pch7 - Teste4 - Texto - Poetico - Programa Televisivo Portugal Culto e Oculto

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Testes de avaliação Palavra-chave, Português, 7.

° ano

Teste 4

Teste de avaliação de Português n.° 4


7.° ano

PCH7DP
Escola:
©

Porto Editora
Nome: N.º: Turma:
Data: Classificação:
Professor(a): Encarregado(a) de Educação:
Observações:

Grupo I

Lê, atentamente, as questões que te são colocadas. Para responderes aos itens que se seguem, vais
ouvir duas vezes um episódio do programa televisivo “Portugal Culto e Oculto” 1.

1. Para cada item (1.1. a 1.5.), seleciona a opção que completa a frase, de acordo com o sentido
do texto.
1.1. O tema do episódio é
A. a teologia.
B. a alquimia.
C. a astrologia.

1.2. Em Portugal, o interesse e cultivo da alquimia teve o seu ponto alto com
A. a ocupação árabe.
B. a ocupação romana.
C. o tempo dos templários.

1.3. A alquimia misturava uma série de ciências,


A. excluindo a magia.
B. excluindo a filosofia.
C. incluindo a filosofia e a magia.

1.4. O grande objetivo da alquimia consistia em


A. encontrar a pedra filosofal que permitia transformar materiais em ouro.
B. encontrar o Graal, o cálice da última Ceia de Cristo.
C. aplicar a máxima, no sentido mais amplo, “materializar o espírito e espiritualizar a
matéria”.

1.5. Uma das bibliotecas nacionais com espólio mais valioso de literatura alquímica é
A. a Biblioteca da Universidade de Coimbra.
B. a Biblioteca do Convento de Mafra.
C. a Biblioteca de Tomar.

1
in https://www.rtp.pt/programa/tv/p36341/e5 (consult. em 03-07-2020)
1
Testes de avaliação Palavra-chave, Português, 7.° ano

Teste 4

Grupo II

Texto A

Saúde, Invenções e Patentes

A necessidade aguça o engenho. E em matéria de saúde pública, no contexto


desta pandemia que se espalha pelos quatro cantos do globo, este chavão1 ganha
contornos de um altruísmo2 puro que merece ser reconhecido. Existem muitos marcos
5
dignos de relevo e desse reconhecimento ao longo da história da humanidade, que
mais não servem do que expor a genialidade da mente humana e a capacidade de nos
reinventarmos. No campo da saúde, existem muitos exemplos que causam impacto.
A anestesia, por exemplo, surgiu num contexto em que os pacientes tinham que
ser embriagados antes das práticas cirúrgicas. A sua primeira utilização numa
10
operação cirúrgica ocorreu em 1846, pela mão do cirurgião americano William Morton,
que recorreu a anestesia através do uso de éter 3. A aspirina é outro exemplo, cuja
história começa em 1893 com a motivação de um químico alemão, de seu nome Felix
Hoffmann, empregado da empresa química-farmacêutica Bayer, para encontrar formas
de aliviar as dores reumáticas do seu pai. Para se perceber a importância desta
15
descoberta, a aspirina fez parte da missão à Lua e do pequeno kit que os astronautas
transportavam no Apollo 11.
E depois temos o feliz acaso da penicilina, talvez a descoberta com maior impacto
na história da medicina. Tudo começou com o bacteriologista inglês Alexander
Fleming, que ao regressar de férias notou que algumas das suas caixas de Petri
20
estavam contaminadas, o que tinha impedido o desenvolvimento de bactérias
estafilococos4. Seguiram-se os progressos feitos pela equipa do professor Howard
Florey, em Oxford, e que em 1938 conseguiu isolar o princípio ativo, purificá-lo e
desenvolver um antibiótico com resultados tremendos. Para se ter uma ideia desse
impacto, na Primeira Guerra Mundial a maior causa de morte eram as infeções e não
25
as baixas por combate, registo que já não se verificou na Segunda Guerra. Também a
taxa de mortalidade da pneumonia era de 18% na Primeira Guerra e na Segunda
estava abaixo de 1%.
E se no momento presente aguardamos impacientemente pelo desenvolvimento de
uma vacina contra a COVID-19, é justo nos lembrarmos de Edward Jenner, que em
30
1796 foi o primeiro a criar uma vacina no mundo ocidental contra a varíola, partindo da
simples observação de que trabalhadores de laticínios não contraíam essa doença
porque tinham contraído anteriormente varíola bovina, que tem um efeito muito mais
suave nos humanos.
Portanto, faz parte do nosso ADN 5 a inquietude que leva a quebrar barreiras
35
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tecnológicas quando mais necessitamos. Estes desenvolvimentos assentam numa lógica


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de pedra--sobre-pedra, em que pioneiros como os acima referidos desbravaram o
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caminho e assumiram uma importância extrema enquanto elementos disruptivos6, levando

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40 a que soluções cada vez mais aperfeiçoadas e adaptadas ao seu tempo pudessem ser
atingidas. ©

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É, pois, sobre as bases criadas ontem que o progresso tecnológico de hoje se
realiza, e que permite que os desenvolvimentos do amanhã tenham tanto de atingível
quanto de excitante. E é em tempos de incerteza que poderemos olhar para o sistema
45 de patentes7 como uma peça importante na engrenagem8 do desenvolvimento,
representando uma via credível de disseminação9 e partilha de conhecimento. Esta
visão proporciona o ambiente perfeito para a promoção do desenvolvimento
tecnológico, representando uma competição saudável que funciona como elixir 10
motivacional para se chegar cada vez mais longe, quando mais se precisa. Porque a
necessidade aguça o engenho.
Tiago Andrade, in https://visao.sapo.pt/exame/opiniao-exame/2020-06-09-
saude-invencoes-e-patentes/ (adapt. e consult. em 30-05-2020)

Vocabulário:
1. chavão: lugar-comum. 2. altruísmo: sentimento de interesse e dedicação por outra pessoa. 3. éter:
líquido inflamável e que evapora facilmente. 4. estafilococos: bactérias que se apresentam com forma de
cacho de uvas. 5. faz parte do ADN: é uma característica distintiva. 6. disruptivos: inovadores. 7.
patentes: direitos exclusivos que se obtêm sobre invenções. 8. engrenagem: modo de funcionamento. 9.
disseminação: transmissão, divulgação. 10. elixir: remédio infalível.

1. Assinala como verdadeiras (V) ou falsas (F) as seguintes afirmações, segundo o sentido do
texto. Corrige as falsas.
A. O sistema de patentes constitui uma peça importante na engrenagem do desenvolvimento,
sobretudo, em tempos de estabilidade e certeza.
B. O provérbio a que o autor recorre por duas vezes é “A necessidade aguça o engenho”.
C. Como exemplos da concretização do provérbio referido na alínea anterior, o autor refere, no
campo da saúde, a utilização do éter como anestesia por William Morton, e a invenção da
aspirina por Felix Hoffmann.
D. A descoberta da penicilina por Alexander Fleming deveu-se ao estudo e investigação
prolongados e metódicos.
E. A taxa de pneumonia na Segunda Guerra Mundial era muito superior à da Primeira Guerra.
F. O impulso para ultrapassarmos as barreiras tecnológicas advém, segundo o autor, do nosso
ADN.

Texto B

5
Pedra Filosofal

Eles não sabem que o sonho


é uma constante da vida
tão concreta e definida
como outra coisa qualquer,
10
como esta pedra cinzenta
em que me sento e descanso,
como este ribeiro manso
3
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Teste 4

em serenos sobressaltos,
como estes pinheiros altos
que em verde e oiro se agitam,
15 como estas aves que gritam
em bebedeiras de azul.

Eles não sabem que o sonho


é vinho, é espuma, é fermento,
bichinho álacre1 e sedento,
20 de focinho pontiagudo,
que fossa através de tudo
num perpétuo2 movimento.

Eles não sabem que o sonho


25 é tela, é cor, é pincel,
base, fuste3, capitel4,
arco em ogiva, vitral,
pináculo5 de catedral,
contraponto, sinfonia,
30 máscara grega, magia,
que é retorta6 de alquimista7,
mapa do mundo distante,
rosa dos ventos, Infante,
caravela quinhentista,
35 que é Cabo da Boa Esperança,
ouro, canela, marfim,
florete de espadachim,
bastidor, passo de dança,
Colombina e Arlequim,
40 passarola voadora,
para-raios, locomotiva,
barco de proa festiva,
alto-forno8, geradora,
cisão9 do átomo, radar,
ultrassom10, televisão,
45 desembarque em foguetão
na superfície lunar.

Eles não sabem, nem sonham,


que o sonho comanda a vida.
Que sempre que um homem sonha
o mundo pula e avança
como bola colorida
entre as mãos de uma criança.
António Gedeão, “Pedra Filosofal” in Obra Completa (2.a ed).
Relógio D’Água, 2007 (pp. 104-105)

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Vocabulário:
1. álacre: vivo. 2. perpétuo: eterno. 3. fuste: pau de madeira fino e comprido. 4. capitel: parte superior ©

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de uma coluna. 5. pináculo: parte mais elevada de um edifício. 6. retorta: vaso de gargalo curvo para
baixo. 7. alquimista: pessoa que se dedica à alquimia, enquanto ciência que abrange noções várias,
entre elas: de química, de física e de astrologia. 8. alto-forno: forno de temperaturas muito elevadas,
onde se fundem minerais de ferro. 9. cisão: divisão. 10. ultrassom: onda sonora inaudível, com
aplicações em diferentes áreas.

2. Transcreve do poema o verso que constitui o refrão.

3. O sujeito poético afirma que o sonho é algo concreto e definido como “outra coisa qualquer”.
3.1. Indica os elementos a que o sujeito compara o sonho, na primeira estrofe.

4. A metáfora dos quatro últimos versos da segunda estrofe realça o carácter repousante,
calmante, apaziguador do sonho. Concordas com a afirmação anterior? Justifica a tua
resposta.

5. Atenta nos elementos enumerados na penúltima estrofe e seleciona dois elementos que
pertençam:
A. à pintura.
B. à arquitetura.
C. ao teatro.
D. à ciência.

6. O pronome pessoal presente no verso “Eles não sabem, nem sonham,” (v. 43) é vago.
Seleciona a opção que melhor traduz o seu significado.
A. As crianças, apenas.
B. Os cientistas.
C. Os poetas.
D. Aqueles que estão satisfeitos com o que está ou existe.

7. Atenta na quarta estrofe.


7.1. Classifica-a quanto ao número de versos.

7.2. Classifica os versos quanto ao número de sílabas métricas.

7.3. Elabora o seu esquema rimático e classifica as rimas.

Grupo III
1. “Eles não sabem que o sonho / é uma constante da vida” (vv.1-2).
1.1. Substitui a oração sublinhada pelo pronome pessoal correspondente.
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1.2. Indica a função sintática que a oração sublinhada desempenha.


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1.3. Classifica essa oração.

2. Atenta na frase do texto A do grupo II: “Existem muitos marcos dignos de relevo” (ll. 3-4).
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Teste 4

2.1. Indica o pronome pessoal que pode substituir a expressão sublinhada.

2.2. Identifica a função sintática da expressão destacada.

2.3. Reescreve a frase, iniciando-a por “É possível que”. Faz apenas as transformações
necessárias.

3. Atenta na frase do texto A do grupo II e classifica as orações.


“Para se perceber a importância desta descoberta, a aspirina fez parte da missão à Lua e do
pequeno kit que os astronautas transportavam no Apollo 11.” (ll. 13-15)
A. “Para se perceber a importância desta descoberta”
B. “a aspirina fez parte da missão à lua e do pequeno kit”
C. “que os astronautas transportavam no Apollo 11.”

Grupo IV

1. O autor do texto A do Grupo II refere que, em tempos de crise, “A necessidade aguça o


engenho”.
1.1. Elabora um comentário, de 80 a 130 palavras, acerca da relevância ou da pertinência
deste provérbio.

Observações:
1. Para efeitos de contagem, considera-se uma palavra qualquer sequência delimitada por espaços em branco,
mesmo quando esta integre elementos ligados por hífen (exemplo: /di-lo-ei/). Qualquer número conta como uma única
palavra, independentemente do número de algarismos que o constituam (exemplo: /2021/).
2. Relativamente ao desvio dos limites de extensão indicados, há que atender ao seguinte:
– um desvio dos limites de extensão implica uma desvalorização parcial de até dois pontos;
– um texto com extensão inferior a 35 palavras é classificado com 0 (zero) pontos.

FIM

COTAÇÕES
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©
Item
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Grupo
Cotação (em pontos)
1.1. 1.2. 1.3. 1.4. 1.5.
I 10
2 2 2 2 2
1. 2. 3.1. 4. 5. 6. 7.1. 7.2. 7.3.
II 45
12 4 4 6 6 4 3 3 3
1.1. 1.2. 1.3. 2.1. 2.2. 2.3. 3.
III 20
3 3 2 2 2 2 6
IV Item único 25
Total 100

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Teste 4 – Sugestão de resolução

Teste de avaliação de Português n.° 4 D. “passarola voadora, / para-raios, locomotiva,  / barco

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de proa festiva, / alto-forno, geradora, / cisão do
Grupo I átomo, radar,  / ultrassom, televisão,  / desembarque em ©

foguetão  / na superfície lunar.”

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Transcrição do texto gravado:
6. D.
Portugal Culto e Oculto
7.1. Sextilha.
A Alquimia é o tema deste episódio. Verdadeira
7.2. Redondilhas maiores.
mãe da Química e da Física modernas, a sua prática
7.3. ABBCCB: verso solto (A); rima emparelhada (BB
teve um enorme recrudescimento no nosso território
CC); rima interpolada (BCCB).
com a ocupação árabe, grandes entusiastas da
Alquimia, e que perdurou entre nós até, pelo menos, ao Grupo III
séc. XVI.
Misturando ciências exatas, como a Matemática, a 1.1. Eles não o sabem.
1.2. Complemento direto.
Geometria ou a Física, com a Filosofia e até a Magia,
1.3. Subordinada substantiva completiva.
os alquimistas buscavam sobretudo aplicar uma
máxima em todas as suas obras: “materializar o 2.1. Eles.
espírito e espiritualizar a matéria”. Muitas vezes se 2.2. Sujeito.
pensa, de uma forma mais ou menos prosaica, que 2.3. É possível que existam muitos marcos dignos de
apenas buscavam a Pedra Filosofal – espécie de relevo.
demanda do Graal que lhes possibilitaria transformar 3. A. Oração subordinada adverbial final.
materiais em ouro. Mas a Alquimia vai muito mais além, B. Oração subordinante.
tanto no campo da ciência como no campo espiritual. C. Oração subordinada adjetiva relativa.
Neste programa, contamos com o eloquente e
empolgante depoimento do Professor José Medeiros, Grupo IV
sábio estudioso destas matérias, que nos leva a uma
fantástica visita à sumptuosa Biblioteca do Convento de 1. Resposta pessoal. Sugestão de resposta:
Mafra – uma das mais importantes no que respeita ao Desde os primórdios da humanidade que a máxima
espólio sobre este tema – e nos apresenta algumas “A necessidade aguça o engenho.” tem sido
experiências alquímicas. Contamos ainda com o comprovada.
valioso contributo de Gilberto Lascariz, escritor e Considero realmente pertinente esta afirmação,
investigador. pois ao longo da história, a habilidade do Homem foi
in https://www.rtp.pt/programa/tv/p36341/e5 (consult. em 03-07-2020) estimulada em diversos momentos: a necessidade de
defesa perante animais selvagens ou de tribos hostis
1.1. B. 1.2. A. 1.3. C. 1.4. C. 1.5. B.
fê-lo dominar o fogo, erguer paliçadas e muralhas.
Atualmente, os efeitos catastróficos para a vida comum
Grupo II
e para a economia gerados por uma pandemia criam
Texto A uma enorme pressão, atravessando estados, governos,
empresas, para se encontrar uma cura ou uma vacina.
1. A. F. Sobretudo em tempos de incerteza. B. V. C. V.
É sobretudo em tempos de crise, em que é urgente
D. F. Deveu-se a um feliz acaso. E. F. Era muito
uma solução, que o engenho humano é posto à prova.
inferior. F. V.
A história da humanidade é a melhor prova daquilo de
Texto B que o engenho é capaz para superar as dificuldades.

2. “Eles não sabem que o sonho”. [125 palavras]

3.1. Uma pedra, um ribeiro, pinheiros e aves.

4. Resposta pessoal. Sugestão de resposta:


Discordo, pois o “bichinho álacre e sedento, de focinho
pontiagudo”, que é o sonho, está sempre em
movimento, inquieto, procurando, imaginando,
criando…

5. A. “é tela, é cor, é pincel,”


B. “base, fuste, capitel, / arco em ogiva, vitral, /
pináculo de catedral”
C. “máscara grega”, “bastidor, passo de dança, /
Colombina e Arlequim”

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