro, inventor e
astrônomo grego Arquimedes (287a.C. - 212a.C.) quem descobriu
como calcular o empuxo.
Arquimedes descobriu que todo o corpo imerso em um fluido em
equilíbrio, dentro de um campo gravitacional, fica sob a ação de
uma força vertical, com sentido oposto à este campo, aplicada pelo
fluido, cuja intensidade é igual a intensidade do Peso do fluido que
é ocupado pelo corpo.
Assim:
onde:
=Empuxo (N)
=Densidade do fluido (kg/m³)
=Volume do fluido deslocado (m³)
g=Aceleração da gravidade (m/s²)
Exemplo:
Em um recipiente há um líquido de densidade 2,56g/cm³. Dentro
do líquido encontra-se um corpo de volume 1000cm³, que está
totalmente imerso. Qual o empuxo sofrido por este corpo? Dado
g=10m/s²
Física Escolar 1º Ano 165
Saiba mais...
O valor do empuxo não depende da densidade do corpo que
é imerso no fluido, mas podemos usá-la para saber se o
corpo flutua, afunda ou permanece em equilíbrio com o
fluido:
Se:
densidade do corpo > densidade do fluido: o corpo afunda
densidade do corpo = densidade do fluido: o corpo fica em
equilíbrio com o fluido
densidade do corpo < densidade do fluido: o corpo flutua na
superfície do fluido
Peso aparente
Conhecendo o princípio de Arquimedes podemos estabelecer o
conceito de peso aparente, que é o responsável, no exemplo dado
da piscina, por nos sentirmos mais leves ao submergir.
Peso aparente é o peso efetivo, ou seja,aquele que realmente
sentimos. No caso de um fluido:
Física Escolar 1º Ano 166
Avaliação
1. Qual a pressão exercida por um fluido de densidade
0,7kg/m³ que preenche um recipiente cilíndrico de 2m de
altura?
2. Qual a pressão causada por uma força de intensidade 12N
aplicada sobre uma superfície retangular de dimensões
15cm x 5cm?
3. Em um submarino submerso a 100m abaixo do nível do
mar está submetido a uma pressão de 11atm, quando ele
sobe até uma altura de 50m abaixo do nível do mar qual é a
pressão exercida sobre ele? Dados 1 atm=100000Pa,
densidade da água=1000kg/m³ e aceleração da
gravidade=10m/s²
4. A ferramenta usada em oficinas mecânicas para levantar
carros chama-se macaco hidráulico. Em uma situação é
preciso levantar um carro de massa 1000kg. A superfície
usada para levantar o carro tem área 4m², e a área na
aplicação da força é igual a 0,0025m². Dado o desenho
abaixo, qual a força aplicada para levantar o carro?
Fonte www.if.ufrj.br
5. Um cubo de volume 10cm³ pesa 50g. Colocada em uma
caixa d'água ela afundará ou flutuará?
6. Uma esfera de gelo de volume 5cm³ é colocada em um
aquário com água. Qual a força exercida pela água sob a
Física Escolar 1º Ano 167
esfera? Dado: densidade do gelo=0,92g/cm³ e densidade da
água=1g/cm³.
Física Escolar 1º Ano 168
Unidade 16
TEMA: Electrostática
Introdução
Identificar os processos de electrização dos corpos
Explicar o conceito de carga electrica
Conhecer a lei de Coulomb e sua interpretação matematica;
Perceber o conceito de campo electrco e suas implicações;
Interpretar graficamente o potencial electrico
Cargas Elétricas
Toda a matéria que conhecemos é formada por moléculas. Esta, por
sua vez, é formada de átomos, que são compostos por três tipos de
partículas elementares: prótons, nêutrons e elétrons.
Os átomos são formados por um núcleo, onde ficam os prótons e
nêutrons e uma eletrosfera, onde os elétrons permanecem, em
órbita.
Os prótons e nêutrons têm massa praticamente igual, mas os
elétrons têm massa milhares de vezes menor. Sendo m a massa dos
prótons, podemos representar a massa dos elétrons como:
Ou seja, a massa dos elétrons é aproximadamente 2 mil vezes
menor que a massa dos prótons.
Podemos representar um átomo, embora fora de escala, por:
Física Escolar 1º Ano 169
Fonte www.jowapocu-fisicamate.blogspot.com
Se pudéssemos separar os prótons, nêutrons e elétrons de um
átomo, e lançá-los em direção à um imã, os prótons seriam
desviados para uma direção, os elétrons a uma direção oposta a do
desvio dos prótons e os nêutrons não seriam afetados.
Esta propriedade de cada uma das partículas é chamada carga
elétrica. Os prótons são partículas com cargas positivas, os elétrons
tem carga negativa e os nêutrons tem carga neutra.
Um prótons e um elétrons têm valores absolutos iguais embora
tenham sinais opostos. O valor da carga de um próton ou um
elétrons é chamado carga elétrica elementar e simbolizado por e.
A unidade de medida adotada internacionalmente para a medida de
cargas elétricas é o coulomb (C).
A carga elétrica elementar é a menor quantidade de carga
encontrada na natureza, comparando-se este valor com coulomb,
têm-se a relação:
A unidade coulomb é definida partindo-se do conhecimento de
densidades de corrente elétrica, medida em ampère (A), já que suas
unidades são interdependentes.
Um coulomb é definido como a quantidade de carga elétrica que
atravessa em um segundo, a secção transversal de um condutor
percorrido por uma corrente igual a 1 ampère.
Física Escolar 1º Ano 170
Eletrização de Corpos
A única modificação que um átomo pode sofrer sem que haja
reações de alta liberação e/ou absorção de energia é a perda ou
ganho de elétrons.
Por isso, um corpo é chamado neutro se ele tiver número igual de
prótons e de elétrons, fazendo com que a carga elétrica sobre o
corpo seja nula.
Pela mesma analogia podemos definir corpos eletrizados
positivamente e negativamente.
Um corpo eletrizado negativamente tem maior número de elétrons
do que de prótons, fazendo com que a carga elétrica sobre o corpo
seja negativa.
Um corpo eletrizado positivamente tem maior número de prótons
do que de elétrons, fazendo com que a carga elétrica sobre o corpo
seja positiva.
Fique atento:
É comum haver confusão sobre corpos positivamente
carregados, principalmente, já que é plausível de se pensar
que para que o corpo tenha carga elétrica positiva ele deva
receber carga elétrica positiva, ou seja, ganhar prótons.
Quando na verdade um corpo está positivamente carregado
se ele perder elétrons, ficando com menos carga elétrica
negativa.
Para que durante os cálculos você não se confunda, lembre
que a física vista a nível de ensino médio estuda apenas
reações elementares e cotidianas, como o movimento de
elétrons. As reações onde as partículas intranucleares
(nêutrons e prótons) podem ser modificadas são estudadas
na parte da ciência conhecida como Física Nuclear.
Física Escolar 1º Ano 171
Eletrizar um corpo significa basicamente tornar diferente o número
de prótons e de elétrons (adicionando ou reduzindo o número de
elétrons).
Podemos definir a carga elétrica de um corpo (Q) pela relação:
Onde:
Q= Carga elétrica, medida em coulomb no SI
n= quantidade de cargas elementares, que é uma grandeza
adimensional e têm sempre valor inteiro (n=1, 2, 3, 4 ...)
e= carga elétrica elementar ( )
A eletrostática é basicamente descrita por dois princípios, o da
atração e repulsão de cargas conforme seu sinal (sinais iguais se
repelem e sinais contrários se atraem) e a conservação de cargas
elétricas, a qual assegura que em um sistema isolado, a soma de
todas as cargas existentes será sempre constante, ou seja, não há
perdas.
Processos de eletrização
Considera-se um corpo eletrizado quando este tiver número
diferente de prótons e elétrons, ou seja, quando não estiver neutro.
O processo de retirar ou acrescentar elétrons a um corpo neutro
para que este passe a estar eletrizado denomina-se eletrização.
Alguns dos processos de eletrização mais comuns são:
Eletrização por Atrito:
Este processo foi o primeiro de que se tem conhecimento. Foi
descoberto por volta do século VI a.C. pelo matemático grego
Tales de Mileto, que concluiu que o atrito entre certos materiais era
capaz de atrair pequenos pedaços de palha e penas.
Posteriormente o estudo de Tales foi expandido, sendo possível
comprovar que dois corpos neutros feitos de materiais distintos,
quando são atritados entre si, um deles fica eletrizado
negativamente (ganha elétrons) e outro positivamente (perde
Física Escolar 1º Ano 172
elétrons).
Quando há eletrização por atrito, os dois corpos ficam com cargas
de módulo igual, porém com sinais opostos.
Esta eletrização depende também da natureza do material, por
exemplo, atritar um material com uma material pode deixar
carregado negativamente e positivamente, enquanto o atrito
entre o material e outro material é capaz de deixar
carregado negativamente e positivamente.
Convenientemente foi elaborada uma lista em dada ordem que um
elemento ao ser atritado com o sucessor da lista fica eletrizado
positivamente. Esta lista é chamada série triboelétrica:
Física Escolar 1º Ano 173
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Eletrização por contato:
Outro processo capaz de eletrizar um corpo é feito por contato
entre eles. Se dois corpos condutores, sendo pelo menos um deles
eletrizado, são postos em contato, a carga elétrica tende a se
estabilizar, sendo redistribuída entre os dois, fazendo com que
ambos tenham a mesma carga, inclusive com mesmo sinal.
O cálculo da carga resultante é dado pela média aritmética entre a
carga dos condutores em contato.
Por exemplo:
Física Escolar 1º Ano 174
Um corpo condutor A com carga é posto em contato
com outro corpo neutro . Qual é a carga em cada um
deles após serem separados.
Um corpo condutor A com carga é posto em contato
com outro corpo condutor B com carga , após serem
separados os dois o corpo A é posto em contato com um terceiro
corpo condutor C de carga qual é a carga em cada um
após serem separados?
Ou seja, neste momento:
Após o segundo contato, tem-se:
E neste momento:
Ou seja, a carga após os contados no corpo A será +1C, no corpo B
será -2C e no corpo C será +1C.
Um corpo eletrizado em contato com a terra será neutralizado, pois
se ele tiver falta de elétrons, estes serão doados pela terra e se tiver
excesso de elétrons, estes serão descarregados na terra.
Eletrização por indução eletrostática:
Este processo de eletrização é totalmente baseado no princípio da
atração e repulsão, já que a eletrização ocorre apenas com a
aproximação de um corpo eletrizado (indutor) a um corpo neutro
(induzido).
O processo é dividido em três etapas:
Física Escolar 1º Ano 175
- Primeiramente um bastão eletrizado é aproximado de um
condutor inicialmente neutro, pelo princípio de atração e repulsão,
os elétrons livres do induzido são atraídos/repelidos dependendo do
sinal da carga do indutor.
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- O próximo passo é ligar o induzido à terra, ainda na presença do
indutor.
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- Desliga-se o induzido da terra, fazendo com que sua única carga
seja a do sinal oposto ao indutor.
Física Escolar 1º Ano 176
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Após pode-se retirar o indutor das proximidades e o induzido estará
eletrizado com sinal oposto à carga do indutor e as cargas se
distribuem por todo o corpo.
Lei de Coulomb
Esta lei, formulada por Charles Augustin Coulomb, refere-se às
forças de interação (atração e repulsão) entre duas cargas elétricas
puntiformes, ou seja, com dimensão e massa desprezível.
Lembrando que, pelo princípio de atração e repulsão, cargas com
sinais opostos são atraídas e com sinais iguais são repelidas, mas
estas forças de interação têm intensidade igual, independente do
sentido para onde o vetor que as descreve aponta.
O que a Lei de Coulomb enuncia é que a intensidade da força
elétrica de interação entre cargas puntiformes é diretamente
proporcional ao produto dos módulos de cada carga e inversamente
proporcional ao quadrado da distância que as separa. Ou seja:
Onde a equação pode ser expressa por uma igualdade se
considerarmos uma constante k, que depende do meio onde as
cargas são encontradas. O valor mais usual de k é considerado
quando esta interação acontece no vácuo, e seu valor é igual a:
Então podemos escrever a equação da lei de Coulomb como:
Física Escolar 1º Ano 177
Para se determinar se estas forças são de atração ou de repulsão
utiliza-se o produto de suas cargas, ou seja:
Campo Elétrico
Assim como a Terra tem um campo gravitacional, uma carga Q
também tem um campo que pode influenciar as cargas de prova q
nele colocadas. E usando esta analogia, podemos encontrar:
Desta forma, assim como para a intensidade do campo
gravitacional, a intensidade do campo elétrico (E) é definido como
o quociente entre as forças de interação das cargas geradora do
campo (Q) e de prova (q) e a própria carga de prova (q), ou seja:
Chama-se Campo Elétrico o campo estabelecido em todos os
pontos do espaço sob a influência de uma carga geradora de
intensidade Q, de forma que qualquer carga de prova de
intensidade q fica sujeita a uma força de interação (atração ou
repulsão) exercida por Q.
Física Escolar 1º Ano 178
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Já uma carga de prova, para os fins que nos interessam, é definida
como um corpo puntual de carga elétrica conhecida, utilizado para
detectar a existência de um campo elétrico, também possibilitando
o cálculo de sua intensidade.
Vetor Campo Elétrico
Voltando à analogia com o campo gravitacional da Terra, o campo
elétrico é definido como um vetor com mesma direção do vetor da
força de interação entre a carga geradora Q e a carga de prova q e
com mesmo sentido se q>0 e sentido oposto se q<0. Ou seja:
A unidade adotada pelo SI para o campo elétrico é o N/C (Newton
por coulomb).
Interpretando esta unidade podemos concluir que o campo elétrico
descreve o valor da força elétrica que atua por unidade de carga,
para as cargas colocadas no seu espaço de atuação.
Física Escolar 1º Ano 179
O campo elétrico pode ter pelo menos quatro orientações diferentes
de seu vetor devido aos sinais de interação entre as cargas, quando
o campo é gerado por apenas uma carga, estes são:
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Quando a carga de prova tem sinal negativo (q<0), os
vetores força e campo elétrico têm mesma direção, mas
sentidos opostos, e quando a carga de prova tem sinal
positivo (q>0), ambos os vetores têm mesma direção e
sentido
Já quando a carga geradora do campo tem sinal positivo
(Q>0), o vetor campo elétrico tem sentido de afastamento
das cargas e quando tem sinal negativo (Q<0), tem sentido
de aproximação, sendo que isto não varia com a mudança do
sinal das cargas de provas.
Quando uma única partícula é responsável por gerar um campo
elétrico, este é gerado em um espaço que a circunda, embora não
esteja presente no ponto onde a partícula é encontrada.
Física Escolar 1º Ano 180
Campo elétrico gerado por mais do que uma partícula
eletrizada.
Quando duas ou mais cargas estão próximas o suficiente para que
os campos gerados por cada uma se interfiram, é possível
determinar um campo elétrico resultante em um ponto desta região.
Para isto, analisa-se isoladamente a influência de cada um dos
campos gerados sobre um determinado ponto.
Por exemplo, imaginemos duas cargas postas arbitrariamente em
um ponto A e outro B, com cargas e , respectivamente.
Imaginemos também um ponto P sob a influência dos campos
gerados pelas duas cargas simultaneamente.
O vetor do campo elétrico resultante será dado pela soma dos
vetores e no ponto P. Como ilustram os exemplos a seguir:
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Como as duas cargas geradoras do campo têm sinal positivo, cada
uma delas gera um campo divergente (de afastamento), logo o
vetor resultante terá módulo igual à subtração entre os valores dos
vetores e direção e sentido do maior valor absoluto.
Física Escolar 1º Ano 181
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Assim como no exemplo anterior, ambos os campos elétricos
gerados são divergentes, mas como existe um ângulo formado entre
eles, esta soma vetorial é calculada através de regra do
paralelogramo, ou seja, traçando-se o vetor soma dos dois vetores,
tendo assim o módulo direção e sentido do vetor campo elétrico
resultante.
Física Escolar 1º Ano 182
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Como ambas as cargas que geram o campo tem sinais negativos,
cada componente do vetor campo resultante é convergente, ou seja,
tem sentido de aproximação. O módulo, a direção e o sentido deste
vetor são calculados pela regra do paralelogramo, assim como
ilustra a figura.
Física Escolar 1º Ano 183
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Neste exemplo, as cargas que geram o campo resultante têm sinais
diferentes, então um dos vetores converge em relação à sua carga
geradora ( ) e outro diverge ( ).
Então podemos generalizar esta soma vetorial para qualquer
número finito de partículas, de modo que:
Linhas de força
Estas linhas são a representação geométrica convencionada para
indicar a presença de campos elétricos, sendo representadas por
linhas que tangenciam os vetores campo elétrico resultante em
cada ponto, logo, jamais se cruzam. Por convenção, as linhas de
força têm a mesma orientação do vetor campo elétrico, de modo
que para campos gerados por cargas positivas as linhas de força são
divergentes (sentido de afastamento) e campos gerados por cargas
elétricas negativas são representados por linhas de força
convergentes (sentido de aproximação).
Quando se trabalha com cargas geradoras sem dimensões, as linhas
de força são representadas radialmente, de modo que:
Física Escolar 1º Ano 184
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Densidade Superficial de cargas
Um corpo em equilíbrio eletrostático, ou seja, quando todos
possíveis responsáveis por sua eletrização acomodam-se em sua
superfície, pode ser caracterizado por sua densidade superficial
média de cargas , que por definição é o resultado do quociente
da carga elétrica Q, pela área de sua superfície A.
Sendo sua unidade adotada no SI o C/m².
Observe que para cargas negativas a densidade superficial média de
cargas também é negativa, já que a área sempre é positiva.
Física Escolar 1º Ano 185
Utiliza-se o termo médio já que dificilmente as cargas elétricas se
distribuem uniformemente por toda a superfície de um corpo, de
modo que é possível constatar que o módulo desta densidade é
inversamente proporcional ao seu raio de curvatura, ou seja, em
objetos pontiagudos eletrizados há maior concentração de carga em
sua extremidade (ponta).
Campo Elétrico Uniforme (CEU)
Dizemos que um campo elétrico é uniforme em uma região quando
suas linhas de força são paralelas e igualmente espaçadas umas das
outras, o que implica que seu vetor campo elétrico nesta região
têm, em todos os pontos, mesma intensidade, direção e sentido.
Uma forma comum de se obter um campo elétrico uniforme é
utilizando duas placas condutoras planas e iguais. Se as placas
forem postas paralelamente, tendo cargas de mesma intensidade,
mas de sinal oposto, o campo elétrico gerado entre elas será
uniforme.
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Física Escolar 1º Ano 186
Potencial Elétrico
Imagine um campo elétrico gerado por uma carga Q, ao ser
colocada um carga de prova q em seu espaço de atuação podemos
perceber que, conforme a combinação de sinais entre as duas
cargas, esta carga q, será atraída ou repelida, adquirindo
movimento, e conseqüentemente Energia Cinética.
Lembrando da energia cinética estudada em mecânica, sabemos
que para que um corpo adquira energia cinética é necessário que
haja uma energia potencial armazenada de alguma forma. Quando
esta energia está ligada à atuação de um campo elétrico, é chamada
Energia Potencial Elétrica ou Eletrostática, simbolizada por .
A unidade usada para a é o joule (J).
Pode-se dizer que a carga geradora produz um campo elétrico que
pode ser descrito por uma grandeza chamada Potencial Elétrico (ou
eletrostático).
De forma análoga ao Campo Elétrico, o potencial pode ser descrito
como o quociente entre a energia potencial elétrica e a carga de
prova q. Ou seja:
Logo:
A unidade adotada, no SI para o potencial elétrico é o volt (V), em
homenagem ao físico italiano Alessandro Volta, e a unidade
designa Joule por coulomb (J/C).
Física Escolar 1º Ano 187
Quando existe mais de uma partícula eletrizada gerando campos
elétricos, em um ponto P que está sujeito a todas estes campos, o
potencial elétrico é igual à soma de todos os potenciais criados por
cada carga, ou seja:
Uma maneira muito utilizada para se representar potenciais é
através de equipotenciais, que são linhas ou superfícies
perpendiculares às linhas de força, ou seja, linhas que representam
um mesmo potencial.
Para o caso particular onde o campo é gerado por apenas uma
carga, estas linhas equipotenciais serão circunferências, já que o
valor do potencial diminui uniformemente em função do aumento
da distância (levando-se em conta uma representação em duas
dimensões, pois caso a representação fosse tridimensional, os
equipotenciais seriam representados por esferas ocas, o que
constitui o chamado efeito casca de cebola, onde quanto mais
interna for a casca, maior seu potencial).
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Física Escolar 1º Ano 189
Trabalho de uma força elétrica
O trabalho que uma carga elétrica realiza é análogo ao trabalho
realizado pelas outras energias potenciais usadas no estudo de
mecânica, ou seja:
Se imaginarmos dois pontos em um campo elétrico, cada um deles
terá energia potencial dada por:
Sendo o trabalho realizado entre os dois pontos:
Mas sabemos que, quando a força considerada é a eletrostática,
então:
Diferença de potencial entre dois pontos
Considere dois pontos de um campo elétrico, A e B, cada um com
um posto a uma distância diferente da carga geradora, ou seja, com
potenciais diferentes. Se quisermos saber a diferença de potenciais
entre os dois devemos considerar a distância entre cada um deles.
Física Escolar 1º Ano 190
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Então teremos que sua tensão ou d.d.p (diferença de potencial) será
expressa por U e calculada por:
Auto-avaliação
Um corpo condutor inicialmente neutro perde .
Considerando a carga elementar , qual será a carga
elétrica no corpo após esta perda de elétrons?
Inicialmente pensaremos no sinal da carga. Se o corpo perdeu
elétrons, ele perdeu carga negativa, ficando, portanto, com mais
carga positiva, logo, carregado positivamente.
Quanto à resolução numérica do problema, devemos lembrar, da
equação da quantização de carga elétrica:
Física Escolar 1º Ano 191
Sendo n o número de elétrons que modifica a carga do corpo:
Logo, a carga no condutor será .
Um corpo possui e .
Considerando a carga elementar , qual a carga deste
corpo?
Avaliação
Em uma atividade no laboratório de física, um estudante, usando
uma luva de material isolante, encosta uma esfera metálica A,
carregada com carga +8 µC, em outra idêntica B, eletricamente
neutra. Em seguida, encosta a esfera B em outra C, também
idêntica e elétricamente neutra. Qual a carga de cada uma das
esferas?
1. Considere duas partículas carregadas respectivamente com +2,5 µC
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e -1,5 µC, dispostas conforme mostra a figura abaixo:
Qual a intensidade da força que atua sobre a carga 2?
Física Escolar 1º Ano 192
Três partículas carregadas eletricamente são colacadas sobre um
triângulo equilátero de lado d=40cm conforme a figura abaixo.
Qual o módulo da força e um esboço do vetor força elétrica que
atua sobre a carga 3?
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2. Quatro cargas são colocadas sobre os vértices de um retângulo
de lados 40cm e 30cm, como mostra a figura abaixo:
Qual a intensidade da força sentida na partícula 4?
Um campo elétrico é gerado por uma carga puntiforme positiva. A
uma distância de 20cm é posta uma partícula de prova de carga q=
-1µC, sendo atraída pelo campo, mas uma força externa de 2N faz
com que a carga entre em equilíbrio, conforme mostra a figura:
Física Escolar 1º Ano 193
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Qual deve ser o módulo da carga geradora do campo para que esta
situação seja possível?
3. Uma carga elétrica de intensidade Q= +7µC gera um campo
elétrico no qual se representam dois pontos, A e B. Determine o
trabalho realizado pela força para levar uma carga
de um ponto ao outro (B até A), dada a figura abaixo:
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Física Escolar 1º Ano 194
Unidade 17
TEMA: Electrodinâmica
Introdução
Enunciar a lei de Ohm;
Conhecer os diferentes tipos de Geradores;
Explicar a diferença entre os diferentes tipos de corrente;
Interpretar fisica e matematicamente as associações de
resistências;
Aplicar o conceito de potêncnia electrica em exercicios
prácticos.
Corrente Elétrica
Ao se estudarem situações onde as partículas eletricamente
carregadas deixam de estar em equilíbrio eletrostático passamos à
situação onde há deslocamento destas cargas para um determinada
direção e em um sentido, este deslocamento é o que chamamos
corrente elétrica.
Estas correntes elétricas são responsáveis pela eletricidade
considerada utilizável por nós.
Normalmente utiliza-se a corrente causada pela movimentação de
elétrons em um condutor, mas também é possível haver corrente de
íons positivos e negativos (em soluções eletrolíticas ou gases
ionizados).
A corrente elétrica é causada por uma diferença de potencial
elétrico (d.d.p./ tensão). E ela é explicada pelo conceito de campo
elétrico, ou seja, ao considerar uma carga A positiva e outra B,
Física Escolar 1º Ano 195
negativa, então há um campo orientado da carga A para B. Ao
ligar-se um fio condutor entre as duas os elétrons livres tendem a se
deslocar no sentido da carga positiva, devido ao fato de terem
cargas negativas, lembrando que sinais opostos são atraídos.
Desta forma cria-se uma corrente elétrica no fio, com sentido
oposto ao campo elétrico, e este é chamado sentido real da
corrente elétrica. Embora seja convencionado que a corrente tenha
o mesmo sentido do campo elétrico, o que não altera em nada seus
efeitos (com exceção para o fenômeno chamado Efeito Hall), e este
é chamado o sentido convencional da corrente.
Para calcular a intensidade da corrente elétrica (i) na secção
transversal de um condutor se considera o módulo da carga que
passa por ele em um intervalo de tempo, ou seja:
Considerando |Q|=n e
A unidade adotada para a intensidade da corrente no SI é o ampère
(A), em homenagem ao físico francês Andre Marie Ampère, e
designa coulomb por segundo (C/s).
Sendo alguns de seus múltiplos:
Física Escolar 1º Ano 196
Continuidade da corrente elétrica
Para condutores sem dissipação, a intensidade da corrente elétrica é
sempre igual, independente de sua secção transversal, esta
propriedade é chamada continuidade da corrente elétrica.
Isto implica que se houver "opções de caminho" em um condutor,
como por exemplo, uma bifurcação do fio, a corrente anterior a ela
será igual à soma das correntes em cada parte desta bifurcação, ou
seja:
Fonte www.villamor-electrodinamica10-2.blogspot.com
Resistência Elétrica
Ao aplicar-se uma tensão U, em um condutor qualquer se
estabelece nele uma corrente elétrica de intensidade i. Para a maior
parte dos condutores estas duas grandezas são diretamente
proporcionais, ou seja, conforme uma aumenta o mesmo ocorre à
outra.
Desta forma:
A esta constante chama-se resistência elétrica do condutor (R),
que depende de fatores como a natureza do material. Quando esta
Física Escolar 1º Ano 197
proporcionalidade é mantida de forma linear, chamamos o condutor
de ôhmico, tendo seu valor dado por:
Sendo R constante, conforme enuncia a 1ª Lei de Ohm: Para
condutores ôhmicos a intensidade da corrente elétrica é diretamente
proporcional à tensão (ddp) aplicada em seus terminais.
A resistência elétrica também pode ser caracterizada como a
"dificuldade" encontrada para que haja passagem de corrente
elétrica por um condutor submetido a uma determinada tensão. No
SI a unidade adotada para esta grandeza é o ohm (Ω), em
homenagem ao físico alemão Georg Simon Ohm.
Pode-se também definir uma grandeza chamada Condutância
elétrica (G), como a facilidade que uma corrente tem em passar por
um condutor submetido à determinada tensão, ou seja, este é igual
ao inverso da resistência:
E sua unidade, adotada pelo SI é o siemens (S), onde:
Geradores de corrente elétrica
A corrente sempre existe enquanto há diferença de potencial entre
dois corpos ligados, por um condutor, por exemplo, mas esta tem
pequena duração quando estes corpos são eletrizados pelos
métodos vistos em eletrostática, pois entram rapidamente em
equilíbrio.
Física Escolar 1º Ano 198
A forma encontrada para que haja uma diferença de potencial mais
duradoura é a criação de geradores elétricos, que são construídos de
modo que haja tensão por um intervalo maior de tempo.
Existem diversos tipos de geradores elétricos, que são
caracterizados por seu princípio de funcionamento, alguns deles
são:
Geradores luminosos
São sistemas de geração de energia construídos de modo a
transformar energia luminosa em energia elétrica, como por
exemplo, as placas solares feitas de um composto de silício que
converte a energia luminosa do sol em energia elétrica.
Geradores mecânicos
São os geradores mais comuns e com maior capacidade de criação
de energia. Transformam energia mecânica em energia elétrica,
principalmente através de magnetismo. É o caso dos geradores
encontrados em usinas hidroelétricas, termoelétricas e
termonucleares.
Geradores químicos
São construídos de forma capaz de converter energia potencial
química em energia elétrica (contínua apenas). Este tipo de gerador
é muito encontrado como baterias e pilhas.
Geradores térmicos
São aqueles capazes de converter energia térmica em energia
elétrica, diretamente.
Quando associados dois, ou mais geradores como pilhas, por
exemplo, a tensão e a corrente se comportam da mesma forma
como nas associações de resistores, ou seja:
Associação em série: corrente nominal e tensão é somada.
Associação em paralelo: corrente é somada e tensão nominal.
Física Escolar 1º Ano 199
Corrente contínua e alternada
Se considerarmos um gráfico i x t (intensidade de corrente elétrica
por tempo), podemos classificar a corrente conforme a curva
encontrada, ou seja:
Corrente contínua
Uma corrente é considerada contínua quando não altera seu
sentido, ou seja, é sempre positiva ou sempre negativa.
A maior parte dos circuitos eletrônicos trabalha com corrente contínua,
embora nem todas tenham o mesmo "rendimento", quanto à sua curva no
gráfico i x t, a corrente contínua pode ser classificada por:
Corrente contínua constante
Fonte www.villamor-electrodinamica10-2.blogspot.com
Diz-se que uma corrente contínua é constante, se seu gráfico for
dado por um segmento de reta constante, ou seja, não variável. Este
tipo de corrente é comumente encontrado em pilhas e baterias.
Física Escolar 1º Ano 200
Corrente contínua pulsante
Fonte www.villamor-electrodinamica10-2.blogspot.com
Embora não altere seu sentido as correntes contínuas pulsantes
passam periodicamente por variações, não sendo necessariamente
constantes entre duas medidas em diferentes intervalos de tempo.
A ilustração do gráfico acima é um exemplo de corrente contínua
constante.
Esta forma de corrente é geralmente encontrada em circuitos
retificadores de corrente alternada.
Corrente alternada
Física Escolar 1º Ano 201
Fonte www.villamor-electrodinamica10-2.blogspot.com
Dependendo da forma como é gerada a corrente, esta é invertida
periodicamente, ou seja, ora é positiva e ora é negativa, fazendo
com que os elétrons executem um movimento de vai-e-vem.
Este tipo de corrente é o que encontramos quando medimos a
corrente encontrada na rede elétrica residencial, ou seja, a corrente
medida nas tomada de nossa casa.
Resistores
São peças utilizadas em circuitos elétricos que tem como principal
função converter energia elétrica em energia térmica, ou seja, são
usados como aquecedores ou como dissipadores de eletricidade.
Alguns exemplos de resistores utilizados no nosso cotidiano são: o
filamento de uma lâmpada incandescente, o aquecedor de um
chuveiro elétrico, os filamentos que são aquecidos em uma estufa,
entre outros.
Em circuitos elétricos teóricos costuma-se considerar toda a
resistência encontrada proveniente de resistores, ou seja, são
consideradas as ligações entre eles como condutores ideais (que
não apresentam resistência), e utilizam-se as representações:
Física Escolar 1º Ano 202
Fonte Autor
Associação de Resistores
Em um circuito é possível organizar conjuntos de resistores
interligados, chamada associação de resistores. O comportamento
desta associação varia conforme a ligação entre os resistores, sendo
seus possíveis tipos: em série, em paralelo e mista.
Associação em Série
Associar resistores em série significa ligá-los em um único trajeto,
ou seja:
Fonte Autor
Como existe apenas um caminho para a passagem da corrente
elétrica esta é mantida por toda a extensão do circuito. Já a
diferença de potencial entre cada resistor irá variar conforme a
resistência deste, para que seja obedecida a 1ª Lei de Ohm, assim:
Esta relação também pode ser obtida pela análise do circuito:
Fonte Autor
Sendo assim a diferença de potencial entre os pontos inicial e final
do circuito é igual à:
Física Escolar 1º Ano 203
Analisando esta expressão, já que a tensão total e a intensidade da
corrente são mantidas, é possível concluir que a resistência total é:
Ou seja, um modo de se resumir e lembrar-se das propriedades de
um circuito em série é:
Tensão (ddp) (U) se divide
Intensidade da corrente (i) se conserva
Resistência total (R) soma algébrica das resistência em cada resistor.
Associação em Paralelo:
Ligar um resistor em paralelo significa basicamente dividir a
mesma fonte de corrente, de modo que a ddp em cada ponto seja
conservada. Ou seja:
Fonte Autor
Usualmente as ligações em paralelo são representadas por:
Física Escolar 1º Ano 204
Fonte Autor
Como mostra a figura, a intensidade total de corrente do circuito é
igual à soma das intensidades medidas sobre cada resistor, ou seja:
Pela 1ª lei de ohm:
E por esta expressão, já que a intensidade da corrente e a tensão são
mantidas, podemos concluir que a resistência total em um circuito
em paralelo é dada por:
Associação Mista:
Uma associação mista consiste em uma combinação, em um
mesmo circuito, de associações em série e em paralelo, como por
exemplo:
Fonte Autor
Em cada parte do circuito, a tensão (U) e intensidade da corrente
serão calculadas com base no que se conhece sobre circuitos série e
paralelos, e para facilitar estes cálculos pode-se reduzir ou
Física Escolar 1º Ano 205
redesenhar os circuitos, utilizando resistores resultantes para cada
parte, ou seja:
Fonte www.villamor-electrodinamica10-2.blogspot.com
Sendo:
Efeito Joule
A corrente elétrica é resultado de movimentação de ânions, cátions
ou elétrons livres, como já vimos. Ao existir corrente elétrica as
partículas que estão em movimento acabam colidindo com as
outras partes do condutor que se encontra em repouso, causando
uma excitação que por sua vez irá gerar um efeito de aquecimento.
A este efeito dá-se o nome efeito Joule.
O aquecimento no fio pode ser medido pela lei de joule, que é
matematicamente expressa por:
Física Escolar 1º Ano 206
Esta relação é valida desde que a intensidade da corrente seja
constante durante o intervalo de tempo de ocorrência.
Potência Elétrica
A potência elétrica dissipada por um condutor é definida como a
quantidade de energia térmica que passa por ele durante uma
quantidade de tempo.
A unidade utilizada para energia é o watt (W), que designa joule
por segundo (J/s)
Ao considerar que toda a energia perdida em um circuito é
resultado do efeito Joule, admitimos que a energia transformada em
calor é igual a energia perdida por uma carga q que passa pelo
condutor. Ou seja:
Mas, sabemos que:
Então:
Logo:
Mas sabemos que , então podemos escrever que:
Física Escolar 1º Ano 207
Por exemplo:
Qual a corrente que passa em uma lâmpada de 60W em uma cidade
onde a tensão na rede elétrica é de 220V?
Pela 1ª Lei de Ohm temos que , então podemos definir duas
formas que relacionem a potência elétrica com a resistência.
Então se utilizando do exemplo anterior, qual a resistência do
filamento interno da lâmpada?
Consumo de energia elétrica
Cada aparelho que utiliza a eletricidade para funcionar, como por
exemplo, o computador de onde você lê esse texto, consome uma
quantidade de energia elétrica.
Para calcular este consumo basta sabermos a potência do aparelho e
o tempo de utilização dele, por exemplo, se quisermos saber quanta
Física Escolar 1º Ano 208
energia gasta um chuveiro de 5500W ligado durante 15 minutos,
seu consumo de energia será:
Mas este cálculo nos mostra que o joule (J) não é uma unidade
eficiente neste caso, já que o cálculo acima se refere a apenas um
banho de 15 minutos, imagine o consumo deste chuveiro em uma
casa com 4 moradores que tomam banho de 15 minutos todos os
dias no mês.
Para que a energia gasta seja compreendida de uma forma mais
prática podemos definir outra unidade de medida, que embora não
seja adotada no SI, é mais conveniente.
Essa unidade é o quilowatt-hora (kWh).
Para calcularmos o consumo do chuveiro do exemplo anterior nesta
unidade consideremos sua potência em kW e o tempo de uso em
horas, então teremos:
O mais interessante em adotar esta unidade é que, se soubermos o
preço cobrado por kWh, podemos calcular quanto será gasta em
dinheiro por este consumo.
Por exemplo:
Considere que em sua cidade a companhia de energia elétrica tenha
um tarifa de 0,300710 R$/kWh, então o consumo do chuveiro
elétrico de 5500W ligado durante 15 minutos será:
Física Escolar 1º Ano 209
Se considerarmos o caso da família de 4 pessoas que utiliza o
chuveiro diariamente durante 15 minutos, o custo mensal da
energia gasta por ele será:
Segunda lei de Ohm
Esta lei descreve as grandezas que influenciam na resistência
elétrica de um condutor, conforme cita seu enunciado:
A resistência de um condutor homogêneo de secção transversal
constante é proporcional ao seu comprimento e da natureza do
material de sua construção, e é inversamente proporcional à área de
sua secção transversal. Em alguns materiais também depende de
sua temperatura.
Sendo expressa por:
Onde:
ρ= resistividade, depende do material do condutor e de sua
temperatura.
ℓ= largura do condutor
A= área da secção transversal.
Como a unidade de resistência elétrica é o ohm (Ω), então a
unidade adotada pelo SI para a resistividade é .
Física Escolar 1º Ano 210
Auto-Avaliação
Um fio de cobre é percorrido por uma corrente elétrica constante
com intensidade 7A. Sabendo que qual o módulo
da carga elétrica que atravessa uma secção transversal do condutor,
durante um segundo? E quantos elétrons atravessam tal região
neste intervalo de tempo?
Para resolvermos a primeira parte do problema devemos lembrar
da definição de corrente elétrica:
Substituindo os valores dados no exercício:
Para a resolução da segunda parte do exercício basta utilizarmos
a equação da quantização da carga elétrica:
Avaliação
Dada a figura abaixo:
Física Escolar 1º Ano 211
Fonte Autor
Calcule as intensidades das correntes 1 e 2.
A tabela abaixo descreve a corrente elétrica em função da tensão
em um resistor ôhmico mantido a temperatura constante:
i (A) U (V)
0 0
2 6
4 12
6 18
8 24
Calcule a resistência e explique o que leva a chamar este condutor
de ôhmico.
Dada as associações de resistores abaixo, diga qual é o seu tipo de
associação, justifique e calcule a resistência total da associação.
A)
Fonte Autor
Onde:
Física Escolar 1º Ano 212
B)
Fonte Autor
Sendo:
Uma lâmpada de 100W é fabricada para funcionar em uma rede de
tensão 220V.
a) Qual é a resistência do filamento deste lâmpada?
b) Qual a corrente que passa por ela em situações normais?
c) Se esta lâmpada fosse ligada em uma rede de 110V de tensão,
qual seria sua potência?
Física Escolar 1º Ano 213
Unidade 18
TEMA: Campo Magnético
Introdução
Definir o conceito de imã;
Conhecer sua propriedades magnéticas;
Interpretar analitica e graficamente o conceito de campo
magnético;
Perceber o comportamento de cargas dentro de um campo;
Conhecer e aplicar a regra da mao direita:
Imãs e magnetos
Um imã é definido com um objeto capaz de provocar um campo
magnético à sua volta e pode ser natural ou artificial.
Um imã natural é feito de minerais com substâncias magnéticas,
como por exemplo, a magnetita, e um imã artificial é feito de um
material sem propriedades magnéticas, mas que pode adquirir
permanente ou instantaneamente características de um imã natural.
Os imãs artificiais também são subdivididos em: permanentes,
temporais ou eletroímãs.
Um imã permanente é feito de material capaz de manter as
propriedades magnéticas mesmo após cessar o processo de
imantação, estes materiais são chamados ferromagnéticos.
Um imã temporal tem propriedades magnéticas apenas enquanto se
encontra sob ação de outro campo magnético, os materiais que
possibilitam este tipo de processo são chamados paramagnéticos.
Física Escolar 1º Ano 214
Um eletroímã é um dispositivo composto de um condutor por onde
circula corrente elétrica e um núcleo, normalmente de ferro. Suas
características dependem da passagem de corrente pelo condutor;
ao cessar a passagem de corrente cessa também a existência do
campo magnético.
Propriedades dos Imãs
Pólos magnéticos
São as regiões onde se intensificam as ações magnéticas. Um imã é
composto por dois pólos magnéticos, norte e sul, normalmente
localizados em suas extremidades, exceto quando estas não
existirem, como em um imã em forma de disco, por exemplo. Por
esta razão são chamados dipolos magnéticos.
Para que sejam determinados estes pólos, se deve suspender o imã
pelo centro de massa e ele se alinhará aproximadamente ao pólo
norte e sul geográfico recebendo nomenclatura equivalente. Desta
forma, o pólo norte magnético deve apontar para o pólo norte
geográfico e o pólo sul magnético para o pólo sul geográfico.
Atração e repulsão
Ao manusear dois imãs percebemos claramente que existem duas
formas de colocá-los para que estes sejam repelidos e duas formas
para que sejam atraídos. Isto se deve ao fato de que pólos com
mesmo nome se repelem, mas pólos com nomes diferentes se
atraem, ou seja:
Física Escolar 1º Ano 215
Fonte www.tecnopot.com.br
Esta propriedade nos leva a concluir que os pólos norte e sul
geográficos não coincidem com os pólos norte e sul magnéticos.
Na verdade eles se encontram em pontos praticamente opostos,
como mostra a figura abaixo
Física Escolar 1º Ano 216
Fonte www.tecnopot.com.br
A inclinação dos eixos magnéticos em relação aos eixos
geográficos é de aproximadamente 191°, fazendo com os seus
pólos sejam praticamente invertidos em relação aos pólos
geográficos.
Interação entre pólos
Dois pólos se atraem ou se repelem, dependendo de suas
características, à razão inversa do quadrado da distância entre eles.
Ou seja, se uma força de interação F é estabelecida a uma distância
d, ao dobrarmos esta distância a força observada será igual a uma
quarta parte da anterior F/4. E assim sucessivamente.
Inseparabilidade dos pólos de um imã
Esta propriedade diz que é impossível separar os pólos magnéticos
de um imã, já que toda vez que este for dividido serão obtidos
novos pólos, então se diz que qualquer novo pedaço continuará
sendo um dipolo magnético.
Física Escolar 1º Ano 217
Campo Magnético
É a região próxima a um imã que influencia outros imãs ou
materiais ferromagnéticos e paramagnéticos, como cobalto e ferro.
Compare campo magnético com campo gravitacional ou campo
elétrico e verá que todos estes têm as características equivalentes.
Também é possível definir um vetor que descreva este campo,
chamado vetor indução magnética e simbolizado por . Se
pudermos colocar uma pequena bússola em um ponto sob ação do
campo o vetor terá direção da reta em que a agulha se alinha e
sentido para onde aponta o pólo norte magnético da agulha.
Se pudermos traçar todos os pontos onde há um vetor indução
magnética associado veremos linhas que são chamadas linhas de
indução do campo magnético. estas são orientados do pólo norte
em direção ao sul, e em cada ponto o vetor tangencia estas
linhas.
Fonte www.tecnopot.com.br
As linhas de indução existem também no interior do imã, portanto
são linhas fechadas e sua orientação interna é do pólo sul ao pólo
norte. Assim como as linhas de força, as linhas de indução não
podem se cruzar e são mais densas onde o campo é mais intenso.
Física Escolar 1º Ano 218
Campo Magnético Uniforme
De maneira análoga ao campo elétrico uniforme, é definido como o
campo ou parte dele onde o vetor indução magnética é igual em
todos os pontos, ou seja, tem mesmo módulo, direção e sentido.
Assim sua representação por meio de linha de indução é feita por
linhas paralelas e igualmente espaçadas.
Fonte www.tecnopot.com.br
A parte interna dos imãs em forma de U aproxima um campo
magnético uniforme.
Efeitos de um campo magnético sobre carga
Como os elétrons e prótons possuem características magnéticas, ao
serem expostos à campos magnéticos, interagem com este, sendo
submetidos a uma força magnética .
Supondo:
campos magnéticos estacionários, ou seja, que o vetor campo
magnético em cada ponto não varia com o tempo;
partículas com uma velocidade inicial no momento da interação;
e que o vetor campo magnético no referencial adotado é ;
Podemos estabelecer pelo menos três resultados:
Física Escolar 1º Ano 219
Carga elétrica em repouso
"Um campo magnético estacionário não interage com cargas em
repouso."
Tendo um imã posto sobre um referencial arbitrário R, se uma
partícula com carga q for abandonada em sua vizinhança com
velocidade nula não será observado o surgimento de força
magnética sobre esta partícula, sendo ela positiva, negativa ou
neutra.
Carga elétrica com velocidade na mesma direção do campo
"Um campo magnético estacionário não interage com cargas que
tem velocidade não nula na mesma direção do campo magnético."
Sempre que uma carga se movimenta na mesma direção do campo
magnético, sendo no seu sentido ou contrário, não há aparecimento
de força eletromagnética que atue sobre ela. Um exemplo deste
movimento é uma carga que se movimenta entre os pólos de um
imã. A validade desta afirmação é assegurada independentemente
do sinal da carga estudada.
Carga elétrica com velocidade em direção diferente do campo
elétrico
Quando uma carga é abandonada nas proximidades de um campo
magnético estacionário com velocidade em direção diferente do
campo, este interage com ela. Então esta força será dada pelo
produto entre os dois vetores, e e resultará em um terceiro
vetor perpendicular a ambos, este é chamado um produto vetorial e
é uma operação vetorial que não é vista no ensino médio.
Mas podemos dividir este estudo para um caso peculiar onde a
carga se move em direção perpendicular ao campo, e outro onde a
direção do movimento é qualquer, exceto igual a do campo.
Carga com movimento perpendicular ao campo
Experimentalmente pode-se observar que se aproximarmos um imã
de cargas elétricas com movimento perpendicular ao campo
Física Escolar 1º Ano 220
magnético, este movimento será desviado de forma perpendicular
ao campo e à velocidade, ou seja, para cima ou para baixo. Este
será o sentido do vetor força magnética.
Para cargas positivas este desvio acontece para cima:
Fonte www.tecnopot.com.br
E para cargas negativas para baixo.
Fonte www.tecnopot.com.br
A intensidade de será dada pelo produto vetorial , que
para o caso particular onde e são perpendiculares é calculado
por:
Física Escolar 1º Ano 221
A unidade adotada para a intensidade do Campo magnético é o
tesla (T), que denomina , em homenagem ao físico
jugoslavo Nikola Tesla.
Consequentemente a força será calculada por:
Medida em newtons (N)
Carga movimentando-se com direção arbitrária em relação ao
campo
Como citado anteriormente, o caso onde a carga tem movimento
perpendicular ao campo é apenas uma peculiaridade de interação
entre carga e campo magnético. Para os demais casos a direção do
vetor será perpendicular ao vetor campo magnético e ao
vetor velocidade .
Fonte www.tecnopot.com.br
Para o cálculo da intensidade do campo magnético se considera
apenas o componente da velocidade perpendicular ao campo, ou
Física Escolar 1º Ano 222
seja, , sendo o ângulo formado entre e então
substituindo v por sua componente perpendicular teremos:
Aplicando esta lei para os demais casos que vimos anteriormente,
veremos que:
se v = 0, então F = 0
se = 0° ou 180°, então sen = 0, portanto F = 0
se = 90°, então sen = 1, portanto .
Regra da mão direita
Um método usado para se determinar o sentido do vetor é a
chamada regra da mão direita espalmada. Com a mão aberta, se
aponta o polegar no sentido do vetor velocidade e os demais
dedos na direção do vetor campo magnético.
Para cargas positivas, vetor terá a direção de uma linha que
atravessa a mão, e seu sentido será o de um vetor que sai da palma
da mão.
Para cargas negativas, vetor terá a direção de uma linha que
atravessa a mão, e seu sentido será o de um vetor que sai do dorso
da mão, isto é, o vetor que entra na palma da mão.
Efeito Hall
Em 1879, durante experiências feitas para se medir diretamente o
sinal dos portadores de carga em um condutor Edwin H. Hall
percebeu um fenômeno peculiar.
Na época já se sabia que quando o fio percorrido por corrente
elétrica era exposto a um campo magnético as cargas presentes
neste condutor eram submetidos a uma força que fazia com que seu
movimento fosse alterado.
Física Escolar 1º Ano 223
No entanto, o que Edwin Hall descreveu foi o surgimento de
regiões com carga negativa e outras com carga positiva no
condutor, criando um campo magnético perpendicular ao campo
gerado pela corrente principal.
Em sua homenagem este efeito ficou conhecido como Efeito Hall.
Avaliação
1. Um campo magnético que exerce influência sobre um elétron
(carga -e) que cruza o campo perpendicularmente com velocidade
igual à velocidade da luz (c = 300 000 000 m/s) tem um vetor força
de intensidade 1N.
Qual a intensidade deste campo magnético?
2. Em um campo magnético de intensidade 10²T, uma partícula
com carga 0,0002C é lançada com velocidade 200000m/s, em uma
direção que forma um ângulo de 30° com a direção do campo
magnético, conforme indica a figura:
Fonte Autor
Qual a intensidade da força magnética que age sobre a partícula?
1. Em um campo magnético de intensidade 100T, uma partícula com
carga C é lançada com velocidade m/s, em uma
direção que forma um ângulo de 30° com a direção do campo
magnético. Qual a intensidade da força que atua sobre a partícula?
a)
Física Escolar 1º Ano 224
Fonte Autor
b)
Fonte Autor
c)
Fonte Autor
Física Escolar 1º Ano 225
Unidade 19
TEMA: Indução Magnética
Introdução
Determinar a força magnética
Explicar o conceito de fluxo magnético e concequencias da
variação do fluxo magnético
Interpretar a lei de Lenz;
Perceber o conceito de correntes de Foucault;
Interpretar a lei de Faraday
Força magnética sobre um fio condutor
Sempre que uma carga é posta sobre influência de um campo
magnético, esta sofre uma interação que pode alterar seu
movimento. Se o campo magnético em questão for uniforme,
vimos que haverá uma força agindo sobre a carga com intensidade
, onde é o ângulo formado no plano entre os
vetores velocidade e campo magnético. A direção e sentido do
vetor serão dadas pela regra da mão direita espalmada.
Se imaginarmos um fio condutor percorrido por corrente, haverá
elétrons livres se movimentando por sua secção transversal com
uma velocidade . No entanto, o sentido adotado para o vetor
velocidade, neste caso, é o sentido real da corrente ( tem o
mesmo sentido da corrente). Para facilitar a compreensão pode-se
imaginar que os elétrons livres são cargas positivas.
Como todos os elétrons livres têm carga (que pela suposição
adotada se comporta como se esta fosse positiva), quando o fio
Física Escolar 1º Ano 226
condutor é exposto a um campo magnético uniforme, cada elétron
sofrerá ação de uma força magnética.
Fonte www.efisica.if.usp.br
Mas se considerarmos um pequeno pedaço do fio ao invés de
apenas um elétron, podemos dizer que a interação continuará sendo
regida por , onde Q é a carga total no segmento
do fio, mas como temos um comprimento percorrido por cada
elétron em um determinado intervalo de tempo, então podemos
escrever a velocidade como:
Ao substituirmos este valor em teremos a força magnética no
segmento, expressa pela notação :
Mas sabemos que indica a intensidade de corrente no fio,
então:
Sendo esta expressão chamada de Lei Elementar de Laplace.
Física Escolar 1º Ano 227
A direção e o sentido do vetor são perpendicular ao plano
determinado pelos vetores e , e pode ser determinada pela
regra da mão direita espalmada, apontando-se o polegar no sentido
da corrente e os demais dedos no sentido do vetor .
Força magnética sobre uma espira retangular
Da mesma forma como um campo magnético uniforme interage
com um condutor retilíneo pode interagir com um condutor em
forma de espira retangular percorrido por corrente.
Quando a corrente passa pelo condutor nos segmentos onde o
movimento das cargas são perpendiculares ao vetor indução
magnética há a formação de um "braço de alavanca" entre os dois
segmentos da espira, devido ao surgimento de . Nos segmentos
onde o sentido da corrente é paralelo ao vetor indução magnética
não há surgimento de pois a corrente, e por consequência ,
tem mesma direção do campo magnético.
Se esta espira tiver condições de girar livremente, a força
magnética que é perpendicular ao sentido da corrente e ao campo
magnético causará rotação. À medida que a espira gira a
intensidade da força que atua no sentido vertical, que é responsável
pelo giro, diminui, de modo que quando a espira tiver girado 90°
não haverá causando giro, fazendo com que as forças de cada
lado do braço de alavanca entrem em equilíbrio.
No entanto, o movimento da espira continua, devido à inércia,
fazendo com que esta avance contra as forças . Com isso o
movimento segue até que as forças o anulem e volta a girar no
sentido contrário, passando a exercer um movimento oscilatório.
Uma forma de se aproveitar este avanço da posição de equilíbrio é
inverter o sentido da corrente, fazendo com que o giro continue no
mesmo sentido. Este é o princípio de funcionamento dos motores
Física Escolar 1º Ano 228
de corrente contínua, e a inversão de corrente é obtida através de
um anel metálico condutor dividido em duas partes.
Fluxo de Indução
Para que se entenda o que é, e como se origina a indução magnética
é necessário que definamos uma grandeza física chamada fluxo de
indução magnética. Esta grandeza é vetorial é simbolizada por Φ.
Mesmo que haja fluxo de indução magnética sobre qualquer corpo,
independente de sua forma ou material, vamos defini-lo apenas
para o caso particular de uma superfície plana de área superficial A,
podendo ser a área delimitada por uma espira, imersa em um
campo magnético uniforme, desta forma:
Fonte www.professorguilherme.net
Então podemos escrever o fluxo de indução magnética como o
produto do vetor indução magnética (campo magnético) pela
área da superfície A e pelo cosseno do ângulo θ, formado entre e
uma linha perpendicular à superfície, chamada reta normal. Assim:
A unidade adotada para se medir o fluxo de indução magnética
pelo SI é o weber (Wb), em homenagem ao físico alemão Wilhelm
Webber, e caracteriza tesla por metro quadrado .
Física Escolar 1º Ano 229
É possível também se associar o fluxo de indução magnética à
quantidade de linhas de indução que atravessam a superfície, de
modo que:
Se a reta normal à superfície for perpendicular ao vetor indução
magnética, nenhuma linha de indução o atravessará, portanto o
fluxo será nulo. O que é comprovado pela equação do fluxo
magnético já que
Fonte www.professorguilherme.net
Se a reta normal à superfície for paralela ao vetor indução
magnética, o número máximo de linhas de indução o atravessará,
logo o valor do fluxo será máximo já que e que
onde .
Fonte www.professorguilherme.net
Física Escolar 1º Ano 230
Se o vetor indução magnética e a área são valores constante e
apenas o ângulo θ é livre para variar, então podemos montar um
gráfico de Φxθ, onde veremos a variação do fluxo em função da
variação de θ, em uma senóide defasada de (gráfico do
cosseno).
Fonte www.professorguilherme.net
Variação do Fluxo Magnético
Saber apenas calcular o fluxo magnético não resolve nossos
problemas de indução, pois para que esta exista, é necessário que
haja variação no fluxo magnético.
Sabendo que o fluxo magnético é calculado por:
Como a equação nos mostra, o fluxo depende de três grandezas, B,
A, e θ. Portanto, para que Φ varie é necessário que pelo menos uma
das três grandezas varie, como veremos a seguir.
Variação do fluxo devido à variação do vetor indução magnética
Imagine um tubo capaz de conduzir em seu interior as linhas de
indução geradas por um imã, por exemplo. Se em um ponto do tubo
houver uma redução na área de sua secção transversal, todas as
linhas que passavam por uma área A terão de passar por uma área
Física Escolar 1º Ano 231
A', menor que a anterior. A única forma de todas as linhas de
indução passarem, ou seja, de se manter o fluxo, por esta área
menor é se o vetor indução aumentar, o que nos leva a concluir que
as linhas de indução devem estar mais próximas entre si nas partes
onde a área é menor. Como as secções transversais no tubo citadas
são paralelas entre si, esta afirmação pode ser expressa por:
Então, se pensarmos em um imã qualquer, este terá campo
magnético mais intenso nas proximidades de seus pólos, já que as
linhas de indução são mais concentradas nestes pontos. Portanto,
uma forma de fazer com que Φ varie é aproximar ou afastar a
superfície da fonte magnética, variando
Variação do fluxo devido à variação da área
Outra maneira utilizada para se variar Φ é utilizando um campo
magnético uniforme e uma superfície de área A.
Como o campo magnético uniforme é bem delimitado, é possível
variar o fluxo de indução magnética movimentando-se a superfície
perpendicularmente ao campo, entre a parte sob e fora de sua
influência. Desta forma, a área efetiva por onde há fluxo magnético
varia.
Variação do fluxo devido à variação do ângulo θ
Além das duas formas citadas acima, ainda é possível variar Φ
fazendo com que varie o ângulo entre a reta normal à superfície e o
vetor . Uma maneira prática e possivelmente a mais utilizada
para se gerar indução magnética é fazendo com que a superfície por
onde o fluxo passa gire, fazendo com que θ varie
Indução Eletromagnética
Quando uma área delimitada por um condutor sofre variação de
fluxo de indução magnética é criado entre seus terminais uma força
eletromotriz (fem) ou tensão. Se os terminais estiverem ligados a
Física Escolar 1º Ano 232
um aparelho elétrico ou a um medidor de corrente esta força
eletromotriz ira gerar uma corrente, chamada corrente induzida.
Este fenômeno é chamado de indução eletromagnética, pois é
causado por um campo magnético e gera correntes elétricas.
A corrente induzida só existe enquanto há variação do fluxo,
chamado fluxo indutor.
Lei de Lenz
Segundo a lei proposta pelo físico russo Heinrich Lenz, a partir de
resultados experimentais, a corrente induzida tem sentido oposto ao
sentido da variação do campo magnético que a gera.
Se houver diminuição do fluxo magnético, a corrente induzida irá
criar um campo magnético com o mesmo sentido do fluxo;
Se houver aumento do fluxo magnético, a corrente induzida irá
criar um campo magnético com sentido oposto ao sentido do fluxo.
Se usarmos como exemplo, uma espira posta no plano de uma
página e a submetermos a um fluxo magnético que tem direção
perpendicular à página e com sentido de entrada na folha.
Se for positivo, ou seja, se a fluxo magnético aumentar, a
corrente induzida terá sentido anti-horário;
Se for negativo, ou seja, se a fluxo magnético diminuir, a
corrente induzida terá sentido horário.
Correntes de Foucault
Quando um fluxo magnético varia através de uma superfície sólida,
e não apenas delimitada por um condutor como foi visto em
indução eletromagnética, há criação de uma corrente induzida
sobre ele como se toda superfície fosse composta por uma
combinação de espiras muito finas justapostas.
O nome dado a estas correntes é em homenagem ao físico e
astrônomo francês Jean Bernard Léon Foucault, que foi quem
primeiro mostrou a existência delas.
Física Escolar 1º Ano 233
Devido à suas dimensões consideráveis, a superfície sofre
dissipação de energia por efeito Joule, causando grande aumento de
temperatura, o que torna possível utilizar estas correntes como
aquecedores, por exemplo, em um forno de indução, que têm a
passagem de correntes de Foucault como princípio de
funcionamento.
Em circuitos eletrônicos, onde a dissipação por efeito Joule é
altamente indesejável, pois pode danificar seus componentes. É
frequente a utilização de materiais laminados ou formados por
pequenas placas isoladas entre si, a fim de diminuir a dissipação de
energia.
Lei de Faraday-Neumann
Também chamada de lei da indução magnética, esta lei, elaborada a
partir de contribuições de Michael Faraday, Franz Ernst Neumann
e Heinrich Lenz entre 1831 e1845, quantifica a indução
eletromagnética.
A lei de Faraday-Neumann relaciona a força eletromotriz gerada
entre os terminais de um condutor sujeito à variação de fluxo
magnético com o módulo da variação do fluxo em função de um
intervalo de tempo em que esta variação acontece, sendo expressa
matematicamente por:
O sinal negativo da expressão é uma consequência da Lei de Lenz,
que diz que a corrente induzida tem um sentido que gera um fluxo
induzido oposto ao fluxo indutor.
Transformadores
Os transformadores de tensão, chamados normalmente de
transformadores, são dispositivos capazes de aumentar ou reduzir
valores de tensão.
Física Escolar 1º Ano 234
Um transformador é constituído por um núcleo, feito de um
material altamente imantável, e duas bobinas com número diferente
de espiras isoladas entre si, chamadas primário (bobina que recebe
a tensão da rede) e secundário (bobina em que sai a tensão
transformada).
O seu funcionamento é baseado na criação de uma corrente
induzida no secundário, a partir da variação de fluxo gerada pelo
primário.
A tensão de entrada e de saída são proporcionais ao número de
espiras em cada bobina. Sendo:
Onde:
é a tensão no primário;
é a tensão no secundário;
é o número de espiras do primário;
é o número de espiras do secundário.
Por esta proporcionalidade concluímos que um transformador
reduz a tensão se o número de espiras do secundário for menor que
o número de espiras do primário e vice-verso.
Se considerarmos que toda a energia é conservada, a potência no
primário deverá ser exatamente igual à potência no secundário,
assim:
Avaliação
1. Uma espira retangular, com 15cm de largura, por 20cm de comprimento
encontra-se imersa em um campo de indução magnética uniforme e
Física Escolar 1º Ano 235
constante, de módulo 10T. As linhas de indução formam um ângulo de
30° com o plano da espira, conforme mostra a figura:
Fonte www.professorguilherme.net
Qual é o valor do fluxo de indução magnética que passa pela espira?
2. Um campo magnético atua perpendicularmente sobre uma espira circular
de raio 10cm, gerando um fluxo de indução magnética de 1Wb. Qual a
intensidade do campo magnético?
3. Uma espira quadrada de lado R= 2cm é imersa em um campo magnético
uniforme de intensidade 2T. Qual é o fluxo de indução nessa espira em
cada um dos seguintes casos:
a) o plano da espira é paralelo às linhas de indução;
b) o plano da espira é perpendicular às linhas de indução;
c) A reta normal ao plano forma um ângulo de 60° com as linhas de
indução.
Física Escolar 1º Ano 236
Bibliografia
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