Plano Municipal de Coleta Seletiva Tres Rios 2021
Plano Municipal de Coleta Seletiva Tres Rios 2021
Plano Municipal de Coleta Seletiva Tres Rios 2021
COLETA SELETIVA
Três Rios/RJ
Versão 01.2021
Desenvolvido por Instituto Recicleiros em maio de 2021 para a Prefeitura Municipal de Três Rios/RJ
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
SUMÁRIO EXECUTIVO
O presente documento apresenta o Plano de Coleta Seletiva (PCS) dos resíduos sólidos
domiciliares e de estabelecimentos comerciais de pequeno porte do município de Três Rios,
no estado do Rio de Janeiro.
O Plano apresenta aspectos conceituais e práticos para sedimentar as bases para prestação
desse importante serviço para a população, propondo um escopo que viabilize uma mudança
gradual, mas acelerada em termos de política pública, com vistas a gerar economia para os
cofres públicos e benefícios difusos para toda a municipalidade, como melhor uso dos
recursos do município, a criação de novos postos de trabalho e geração de renda para pessoas
em situação de vulnerabilidade social por meio de uma agenda ambiental positiva.
Para tal, como forma de dar subsídios para iniciar esse processo de transformação no
município e facilitar o acesso a recursos de múltiplas fontes para sua implementação, este
Plano traz de maneira objetiva um diagnóstico realizado por esta equipe técnica, seguido das
diretrizes necessárias para universalizar o acesso ao serviço no território em sua formatação
mais básica: destinar os resíduos secos recicláveis de maneira diferenciada das demais
frações para que este serviço seja também um instrumento de inclusão socioprodutiva.
Restrito ao escopo proposto para essa sua primeira versão, o PCS também apresenta
cronogramas, orçamentos referenciais, estudo de viabilidade técnica-econômica, referências
técnicas para contratação dos serviços relacionados e estratégias de financiamento da
implantação e manutenção do sistema de coleta seletiva para facilitar sua efetivação pelo
poder público municipal.
Instituto Recicleiros 2
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METODOLOGIA
CANAIS
A metodologia proposta neste Plano de Coleta Seletiva enquadra os resíduos gerados no
município sob responsabilidade do poder público em seis Canais distintos, relacionados à sua
forma de gerenciamento, os quais são identificados por cores para facilitar a comunicação
com os operadores e usuários (figura 1).
Instituto Recicleiros 3
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Obs: Nos casos onde serviço municipal de compostagem é inexistente, os resíduos do Canal
Marrom são destinados por meio do Canal Cinza e a compostagem doméstica é indicada.
FONTES DE INFORMAÇÃO
As informações utilizadas para a elaboração deste PCS são advindas prioritariamente de
documentos públicos disponibilizados oficialmente pela Prefeitura, como o Plano Municipal
de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS), Plano Municipal de Saneamento Básico
(PMSB), Plano Diretor, dentre outras publicações e estudos técnicos realizados em âmbito
municipal, estadual e federal que subsidiam de informação o presente documento.
Também são utilizados questionários específicos para levantamento de informações junto aos
técnicos da administração pública municipal e às organizações de catadores local, verificação
documental de relatórios dos prestadores de serviço do sistema público de limpeza e
levantamento de informações in loco durante as visitas técnicas realizadas pela equipe do
Instituto Recicleiros.
Instituto Recicleiros 4
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ESCOPO
Esta é a primeira versão do Plano de Coleta Seletiva (PCS) de Três Rios, denominada versão
01.2021. Este documento deverá ser revisto e atualizado sempre que a revisão de
procedimentos relacionados aos Canais já em operação for necessária, ou mesmo por advento
da implantação de novos Canais ainda não operacionalizados, sendo mandatória a
participação do Comitê de Coleta Seletiva neste processo.
O escopo desta primeira versão do plano está restrito à implantação da coleta seletiva em sua
formatação mais básica, que busca destinar os resíduos recicláveis enquadrados, segundo a
metodologia proposta, no Canal Verde de maneira diferenciada das demais frações para que
este serviço seja também um instrumento de inclusão social, geração de emprego e de renda
para catadores de materiais recicláveis do território.
Para tal, serão também abordados tópicos adjacentes ao escopo quando o assunto afetar de
forma significativa o objetivo de coletar e destinar para reciclagem a fração seca reciclável
dos resíduos sólidos domiciliares e equiparáveis como, por exemplo, a coleta de rejeitos.
Para diferenciação desta fração, este plano também propõe a instituição do Canal Cinza para
resíduos que terão como destinação final o aterro sanitário ou outra forma de destinação final
ambientalmente adequada. Como exemplo, citamos os resíduos de banheiro, de varrição,
chicletes, adesivos, espelhos, porcelanas, entre outros. Por hora, permanecem também neste
canal os resíduos orgânicos que, mesmo sendo compostáveis, serão desta forma destinados
por ainda não haver um sistema público municipal de compostagem que justifique a coleta
seletiva desta fração neste momento inicial, mas que deverá ser implantada tão logo seja
possível em uma revisão deste Plano de Coleta Seletiva.
Apesar de não ser objeto do escopo deste plano, recomenda-se a realização da compostagem
de maneira individual ou comunitária pelos usuários do sistema, com a adoção de técnicas de
pequena escala, como a vermicompostagem residencial, visando minimizar a quantidade de
resíduos orgânicos destinados para o Canal Cinza.
Não está contemplado neste PCS o diagnóstico e as diretrizes para os demais tipos de
resíduos domiciliares ou análogos que necessitam de destinação específica. Esta versão do
Plano irá prover, um documento específico (Anexo 1 - Orientações gerais para o descarte),
contendo orientações gerais sobre os demais Canais referenciando os Acordos Setoriais já
instituídos, as diretrizes gerais de como o poder público deve atuar para a criação de
alternativas de correta destinação dos principais tipos de resíduos que, segundo o conceito de
responsabilidade compartilhada preconizado na Política Nacional de Resíduos Sólidos
(PNRS), demandam a conexão com sistemas de logística reversa para viabilizar a instituição
de seus Canais específicos os quais, no momento em que forem implantados, também serão
objeto de revisão futura deste Plano.
Instituto Recicleiros 5
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REVISÃO
A periodicidade de revisão deste documento é de no mínimo 4 anos, ou antes caso seja
necessário realizar alterações na concepção ou forma de operacionalização dos Canais já
instituídos.
Também deverá ser revisto caso um novo canal seja instituído para destinar de maneira
alternativa outras frações de resíduos que excedem o escopo desta versão do documento.
Instituto Recicleiros 6
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ELABORAÇÃO
O presente Plano Municipal de Coleta Seletiva foi desenvolvido pelo Instituto Recicleiros e
técnicos da Prefeitura de Três Rios e tem como objetivo fornecer subsídios e qualificar o
município para efetivação desta importante política pública.
1° Apresentação Pública
Data: 12/02/2020
Local: Secretaria de Meio Ambiente
2° Apresentação Pública
Data: 24/05/2021 às 19h00 (horário de Brasília)
Local: Videoconferência
O financiamento deste trabalho foi realizado com recursos captados pelo Instituto Recicleiros
em múltiplas fontes, incluindo empresas e outros agentes econômicos integrantes do setor
empresarial que, por força da Lei n° 12.305/10 (PNRS) aportam recursos em projetos de
natureza estruturante como parte de seus investimentos em logística reversa de embalagens
pós-consumo em geral, o que inclui o planejamento da coleta seletiva.
Instituto Recicleiros 7
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EQUIPE TÉCNICA
Instituto Recicleiros
Administrador de empresas, diretor e fundador do Instituto
Erich Burger Netto
Recicleiros.
Prefeitura Municipal
Este trabalho não seria possível sem o empenho e engajamento de uma série de pessoas que
compõem o quadro de profissionais da Prefeitura de Três Rios/RJ.
Uma referência especial ao atual prefeito Joacir Barbaglio Pereira, ao atual secretário de meio
ambiente Thiago Vila Verde, ao Gestor Ambiental Tiago Cardoso, ao ex-prefeito Dr. Josimar
Salles Maia e sua ex-secretária Alice Silva Pereira Hagge, que empenharam todos os esforços
necessários, desde a conquista deste Plano de Coleta Seletiva com a qualificação do
município para o Edital Cidade+Recicleiros, até a articulação e direcionamento de pessoas e
esforços para tornar possível a conclusão deste documento com qualidade e rapidez.
Instituto Recicleiros 8
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Índice
SUMÁRIO EXECUTIVO 2
METODOLOGIA 3
CANAIS 3
FONTES DE INFORMAÇÃO 4
ESCOPO 5
REVISÃO 6
ELABORAÇÃO 7
EQUIPE TÉCNICA 8
Instituto Recicleiros 8
Prefeitura Municipal 8
Lista de Abreviaturas 12
Glossário 14
Diagnóstico 19
1. Introdução 19
1.1 Dados Gerais de Três Rios 19
1.2 Perfil Socioeconômico da População de Três Rios 20
1.3 Principais Atividades Econômicas e Vocação de Três Rios 22
2. Dados de Geração de Resíduos em Três Rios 22
3. Estruturas e Processos 23
3.1 Descarte de resíduos 24
3.2 Coleta de Resíduos 26
3.2.2 Coleta em grandes geradores 27
3.3 Transporte de Rejeitos e Recicláveis 28
3.4 Disposição final 29
3.4.1 Aterro sanitário 29
4. Atuação de Catadores e o Mercado Local de Recicláveis 31
4.1 Organizações de Catadores Locais 32
4.2 Atuação de Catadores Autônomos 33
4.3 Mercado Local de Recicláveis 33
5. Partes Interessadas 34
5.1 Mapeamento dos principais atores envolvidos 34
5.2 Ecossistema empresarial no município 35
5.3 Ecossistema educacional no município 35
6. Regulamentação 35
Instituto Recicleiros 9
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6.1 Federal 36
6.2 Estadual 37
6.3 Municipal 39
6.4 Normas 40
7. Conclusões do Diagnóstico 40
Instituto Recicleiros 10
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Referências 116
Instituto Recicleiros 11
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Lista de Abreviaturas
ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais
ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas
ATR - Área de Transbordo de Resíduos
AVCB - Auto de Vistoria do Corpo de Bombeiros
CIPA - Comissão Interna de Prevenção de Acidentes
CNPJ - Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica
COFINS - Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social
COMDEAM - Conselho Municipal de Desenvolvimento Ambiental
CONTRAN - Conselho Nacional de Trânsito
COTRECOL - Cooperativa de Catadores de Material Reciclável Três Rios Coletiva Ltda
CSLL - Contribuição Social Sobre o Lucro Líquido
EPI - Equipamento de Proteção Individual
FATES - Fundo de Assistência Técnica Educacional e Social
IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
IBRAOP - Instituto Brasileiro de Auditoria de Obras Públicas
IDHM - Índice de Desenvolvimento Humano Municipal
IPEA - Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada
IPTU - Imposto Predial e Territorial Urbano
IRPJ - Imposto de Renda da Pessoa Jurídica
ISS - Imposto Sobre o Serviço
MROSC - Marco Regulatório das Organizações da Sociedade Civil
MTE - Ministério do Trabalho e Emprego
NF-e - Nota Fiscal Eletrônica
NR - Norma Regulamentadora
OIT - Organização Internacional do Trabalho
PCMSO - Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional
PCS - Plano de Coleta Seletiva
PEV - Ponto de Entrega Voluntária
PGRS - Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos
Instituto Recicleiros 12
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Instituto Recicleiros 13
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Glossário
Acordo Setorial: Ato de natureza contratual firmado entre o poder público e fabricantes,
importadores, distribuidores ou comerciantes, tendo em vista a implantação da
responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto.
Aterro Sanitário: Local adequado para disposição de resíduos sólidos urbanos que cumpre
com pré-requisitos de ordem sanitária e ambiental para confinar os resíduos e rejeitos à
menor área possível e reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-o com uma camada
de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário.
Deve ser construído de acordo com técnicas definidas, utilizando princípios de engenharia,
como cercamento, impermeabilização do solo, sistema de drenagem para chorume e gases,
principalmente o gás carbônico, o gás metano e o gás sulfídrico.
Canal Cinza: Termo usado para fazer referência ao gerenciamento de resíduos sólidos
domiciliares não perigosos que não são passíveis de reaproveitamento e/ou reciclagem, como
papéis sanitários, absorventes, fio dental, louças, lâminas de barbear e outros.
Canal Verde: Termo usado para fazer referência ao gerenciamento de resíduos sólidos
domiciliares secos recicláveis, em especial embalagens pós-consumo feitas de papel, papelão,
metais, plásticos, vidros e materiais como óleo e gordura vegetal residual.
Instituto Recicleiros 14
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Consulta Pública: Mecanismo de transparência que pode ser utilizado pela Administração
Pública para obter informações, opiniões e críticas da sociedade a respeito de determinado
tema. Esse mecanismo tem como objetivo incentivar a participação da população nas
questões de interesse coletivo, ampliar a discussão sobre o assunto e embasar as decisões
sobre formulação e definição de políticas públicas.
Gerador de Resíduos Sólidos: Pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, que
geram resíduos sólidos por meio de suas atividades, nelas incluído o consumo.
Instituto Recicleiros 15
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Lixão: Área irregular de disposição inadequada dos resíduos e rejeitos a céu aberto,
diretamente no solo, sem qualquer tipo de controle de líquidos e chorume, captação de gases,
controle de acesso de pessoas, controle de vetores com a cobertura do material com terra, e
que causa sérios impactos ambientais e problemas à saúde pública, constituindo crime
ambiental.
Pequeno Gerador de Resíduos Sólidos: Pessoas físicas ou jurídicas, que geram resíduos
sólidos não perigosos, classificados como Classe II pela NBR 10.004:2004 da ABNT,
provenientes de habitações unifamiliares ou em cada unidade das habitações em série ou
coletivas, limitada à quantidade máxima de volume diário equivalente à geração de resíduos
domiciliares e/ou equiparáveis, a ser definido pelo poder público do município
Instituto Recicleiros 16
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Pontos de Descarte: Local definido pela prefeitura para disponibilizar estrutura para o
descarte seletivo de resíduos secos recicláveis em áreas atendidas pela coleta ponto-a-ponto.
Reciclagem: Processo de transformação dos resíduos sólidos que envolve a alteração de suas
propriedades físicas, físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em insumos
ou novos produtos, observadas as condições e os padrões estabelecidos pelos órgãos
competentes do SISNAMA e, se couber, do SNVS e do SUASA.
Resíduos Orgânicos Compostáveis: São resíduos de origem animal ou vegetal como sobras
de alimentos, poda e capina, originados em residências, comércios, feiras-livres, mercados e
congêneres, passíveis de serem submetidos à compostagem.
Instituto Recicleiros 17
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Resíduos Secos Recicláveis: Resíduos definidos por esse Plano de Coleta Seletiva
previamente segregados na fonte, que após sofrerem uma transformação física ou química
podem ser reutilizados no mercado, seja sob a forma original ou como matéria-prima para
uso na fabricação de outros produtos para finalidades diversas, como papel, vidro, plástico e
metal.
Resíduos Volumosos: Resíduos que por sua característica física impossibilitem a coleta
ordinária por meio dos veículos e rotas usuais. Exemplos destes materiais são
eletroeletrônicos como geladeiras, ar-condicionado, resíduos secos recicláveis de obras e
reformas, sofas, camas e móveis em geral.
Instituto Recicleiros 18
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Diagnóstico
1. Introdução
Este diagnóstico é parte integrante do Desenvolvimento do Plano de Coleta Seletiva do
município de Três Rios. Tem como objetivo fornecer subsídios para a definição das ações e
práticas a serem efetivadas para a gestão sustentável e eficiente de resíduos na cidade.
As informações que constam neste diagnóstico foram levantadas pela equipe técnica deste
trabalho via colaboradores da prefeitura ou então por meio de investigação de campo.
Segundo o site da Prefeitura Municipal de Três Rios, a referência mais remota sobre o
território do município de Três Rios data do início do século XIX, quando Antônio Barroso
Pereira obteve, por requerimento de 16 de setembro de 1817, “terras de sesmaria no sertão
entre os rios Paraíba e Paraibuna…” É no teor da concessão da referida sesmaria, exarada
pela coroa portuguesa, que se identifica a origem da primeira toponímia do município
“Entre-Rios”.
Dentro do seu patrimônio territorial, Antônio Barroso Pereira fundou cinco fazendas: a
fazenda Cantagalo, a mais importante, e as fazendas Piracema, Rua-Direita, Boa União e
Cachoeira, todas dependentes da primeira.
A 23 de junho de 1861 foi inaugurada a rodovia União-Indústria (que ligava Petrópolis a Juiz
de Fora) e que passava pelas terras da fazenda Cantagalo. Essa rodovia contou com grande
colaboração do fazendeiro Antônio Barroso Pereira e, por esse motivo, o imperador Pedro II
agraciou-lhe, em 1852, com o título honorífico Barão de Entre-Rios. Ainda em sua
homenagem à estação rodoviária local, foi dado o nome de Estação de Entre-Rios. Com o
batismo da estação não tardou que o pequeno povoado, formado às margens da rodovia,
passasse a ser conhecido como Entre-Rios.
Em 1867, os trilhos da Estrada de Ferro D. Pedro II chegaram à região e, tal a rodovia, essa
ferrovia recebeu o importante apoio do Barão que, falecido em 1862, transmitiu a fazenda
Cantagalo para sua filha Mariana Claudina Pereira de Carvalho, feita Condessa do Rio Novo
em 1880.
Instituto Recicleiros 19
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planejara em Paraíba do Sul, a Casa de Caridade, com a recomendação de que “as terras
próximas à Estação de Entre-Rios”, poderiam ser aforadas para os que ali quisessem residir.
Tratava com essa recomendação de garantir recursos perpétuos àquela futura casa de
assistência social.
Somada à movimentação que já se fazia sentir pela rodovia e pela ferrovia, a oportunidade do
aforamento de terras veio, sobremaneira, efetivar um relativo progresso para o local, já
reconhecido como importante entroncamento rodoferroviário. A 13 de agosto de 1890, pelo
decreto 114, o povoado de Entre-Rios foi elevado a 2º Distrito de Paraíba do Sul.
Todavia, o município, nascido com a toponímia de Entre-Rios, viu-se no início dos anos 40
obrigado, por órgãos federais, a mudar a sua denominação pela triplicidade do nome existente
em outros municípios brasileiros. A partir de 31 de dezembro de 1943, pelo decreto-lei 1056,
o município de Entre-Rios passou a chamar TRÊS RIOS, numa clara conotação aos três mais
importantes rios que cortavam o seu território: rios Paraíba do Sul, Piabanha e Paraibuna.
Segundo o último censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE
(2010), o município de Três Rios conta com uma população de 77.432 mil (setenta e sete mil)
habitantes, onde estima-se que aproximadamente 75.165 (setenta e cinco mil) são residentes
na área urbana do município, e que totalizam 24.124 domicílios. O quadro 1 apresenta o
perfil socioeconômico da população do município.
Instituto Recicleiros 20
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Salário médio mensal dos trabalhadores formais [2018] 2,0 salários mínimos
Educação
Economia
Saúde
Território e Ambiente
Instituto Recicleiros 21
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De acordo com a Secretaria de Meio Ambiente, o município de Três Rios possui as principais
atividades econômicas desenvolvidas voltadas ao setor industrial e comércio, expandindo
para o turismo. As principais indústrias instaladas no município estão localizadas nos bairros
Cantagalo e Barrinha.
Tabela 1 - Quadro resumo da geração de resíduos e custos de operação anual em Três Rios em 2020
Geração de resíduos e Custos em Três Rios
Geração de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) 1.500 toneladas/mês
Instituto Recicleiros 22
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Considerando os dados apresentados pelo PMSB quanto a caracterização dos RSU de Três
Rios, bem como a ausência da metodologia utilizada para obtenção destas informações,
observou-se a necessidade da realização de um estudo gravimétrico para entender a realidade
da composição dos resíduos sólidos no município.
3. Estruturas e Processos
Com base na visita técnica realizada no município pela equipe da Recicleiros no mês de
fevereiro de 2020 e demais dados obtidos posteriormente junto à Prefeitura Municipal e
atores envolvidos na gestão de resíduos sólidos no município, foram identificadas que as
estruturas e processos atualmente em operação estão divididas em: descarte, coleta e
transporte, processamento, destinação e disposição final (figura 2).
Instituto Recicleiros 23
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Para realizar o descarte dos rejeitos, os munícipes reutilizam as sacolas plásticas adquiridas
durante a compra de produtos nos comércios da região, assim como sacolas de papel e caixas
de papelão. Cada residência possui lixeiras individuais para o armazenamento temporário de
seus resíduos, não havendo padronização estabelecida entre elas (figura 3).
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Observou-se durante a realização das visitas técnicas no município, que nas lixeiras
instaladas em vias públicas, há uma significativa presença de resíduos secos recicláveis
descartados pelos munícipes, que poderiam ser destinados diretamente à organização de
catadores local caso não estivessem misturados junto aos rejeitos acondicionados na mesma
lixeira.
Constatou-se também que o município possui alguns pontos viciados de descarte inadequado
de resíduos, com o descarte irregular de resíduos sólidos domiciliares, madeira, podas,
entulho e resíduos volumosos (figura 6). Os pontos viciados de descarte irregular foram
identificados nos bairros Ponto Azul, Jaqueira e Triângulo.
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O serviço de coleta dos rejeitos em Três Rios é operado por empresa terceirizada com equipe
do seu quadro de funcionários. É realizado no formato porta-a-porta com caminhão do tipo
compactador e abrange a área urbana e rural do município.
A coleta dos resíduos secos recicláveis é realizada pela organização de catadores de materiais
recicláveis local contratada pela prefeitura municipal, ocorre no formato porta-a-porta com
caminhão baú, abrangendo apenas alguns bairros do município.
Instituto Recicleiros 26
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A coleta dos resíduos recicláveis que ocorre em formato "porta-a-porta", possui um roteiro de
coleta apresentado no Anexo 2 - Roteiro de Coleta (RSD/Recicláveis). Os bairros atendidos
pela coleta de recicláveis são: Centro, Triângulo, Cantagalo e Vila Isabel. Conforme
apresentado no roteiro, os bairros recebem coleta uma vez na semana, com exceção do
Centro, onde ocorre coleta todos os dias.
Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, nos bairros que ainda não são atendidos
frequentemente pela coleta porta-a-porta de resíduos recicláveis, os munícipes acumulam
seus recicláveis e fazem contato com a cooperativa para posterior coleta.
O mapa a seguir (figura 7), apresenta as zonas de coleta de recicláveis executados atualmente,
representado pelo polígono em destaque no mapa.
De acordo a Lei nº 4.626/2019, que institui o novo Código Tributário do Município de Três
Rios, o enquadramento de grande geradores de resíduos como geradores de resíduos sólidos
extradomiciliares, está estabelecido em seu artigo 248, inciso V, como resíduos gerados em
estabelecimentos comerciais e de prestação de serviços, com características de resíduos
domiciliares, que exceda o volume de 240 (duzentos e quarenta) litros ou 60 (sessenta)
quilos, por período de vinte e quatro horas, por contribuinte, fixado para a coleta regular.
O artigo 248, parágrafo 1º, dispõe que o órgão gerenciador da limpeza urbana de Três Rios
somente executará a coleta, o transporte e a disposição final de resíduos sólidos
extradomiciliares através de seus serviços regulares de coleta e transporte de resíduos sólidos
em caráter facultativo e a seu exclusivo critério, cobrando a Taxa de Coleta, Transporte e
Disposição Final de Resíduos Sólidos Extradomiciliares – TCRE, que segundo o anexo I da
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presente lei, estabelece o valor de 2,31 (Unidade Fiscal do Município de Três Rios -
UFMTR/Coleta).
O transporte de rejeitos domiciliares é realizado pela empresa privada Força Ambiental, por
meio de 6 caminhões compactadores. Na figura 8, é apresentado um exemplo do modelo de
caminhão compactador utilizado na operação. As especificações completas de todos os
veículos podem ser vistas no quadro 2.
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O município de Três Rios não dispõe de Área de Transbordo de Resíduos (ATR), e todos os
rejeitos são transportados e dispostos diretamente em aterro sanitário localizado dentro do
próprio município.
O transporte de recicláveis é realizado por meio de um veículo baú (figura 9), pela
Cooperativa de Catadores de Material Reciclável Três Rios Coletiva Ltda. A especificação do
veículo é apresentada no quadro 3 a seguir.
Os rejeitos coletados no município de Três Rios, tem como sua disposição final o aterro
sanitário localizado a uma distância de aproximadamente 6,4 km do centro da cidade, nas
coordenadas geográficas latitude 22° 5'24.34"S e longitude 43°10'15.32"O.
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Este capítulo visa explorar a situação atual dos catadores de recicláveis em Três Rios e
também o mercado local onde os mesmos estão, formal ou informalmente, inseridos.
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PP Branco R$ 1,60
PP Colorido R$ 1,60
PS R$ 1,20
Papelão R$ 0,80
Cartonado R$ 0,15
Jornal R$ 0,15
Revista R$ 0,15
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Vidro R$ 0,05
Fonte: Cotrecol (2021)
5. Partes Interessadas
A seguir no quadro 4, é apresentada uma pequena lista com as partes interessadas que
atualmente estão de alguma forma relacionadas à operação, formando a rede de
relacionamentos de resíduos no município. No entanto, na seção de Diretrizes para
Implantação da Coleta Seletiva deste Plano será formado um mapa completo com as partes
interessadas de acordo com a visão do novo Programa de Coleta Seletiva de Três Rios.
Quadro 4 - Partes interessadas dos principais atores envolvidos na gestão de resíduos no município
Partes Interessadas de Três Rios
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● Nestlé;
● Ball;
● ONG Três Rios Três Árvores.
● 10 Escolas Estaduais;
● 40 Escolas Municipais;
● 13 Escolas Particulares.
● 7 Universidades;
6. Regulamentação
A seguir os quadros 5, 6 e 7, apresentam as principais regulamentações e normas técnicas nos
âmbitos federal, estadual e municipal, que balizam o desenvolvimento deste Plano Municipal
de Coleta Seletiva e que envolvem o tema de resíduos sólidos, juntamente com os artigos
mais importantes.
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6.1 Federal
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6.2 Estadual
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6.3 Municipal
Lei nº 4.062, de 16 de junho de 2014 - Dispõe sobre o programa lixo zero que
prevê a aplicação de multas para quem sujar a cidade e dá outras Toda regulamentação.
providências.
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6.4 Normas
7. Conclusões do Diagnóstico
Até a conclusão deste Plano de Coleta Seletiva (maio de 2021), o município de Três Rios já
apresentava algumas iniciativas de coleta seletiva. É possível observar que as ações que o
município vem tomando para a melhoria da gestão de resíduos sólidos vai de encontro com
algumas das metas estabelecidas no Plano Municipal de Saneamento Básico de Três Rios,
como a implantação da coleta seletiva em alguns bairros do município.
O município ainda não possui a universalização da coleta seletiva, e devido ao fato de ainda
estar se estruturando, identificou-se grande quantidade de resíduos secos recicláveis sendo
destinados de forma inadequada. A ratificação deste ponto pode ser vista com os dados de
processamento de materiais recicláveis. De acordo com o relato da Secretaria Municipal de
Meio Ambiente são processados 12 toneladas de materiais recicláveis por mês, o que
representa aproximadamente 0,8% dos resíduos sólidos gerados pelo município.
Considerando que o PNSB apontou uma quantidade total de materiais recicláveis presentes
nos resíduos sólidos domiciliares de 31,9%, há um grande potencial de reciclagem sendo
desperdiçado.
Instituto Recicleiros 40
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Como dito anteriormente, o município tem grande potencial de aumentar a coleta seletiva,
tanto na coleta e transporte de materiais recicláveis, quanto na infra-estrutura da unidade de
processamento de material reciclável, feito pela Cooperativa de Catadores de Materiais
Recicláveis de Três Rios (Cotrecol).
Instituto Recicleiros 41
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
8. Contextualização
As diretrizes contidas nesta primeira versão do PCS buscam oferecer à administração pública
de Três Rios, com base no diagnóstico, uma visão das condições ideais necessárias para a
efetivação da política pública da coleta seletiva de maneira rápida, direta e efetiva, fazendo
uso das atribuições que cabem ao poder público, e exercitando as ferramentas e dispositivos
instituídos pela Lei Federal n° 12.305/2010, que institui a Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS), para sua viabilidade econômica.
Para tal, este modelo proposto para implantação da coleta seletiva tem como um dos
principais e mais importantes componentes a prática do conceito da Responsabilidade
Compartilhada preconizado pela PNRS.
● Munícipe: Responsável pelo Descarte Seletivo, uma vez que adquire produtos e
serviços e tem dá origem à geração dos resíduos como consequência de seu consumo
[Etapa 1];
● Município: Responsável por (i) regulamentar o sistema de coleta seletiva por meio de
legislação específica e outros instrumentos que criem o ambiente ideal para o
desenvolvimento e universalização do serviço; (ii) fiscalizar a ação de munícipes para
viabilizar a qualificação do descarte; (iii) executar a coleta seletiva de resíduos como
serviço público essencial [Etapa 2];
Instituto Recicleiros 42
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
As diretrizes abordadas nesta versão do Plano têm como objetivo auxiliar o município a
atender ao disposto na PNRS no que tange à valorização da fração seca dos resíduos sólidos
domiciliares e equiparáveis enquanto bens de valor social e geradores de emprego e renda, na
busca por minimizar os impactos socioambientais e econômicos ocasionados pelo seu manejo
inadequado.
Para tal, traz orientações e dimensionamentos técnicos necessários para universalizar o acesso
ao serviço de coleta seletiva no território em sua formatação mais básica: destinar os resíduos
secos recicláveis de maneira diferenciada das demais frações.
9. Visão geral
Para que o processo de destinação dos resíduos sólidos municipal ocorra de maneira eficiente,
do ponto de vista operacional e econômico, é fundamental que os materiais sejam
minimamente segregados em sua origem pelo consumidor, no ponto onde são gerados.
Para os RSD, o esquema básico de funcionamento do sistema está ilustrado na figura 16,
abaixo.
Instituto Recicleiros 43
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Por isso, enquanto este Plano determina a destinação da fração não reciclável dos resíduos
coletados para aterro sanitário por meio do Canal Cinza, prevê também a destinação da fração
seca reciclável para uma Unidade de Processamento de Materiais Recicláveis (UPMR)
operada por catadores de material reciclável para que o serviço de destinação ambientalmente
adequada desta fração seja feito com vistas a promover a inclusão socioprodutiva de pessoas
em situação de vulnerabilidade social.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Onde:
Para a variável Pop, esse documento adota a mesma estimativa de população em 2025 do
Plano Municipal Saneamento Básico, que é de 87.136 habitantes.
Para a variável GerRec, o Instituto Recicleiros adota uma via conservadora e opta por utilizar
como premissa o descarte de 300 gramas de resíduos por dia por pessoa via o sistema de
coleta seletiva, incluindo materiais não-recicláveis descartados de maneira equivocada pelo
usuário, fazendo lastro com os principais estudos da área, inclusive com projeções do
Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada do Brasil (IPEA, 2012).
Dessa forma, a tabela 4 abaixo consolida os valores utilizados na Equação 1 para chegar à
Meta mensal da quantidade total de materiais coletada seletivamente (kg/mês) que, neste
caso, é de aproximadamente 431.323 quilos por mês.
Instituto Recicleiros 45
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
produtivo de separação dos materiais recicláveis também terá perdas, representadas pela Taxa
de Rejeito. Como mostra a Equação 2, a quantidade de material produzida será igual a
quantidade de material coletada menos a quantidade de rejeitos:
Onde:
Usualmente, as taxas de rejeito atuais são altíssimas na maior parte dos sistemas de coleta
seletiva em operação no Brasil, chegando muitas vezes a 40% de todo material coletado.
Apesar disso, considerando a experiência anterior da equipe técnica responsável pelo
desenvolvimento deste PCS em contextos onde há um Plano de Comunicação robusto, uma
infraestrutura produtiva adequada e um treinamento dos operadores devido, tal qual proposto
neste PCS, foi estimado um percentual de 20% de rejeito para esta operação.
Desta forma, considerando a Meta de Coleta e o percentual de rejeitos definido, temos que no
município de Três Rios a meta de produção e comercialização de materiais recicláveis é de
345.059 kg/mês, representando 22% dos resíduos sólidos domiciliares projetados para 2025,
os quais são de responsabilidade do poder público municipal.
Importante também abordar que não é esperado que o sistema de coleta seletiva atinja essas
metas imediatamente ao ser implantado, mas que passe por uma evolução gradual até atingir
estas marcas.
Instituto Recicleiros 46
Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
No caso de Três Rios, como parte das premissas adotadas neste plano, considerando que
existe um sistema de coleta seletiva incipiente em operação, é projetado um crescimento
paulatino da curva de produção, onde espera-se que no período aproximado dos 36 primeiros
meses, o sistema atinja sua maturidade plena, com percentual de 100% da meta de produção,
conforme figura 17 abaixo.
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CANAL VERDE
DESCARTE
O descarte deverá ser realizado por todos os munícipes, tanto em suas residências como em
estabelecimentos comerciais, órgãos públicos e áreas públicas, de maneira seletiva.
Os materiais recicláveis deverão estar prioritariamente limpos e secos e seu descarte deve ser
feito em sacos plásticos, preferencialmente na cor verde para facilitar a identificação dos
materiais ao longo das próximas etapas de gerenciamento dos resíduos.
Nos endereços onde haverá serviço de coleta "porta-a-porta", a disposição dos resíduos para
coleta deverá ser realizada de acordo com a agenda pré-definida, não sendo permitido a
disposição de resíduos recicláveis no mesmo dia/horário dos não-recicláveis. Também,
apenas será permitido o descarte de resíduos em frente à residência/comércio gerador.
COLETA
A coleta será realizada pelo serviço público, de maneira própria ou por meio de contratação
de empresa terceirizada.
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TRANSPORTE
O transporte dos resíduos recicláveis coletados pelo serviço público será feito até a unidade
de processamento de materiais recicláveis determinada para a prestação do serviço de triagem
e destinação, que receberá os materiais recicláveis do poder público a título de doação.
PROCESSAMENTO
COMERCIALIZAÇÃO
A comercialização dos resíduos recicláveis para a cadeia recicladora deverá ocorrer sempre
com emissão de Notas Fiscais de venda de produto para fins de comprovação de que o
serviço de destinação final ambientalmente adequada dos resíduos em questão foi realizado.
A comprovação da realização deste serviço é necessária para diversas finalidades, como dar
contrapartida à doação dos resíduos recicláveis realizada pela prefeitura ou aos investimentos
de logística reversa eventualmente recebidos.
Toda receita gerada por esta operação deve ser obrigatoriamente revertida para manutenção
econômica da operação da UPMR que, por sua vez, tem como objetivo gerar postos de
trabalho qualificados para inclusão socioprodutiva de catadores de material reciclável.
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CANAL CINZA
DESCARTE
O descarte deverá ser realizado por todos os munícipes, tanto em suas residências, como em
estabelecimentos comerciais, órgãos públicos e áreas públicas de maneira seletiva.
O descarte dos rejeitos deve ser feito em sacos plásticos, preferencialmente na cor cinza, para
facilitar a identificação dos materiais ao longo das próximas etapas de gerenciamento dos
resíduos.
Nos endereços onde haverá serviço de coleta "porta-a-porta", a disposição dos rejeitos para
coleta deverá ser realizada de acordo com a agenda pré-definida, não sendo permitido a
disposição de resíduos não-recicláveis no mesmo dia/horário dos recicláveis. Também,
apenas será permitido o descarte de resíduos em frente à residência/comércio gerador.
COLETA
A coleta será realizada pelo serviço público, de maneira própria ou por meio de contratação
de empresa terceirizada.
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TRANSPORTE
O transporte dos resíduos não recicláveis (rejeitos) coletados pelo serviço público continuará
sendo realizado em aterro sanitário regional.
DISPOSIÇÃO FINAL
A disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos deverá ser realizada em aterro
sanitário com todas as licenças de operação válidas, atentando-se para a necessidade de
atualização periódica da documentação.
Não deverá ser permitido em hipótese alguma a disposição final de rejeitos em aterros
controlados e/ou lixões, considerados crime ambiental de acordo com a Lei de Crimes
Ambientais (Lei nº 9.605/98).
11.2 Descarte
CANAL VERDE
Destinado ao descarte de toda fração seca reciclável, tais como: papéis, papelão e outros tipos
de resíduos celulósicos, plásticos, metais, vidros e outros tipos de embalagens mistas, como o
caso dos cartonados. Óleo e gordura vegetal residual também fazem parte deste grupo,
sempre acondicionado em garrafa pet tampada dentro de sacola plástica. Vide Anexo 3 -
Resíduos a serem descartados nos canais verde e cinza.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
CANAL CINZA
Destinado ao descarte da fração classificada como rejeito, ou seja, aqueles resíduos que não
possuem destinação alternativa ao aterro sanitário, tais como: papéis sanitários, absorventes,
fio dental, louças, embalagens contaminadas, lâminas de barbear, resíduos de varrição, goma
de mascar. Vide Anexo 3 - Resíduos a serem descartados nos canais verde e cinza.
O descarte e disposição dos resíduos para coleta é de responsabilidade do gerador e deve ser
realizado de maneira qualificada.
Para garantir a qualidade do descarte seletivo, o gerador deve observar os seguintes aspectos:
● Dispor os resíduos gerados para coleta nos dias e horários corretos, observando a
agenda diferenciada para resíduos do Canal Verde e resíduos do Canal Cinza e com
antecedência máxima de duas horas em relação ao horário previsto de coleta;
● Dispor os resíduos para coleta em frente a sua residência ou comércio, nunca na frente
da residência/comércio de terceiros ou em pontos de acúmulo, a não ser nas áreas com
coleta ponto-a-ponto determinada pela prefeitura;
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Visando ter as sacolas plásticas como instrumento que facilite o descarte, minimize as falhas
no processo de coleta e transporte dos resíduos descartados e garanta que todo processo irá
acontecer de maneira segura e higiênica, este Plano de Coleta Seletiva prevê a
regulamentação da distribuição de sacolas plásticas pelos estabelecimentos comerciais de
Três Rios (Anexo 4 - Minuta de Lei da Regulamentação das Sacolas Plásticas), determinando
aspectos como a resistência, coloração e nomenclaturas para a comunicação das sacolas
plásticas distribuídos pelo comércio. Desta forma, a habitual distribuição gratuita de sacolas
plásticas pelo comércio poderá ser mais um elemento de apoio à coleta seletiva.
A padronização visual das sacolas plásticas entre verde e cinza (figura 20) para pequenos
volumes de resíduos recicláveis e rejeitos, visa identificar os Canais de Destinação dos
resíduos a serem descartados para potencializar os resultados do programa de coleta seletiva.
Figura 20 - Exemplo de sacolas plásticas para pequenos volumes de resíduos (Canais Verde e Cinza)
Fonte: Cancian; Pereira e Barata (2015)
Por se tratar de uma mudança nas práticas vigentes, é necessário prever um período de
adequação do comércio local à lei de sacolas plásticas, durante o qual recomenda-se a
distribuição destas de maneira gratuita pelos agentes ambientais e de saúde, como forma de
conscientização e instrução da população local em relação à nova prática.
Para os sacos de maior volume, que são vendidos e não distribuídos pelo varejo, apesar de
não serem objeto da regulamentação em questão, a prefeitura deve articular com os
comerciantes locais (varejos de embalagens, atacarejos, redes supermercadistas) para que
ofertem os sacos na mesma padronização de cor, conforme ilustrado na figura 21 ou, na
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Figura 21 - Exemplo de sacolas plásticas para grandes volumes de resíduos (Canais Verde e Cinza)
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
Com expectativa no crescimento da demanda por sacolas padronizadas, haja vista que todos
os varejos locais deverão adotar o mesmo padrão, as sacolas que já são historicamente
adquiridas devem ter preços cada vez mais competitivos, sendo viável, inclusive, a
mobilização dos empreendedores locais para compras conjuntas diretamente dos fabricantes.
Tanto lixeiras de áreas internas de locais como repartições públicas, escolas, entre outras,
como aquelas a serem implementados nas vias públicas, devem oferecer a alternativa do
descarte seletivo, sendo sempre e incondicionalmente apresentados em duplas nas cores verde
e cinza.
A instalação de lixeiras que não respeitem o padrão de duplas tende a influenciar o descarte
equivocado de resíduos quando o usuário se depara com a falta de alternativa para o
adequado descarte de maneira seletiva.
Para áreas externas, como praças e vias públicas, quando definida a instalação de lixeiras,
deve-se optar por equipamentos suspensos, fixados no pavimento e com tampa para evitar
acúmulo de água dentro delas.
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Do lado esquerdo da imagem acima temos em caráter meramente ilustrativo tipos de lixeiras
para áreas internas e, do lado direito, para vias públicas. A figura 23 abaixo, também
ilustrativa, apresenta um tipo do contentor adequado para acondicionamento temporário de
resíduos ensacados em estabelecimentos com grande volume de geração ou outros pontos de
acúmulo.
O dimensionamento das lixeiras de vias públicas, bem como seu esgotamento, zeladoria e
manutenção, deve ser de responsabilidade do órgão público ou empresa contratada para
realizar os serviços públicos de limpeza urbana, fazendo a devida destinação dos resíduos
coletados conforme previsto para cada canal.
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A operação da coleta deverá ser realizada em formato "porta-a-porta", o que tende a refletir
na qualidade do descarte por parte do munícipe e facilitar o trabalho de fiscalização por parte
da prefeitura e seus agentes fiscalizadores. Essa atividade, visa garantir que o serviço está
sendo realizado em conformidade com o acordado e também minimize a ação de
"morcegões" (veículos ilegais adaptados que coletam resíduos momentos antes do veículo
legal passar), ou seja, atividades irregulares de coleta dos recicláveis, prejudicando o sistema
de coleta seletiva implantado no município.
Nos casos onde não há viabilidade para instituir a coleta porta-a-porta, poderá ser instituída a
coleta ponto-a-ponto para universalizar o serviço público da coleta seletiva no município.
11.3.1 Veículos
CANAL VERDE
Quando descartado corretamente, esta fração dos resíduos não apresenta odor ou mesmo atrai
vetores. Por isso, a periodicidade de coleta recomendada é de uma vez por semana, podendo
variar em setores específicos pelas características territoriais e de tipo de ocupação do
território em questão.
A seguir, são apresentadas algumas características básicas do veículo ideal, que busca
proporcionar o melhor equilíbrio entre aproveitamento da capacidade de carga, custo de
manutenção e viabilidade de trânsito nas vias do município (figura 24). As aberturas da
carroceria também são recomendadas para minimizar o esforço dos coletores no processo de
carregamento e para aproveitar o máximo possível de sua capacidade volumétrica.
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● (1) Veículo: caminhão tipo 3/4 com rodado traseiro simples, novo e sem registro de
propriedade anterior;
● (2) Tipo da carroceria: "gaiola metálica";
● (3) Abertura de 75 cm de altura na parte superior ao longo de toda carroceria para
facilitar o carregamento do veículo;
● (4) Teto da carroceria aberto e previsão de lona de fechamento para deslocamentos
com carga total;
● (5) Porta na parte traseira para descarregamento do veículo;
● Capacidade de carga útil: 2.000 kg;
● Capacidade volumétrica da carroceria: aprox 28 m³;
● Sistema de rastreamento via satélite;
● Sistema de som para divulgação do serviço.
Figura 24 - Características básicas recomendadas do veículo para coleta seletiva de recicláveis
(Canal Verde)
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
CANAL CINZA
Por sua característica específica, e também pela possibilidade de redução de volume sem
comprometimento de questões operacionais relacionadas a estes resíduos, a solução
recomendada para o transporte de materiais do Canal Cinza são os caminhões compactadores,
com caixa estanque.
A periodicidade de coleta do Canal Cinza deve obedecer a um regime diário ou a cada dois
dias a depender da densidade habitacional na zona de coleta e da geração de resíduos
prevista. Esta frequência maior de coleta justifica-se pelas características dos resíduos com
elevada perecibilidade e atração de insetos e vetores, com consequente geração de odores.
Importante ressaltar que, para o caso de veículo compactador para coleta de rejeitos, existem
diversas combinações possíveis entre tipo de caminhão, capacidade volumétrica da carroceria
compactadora e sua taxa de compactação nominal.
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● (1) Veículo: caminhão “tipo toco” com rodagem traseiro duplo, novo e sem registro
de propriedade anterior;
● (2) Tipo da carroceria: compactadora de 15m³ com taxa de compressão mínima de
4:1;
● (3) Cabine curta em aço com capacidade para no mínimo 2 pessoas, além do
motorista;
● Peso total do conjunto vazio: 11.000 kg;
● Sistema de rastreamento via satélite;
● Braço mecânico traseiro para basculação de contêineres plásticos de 640l e
contentores metálicos de 1.200 l.
Figura 25 - Característica básicas recomendadas do veículo para coleta de rejeitos
(Canal Cinza)
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
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a compactadora de maneira que, quando cheia, o PTB do veículo não ultrapasse o peso
máximo permitido pelo CONTRAN que, já contando com o limite de tolerância de 5% é de
16,8 toneladas, sob risco de multas e outras consequências de âmbito administrativo.
a) Coleta "porta-a-porta"
Para que os resíduos sejam recolhidos pelo serviço de coleta, os mesmos devem seguir as
orientações de descarte estabelecidas no item 11.2.2 Instruções gerais para o descarte do
presente Plano para que os recicláveis que fazem parte do Canal Verde possam ser destinados
à UPMR instituída no município, enquanto os resíduos referentes ao Canal Cinza tenham a
disposição final ambientalmente adequada.
b) Coleta "ponto-a-ponto"
Entendendo que a coleta nas áreas rurais e demais localidades de difícil acesso, ou onde há
baixa densidade populacional também precisa ser executada de maneira seletiva, e que a
realização da coleta no formato porta-a-porta é inviável, é necessário que a Prefeitura defina
opções de áreas para implementação deste modelo (ponto-a-ponto) e no momento da sua
implementação seja inserido no roteiro da coleta.
Nesta modalidade, os moradores se deslocam até um ponto determinado onde seus resíduos
podem ser descartados de maneira consolidada em um mesmo dispositivo de descarte. A
coleta dos resíduos armazenados nesses dispositivos deve ser realizada pelo órgão público ou
empresa responsável por promover este serviço, preferencialmente a mesma que executa a
coleta domiciliar, sendo também o responsável por sua manutenção ao longo do tempo.
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Figura 26 - Imagem ilustrativa da estrutura mínima a ser disposta dentro dos pontos de descarte
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
EQUIPE DE COLETA - contingente de trabalho formado por motorista e coletores com uso
de 1 (um) veículo coletor.
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SETOR - Parte de uma ZONA ou conjunto de ZONAS atendida(s) por uma única EQUIPE
DE COLETA nas diversas VIAGENS compreendidas em um único turno de trabalho;
É comum que do ponto de vista teórico matemático essa delimitação prévia não proporcione
a solução mais eficiente em termos de distância percorrida para coletar toda massa de
resíduos gerada. Porém, na prática, a experiência mostra a necessidade de primar pela
facilidade de comunicação com a população de modo que pouco adianta uma frota conseguir
cobrir toda a cidade de maneira eficiente se os usuários do sistema não receberem de forma
simples e objetiva, por múltiplas mídias, a informação sobre o dia e a hora de dispor cada tipo
de resíduo para coleta.
Com a definição prévia das ZONAS baseada nos limites geográficos já utilizados pela
municipalidade, são calculados por meio de roteirização os parâmetros orientativos para
contratação do serviço de coleta e transporte de resíduos do Canal Verde (Recicláveis) e
Cinza (Não-Recicláveis), montando uma proposta de CALENDÁRIO de atendimento
baseada na facilidade de comunicação com os munícipes e na máxima eficiência para sua
execução.
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11.3.4 Roteirização
Com as ZONAS definidas, é possível levantar e sobrepor os mapas viário e censitário de cada
parte da cidade e, cruzando esta informação com as metas de coleta definidas, calcular a
carga de resíduos a ser coletada em cada uma delas por cada canal.
Por fim, levando em conta todas as premissas já expostas, são definidos por algoritmo
matemático os CIRCUITOS DE COLETA mais eficientes em termos de menor distância total
a ser percorrida para atingir a capacidade máxima de carga de cada veículo de coleta.
As informações aqui geradas são cruciais para proporcionar para o município parâmetros para
que o processo de contratação de coleta e transporte de resíduos em cada canal possa ser
conduzido, ou mesmo o planejamento de custos, realizado propriamente, caso a coleta
seletiva seja executada pelo próprio poder público. Para tal, recomenda-se um acréscimo de
5% a 10% nos parâmetros encontrados para que essa folga suporte eventual necessidade de
ajustes no momento da execução.
É sabido que, com o passar do tempo, conforme o sistema de coleta seletiva amadurece e a
adesão da população ao serviço de coleta seletiva dos resíduos cresce, a quantidade de
materiais recicláveis devidamente destinada ao Canal Verde aumenta, enquanto a quantidade
de resíduos não-recicláveis destinada ao Canal Cinza, diminui. Ou seja, a tendência é que
haja uma uma redução gradativa destes resíduos coletados pela frota de veículos do Canal
Cinza, inclusive quando outros serviços forem adicionados ao sistema, como a coleta seletiva
de compostáveis, por exemplo.
Assim, visando que os parâmetros de contratação ou execução própria dos serviços de coleta
e transporte de materiais sejam feitos de tal maneira que os custos com aumento da frota de
caminhões gaiola (Canal Verde) seja suportada pela redução da frota de compactadores
(Canal Cinza), são definidos dois diferentes cenários de eficiência do sistema, conforme
ilustração (figura 27) abaixo:
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Desta forma, para cada cenário é criada uma solução completa formada por SETORES e
CIRCUITOS DE COLETA, desenhados a partir da pré-definição de ZONAS e seus
respectivos CALENDÁRIOS, visando a máxima eficiência em relação ao tempo despendido
e distância a ser percorrida para seu atendimento.
Já o serviço de transporte dos resíduos envolve itens como a alocação dos veículos,
motoristas, combustível e seguro.
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c) por Organizações da Sociedade Civil que tenham em sua missão estatutária a gestão
sustentável de resíduos e a inclusão socioprodutiva de catadores.
Em geral, é recomendado a execução da coleta por meio das alternativas "b" e "c", ou uma
composição entre essas duas alternativas, principalmente no caso da coleta dos recicláveis,
onde é boa prática que a execução seja feita pelos próprios catadores que processam o
material coletado.
A execução direta pelo município, como descrito na alternativa "a", tende a trazer impactos
econômicos e operacionais relevantes para o poder público por ter que administrar este
complexo serviço com equipe e veículos próprios. Ao mesmo tempo, quando a coleta seletiva
dos secos é realizada por catadores, os índices de rejeito tendem a ser menores pelo interesse
dos trabalhadores na qualidade do material e a identificação da população com os
trabalhadores beneficiados pelo correto descarte dos resíduos.
A esta estrutura dá-se o nome de UPMR, onde são realizados os processos de classificação,
preparação para venda e comercialização de materiais recicláveis oriundos da coleta seletiva
municipal. Importante ressaltar que, via de regra, não se realiza neste tipo de instalação
nenhum tipo de transformação fisicoquímica dos materiais. Desta forma, do ponto de vista
técnico, é equivocado dizer que trata-se de uma planta de reciclagem.
No sistema de coleta seletiva proposto por este PCS, a UPMR é uma das engrenagens que
compõem a estrutura funcional do sistema de coleta seletiva. Deve ser capaz de dar
escoamento ao volume de resíduos coletados da municipalidade diariamente.
A UPMR é um organismo que precisa ter capacidade de operar de forma eficiente para
encontrar sua viabilidade. Eficiência, nesse caso, deve ser entendida como a capacidade de
entregar o serviço para qual foi criada, remunerar e propiciar qualidade de vida aos
trabalhadores envolvidos e atuar segundo parâmetros legais e de cuidados com o meio
ambiente. Dada a complexidade da tarefa, há a necessidade de gestão profissional do
empreendimento.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Para construção deste Plano de Coleta Seletiva, foi dimensionado um cenário com a meta de
produção mensal de 345.059 kg. Para cumprimento desse objetivo, estima-se a necessidade
de um conjunto de estruturas capazes de processar 431.323 kg mensalmente, já que estima-se
que 20% do material coletado constitui rejeito para este processo produtivo.
Vale lembrar que esses dados são estimativas iniciais para subsidiar processos de captação de
recursos para implantação e direcionar a implantação do sistema. Entretanto, é recomendável
um acompanhamento próximo dos números com base na realidade encontrada desde o
começo da implantação, fazendo as revisões necessárias sempre que for preciso.
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a) Fluxograma de materiais
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A maioria dos materiais como papelão, cartonado, alumínio e plásticos em geral são
encaminhados para as prensas para serem enfardados. O vidro, em parte também segregado
nesta operação, é encaminhado pelo Apoio, para pesagem e posterior moagem no Triturador.
Nesta máquina, é direcionado para caçambas ou baias onde ficam estocados até a venda.
Etapa 7 - Venda
É a etapa final do processo. Com a carga pronta, a UPMR deverá realizar as vendas com
emissão de notas fiscais, preferencialmente direto para indústria recicladora.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
A gestão fabril e administrativa da UPMR deve ser implementada de forma a atender às boas
práticas industriais. Para isso, deverão ser feitos o Plano de Saúde e Segurança do Trabalho, o
Plano de Manutenção para o galpão e equipamentos, e o Plano de Prevenção e Combate a
Incêndios, abordados brevemente a seguir, de acordo com as Normas Regulamentadoras
brasileiras.
b) Saúde e Segurança
As normas que regulamentam as atividades desde a coleta até o beneficiamento dos resíduos
recicláveis estão descritas abaixo e devem ser consideradas no plano de implantação da
UPMR.
● O piso deve estar inteiro, sem quebras ou rachaduras, possibilitando bom trânsito para
os trabalhadores, carrinhos porta bags, fardos e empilhadeira.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
● As demais instalações civis, como portas, janelas, telhado, banheiros, vestiários, área
de convivência, copa e salas requerem o mesmo cuidado de manutenção (ex: troca
rápida de vidro quebrado da janela), provendo boas facilidades (ex: iluminação e
ventilação naturais) e evitando problemas operacionais (ex: goteiras).
● É necessário ter contato com eletricista ou mecânico que possa dar atendimento
rápido em caso de parada de máquina, considerando custo/ benefício. Uma prensa
inoperante, por exemplo, aumenta a quantidade de material em estoque intermediário
recebido, prejudica o fluxo na planta e reduz a disponibilidade de produto acabado
para venda, impactando no fluxo de caixa da operação.
● É necessário dar atenção especial à calibração das balanças devido ao fato do produto
do trabalho ser vendido por peso. Exemplificando, uma falha 1% a menor afeta
diretamente o faturamento nesta mesma proporção.
● O ambiente deve ser mantido sempre limpo, com rotinas de varrição diárias de uma a
duas vezes, de acordo com a necessidade, higienização com produtos de limpeza e a
correta destinação de rejeitos e materiais inservíveis. Limpezas com jato de água e
escovação de áreas e equipamentos devem ser realizadas uma vez por mês. Deve ser
retirada toda sujeira, tanto do chão quanto das bancadas, e os materiais e produtos de
limpeza devem ser organizados no estoque. No espaço também deve ser mantida a
organização para a operação de recebimento, acondicionamento e transporte dos
materiais do estoque.
Todas as áreas devem ser utilizadas conforme definição do layout, evitando o acúmulo de
materiais em locais errados, bem como o armazenamento de materiais que não fazem parte da
gama de produtos vendidos comumente pela UPMR.
d) Prevenção de Incêndios
Os materiais de trabalho de uma UPMR são em sua maior parte consideráveis combustíveis e
representam riscos de incêndio, a partir do momento que houver um ponto de ignição.
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Deve existir sinalização contendo indicação de não obstrução dos equipamentos de combate
como hidrantes e extintores e proibição de fumar em qualquer uma das áreas produtivas.
Deve ser feito um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) e o Mapa de Riscos
da Unidade Produtiva, considerando as exigências técnicas quanto ao ruído, iluminação,
ortostatismo (trabalho em pé), manuseio de pesos e condições sanitárias. Os trabalhadores
devem ser capacitados quanto aos riscos ergonômicos, biológicos, físicos, químicos e de
acidentes, conforme a NR-09, que dispõe sobre PPRA.
Finalmente, deve-se observar o atendimento das exigências da NBR ISO 14.001 da ABNT,
que dispõe sobre Sistemas da Gestão Ambiental, e a SA-8000 - Responsabilidade Social, e
normas da Vigilância Sanitária, do órgão de controle ambiental e da Prefeitura.
Com base nas metas de produção definidas, fluxos produtivos e requisitos mínimos para
funcionamento apresentados, neste item são mostrados os principais equipamentos
necessários para operação da UPMR.
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Em seguida, são definidos percentuais relativos a cada tipo de material que passará por cada
etapa de processamento, conforme tabela 7 abaixo:
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Tabela 7 - Percentuais relativos a cada tipo de material que passará por cada etapa de
processamento
Estoque
Processa Estoque Compact. Compact.
Pré-triag Triagem não
Tipo de material m. Vidro Intermed. Papelão Outros
em (%) (%) Prensado
(%) (%) (%) (%)
s (%)
PET Transparente 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PET Óleo 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PET Verde 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PET Colorido 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PEAD branco 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PEAD colorido 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PEAD Balde/Bacia 100% 0% 100% 0% 0% 0% 0%
PP Branco 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PP Colorido 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PS 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
PVC 60% 40% 100% 0% 0% 0% 0%
Plástico Volumoso 100% 0% 100% 0% 0% 0% 0%
Plástico Filme Crist 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
Plástico Filme Col. 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
Ráfia 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
Papel Branco 0% 100% 100% 0% 0% 0% 0%
Papel Misto 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
Papelão 63% 37% 0% 0% 0% 100% 0%
Cartonado 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
Jornal 0% 100% 100% 0% 0% 0% 0%
Revista 0% 100% 100% 0% 0% 0% 0%
Alumínio Lata 0% 100% 0% 0% 100% 0% 100%
Sucata Ferro 0% 100% 100% 0% 0% 0% 0%
Sucata Misto 0% 100% 100% 0% 0% 0% 0%
Vidro 85% 15% 0% 100% 0% 0% 0%
TOTAL 31% 69% 26% 14% 33% 27% 33%
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
Isso é feito segundo a estimativa de produtividade, taxa essa definida a partir de dados
históricos coletados pela Recicleiros em diversas organizações de catadores com diferentes
métodos produtivos, mas principalmente nas praças onde sistemas com as mesmas
características já foram implantados.
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Todos os valores acima expostos foram obtidos com o tratamento estatístico de medições
físicas em organizações de catadores realizadas com mais de 30 amostras para cada medida.
Medidas secundárias, como quantidade média de movimentos na esteira para retirada de 1 kg
de cada tipo de material triado, a densidade média de cada material e tempo de confecção de
1 fardo de cada tipo de material compactado também são utilizadas no dimensionamento das
plantas.
Cruzando esses dados com a demanda de cada etapa do processo, é possível definir
quantidade e características de cada tipo de equipamento, como: dimensão das esteiras de
triagem, quantidade de prensas enfardadeiras, quantidade de carrinhos e big-bags, linha de
vidro e número de balanças.
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A seguir são descritas e caracterizadas as funções laborais das posições que deverão compor
o quadro funcional da UPMR (quadro 8).
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Baseados nos cargos e funções descritas, bem como levando em consideração as taxas de
produtividade estabelecidas, os equipamentos dimensionados e um índice médio de
absenteísmo de 5%, para as atividades relacionadas à produção, foi definido o seguinte
efetivo para execução das tarefas na UPMR em dois turnos de trabalho (tabela 8):
Triagem Piso 22
Compactação de papelão 2
Processamento de vidro 1
Apoios de produção 8
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Coordenação administrativa 1
Auxiliar administrativo 2
Coordenação de produção 2
Cozinha e Limpeza 1
Coordenador de coleta 1
Na tabela 9 está detalhada a distribuição dos trabalhadores operacionais nos diversos setores
da UPMR, bem como seus turnos de trabalho e produtividade esperada.
Processamento
1 1 1 220 kg/h/pessoa 28.472 14%
de Vidro
Compactação
1 2 2 7 fardos/turno 52.600 27%
Papelão
Compactação
Vertical Outros 2 2 4 9 fardos/turno 66.032 33%
materiais
Apoio 4 2 8 - - N/A
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
Importante destacar a distribuição dos apoios nas diferentes etapas do processo produtivo,
sendo por turno:
Instituto Recicleiros 76
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Para estimar a área necessária para implantação desta UPMR, foram considerados os
equipamentos necessários para a operação, os principais fluxos produtivos, bem como os
espaços para circulação de materiais, as áreas de armazenamento para estoque inicial, estoque
intermediário e estoque final. Com isso, estima-se que o galpão deva ter uma área construída
mínima de 792 m² para comportar a operação.
Para determinar com excelência o layout de produção, especificando o local de cada máquina
e dos trabalhadores, é preciso considerar o fluxo do processo de produção. É essencial
organizar as máquinas e postos de trabalho próximos, com menor distância entre eles,
observando a sequência de atividades do fluxo produtivo, sem, no entanto, esquecer de
reservar as áreas de segurança.
Abaixo temos uma representação do fluxo produtivo (figura 29) para auxiliar o
desenvolvimento de um layout quando definido o local de implantação da UPMR:
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Vale a pena ressaltar alguns pontos quanto ao processo e principalmente a coleta de dados da
operação:
● O triturador de vidro é um equipamento projetado especialmente para esta operação,
priorizando a segurança. O Operador descarrega as caixas em uma esteira de
Instituto Recicleiros 78
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alimentação, com taliscas para evitar retorno do material na elevação. Ela abastece o
moinho triturador, que pode ser ajustado para a granulometria desejada.
● Os demais materiais, que não foram separados na Pré-Triagem, são empurrados até o
fosso da moega, de onde são movidos, pela esteira de alimentação, até a de triagem.
Esta máquina tem velocidade controlável da correia transportadora. Os Triadores
ficam dispostos dos dois lados da esteira. Cada um é responsável por separar 5 tipos
de materiais, que são depositados em 5 carrinhos porta big bags, que ficam ao lado e
atrás do Cooperado. Os carrinhos laterais são compartilhados por 2 Triadores. Parte
do material vindo da Coleta Seletiva não é aproveitável (material orgânico indevido,
peças muito pequenas, não recicláveis, etc..) de modo que existe, no final da esteira de
triagem, uma de rejeito. Ela eleva este material e o deposita em caçambas plásticas,
com rodas.
● Quando cheios de material reciclável, os carrinhos porta big bags são movidos, pelos
Apoios, para o terceiro ponto de registro e controle. São aí, pesados em outra balança
eletrônica.
● Quando disponível em número requerido, os carrinhos porta big bags são movidos
para prensagem, operação executada atendendo requisitos operacionais de Segurança.
● Por fim, são transportados, com uso da empilhadeira semi elétrica, para guarda no
Estoque Final, e posterior comercialização.
Instituto Recicleiros 79
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O layout da UPMR para atendimento à coleta seletiva de Três Rios deverá ser desenvolvido
levando em consideração a edificação onde a operação será implantada. Para isso, será
utilizada a lista de equipamentos apresentada anteriormente associada aos fluxos de processos
que serão apresentados a seguir.
Também é importante pontuar os locais onde dados de produção são aquisitados para
alimentação do sistema de gestão, a saber:
- Entrada de materiais
- Triagem de materiais
- Compactação de papelão
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Primeiramente são apresentados os gastos com recursos humanos, que adota como premissa
remunerações básicas de um salário mínimo líquido por posição produtiva e remunerações
diferenciadas para as posições que exigem algum tipo de especialização ou adicional de
insalubridade. Depois são agrupados os outros principais gastos do galpão, como aluguel e
IPTU, contas de energia e água, contabilidade, entre outros. Então, são apresentadas as
principais fontes de receita, o ponto de equilíbrio e a projeção de fluxo de caixa quando a
operação estiver em plena capacidade.
Tem-se como remuneração base bruta para estudo de viabilidade do empreendimento o valor
do salário mínimo de 2021. Os valores brutos incluem os fundos, impostos e benefícios
pertinentes a cada função a ser desempenhada na UPMR, que são apresentados na tabela 10.
O adicional de insalubridade sobre a remuneração líquida base foi aplicado apenas nas
posições de trabalho da “Coleta”, podendo, porém, ser modificado a partir do
desenvolvimento do Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA) a ser
desenvolvido na etapa de implementação do projeto.
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Modalidade da
Coleta Processamento Administrativo Coordenação Presidência
atividade laboral
Na tabela 11 está apresentada a estimativa de gastos com recursos humanos, baseados nas
remunerações brutas desejáveis e na quantidade de postos de trabalho com a operação em
plena capacidade, como mostrado anteriormente. O valor estimado total com recursos
humanos na UPMR é de pouco mais de R$56.000 por mês.
Além das despesas que foram anteriormente citadas, esse valor total também considera um
valor adicional para os integrantes do Conselho Fiscal. Em função das responsabilidades das
atividades do Conselho e como forma de incentivo à participação nessas atividades, um valor
extra de remuneração é considerado para esses cooperados.
Coleta
Processamento
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Coordenador e Auxiliar de
R$ 1.320 2 R$ 2.640
Administração
Total RH R$ 56.155
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
Além dos gastos com recursos humanos, a organização de catadores possui uma série de
outros gastos, que incluem desde gastos do galpão, como aluguel, IPTU, conta de energia,
conta de água e manutenção, até gastos administrativos que consideram a contabilidade,
assessoria juridica, internet, telefone e material de escritório, chegando por fim aos impostos.
Os impostos devidos em cima da receita bruta de vendas são o PIS e COFINS, que somados
atingem uma taxa tributária estimada de 9,3% em cima da receita bruta. E o ISS - Imposto
Sobre Serviços deve ser recolhido quando a cooperativa prestar algum serviço. Essas
informações são consolidadas na tabela 12 do anexo 9, em que as receitas e os gastos são
agrupados.
12.4.3 Receitas
a) Vendas de materiais
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A UPMR precisa realizar um controle apurado de vendas e garantir que este procedimento
ocorra mediante emissão de Nota Fiscal eletrônica (NF-e), principal comprovante de
destinação final dos resíduos recicláveis.
Considerando a capacidade produtiva máxima da UPMR de produzir 198.000 quilos por mês
e o preço médio mínimo de comercialização dos recicláveis de R$0,50/kg para que o
empreendimento seja economicamente viável, a receita mensal estimada com as vendas de
materiais é de aproximadamente R$99.000. Esse valor de comercialização considera que a
UPMR trabalhará com a padronização da produção e irá buscar a venda da maioria dos
materiais diretamente para indústria.
b) Prestação de Serviços
Receitas
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Fundos
FATES - 5% R$ 1.092
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Estima-se que a UPMR atingirá o ponto de equilíbrio após 18 meses e chegará a 100% do
volume projetado no 37º mês.
Receitas
Gastos
Resultado R$ 180,00
Fonte: Instituto Recicleiros (2021)
A UPMR, assim como os demais vetores do sistema, tem, como já mencionado, sua própria
complexidade. Como sua finalidade e responsabilidade no sistema é dar destinação adequada
a todo o material que recebe, o fluxo de atividades, processos e resultados requer aparato
administrativo e de governança que possibilitem o cumprimento da eficiência esperada.
Considerando que a prefeitura já é formalmente responsável pela gestão e coleta dos resíduos
gerados pela cidade, a alternativa de poder delegar a operação e administração da UPMR a
um ente privado é a que melhor aproveita os recursos disponíveis. É preciso ressaltar que o
financiamento dessa estrutura (estruturas, pessoas, administração, encargos), em princípio, se
dará pela comercialização do material reciclável coletado na cidade e, eventualmente, por
meio do complemento de outras fontes de receita (subsídios, serviços), necessárias à
sustentabilidade da empresa ou mesmo pela participação indireta do setor empresarial,
interessado em logística reversa de embalagens.
Sob esses aspectos é preciso considerar que a UPMR deverá ter um modelo organizacional,
com características empresariais, que primam pelo controle de processos, planejamento e
eficiência operacional. Precisa ser gerida com princípios avançados de governança, com a
consciência e responsabilidade de que presta serviço à municipalidade, atendendo à demanda
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acordada, de forma segura e comprovada no que tange à destinação dos resíduos beneficiados
e no cumprimento das metas e responsabilidades contratuais.
Para que o empreendimento (UPMR) possa cumprir sua função específica (processamento de
material reciclável urbano) e sua função social, no sentido de promover a inclusão
socioprodutiva de pessoas socialmente desfavorecidas, a organização de catadores deverá ser
formada por trabalhadores interessados em empreender em atividade relacionada à cadeia
produtiva de resíduos sólidos recicláveis.
Os trabalhadores que farão parte da Organização de Catadores poderão ser aqueles que já
atuam informalmente na catação de material reciclável, ou mesmo aqueles sem histórico
relacionado a esta atividade específica, mas que atendam ao perfil socioeconômico e critérios
estabelecidos para formação do grupo (Anexo 11 - Perfil Socioeconômico da organização de
catadores).
O regime jurídico que trata o MROSC tem como fundamentos a gestão pública e
democrática, a participação social, o fortalecimento da sociedade civil, a transparência na
aplicação dos recursos públicos com o objetivo de promover o fortalecimento institucional, a
capacitação e o incentivo da sociedade civil para a cooperação com o poder público,
priorizando o controle de resultados.
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A visão ampla sobre a rede de relacionamentos que suporta o Programa de Coleta Seletiva é
fundamental para o estabelecimento de vínculos importantes para realização do programa.
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Secretaria Municipal - Garantir a correta execução da coleta seletiva, monitorando a execução dos
de Serviços Públicos roteiros, horários e qualidade dos veículos.
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Secretaria Municipal
- Apoiar o processo de formação da organização de catadores.
de Assistência
- Apoiar os catadores no acesso a programas de assistência social
Social e Direitos
municipais, estaduais e federais.
Humanos
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O conselho deverá ser composto por entes da gestão pública municipal, sociedade civil,
indústrias, instituições de ensino, organizações não governamentais, entre outras partes
interessadas, contando primordialmente com o envolvimento das partes interessadas
presentes neste Plano de Coleta Seletiva. Vale ressaltar que a participação no conselho é
considerada prestação de serviço público relevante e não remunerada.
Além disso, o conselho deverá instituir sua Secretaria Executiva com poderes deliberativos,
sendo esta composta por 11 membros, a saber:
Os representantes podem ser indicados ou eleitos por meio de votação. Em caso de votação, a
eleição se dará por votação secreta. A duração do mandato da Secretaria Executiva será de 1
ano, podendo ser renovável.
A secretaria deve preparar a pauta e atas das reuniões, manter o cadastro dos membros
atualizados, fazer a documentação do trabalho do conselho, circular informação entre os
membros, propor o cronograma anual de reuniões, promover o controle dos prazos,
apresentar as candidaturas de novos membros.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Para um plano de coleta seletiva ser executado com custos competitivos e viáveis para todas
as partes, deve-se obter a maior quantidade de resíduos recicláveis na coleta do Canal Verde
com índices mínimos de "rejeitos", que são os resíduos do Canal Cinza (lixo comum),
descartados no Canal Verde indevidamente.
Assim, os responsáveis pela execução da operação de coleta não podem, em hipótese alguma,
recolher resíduos que não sejam exatamente os definidos para determinado Canal de
Destinação. E essa questão sobre como descartar e o que descartar é transmitida e reforçada
pela comunicação, que é a ferramenta de educação e mobilização social.
As ações de comunicação devem ser direcionadas e atingir com efetividade os públicos alvo
(figura 31). Abaixo são relacionados os principais:
Grandes Geradores
O descarte de resíduos com destino para a reciclagem pode ser obrigatório por lei. O
atendimento a esse perfil de geradores contribui para a sustentabilidade das UPMRs.
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Pequenos Geradores
Os pequenos geradores são atendidos através da coleta seletiva realizada diariamente dentro da
rota do caminhão da reciclagem. Pequenas empresas, cidadãos, comunidades e outras
instituições como escolas, são responsáveis pela maior parte dos resíduos que chegam até a
cooperativa, de forma que é o público-alvo que merece a maior parte de esforços dentro do
plano de comunicação do PCS.
Cooperados
Os cooperados da reciclagem são os verdadeiros protagonistas da história de sucesso do
serviço de coleta seletiva em um município. A comunicação desse público com os demais é
fundamental, pois além da necessidade funcional do entendimento entre ambas partes para a
eficácia da operação, a motivação dos cidadãos também ocorre através da identificação com os
catadores e de contribuir para uma solução não só ambiental, mas também social.
Para isso, pode ser considerada a matriz comportamental para direcionar as ações e argumentos
de campanha, o tom de voz e as escolhas criativas dos materiais (figura 32):
A figura acima, mostra a relação entre engajamento e os aspectos motivacionais de cada grupo,
sendo uma relação cada vez mais humana para a direita e mais corporativa para a esquerda.
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Quanto mais se fala com os grupos da esquerda, mais deve-se pensar em: relacionamento;
orientação sobre a legislação existente; responsabilidade corporativa e benefícios legais e de
reputação e imagem, para todos cumprirem as suas responsabilidades. Quanto mais se fala com
os grupos da direita, mais trabalha-se comportamento, com as escolhas voluntárias, a
responsabilidade individual e com motivos e propósitos para se aderir à causa da reciclagem.
14.2 Método
● Sinalização funcional;
● Orientação de descarte;
● Sinalização funcional UPMR;
● Engajamento para o descarte seletivo.
● Cores;
● Símbolos;
● Nomenclaturas;
● Disposição/ posicionamento.
Estes quatro elementos devem ser seguidos para que seja possível estabelecer um código no
município, que auxiliará o entendimento geral e irá impactar diretamente no resultado do
Programa.
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Lixeiras do Canal Verde devem sempre estar posicionadas do lado esquerdo do observador e,
lixeiras do Canal Cinza, do lado direito.
São todas as ações voltadas para a orientação do usuário do programa de coleta seletiva e
devem ser capazes de comunicar com clareza os seguintes aspectos:
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
A unidade de processamento de materiais recicláveis deve ter sua própria identidade visual e
materiais de comunicação funcionais, além de materiais motivacionais e que inspirem o senso
de unidade, pertencimento e colaboração entre os participantes da cooperativa.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
Caminhão
O caminhão da coleta deve ser caracterizado com a identidade da coleta seletiva para que seja
facilmente identificado pelos geradores de resíduos. A emissão sonora de uma trilha
exclusiva e característica ajuda a conscientizar os cidadãos de seu dia e horário de passagem.
As ações de sensibilização e engajamento da população não têm caráter pontual. Devem ser
realizadas constantemente, em diversos formatos, mídias e situações, tendo como objetivo a
transformação gradativa da atitude e da percepção da população, mirando resultados também
progressivos, de curto, médio e longo prazo.
Para que as ações de comunicação surtam o efeito desejado e sejam refletidas diretamente nos
indicadores de resultados do Programa elas devem primar por (i) qualidade; (ii) assertividade;
(iii) abrangência e (iv) recorrência.
(i) Qualidade: as peças de comunicação devem ser produzidas com qualidade, tanto na
criação quanto na escolha das mídias, sejam elas impressas, em vídeos, áudios ou qualquer
outro formato.
(ii) Assertividade: as mensagens devem ser claras, com linguagem acessível, adequada ao
público-alvo e diretas ao ponto. Seguir orientações do quadro de públicos-alvo da
comunicação.
(iii) Abrangência: a distribuição do conteúdo deve atingir todo o território, garantindo que
todos os munícipes tenham acesso aos comunicados, independente do local de trabalho e
residência, idade, classe social e escolaridade, alfabetizados ou não alfabetizados.
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Plano Municipal de Coleta Seletiva - Três Rios/RJ
(iv) Recorrência: a comunicação deve ser recorrente, com mensagens e mídias variadas e
com cadência programada, de forma a persuadir e gerar confiança no interlocutor.
Campanha de conscientização
A partir daí a campanha deve ser perene e constante, com esforços pontuais regionais ou em
momentos de perda de eficiência, constatada na diminuição do volume de resíduos
descartados nas rotas dos caminhões de coleta.
Objetivos da Campanha
Sugestões de mensagens
Tornar o programa de
A partir de (citar data de
Coleta Seletiva do
Lançamento do Programa início) o município (citar
Município conhecido por
de Coleta Seletiva município) terá coleta seletiva
100% da população
passando na sua porta.
residente
Garantir o entendimento
pleno e engajamento da
Lista de materiais
população sobre a A reciclagem é fundamental
recicláveis e forma de
importância da reciclagem, para a sustentabilidade e
descarte/acondicionamento
quais são os materiais que qualidade de vida em nossa
devem ser descartados para cidade. Saiba o que deve ser
Lista de materiais não
a coleta de Recicláveis e descartado na coleta seletiva e
recicláveis e forma de
quais devem ser quais as melhores práticas.
descarte/acondicionamento
descartados para a coleta
dos Não Recicláveis.
Canais
A partir deste racional, tem-se como principais meios de contato com os diferentes públicos
da cidade os que seguem:
Mídia exterior - outdoor: quando tivermos este canal nas cidades, será uma boa forma de
impactar um grande número de habitantes do município rapidamente. O outdoor deve ser
considerado pelo menos nos 2 meses iniciais da campanha de engajamento.
Jingle Coleta Seletiva: trilha musical para distribuição em mídias eletrônicas (carro de som e
rádio) e veiculação no carro de coleta, até que os munícipes se conscientizem sobre a
existência e fixem as informações básicas, como dia e horário da coleta.
Mídia Impressa (anúncios pagos e matérias): quando existirem veículos impressos nas
cidades incluir anúncios e matérias informativas por meio de releases.
Mídia Digital: No plano de comunicação, parte da verba deve ser destinada para marketing
digital e a realização de anúncios pagos em Facebook, Instagram, LinkedIn e rede display.
Também recomenda-se a publicação de conteúdo constante nas redes sociais nos perfis da
cooperativa e parceiros, com apoio de influenciadores locais e de compartilhamentos nas
redes de outras entidades que possam contribuir na propagação de mensagens.
Outros canais que podem contribuir para a divulgação de ações são os canais da prefeitura e
associações, além de listas de WhatsApp, que tenham contatos estratégicos da administração
pública, cooperados, líderes técnicos, influenciadores comunitários e equipe responsável pela
implantação do PCS.
As peças para as redes digitais seguirão as fases da campanha, inicialmente com teasers,
depois com o lançamento da reciclagem e depois com mensagens de sustentação, como dicas
e questões de responsabilidade ambiental. Os valores para mídia digital variam de acordo
com o tamanho do município.
Materiais impressos: Os materiais em papel são utilizados quando necessários para se obter
alcance a todo o público do município. Sempre que possível, esse papel deve ser reciclado e
não deve haver desperdício de materiais. Em municípios menores, recomenda-se a utilização
de cartazes A2 ou A3 para estabelecimentos, órgãos públicos e escolas; panfletos para serem
entregues nas residências e comércios, ou utilizados em ações de mobilização, além de outras
possibilidades como imãs de geladeira, lixeiras para carro, comunicação em caixas de pizza
etc.
Outro aspecto fundamental é que as escolas tenham suas dependências adequadas ao padrão
do Programa de Coleta Seletiva, com implantação das lixeiras, sacos plásticos, contentores e
a correta sinalização, conforme Anexo 13 - Especificações das estruturas de descarte para
As ações com as escolas públicas englobam: imagens para WhatsApp e redes sociais para que
a escola possa também promover a campanha, além de realizar alguma ação participativa
com os alunos - como uma gincana temática, visitas à Cooperativa (UPMR) ou mesmo uma
“pedalada da reciclagem”, como citado acima. Materiais informativos, cartilhas, peças de
orientação para o correto uso do sistema de reciclagem e sensibilização dos alunos para a
causa ambiental em geral são possibilidades que podem acontecer, dependendo de cada
realidade local.
Outros grupos que podem contribuir para o fortalecimento do Programa são os presidentes de
bairro e líderes comunitários. Estes atores têm grande potencial de articulação comunitária,
fator esse primordial para engajamento da população. Eles podem atuar como interlocutores
diretos com o serviço público, garantindo assim a melhoria contínua dos serviços.
A efetividade das ações de comunicação realizadas é medida por uma série de indicadores. O
mais importante deles, representado pela quantidade de materiais recicláveis ingressando na
Unidade de Processamento e o baixo índice de materiais não-recicláveis contido neles,
permite avaliar a efetividade das ações por segmento do território e, com isso, endereçar
ações específicas e customizadas para cada região.
Também devem ser realizados acompanhamentos das mídias digitais por meio de ferramentas
de monitoramento disponíveis como: Google Analytics, relatórios de seguidores e curtidas
nas redes sociais, dados da ferramenta de automatização de marketing, etc.
14.4 Cronograma
Etapas da Comunicação
Durante este período, que dura em média quatro meses, devem ser preparadas peças de
sinalização visual dos equipamentos relacionados à coleta seletiva, tais como mas não se
limitando a:
Durante esta fase também são realizados teasers (mensagens que despertem a curiosidade)
para a população sinalizando a aproximação do lançamento da coleta seletiva no município.
A intenção é que os cidadãos se preparem para o início da separação doméstica dos resíduos
do lixo comum. Para tal, são utilizados principalmente veículos de comunicação local para
divulgação do Programa no município.
O plano de mídia deve ser adequado para a realidade do município, respeitando a cultura
local e envolvendo influenciadores, que serão multiplicadores dos conceitos da campanha.
Essa articulação local é extremamente necessária para o aumento do engajamento e
fidelização da comunidade, para que esse processo educativo alcance resultados perenes com
todos os envolvidos.
Para realizar o orçamento das ações de comunicação deve ser realizada em primeiro lugar
uma lista de todos os custos envolvidos no processo, desde a produção da sinalização
funcional da UPMR, até a mídia online. Deverão ser consideradas as mídias que têm maior
aderência e custo-benefício no município.
Diante do cenário das leis e instrumentos legais existentes no município de Três Rios, no que
tange aos resíduos sólidos, identificou-se a necessidade da criação dos seguintes
instrumentos.
● Define a propriedade dos resíduos como sendo da prefeitura conforme Plano Nacional
de Saneamento Básico (PNSB);
● Define padrão mínimo para tamanho e resistência das sacolas a serem distribuídas
pelo comércio atacadista e varejo;
Na esfera do Poder Público, a assessoria técnica deverá apoiar a implantação e condução das
agendas operacionais, administrativas e estratégicas do projeto, auxiliando no direcionamento
das ações de maneira a cumprir o escopo determinado por este Plano de Coleta Seletiva e
monitorar sua execução, para que sejam endereçadas ações preventivas e corretivas sempre
que necessário.
As ações do poder público que poderão receber apoio da assessoria técnica especializada
incluem:
● Execução da fiscalização;
● Relacionamentos humanos.
2. Qualidade dos resíduos que chegam à UPMR (Índice máximo de rejeitos < ou = 20%
da massa total coletada);
Para que a estrutura esteja pronta e apta a atender aos pontos colocados nos ítens 1, 2 e 3
acima, é necessário viabilizar os recursos para implementação do Programa de Coleta
Seletiva, que poderá se dar em fontes como:
- Governo Federal;
- Governo Estadual;
- Fundo de Meio Ambiente;
- Termos de Ajustamento de Conduta;
- Cooperações Internacionais e Bancos de Fomento;
- Logística Reversa de Embalagens Pós-Consumo;
- Editais públicos e privados.
Para tal, este PCS fornece subsídios para acesso a estas fontes de recurso, devendo a
informação ser organizada de acordo com as exigências de cada financiador.
De acordo com a estratégia de implementação e operação deste Plano, quanto maior for a
taxa de recuperação de materiais recicláveis, maior será a probabilidade de atrair
investimentos.
Particularmente, arranjos de cooperação entre municípios tendem a ter especial atenção das
fontes financiadoras citadas. Dessa forma, recomenda-se que o município busque
oportunidades de atuação em parceria com municípios vizinhos, principalmente aqueles de
menor porte, onde a operação de uma UPMR tende a demorar para encontrar o ponto de
viabilidade até que a maturidade do sistema de coleta e transporte de materiais atinja altos
níveis de recuperação de resíduos recicláveis.
Nesse tópico serão apresentados os principais custos estimados com relação à implantação da
coleta seletiva, com exceção dos custos de coleta e transporte de materiais que dependem da
condução de um processo de tomada de preço a ser conduzido pela prefeitura previamente à
licitação utilizando os parâmetros fornecidos neste PCS.
Para que tudo isso seja possível, o município deve ser um agente viabilizador das melhores
condições para o desenvolvimento do programa em seu território, empenhando-se no
engajamento de órgãos públicos e servidores, na regulamentação para criação de segurança
institucional, principalmente com a tramitação e promulgação da Lei de Coleta Seletiva
Municipal, Lei das Sacolas Plásticas e a criação do Conselho de Coleta Seletiva; e confiança
nos investidores e na execução precisa e efetiva da coleta diferenciada de resíduos, elemento
vital para abastecer esse mecanismo todo.
A partir da publicação deste Plano, é desejável que seja iniciada a etapa de implantação,
demandando portanto as ações descritas por parte das partes interessadas envolvidas.
Referências
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