Juciane Rosa Gaio Fratini
Juciane Rosa Gaio Fratini
Juciane Rosa Gaio Fratini
Itajaí
2007
JUCIANE ROSA GAIO FRATINI
Itajaí
2007
JUCIANE ROSA GAIO FRATINI
Esta dissertação foi aprovada em sua forma final pelo Programa de Mestrado
Profissionalizante em Saúde e Gestão do Trabalho da Universidade do Vale do Itajaí para
obtenção do título de Mestre.
_______________________________________
Profa. Dra. Rosita Saupe
UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde
Orientadora
_________________________________ _________________________________
Profa. Dra. Elizabeth Navas Sanches Profa. Dra Vera Lúcia Guimarães Blank
UNIVALI – Centro de Ciências da Saúde UFSC – Centro de Ciências da Saúde
Membro Membro
DEDICATÓRIA
A partir de agora me sinto mais completa, as horas acordada debruçada sobre o material, e a
ansiedade, hoje são lembranças agradáveis e ainda quentes em minha memória, pois muitos
obstáculos foram vencidos e tenho que agradecer:
A Deus, que deu a dádiva de captar a luz que me guiou por esses caminhos obscuros;
Ao meu marido Idécio e à minha filha Gabriela. A vocês que abriram mãos de momentos de
convívio, sofreram a minha ausência quando o dever e o estudo me chamaram. A vocês que
muitas vezes me receberam de mau humor pela ausência, por saudade ou impaciência. A
vocês que agora vêem com alívio este fim de etapa e, por mais que não quiseram demonstrar,
estão mais felizes do que eu. Meu abraço de carinho, reconhecimento pelo sacrifício e a
promessa de fazer o máximo para que esses anos sejam lembrados, de momentos poucos, mas
muitos intensos;
À professora orientadora Dra. Rosita Saupe, pela disponibilidade na orientação deste trabalho,
respeitando minhas limitações e dificuldades, porém sempre me incentivando a aprimorar
conhecimentos, por sempre acreditar em meus ideais, por ser exemplo de dedicação e
transmitir os segredos da caminhada. O meu respeito e o meu afeto;
À bolsista Aline Massaroli, pela sua disponibilidade no auxílio deste trabalho;
Ao professor Henri Stuker, pela disponibilidade nas orientações realizadas, abrindo portas e
iluminando meu caminho;
Aos pacientes e familiares por participarem deste estudo;
À instituição da coleta da pesquisa, o meu agradecimento;
Aos professores e colegas do mestrado pelo momento vivido;
Aos meus pais e meus irmãos pelo incentivo;
Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e tecnológico (CNPq), pelo
financiamento e aprovação do projeto conforme o protocolo 2864587691465676, o meu
agradecimento;
Ao Programa Integrado de Pós-Graduação e Graduação (PIPG), pela oportunidade e
aprovação do projeto, as minhas considerações;
Aos membros da banca examinadora, pela disponibilidade e participação, o meu muito
obrigado;
À Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) pela oportunidade, o meu muito obrigado.
“O direito à vida não deveria comportar
discussões nem ser objeto de polêmicas, pois
representa o mais sagrado direito do homem: o
direito de existir. Todos os demais direitos,
direito à saúde, direito à propriedade, direito a
ter e criar filhos, direito de se expressar etc.,
são decorrentes do direito que o homem tem
de nascer.” (Prof. Humberto L. Vieira)
FRATINI, J.R.G. Avaliação de um programa de referência e contra-referência em saúde.
Dissertação (Mestrado Profissionalizante em Saúde e Gestão do Trabalho) – Universidade do
Vale do Itajaí, Itajaí (SC), Centro de Ciências da Saúde, 2007.
RESUMO
ABSTRACT
The process of change in society has revealed a need for widespread changes in the system of
healthcare for individuals, families, groups and society in general. The adequate organization
and functioning of systems of reference and counter-reference is a fundamental requirement
for achieving integrality, one of the principles of the Brazilian health system. For it to become
effective, it is essential to continually search for integration among the institutions and among
professionals. In the scope of the influence of the hospital institution, the emphasis today is
on a more humanized healthcare, giving priority to the patient, their families and their needs.
On the other hand, the current situation of overburdened hospitals, risks of infection, and
prolonging of the period of hospitalization for various reasons, requires creativity and
initiative on the part of professionals and institutions, in order to try out possibilities for
working with realistic humanization projects which take all these aspects into consideration.
Within this scenario of innovative trends, this study analyzes the reference and counter-
reference program of “special discharges”, from a perspective of contributing to its
evaluation. The data were collected during a one-year period, accompanying 178 patients,
who met the requirements for participation in the study, and who received guidance relating
to their health situation, and were referred for counter-reference, which is understood as the
basic healthcare unit. The analysis of the results concludes that the model is adequate, and
defines the items which deserve greater investment for their consolidation, highlighting the
importance of permanent communication between institutions and professionals who work in
the hospital and public health network. The model requires testing in other institutions, and
improvement of its base. This study contributes to improving the quality of life and health of
the population, which is not restricted to the responsibility of health systems, but is a result of
the way in which society is organized and establishes its priorities.
RESUMEN
Gráfico 1 – Distribuição dos leitos ocupados com pacientes com ‘longa permanência’ (cartão
vermelho) no período de Abril de 2006 a Março de 2007 .......................................................38
Gráfico 2 – Distribuição do número de diárias excedentes no período de abril de 2006 a março
de 2007 ....................................................................................................................................40
Gráfico 3 – Distribuição da média de permanência no período de abril de 2006 a março de
2007 .........................................................................................................................................41
Gráfico 4 – Antecipação das altas em 2005 e 2006/2007 ........................................................48
Gráfico 5 – Necessidade apresentadas pelo paciente/família no momento da alta .................50
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................... 12
3 METODOLOGIA............................................................................................................ 32
5 CONSIDERAÇÕES E CONTRIBUIÇÕES.................................................................... 61
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 65
APÊNDICES ................................................................................................................... 70
ANEXOS ........................................................................................................................ 76
1 INTRODUÇÃO
A atenção á saúde no Brasil deve ser repensada em seu sistema, em sua estrutura, em seus
processos e em seus resultados. A administração dos serviços de saúde deve, igualmente, ser
redesenhada para dar-lhe a eficácia necessária. Mezomo (1995, p. 7), afirma que “Só assim o
sistema e os serviços terão efetividade. [...] E somente assim, também, eles serão adequados,
o que quer dizer que os cuidados serão os exigidos pelas necessidades dos pacientes.”
O mundo está passando por grandes mudanças e o sistema de atendimento à saúde precisa se
adequar a elas. Os serviços de saúde devem mudar não apenas fisicamente, mas também em
sua atitude com relação, sobretudo, ao paciente ou usuário. Com as novas tendências
abrangendo toda a área da saúde, no que diz respeito à humanização hospitalar e cuidado,
cabe aos profissionais de saúde aprimorarem conhecimento e darem ênfase a esse processo de
atendimento. Nessa busca de um cuidado humanizado, priorizando o paciente, sua família e
suas necessidades, cabe-nos trabalhar as carências e dificuldades que perpassam todo o
processo de internação e alta hospitalar, efetivando relação de confiança entre pacientes,
familiares e profissionais.
Para Mendes (1996), a busca de intervenções mais custo-efetivo é uma tendência universal.
Observamos que já vem acontecendo a ambulatorização de determinados procedimentos e
cuidados no domicílio, como uma alternativa de reduzir a hospitalização e a contensão de
custos em saúde. Dentro desse processo de trabalho, há que existir o apoio e envolvimento
dos familiares, comunidade e rede de saúde. Conforme Novaes (1990), um dos objetivos dos
sistemas locais de saúde é atender as necessidades individuais e familiares, integrando
disciplinas e estabelecendo um equilíbrio da assistência dentro e fora do hospital. Para a
efetivação desta integração interinstitucional é necessário que os profissionais pertençam a um
conjunto contínuo de serviços e não a uma unidade isolada, ou seja, a equipe hospitalar se
preocupar com o paciente/família na continuidade da atenção após a alta e vice-versa. Desta
forma os profissionais se sentem integrados nos serviços de saúde tanto hospitalar quanto na
Atenção Básica.
Cecílio (1997) coloca que dentro do hospital deverá ser trabalhado o modelo assistencial no
cuidado do paciente hospitalizado, enquanto a rede básica deverá dar atendimento aos
13
egressos dos hospitais, necessitando ainda do seguimento da equipe que iniciou o tratamento,
servindo de estratégia para a redução do tempo de permanência, valorização da rede básica e
descentralização do tratamento do paciente. A realidade atual de superlotação dos hospitais,
de demanda reprimida, de altos custos da assistência, de riscos de infecção hospitalar, de
prolongamento do período de internação devido às questões sociais das pessoas e famílias,
exige criatividade e iniciativa dos profissionais e instituições na perspectiva de testar
possibilidades de trabalhar com projetos de humanização realistas e que considerem todos
estes aspectos. Com esta perspectiva e acreditando nos benefícios da deshospitalização
planejada e integrada a um sistema de contra referência, um hospital de grande porte,
localizado no Vale do Itajaí, no Estado de Santa Catarina, vem desenvolvendo, desde 2003,
um programa em parceria informal com a gestão municipal. Este programa foi denominado
“Altas Especiais”.
especial” e o profissional que iniciou o trabalho foi designado para coordenar a equipe,
passando a se dedicar somente a esta atividade.
Assim, este processo de trabalho foi sendo sistematizado e aperfeiçoado, gerando participação
efetiva dos profissionais da rede básica, que inclusive, em alguns casos, quando contatados,
dirigiam-se ao hospital para conhecerem o paciente e os familiares e discutirem os cuidados
que o mesmo requeria. Importante fator motivador foi o respeito que a instituição e os
profissionais foram obtendo dos usuários, conforme depoimentos colhidos junto aos mesmos.
Atualmente pode-se considerar que este programa já foi incorporado como uma rotina
hospitalar que, todavia, precisa ser avaliado e discutido na perspectiva de seu
aperfeiçoamento. Por outro lado, acompanhamento da implantação desse programa gerou
vários questionamentos e, em conseqüência, a temática deste estudo, que procurou responder
as seguintes perguntas:
1. Como vem se desenvolvendo o programa de “altas especiais” na perspectiva da referência
e contra-referência?
2. O que é necessário para sua consolidação?
Para responder a estas questões foram propostos alguns objetivos a serem atingidos neste
estudo, sendo que o objetivo geral pretende avaliar um programa de referência e contra-
referência, em andamento em uma instituição hospitalar de grande porte, situada em um
município pertencente à Região do Vale do Itajaí (SC).
Para fundamentar teoricamente este estudo foram selecionados alguns conceitos considerados
nucleares para seu desenvolvimento e que incluem: o Sistema Único de Saúde; a
Integralidade, como princípio norteador do processo de referência e contra-referência em
saúde; a Qualidade da Atenção; e a Avaliação dos Serviços.
Para compreender o sistema de saúde brasileiro é preciso resgatar alguns dos principais fatos
da história recente da saúde no Brasil. Para este estudo foram resgatados: os antecedentes do
Movimento da Reforma Sanitária; a 8a Conferência Nacional de Saúde (1986); a Constituição
Federal de 1988; a criação do SUS; e do Programa ou Estratégia de Saúde da Família.
Entende-se este como um conjunto articulado entre movimentos sociais e políticas públicas
que fundamentam a temática desta dissertação.
2.1.1 Antecedentes
Santas Casas e os hospitais militares, “[...] tão precários em termos de infra-estrutura física e
de recursos humanos” e que atendiam os pobres e ‘indigentes’ (PIRES, 1989, p. 66).
Até a década de 1970, várias iniciativas pontuais, agora mais relacionadas ao fortalecimento
do processo de industrialização, induziram ao aparecimento da assistência médica
previdenciária. Entre elas podemos destacar: a criação das CAP’s (Caixas de Aposentadoria e
Pensões), a partir de 1923; a implantação dos IAP’s (Institutos de Aposentadoria e Pensões, a
partir de 1933); a aprovação da Lei Orgânica da Previdência, em 1960; a unificação dos IAP’s
através da criação do INPS (Instituto Nacional de Previdência Social), em 1966. A
organização jurídica do Sistema Nacional de Saúde, em 1975, juntamente com a criação do
SINPAS (Sistema Nacional da Previdência Social) originou a lógica baseada no Estado como
financiador privilegiado da saúde, o setor privado como principal prestador de atenção, e o
capital internacional como produtor de equipamentos e medicamentos. As conseqüências
deste modelo, aliado à abertura política, geraram as condições favoráveis ao início do
Movimento da Reforma Sanitária (ANDRADE; PONTES; MARTINS JUNIOR, 2007).
Na década de 1960, época em que o Brasil é tomado pelo autoritarismo da ditadura militar,
cresce o descontentamento da população e de diversos setores da sociedade, bem como de
líderes políticos, sindicais e universitários, sobre a organização dos serviços de saúde, dando
origem ao “pensamento crítico em saúde” (WENDHAUSEN, 2002) que estava intimamente
relacionado com a qualidade de vida da população. A partir de então, formou-se um grupo de
pessoas com idéias comuns para a área da saúde, que em uma reunião na Organização Pan-
Americana da Saúde (OPAS) em Brasília, foi chamado de forma pejorativa de “partido
sanitarista” (AROUCA, 2007).
regionalização. Este movimento por um novo sistema de saúde no País originou a chamada
Reforma Sanitária Brasileira (CUTULO, 2006). A palavra movimento sanitário é expressa
como um marco utilizado para aludir a um conjunto de opiniões incluindo as mudanças e
transformações necessárias na saúde no Brasil. Essas modificações envolviam todo o setor
saúde, introduzindo uma nova idéia que pretendia melhorar as condições de saúde da
população.
O ano de 1980 foi marcado por uma crise política, social e econômica. A previdência
enfrentava problemas provenientes de uma política depravada e pelos desvios de verbas e do
outro lado, a insatisfação do povo brasileiro. Diante dos fatos, o movimento sanitário se
ampliou e sua grande missão passou a ser a construção de um novo sistema de atenção à
saúde. Porém, era preciso mobilizar mais setores da sociedade juntamente com a população e
promover a discussão da situação. Os líderes da Reforma Sanitária pensaram em fazer isto por
18
meio das conferências de saúde, que na época eram espaços burocráticos, nos quais a
população não tinha acesso. Com o empenho e determinação desses líderes, foi possível
mobilizar a população e o governo e iniciar a elaboração de propostas para um novo sistema
de saúde, conseguindo viabilizar a 8ª Conferência Nacional de Saúde em 1986, que se tornou
um marco histórico da saúde no Brasil (RONCALLI, 2003).
Nessa proposta de um novo Sistema Nacional de Saúde, a saúde era entendida em um sentido
mais abrangente, resultando das condições básicas de vida, bem como a liberdade de
expressão e a garantia de acesso aos serviços de saúde comprometidos com a promoção,
proteção e recuperação da saúde das pessoas. As conclusões obtidas nessa conferência
passaram a constituir o Projeto de Reforma Sanitária Brasileira, legitimado pelos segmentos
sociais envolvidos e posteriormente levado para aprovação na Assembléia Nacional
Constituinte (1987), sendo que, boa parte das teses e conclusões da 8ª conferência faz parte do
texto final aprovado na Constituição Federal Brasileira. As idéias fundamentais expressas
19
A 8ª Conferência foi marcada pela participação dos usuários dos sistemas de saúde, dando
início ao controle social na saúde. Muitas das propostas apresentadas nessa conferência foram
discutidas e aprovadas pela Assembléia Nacional em 1988, formando a Constituição Federal,
que garantiu o cumprimento de muitos sonhos e ideal da Reforma Sanitária, bem como a
institucionalização de um Sistema Único de Saúde.
Ainda nesta Constituição, que criou o maior sistema de saúde pública do mundo, ficou
estabelecido que compete ao Estado assegurar o direito à saúde a todos os brasileiros e
estrangeiros residentes no Brasil, sendo que esse direito é garantido pelo Poder Público por
meio de políticas voltadas à promoção, proteção e recuperação da saúde (BRASIL, 2003).
Desta forma veio a viabilizar o acesso à saúde a toda população e a igualdade dos direitos.
Desta forma, a Constituição de 1988 determinou novos caminhos para a sociedade brasileira,
enunciando novas regras que previam profundas mudanças em todos os setores do País,
principalmente nos sistemas de saúde, em que essas novas normas mudavam totalmente a
forma de trabalhar com a saúde da população por meio de um Sistema Único de Saúde.
Para que a implantação do SUS se efetivasse, era preciso uma legislação própria que
organizasse detalhadamente todos os serviços do sistema. Desta forma, iniciou-se o processo
de elaboração e aprovação da legislação infraconstitucional, onde se explanavam os
princípios, as diretrizes e as condições para o funcionamento e a organização das ações e
serviços do sistema. Esta legislação foi denominada de “Leis Orgânicas da Saúde”, que foram
21
aprovadas no ano de 1990, após muitas disputas políticas, constituindo as Leis n. 8.080 e
8.142 que discorrem sobre todas as ações dos serviços de saúde (ANDRADE; SOARES;
CORDONI JR., 2001).
Conforme descrito nos artigos dessas leis, os serviços de saúde são prestados por órgãos
públicos das três esferas de governo, reconhecendo o conceito de saúde proposto na 8ª
Conferência Nacional de Saúde, em que se coloca que para ter saúde, é preciso satisfazer as
necessidades básicas dos indivíduos, como moradia, lazer, educação, entre outros.
De acordo com a legislação do SUS, o objetivo deste sistema é prestar assistência às pessoas
através de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde, por meio da integração de
métodos assistenciais e preventivos. Observa-se que com a implantação do SUS, buscou-se a
superação da dicotomia entre serviços preventivos e curativos, enfatizando a prevenção de
doenças e promovendo a saúde com a oferta de serviços em função das necessidades
apresentadas pela população.
Com o passar dos anos, em 1993 o Ministério da Saúde reuniu coordenadores experientes em
atenção primária para discutir um projeto nacional de reorientação dos serviços básicos de
saúde, lançando o Programa Saúde da Família. O programa propôs a criação de uma equipe
de saúde composta por um médico, um enfermeiro, um auxiliar de enfermagem e seis agentes
comunitários (BRASIL, 1996).
Desta forma, o PSF prioriza um atendimento integral, trabalhando com ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde de indivíduos e famílias, abrangendo toda a população, desde
o recém-nascido até o idoso. Publicações do Ministério da Saúde enfatizam que o PSF se
tornou um instrumento de reorganização dos sistemas de saúde, que realiza uma assistência
interdisciplinar e humanizada, contando com a articulação intersetorial (CUTULO, 2006). Por
meio desse programa e da implantação e efetivação do SUS, pretende-se acabar com o
23
De acordo com a Portaria Nº 648, de 28 de Março de 2006, que aprova a política de Atenção
Básica além das características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica
ficaram definidas as características do processo de trabalho da Saúde da Família, que deve:
atualizar periodicamente o cadastramento das famílias e dos indivíduos, utilizando os dados
para a análise da situação de saúde; definir seu território de atuação, mapeando e
reconhecendo sua área adstrita; realizar diagnóstico, programação e implantação de
atividades, considerando os critérios de risco à saúde, dando prioridade aos problemas mais
comuns e freqüentes; realizar o cuidado familiar ampliado, utilizando o conhecimento da
estrutura das famílias intervindo no processo saúde-doença dos indivíduos, das famílias e da
comunidade; praticar o trabalho interdisciplinar e em equipe; promover e desenvolver ações
intersetoriais, que visem à promoção da saúde, de acordo com prioridades e sob a
coordenação da gestão municipal; valorizar os saberes e as práticas realizando uma
abordagem integral e resolutiva, proporcionando e facilitando a criação de vínculos de
confiança baseados na ética, no compromisso e no respeito; promover e estimular a
comunidade a participar do controle social, do planejamento, da execução e da avaliação das
ações; realizar o acompanhamento e avaliação sistemática das ações implantadas, visando à
readequação do processo de trabalho (BRASIL, 2006).
A partir de 2006 com a portaria 648, que aprova a Política de Atenção Básica, acompanhada
da expansão do PSF, este se consolidou como a estratégia prioritária para a reorganização da
Atenção Básica. Este programa inclui o acompanhamento periódico das famílias, o
atendimento domiciliar e a forma de trabalhar por meio da promoção e prevenção da saúde.
24
Para Hortale (2004), o termo tem sido usado sob diversos matizes:
a) como articulação entre níveis de prestação de serviços de saúde;
b) como integração entre os setores públicos e privados;
c) como uma importante diretriz na gestão dos serviços; e como proposta de modelo de
atenção.
Concorda-se ainda com Cecílio (1997, p. 470) quando critica o modelo de assistência
ancorado numa pirâmide “[...] com fluxos ascendentes e descendentes de usuários acessando
níveis diferenciados de complexidade tecnológica, em processos articulados de referência e
contra-referência”. Mas, talvez o caminho para se alcançar o idealizado pelo autor, superando
o modelo hierarquizado vigente e aportando num sistema de saúde que funciona de maneira
circular; “[...] organizado a partir da lógica do que seria mais importante para cada usuário, no
sentido de oferecer a tecnologia certa, no espaço certo e na ocasião mais adequada”, tenha,
necessariamente, que passar pela concretização do modelo piramidal, vivenciado em suas
possibilidades e fragilidades. Sem esgotar essa perspectiva, tão incorporada ao ideário das
conquistas da saúde brasileira, talvez se continue a andar em terreno movediço, não
fundamentado por experiências e conhecimento científico.
A palavra avaliação vem do latim valere e do francês évaluer e se refere à atribuição de valor
para alguma coisa (ESCOBAR, 2002). Para tanto, quando se avalia tira-se um conceito
daquilo que está sendo avaliado, que pode ser bom ou ruim, conforme os critérios que estão
sendo avaliados.
26
Para Ferreira (2004, p. 669), a qualidade serve para distinguir coisas, “[...] é a propriedade,
atributo ou condição das coisas ou das pessoas, que as distingue das outras e lhes determina a
natureza.”
Donabedian (1990 apud Escobar, 2002), menciona que a qualidade da assistência à saúde se
baseia na melhoria das condições de saúde, ou seja, por meio de conhecimentos técnicos e
científicos, bem como pela inovação da tecnologia, satisfazendo o cliente e a família. Pode-se
dizer que para a melhoria da qualidade é necessário aperfeiçoar, querer mudar, entender o
usuário, introduzindo medidas que conjuguem esforços de toda a equipe de saúde e com uma
visão globalizada.
A área de planejamento e gestão deve ser vista como um conjunto de produções técnico-
científicas da qual faz parte uma das divisões da saúde coletiva, já denominada “Planejamento
e Administração em Saúde”. Como exemplos de sua área de ação podem-se citar a gerência
de unidades ambulatoriais, os recursos humanos, os programas assistenciais, entre outros.
Desse modo o planejamento assume as características de ação técnica, ou seja, ação
estratégica. Por isso o planejamento busca criar e aprimorar, experimentar e realizar, e atua
paralelamente na avaliação de serviços de saúde, uma área já consolidada em suas várias
linhas de abordagens. A utilização de indicadores, para medir a qualidade da atenção à saúde,
do acesso, da cobertura, da eficácia, dos processos, dos resultados, da satisfação do usuário,
da utilização dos recursos econômico, e muitos outros indicadores, já pode ser considerada
incorporada à rotina da gestão em saúde.
colocam que a avaliação em saúde tem por objetivo incorporar-se nas práticas de serviços de
saúde, buscando melhorar o acesso e contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços
prestados para a saúde integral.
Na procura pelo conceito encontra-se, conforme Tanaka e Mello (2001, p.13) que “Avaliação
é um processo técnico-administrativo destinado à tomada de decisão. Envolve momentos de:
medir; comparar e emitir juízo de valor.”
Já Donabedian (1980) se preocupa com a qualidade do cuidado e, para avaliar esta qualidade
concebeu a tríade de classificação para a avaliação em saúde, incluindo estrutura-processo-
resultados. A “estrutura” corresponderia às características de seus provedores, aos recursos
físicos e humanos, materiais e financeiros, bem como a mão-de-obra qualificada. O
“processo” corresponderia às atividades desenvolvidas na relação entre profissionais e
pacientes. Os “resultados” têm a ver com o produto final da assistência prestada.
A necessidade de mudança é a ordem do dia. Para Las Casas (2001), nos últimos anos, a
mudança tem sido um dos aspectos da administração de empresas mais comentados pelos
pensadores da área e executivos.
28
Cecílio, Merhy, Campos, et al., (1994, p. 118) explicam que, nos dias atuais, todos os
indivíduos que necessitam de atendimento, tanto na rede pública quanto na rede privada, têm
o sentimento de um sofredor, de um indivíduo frágil e inseguro, que precisará da atenção de
um conjunto de profissionais de saúde para compreendê-lo, assimilar o seu sofrimento e
intervir no sentido de garantir uma solução para seu problema. No entanto faz-se necessário
repensar uma maneira de se atuar em saúde, talvez forjar um método de se relacionar com o
sofrimento e com a vida, tanto na dimensão individual quanto coletiva.
Em sintonia com essa proposição, o hospital, local deste estudo, vem trabalhando com a alta
hospitalar no sentido de modificar o modo de se trabalhar em saúde, com o objetivo de
acompanhar as mudanças e ampliar o nível de satisfação.
Focalizar a questão da satisfação de clientes implica estreitamento das relações entre serviços
de saúde e usuários. Hoje, os serviços de saúde, no geral têm que estudar muito bem o
mercado, e principalmente seu público-alvo, para poder atender da melhor forma suas
necessidades.
Para que ocorra a efetivação do princípio da integralidade nos serviços do Sistema Único de
Saúde, é necessário que se estabeleça uma estratégia de comunicação entre os serviços de
maior e menor complexidade que compõem o sistema, propiciando que o paciente seja
assistido com base em seu histórico de saúde e tratamentos passados. Para que isto aconteça é
29
Considera-se importante registrar que encontram-se poucos estudos referentes a essa temática.
Presupõe-se que a regionalização e a hierarquização são conseqüência do princípio da
integralidade, organizando a assistência nos diversos níveis de complexidade, composto de
uma rede hierarquizada o que vem a auxiliar na referência e contra-referência. A
30
descentralização é um outro príncipio do SUS, que caminha junto com a referência e contra-
referência como uma redestribuição das responsabilidades quanto às ações e os serviços de
saúde. A avaliação tecnológica e de especialidades leva a referenciar e contra-referenciar o
usuário.
No periodo de 1972 e 1973, foi conduzido um estudo na Inglaterra entre 100 médicos
clinicos, que trabalhavam nas areas de captação de quatro hospitais, em busca de fatores que
comprometessem a comunicação. Desses 100 médicos, 80 eram especialistas centrados em
hospitais de referência. A conclusão foi que é raro o contato entre médicos que trabalham em
unidades periféricas com os trabalhadores da rede hospitalar, a comunicação é a referência e
esta tem falhas (LONG; ATKINS, 1974 apud NOVAES, 1990).
O objetivo dos sistemas locais de saúde é atender às necessidades da população dentro de uma
área determinada. A assistência deve integrar as disciplinas, estabelecendo um equilíbrio
dentro e fora do hospital. Se os problemas de saúde podem ser resolvidos por um clínico
geral, torna-se indispensável o contato desse profissional com seus colegas especialistas no
hospital, bem como seu acesso para a utilização de serviços de apoio dos estabelecimento de
referência (NOVAES, 1990).
Outro estudo sobre consultas médicas de referência mostrou que os melhores índices de
encaminhamento de casos ficaram entre os profissionais médicos da comunidade com maior
experiência, em relação àqueles com menos de cinco anos de experiência (BROCK, 1977
apud NOVAES, 1990).
Will (1977 apud Novaes, 1990), comenta que ao preceder um encaminhamento faz-se
necessário oferecer todas as aternativas viáveis, bem como assegurar e avaliar a continuidade
das necessidades do usuário. Diante do referenciado nota-se na referência de ocorrência, o
discernimento das necessidades, a fim de proporcionar alternativas viáveis de
encaminhamentos, assegurando o prosseguimento dos serviços de saúde.
Já Ullmann (1982 apud Novaes, 1990), diz que, para o adequado funcionamento de um
sistema de referência, é necessário primeiro identificar os distintos serviços oferecidos, por
distintas entidades, para uma determinada população. Na sequência é preciso classificar estes
31
Este estudo teve sua origem em uma experiência prática, a qual foi dada seqüência, utilizando
a sistematização descrita a seguir.
Local da pesquisa:
O presente estudo foi desenvolvido em um hospital geral de grande porte, localizado na
região do Vale do Itajaí, pertencente à 9ª Regional de Saúde do Estado de Santa Catarina.
População e amostra:
Foi considerada como população deste estudo, a totalidade de pacientes que preencheram os
requisitos estabelecidos, no período dedicado à coleta dos dados. Estes requisitos eram:
a) longa permanência;
b) cartão vermelho no Programa de Altas Especiais;
c) necessidade de cuidados que poderiam ser atendidos nas Unidades Básicas de Saúde
(contra-referência);
d) aceitação do paciente e familiar da “Alta Especial”.
a) a viabilidade do programa;
d) a agilidade na deshospitalização;
e) a satisfação do usuário, bem como o vínculo criado pela equipe hospitalar com
paciente/família e Atenção Básica (através dos contatos telefônicos, possibilitando
maior aproximação e diálogo).
procedimento cirúrgico; pela gravidade dos casos; dentre outros, bem como, na identificação
das necessidades requeridas pelo usuário, e o encaminhamento dos mesmos para a contra-
referência com a descrição dos cuidados e contato prévio, possibilitando demonstrar as
necessidades de ajustes do programa. Conforme foram sendo coletados, os dados eram
inseridos em planilhas e editor de texto para facilitar as análises.
Percurso Metodológico:
referência e diálogo com a equipe de saúde. Houve situações em que os próprios profissionais
de saúde informaram a esta mestranda sobre os pacientes que necessitavam da alta;
2º Momento – Verificação por esta mestranda, em conjunto com equipe de saúde assistente,
de quais necessidades o paciente e família demandavam para o encaminhamento para a
contra-referência.
5o Momento – Contato telefônico com a rede básica de saúde, através desta mestranda ou
serviço social da instituição hospitalar, requerendo as necessidades do usuário, ou seja,
informando ao profissional de saúde que atendeu ao telefone referente o encaminhamento do
paciente e as necessidades requeridas. Esta fase incluiu descrição do encaminhamento com
cópia das orientações da equipe interdisciplinar quando foi o caso. O documento foi
protocolado para assegurar à instituição hospitalar as orientações realizadas no referido
encaminhamento e para facilitar o acesso do usuário à rede de saúde. Esse registro foi
implementado no hospital durante o desenvolvimento da pesquisa intitulado e se denomina
“Resumo de Alta”;
6o Momento – Identificação, por esta mestranda ou pelo serviço social, do grau de satisfação
do usuário no momento da alta, através da classificação do atendimento em “ótimo”, “bom”
ou “ruim” que compõem o questionário, quando se refere na forma de abordagem, orientação
e encaminhamento, oportunizando o paciente e ou familiar de relatar quais as necessidades
que demandam da contra-referência no momento da alta e que o hospital possa intervir,
auxiliando e facilitando o acesso e, assegurando a continuidade da atenção. A satisfação foi
também registrada no Formulário;
36
7o Momento – Identificação, por esta mestranda, ou equipe institucional dos pacientes que
necessitavam retornar por insucesso em atingir as necessidades do usuário. Qualquer que seja
o motivo de insucesso foi garantido ao paciente seu retorno imediato ao hospital como sua
referência. A identificação ocorreu através dos registros de internações no sistema de
informação interno do hospital no período do estudo;
No período de abril 2006 a março 2007, a movimentação de altas hospitalares incluiu 9.160
pacientes. Destes, 842 tiveram alta por óbito (9%). As demais 8.318 altas (91%) ficaram
assim distribuídas, conforme a clínica de origem: 4.629 (56%) altas após atendimento clínico;
38
2.928 (35%) após atendimento cirúrgico; 632 (8%) após atendimento obstétrico; e 129 (2%)
após atendimento pediátrico. A distribuição em relação aos óbitos concentrou-se entre
pacientes que receberam procedimentos clínicos, totalizando 581 (69%) e procedimentos
cirúrgicos que alcançou 261 (31%) do total. Não foi constatado óbito em pacientes internados
por procedimentos obstétricos e nem pediátricos (Dados fornecidos pelo SAME da instituição
hospitalar onde se realizou a pesquisa).
Gráfico 1 – Distribuição dos leitos ocupados com pacientes com ‘longa permanência’ (cartão
vermelho) no período de abril de 2006 a março de 2007.
Fonte: Pesquisa (2007).
Legenda:
- Linha pontilhada verde, dados do estudo preliminar (FRATINI, SAUPE, MASSAROLI, 2007).
- Linha contínua azul, dados do período da coleta (abril 2006 a março 2007).
Para calcular o percentual dos leitos ocupados com cartão vermelho a instituição hospitalar
usou a seguinte equação:
O expressivo quantitativo de leitos ocupados por pacientes que excederam o número de dias
de internação, 80% do total, levanta várias questões, tanto relativas ao hospital, quanto às
determinações do SUS sobre o assunto. Em relação ao hospital é preciso lembrar sua
característica de alta complexidade, o que demanda longa permanência, mas pode ser que
existam outras determinações que indiquem necessidade de investigação e reorganização. Por
outro lado, no que diz respeito às determinações do SUS, questiona-se se a média de
permanência preconizada por procedimento não deveria ser revista, bem como as rotinas de
atendimento hospitalar. Todavia, acredita-se que a constante conscientização de toda a tríade
(paciente/família, hospital e atenção básica) no que se refere às orientações e continuidade dos
cuidados demandados, tende a diminuir esses dados, devido à segurança das equipes de saúde,
bem como do paciente e sua família.
A ampliação dos dias de internação gerou como conseqüência óbvia, diárias excedentes. O
gráfico 2 mostra a distribuição dessas diárias, durante o ano de realização do estudo, atingindo
16.290 diárias, uma média mensal de 1.358. Verifica-se também que houve um aumento
significativo, quando comparado com a referência do estudo preliminar, realizado no ano
anterior (FRATINI, SAUPE, MASSAROLI, 2007). Embasado neste estudo o hospital havia
traçado uma meta de até 600 diárias excedentes por mês, deduzindo que orientando e contra-
referenciando o paciente conseguir-se-ia atingir a mesma. Todavia, como pode ser verificada
no gráfico 2, esta meta não foi atingida.
40
[...] tanto no Brasil quanto em São Paulo, os pacientes hospitalizados por lesões
decorrentes de causas externas consomem entre 6 e 7% dos dias de permanência na
instituição, em relação à permanência por todas as causas. Medida segundo o tempo
médio de permanência, a importância dos traumatismos e envenenamentos mostra-
se menos importante, visto que os pacientes internados por causas naturais ficam,
em média, 6,16 dias e 6,76 dias, respectivamente no Brasil e no Estado de São
Paulo, e os pacientes internados por causas externas ficam em média 4,98 dias
(dados para o Brasil) e 4,68 dias (dados para o Estado de São Paulo).
O processo de ‘alta especial’ neste estudo ocorreu quando a equipe hospitalar, após apuração
das necessidades do usuário, dentre elas: realização de curativos, terapêutica medicamentosa,
acompanhamento da equipe multiprofissional, entre outros, que levaram a uma permanência
maior do preconizado, vem a ‘garantir’ suas necessidades na contra-referência. Nesse sentido
o processo da ‘alta especial’ ocorreu somente quando o paciente e família necessitaram no
momento da alta de atendimento às suas necessidades na contra-referência (encaminhamento
para a rede básica).
Durante o período da coleta dos dados foram 178 os pacientes que preencheram os requisitos
e receberam orientação e encaminhamento para a contra-referência, constituindo a população
do estudo. Como já citado, os 60 que apresentavam situações mais complexas foram
acompanhados por esta mestranda e os demais 118 foram assistidos por componentes da
equipe de saúde do hospital. Comparando estes dados com o estudo preliminar realizado em
2005 (FRATINI, SAUPE, MASSAROLI, 2007), percebeu-se um aumento nos
encaminhamentos de 24% o que demonstra a preocupação dos profissionais em integrar os
serviços com o intuito de antecipar as altas e com certeza desafogar as filas de espera de
internação. Por outro lado, o fornecimento de orientações possibilita uma visão mais
aproximada das necessidades do paciente e família, auxiliando no enfrentamento e no
processo de autocuidado, assim como, auxilia [...] “minimizando temores e ansiedades, além
de fornecer alternativas para que o cliente tenha uma participação ativa/interativa no cuidado
de sua própria saúde” (SANTOS; LUIS, 1999 apud NUNES, SOUZA, SILVA, et al., 2007).
Início do Início do
Descrição Descrição
Código Código
31 Cirurgia urológica 38 Cirurgia plástica
Cirurgia ortopédica e
32 Cirurgia do Sistema Linfático e Vasos 39
traumatológica
Cirurgia gastroenterológica e órgãos
33 40 Neurocirurgia
anexos
34 Cirurgia ginecológica 41 Cirurgia endocrinológica
35 Cirurgia obstétrica 42 Cirurgia do tórax
36 Cirurgia oftalmológica 44 Cirurgia odontológica
37 Cirurgia otorrinolaringológica 48 Cirurgia Cardiovascular
Quadro 1 – Distribuição do início do código dos procedimentos cirúrgicos conforme a
especialidade.
Fonte: Manual SIH/ SUS (2007).
Assim como as internações cirúrgicas, as internações clínicas também possuem códigos com
oito dígitos em quatro segmentos: aa.bbb.cc-d, como segue:
aa: Especialidade clínica;
bbb: Clínica de adultos, clínica pediátrica ou lactente;
cc: Patologia – diagnóstico;
d: Verificação.
Especialidade
Freqüência Porcentagem
(código)
31, 32, 33, 38, 54 30%
39, 40, 41, 42,
48
Comparando os dados da tabela 1, com o total das altas no período mencionado no início da
análise, houve concordância quanto à maior concentração na clínica médica. Esses dados,
quando comparados aos encontrados no estudo preliminar realizado em 2005 (FRATINI,
SAUPE, MASSAROLI, 2007) mostram reprodução da tendência, já que a concentração
encontrada (66% nos encaminhamentos realizados) foi referida aos pacientes internados por
especialidades de clínica médica.
A tabela 2 visualiza a distribuição por sexo dos pacientes atendidos no período em que a
pesquisa foi desenvolvida. Também neste aspecto houve concordância com os dados
encontrados no estudo preliminar (FRATINI, SAUPE, MASSAROLI, 2007), pois ambos
apresentaram a mesma tendência, qual seja a predominância do sexo masculino.
Quando se confrontou com outro estudo sobre a influência da idade no tempo de internação e
no grau evolutivo das apendicites agudas, notou-se a maior incidência nos homens com
54,4% de 182 casos (ALMEIDA, JOÃO, OLIVEIRA, et al., 2006).
Para cada uma das especialidades e atendimentos realizados pelo Hospital, o SUS preconiza o
número de dias de permanência que o paciente deverá ficar internado. Para a população
estudada, os dias preconizados pelo SUS variaram de um (1) a vinte e seis (26), conforme o
procedimento adotado para cada paciente. Na tabela 3 destacam-se os dias que excederam a
determinação do SUS, ou seja, o número de diárias que ultrapassaram o período estabelecido
conforme tabela dos códigos de procedimentos do SUS.
De acordo com a tabela 4, a faixa etária dos pacientes que compuseram a população foi
bastante diversa, sendo que 21% encontravam-se entre 0 a 41 anos. Verifica-se que existe
uma maior concentração de pacientes acima dos 41 anos de idade, que perfazem 140
pacientes, ou seja, 79% do total da população pesquisada. Desses a maior concentração
ocorreu entre 51 a 60 anos com 22%. Quando comparados com o estudo preliminar, Fratini,
47
Saupe e Massaroli (2007) informam que a faixa etária variou entre 18 e 95 anos, ficando a
média em 56 anos.
Para compreender os dados incluídos na tabela 5 é preciso uma explicação preliminar, pois é
aqui que o ‘programa de altas especiais’ começa a colher resultados. Apesar de todos os
pacientes que estão sendo analisados terem excedido o número de dias de internação
preconizados pelo SUS, a ação do programa, detectando esta situação, buscando suas causas,
levantando possibilidades de intervenção, informando o paciente e a família, solicitando sua
parceria, evitou que o prolongamento desta internação se estendesse mais ainda. Ou seja, a
possibilidade de encaminhamento para as Unidades de Atenção Básica, para dar seqüência ao
atendimento das necessidades do paciente, sua aceitação tanto pelo paciente como pela
família, gerou redução do tempo de internação que seria utilizado para cuidados que não
necessitava de internação, como aplicação de injeções, curativos, etc. A tabela 5 apresenta
esta redução do tempo de internação relativa aos 178 pacientes que compõem o estudo.
Dias de
Antecipação Freqüência Porcentagem
0 159 89%
1 a 10 17 9%
11 a 20 1 1%
21 a 30 0 0%
31 a 35 1 1%
Total 178 100
Fonte: Pesquisa (2007).
De acordo com a tabela 5, destaca-se que 89% dos pacientes liberados para contra-referência,
não tiveram antecipação de alta hospitalar, ou seja, a alta não decorreu para suprir as
necessidades do paciente e família. Porém, mesmo assim, todos receberam orientações sobre
as necessidades referidas para a contra-referência, com o intuito de trabalhar a prevenção e
prestar uma continuidade dos cuidados no domicílio, o que supostamente possa vir a evitar
uma re-internação. Por outro lado 11%, ou seja, 19 pacientes que formaram a população
puderam ser liberados antes em conseqüência das orientações e da certeza de que a contra-
referência supriria suas necessidades de continuidade de atenção. Obteve-se que no total foi
135 dias de antecedência, o que vem a liberar leitos para novas internações. Destaca-se que
um paciente pôde ser liberado com 35 dias de antecedência.
48
Enfatizamos que a antecedência hospitalar compreende os dias antecedidos da alta por suprir
as necessidades do usuário, através do encaminhamento pelo hospital para a contra-referência,
assegurando as necessidades do usuário, bem como, a seguridade do hospital na continuidade
dos cuidados na pós-alta.
Barbosa (2000), em seu estudo, analisa que a orientação de enfermagem à família tem por
objetivo um acompanhamento maior, e trata a humanização como princípio filosófico
orientador das ações de enfermagem, permitindo aos profissionais compartilhar de suas
emoções e angústias.
Percebeu-se também, a inserção significativa dos médicos, o que evidencia uma nova geração
mais participativa e preocupada na continuidade dos cuidados, demonstrando a sensibilidade
em enxergar o outro, não apenas como patologia, mas como um todo.
Destaca-se a importância do trabalho em equipe e interdisciplinar, pois a troca dos saberes
vem a desenvolver ações de qualidade, e com certeza redimir dúvidas do paciente/família.
50
Dentre as orientações fornecidas observou-se maior dúvida por parte dos usuários no que se
refere à receita médica. Para tanto, ressalta-se a preocupação de o paciente reconhecer a
necessidade dos medicamentos, bem como sua participação no tratamento, e com certeza as
orientações devem incluir a finalidade, como utilizar, precauções e enfatizar a continuidade
do tratamento. Miasso e Cassiani (2005) demonstraram em um estudo durante a orientação na
alta do paciente, que 28,9% apresentaram dúvidas em relação à receita para uso no domicílio.
Diante do exposto cabe ressaltar que existe preocupação da equipe de saúde em se mobilizar
em busca de novas táticas de ensino, que atendam à necessidade individual do paciente e
família, visando assegurar uma administração de medicamentos, bem como, outros cuidados,
segura na pós-alta hospitalar.
serviços de saúde à comunidade, este deve interatuar com outros municípios, afim de um
município compensar o outro, e para que a população receba a assistência necessária
(REMOR, 2003).
Acredita-se que a explicação para esta relevância seja devida à assistência de enfermagem,
que é de grande importância para as pessoas, desenvolvendo, assim, uma prática apropriada,
mais efetiva de autocuidado. Além de a enfermagem exercer o cuidado, a partir de
experiências e conhecimentos, vem a exercer também orientação.
Enfatiza-se que ao desenvolver ações de orientação pela equipe multiprofissional junto aos
pacientes e famílias, essas freqüentemente tendem a atingir os objetivos dos profissionais que,
baseados nas necessidades dos pacientes, traçam o programa de orientação, que visam ações
de autocuidado, desenvolvendo o sentimento de independência, de autocontrole e
autodeterminação.
Netto (1996) relata que o cuidado deve ser construído em um processo de interação
interpessoal, pressupondo, co-participação de experiências e esforço comum em conhecer o
que se busca mudar, não permitindo uma relação de predomínio e manipulação do que cuida
sobre o que é cuidado.
Quando se orienta e se cuida em equipe não significa que se fragmenta o cuidar e nem se
possibilita que a assistência fracasse; pelo contrário, trabalha-se para evitar as re-internações,
que muitas vezes já denotam a ineficácia terapêutica devido à ausência de uma intervenção
global, que considere o manejo do usuário no domicílio e na comunidade.
O acompanhamento pela equipe de saúde no pós-alta serve para manter uma vigilância da
condição de saúde do paciente e no cuidado, cujo objetivo principal é a prevenção de
recidivas ou de insucesso no tratamento.
Nº DE ORDEM CATEGORIAS
Procedimentos – como realizar, e, a importância relacionada aos
1 curativos; administração dos medicamentos; sondas.
Contato com equipe de saúde local, relacionado aos cuidados exigidos
2 pelo paciente e família.
54
Diante do exposto, percebeu-se que a educação do paciente é uma ação de proteção, de toda a
equipe para com o paciente, em que o fornecimento de informação (orientação) é sua
essência. Entretanto, orientar implica na aprendizagem (conhecimentos, habilidades e atitudes
associadas) que poderá constituir-se em subsídios para as mudanças de comportamentos e
atitudes de saúde.
55
Disponibilidade/receptividade 51 46%
da equipe da equipe
Total 112 100,00
Fonte: Pesquisa (2007).
Verificou-se que, dos 178 pacientes orientados e encaminhados, em 112 situações, ou seja,
63% houve facilidades nos encaminhamentos. Dentre estes encontramos a freqüência de 61
(54%) no fornecimento de materiais descartáveis e, 51 (46%) na disponibilidade e uma boa
receptividade no atendimento da equipe de saúde da contra-referência. Percebeu-se que
existiam facilidades de atendimento encontradas na contra-referência.
Neste contexto, afirmam Giovanella, Lobato, Carvalho, et al., (2002, p. 37) ser necessário:
Acredita-se que no mundo globalizado em que se vive, tende a aumentar o vínculo entre os
serviços de saúde, propiciando ambiente favorável entre os envolvidos. O vínculo é um dos
elementos básicos no processo do cuidado.
Shimizu, Dytz, Lima, et al., (2004, p. 718), em seu estudo perceberam ineficiência do sistema
de referência e contra-referência entre Centros, Postos de Saúde e PSF. Destacam também
dificuldades como:
[...] falta de agilidade no encaminhamento de pacientes para realizar atendimento
com especialista, sendo que o sucesso e a agilidade dos encaminhamentos, na
maioria das vezes, dependem, em grande parte, dos relacionamentos interpessoais e
informalidade. Essa situação assemelha-se às enfrentadas por outros tipos de
unidades em diversas regiões do país, o que tem dificultado o alcance dos princípios
do Sistema Único de Saúde. Outra dificuldade enfrentada pelo PSF, destacada pelos
auxiliares de enfermagem, é a falta de recursos humanos, ou seja, muitas equipes
estão incompletas. No DF, isso ocorre em decorrência de uma política do governo
local de implantação rápida do programa. Assim, as equipes convivem,
principalmente, com falta de médicos [...].
Salienta-se que 100% dos pacientes que compuseram o estudo, não retornaram ao hospital
(referência) por insucesso nas orientações prestadas, o que vem ao encontro do estudo
fundamentado por Fratini, Saupe e Massaroli (2007), que destacam na amostra dos 110
pacientes estudados, dois casos, envolvidos em situações e contextos desfavoráveis, havendo
retorno dos mesmos ao hospital.
Com base na tabela 10, verifica-se que dos 178 pacientes, somente 60 responderam à
pergunta.
No que se refere aos 60 pacientes que responderam à pergunta, 73% apontaram como ótima
sua satisfação em relação ao momento da alta que receberam no hospital; enquanto que outros
27%, ou seja, 16 pacientes destacaram como boa. Nenhum apontou a opção ruim.
1
Os médicos especialistas tendem a reter os pacientes e/ou a não incentivar seu retorno para as unidades
básicas. Entre os motivos, argumentam que as unidades básicas têm baixa resolutividade e temem pela qualidade
59
Para Greeneich (1993 apud Marin; Caetano; Palasson, 1999), a satisfação do cliente (paciente
e família) é o resultado da qualidade da assistência prestada à saúde, considera como elemento
chave da qualidade o ambiente hospitalar e a enfermagem. Seu modelo teórico de satisfação
do cliente envolve três dimensões:
a) o enfermeiro (assistência e habilidades);
b) o paciente (expectativas);
c) a organização (ambiente).
Coloca também que para satisfazer o paciente deve-se conhecer e superar suas expectativas.
Considera a satisfação do cliente como resultado esperado na assistência de enfermagem.
de sua atenção. Os pacientes, por sua vez, preferem permanecer sob atenção dos especialistas.
60
porque vai facilitar”; “É pra lá de ótimo”; “Tudo ótimo”; “É bom, muito bom”; “Pra mim é
ótimo, nota mil”; “É bom”; “É bom, é ótimo, ainda posso precisar”; “Ótimo né, essa
orientação é clara”; “Toda cidade deveria ter este atendimento”; “Muito bom, agradeço de
coração”; “Você me ajudou muito”; “Muito bom, claro que sim”; “Eu gostei muito, gostei,
demais de bom”; “Agradecido por Deus”.
No caminho percorrido até aqui, constatou-se que cada vez mais, motivados pelos resultados
alcançados com esse trabalho, os profissionais vêm obtendo o respeito dos usuários, o que
serve de estímulo para a sua continuidade. Identificou-se a prática social como a lógica
intersetorial, possibilitando a participação do paciente/família, uma vez que suas necessidades
se apresentam como fator principal, intrinsecamente interligada, contribuindo para a
reformulação da relação entre Hospital e Atenção Básica, construindo um relacionamento e,
fortalecimento do trabalho intersetorial.
Essa nova postura, que incentiva a inter e a multidisciplinaridade, têm por objetivo a
manutenção da saúde do homem visto como ser integral no seu ecossistema e vence a
abordagem biologista-tecnológica.
Desse modo, pode-se dizer que a Integralidade pode ser encarada exatamente como ação
social de interação democrática entre sujeitos em qualquer nível do serviço de saúde.
O vínculo criado entre os serviços de saúde funciona como dispositivos para o exercício do
cuidado integral, supõe a consideração dos enormes desafios a que estão submetidos o
hospital e Atenção Básica, assim como a consideração de suas peculiaridades.
Obteve-se neste estudo a possibilidade de comparar dois momentos: o estudo preliminar, que
inspirou a proposta da dissertação e a avaliação procedida de forma sistematizada.
Observou-se que o método de descrição é bom, porém nem todos os profissionais que
prestaram orientação realizaram as descrições. Sugere-se a obrigatoriedade da descrição das
orientações fornecidas por toda a equipe.
Como contribuição desse estudo para o SUS, aponta-se a concretização de seus princípios. A
melhoria da qualidade de vida e saúde da população não se limita apenas ao sistema de saúde
em si, mas depende de como a sociedade se organiza e prioriza suas necessidades. Para o
64
Com a divulgação deste estudo junto aos gestores locais pretendemos contribuir para a
efetivação de uma política pública municipal de referência e contra-referência, que avance no
alcance da integralidade em saúde.
6 REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.W.R.; JOÃO, A.T.; OLIVEIRA, F.S. de; et al. Influência da idade no tempo
de internação e no grau evolutivo das apendicites agudas. Serviço de Cirurgia Geral do
Hospital Universitário São Francisco de Paula de Pelotas, Rio Grande do Sul, 2006.
Disponível em: <http://www.cbc.org.br/upload/pdf/revista/.pdf.> Acesso em: 10 abril 2007.
ANDRADE, S.M. de; SOARES, D.A.; CORDONI JUNIOR, L. (orgs.). Bases da saúde
coletiva. Londrina: UEL, 2001.
_____. Manual SIH/ SUS. Ministério da Saúde. Brasília, 2001. Disponível em:
<http://dtr2001.saude.gov.br/sas/decas/manual.htm.> Acesso em: 24 abril 2007.
_____. Saúde da família: uma estratégia de organização dos serviços de saúde (documento
preliminar). Brasília: Ministério da Saúde, Coordenação da Saúde da Comunidade. 1996.
CECILIO, L.C. de O.; MERHY, E.E.; CAMPOS, G.W.de S.; et al. Inventando a mudança na
saúde. São Paulo: Hucitec, 1994.
JORGE, M.H.P. de M.; KOIZUMI, M.S. Gastos governamentais do SUS com internações
hospitalares por causas externas: análise no Estado de São Paulo. Rev. Bras. Epidemiol. v. 7,
n. 2, 2004.
LAS CASAS, A.L. (Coord.) Novos rumos do marketing. São Paulo: Atlas, 2001.
MARIN, M.J.S.; CAETANO, F.B.; PALASSON, R.R. Avaliação da satisfação dos usuários
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MENDES, E.V. Os grandes dilemas do SUS: tomo I. Salvador: Casa da Qualidade, 2001.
MEZOMO, J.C. Gestão da qualidade na saúde: princípios básicos. São Paulo: Mezomo,
1995.
NUNES, K.S. de M.; SOUZA, N.V.D. de O.; SILVA, M.F.; ASSUMPÇÃO, L.R. A
visibilidade do projeto de extensão desenvolvido em clínicas cirúrgicas junto aos
68
SHIMIZU, H.E.; DYTZ, J.L.; LIMA, M. da G.; et al. A prática do auxiliar de enfermagem do
programa saúde da família. Revista Latino-Americana de Enfermagem, v. 12, n. 5, set./out.
2004.
INSTRUMENTO
FORMULÁRIO PARA COLETA DE DADOS
1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
a) Nome:____________________________________ Registro:_______________
b) Data de internação:____/____/____
c) Data da alta: ____/____/____
d) Dias de antecedência de alta: ________________________________________
f) ( ) Assistente Social
g) ( ) Outro.
ESPECIFICAR__________________________________________________
_______________________________________________________________
OBSERVAÇÕES COMPLEMENTARES
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
___________________________________________________________________________
74
Itajaí, ___/___/___
ROSITA SAUPE
Orientadora
Você está sendo convidado(a) para participar, como voluntário em uma pesquisa. Após ser
esclarecido(a) sobre as informações a seguir, no caso de aceitar fazer parte do estudo, assine
ao final deste documento. Em caso de recusa você não será penalizado(a) de forma alguma.
Eu,_______________________________________, RG____________________,
CPF____________________ abaixo assinado, concordo em participar do presente estudo
como sujeito. Fui devidamente informado e esclarecido sobre a pesquisa, os procedimentos
nela envolvidos, assim como os possíveis riscos e benefícios decorrentes de minha
participação. Foi-me garantido que posso retirar meu consentimento a qualquer momento,
sem que isto leve a qualquer penalidade ou interrupção de meu
acompanhamento/assistência/tratamento.
Local e data_________________________________________________________________
Nome______________________________________________________________________
Assinatura do sujeito ou Responsável_____________________________________________
Telefone para contato__________________________________________________________
8 ANEXOS
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