Ficha12 Geografia Agricultura 12a Classe Julho2021
Ficha12 Geografia Agricultura 12a Classe Julho2021
Ficha12 Geografia Agricultura 12a Classe Julho2021
AGRICULTURA E PECUÁRIA
Agricultura – o prefixo agro tem origem no termo latino agru , que significa terra cultivada ou
cultivável e na palavra cultura , oriunda do verbete latino colere , e da raiz grega koʎ (col) que
significa originariamente podar . Sendo assim, a agricultura é a artificialização pelo homem do
meio natural, com o fim de o tornar mais apto ao desenvolvimento de espécies vegetais e
animais, elas próprias melhoradas (Dulce Garrido e Rui Costa).
- È a actividade que tem como objectivo a exploração de recursos do solo afim de satisfazer as
necessidades essenciais do Homem (nutrição e vestuário) e do seu habitat (Dulce Garrido e Rui
Costa).
-È a arte de domesticar animais e plantas úteis ao Homem (Pierre George e Manuel Cruz).
- Arte de cultivar a terra, de a fertilizar. Em sentido geral: o conjunto de operações e de
cuidados por intermédios dos quais o Homem obtém da terra as produções que servem para
satisfazer as suas necessidades.
- Actividade económica complexa orientada no sentido da produção de bens destinados a
alimentação e as industrias, obtidos a partir de plantas e animais por intermédio de
transformações biológicas e tecnológicas.
Pecuária – a palavra pecuária provem do latim pecus , que significa cabeça de gado. Por seu
turno, a pecuária é a arte de criar animais.
- E a actividade que consiste na criação de animais e na sua reprodução com finalidade
económica. Visa abastecer o mercado consumidor de carne, leite, couro, lã e outros produtos
obtidos da criação animal ( Melhem Adas) .
Vejamos, os homens começaram a domesticar animais ao mesmo tempo um pouco mais tarde
do que começaram a cultivar. À medida que iam descobrindo as artes de cultivar, consideraram
mais conveniente controlar rebanhos de herbívoros selvagens e encurralá-los perto dos seus
territórios. A partir desta primeira fase, o cultivo da terra e pecuária cresceram lado a lado.
Antes da mecanização, a atracção animal era indispensável e, por isso, a criação de bois e
cavalos fazia parte integrante das actividades agrícolas, situação que ainda prevalece em
muitos países onde se pratica a agricultura tradicional.
Essa ligação pode fazer-se de dois modos:
De forma marginal;
De forma integrada.
No primeiro caso, mais comum numa agricultura tradicional, o gado é pouco numeroso em
cada exploração e alimenta-se nas folhas em pousio, podendo ainda encontrar-se estabulado;
por outro lado, o gado fornece o estrume que é utilizado nas terras de cultura. Há assim uma
ligação natural entre a agricultura e a criação de gado.
No segundo caso, não só há uma integração entre as duas actividades, como as culturas a
serem seleccionadas de acordo com as necessidades alimentares do gado, como existe uma
ligação à comercialização, à distribuição e até à transformação dos produtos.
A Recolecção do Paleolítico
Para muitos, ela surge por curiosidade natural do homem que, a partir das suas observações,
segue o desenrolar das coisas da natureza, tenta, nas suas experiências, imitá-la. Para outros,
ela surge por necessidade; talvez os seus recursos habituais de comida fossem escasseando
Com a utilização dos metais (cobre, bronze e ferro) entre 5000 e 4000 a. C. o solo passa a ser
facilmente removido e arroteado; aumentam-se as áreas de cultivo, aparece a enxada, de
pedra primeiro, mais tarde de ferro, aparece o arado, principalmente de madeira, depois de
ferro (o arado já é conhecido no Egipto e na Mesopotâmia cerca de 3000 a.C., puxado por bois,
na Europa e Norte de África no segundo milénio). Aumenta a produção, o que leva, já no
Neolítico, a estabelecerem-se rotas comerciais.
O afolhamento e a rotação de culturas com pousio já são praticados no Neolítico, bem como a
prática de estrumar.
A irrigação artificial é também conhecida no Neolítico, o que provoca maiores produções que,
cada vez mais, cimentam a sedentarização, elevando à categoria de produtor e transformador
de paisagens.
Todos estes feitos extraordinários levam a que se fale de Revolução Neolítica.
O Egípto, um país do norte de África, situado no vale do Rio Nilo, é um país rodeado de
desertos, até ao séc.XVI a.C. permaneceu fechado sobre si próprio e subordinado a uma
estrutura política centralizada e despótica gravitando toda a vida económica à volta do Estado e
dos deuses. A sua base económica foi agricultura, sendo o faraó e os templos súbditos os
senhores da terra, trabalhadas por camponeses sujeitos a um regime de quase servidão e por
escravos procedentes de guerra.
A cultura da terra estava subordinada às regras, por isso a construção de condutas constituía
uma das principais preocupações do Estado. As inundações periódicas do Nilo fertilizavam os
solos que produziam cereais, legumes e frutas. Já era utilizado o estrume de aves como adubo,
o boi e o burro puxavam o arado rudimentar de madeira e assim permaneceu durante 3 mil
anos, prova do imobilismo do povo egípcio.
Na Mesopotâmia
Os solos são férteis, entre o Tigre e o Eufrates, bem diferentes dos do Egípto, forneciam as
bases da vida, também aqui totalmente dependente da rega. As águas chegavam aos campos
por meio de complicados sistemas de represas e canalizações estatais, tornando os solos
extremamente férteis. Heródoto e Estrabão documentavam produções superiores a 40
sementes, destacando-se o trigo, a cevada, o milho e o sésamo para óleo, bem como a
tamareira.
Utilizava-se o burro e o boi para tracção, principalmente para o arado de madeira.
A estrutura fundiária era idêntica à do Egípto.
Por volta do séc. XIV a. C. começa a «Civilização do ferro» na Ásia Menor e Europa Oriental,
tendo chegado à Europa Ocidental apenas em 1200 a. C.
A descoberta de ferro traz importantes progressos, com destaque para o arado,
proporcionando lavouras mais profundas e consequente aumento de produções agrícolas. É
por estas alturas que se consegue a domesticação do cavalo. Há progressos na produção
alimentar e nos transportes, que se vão reflectir numa economia de troca, tendo como centro
de expansão o Mediterrâneo, principalmente com os gregos.
Império Romano
Roma, nas suas origens, foi um povo de camponeses e pastores, características que,
progressivamente se foram perdendo devido às expansões militares. O rendimento da terra era
escasso, não produzindo mais de 4 a 5 sementes. As culturas de regadio, exigentes em mão-de
obra, foram-se perdendo, tal como se foram abandonando progressivamente as áreas de
cultivo. Os cereais importados do Egipto ficavam oito vezes mais baratos; esta concorrência vai
arruinando o pequeno proprietário, que se vai desfazendo das terras, adquiridas por
proprietários mais ricos e com possibilidades de introduzir novas culturas mais rentáveis, como
a oliveira e a vinha. Assim surge o latifundismo, de grande domínio agrícola com independência
quase absoluta do mercado urbano.
Predominavam os cereais, com destaque para o trigo, centeio, cevada e aveia, bem como
Vejamos Como Foi a Agricultura Durante o Renascimento até à Revolução Industrial (séc. ao
XVIII)
O aumento da população europeia e a procura de alimentos de novos países e colónias aos
seus países de origem, deram um estímulo à produção agrícola. Assim, aumenta a superfície
cultivada, com destaque
para a Inglaterra e para a Holanda que graças à drenagem, construção de diques e moinhos
conquista os pântanos e o próprio mar (polders).
Nesta fase, introduziram-se novas culturas, embora lentamente, com destaque para o milho. O
milho substituiu o trigo, cereal nobre, no alimento do homem e do gado, reservando-se este
para a exportação
comercial.
Também se introduziu a cultura de batata em Espanha, Inglaterra, França e Alemanha do sul,
primeiro como alimento do gado, depois do homem. O tabaco foi introduzido mais tarde.
A cana-do açúcar começa a cultivar-se no Algarve no séc. XV e passa depois para Madeira e
América do Sul. Também chegam das regiões intertropicais o feijão, a abóbora, o tomate, que
em breve se difundem pela Europa.
Mas não é só a Europa que beneficia desta imigração de espécies; da África vai para América o
café; da América vai para África o cacau, a mandioca e o milho; da Ásia vem o arroz
principalmente para as
Américas. As Américas recebem da Europa ovinos, caprinos, bovinos, suínos, gado cavalar e
muar.
Estabelece-se assim uma interacção entre os vários continentes, autêntica revolução geográfica
que conduziu a profundas mutações na paisagem, nas economias e na vivência entre os povos.
Nos finais do séc. XVIII começa uma nova fase de concentração da propriedade, adquirida, não
por nobres, mas por capitalistas e banqueiros ingleses, chegando as quintas a possuírem uma
área que ia de 1200 a 100000 ha.
Na restante Europa Ocidental as transformações que se verificam nas estruturas fundiárias são
bem diferentes; a antiga propriedade senhorial e eclesiástica é parcelada, originando uma
classe de campesinato proprietária de terra, única capaz de cultivar.
A modernização agrícola europeia atinge o máximo de desenvolvimento a partir da segunda
metade do século XIX, com a diversificação de culturas, utilização de adubos minerais e
introdução de maquinaria
diversa.
Concluindo, pode-se afirmar que foi graças aos progressos da indústria da era moderna que
progressivamente, a agricultura se foi tornando uma autêntica «fábrica» de produção.
Actividades
II
O espaço agrário é, toda área onde o homem criou as suas estruturas com fins de produção,
recolha de plantas cultivadas e/ou de criação de gado. Portanto, espaço agrário corresponde ao
espaço geográfico no qual existe condições naturais favoráveis para a prática da actividade
agro-pecuária.
O espaço agrário inclui também o espaço agrícola, isto é, a superfície propriamente trabalhada
para aqueles fins. Dele fazem parte não só o espaço cultivado como também as florestas, as
casas rurais, os caminhos e mesmo outros equipamentos que directamente não têm a ver com
a produção silvo-agro-pecuária.
As diferenças do nível de desenvolvimento económico aliado à existência de terrenos estéreis,
entre outros factores, conduzem a uma variedade de espaços agrários.
Cerca de 13,5 biliões de hectares de terras emersas, apenas 3,6 biliões de hectares é que
correspondem ao espaço agrário do globo.
Será que Todo o Espaço Terrestre é Considerado de Espaço Agrário? Pois Não!
Excluem-se do espaço agrário: as zonas desérticas (quentes e frias), zonas de elevada altitude
(altas montanhas), zonas de elevada latitude (zonas polares), as florestas densas equatoriais e
as zonas do interior dos continentes onde, por várias razões, basicamente naturais a
precipitação não é suficiente.
Entretanto, na actualidade graças ao avanço científico-tecnológico já é possível transformar
espaços «não agrários» em «agrários» através por exemplo de adubação, irrigação, criação de
estufas, cultura em socalcos, etc.
O espaço agrário é caracterizado por uma série de elementos interligados que o diferenciam do
espaço urbano e que dizem respeito essencialmente:
À ocupação do solo;
Ao tipo de habitação;
Ao modo de vida da população.
O primeiro aspecto a considerar é a utilização do espaço. A maior parte de uma paisagem rural
é ocupada por terrenos cultivados, pastagens ou bosques.
O grau de humanização da paisagem não é, em geral, muito grande; ainda se observam, com
frequência, bastantes vestígios da paisagem natural.
As casas, podendo dispor-se de modos variados, têm, no entanto, algo em comum – são baixas
com um ou dois andares no máximo.
Os edifícios públicos são pouco numerosos e pouco diversificados, em oposição com o que se
passa n cidade.
As actividades da população que habita este espaço incluem-se predominantemente no sector
primário: agricultura, pecuária, silvicultura.
O tráfego de veículos e de pessoas é reduzido e, ao contrário do que se passa na cidade, é
maior ao domingo.
O ritmo de vida é menos intenso do que nas regiões urbanas e está mais em harmonia com a
natureza. O trabalho agrícola faz-se de acordo com a duração do dia e tendo em conta as
condições climáticas.
As estruturas agrárias reflectem as relações entre o homem e o solo e são o resultado da
organização do espaço.
Factores Naturais
Quanto aos factores naturais que mais condicionam a organização do espaço agrário são: o
clima, o solo e a topografia.
Condições climáticas
De entre os elementos climáticos que mais condicionam a agricultura destacam-se: a
temperatura, a luz e a água.
A temperatura é um factor vital para as plantas. Cada espécie necessita, para cada fase do seu
ciclo de um nível óptimo de temperatura, existindo limites mínimos e máximos para além dos
quais a planta, geralmente, não sobrevive.
A luz é tão indispensável à vida vegetal como o calor. Porque sem ela não é possível a
realização da fotossíntese. A quantidade de luz necessária varia consoante as características e a
exigência de cada
espécie.
A água no solo e na atmosfera é outro factor fundamental para o crescimento das plantas. As
necessidades em água variam dependendo do tipo de espécie vegetal. A quantidade de água de
que as plantas necessitam varia também com a intensidade de evaporação e por isso
facilmente se compreende como aquela está dependente das condições do ambiente. A
humidade atmosférica é tão necessária como a água do solo. Há espécies que precisam de uma
atmosfera constantemente húmida e outras que, ao contrário, preferem sempre, ou pelo
menos numa parte do ano, uma atmosfera seca.
A s Condições Pedológicas
O solo é o elemento fundamental para a prática de agricultura; além de servir para a planta
tirar os seus nutrientes, serve também para a planta se fixar com ajuda das suas raízes.
A estrutura física do solo condiciona a maior ou menor facilidade com que esta é penetrada
pelo sistema radicular das plantas e pela circulação do ar e da água no seu interior. A
composição química do solo determina a dieta alimentar das plantas.
Há uma determinada quantidade de elementos minerais, tais como o cálcio, o potássio, o
fósforo, o silício que são indispensáveis para a sobrevivência das espécies vegetais.
Os microrganismos, de que se destacam pela sua importância as bactérias, existem em
enormes quantidades nos solos. Elas provocam inúmeras transformações químicas e físicas na
composição dos solos e são imprescindíveis à vida das plantas. A presença destes seres vivos
favorece a fertilidade dos solos e pode dizer-se que quanto maior for a actividade
bacteriológica, melhores eles serão do ponto de vista agrícola.
É importante notar que o homem pode intervir para modificar o estado do solo e torná-lo apto
a dar culturas de grande rendimento, por exemplo através da fertilização que tem por fim
melhorar a estrutura do solo e agir sobre a nutrição das plantas; drenagem que tem, por fim,
evacuar a água em excesso no solo e evitar asfixia das plantas.
Em casos extremos, o Homem cria integralmente solos agrícolas: secando pântanos (Holanda),
O Relevo
O relevo modifica localmente as condições do clima. A temperatura diminui, regra geral, 0,6 por
cada 100 metros que se sobe, este limite varia com a latitude. A partir de certa altitude as
plantas não podem amadurecer; os planaltos das regiões tropicais são mais favoráveis à
agricultura que as terras baixas desde que a quantidade de chuva e as temperaturas permitam
uma variedade grande de plantas.
A agricultura nas montanhas das regiões temperadas não se dedica senão a um número
reduzido de plantas. Mas, o relevo, por outro lado, favorece a insolação nas vertentes bem
expostas ao sol; encontra-se, assim, assim, a vinha a 160 metros de altitude na vertente norte
do vale do Ródono e até 500 metros na vertente sul da Madeira.
Dum modo geral o relevo impõe limites bem definidos à agricultura. O aproveitamento do solo
é incompatível com vertentes demasiadamente inclinadas e com altitudes excessivamente
elevadas.
Fig. Socalcos
Actividades
II
1. Entende-se por espaço agrícola, o espaço:
A. onde existem condições naturais favoráveis para a prática da agricultura
B. espaço onde o clima é favorável para a prática da actividade agrícola
C. espaço propriamente cultivado
D. espaço ocupado pelas culturas e gado
2. Os factores físicos que influenciam o desenvolvimento da actividade agrícola são:
A. Diferenças climáticas, acesso às tecnologias, existência ou não da água.
B. Diferentes formas de relevo, diferenças climáticas e diferentes tipos de solos
C. Diferentes tipos de solos, diferenças climáticas e existência ou não de mão-de-obra
D. Diferentes tipos de solos, diferenças climáticas e existência ou não de máquinas agrícolas
O espaço rural foi colonizado e ordenado pelo Homem em diferentes épocas e com técnicas de
utilização do solo. As paisagens agrárias são, assim, o resultado de um esforço secular do
Homem no sentido de utilizar a natureza.
Os progressos científicos têm levado ao desenvolvimento de tecnologias que vêm permitindo a
superação de muitos condicionalismos naturais.
A agricultura tradicional está particularmente dependente de factores naturais (clima e solos),
e demográficos (mão-de-obra familiar).
Quando os métodos utilizados são tradicionais, tais como o uso da enxada, do arado puxado
por animais, de sementes não seleccionadas, etc., o rendimento agrícola é muito baixo. Por
outro, a produtividade é também reduzida, pois o trabalho no campo é todo manual, exigindo
muita mão-de-obra, de um modo geral familiar.
Numa agricultura moderna, pelo contrário, a mecanização é frequente, assim como a irrigação,
selecção de sementes, correcção dos solos, etc.
O acesso às inovações tecnológicas e outras, por parte das populações, é muito desigual. Assim,
enquanto os países industrializados praticam uma agricultura cada vez mais moderna, os países
«pobres» continuam a utilizar as técnicas primitivas, nas culturas alimentares, com a produção
cada vez mais insuficiente para as suas populações.
O aumento populacional pode fazer alargar a área cultivada como acontece actualmente na
Holanda onde a recuperação de terras ao mar é uma realidade.
Nalgumas regiões do sudoeste da Alemanha (sécs. XII, XII), um forte aumento da população
provocou a grande fragmentação das explorações devido a sucessivas transmissões das
heranças em que a propriedade foi sendo dividida.
O aumento da população pode levar também a uma modificação do sistema de cultura:
intensificação da produção que aumenta o rendimento por unidade de superfície e supressão
de pousios como sucedeu no sul da França nos meados do séc. XVIII.
Noutras regiões, o aumento da população pode levar também à introdução de novas plantas ou
ao aumento do número de colheitas por ano.
Sempre que há uma diminuição de população há também uma transformação da paisagem
rural.
Hoje em dia, nos países industrializados, a diminuição dos camponeses leva ao aumento das
terras incultas, principalmente nos locais menos acessíveis e mais longe das cidades.
Actividades
II
Indique a alternativa correcta
a) Os factores humanos que influenciam o desenvolvimento da agricultura são de carácter:
A. Social, demográfico, histórico e económico).
B. Social, científico, histórico e cultural.
C. Físico, económico e tecnológico.
D. Económico, religioso, e cultural.
Entre uma e outra há formas de transição, quer no tempo quer no espaço. Há áreas em que
coexistem os dois tipos de agricultura e há outras onde se vêm, gradual e muito lentamente,
passando de um tipo a outro.
Para facilitar a sistematização do estudo dos diferentes sistemas agrários dentro de cada um
dos grandes grupos, vamos ter em conta, em primeiro lugar, a sua localização geográfica.
Agricultura de Subsistência
O primeiro sistema de organização da economia agrícola foi, sem dúvida, o da agricultura de
subsistência. Os seus objectivos consistem, essencialmente, em produzir o suficiente para
garantir a satisfação das necessidades alimentares do grupo que pode ser uma família, uma
tribo, uma aldeia ou uma comunidade.
A preocupação fundamental dos grupos é a de subsistir e não a de progredir.
Mas se o objecto principal é o sustento do grupo, ele não é o único. Isto porque os grupos,
principalmente os mais evoluídos, necessitam de meios para a obtenção de produtos não
agrícolas, como utensílios domésticos diversos, vestuário, etc. Para isso, eles procuram produzir
para além das necessidades básicas vitais, gerando excedentes de produção que lançam no
mercado, obtendo deste modo, os meios que lhes permitem satisfazer necessidades não
alimentares. Tais excedentes tornam-se também necessários como precaução contra uma
possível escassez da próxima colheita ou para satisfazer certos deveres sociais impostos pela
tradição como, por exemplo, as ofertas inerentes a certas cerimónias.
De um modo geral, as técnicas agrícolas caracterizam-se pelo seu carácter rudimentar. As
máquinas são praticamente desconhecidas e os animais de tracção pouco utilizados. O trabalho
é, essencialmente, manual, pelo que o espaço produzido é limitado pela capacidade física do
homem.
A irrigação, salvo algumas excepções como nos oásis e na Ásia das Monções, é quase
desconhecida e a fertilização dos solos é insuficiente ou mesmo nula.
A ausência ou a fraca quantidade de fertilizantes utilizados conduz ao esgotamento do solo e à
necessidade, para minimizar tal efeito, de uma parte do solo ficar em pousio durante um ou
mais anos.
É porventura, a forma mais primitiva que o Homem tem de explorar o solo. Embora se
encontrem numerosos vestígios deste sistema na Europa, onde teve outrora larga difusão,
actualmente está confinado à zona intertropical em particular na África (sul do Sara), na
Indochina, na Malásia, em Madagáscar, na Índia, na América Central, no Brasil e no México.
Toma designações diferentes, segundo as regiões onde ocorre: ray (Indochina), ladang
(Malásia), tavy (Madagáscar), jhun (India), lougan ( África Ocidental)e melpa (México).
As Práticas Culturais
As alfaias agrícolas resumem-se à enxada, ao machado para derrube da vegetação, a um pau de
ponta endurecida pelo fogo para enterrar as sementes e a pouco mais.
Os animais, como auxiliares dos trabalhos agrícolas ou como produtores de estrume estão
totalmente ausentes, pelo que a única fonte de trabalho é o Homem. Algumas comunidades
criam, no entanto, alguns animais como galinhas, porcos e cabras cujos dejectos são utilizadas
na fertilização do anel de culturas diversificadas e permanentes em volta da aldeia.
A terra é comunitária e não susceptível de transacção, ignorando-se a propriedade privada. É o
chefe da comunidade que designa as zonas a arrotear e é ele que distribui, a cada família, uma
parcela para exploração.
Feitas as colheitas, toda a terra volta ao domínio da comunidade para nova distribuição.
Actividades
II
Indique a alternativa correcta em cada uma das seguintes questões:
Agricultura Irrigada
Na agricultura de sequeiro é a utilização do estrume que permite o aumento do rendimento
agrícola; mas só é possível falar em verdadeira intensificação da agricultura com a irrigação. É
esta técnica que permite à agricultura tradicional obter os seus melhores resultados.
Nestas regiões vamos encontrar dois tipos distintos dessa agricultura:
-A que se pratica nas zonas mais secas, nos oásis e nas proximidades dos maciços montanhosos;
-A que prolifera nas regiões húmidas, particularmente na Ásia das Monções.
Nos Oásis
Pode se encontrar evidências deste tipo de agricultura numa extensão que abrange a Ásia
Ocidental seca, incluindo o planalto do Decão, o vale médio do Ganges e vale do Indo, a Arábia
e os países do Próximo Oriente.
Nas regiões verdadeiramente áridas só no oásis é possível a agricultura que tem uma
necessidade absoluta de irrigação para produzir. Os oásis surgem, quando uma toalha de água
subterrânea se encontra suficientemente próxima da superfície topográfica para permitir a
utilização daquela por meio de poços artesianos.
factores naturais como de factores humanos. Ela abrange a península de Industão, até aos
contrafortes dos Himalaias, a península de Indochina, a região oriental da China, a Coreia e o
Japão.
É, como se sabe, uma região quente e muito húmida e pluviosa, especialmente devido à
influência das monções. Lembra-se das monções?
São ventos periódicos que uma parte do ano sopra do mar para a terra (monção de Verão) e a
outra parte do ano, da terra para o mar (monção do Inverno). A primeira por ser marítima, é
muito mais húmida e pluviosa que a segunda, que é continental.
Sabia que esta é a região mais pluviosa do globo e a mais povoada? Pois é! Nos vales e planícies
férteis concentra-se um autêntico formigueiro humano, onde a densidade populacional chega a
atingir valores superiores a 1000 habitantes por quilómetro quadrado.
Na Ásia das Monções, o arroz desempenha um papel de primordial importância, pois que este
cereal constitui a base da alimentação dos respectivos povos e encontra ali condições óptimas
para a sua cultura.
Expandiu-se a partir da India, donde é originário, para Este, até ao Extremo – Oriente.
As parcelas são, em regra, de pequena extensão, separadas por diques, de forma mais ou
menos geométrica.
As técnicas de cultura são muito minuciosas. Com vista a obter-se mais de uma colheita anual,
o arroz é semeado em viveiros e depois transplantado para os arrozais, havendo assim um
ganho de tempo e de sementes.
Os arrozais são preparados com toda a minúcia, nomeadamente a preparação da lama para a
plantação. Como fertilizantes são utilizados os excrementos dos animais e do próprio Homem,
os detritos vegetais, as vasas e limos extraídos do mar, dos rios ou de fossas.
Nas terras baixas, a água é conduzida aos arrozais por meio de canais e nos terraços, situados a
nível superior ao da água corrente, esta é elevada por meio de noras, cegonhas e outros
engenhos, normalmente elementares.
O trabalho é quase todo manual, salvo na preparação da terra em que se utiliza
frequentemente animais de tracção, como o búfalo.
O sistema agrícola nesta região é, muito intensivo. O pousio é ali desconhecido e as pastagens
inexistentes. Normalmente conseguem-se duas colheitas anuais de arroz (de estação húmida e
de estação seca) ou uma de arroz e outra de trigo ou de cevada (esta na estação seca).
As culturas são bastante diversificadas, embora a do arroz seja, a mais importante,
principalmente nas zonas inundáveis. Nas zonas não inundáveis e onde a água não é suficiente
para a cultura daquele cereal, cultivam-se, a batata, o feijão, o trigo, os legumes, etc.
Os animais constituem, um precioso auxiliar nos trabalhos agrícolas, especialmente na Índia, e
um meio de produção de estrume.
Actividades
D. A prática policultura.
Resposta:
A alternativa correcta é B.
2. O carácter intensivo da agricultura irrigada deve-se em parte à:
A. Prática da policultura.
B. A utilização de mão-de -obra assalariada.
C. Adubação permanente.
D. Uso de instrumentos modernos.
Resposta:
A alternativa correcta é C
II
1. Complete o quadro abaixo referente aos subsistemas da agricultura tradicional no mundo
tropical.
Designação do
subsistema Caracterização
Agricola
1. Irrigação a partir da
A- captação
da água subterrânea
B- Dissociado à criação de gado
Afolhamento com rotação de
C-
culturas
Irrigação e adubação
D-
permanentes
Nas regiões tropicais, as plantações, uma forma específica de agricultura moderna, contrastam
com a agricultura tradicional ainda predominante nestas áreas.
rendimento, à criação de novas espécies, variedades de raças quer de plantas quer de animais,
e a racionalização dos métodos de alimentação do gado.
Actividades
Indique a alternativa correcta em cada uma das seguintes questões:
2. A agricultura moderna começou a ser praticada:
A. Na Europa Ocidental.
B. Na Europa Central.
C. Na Europa Meridional.
D. Na Àsia das Monções.
Resposta:
A alternativa correcta é A.
2. Quais as técnicas usadas na agricultura moderna?
A. De correcção dos solos, drenagem e irrigação.
B. Prática de monocultura.
C. Irrigação, socalco e prática da policultura.
D. Socalco, queimadas e prática monocultura.
Resposta:
A alternativa correcta é A.
II
conservas alimentícias;
-A modernização dos processos de frigorificação e de conservação da carne e do leite;
-O desenvolvimento da zootécnia, ciência ligada ao aprimoramento dos animais úteis ao
homem.
Para além dos factores acima referenciados, importa destacar os que têm condicionado para a
prática desta actividade, nomeadamente:
Clima, senão veja: a maior parte das espécies vivem num intervalo restrito de temperatura
dependendo do seu óptimo (equilíbrio com o meio natural). Deste modo, as espécies
distribuem-se em todo o mundo consoante as condições de clima para a sua sobrevivência.
Área de pasto - a pecuária tradicional exige extensas áreas para a pastagem. Estas devem
possuir condições naturais óptimas para o desenvolvimento de pastos naturais de modo a
garantir a alimentação para o gado.
Mosca tsetsé - constitui um factor impeditivo na zona tropical (em Africa desde o lago Chade
até ao Zambeze). Portanto, devido a esse factor nota-se nesta zona fraco desenvolvimento da
pecuária devido a elevada mortalidade provocada pela doença do sono.
Socioeconómicos - as guerras, o êxodo rural e políticas de desenvolvimento pecuário directa ou
indirectamente têm condicionado a prática e o desenvolvimento desta actividade.
A Pecuária Extensiva
Sistema de criação em que o gado é criado à solta, ocupando áreas extensas e recebendo
menores cuidados por parte dos criadores. A alimentação dos animais depende da
disponibilidade de pastagens naturais.
A pecuária extensiva em moldes modernos (comercial) apresenta duas características
dominantes quanto à finalidade: o aumento dos rebanhos e a produção de carne (pecuária de
corte) onde sobressaem países como os EUA, a Argentina, a Austrália e a Nova Zelândia.
A Pecuária Intensiva
Sistema de criação em que o gado é criado em espaços mais reduzidos, recebendo melhores
cuidados por parte dos criadores. As demais características são:
Grandes investimentos de capitais;
Emprego de técnicas modernas;
*O gado passa maior parte do tempo em estábulos;
* Cuidados médicos e alimentação adequada;
*É essencialmente comercial e visa a produção em larga escala de leite e carne, sendo em geral
mais leiteira que de corte.
Actividades
II
Indique a alternativa correcta em cada uma das seguintes questões.
1. Na pecuária intensiva
A. O gado é criado a solta.
B. O gado é geralmente criado em estábulos.
C. O gado é acompanhado pelo pastor.
D. Os cuidados médicos são raros.
2. Na pecuária extensiva
A. O gado é criado a solta e recebe cuidados médicos regulares.
B. O gado é criado em estábulos e não recebe sem cuidados médicos.
C. O gado é geralmente acompanhado pelo pastor com cuidados médicos irregulares.
D. O gado é geralmente acompanhado pelo pastor com cuidados médicos regulares.
Os solos são o recurso natural mais importante de que o homem dispõe. Sem a sua existência a
vida seria impossível. O que determina a sua fertilidade é a quantidade de matéria orgânica.
O equilíbrio dos solos é bastante precário. A intervenção do homem pode facilmente alterá-lo
provocando a sua irremediável destruição.
A prática dum sistema agrário vai sempre provocar alterações nos ecossistemas naturais pela
artificialização que origina. Para que não haja agressividade, é preciso que a sua introdução se
faça, do ponto de vista ecológico, em harmonia com o ambiente.
Por exemplo, na região intertropical o potencial agrícola é bastante limitado e nas regiões
equatoriais os solos são pobres e frágeis.
Uma prática agrícola de regime intensivo nestas regiões, feita à custa da substituição
permanente da vegetação natural por culturas, traz, pelo menos a médio prazo, a degradação
dos solos.
A vegetação arbórea é necessária para impedir a destruição dos solos aráveis.
As árvores fornecem abundante matéria orgânica e protegem-nos do calor excessivo e do
impacto das chuvas.
As lavras muito profundas que a mecanização veio permitir também, nestas regiões, provocam
os seus custos ecológicos. Removem e trazem para a superfície os complexos insolúveis que se
encontram em
horizontes mais baixos, diminuindo a já pouca fertilidade destes solos.
A agricultura de plantação, sistema altamente modernizado destas regiões, como monocultura
que é, traz graves inconvenientes ecológicos: o esgotamento dos solos e o arroteamento de
novas terras aumentando
cada vez mais as áreas desprotegidas. A utilização do solo durante largos anos, com a mesma
cultura e sem grandes preocupações de defesa e protecção das terras levou à diminuição do
Actividades
Indique a alternativa correcta.
1. Uma causas da desertificação nas regiões semi-áridas prende-se com:
A. a redução moderada da cobertura vegetal.
II
1. Indique a alternativa correcta em cada uma das questões que se seguem.
A degradação dos solos na prática de actividade pecuária resulta:
A. Uso de produtos químicos no tratamento de animais e o pastoreio excessivo.
B. Uso de adubos e produtos químicos no tratamento de animais e o pastoreio excessivo.
C. Uso excessivo dos produtos químicos na prevenção de doenças e o pastoreio excessivo.
D. Criação de gado em estábulos, uso de adubos e a prática do pastoreio excessivo.
2. A reposição das características dos solos é possível com:
A. a prática de queimadas no verão.
B. o uso do regime monocultural.
C. o uso excessivo de fertilizantes.
D. a adubação orgânica, mineral ou verde.