Estudando: Geografia Geral: África - Aspectos Históricos
Estudando: Geografia Geral: África - Aspectos Históricos
Estudando: Geografia Geral: África - Aspectos Históricos
ESTRUTURA FAMILIAR -o clã, composto por famílias cujos membros possuem antepassados comuns. O
parentesco é, majoritariamente, definido pela figura do pai. Os casamentos são realizados com pessoas de
clãs diferentes e as esposas passam a viver no clã do marido. Os clãs se desenvolvem no interior das tribos,
que ocupam áreas geográficas bem definidas e apresentam estreitos laços de coesão grupal. A liderança
política dos clãs é exercida por um chefe que é responsável pela delimitação e preservação do espaço
geográfico clânico. Tradicionalmente, as atividades econômicas do grupo, em média composto por 130
pessoas, são a caça e a coleta vegetal.
ESTRUTURA SOCIAL QUE SE SEGUIU AO CLÃ -a tribo, entidade social mais sofisticada que dever ter surgido
após a domesticação dos animais e do início da produção agrícola. Na organização tribal, há um aumento dos
grupos de parentesco e já começa surgir uma divisão social do trabalho mais complexa, responsável pela
coesão do grupo que não mais se funda exclusivamente em laços matrimoniais.
O tráfico negreiro teve conseqüências extremamente negativas para a realidade sócio-econômica africana:
lutas tribais internas, aniquilamento de tribos e reinos negros e a total decadência do artesanato africano
provocada pela entrada de manufaturas européias. Do ponto de vista humano, o apresamento de escravos
representou um verdadeiro desastre: calcula-se que entre 50 e 200 milhões de negros morreram durante os 4
séculos de escravidão; 20% desse total pereceram durante as viagens para as áreas coloniais do Novo Mundo.
A Revolução Industrial, cuja primeira etapa teve início no século XVIII, tornou possível a eliminação
doescravismo, já que esse entravava o desenvolvimento capitalista. Agora, tornava-se necessária a
ampliaçãodos mercados para os excedentes de mercadorias gerados pela mecanização da produção e isso
só seriapossível pela conversão do escravo em trabalhador livre e assalariado.
Ao longo do século XIX, o continente africano tornou-se um privilegiado laboratório natural parapesquisas
levadas a efeito por cientistas europeus. Por volta de 1830, o colonialismo ocidental ocupavasomente a faixa
litorânea do continente, ou seja, aproximadamente 10% de sua superfície total. Contudo, apartir dessa data, a
Inglaterra, a França e a Bélgica mostraram interesse em penetrar o continente e ocuparessas regiões. Num
primeiro momento, chegaram os exploradores usando como pretexto a curiosidadecientífica; em seguida,
sucessivamente, vieram médicos, missionários religiosos, comerciantes e soldados:tinha início a fase
imperialista do capitalismo.
A EXPANSÃO IMPERIALISTA
Em 1884–1885 as nações européias promoveram oCongresso de Berlimcom o objetivo de levar a efeito uma
partilha pacífica do território africano. Ao contrário do previsto, a delimitação e a fixação das fronteiras das
áreas coloniais já conquistadas e das que viriam a ser ocupadas provocaram inúmeros confrontos entre os
países imperialistas. Antes da Conferência, apenas 10% do território africano, como já dissemos, estavam sob
controle europeu; em poucos anos, a colonização já abrangia 90% dele.
Em 1903, a Inglaterra e a França firmaram a “Entente Cordiale” (“Acordo Amigável”), que dividia o Norte da
África entre as duas potências. O Egito e o Sudão caberiam ao Reino Unido, e a França, por seu turno,
dominaria a Argélia, a Tunísia e Marrocos, restando a Líbia para o controle imperial italiano.
Quando da eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914-18), somente a Abissínia (hoje, Etiópia) e a Libéria
(unidade política fundada por negros norte-americanos que retornaram ao continente de origem) tinham
permanecido independentes. Logo após o conflito, a Alemanha perdeu suas colônias. A região deTogocaiu em
mãos inglesas;Camarõesfoi dividido entre a Inglaterra e a França; aÁfrica Oriental Alemã, sob a denominação
deTanganica, foi incorporada às possessões inglesas. A região sudoeste da África, até então sob controle
germânico, passou para ocupação da União Sul-Africana. Entre 1935 e 36, a Abissínia foi tomada pela Itália,
compondo, junto com a Somália, a África Oriental Italiana. Independente, agora, somente a Libéria.
No período entre guerras, tiveram início alguns movimentos políticos africanos em prol da independência.
Embora ainda modestos, esses esforços levaram as nações ocidentais a criar alguns países africanos
formalmente independentes, destacando-se oEgito, protetorado britânico que se declarou independente em
1922, continuando a ser área de influência do Reino Unido. O Canal de Suez, situado em seu território,
permaneceu, sob total controle militar britânico, também aUnião Sul-Africana, apesar de independente desde
1909, estava integrada na Comunidade Britânica de Nações (Commonwealth), mantendo íntimos laços
econômicos com o Reino Unido.
A DESCOLONIZAÇÃO
No final da Segunda Guerra Mundial (1939-1945), o cenário geopolítico do mundo alterou-se: em primeiro
lugar, estava definitivamente sepultado oeuropocentrismoe, agora, o globo se bipolarizara, de um lado oBloco
Ocidental, liderado pelos EUA; de outro oBloco Comunista, capitaneado pela URSS. Esse
as dificuldades econômicas dos países europeus, agora impossibilitados de manter a ocupação colonial,
pois precisavam reconstruir suas economias devastadas pela guerra;
o surgimento de movimentos nacionalistas nas áreas coloniais, muitos deles liderados por intelectuais que
haviam estudado na Europa e sofrido influência das ideologias democráticas e socialistas;
as pressões anticolonialistas, levadas a efeito por políticos e agremiações partidárias da Europa, que
defendiam o conceito de que havia uma contradição entre o combate ao nazi-fascismo, ao longo da Segunda
Guerra Mundial, e a preservação de laços coloniais.
Diversas foram as formas pelas quais se deu o processo de descolonização. As principais podem ser assim
resumidas:
MODELO BRITÂNICO- de início, o Reino Unido se opôs ferozmente aos processos descolonizatórios,
enfrentando militarmente os movimentos nacionalistas. O mais destacado exemplo dessa postura inglesa foi
o combate às guerrilhas MAU-MAU de Quênia. Também foi essa a atitude britânica quando da independência
da Malásia. Percebendo a inutilidade desses esforços, a Inglaterra mudou de postura, passando a promover,
de forma controlada, a independência de suas demais áreas coloniais. No final do processo, 15 novas nações,
ex-colônias britânicas, nasceram no Continente Africano.
MODELO FRANCÊS- após oferecer tenaz resistência à independência da Argélia, liderada pela Frente Nacional
de Libertação da Argélia (FNLA), a França promoveu a formação da Comunidade Francesa, pela qual as ex-
colônias passaram a receber apoio financeiro e técnico .
MODELO PORTUGUÊS- Portugal, onde prevalecia o autoritarismo político liderado por António Oliveira Salazar,
procurou manter suas colônias (Angola, Moçambique, Guiné Bissau e Cabo Verde) militarmente, atolando
aquela nação ibérica nas intermináveis guerras coloniais. No dia 25 de abril de 1974, quando a ditadura
portuguesa foi derrubada pela “Revolução dos Cravos”, liderada pelos capitães e outros jovens oficiais do
Movimento das Forças Armadas (MFA), a ascensão de um governo esquerdista em Lisboa possibilitou a
independência das áreas coloniais.
MODELO ESPANHOL- após mais de quatro séculos de ocupação do Marrocos, a Espanha se viu obrigada a
enfrentar um movimento de libertação nacional denominado Frente Polisário. Após 2 anos de luta, o governo
de Madri abandona quase totalmente a região, mantendo sua presença numa estreita faixa litorânea.
MODELO BELGA- disposta a não ceder seus territórios no Continente Negro, a Bélgica enfrentou militarmente
os movimentos descolonizatórios. Derrotado, o governo de Bruxelas é obrigado a ceder, mas, interessado em
criar problemas tribais em suas ex-regiões coloniais, dividiu-as em três países:
Zaire, Ruanda e Burundi, onde convivem duas tribos absolutamente antagônicas, os Tutsis e os Hutus.
OS PROBLEMAS DA DESCOLONIZAÇÃO
Após seus êxitos iniciais, os movimentos nacionalistas africanos logo se viram diante de questões e
problemas até hoje insolúveis. Dentre eles, destacam-se: