Ficha11 Geomorfologia 11aclasse

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ESCOLA SECUNDÁRIA FRANCISCO MANYANGA


FICHA DE GEOGRAFIA
UNIDADE TEMÁTICA IIII 11ª Classe
GEOMORFOLOGIA

Geomorfologia

O capítulo da Geografia que estuda as diversas formas de relevo, os processos que lhes deram origem ou seja,
sua génese e evolução designa-se Geomorfologia que é uma palavra de origem grega (Gêo = Terra; Morphé =
Forma; Logos =Ciência).

Conceito de Geomorfologia
Como deve saber, o relevo actual é resultado da actuação de forças internas e externas que mais adiante
trataremos com pormenores.
Você já deve ter reparado que a superfície da terra apresenta diversas formas de relevo desde planícies, planaltos,
colinas, montanhas, depressões e vales. Pois bem, todas estas formas de relevo assentam sobre estruturas
rochosas. Portanto, a superfície da terra está composta por rochas e estas, pela sua natureza e disposição,
condicionam o relevo. Deste modo, torna-se necessário conhecer os principais tipos de rochas e suas estruturas.
Um agregado ou associação natural de dois ou mais minerais em proporções variáveis tem a designação de
rocha.

Classificação das rochas


Com base em sua origem consideram-se 3 grandes grupos de rochas:
Rochas magmáticas ou ígneas
Rochas sedimentares
Rochas metamórficas

A classificação das rochas apresentada é de grande interesse geográfico, pois, conforme as características que
possuem vão determinar a sua maior ou menor resistência à erosão.

Rochas magmáticas ou ígneas


Este tipo de rochas tem origem endógena. Pois, resultam da solidificação do material fluido proveniente do
interior da terra designado por magma. Estas rochas dividem-se em:

Rochas plutónicas ou intrusivas


Por sua vez as rochas plutónicas ou intrusivas formam-se quando o magma se solidifica muito lentamente no
interior da crusta, sob temperaturas relativamente altas, pressões muito grandes e sem perda dos elementos
voláteis permitindo a formação de minerais em cristais bem visíveis. Estas rochas podem encontrar-se a
descoberto devido a erosão que destruiu as formações que as cobriam inicialmente.
A principal rocha intrusiva ou plutónica é o granito – constituído essencialmente por quartzo, feldspato e
mica; apresenta cristais bem visíveis, cores claras e variadas, muito dura e resistente, leve, com densidade 2,7.

Rochas vulcânicas ou extrusivas


As rochas vulcânicas ou extrusivas resultam da solidificação do magma à superfície, sob temperaturas mais
baixas, fracas pressões e com perda dos elementos voláteis. O arrefecimento é rápido e impede que os minerais
cheguem a adquirir a estrutura cristalina visível à vista desarmada. Chama-se lava ao magma que alcança a
superfície terrestre. Por exemplo, o material libertado por um vulcão em actividade vai dar origem a este tipo de

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rocha.

A principal rocha extrusiva ou vulcânica é o basalto – constituído essencialmente por feldspato, piroxena,
olivina e magnetite; é uma rocha de cristais invisíveis à vista desarmada, de cor escura, muito dura e resistente,
pesada, de densidade 3,2.
A seguir, veja outros exemplos de rochas magmáticas na tabela.

Intrusivas Extrusivas
Granito Riolito
Sienito Traquito
Gabro Basalto
Diorito Andesito

Rochas sedimentares
As rochas magmáticas estudadas na lição anterior formam a maior parte da crusta terrestre. Contudo, existe outro
grande conjunto de rochas de grande importância – as rochas sedimentares. Estas rochas ocupam grandes
extensões da superfície da terra, cobrindo os materiais magmáticos.
Então, chamam-se rochas sedimentares aquelas que resultam de detritos de outras rochas existentes à superfície
da terra e de processos químicos ou biogénicos. Portanto, este tipo de rocha tem origem externa.

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Classificação das rochas sedimentares
Detríticas: aquelas que provêm da acumulação de detritos de outras rochas, por exemplo as arenáceas e as
argiláceas. Podem ser: não consolidadas quando os detritos estão soltos, por exemplo as areias e as argilas e
consolidadas quando os detritos estão cimentados, por exemplo os arenitos e os argilitos.
Não detríticas: resultam de processos químicos, por exemplo as calcárias, as siliciosas, as ferruginosas, as
carbonosas, as salinas ou de processos biogénicos, relacionados com os seres vivos. Por exemplo os calcários, o
carvão fóssil, o petróleo resultam da transformação de restos orgânicos ou de processos a eles relacionados.

Rochas metamórficas
Você sabia que as rochas magmáticas e sedimentares quando sujeitas à grande pressão e elevadas temperaturas
no interior da terra modificam-se? Pois é! Modificam-se.
De facto, elas sofrem modificações na sua textura, estrutura, composição química e mineralógica, recristalizam-
se, dando origem às rochas metamórficas. Por exemplo o calcário, que é uma rocha sedimentar, quando sujeito
a elevadas temperaturas e enormes pressões no interior da terra transforma-se em mármore.
Agora, vejamos, os tipos de metamorfismo
Existem diversos tipos de metamorfismo podendo destacar-se os seguintes:

Metamorfismo de contacto ou térmico: ocorre quando o magma super aquecido penetra e se instala no seio de
outras rochas pré- existentes, transformando-as. Portanto, as rochas da zona de contacto com o corpo magmático
sofrem modificações na sua textura, estrutura, composição química e mineralógica.
Por exemplo: o arenito, rocha sedimentar, transforma-se em quartzito que é uma rocha metamórfica; O carvão
mineral, rocha sedimentar, transforma-se em grafite que é uma rocha metamórfica.

Metamorfismo regional ou termodinâmico: afecta grandes extensões da crusta, está ligado a formação de
cadeias montanhosas e os seus agentes são também elevadas temperaturas e enormes pressões no interior da
terra. As camadas rochosas vão-se sobrepondo continuamente e as mais antigas vão alcançando profundidades
maiores onde as temperaturas e a pressão são elevadas, então as rochas vão-se transformando sucessivamente,
aproximando-se lentamente do magma interior. Por exemplo: o argilito, rocha sedimentar, vai sofrendo
sucessivas transformações passando para xisto, ardósia, micaxisto sucessivamente, aproximando-se lentamente
do magma.

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micaxisto

A Litosfera

Estrutura interna da terra


O conhecimento do interior da terra é possível na base de estudos directos e indirectos.
Os estudos directos limitam-se às informações que se obtêm das sondagens, das perfurações e dos materiais
provenientes das erupções vulcânicas. Estas informações correspondem a uma estreita película superficial.

Os estudos indirectos realizam-se através da Geofísica que estuda as propriedades físicas da massa, volume e
densidade média do globo terrestre, observações das ondas sísmicas, estudos do campo magnético terrestre e a
força de gravidade na terra. Os dados são interpretados com base nas leis da física permitindo o conhecimento da
estrutura e propriedades do interior da terra. O estudo da composição dos meteoritos permite estabelecer
analogias com o Globo terrestre. O geotermismo, a densidade, a radioactividade são outros métodos indirectos.
No estado actual da ciência, ainda não é possível enviar qualquer aparelho para investigar o interior profundo da
terra. No entanto, estudos admitem que a terra é internamente constituída por certas camadas concêntricas, de
constituição e comportamento diferentes.
De acordo com a composição e densidade do material rochoso que constitui a terra, reconhecem-se, como retrata
a figura 1, três camadas principais: Crusta, Manto e Núcleo.

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Fig. Estrutura interna da Terra

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Crusta
É a camada exterior do globo terrestre com uma espessura média de 30 quilómetros.
Os seus limites são: superior - os continentes e os oceanos, e o inferior - a superfície de descontinuidade de
Mohorovicic (Moho) que a separa do Manto. A crusta representa cerca de 2% do volume total da terra.
Tem duas subcamadas definidas pelos elementos que as constituem e separadas pela superfície de
descontinuidade de Conrad, nomeadamente:
Sial, Crusta continental ou granítica: é a subcamada mais exterior, com uma espessura variável sendo a média
15 Km; restringe-se aos continentes; é constituída essencialmente por silício e alumínio, por isso, é conhecida
por Sial; predominam rochas graníticas e a densidade é de 2,7.
Sima, Crusta oceânica ou basáltica: é a subcamada interior, constituída por silício e magnésio, (daí a
designação de Sima) também é conhecida por crusta oceânica porque aflora no fundo dos oceanos e é
basicamente basáltica; a densidade é de 2,9 e a espessura média é de 15 km.
A temperatura da crusta aumenta com o aumento da profundidade, para cada 100 metros de profundidade a
temperatura aumenta em média 3 graus Centígrados. Portanto, 3ºC/100m de profundidade que é designado
gradiente geotérmico. Assim, a temperatura deve aumentar de 14ºC em média à superfície até cerca de 1200ºC
na parte inferior da crusta;
A estrutura dos materiais rochosos que compõem a crusta é cristalina;
A densidade da crusta aumenta de 2,7 a 2,9;
A crusta formou-se a partir do manto superior e até hoje continua a influenciá-la através das orogenias,
vulcanismo, abalos sísmicos, etc.

Manto
É uma camada intermédia;
Estende-se de 30 a 2900 km de profundidade;
Os seus limites são: superior - a superfície de descontinuidade de Moho e o inferior - a superfície de
descontinuidade de Gutenberg; Manto representa 82% do volume total da terra, Tem duas subcamadas separadas
pela superfície de descontinuidade de Repeti à 700km de profundidade, nomeadamente:

O manto superior, com uma composição semelhante à do sima na sua parte superior, composto por silicatos de
ferro e magnésio, com uma densidade de 3,3 e uma estrutura vítrea. O seu material apresenta uma rigidez muito
elevada devido a enormes pressões a que está sujeito, contudo, a partir dos 100 km de profundidade o material
tem tendência a fluir devido a acção de forças lentas;

O manto inferior, constituído por óxidos de ferro e magnésio, com densidade de 5,5. Portanto, no manto a
densidade aumenta com a profundidade de 3,3 a 5,5 e a temperatura passa de 1200ºC a 3000ºC no manto
inferior.

Núcleo
É a camada central e é esférica, Estende-se dos 2 900 km, portanto da superfície de descontinuidade de
Gutenberg até ao centro da terra, a 6 370 km de profundidade que corresponde ao raio médio da terra.
Tem duas subcamadas separadas pela superfície de descontinuidade de Lehnann, a 5 150 km de profundidade,
nomeadamente:
Núcleo exterior que é fluído, com elementos leves misturados com ferro e a densidade é de 10,0.
Núcleo interior é sólido, com elementos mais pesados como o níquel e o ferro, daí a designação de NIFE. O
ferro gera o magnetismo terrestre. A densidade no centro da terra é de cerca de 13,0 e a temperatura atinge os
4000ºC.
Se se adoptar como critério a resistência mecânica dos materiais, o conjunto crusta- manto será substituído por
litosfera e astenosfera com as seguintes características:
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Litosfera: é a camada mais superficial, com uma espessura média de 100 km, corresponde a toda a crusta mais a
parte superior do manto, a principal característica dos seus materiais rígidos é a capacidade de suportar, durante
longo tempo, grandes tensões sem fluir.

Astenosfera: é a camada inferior, quimicamente homogénea, os materiais não são rígidos mas com certa
plasticidade, é onde se dão as correntes de convecção as quais permitem o deslocamento das placas litosféricas.

Actividades
1. Em relação a estrutura interna da terra, identifique a camada em que se verifica cada uma das seguintes
condições:
A densidade varia de 2,7 a 2,9
A temperatura varia de 1200ºC a 3000ºC
É constituída por sial e sima
Onde se localizam os materiais mais densos da terra
A parte superior é semelhante ao sima mas de estrutura vítrea
Resposta:
a) Crusta b) Manto c) Crusta d) Núcleo e) Manto.

2. Diferencie a litosfera da astenosfera.


Resposta
A litosfera é a camada mais superficial, com uma espessura média de 100 km, corresponde a toda a crusta mais a
parte superior do manto, a principal característica dos seus materiais rígidos é a capacidade de suportar, durante
longo tempo, grandes tensões sem fluir.
A astenosfera é a camada inferior onde os materiais não são rígidos mas com certa plasticidade e ocorrem as
correntes de convecção.

Avaliação
1. Elabore um quadro síntese com as características principais das três camadas que compõem a estrutura interna
da terra.
2. Defina gradiente geotérmico.

Equilíbrio isostático e anomalias gravimétricas

A ISOSTASIA
À partir dos 50-100 km de profundidade, no manto superior, as elevadas temperaturas criam um comportamento
plástico dos materiais rochosos, o que leva o material rígido (crusta) a “flutuar” sobre o material plástico (nível
de compensação isostático).
A Isostasia é uma teoria que tenta explicar as posições de equilíbrio que ocorrem em profundidade entre a
astenosfera e a litosfera, daí resultando os movimentos verticais da crusta.
A litosfera é menos densa em relação aos materiais que compõem o manto superior (astenosfera). Para que haja
um equilíbrio entre a litosfera e a astenosfera, é necessário um ajustamento do tipo Isostático, com movimentos
verticais de ascensão e descida dos diferentes materiais - é o equilíbrio isostático.
O princípio da isostasia foi formulado separadamente, por PRATT e AIRY:
Segundo PRATTY e AIRY, o princípio da Isostasia assegura que a camada superficial da terra (Litosfera)
estaria a flutuar sobre um material mais denso (astenosfera /manto superior).
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Assim e, segundo o princípio da isostasia, as cadeias montanhosas seriam como “icebergs”, cuja altura é
proporcional à massa de gelo submersa.
O EQUILÍBRIO OU AJUSTAMENTO ISOSTÁTICO
A teoria da isostasia mostra que existe um equilíbrio isostático da litosfera sobre a astenosfera.
Equilíbrio ou ajustamentos Isostáticos - são todos os ajustamentos que ocorrem entre a litosfera e a
astenosfera, de modo a ajustarem os desequilíbrios ocorridos quer pela erosão, quer pela deposição de materiais.

ANOMALIAS DE GRAVIDADE
Quando o equilíbrio isostático se rompe, produzem-se movimentos verticais que procuram restabelecer o
equilíbrio. O rompimento se deve às variações no peso da litosfera, devido a acumulação de gelo durante as
glaciações, o que provoca uma sobrecarga e consequentemente, um afundamento da litosfera. Mas, quando se
verifica a erosão, a litosfera eleva-se em função do equilíbrio isostático.
A anomalia isostática pode ser negativa ou positiva:
A anomalia isostática é negativa, quando existe um défice de massa (excesso de rochas de baixa densidade);
A anomalia isostática é positiva, quando existe um excesso de materiais de elevada densidade.
Em suma, compensação isostática é permitida pelo material plástico e denso da astenosfera ou manto superior.

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Apesar das irregularidades, o relevo da crusta implica a existência de um equilíbrio entre as massas rochosas das
regiões mais elevadas e das deprimidas, com volumes e pressões desiguais que é feito através duma
compensação a certa profundidade - a isostasia, que está de acordo com a densidade e volume da massa rochosa.
Com este princípio, as grandes altitudes (zonas montanhosas) têm raízes que vão até 25 km de profundidade.
Portanto, para cada altitude existe uma estrutura compensadora que se assenta sobre material pesado, como uma
espécie de raiz em profundidade. Pode-se verificar um efeito semelhante com a madeira que flutua na água. As
montanhas são geralmente mais elevadas que as planícies, porque têm, por baixo, uma espessa camada de rocha
continental de densidade relativamente baixa.
Com este princípio, a diferença de altitude entre os continentes e os oceanos corresponderia a uma diferença de
densidade entre os continentes, com rochas mais leves e os oceanos com rochas mais pesadas.
Entretanto, o equilíbrio isostático não se verifica em todos os sítios.
Existem lugares com equilíbrio rompido e pode resultar de diversas causas:
Quando há formação duma montanha;
Quando se verifica uma intensa erosão ou destruição aliviando o bloco montanhoso;
Quando há fusão de uma espessa calote glaciária que cobre um bloco. Por exemplo, a Escandinávia é uma região
em desequilíbrio, pois a fusão do gelo que cobria a região aliviou-a do peso e o equilíbrio está a restabelecer-se
através de movimentos de levantamento do bloco elevando-se 1cm por ano.
Por outro lado, o equilíbrio isostático depende do peso dos corpos na terra que está directamente relacionado
com a gravidade terrestre e que varia com a latitude. Há vezes em que a gravidade observada numa latitude, não
concorda com a gravidade calculada matematicamente para esse lugar. Quando assim ocorre há uma anomalia
gravimétrica, que expressa a diferença entre os valores calculados matematicamente e os valores medidos
gravimetricamente e corrigidos.

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Actividades
1. Explique quando se diz que o relevo está em equilíbrio isostático.
Resposta
O relevo está em equilíbrio isostático quando tem uma compensação em profundidade que está de acordo com a
densidade e volume da massa rochosa.

2. Mencione três situações de desequilíbrio isostático.


Resposta
Quando há formação duma montanha;
Quando se verifica uma intensa erosão ou destruição aliviando o bloco montanhoso;
Quando há fusão de uma espessa calote glaciária que cobre um bloco.

Avaliação
1. Explique como é que a terra procura restabelecer o equilíbrio isostático num determinado lugar.
2. Como explica os movimentos que têm ocorrido na Península da Escandinávia?

Migração dos continentes

Se você observar atentamente o mapa do mundo pode notar que os blocos continentais parecem peças de ujogo
que se encaixam umas nas outras.
A actual distribuição dos continentes suscitou interesse nos investigadores geofísicos, principalmente quando se
aperceberam que a terra era um planeta dinâmico. Assim, surgiram algumas teorias que tentam reconstituir o
passado geológico e histórico da Terra. As mais conhecidas são: a Teoria da Deriva ou Translação dos
Continentes de Wegener e a Teoria da Tectónica de Placas.

Teoria da deriva ou translação dos continentes de Wegener


Trata-se de uma hipótese científica apresentada pelo alemão Alfred Wegener, em 1912 e que defendia a seguinte
tese:
Os continentes (ou sial), mais leves, ter-se-iam deslizado sobre o fundo dos oceanos (ou sima), mais pesado.
Inicialmente existia um super continente designado Pangea, rodeado de um único oceano denominado
Pantalassa, com mares epicontinentais, pouco profundos, a cobrirem a parte interior do Pangea.
A partir do final do Paleozóico (a cerca de 200 milhões de anos) o Pangea começou a fragmentar-se
primeiramente em dois grandes blocos, a saber :

Gondwana, a sul, que incluia a actual África, América do Sul, Índia, Madagáscar, Antárctida e Austrália;
Laurásia, a norte, que incluia a actual Europa, Ásia e América do Norte.
O Pólo Sul estaria centrado no extremo da África do Sul; o Equador passava mais a norte e as florestas
equatoriais e tropicais coincidiriam com as actuais zonas de jazigos carboníferos da América do Norte, Europa
Ocidental, Rússia, Norte da China.
A fragmentação continuou e os blocos foram migrando para as posições que hoje ocupam como continentes
como se pode verificar no mapa da figura abaixo.

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Consequências da movimentação dos blocos:


Formação de cadeias montanhosas devido ao avanço de certos blocos contra outros.
Arco de Ilhas numerosas no Pacífico devido ao deslocamento da Ásia para oeste provocando um desprendimento
de terras.
Esta teoria baseou-se nas seguintes evidências ou argumentos:

Geográficos: a justaposição dos contornos das costas ocidental Africana e oriental da América do Sul, das costas
Moçambicana e ocidental de Madagáscar.
Geomorfológicos: analogias na estrutura das rochas e do relevo.
Paleontológicos: os fósseis mais antigos encontrados nas regiões que outrora estiveram juntos são idênticos; a
existência de carvões em regiões que deviam ter ocupado zonas de grandes florestas sendo actualmente regiões
frias sem qualquer riqueza arbórea.
Biogeográficas: a existência de plantas e animais mais antigos comuns nas regiões que outrora estiveram juntas.
Paleoclimáticos: semelhanças nos vestígios das glaciações encontrados na África do Sul, América do Sul e
Austrália.
Geofísicos: medições feitas comprovam que os continentes se movimentam.

Que causas apresentou Wegener para sustentar a sua tese?


A força centrífuga que actuaria em direcção ao Equador.
A força da atracção do sol e da lua sobre a terra que actuaria em direcção a Oeste.
Assim, da acção desses dois factores, os continentes tenderiam a afastar-se dos pólos.
Esta teoria foi bastante contestada pois as forças que teriam levado a migração dos continentes não eram
convincentes. Contudo, a partir dos anos 30 do século XX constituiu o centro das atenções e seria do seu
aperfeiçoamento que surgiria uma nova corrente - a Teoria da Tectónica das Placas.

Actividades
Em 1912, um cientista alemão apresentou uma teoria explicativa da migração actual dos continentes e mares.
a) Como é conhecida essa teoria?
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Resposta
É conhecida por Teoria da Deriva ou Translação dos Continentes de Wegener.

b) Refira as causas apresentadas pelo cientista para sustentar essa teoria?


Resposta
A força centrífuga que actuaria em direcção ao Equador e a força da atracção do sol e da lua sobre a terra que
actuaria em direcção a Oeste.

Avaliação
1. Refira a essência da teoria de Wegener.
2. Refira os pontos fracos da teoria de Translação dos Continentes de Wegener.
Teoria da Tectónica das Placas.
Segundo esta teoria, a superfície da terra está dividida numa série de placas rígidas e relativamente pouco
espessas que, ao se movimentarem, provocam atrito (fricção) entre si e nas suas margens.
PRINCIPAIS PLACAS TECTÓNICAS
Resultantes da fragmentação da litosfera terrestre em 12 partes diferentes que se movimentam em direcções
opostas (placas divergentes), na mesma direcção (placas convergentes) ou horizontalmente (Placas
transformantes).
Actualmente, a terra possui 15 placas tectónicas principais e 40 placas de menores dimensões.
Segundo a teoria da Tectónica de placas, as placas litosféricas são criadas nas zonas de divergência, também
designadas riftes. É no limite entre as placas que se regista a maior parte dos sismos e das erupções vulcânicas.
Segundo ainda esta teoria/modelo, a litosfera oceânica é gerada ao nível das dorsais médio-oceânicas (grandes
cadeias de montanhas submersas nos oceanos que resultam do lento afastamento das placas tectónicas - dorsal
meso-oceânica ou crista média oceânica).
As principais 15 placas Tectónicas, são:
➢ Placa euro-asiática (Europa e Ásia);
➢ Placa Norte-Americana (EUA e Canadá);
➢ Placa sul-americana (América do Sul);
➢ Placa Africana (África);
➢ Placa australiana (Austrália);
➢ Placa da Antárctida (Antárctida);
➢ Placa do Pacífico (Oceano pacífico);
➢ Placa das filipinas (Este asiático);
➢ Placa Indiana (Oeste asiático);
➢ Placa arábica (Península arábica);
➢ Placa das Caraíbas (América Central-Caraíbas);
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➢ Placa de cocos (Oeste da América Central);
➢ Placa de Juan de Fuca (Oeste dos EUA e Canadá);
➢ Placa de Nazca (Oeste da América Do Sul);
➢ Placa Escocesa (Sul da América do Sul)).

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AS CORRENTES DE CONVECÇÃO/CÉLULAS DE CONVECÇÃO
São os movimentos dos fluidos internos que se realizam no manto, responsáveis pelos inúmeros processos de
transformação do relevo de origem endógena, como terramotos, vulcanismos, tectónica de placas, entre outros.
Os movimentos dos fluidos se devem às elevadas temperaturas no manto e no núcleo que provoca a fusão e a
plasticidade das rochas aí existentes.
São movimentos cíclicos e lentos de subida e descida do magma.
O magma que sobe, se resfria e o que desce, se aquece. O magma aquecido exerce uma forte pressão sobre a
crosta e, quando encontra fissuras (aberturas/falhas geológicas) na crosta, ascende, dando origem aos processos
vulcânicos ou à formação de terramotos bem como à movimentação das placas e à expansão dos fundos
oceânicos.
Os pontos quentes, resultantes da ascensão do magma quente, situam-se preferencialmente, em zonas situadas
entre placas, em zonas de dorsais ou em zonas de formação de rifts.

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Agentes internos do relevo

Factores de formação das rochas e do relevo terrestre


Como deve ter aprendido anteriormente, os processos geomorfológicos que definem as unidades estruturais que
edificam o planeta Terra, resultam da acção de dois grupos de factores: internos ou construtores e externos ou
modeladores.

1.Os factores internos ou construtores são os que, sendo de origem interna, influem na ocorrência de qualquer
processo geomorfológico, como por exemplo, na formação das rochas e do relevo. São os casos dos movimentos
sísmicos, erupções vulcânicas e movimentos tectónicos.

2. Por sua vez, os factores externos ou modeladores são os que agindo sobre as estruturas já formadas modelam-
nas, destroem-nas. Por exemplo, quando a água da chuva desgasta um relevo pré-existente, desempenha o papel
de modelador. Outros agentes externos são os rios, os mares, os glaciares, os agentes atmosféricos, os seres vivos
e o Homem.

A acção dos agentes internos na construção do relevo


Os relevos originais resultam da acção de fenómenos que têm a sua origem no interior da terra e que se
manifestam na migração dos elementos rochosos tomando vários sentidos, tal como se verá mais adiante. A
migração dos materiais rochosos é motivada, essencialmente, pelo carácter da estrutura interna da terra, pois as
tensões, as diferenças de densidade dos materiais provocam fluxo dos mesmos.

Movimentos tectónicos
Os movimentos tectónicos são movimentos mais ou menos lentos que se dão na crusta, de velocidade diversa
(1mm a 1cm por ano) e que provocam deformações na crusta terrestre. Podem ser:
Orogénicos: caracterizados pelos movimentos horizontais, laterais ou tangenciais dando origem a cadeias
montanhosas.
Epirogénicos: caracterizam-se por serem verticais, provocando subida ou descida dos blocos.

Estruturas falhadas
Na natureza, quando forças internas exercem enorme pressão sobre rochas mais duras estas perdem a sua
continuidade quebrando-se segundo fracturas que, se forem acompanhados por um deslocamento, recebem o
nome de falhas.

Elementos de uma falha


Constituem elementos duma falha os seguintes:
Plano de falha: é a superfície fracturada ao longo da qual se deu o deslocamento.
Rejeição de falha: é a amplitude de deslocamento. Pode ser horizontal ou vertical.
Muro ou lábio levantado: o bloco que fica no nível superior da estrutura.
Tecto ou lábio descaído: o bloco que fica no nível inferior.
Para melhor compreensão observe a figura que se segue.

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Segundo a posição do plano de falha, estas podem classificar-se em:


Falhas normais: se o tecto desceu em relação ao muro.
Falhas inversas: se o tecto subiu em relação ao muro.
Numa mesma região, falhas paralelas podem levar ao surgimento de:
Graben: é um compartimento da crusta rebaixado em consequência de falhas mais ou menos paralelas
resultantes de um afundamento. Por ex. O graben do Reno, na França.
Horst: é um compartimento da crusta levantado em consequência de falhas mais ou menos paralelas resultantes
de um soerguimento. Por ex. O horst do Sinai, em Israel.

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Actividades
1. Em que condição ocorre uma falha?
Resposta
Uma falha dá-se quando forças internas exercem enorme pressão sobre rochas mais duras provocando-lhes
fracturas que são acompanhadas por deslocamentos dos blocos.
2. Estabeleça a diferença entre fractura e falha.
Resposta
Enquanto na fractura a camada rochosa quebra-se na falha a rocha quebra-se e há deslocamentos dos blocos.

Avaliação
1. Diferencie movimentos orogénicos de movimentos epirogénicos.
2. Qual a posição do tecto numa falha inversa?
A - Subiu em relação ao muro.
B - Subiu em relação ao plano axial.
C - Desceu em relação a rejeição de falha.
D - Desceu em relação a falha normal.

Evolução do relevo enrugado


Estruturas enrugadas
É natural que já tenhas observado formações de rochas sedimentares na natureza.
Você sabia que os estratos sedimentares com suficiente plasticidade quando sujeitos às forças de compressão
lateral internas deformam-se?
Desenham-se nelas ondulações que tem o nome de rugas ou dobras como as que se representam na figura.
A forma e dimensão das dobras variam muito, dependem da intensidade, duração e ângulo de incidência do
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esforço em relação ao plano que sofreu o dobramento. Quanto ao tamanho variam desde milímetros até centenas
de metros de amplitude.

Elementos de uma dobra ou ruga


Observe a figura ao lado sobre os elementos de uma dobra ou ruga:
1. Flancos- são os dois lados da dobra.
2. Sinclinal – a ondulação côncava, onde os flancos se abrem para cima. Podem originar vales.

Sismos
Já alguma vez sentiu a terra a estremecer? Afinal porque a terra treme?
Os meios de comunicação dão frequentemente a conhecer a ocorrência de sismos mais ou menos violentos e que
o homem ainda não pode prever.
Aos movimentos vibratórios, bruscos, de curta duração que ocorrem na superfície terrestre resultantes da energia
libertada pelo deslocamento de massas rochosas da crusta ou do manto designam- se por sismos.
Segundo o local de ocorrência os sismos podem ser:
Terramotos – quando ocorrem na terra.
Maremotos – quando ocorrem no mar.
Quanto a profundidade da sua origem, os sismos podem ser:
Superficiais – até 70km;
Intermédios – de 70 a 300km
Profundos – de 300 a 700km.

Propagação das ondas sísmicas


A energia dispersa-se a partir do foco ou hipocentro- zona de origem do sismo em profundidade em forma de
ondas em todas as direcções que ao chegarem à superfície originam sucessivos abalos.
Epicentro é o ponto que se localiza à superfície por cima do foco.
As ondas sísmicas são registadas por sismógrafos que traçam sismogramas. A união dos pontos com a mesma
intensidade sísmica dá origem a linhas designadas isossistas.

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Magnitude sísmica é a quantidade de energia libertada pelo foco enquanto que intensidade sísmica é a
quantidade e a qualidade dos efeitos verificados à superfície.
A escala mais usada para medir a magnitude sísmica é a escala de Richter que varia de 1 a 9, em que:
Até a magnitude 2 o sismo não é sentido, é apenas registado pelos sismógrafos
Magnitude 5 – provoca danos apreciáveis
A partir de 7 – considera-se violento
Magnitude 9 – catástrofe, pânico, grande destruição.

Causas dos Sismos


Os sismos intermédios e profundos têm como causas internas diversas, de entre as quais se destacam:
Movimentos epirogénicos para o reajustamento isostático.
Movimentos orogénicos na formação de cadeias montanhosas.
Enrugamentos.
Falhas ou fracturas (tensão dos materiais que causam ruptura nas camadas rochosas.
Vulcanismo.
Correntes de convecção que se dão no interior do manto e que provocam a movimentação das placas litosféricas.
Os sismos superficiais têm causas externas, tais como:
Explosões e experiências nucleares.
Abatimento de cavernas e galerias.
Enchimento de barragens.
Deslizamento de terrenos.
Avalanches.
Destruição de montanhas, etc.
Você, certamente, sabe que um grande sismo tem a sua causa profunda, no interior da terra e raramente constitui
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um fenómeno isolado. Muitas vezes é precedido de abalos premonitórios, pequenos abalos anteriores e sucedido
geralmente por outros chamados réplicas, pequenos abalos posteriores.

Actividades
1. Como se designa o ponto de origem de um sismo? E ao lugar que lhe corresponde à superfície?
Resposta: O ponto de origem de um sismo designa-se foco ou hipocento e o lugar que lhe corresponde à
superfície chama se epicentro.
2. Que factores fazem variar a intensidade de um sismo?
Resposta: A intensidade do sismo depende de: quantidade de energia libertada pelo foco, profundidade do foco,
distância ao epicentro e natureza e estrutura do terreno e dos acidentes geográficos.

Avaliação
1. “Os sismos são fenómenos que pelas suas dimensões assumem um carácter catastrófico mas necessário”.
a) Refira as causas dos grandes sismos.
b) Mencione duas causas humanas que podem originar sismos.
2. O que significa magnitude de um sismo igual a 9 na escala de Richter.

Efeitos
Os efeitos dependem da intensidade do sismo daí a importância dos aspectos já apresentados sobre a intensidade
e magnitude sísmica.
Alguns sismos tornaram-se tristemente célebres pelo elevado número de vítimas mortais, incêncios espalhados
pelas cidades danificadas. O número de vítimas depende em grande parte do tipo de construções habitacionais,
da hora do dia e dos comportamentos das pessoas durante e após os sismos.

Outras consequências: alterações na morfologia, desnivelamentos verticais, desnivelamentos horizontais,


desprendimentos de terras, avalanches que podem provocar o desvio de rios, inundações, abertura de fendas
donde jorra água e lamas quentes, erupções vulcânicas, tsunami (ondas gigantes que se formam quando o
epicentro ocorre no mar que se dirigem à costa a grande velocidade, destruindo tudo a sua passagem), ruídos
subterrâneos, fenómenos luminosos, ondulações do terreno, destruições de construções, falhas, desaparecimento
de fontes de água, aparecimento de novas fontes de água, etc.
A defesa contra os sismos assenta na avaliação do perigo sísmico e na aplicação rigorosa de regras de protecção,
construções preparadas para suportar as ondas sísmicas, entre outros.

Fig. Fendas provocadas por um sismo


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Fig.Terramoto

Fig. Maremoto/tsunami

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O Que fazer antes do sismo?


Procure ler algo sobre sismos e seus efeitos.
Prepare a casa para facilitar os movimentos em caso de sismo.
Estude os locais de maior protecção e oriente as crianças e responsabilize os adultos.
Tenha em mão uma lanterna, um rádio e pilhas, extintor e estojo de primeiros socorros.
Reserve água em recipientes de plástico fechados.

O que fazer durante um sismo?


Evite o pânico, mantenha a serenidade e acalme as pessoas.
Se você estiver dentro de casa ou edifício: não corra para a rua, as saídas poderão estar obstruídas, nunca utilize
elevadores. Afaste-se das janelas, espelhos e chaminés. Proteja-se no chão de uma porta interior, canto de uma
sala ou debaixo de uma mesa ou da cama.
Se estiver na rua: dirija-se a um local aberto, com calma e serenidade.
Não corra nem ande a passear pelas ruas. Mantenha-se afastado dos edifícios e muros.
Se estiver num local com muita gente não se precipite para as saídas.
Se vai a conduzir pare a viatura afastada de edifícios, muros, postes e cabos eléctricos ou árvores. Permaneça
dentro da viatura.

O que fazer depois de um sismo?


Domine o pânico, mantenha a calma; não se precipite para as escadas ou saídas; não fume nem acenda fósforos
ou isqueiro; não ligue o interruptor, desligue o contador da água, de energia e do gás.
Verifique se há incêndio e apague-o ou chame os bombeiros.
Verifique se há feridos, pessoas soterradas e socorra-as ou peça ajuda.
Afaste-se da praia e da margem do rio. Cumpra as orientações difundidas pela rádio. Ao andar, evite passar por
onde há fios soltos.
Se a sua casa estiver muito danificada não fique nela porque pode desabar.
Acalme as crianças e velhos. Não circule pelas ruas para ver o que aconteceu. Não propague boatos.
Distribuição geográfica das regiões sísmicas
Agora, conheça a distribuição dos sismos que corresponde à localização dos diferentes epicentros. Destacam-se:

Zona Circumpacífica: liberta 80% da energia sísmica total. Vai desde a Camcháteca, Curilhas até ao Japão.
Depois subdivide-se em dois ramos, passando um pela Formosa e Filipinas e outro pelas Marianas e Carolinas. A
junção dá-se na Nova Guiné, continuando pelas ilhas Fiji, Tonga, Nova Zelândia. Segue pela costa ocidental da
América do Sul, ao longo dos Andes, América Central, México, Califórnia e Alasca até Aleutas.

Zona Mesógea: liberta 15% da energia sísmica total. Corresponde a cintura Mediterrânico-Asiática. Estende-se
do Estreito de Gibraltar até ao Sudoeste Asiático. Engloba o sistema Himalaio-Alpino, Península Ibérica, Norte
de África, Itália, Grécia, Turquia, Irão, Tibete, Indonésia onde se liga a Circumpacífica.

Outras Zonas: Libertam 5% da energia sísmica total. Correspondem as grandes cristas oceânicas do Atlântico, da
Antárctida à Islândia; no oceano Índico desde a Arábia até a ilha Bouvet onde se liga à Atlântica; Na África
Oriental, na região do Vale do Rift (Região dos Grandes Lagos) até as fracturas próximas do mar Vermelho.

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Importância dos Sismos


Os sismos, apesar de serem destruidores no contexto antropogénico, são importantes para a terra como planeta,
pois:
Permitem o restabelecimento do equilíbrio de forças na terra, ao dissipar as tensões acumuladas ao longo dos
tempos.
Aceleram as transformações morfológicas do globo terrestre.
Rejuvenescem o aspecto da superfície terrestre.

Actividades

1. Quando é que um sismo pode provocar um tsunami e quais os seus efeitos?


Resposta
Quando o epicentro ocorre no mar. Tsunamis são ondas gigantes que se formam no mar e que se dirigem a
grande velocidade para a costa causando danos humanos e materiais devastadores.

Avaliação
1- Explique porque razão os sismos ocorrem em zonas de instabilidade tectónica.
2- Argumente com dois aspectos a importância dos sismos.
Vulcanismo

A ctividade vulcânica desde sempre despertou a imaginação do Homem.


Designa-se vulcanismo ao processo que permite a ascensão do material magmático do interior até a superfície
terrestre.
Vulcão é a abertura ou fenda da crusta terrestre por onde saem para o exterior os materiais magmáticos. Em
geral, apresenta um aspecto morfológico de forma cónica que pode alcançar grande altura no qual existe uma
abertura central ou cratera por onde os materiais magmáticos saem para o exterior.

O cone vulcânico formou-se em consequência da acumulação sucessiva de lavas densas. Assim se formou o
monte Kilimandjaro entre a Tanzania e o Quénia que é o ponto mais alto de África, com 5 963m de altitude.

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O aparelho vulcânico
Qual a estrutura interna do vulcão?
Ao observar a figura verifica que o monte de forma cónica é o vulcão que apresenta os seguintes elementos:
Cratera- é a abertura central mais ou menos circular por onde sai o material.
Chaminé- é o canal por onde sobe o material magmático.
Cones adventícios- São pequenas acumulações que se formam no cone vulcânico em consequência da saída de
material magmático pelas fendas laterais.
Câmara magmática- É uma espécie de depósito onde se acumula o magma no interior da terra antes de ser
expelido para o exterior.

O material magmático que escorre pelo vulcão a temperaturas elevadas vai libertando os seus gases passando a
designar-se lava. Num dado momento, os vulcões podem considerar-se:
Activos – quando em erupção ou em repouso emitindo fumos ou gases.
Dormentes - em completo repouso, sem nenhum indício de actividade.
Extintos - aqueles que apresentam os aparelhos vulcânicos destruídos pela erosão.

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Causas do vulcanismo
O vulcanismo depende essencialmente de fenómenos orogénicos.
Quando no interior da crusta os materiais sofrem um aumento da temperatura ou uma diminuição da pressão terá

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como consequência levar o material rochoso a um estado mais ou menos fluido. O magma assim formado
tenderá naturalmente a subir para a crusta através das fracturas existentes. Se o volume for suficiente, poderá
alcançar directamente a superfície mas normalmente sobe até a câmara magmática situada a poucos quilómetros
da superfície tornando-se necessário um mecanismo adicional ou uma compressão da câmara para que o magma
retido atinja a superfície.
As correntes de convecção que ocorrem no manto provocam a movimentação das placas litosféricas . A sua
manifestação ocorre nas dorsais oceânicas com rifts, nas fossas e nos pontos quentes acompanhadas de sismos e
erupções vulcânicas. relacionadas com as correntes de convecção que se dão no manto que provocam a
movimentação das placas litosféricas.

Actividades
1. Observe com atenção a figura que representa esquematicamente o corte de um vulcão.
a) Faça a legenda da figura.
Resposta
3. a) Cratera, b) chaminé, c) cone vulcânico, d) câmara magmática.
b) Explique como se forma um cone vulcânico.
Resposta
O cone vulcânico resulta da acumulação sucessiva de lava viscosa em torno da chaminé resultante de sucessivas
erupções vulcânicas.
2. Todos os vulcões têm cones?
Resposta
Nem todos os vulcões têm cones porque o vulcão é a abertura natural na superfície terrestre por onde são
expelidos os materiais. Para se formar o cone são necessárias várias erupções de lavas consistentes que se vão
sobrepondo.

Avaliação
1. Explique a relação entre erupção vulcânica e o movimento de placas litosféricas.
2. Diferencie lava de magma.

Tipos de Erupções Vulcânicas

Tipos de Erupções Vulcânicas – Classificação de Lacroix


A morfologia de um vulcão está relacionada com o seu tipo de erupção. Esta é consequência da pressão e
quantidade de gases, assim como da característica da lava que o alimenta e da estrutura do terreno onde ocorre.
Com base no carácter efusivo ou explosivo das erupções, Lacroix considerou quatro tipos fundamentais de
erupções vulcânicas:

1. Tipo Havaiano
Características: o cone apresenta vertentes suaves e uma cratera bastante larga, a lava sai silenciosamente; a
lava é bastante fluida e sem gases; na cratera forma-se um lago de lavas incandescentes em constante agitação,
por vezes transborda pelas vertentes suaves; o nome vem das ilhas Hawai, no oceano Pacífico onde predomina
este tipo de vulcão.

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2. Tipo Estromboliano
Características: o cone apresenta um maior declive em relação ao Havaiano; é efusivo, a cratera com lava fluida
em constante agitação; a libertação de gases origina bolhas que rebentam ruidosamente projectando a uma certa
altura lavas ainda fluidas que caem dentro e fora da cratera. É espectacular à noite; o nome vem do vulcão
Stromboli, norte de ilha Sicília, pertencente a Itália, no mar Mediterrâneo.

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3.Tipo Vulcaniano
Características: é explosivo, violento; as vertentes são acentuadas, a lava é mais viscosa que dificulta a erupção
o que origina explosões violentas; a erupção é antecedida por uma coluna de fumo e cinzas expelidos
violentamente até a estratosfera que se alarga em forma de cogumelo; a lava solidifica-se rapidamente após a
erupção e o nome vem do monte
Vulcano, a norte de Sicília, na Itália, no mar Mediterrâneo; após a erupção a chaminé fica obstruída por isso a
nova erupção é de forma violenta.

4.Tipo Peleano
Características: é explosivo, as vertentes são acentuadas, a lava é bastante viscosa; as erupções são com
explosões de extrema violência e seguidas de libertação de nuvens ardentes (lavas fluidas e incandescente e
gases) que descem pelas vertentes a grande velocidade – mais de 150km/h, que destroem tudo por onde passam;
Em 1902, causaram a destruição completa da cidade de S. Pedro na ilha Martinica; as erupções são
acompanhadas por intervalos longos; após a erupção o material pastoso solidifica-se rapidamente formando na
cratera uma agulha de lavas; o nome vem da montanha Peleé, na ilha Martinica – Pequenas Antilhas.

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Actividades
1. Diferencie uma erupção efusiva de uma explosiva.
Resposta
Uma erupção efusiva é aquela que apresenta uma lava bastante fluida e que sai silenciosamente enquanto uma
explosiva os materiais expelidos são bastante consistentes contendo gases e que saem violentamente, com
tremendas explosões.
2. Das alíneas que se seguem seleccione a que caracteriza uma erupção vulcânica do tipo Peleano.
a) Explosões muito violentas antecedidas de libertação de uma coluna de fumos que vai até a estratosfera.
b) Lava muito fluida e com gases que originam bolhas que rebentam. É espectacular à noite.
c) Erupções com explosões de extrema violência e seguidas da libertação de nuvens ardentes.
Resposta: C

Avaliação
1. Das alíneas que se seguem seleccione a que caracteriza uma erupção vulcânica do tipo Peleano.
a) Explosões muito violentas antecedidas de libertação de uma coluna de fumos que vai até a estratosfera.
Resposta: tipo vulcaniano
b) Lava muito fluida e com gases que originam bolhas que rebentam. Resposta: tipo estromboliano
c) Erupções com explosões de extrema violência e seguidas da libertação de nuvens ardentes.
2. Explique porque a erupção do tipo estromboliano foi considerada pelos gregos da antiguidade como um farol.

Que materiais saem do interior de um vulcão para além das lavas?


Os vulcões expelem vários materiais, nomeadamente na forma sólida, líquida, e em vapor. Veremos isso, em
pormenor de seguida:
Sólidos
Blocos vulcânicos – fragmentos de lava solidificada, com diâmetro superior a 10 cm.
Bombas – fragmentos em forma de amêndoa com extremidades torcidas em consequência dos movimentos
rotativos que sofrem durante a queda.
Escória – fragmento de lava porosa com diâmetro entre 5-10 cm provenientes do magma que liberta grandes
quantidades de gases.
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Lapilli – fragmentos de lava de diâmetro entre 5mm e 5cm e poeiras cinzentas.


Cinzas – fragmentos de lava com diâmetro inferior a 5mm.
Pó vulcânico - partículas mais pequenas que as cinzas, com a forma de agulhas.
Ao conjunto destes materiais sólidos dá-se o nome de piroclásticos.

Muitos deles caem em torno da cratera e servem de materiais para a edificação do cone vulcânico. Outros mais
finos como as cinzas são arrastados para mais longe e caem associados à chuva.
Gases
Combutíveis (hidrogénio, hidrocarbonetos, monóxidos de carbono; entre outros)
Não combustíveis (Vapor de água, azoto, dióxido e monóxido de carbono, ácido clorídrico, compostos
sulfurosos, entre outros).
Líquidos – Ácidos, água, entre outros.

Manifestações Secundárias do Vulcanismo


Quando as erupções vulcânicas terminam, o vulcão mantém ainda uma actividade secundária que se pode
caracterizar pelas emissões de produtos gasosos que se podem prolongar por muito tempo. Estas manifestações
tomam várias designações consoante as características que apresentam:

As fumarolas: espécie de nuvens esbranquiçadas libertadas do vulcão com predominância de vapor de água e
ácido clorídrico quentes. Quando se verifica a grande emissão de vapor de água podem notar-se também alguns
fenómenos atmosféricos como nuvens com cargas eléctricas que originam relâmpagos e trovoadas e a
pluviosidade.

As sulfataras: emanações em que predominam substâncias sulfuradas (enxofre, dióxido de enxofre e ácido
sulfídrico).
As mofetas: emissão predominantemente de dióxido de carbono.
Ainda como actividades secundárias são frequentes:

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As nascentes termais: nas regiões vulcânicas, a água subterrânea é aquecida pelo calor dissipado na região e
dado o seu poder dissolvente é em geral mineralizada.

Os Geysers: são jactos intermitentes de águas quentes que ocorrem onde as fracturas do solo se comunicam com
cavidades subterrâneas onde se acumulam águas freáticas. Em contacto com as rochas super aquecidas também
aquecem e a pressão diminui, as águas evaporam e bruscamente forma-se um violento jacto que sai podendo
alcançar grandes alturas. São abundantes no parque de Yellowstone (EUA), na Islândia e na Nova Zelândia.

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Actividades
1. Estabeleça a correspondência entre os termos da coluna A e os da coluna B.
A
1- Geyser
2- Chaminé
3- lapilli
4- Cratera
B
a- Canal por onde ascende a lava.
b- Produto expelido pelo vulcão.
c- Orifício por onde sobem os produtos vulcânicos.
d- Manifestação secundária do vulcanismo.
Resposta: 1d, 2a, 3b, 4c.

Avaliação
1. Explique a formação de um geyser.
2. Relacione vulcanismo e poluição atmosférica.

Distribuição Geográfica das Regiões Vulcânicas


A história da actividade vulcânica da Terra no decorrer dos tempos geológicos está estritamente relacionada com
as modificações experimentadas pela crusta terrestre.
Assim, os vulcões encontram-se distribuídos principalmente pelas zonas de maior actividade orogénica, zonas
enrugadas e fracturadas.
As regiões vulcânicas têm um paralelismo com a distribuição dos focos sísmicos porque tanto uns como outros
ocorrem nas zonas de instabilidade tectónica, nos limites das placas litosféricas, nas falhas, rifts e fossas abissais.
Observando o planisfério, no qual estão localizados os vulcões existentes na Terra permite distinguir quatro
grandes áreas de vulcanismo, nomeadamente:

Anel ou Círculo de Fogo do Pacífico: circunda o Pacífico, abrange os vulcões de Aleutas, Alaska, serras
Nevada e Rochosas, México, América Central, Antilhas, Equador, Bolívia, Chile, Antárctida, Nova Zelândia,
Fiji, Nova Guiné, Filipinas, Japão, Curilhas, Camcháteca.

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Mesógea: abrange a região Mediterranico-asiática. Inclui os vulcões do Monte Atlas, italianos, da Arménia, do
mar Egeu, do Cáucaso, do Irão e sobretudo das ilhas Sonda.

Outras regiões: No oceano Atlântico: na dorsal Atlânticaabrangendo os vulcões do Árctico, Islândia, Escócia,
Irlanda, Açores, Ascensão, Sta Helena, Canárias, Cabo Verde, etc.
No Pacífico: Hawai, Samoa.
No Índico: Reunião, Árabia, Madagáscar, Comores, Maurícias.
Em África: região dos Camarões, Cabo Verde e no Vale do Rift Africano Etiópia, Quilimandjaro, Quénia,
Niragongo.

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Mapa da distribuição geográfica dos vulcões

Impacto Negativo do Vulcanismo


São vários os aspectos negativos decorrentes da actividade vulcânica, nomeadamente:
Destruições, mortes, inundações,
Libertação contínua de gases quentes que provocam alterações climáticas;
Diminuição da radiação solar directa;
Aumento de gases tóxicos e asfixiantes;
Poluições que põem em risco a sobrevivência dos seres vivos;
Alteração da paisagem com a emissão de novos materiais;
Destruição através das explosões e da acção das lavas podendo causar catástrofes como soterramento de cidades,
desaparecimento de importantes civilizações, etc.
Será que os vulcões só trazem desgraça?
Para além de aspectos negativos que acabamos de ver, há também aspectos benéficos que serão estudados na
aula seguinte.

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Importância do Vulcanismo
Também como os sismos, o vulcanismo permite o restabelecimento do equilíbrio de forças na Terra;
Rejuvenesce a superfície com novas formas e materiais;
Permite conhecer a composição do interior da terra;
Permite a exploração de vários produtos (enxofre, águas minerais, diversos minerais tais como ferro, ouro,
diamantes, entre outros);
É uma fonte para o incremento da produção de energia geotérmica que é limpa e renovável;
Permite o aproveitamento das águas quentes para o aquecimento das casas, estufas, etc;
As regiões vulcânicas são óptimas para o desenvolvimento do turismo;
As cinzas vulcânicas vão fertilizar os solos tornando-os mais produtivos.
Julga-se ter contribuído para a criação de condições para a existência e evolução da vida na terra através dos
gases vitais, sais e outras substâncias libertados nas intensas erupções vulcânicas ocorridas nos tempos mais
remotos.

Agentes Externos do Relevo.

A Geodinâmica Externa
Como vimos anteriormente, a Terra é um Planeta activo. A sua dinâmica assenta em forças existentes no seu
interior que provocam os movimentos das placas litosféricas, sismos, vulcões, tectonismo, etc, responsáveis por
criar novas formas do relevo.
A geodinâmica externa é o conjunto de forças externas que actuam sobre a Terra, essencialmente alimentadas
pelo Sol e pela gravidade terrestre, como por exemplo: a acção dos agentes atmosféricos, das águas correntes,
dos glaciares, dos seres vivos, entre outros.
Já estudámos que os agentes estruturais ou seja agentes internos são responsáveis por várias formas de relevo.
Ao mesmo tempo que os agentes internos constroem e modificam o relevo, os agentes externos passam a
modelá-lo dando forma e contornos.
Portanto, podemos concluir que, o relevo é resultado da interacção de forças internas e externas que actuam na
Terra.
O relevo é modelado por vários agentes à superfície, tais como a meteorização, acção das águas correntes, dos
ventos, dos glaciares, dos seres vivos, entre outros. Assim, vamos neste momento falar sobre as várias formas de
meteorização, começando por a definir.

Meteorização
As rochas que compõem o relevo sofrem várias modificações. A alteração das rochas causada por agentes
externos sobretudo relacionados com as condições atmosféricas chama-se meteorização.
A meteorização depende das características e intensidade dos agentes externos (sobretudo do clima), tipo de
rochas, tempo decorrido, topografia do terreno, existência de vegetação.

Tipos de Meteorização

1. Meteorização mecânica ou física: é a alteração física, fragmentação ou desagregação da rocha, não alterando
a sua composição mineralógica e química. Portanto, depende de acções de natureza física tais como:
As variações de volume da rocha devido a grandes oscilações de temperatura ao longo do dia e do ano que
provocam dilatações e contracções sucessivas das rochas, estas não resistem e acabam por se partir. A este
processo se designa termoclastia.
A congelação e descongelação da água contida nos poros e nas fendas das rochas também provoca desagregação
das rochas. A este processo se designa crioclastia.
Portanto, a temperatura é o principal agente de meteorização mecânica.

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2. Meterização bioquímica: é a alteração que provoca uma decomposição das rochas. Portanto, produz
transformações químicas nas rochas alterando os seus constituintes. Os mecanismos bioquímicos ocorrem na
sequência das actividades dos seres vivos.
A humidade e precipitação atmosféricas exercem grande influência na decomposição das rochas que é tanto
maior quanto mais elevadas forem as temperaturas. Dão-se reacções químicas nas rochas tais como:

Oxidação: processo de meteorização química pelo qual o oxigénio atmosférico (e dissolvido na água) reage com
os iões dos minerais, produzindo óxidos. Por exemplo, o ferro oxidado torna-se insolúvel em água, precipitando-
se no meio em que se encontre, devendo-se a este facto a coloração avermelhada dos produtos de meteorização.

Dissolução: processo de meteorização química pelo qual o material rochoso passa directamente para uma
solução.

Hidratação: processo em que um mineral incorpora moléculas de água, as quais passam a fazer parte de sua
estrutura cristalina, dando origem a outro mineral. A hidratação é acompanhada de aumento de volume das
rochas, levando a meteorização física, na medida em que as forças desencadeadas rompem a rocha.

Hidrólise dos materiais rochosos, é uma reacção química lenta e específica, em que os iões dos minerais reagem
com os iões H+ e HOda água, podendo originar novos minerais. Por exemplo a hidrólise do feldspato ocorre
quando as águas acidificadas reagem com o feldspato potássico (mineral que ocorre, por ex: nas rochas
graníticas), originando a caulinite – mineral do grupo das argilas, com grande interesse para a indústria cerâmica.
O fenómeno denomina-se caulinização, ocorrendo frequentemente nas rochas graníticas, que a pouco e pouco, se
vão alterando, pela transformação dos feldspatos em minerais de argila.
É comum na natureza a sobreposição das acções do domínio biológico aos mecanismos físicos e químicos do
mundo mineral.

As plantas e os animais exercem uma acção notável:


As raízes de certas plantas ao introduzirem-se em fendas e pelo seu aumento de volume fazem pressão nas
rochas quebrando-se;
Certos vermes que ingerem terra que ao passar pelo tubo digestivo é profundamente alterado;
Outros cavam buracos ou orifícios desagregando as rochas e facilitando o processo de decomposição dos seus
minerais;
A decomposição de restos orgânicos vai provocar alterações químicas nas rochas e a transformação dos detritos
em elementos do solo;
O pisoteio constante dos animais degrada as rochas.
A acção do homem, consciente ou não, pode facilitar a alteração das rochas. Por exemplo, a destruição da
vegetação, o uso de certas técnicas agrícolas, uso intensivo dos solos, escavações mineiras, explosões nucleares,
as poluições dos solos, entre outros contribuem sobremaneira na destruição das rochas.

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Actividades
1. Diferencie meteorização física da química.
Resposta
Meteorização mecânica ou física é a alteração física, fragmentação ou desagregação da rocha, nela não se altera
a sua composição mineralógica.
Enquanto que na meteorização química provoca uma decomposição das rochas produzindo transformações
químicas das rochas, alterando os seus constituintes.

2. Em que consiste a termoclastia?


Resposta
É a desagregação que as rochas sofrem devido as grandes variações do seu volume, elas experiemtam dilatações
e contracções sucessivas em consequência das grandes oscilações de temperatura ao longo do dia e do ano.

Avaliação
1. Explique a acção do principal agente de cada um dos tipos de meteorização?
2. Apresente dois aspectos da acção humana que contribuam para a alteração das rochas.

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Deslocamento de Terras por Acção da Gravidade


Após a meteorização das rochas, os detritos tendem a deslizar pelas superfícies inclinadas sob acção da
gravidade. Portanto, a gravidade é responsável pela erosão, transporte, acumulação e sedimentação dos materiais.

Alguns Tipos de Deslocamentos


Deslocamentos Lentos
Reptação ou creeping: é um deslocamento muito lento que ocorre nas vertentes muito suaves. É imperceptível e
dele apenas seobservam os efeitos: muros rachados e deslocados, postes inclinados, árvores encurvadas, etc. As
causas podem ser: aquecimento e arrefecimento do solo, alternâncias de períodos secos e períodos húmidos no
solo, acção dos animais, movimentos sísmicos, etc.

REPTAÇÃO

Solifluxão: consiste no deslocamento de extensões apreciáveis de solos que se verifica nas regiões frias devido a
alternância frequente de congelação e fusão da água embebida no solo.

Escorregamentos: quando massas rochosas se desprendem e descem lentamente em bloco ou divididas


deslizando.

Deslocamentos Rápidos
Cones de Dejecção: formam-se em consequência do deslizamento de detritos de rochas pelas vertentes
acentuadas formando no sopé vários depósitos que com o tempo podem juntar-se em forma de cones.

Avalanches: resultam da diminuição da coesão de grandes massas rochosas levando ao seu rompimento e
desprendimento. As causas podem ser: excesso de água em camadas rochosas inclinadas sobre estratos
impermeáveis, sismos, acção do mar na base das arribas, etc.
Consequências: os materiais desprendem-se e rolam soltos arrasando tudo à sua passagem. Quando os materiais
se acumulam no fundo do vale podem interromper o curso normal do rio e causar inundações.

Actividades
1. Qual o factor que condiciona o tipo de meteorização para cada ambiente bioclimático?

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Resposta: o factor que condiciona o tipo de meteorização para cada ambiente bioclimático é o clima.

2. Caracterize o creeping quanto a: tipo de movimento, causas e efeitos.


Resposta: tipo de movimento: muito lento, imperceptível que ocorre em vertentes muito suaves;
Causas: sismos, alternâncias de período seco e húmido, variações da temperatura, entre outras;
Efeitos: muros rachados e deslocados, árvores inclinados.

Avaliação
1. Como justifica a intensa meteorização física que ocorre nas regiões desérticas e polares?
2. Diferencie solifluxão de avalanche em termos de: tipo de deslocamento e causas.

Características do Modelado em Diferentes Ambientes Bioclimáticos

Os diferentes tipos de erosão conjugam a sua acção nos sistemas de erosão característicos de cada zona
climática.

Modelado das Regiões quentes e húmidas


As regiões quentes e húmidas não estão sujeitas a um único sistema de erosão.

Nas regiões equatoriais: o relevo é condicionado pela rápida decomposição química das rochas favorecida pelo
calor e humidade. As rochas apresentam formas mais ou menos arredondadas. Dão-se reacções químicas
complexas nas rochas:
Alteração ferralítica: verifica-se quando os materiais das rochas são dissociados e transportados pela água da
chuva, por exemplo a sílica (óxido de silício) é dissolvida e lixiviada (transportada para outras profundidades)
ficando as argilas ricas em óxidos de alumínio e ferro.
Quando a dissolução é total fica a bauxite (mineral de alumínio) de cor avermelhada.
Com esta alteração o relevo perde todo o seu rigor, entre extensas planícies dominam colinas arredondadas que
podem alcançar centenas de metros de altitude e que recebem o nome de pães-de-açúcar (com vertentes
abruptas e cimos mais ou menos arredondados como consequência da erosão diferencial).

PÃES-DE-AÇÚCAR OU “INSELBERGS

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Nas regiões tropicais de savana com pluviosidade superior ou igual a 1000 milímetros anuais e com duas
estações (uma húmida e outra seca) o relevo é condicionado pela formação de couraças ferralíticas que se
formam do seguinte modo: na estação húmida dá-se o mesmo processo que ocorre nas regiões equatoriais e na
estação seca, a forte evaporação favorece a concentração de óxidos de ferro e alumínio na parte superior do solo
constituindo um horizonte ferruginoso bastante duro (com um ou dois metros de espessura). Progressivamente,
elaboram-se couraças que podem aflorar à superfície ou ficar encobertas. As superfícies assim endurecidas ficam
protegidas da erosão.

Modelado das Regiões Áridas e Semi-áridas


As características climáticas favorecem a uma desagregação mecânica muito intensa sendo o agente principal o
vento.
O trabalho do vento compreende a erosão, o transporte e a deposição.
A – Erosão: é a acção destrutiva do vento
A acção erosiva do vento (erosão eólica) manifesta-se por dois processos: deflacção e corrasão ou abrasão.
Deflacção - é a remoção das areias e poeiras soltas, que são sopradas e varridas pelo vento. Quando a remoção é
intensa pode originar depressões (por exemplo, Qatar que se localiza a 132 metros abaixo do nível do mar) e
quando estas atingem a superfície do lençol freático surgem os oásis.

Corrasão ou abrasão: é feita pelos materiais transportados pelo vento que são violentamente lançados contra as
rochas, escavando-as e polindo-as. Dependendo do tipo de rochas este fenómeno dá origem a diferentes formas
de modelo: rochas cogumelo, rocha com forma em arco, pilares, etc.
Quando a acção do vento se exerce sobre depósitos heterogénios, limpos das poeiras e areias deixando no terreno
um resíduo pedregoso constituído por fragmentos maiores que ocupam áreas consideráveis – são as hamadas
(nome dado no Sahara).
Regs são acumulações aluviais grosseiras com pequenos calhaus rolados.

B – Transporte O transporte depende da velocidade do vento e do tamanho dos materiais.


Assim, o transporte pode ser realizado por:
Suspensão: grandes quantidades de material fino, poeiras são transportadas dos desertos para longas distâncias.
Arraste: o material pesado vai rolando ou aos saltos. Portanto, o transporte pelo vento é selectivo enquanto os
grãos finos são levados a grandes distâncias e os mais grosseiros ficam para trás.

C – Deposição: acção construtiva do vento


É a acumulação do material transportado devido a diminuição da energia do vento por perda de velocidade ou
devido a existência de um obstáculo (vegetação, montanhas, carcaças, etc). Assim, são os elementos mais
pesados os primeiros a depositarem-se. Formam-se elevações de forma regular denominadas dunas .

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Tipos de dunas:
Barcanas: são pequenas dunas em forma de crescente e móveis;
Ergs: são grandes campos de dunas complexas.
Loess são sedimentos finíssimos de cor amarelada, constituídos essencialemte por poeiras de quartzo, calcário e
argila que dão origem a solos férteis para a agricultura. Por exemplo, os loess da Europa Central e da Ásia
Central.

Como consequência da deflacção formam-se: depressões, hamadas e regs.


Como consequência da abrasão formam-se: rochas cogumelo, rochas em forma de arco, pilares, etc.
Como consequência da acumulação formam-se: dunas (barcanas e ergs) e loess.

Actividades
1. Em que consiste a alteração ferralítica?
Resposta
É a dissolução e lixiviação da sílica para outras profundidades provocada pela água das chuvas ficando a
superfície argilas ricas em óxidos de alumínio e ferro.
2. O principal agente de erosão das regiões desérticas é o vento.
a) Em que consiste a abrasão provocada pelo vento?
Resposta
Abrasão é a destruição das rochas feita pelos materiais transportados pelo vento e violentamente lançados contra
as rochas, escavando-as e polindoas.
b) Que formas de relevo resultam da abrasão eólica?
Resposta
Formas de relevo resultantes da abrasão eólica são: rochas cogumelo, rochas em arco, pilares, etc.

Modelado das Regiões Temperadas


O relevo destas regiões é essencialmente condicionado pela erosão dos rios e das águas escorrênciais em estreita
ligação com a natureza e estrutura das rochas.
Onde as chuvas estão repartidas ao longo do ano, as encostas estão protegidas por uma cobertura vegetal
contínua estabilizando as formas de relevo.

Acção das Aguas escorrênciais


A erosão e o transporte dos materiais pelas águas escorrênciais originam certas formas de morfologia.
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Barrancos ou ravinas: são sulcos mais ou menos profundos que se formam em regiões de rochas brandas
devido a acção das águas escorrenciais.
Quando as massas rochosas são mais resistentes com grandes blocos no interior, a acção das águas escorrenciais
produz a erosão dos materiais mais finos e mais brandos não afectando a porção de depósitos que ficam por
baixo dos fragmentos maiores porque estes constituem um chapéu protector. Formam-se, assim, pilares que
podem alcançar grandes dimensões e são conhecidos por chaminés de fada.
Nas rochas granitóides com fissuras, a meteorização física é mais intensa originando a concentração de blocos de
variados tamanhos, geralmente arredondados que são chamados caos de blocos.

EROSÃO EM RAVINAS

Acção das Águas dos Rios


A acção dos rios torna-se intensa nos períodos de inundações: os rios exercem sobre a superfície um triplo
trabalho: erosão, transporte e acumulação.
Erosão: Consiste no desgaste das rochas pela acção das águas correntes. Na erosão distinguem-se: a abrasão, o
levantamento e a dissolução.
A abrasão consiste no desgaste das rochas feito pelo material sólido arrastado e apanhado pelos movimentos
turbilhonares das águas que conseguem assim escavar depressões no fundo rochoso. Onde a abrasão é intensa
formam-se depressões típicas que recebem o nome de marmitas de gigante.
No levantamento a água consegue, pela sua pressão, desprender do fundo do leito, placas delgadas.
Pela dissolução a água desgasta as rochas ao dissolver os vários elementos componentes. O efeito depende da
natureza da rocha e das características da água.

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Transporte: Os cursos de água transportam grandes quantidades de materiais arrancados da superfície dos
continentes para o mar. O transporte pode fazer-se em solução, em suspensão e por tracção.
Em solução, não se apercebe à vista o material transportado mas a cor das águas pode ser uma amostra.
Em suspensão, o material fino é arrastado para a juzante, a maior ou menor altura conforme o peso dos
elementos.
Na tracção, o material é transportado sobre o leito, arrastado, obrigado a rolar ou a saltar.
Deposição ou acumulação: verifica-se quando a força e velocidade das águas diminuem. Os materiais
acumulam-se no fundo do leito sendo os elementos mais grosseiros os primeiros a depositarem-se e os mais finos
os últimos junto à foz, construindo assim as planícies aluvionares.
Portanto, o perfil inicial de um rio apresenta muitas irregularidades que vão desaparecendo com o tempo devido
a erosão. O perfil de equilíbrio verifica-se quando o rio apenas transporta o material não tendo força para
provocar erosão mas também não deposita porque ainda tem energia suficiente.

As curvas mais ou menos sinuosas que os rios descrevem nos seus percursos denominam-se meandros.
Distinguem-se meandros de vale ou encaixados quando o vale acompanha as sinuosidades do rio; meandros
divagantes ou de planície quando as curvas exageradas se desenvolvem nas planícies aluviais independentemente
do vale. A margem exterior mantém-se abrupta e recua devido a erosão de modo a manter a concavidade
enquanto na margem interior verifica-se a deposição, a vertente é prolongada por uma planície aluvial de modo a
acentuar a convexidade. Causas da formação de meandros: variações de declive, caudal, carga e a natureza das
rochas.

Terraços fluviais formam-se quando o rio escava de novo em profundidade devido ao acréscimo de energia ou
quando o vale sofre um afundamento tectónico. Formam-se, assim, plataformas (degraus) mais ou menos largas,
nas margens. A repetição de vários ciclos de erosão é a causa da existência de vários níveis de terraços fluviais,
sendo os mais antigos os mais elevados.

Modelado das Regiões Frias


O relevo das regiões frias foi profundamente condicionado pelos glaciares que no passado alcançaram grandes
extensões.
Glaciares formam-se onde a neve não desaparece, acumulando-se em sucessivas camadas. O limite inferior dos
glaciares é denominado linha de neve e a sua altitude depende da latitude conforme a tabela que se segue:
LIMITE DAS NEVES PERMANENTES

Regiões Altitudes
Polares Ao nível do mar
Temperadas 2500 – 3000 metros
Acima dos 5000
Intertropicais
metros

Glaciares são massas de gelo que se deslocam sob acção da gravidade ( do centro para a periferia). Mantêm-se
estacionários quando se verifica um equilíbrio entre a acumulação e a fusão.
Actualmente verifica-se uma redução dos glaciares do mundo devido a subida da temperatura. A superfície
ocupada pelos glaciares é igual a 15 milhões de quilómetros quadrados (10% dos continentes).

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Tipos de Glaciares
Glaciares Continentais ou Inlandsis são constituídos por massas de gelo de grande espessura (espessura média
de 2000 metros) e enorme extensão. A pressão das massas de gelo provoca a subsidência das regiões que
cobrem.
Existem dois glaciares continetais:
Glaciar da Antárctida com 13 milhões de kms quadrados.
Glaciar da Gronelândia com cerca de 1,7 milhões de kms quadrados.

Glaciares de Montanha ocupam 3% da superfície glaciar e formam-se pela acumulação de neves perpétuas nas
altas montanhas e que descem até aos vales.

Trabalho dos Glaciares


Os glaciares são o principal agente do sistema erosivo das regiões frias exercendo uma tripla acção: erosão,
transporte e deposição.
A erosão deve-se a pressão directa que o gelo exerce sobre as rochas e pela qual consegue desalojar blocos já
fracturados; a sucessiva congelação e fusão da água contida nas fendas das rochas provoca a separação de
grandes blocos de rochas; a abrasão intensa sobre o fundo e paredes do vale provocada pelo material
transportado pelo glaciar que escava e alarga o leito onde o glaciar se move e as rochas apresentam estrias e
superfícies polidas.

O transporte compreende o deslocamento de grandes quantidades de material com dimensões mais variadas. O
glaciar é capaz de transportar blocos com várias toneladas de peso para grandes distâncias conhecidos por blocos
erráticos, o que explica a presença de grandes massas rochosas em regiões descongeladas.
A acção erosiva do glaciar e a sua capacidade de transporte depende do fluxo de gelo, da sua espessura e da
natureza litológica do leito.

Deposição: Os materiais transportados acabam por se depositar quando se verifica a fusão do gelo e designam-se
por moreias que, de acordo com a posição que ocupam no glaciar, classificam-se em moreia lateral, moreia de
fundo, moreia superficial, moreia interior, moreias frontais, moreias terminais, conforme o caso.

Relevo Glaciário
a) Regiões abandonadas por glaciares continentais
As regiões abandonadas por glaciares continentais apresentam:
Relevo de planície levemente ondulada com colinas de rochas estriadas, arredondadas e polidas que têm a nome
de rochas aborregadas (fazem lembrar dorsos de carneiros em rebanho).
Depressões ocupadas por pântanos, rede hidrográfica irregular ( com drenagem desorganizada) ex: na
escandinávia, Canadá.
Moreias atingem centenas de quilómetros de comprimento; a formação de cordões pode originar a acumulação
de água por detrás e o surgimento de vastos lagos. Por exemplo, os Grandes Lagos entre EUA e Canadá.
Eskers são cordões sinuosos com 5 a 20 km de comprimento e 10 a 100 metros de altura resultantes da
deposição de torrentes subglaciárias.
Drumlins são colinas de forma alongada, paralelas entre si e orientadas segundo a direcção dos movimentos do
gelos.
b) Regiões sob a influência de glaciares de montanha
Circos aparecem no alto das montanhas, são depressões em anfiteatro, muitas vezes ocupados por lagos. Entre
os circos elevam-se cristas mais ou menos aguçadas constituindo autênticas ilhas no meio do glaciar. A estas
elevações dá-se o nome de nunatak.
Horns são picos em forma de pirâmide.
Vales em U de vertentes abruptas e fundo plano originando lagos alongados e profundos ( são exemplos os da
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Suíça e Itália).
Vales suspensos podem originar a precipitação dos cursos de água em cascatas.

Actividades
1. Quais são as condições exigidas para a formação de chaminés de fada?
A - Intensa meteroização física em rochas graníticas originando blocos de de vários tamanhos
B - Acção das águas escorrênciais sobre massas rochosas com grandes blocos no interior.
C - Acção das chuvas sobre solos com cobertura vegetal contínua.
D - Intensa abrasão glaciária originando depressões típicas e estriadas.
Resposta: B

2. Explique a formação de moreias.


Resposta
As moerias formam-se da aculumação dos materiais transportados pelo
glaciar que se depositam quando se verifica a fusão do gelo.

Avaliação
1. Compare a abrasão causada pela acção das águas dos rios com a causada pelos glaciares.
2. Como explica a presença de grandes massas rochosas designadas blocos erráticos em regiões descongeladas?

Costa e o Modelado Litoral


Modelado das Regiões Costeiras
O litoral é a zona de contacto entre o ambiente continental e o oceânico, onde as ondas e as marés exercem a sua
acção. No sentido restrito é a faixa compreendida entre a maré alta e a baixa mas no sentido amplo é a zona
que fica abaixo do nível do mar até 50 metros de profundidade e a zona acima onde a água do mar chega a actuar
directa ou indirectamente.

Acção do Mar na Costa


1. Influência das variações do nível do mar: as transgressões marinhas são as subidas do nível eustático do
mar fazendo com que partes dos continentes fiquem submersas o que se verifica nas fases interglaciárias. As
regressões marinhas são as descidas do nível eustático do mar, portanto, o recuo do oceano onde parte das áreas
ficam emersas. Isto verifica-se nas fases glaciárias.

2. Influência da erosão marinha: qualquer que seja o nível do mar e a estrutura da costa, o seu perfil e traçado
mudam no decurso do tempo. Portanto, o litoral avança ou recua.

Características da Erosão Marinha


Destruição das rochas provocada pela força da água e pela compressão do ar dentro das fendas das rochas.
A abrasão marinha consiste na destruição provocada pelo material arrancado à costa e novamente atirado
contra ela desgastando-a.
Dissolução – as águas marinhas dissolvem enormes quantidades de minerais das rochas.
Como consequência da erosão marinha, nas costas com rochas mais resistentes forma-se saliências, cabos, ilhas,
pilares, arcos de rochas, etc. Nas costas de rochas brandas formam-se reentrâncias, baías, grutas, etc.
Transporte
O transporte é feito pelas ondas, marés e correntes marítimas. Os materiais são transportados em solução,
suspensão, por tracção, rolando ou aos saltos.

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Deposição ou Acumulação
Verifica-se quando a força da água diminui e formam-se:
Praias que são acumulações de areias ou calhaus junto ao mar. Estes materiais resultam do fornecimento pelos
rios e da desagregação de certas rochas. São formações instáveis alterando o seu perfil constantemente.

COSTA DE PRAIA

Cordões litorais que são um conjunto de depressões e cristas que aparecem na parte inferior e paralelamente ao
mar e na parte superior com degraus mais ou menos definidos.

Restingas que são acumulações de areias mais ou menos paralelas que se desenvolvem na direcção da corrente
litoral.

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RESTINGA

Tômbolo que são faixas de areias que se acumulam ligando a costa à uma ilha próxima.

TÔMBOLO

Delta do rio forma-se quando a força das marés não é suficientemente intensa ou quando os sedimentos trazidos
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pelo rio são excessivos. Os materiais vão-se acumulando e o rio ramifica-se em vários braços.
Estuário do rio forma-se quando a força das marés é bastante intensa e invade a parte inferior do vale do rio
conseguindo arrastar a maior parte do material para o mar, mantendo-se a foz suficientemente livre. Forma-se
um canal muitas vezes utilizado para a navegação.

Tipos de Costas
1. Costas de Submersão: resultam das transgressões marinhas, no litoral onde o nível do mar subiu em relação
ao continente havendo uma invasão oceânica. As costas são altas, de configuração irregular.

Subtipos
A – Costa de Fiordes são antigos vales glaciários que foram parcialmente invadidos pelas águas do mar. São
costas abruptas e constituídas por inúmeras reentrâncias.
B – Costas de Rias são antigos vales fluviais parcialmente invadidos pelas águas marinhas. As costas
apresentam-se menos abruptas.
C- Costas de Calancas são antigos litorais formados por rochas calcárias que foram invadidos pelo mar ficando
parcialmente submersos. Apresentam cabos salientes e vertentes verticais.
D- Costas Dalmatas formam-se quando o mar invade uma estrutura de dobras paralelas ao litoral dando origem
a ilhas alongadas e paralelas à costa.

2. Costas de Emersão: resultam de regressões marinhas ou abaixamento do nível do mar em relação ao


continente. São pobres em acidentes e sofrem grande acumulação de sedimentos do tipo aluvionar.
Subtipos:
a) Costas de Planície: formam-se pela emersão de depósitos planos ou de suave inclinação. Por exemplo a costa
moçambicana ao Sul do Save.
b) Costa Escarpada resultante de deslocamentos tectónicos. Apresenta vertente abrupta e o mar com grande
profundidade a pouca distância da costa.

3. Costas Neutras formadas por materiais que a água recebeu sem ter havido mudança do nível do mar.
Subtipos:
a) Costa de Acumulação resultantes da deposição de detritos de aluviões dos deltas dos glaciares.
b) Costas Vulcânicas são características de regiões de vulcanismo recente que a erosão litoral ainda não
conseguiu modelar.
c) Costas de Recifes de Corais são características das regiões tropicais propícias à presença de corais, onde as
temperaturas variam entre 18º a 30º Celsius, água límpida, pouco profundas, agitadas, claras e bem salinizadas.

A Acção dos Seres Vivos no Modelado


A acção dos seres vivos no modelado é muito pequena comparada com a dos outros agentes.
Acção destrutiva: por exemplo, os animais cavam buracos ou orifícios no solo e nas rochas provocando a sua
desagregação o que facilita e acelera o processo de alteração química; as plantas com uma acção mecânica, pelo
crescimento das raízes realizado sobre as rochas, acelera a desagregação das mesmas.

Acção Construtiva: por exemplo, as térmites constroem termiteiras, os corais que são minúsculos animais
marinhos, segregam carbonato de cálcio sobre o qual vivem formando um esqueleto calcário que vai crescendo
com os sucessivos povoamentos e secreções até originar ilhas, costas de recifes coralígenos, entre outros.
A acção da vegetação: a cobertura vegetal protege o solo, conservando o modelado e dificultando a meteorização
das rochas e a erosão do solo.

Acção do Homem no Modelado


O maior agente de transformação do modelado terrestre é o próprio homem. Com o desenvolvimento
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tecnológico, o homem passou a actuar mais sobre o relevo de forma directa e indirecta.
As diversas actividades como a prática da agricultura, a montagem de indústrias, a extracção de minérios e
outros materiais, os diversos resíduos lançados para os solos, ar e águas, a construção das vias de transporte, a
construção de cidades e barragens, etc. Infelizmente muitas vezes destas acções têm trazido graves
consequências para o ambiente nomeadamente desequilíbrios climáticos, geomorfológicos e ecológicos com
graves prejuízos para o próprio homem e para o planeta. Há toda uma necessidade do uso racional dos recursos
naturais e protecção das zonas em risco.

Actividades
1. Caracterize a abrasão provocada pela água do mar.
Resposta: A abrasão marinha consiste na destruição provocada pelo material arrancado à costa e novamente
atirado contra ela desgastando-a.
2. Compare a formação de praias e tômbolos.
Resposta: praias são acumulações de areias ou calhaus junto ao mar. Estes materiais resultam do fornecimento
pelos rios e da desagragação de certas rochas. São formações instáveis alterando o seu perfil constantemente
enquanto tômbolos são faixas de areias que se acumulam ligando a costa à uma ilha próxima.

Avaliação
1. Explique as modificação que o nível eustático do mar sofre quando há uma glaciação?
2. Explique a importância da vegetação no modelado.
3. Explique com dois aspectos como é que o homem é o maior agente de transformação do modelado terrestre.

Ciclo Geológico
Ao longo de várias lições que dedicámos ao estudo do relevo terrestre certamente se apercebeu que o nosso
planeta está em constante transformação.
De tudo que foi estudado neste módulo tornou-se evidente que a acção dos agentes internos e externos embora
actuando de maneira diferente modificam, continuamente à superfície terrestre.
Os agentes internos são os responsáveis pela criação de relevos e os agentes externos encarregam-se da
destruição, modelação do mesmo. A deposição dos sedimentos, ao longo do tempo, cria camadas sobrepostas
que ao sofrerem efeitos da geodinânica interna criam-se de novo novas formas de relevo rigorosos.
Portanto, constantemente se originam novas rochas e novas formas de relevo e lugares há em que o relevo está
constantemente sendo destruído havendo um encadeamento de fases de formação de rochas e relevo e de
destruição dos mesmos. Toda esta sequência ocorre ininterrupta e simultaneamente gerando um processo cíclico
que se fecha e se repete, designado ciclo geológico. Todos os aspectos descritos sobre o ciclo geológico podem
ser observados e resumidos no esquema abaixo.

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Figura do Ciclo Geológico

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Importância do Relevo
As diversas formas de relevo existentes à superfície são de extrema importância para o próprio equilíbrio da
terra.
É graças as irregularidades da superfície terrestre que existem os continentes que são terras emersas, e os
oceanos que ocupam as depressões;
As formas de relevo influenciam na fixação das sociedades humanas.

Actividades
1. Explique quais as forças que dinamizam o ciclo geológico.
Resposta
Principais forças que dinamizam o ciclo geológico são:
Na geodinâmica interna é a energia interna da terra e a pressão que os materiais sofrem com a profundidade. Na
geodinâmica externa a energia solar e a força de gravidade terrestre constituem a forças dinamizadoras.
2. Identifique na figura sobre o ciclo geológico os aspectos que decorrem no exterior da terra.
Resposta
As rochas existentes e que afloram à superfície da terra sofrem destruição, transporte e acumulação,
compactação e cimentação.

Avaliação
1. O que aconteceria se um dos passos do ciclo geológico fosse interrompido?
2. Existe alguma rocha ou forma de relevo estática? Justifique a sua resposta.

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