DOMINGUES, Ângela. Quando Os Índios Eram Vassalos
DOMINGUES, Ângela. Quando Os Índios Eram Vassalos
DOMINGUES, Ângela. Quando Os Índios Eram Vassalos
Quando os índios
,
' _ eram vassalos.
Colonização
e relações de poder
■ no Norte do Brasil
na segunda metade
do século XVIII
*
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COMISSÃO NACIONAL
PARA AS COMEMORAÇÕES
-
Ângela Domingues
SBD-FFLCH-USP
C o l e c ç ã o O u r a s M a r g e n s
ISBN: 972-787-003-1
Depósito legal: 146498/00
DOMINGUES, Ângela
Q uando os índios eram vassalos: colonização e relações de
poder no Norte do Brasil na segunda metade do século xvm /
7
APRESENTAÇÃO
8
A G R A D ECIM EN TO S
9
AGRADECIM ENTOS
10
LISTA DE A B R E V IA T U R A S
10
LISTA DE A B R E V IA T U R A S
15
INTRO DUÇÃO
16
INTRO DUÇÃO
17
INTRO DUÇÃO
19
IN TRO D U ÇÃ O
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INTRO DUÇÃO
21
C A P ÍT U L O I
1AHU, Conselho Ultramarino, códice 336, fls. 53 v-65; também BN, cód. 8396, doc. n.
2 José Vicente César, «Situação legal do índio durante o período colonial (1500-
-1822)», in America Indígena, ano xlv, vol. XLV (2), Abril-Junho de 1985.
3 Beatriz Perrone-Moisés, «índios livres e índios escravos. Os princípios da legis
lação indigenista do período colonial (séculos XVI a XVlll)», in História dos índios do Bra
sil, organização de Manuela Carneiro da Cunha, São Paulo, Fapesp, Companhia das
Letras e Secretaria Municipal de Cultura, 1992, pp. 123-128.
25
A PRO M O ÇÃO DOS AM ERÍNDIOS A VASSALOS
A s le is da e s c r a v id ã o : g u e rra ju sta e r e sg a te s
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10 Michael Palencia-Roth, «The cannibal law of 1503», in Early images of the Amé
ricas: transfer and invention, editado por Jerry M. Williams e Robert E. Lewis, Arizona,
The University of Arizona Press, pp. 21-63.
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O s m e c a n is m o s de cap tu ra
11 AN/TT, Manuscritos do Brasil, n.° 1116, doc. 52, pp. 593 e ss., Memorial que
apresentam os Religiosos capuchos que ora estão no Pará, os quais pedem ao rei lhes
mande dar resolução de como se hão de haver no serviço de Deus e de S. Mage.
sobre algumas dúvidas que se lhes ofereçem, s/d [talvez da primeira metade do
século xvn],
12 Beatriz Perrone-Moisés, «índios livres e índios escravos...», p. 129.
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A s le is da lib e r d a d e :
a p r o m o ç ã o d o s ín d io s a v a s s a lo s
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A PR O M O ÇÃ O DOS AM ERÍNDIOS A VASSALOS
40 BN, Cotecção Pombalina, códice 626, fl. 7, Instruções régias dadas a Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, de 30 de Maio de 1751.
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A lib e r d a d e in d íg e n a e as su a s c o n tr a d iç õ e s
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57Directório que se deve observar nas povoações dos índios do Pará e Maranhão enquanto
Sua Magestade não mandar o contrário, Lisboa, Oficina de Miguel Rodrigues, 1758.
58 Este conceito aplicado aos índios é uma constante na legislação peninsular,
claramente expresso em obras de tratadistas espanhóis como Don Alonso de La Pena
Montenegro e Juan de Solorzano Pereira, em quem os legisladores pombalinos se
terão inspirado. Será retomado no capítulo VI «A construção de imagens: definições
de ameríndios nos discursos coloniais». A título de curiosidade, mencione-se que um
dos exemplares por nós utilizado da obra de Juan de Solorzano Pereira pertencia à
biblioteca de Paulo de Carvalho e Mendonça, irmão do Marquês de Pombal e de
Francisco Xavier de Mendonça Furtado (BN, SC 6530 A).
59 Como exemplo, queremos mencionar uma petição da índia Petronilha
pedindo para se conservar em Belém e ficar independente do director de Beja (AHU,
Pará, caixa 104 (819), s/d [ant. a 1779]); petição da índia Josefa Martinha, tomada de
soldada contra sua vontade (AHU, Pará, caixa 95 (810), s/d [ant. a 1779]); representa
ção dos principais e moradores de Borba-a-Nova acusando o seu director de abusos e
exacções (AHU, Pará, caixa 29 (745), s/d [ant. a 1769]).
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71 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Ofício de João da Cruz Dinis Pinheiro, de 4 de
Setembro de 1755.
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ser livre porque sua mãe também o era, não obstante ter estado
como escrava em casa de André Fernandes Gavinho e lhes ter ven
dido o filho «porque nem uma nem outra coisa prova a escravidão
de tal índia tanto por esta ser como todas as mais ignorantes faltas
de inteligência de se livrarem das opressões padecidas por este
meio, como também por serem os factos alegados cumum e geral
mente justificados por meros e injustos detentores dos índios que
por serem tidos por livres não justificam a posse sem haver junta
mente o título porque tenham passado a escravos e entrado no
comércio dos homens estando, aliás, fora dele»72.
É nesta falta de registos ou de processos individuais que com
provassem a escravidão dos índios descidos que radicaram muitas
pretensões de liberdade73. Como foi analisado, a escravidão legal
estava condicionada aos casos de guerra justa e de resgate e a legiti
midade desses cativeiros dependia dos exames feitos pelos missio
nários que acompanhavam as tropas e que interrogavam os índios
sobre a situação em que tinham sido aprisionados74. Há, ainda, a
considerar que estes registos podiam ser manipulados por falsos tes
temunhos da tropa, pelas ameaças ou incompreensão dos índios
interrogados e pelos interesses dos missionários. Durante a adminis
tração de Francisco Xavier de Mendonça Furtado alguns índios ape
laram à Junta das Missões, recorrendo do registo de cativeiro ou,
então, do estatuto de escravidão. Foram libertados porque, diziam
as autoridades, «sendo todo o homem naturalmente livre, de nada
valia a posse, alegada pelos réus, enquanto não apresentavam os
títulos da escravidão, por ser uma posse contra o direito natural, a
qual não podia constituir ao possuidor em boa fé»75.
A utilização reduzida dos mecanismos que defendiam os direi
tos dos índios relacionava-se, também, com o facto de os princípios
que determinavam a escravidão serem diferentes na sociedade colo
nial luso-brasileira e nas sociedades ameríndias. Para além de os
72 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Sentença dada a favor do mameluco Celestino
Barbosa contra o réu André Fernandes Gavinho, de 21 de Setembro de 1755.
73 Alguns destes «registos de escravidão» de «negros da terra» referentes a gru
pos Manau, Ubitiena, Maribuena, Marabitena, Cunapitena encontram-se no Instituto
de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (Arlinda Rocha Nogueira,
Heloísa Liberalli Bellotto, Lucy Maffei Hutter, Inventário analítico da Colecção Lamego,
São Paulo, IEB, vol. i, 1983, pp. 239-242.
74 Nádia Farage, As muralhas do sertão. Os povos indígenas do rio Branco e a coloniza
ção, pp. 28-29.
75 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Ofício do Bispo do Pará, frei Miguel de Bulhões,
a Sebastião José de Carvalho e Melo, de 9 de Setembro de 1756.
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76 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Sentença dada a favor do mameluco Celestino
Barbosa contra o réu André Fernandes Gavinho, de 21 de Setembro de 1755.
77 AHU, Pará, caixa 60 (775), Ofício de [?] para Manuel Machado, procurador da
Fazenda Real e dos índios do Pará, de Janeiro de 1764.
78 AHU, Pará, caixa 95 (810), Petição da índia Josefa Martinha dada de soldada
contra sua vontade a Hilário Morais Bettencourt, s/d [ant. a 1779], Hilário de Morais
Bettencourt era senhor-de-engenho com propriedades em tomo de Belém, como o
Engenho do Carmelo em Carapajá. Produzia açúcar, cacau, arroz e legumes; tinha
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83 AHU, Pará, caixa 79 (794), Petição de Antônio José, filho da índia Andreza, de
Mondim, pedindo lhe fosse concedida uma provisão que lhe permitisse empregar-se
numa fazenda de gado na ilha Grande de Joanes, s/d [cerca 1786]; ibidem, Represen
tação de Jorge Francisco de Brito, filho da índia Cristina Furtado, solicitando a con
cessão de uma provisão que lhe possibilitasse a liberdade de deslocação, s/d [cerca
1786].
84 AHU, Pará, caixa 29 (745), Representação dos principais e moradores de
Borba-a-Nova sobre as exacções do director, alferes Luís da Cunha de Eça e Castro,
s/d [aprox. 1769],
85 AHU, Rio Negro, caixa 1, doc. 47 A, Representação dos moradores das novas
povoações do Rio Negro a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 8 de Julho de 1766.
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U m a m ã o -d e -o b r a a lte r n a tiv a :
o s e s c r a v o s a fr ic a n o s
86 AHU, Pará, caixa 75 (790), Carta do Juiz de Fora José de Oliveira Peixoto
sobre as exacções de José Nápoles Telo de Meneses, de 26 de Agosto de 1781; tam
bém em ibidem, caixa 44 (758); ibidem, caixa 111 (826), Carta incompleta, faltando o
nome do autor e data, sobre as violências cometidas por José Nápoles Telo de Mene
ses, s/d.
87AHU, Pará, caixa 75 (790), Carta de João Gonçalves Figueiredo à rainha sobre as
exacções de José Nápoles Telo de Meneses, s/d [aprox. de 12 de Agosto de 1782].
88 Sobre a actuação das companhias monopolistas, veja-se Bailey W. Diffie,
A History of Colonial Brazil, 1500-179Z, Malabar, Florida, Robert E. Krieger Publishing
Company, 1987, pp. 403-411; José Álvaro Ferreira da Silva e M. Manuela Marques
Rocha, «A Companhia do Grão-Pará e Maranhão», in História e Sociedade, n.° 10,
Dezembro, 1982, pp. 43 e ss.; sobre o «assento de escravos», confronte-se BNRJ, 7-3-
-39, n.° 1, Ofício de D. Francisco de Sousa Coutinho a D. Rodrigo de Sousa Cou-
tinho, de 21 de Agosto de 1797. Joaquim José Coimbra é apontado como um dos
contratadores (vejam-se breves referências em Anaiza Virgolino-Henry e Arthur
Napoleão Azevedo, A presença africana na Amazônia colonial: uma notícia histórica,
Belém, Arquivo Público do Pará, 1990, p. 41).
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103 Sobre este assunto, veja-se, por exemplo, Alexandre Rodrigues Ferreira,
«Observações gerais e particulares sobre a classe dos mamíferos observados nos terri
tórios dos três rios das Amazonas, Negro e da Madeira: com descrições circunstancia
das que quase todos eles deram os antigos e modernos naturalistas, e principalmente,
com a dos tapuios», in Viagem filosófica pelas capitanias do Grão Pará, Rio Negro, Mato
Grosso e Cuiabá, Memórias de Zoologia e Botânica, s/1, Conselho Federal de Cultura,
1972, pp. 75-76. Veja-se ainda J. H. Elliott, The discovery of America and the discovery of
man, Londres, Oxford University Press, Ely House, 1972, p. 10; D. B. Davis, The pro-
blem of slavery in Western Culture, p. 49; e Maria do Rosário Pimentel, Viagem ao fundo
das consciências. A escravatura na Época Moderna, Lisboa, Edições Colibri, 1995,
pp. 177-181 e 188.
104 Maria José Gomes Párias Dias, Manoel Ribeiro Rocha. Escravidão e recta consciên
cia (1758), dissertação de Mestrado em História Ibero-Americana apresentada à Uni
versidade Portucalense Infante D. Henrique, Porto, 1996, p. 64. Esta corrente de opi
nião ocorreu também na América Espanhola (D. B. Davies, The probtem of slavery in
Western Cultures..., p. 171).
105 Como um excelente estudo sobre as atitudes portuguesas em relação à
escravatura africana, consulte-se o já citado artigo de A. J. R. Russell-Wood, «Iberian
expansion and the issue of black slavery: changing Portuguese attitudes, 1440-1770»,
pp. 16-42.
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106 Veja-se, por exemplo, Nova e curiosa Relação de hum abuzo emendado ou evidên
cias da Razão; expostas a favor dos homens pretos em hum diálogo entre hum letrado e hum
mineiro, Lisboa, Officina de Francisco Borges de Sousa, 1764, publ. in Maria José
Gomes Párias Dias, Manoel Ribeiro Rocha. Escravidão e recta consciência, Apendix doc.;
A. J. R. Russell-Wood, «Iberian expansion and the issue of black slavery...», pp. 37-
-38. Os debates sobre a abolição da escravatura só ganharam dimensão pública com
os inícios do século XIX e com a sua discussão na imprensa (João Pedro Marques,
«A abolição do tráfico de escravos na imprensa portuguesa (1810-1842)», in Revista
Internacional de Estudos Africanos, n.“ 16-17, 1992-1994, pp. 8 e ss.); para um ponto de
situação sobre a discussão gerada em tomo da escravatura africana tanto em Portugal
como na Europa, veja-se Maria do Rosário Pimentel, Viagem ao fundo das consciências,
parte u «Do escravismo ao antiescravismo», pp. 133 e ss.
107 Jorge Benci, Economia cristã dos senhores no governo dos escravos (livro de 1700),
preparado, prefaciado e anotado por Serafim Leite, Porto, Livraria Apostulado da
Imprensa, 1954.
108 Ibidem, p. 193.
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120 AHU, Pará, caixa 17 (733), Petição da Junta da Companhia Geral de Comércio
do Grão-Pará e Maranhão à coroa pedindo fosse devassada a sua administração antes
da tomada de posse de uma nova junta, s/d; ibidem, caixa 97 (812), Parecer do Conse
lho Ultramarino a uma petição dos senhores de engenho e fábricas de açúcar no Pará
pedindo para as penhoras não serem executadas, de 4 de Março de 1779.
121 BNRJ, 13-4-18, Representação de um anônimo dirigida à rainha sobre a pror
rogação por mais 10 anos da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, s/d [post a
1775]; Manuel Nunes Dias, A Companhia Geral de Grão-Pará e Maranhão, pp. 465 e
496.
122 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado sobre a introdução de 150 a 200 escravos para
os cortes de madeiras, de 22 de Junho de 1761; ibidem, caixa 32 (746), Ofício de João
Pereira Caldas a Martinho de Melo e Castro, de 15 de Dezembro de 1772.
123J. A. Pinto Ferreira, «Mapa geral da população dos índios aldeados em todas as
povoações das capitanias do Estado do Grão-Pará e S. José do Rio Negro no primeiro
de Janeiro de 1792», in Actas do V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, vol. iv,
Coimbra, 1965, pp. 281 e ss. Entendemos por vilas de «brancos» aquelas que, como
Gurupá, Mazagão e Macapá, eram constituídas por uma maioria de luso-brasileiros.
Estas deviam ter na sua constituição um número considerável de escravos africanos.
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Princeton, Princeton University Press, 1987, p. 19. Esta ideia está também subjacente
em Eugênio dos Santos, «A civilização dos índios do Brasil na transição das Luzes para o
Liberalismo: uma proposta concreta», in Maré Liberum (10), Dezembro de 1995, p. 206.
3 Veja-se Colonial Identity in the Atlantic World, 1500-1800, especialmente os capí
tulos 1, 2, 3 e 5.
4 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Ofício de Joaquim de Melo Póvoas a Tomé Joa
quim da Costa Corte-Real, de 21 de Dezembro de 1758; também em idem, Rio Negro,
caixa 1, doc. 18, de 21 de Dezembro de 1758.
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U m c ó d ig o le g is la tiv o c o m o e x p r e s s ã o
da p o lític a c o lo n ia l: o D ir e c tó r io
5 O Directório foi, por decreto real de 1758, extensível a todo o Brasil, apesar dos
protestos de D. Marcos de Noronha, 6 ° conde de Arcos, 7.° vice-rei (BNRJ, 11-30-32-
-30, Carta régia aos governadores e capitães-generais do Brasil censurando a posição
crítica do conde de Arcos em relação ao Directório, de 20 de Abril de 1761); veja-se,
também, John Manuel Monteiro, «Directório dos índios», artigo do Dicionário da His
tória da Colonização Portuguesa no Brasil, coordenado por Maria Beatriz Nizza da Silva,
Lisboa, Editorial Verbo, 1994, cols. 261 e 262.
6 Carlos de Araújo Moreira Neto, índios da Amazônia. De maioria a minoria (1750-
-1850), Petrópolis, Editorial Vozes, 1988, pp. 20 e 27-30, Colin MacLachland, «The
Indian Directorate: forced acculturation in Portuguese America», in The Américas.
A cfuaterly Review of Inter American Cultural History, vol. xxvill, (4), April 1972, pp. 357-
-387; Angela Domingues, «As sociedades e as culturas indígenas face à expansão ter
ritorial luso-brasileira da segunda metade do século XVIII», in Nas vésperas do mundo
moderno. Brasil, Lisboa, Comissão Nacional para as Comemorações dos Descobrimen
tos Portugueses, 1992, pp. 186-188.
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A TR A N SFO R M A Ç Ã O DOS ÍNDIOS EM VASSALOS
11 «Alvará por que S. M. é servida ordenar que a liberdade que havia concedido
aos índios do Maranhão para as suas pessoas, bens e comércio por alvarás de 6 e 7 de
Junho de 1755 se estenda a todos os índios que habitam o continente brasileiro, sem
restrição, interpretação ou modificação», J. C. B., 71-341-1, de 8 de Maio de 1758.
12 Veja-se capítulo vi «A construção de imagens: definição de ameríndios nos dis
cursos coloniais».
13 Para o conceito de lei enquanto veículo de legitimação dos poderes coloniais,
veja-se Patrícia Seed, Ceremonies of posscssion in Europe's conquest of the New World,
1492-1640, Cambridge MA, Cambridge University Press, 1995, pp. 6-7: «If language
and gestures of everyday life were the cultural media through which European States
created their autority and communicated it overseas, Iaw was the means by wich
States created their legitimacy.»
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14 Directório que se deve observar nas povoações dos índios do Pará e Maranhão
enquanto Sua Magestade não mandar o contrário, Lisboa, Officina de Miguel Rodrigues,
1758, pp. 1-3.
15 Directório, § 92, p. 37.
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j-
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17 Directório..., § 16, p. 8.
18 BN, R3610 V, Alvará de 4 de Abril de 1755.
19 Na terminologia colonial, os ameríndios eram definidos como «negros da
terra» por paralelismo à designação dos africanos como «negros da Guiné». Para os
portugueses, «negro» era sinônimo de escravo e estava conotado com servidão (Stuart
B. Schwartz, «Indian labor and new demands...», p. 61; atente-se também no livro de
John Manuel Monteiro, Negros da terra. índios e bandeirantes nas origens de S. Paulo, São
Paulo, Companhia das Letras, 1994).
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20 Directório, § 5, p. 3.
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23 Directório, § 8, p. 4.
24 Directório, § 6, p. 3.
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A ld e ia s , v ila s e fo r tific a ç õ e s
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27 Patrícia Seed, «Taking possession and reading texts...», p. 117. Sobre a história
da Amazônia antes dos contactos com os europeus, veja-se, por exemplo, Anna Cor-
tenius Roosevelt, «Sociedades pré-históricas do Amazonas brasileiro», in Nas vésperas
do mundo moderno. Brasil, pp. 17 e ss.; «Resource management in Amazônia before
conquest: beyond Ethnografic projection», in Advances in Economic Bothany, 7, 1989,
pp. 30 e ss.; «Lost civilizations of the Lower Amazon. Archeologists discover the com-
plex societies that ruled South America’s tropics», in Natural History, 2, 1989, pp. 76 e
ss.; «Arqueologia amazônica», in História dos índios do Brasil, organização de Manuela
Carneiro da Cunha, São Paulo, FAPESP, Companhia das Letras, Secretaria Municipal
de Cultura, 1992, pp. 53 e ss.
28 Ângela Domingues, «Urbanismo e colonização na Amazônia em meados do
século xvill: a aplicação das reformas pombalinas na capitania de S. José do Rio
Negro», in Revista de Ciências Históricas, n.° x, 1995, p. 265. Ao invés do que foi afir
mado por outros autores, estamos crentes que a renomeação das povoaçôes pouco
teve a ver com o local de origem dos povoadores. Se excluirmos o caso de Vila Nova
de Mazagão, verificamos que os topónimos utilizados durante o período estudado
estão relacionados com as povoaçôes da Coroa, da Casa da Rainha e Infantado e,
eventualmente, com as terras de origem ou patrimoniais dos governadores que as
fundavam ou intitulavam (confronte-se Rita Heloísa de Almeida, O Directório dos
índios, p. 67).
78
in .
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V ASSALO S
29 English and Irish Settlement on the river Amazon (1550-1646), edição de Joyce
Lorimer, Londres, Hakluyt Society, 1968; AAW, História Naval Brasileira, vol. I,
tomo II, Rio de Janeiro, Ministério da Marinha, Serviço de Documentação-Geral da
Marinha, 1975, capítulo 11; Ângela Domingues, «Estado de Grão-Pará e Maranhão»,
in Dicionário da História da Colonização Portuguesa no Brasil, Lisboa, Editorial Estampa,
1994, cols. 314-316.
30 Directório, § 80, p. 34.
31 Regimento e Leis sobre as missões do Estado do Maranhão e Pará e sobre a liberdade
dos índios, Lisboa, Oficina de Antônio Menescal, 1724; Mathias C. Kiemen, «The
Indian policy of Portugal in America, with special reference of the old State of Mara
nhão, 1500-1755», in The Américas. A Quaterly Review of Inter-American Cultural History,
vol. v, (4), Abril de 1949, pp. 439-447.
32 A primeira ordem religiosa a estabelecer-se na Amazônia foi a dos Franciscanos
da Província de Santo Antônio fixados no território em 1617; seguiram-se outros ramos
da mesma ordem: os da Piedade, chegados em 1693 devido a solicitação de Manuel
Guedes Aranha; e os Capuchos da Conceição da Beira e Minho, em 1706. Os Carmeli
tas iniciaram a sua missão no Pará em 1627 e os Jesuítas surgiram em 1636, quando o
padre Luís Figueira se estabeleceu em Belém e percorreu os rios Tocantins, Pacajás e
Xingú. Os Mercedários foram trazidos por Pedro Teixeira na sua viagem de regresso de
Quito, em 1639, começando no ano seguinte a construção da igreja e convento das
Mercês (veja-se Carlos de Araújo Moreira Neto, «Os principais grupos missionários que
actuaram na Amazônia brasileira entre 1607 e 1759», in História da Igreja na Amazônia,
coordenada por Eduardo Hoomaert, Petrópolis, Editorial Vozes, 1992, pp. 63-105.
79
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36 Veja-se, por exemplo, BN, Colecção Pombalina, cód. 622, fl. 33, Oficio de José
Antônio de Freitas Guimarães a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado?], de 13 de
Fevereiro de 1753.
37 O papel que os núcleos urbanos tiveram em território luso-brasileiro é seme
lhante ao que exerceram em território hispano-americano. Veja-se Francisco de
Solano, «Urbanizacion y municipalízacion de la poblacion indígena», in Estúdios sobre
la ciudad iberoamericana, coordenação de Francisco de Solano, Madrid, Consejo Supe
rior de Investigaciones Científicas, Instituto Gonzalo Femandez de Oviedo, 1983,
pp. 241-245.
81
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38 David M. Davidson, «How the Brazilian West was won: Freelance & State on
the Mato Grosso frontier, 1737-1752», in Colonial roots of Modem Brazil. Papers of the
Newherry Library Conference, editado por Dauril Alden, Berkeley, Los Angeles, Lon
dres, University of Califórnia Press, 1973, p. 66.
39 A referência aos rios como vias de penetração e de colonização encontra-se
também em Carmen Aranovich, «Notas sobre urbanizacion colonial en la America
Portuguesa», in Estúdios sobre la ciudad iberoamericana, p. 396.
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42 Como exemplo desta actuação, veja-se AHU, Pará, caixa 18 (739F), Ofício de
Joaquim de Melo Póvoas a Tomé Joaquim da Costa Corte-Real, de 21 de Dezembro de
1758 (também em Rio Negro, caixa 1, doc. 18); AN/TT, Manuscritos do Brasil, n.° 51,
fl. 30, Carta de Francisco Xavier de Mendonça Furtado a Manuel Bernardo de Melo e
Castro, de 15 de Junho de 1760; AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Ber
nardo de Melo e Castro a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 23 de Abril de
1761; ibidem, caixa 21 (7391), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, de 28 de Abril de 1761; ibidem, caixa 22 (742), Ofício de
Feliciano Ramos Nobre Mourão a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 28 de
Junho de 1761; ibidem, caixa 25 (739 J), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro ao
Dezembargador Intendente-Geral, de 16 de Agosto de 1763.
43 Ângela Domingues, «As sociedades e as culturas indígenas face à expansão
territorial luso-brasileira na segunda metade do século xviii», p. 189.
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A c o r o a e as o r d e n s r e lig io s a s
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64 BAPDE, CXV/2-14, fl. 266, Carta do Padre Antônio Machado ao Padre Bento
da Fonseca, de 24 de Agosto de 1753.
65 BN, Coltcção Pombalina, códice 625, fl. 179v, Carta do Padre Antônio Machado
a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado?], de 29 de Maio de 1754.
66 BN, Colecção Pombalina, códice 686, fl. lOv, Instruções dadas por D. José I a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado, de 30 de Maio de 1751. Também citado em João
Lúcio de Azevedo, Os Jesuítas no Grão-Pará. Suas missões e a colonização, pp. 283-284.
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67 Dauril Alden, The maleing ofatt entrefrise. The Society ofJesus in Portugal, its Empire
and beyond, /I540-'I750, Stanford, Califórnia, Stanford University Press, 1996, p. 476.
68 BN, Reservados, 2434 A, de 7 de Junho de 1755; também em AHU, Conselho
Ultramarino, códice 336, fl. 65.
69 «Carta de Francisco Xavier de Mendonça Furtado ao Padre Manuel dos Santos
para fundar uma aldeia na boca oriental do rio Javari», de 11 de Fevereiro de 1752 in
Collecção dos crimes e decretos pelos cjuaes vinte e hum jesuítas foram mandados sahir do
Estado do Cram Pará e Maranhão, editado por Manuel Lopes de Almeida com notas de
Serafim Leite, Coimbra, Imprensa da Universidade, 1947, p. 53.
94
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75 É José Caeiro quem afirma que não foram só os índios sob administração de
Jesuítas que fugiram como também os que estavam sujeitos à autoridade dos missio
nários das outras ordens. E atribui essas «deserções» à fome e ao trabalho (José
Caeiro, História da expulsão da Companhia de Jesus, pp. 270-271).
76 AHU, Conselho Ultramarino, códice 1214, fl. 213, Ofício do Bispo do Pará a
Sebastião José de Carvalho e Melo, de 8 de Março de 1754.
77 BNRJ, 1-28-32-24, Ofício de frei Miguel de Bulhões a Tomé Joaquim da Costa
Corte Real, de 1 de Março de 1759.
78 João Lúcio de Azevedo, Os Jesuítas no Grão-Pará..., p. 322; Jorge Couto, «O po
der temporal das aldeias dos índios do Estado do Grão-Pará e Maranhão no período
pombalino...», pp. 53 e ss.
79 Para além dos autores já mencionados pensamos ser importante referir ainda
José Caeiro, História da expulsão da Companhia de Jesus da Província de Portugal (século
xvill), vol. I, Lisboa, São Paulo, Editorial Verbo, 1991.
96
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80 BN, Colecção Pombalina, códice 621, fl. 142, Ofício de Manuel Sarmento,
Dezembargador e Ouvidor-Geral do Maranhão, a Francisco Xavier de Mendonça Fur
tado, de 2 de Janeiro de 1753; ibidem, códice 622, fl. 33, Ofício de José Antônio de
Freitas Guimarães a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado?], de 13 de Fevereiro de
1753; AHU, Conselho Ultramarino, códice 1214, fl. 213, Carta do Bispo do Pará a
Sebastião José de Carvalho e Melo, de 8 de Março de 1754; Pará, caixa 20 (739 G),
Ofício de Feliciano Ramos Nobre Mourão a Manuel Bernardo de Melo e Castro, de
10 de Setembro de 1760.
81 Dauril Alden, «Economic aspects of the expulsion of the Jesuits from Brazil»,
p. 51.
82 AHU, Conselho Ultramarino, códice 1214, fl. 177, Carta de Francisco Xavier de
Mendonça Furtado ao Marquês de Pombal, de 14 de Junho de 1754.
83 Semelhante afirmação encontra-se também documentada em Dauril Alden,
«Economic aspects...», pp. 54-55. Na sua opinião, a expulsão dos Jesuítas do Brasil
dependeu, em grande medida, de factores econômicos; consulte-se, ainda, Kenneth
R. Maxwell, «Eighteenth century Portugal: faith and reason, tradition and innovation
during a Golden Age», in The Age of the Baroque in Portugal, editado por Jay A. Leven-
son, Washington, New Haven, Londres, The National Gallery of Art e Yale Univer-
sity Press, 1993, pp. 120-121.
97
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C o l o n o s , s o ld a d o s e d e g r e d a d o s
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86Virgínia Rau et alii, «Dados para a emigração madeirense para o Brasil no século
Xviii», in Actas do V Colóquio Internacional de Estudos Luso-Brasileiros, Coimbra, 1963. vol. i,
pp. 495 e ss.; Walter F. Piazza, A epopeia açorico-madeirense, 1748-1796, Florianópolis,
Editora da UFCSC, Editora Lunardelli, 1992; Adelaide Barbosa Couto, Edina Nogueira
da Gama e Maurício de Barcellos Sant’Anna, «O povoamento da ilha de Santa Catarina
e a vinda dos casais de ilhéus», in Actas do II Colóquio Internacional de História da Madeira,
pp. 247 e ss.; Avelino de Freitas de Meneses, «O giro das gentes: migrações açorianas
nos espaços insular e metropolitano em meados do século xviii», in Ler História, (31),
1996, pp. 69 e ss.; «Gentes dos Açores. O número e a mobilidade em meados do século
xvm», Provas de Agregação apresentadas à Universidade dos Açores, Ponta Delgada,
1997. Uma nova via de abordagem surge em Maria Beatriz Nizza da Silva, «Família e
emigração: açorianos no Brasil no fim do período colonial», in Colóquio O Faia! e a perife
ria açoriana nos séculos xva xix, Horta, Núcleo Cultural da Horta, 1995, pp. 391 e ss.
87 Confronte-se com Avelino de Freitas de Meneses, «Gentes dos Açores. O nú
mero e a mobilidade em meados do século xvm». O autor é de opinião que «Neste caso,
prevalecem inequivocamente as necessidades do Brasil sobre as conveniências dos
Açores», p. 79. O mesmo autor refere, igualmente, a ocorrência de uma crise cerealífera
nas ilhas do arquipélago central açoriano nos anos de 40 (p. 81) e considera ainda as
calamidades sismo-vulcânicas como irrelevantes no êxodo das populações (p. 85).
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92 Relação curioza do sitio do Grão Pará terras de Mato-Grosso bondade do clima e fer
tilidade daquellas terras escrita por um curiozo experiente daqueHe Paiz, Lisboa, cerca 1750
0- C. B., 66-151, p. 8).
93 Serafim Leite S.I., Cartas dos primeiros jesuítas do Brasil, vol. III, São Paulo,
Comissão do IV Centenário da Cidade de S. Paulo, 1954, pp. 296-297.
94 Relação curioza..., pp. 4 e 6.
95 Caetano Paes Silva, Relaçam e noticia Da gente, que nesta segunda monçaõ chegou
ao sitio do Grão-Pará, e às terras de Matto Grosso, caminhos que ftzerão por aquellas terras,
com outras muitas curiosas, e agradaveis de Rios, Fontes, fructos, que naquelle Paiz acharão.
Copia tudo de uma Carta, que a esta Cidade mandou Isidoro de Couto, Lisboa, Oficina de
Bernardo Antônio de Oliveira, 1754.
96 AHU, Conselho Ultramarino, códice 271, fl. 162-162v, Carta régia ao governa
dor do Maranhão sobre a resolução que o rei teve de mandar contratar o transporte
de 1000 pessoas dos Açores para o Pará, de 13 de Maio de 1751; também em Timoty
Joel Coates, Exiles and orphans: forced and State sponsored colonizers in the Portuguese
Empire, 1550-1720, Michigan, Ann Harbour Dissertation Services, 1993, vol. 2, p. 442.
97 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ordem régia aos capitães dos navios para não
levarem passageiros, desertores ou mulheres sem autorização do governador sob
pena de pagarem 200 000 réis, de 27 de Novembro de 1761.
101
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98 AHU, Conselho Ultramarino, códice 271, fl. 162, Carta régia ao governador do
Maranhão sobre a resolução que o rei teve em mandar contratar o transporte de 1000
pessoas dos Açores para o Pará, de 13 de Maio de 1751; Avelino de Meneses, «Os
Açores e o Brasil: as analogias humanas e econômicas no século xvill», in Revista da
Sociedade Brasileira de Pesquisa Histórica, n.° 10, 1995, p. 32.
99 AHU, Conselho Ultramarino, códice 1214, fl. 270, Ordem de pagamento dada
ao Conde de Penalva para pagar 2 692 304 réis a dois donos de navios, de 10 de
Junho de 1753.
100 AHU, ibidem, códice 271, fl. 188, Carta régia dirigida ao governador do Mara
nhão sobre o envio de degredados julgados na corte e das levas da índia, de 24 de
Maio de 1751.
101 Nicolás Sánchez-Albomoz, «The first transadantic transfer: Spanish migra-
tion to the New World, 1493-1810», in Europeans on the move. Studies on European
migration. -1500-1800, editado por Nicholas Canny, Oxford, Clarendon Press, 1994,
pp. 33-34.
1 02
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SSA LO S
102 As leis reais estipulavam, em 1751, que cada casal de ilhéus ou de estrangeiros
que se dispusesse a ir povoar os domínios portugueses do Norte da América recebería
uma espingarda, duas enxadas, um machado, um enxó, um martelo, um facão, duas
facas, duas verrumas, uma serra com lima e travadoira, dois alqueires de sementes,
duas vacas, uma égua e, de tudo o mais importante, uma sesmaria de um quarto de
légua em quadra, sem direitos ou salários. Durante o primeiro ano teriam direito a uma
ração de três quartas de alqueire de farinha por cada indivíduo adulto maior de 14 anos
e os mais pequenos, até aos 7 anos, uma quarta e meia de alqueire. As mulheres rece
beríam 1000 réis por cada criança e os artífices teriam direito a ajudas de custo na pro
porção directa às suas capacidades (AHU, Conselho Ultramarino, códice 271, fl. 162,
Carta régia ao governador do Maranhão, de 13 de Maio de 1751); os mazaganistas
receberam, na década de 1770, o mesmo alimento, uma «propriedade de casas» e um
número mais reduzido de ferramentas (ihidem, códice 1257, «Relação dos mazaganistas
estabelecidos na Vila Nova de Mazagão e suas vizinhanças; com uma particular e indi
vidual informação relativa a cada família», s/d; Zelinda Cohen, «Retrato dos mazaga
nistas...»); em 1760, os povoadores que chegassem do reino e do estrangeiro deviam
usufruir de uma quantidade não especificada de ferramentas, 6000 réis por mês
durante um ano, terras para a lavoura, doze vacas, um touro e um cavalo. Embora con
templando todos os que chegassem ao Estado, a documentação referia-se concreta
mente a Manuel Barbosa, português, e a José Azeite, armênio, que se iam fixar em
Macapá (AHU, Pará, caixa 20 (739 G), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 23 de Outubro de 1760).
103 Timothy Joel Coates, Exiles and orphans: forced and state-sponsored colonizers in
the Portuguese Empire, pp. 72 e 106.
104 ANRJ, códice 99, vol. 1, fl. 100, Ofício de Fernando da Costa de Ataíde Teive
a Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 17 de Outubro de 1766; AHU, Pará,
caixa 40 (754), Ofício de José Nápoles Telo de Meneses noticiando a chegada do
navio N.“ Sr.“ da Praça e S. João transportando degredados para assentar praça, de 14
de Agosto de 1780.
103
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105 AHU, Conselho Ultramarino, códice 271, fl. 188, Carta régia dirigida ao gover
nador do Maranhão, de 24 de Maio de 1751.
106 AHU, Conselho Ultramarino, códice 209, fl. 279v, Parecer do Conselho Ultra
marino sobre o pagamento das rações de farinha a algarvios que no Pará se ocupa
vam da pescaria, de 27 de Maio de 1754.
107 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 23 de Julho de 1761.
104
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108 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Ofício de Joaquim de Melo Póvoas a Tomé Joa
quim da Costa Corte Real, de 21 de Dezembro de 1758; também em Rio Negro, caixa 1,
doc. 18.
im Para a emigração, que era fundamentalmente masculina, ocorrida nas fases
iniciais da expansão espanhola, veja-se Francisco de Solano, «El conquistador His
pano: sehas de identidad», in Proceso historico al conquistador, coordenado por Francisco
de Solano, Madrid, Editorial Alianza, 1988, pp. 15 e ss.
110 BN, Reservados 3610 V, Alvará de 4 de Abril de 1755.
111 AHU, Pará, caixa 20 (739 G), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 18 de Outubro de 1760; ihidem, caixa 19
(739 H), Ofício de Feliciano Ramos Nobre Mourão, ouvidor-geral do Pará, a Francisco
Xavier de Mendonça Furtado, de 10 de Novembro de 1760.
112 A N /1 1, Manuscritos do Brasil, n.° 51, fl. 33, Ofício de Francisco Xavier de
Mendonça Furtado a Manuel Bernardo de Melo e Castro, de 21 de Junho de 1760.
113 AHU, Pará, caixa 19 (739 Fl), Ofício de Feliciano Ramos Nobre Mourão a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 10 de Novembro de 1760.
105
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SSA LO S
O fim de r é g u lo s e de q u ilo m b o s
114 Para uma noção comparativa do papel dos lançados no Império Português,
veja-se o artigo e a bibliografia indicada em Jorge Couto, «Lançados», in Dicionário de
História dos Descobrimentos, dirigido por Luís de Albuquerque, vol. n, Lisboa, Círculo
de Leitores, 1994.
115 Gary B. Nash e David G. Sweet, «General Introduction», in Struggle and survi-
val in Colonial America, editado por David G. Sweet e Gary B. Nash, Berkeley, Los
Angeles, Londres, University of Califórnia Press, 1991, pp. 3-4.
106
A T R A N SF O R M A Ç Ã O D O S ÍN DIO S EM V ASSALO S
116 BN, Colecção Pombalina, códice 205, fl. 123, Carta de Francisco Xavier de
Andrade a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 12 de Agosto de 1752.
117 AF1U, Conselho Ultramarino, códice 209, fls. 257v-259v, Parecer do Conselho
Ultramarino sobre o procedimento a ter com Francisco Portilho de Melo, de 13 de
Abril de 1753. Sobre esta noção de sertão como local de refúgio e, igualmente, de opor
tunidade dos que eram rejeitados pela sociedade colonial, dos que dela se tinham colo
cado à margem ou dos que fugiam da igreja, da justiça ou da opressão, veja-se A. J. R.
Russell-Wood, «The frontier concept. Its past, present and future influence», p. 37.
118 De entre os mais relevantes régulos do sertão, saliente-se Francisco Portilho
de Melo, Pedro de Braga, José da Costa Bacelar, João Gonçalves Chaves, Euquério
Ribeiro e João Baptista, Francisco Alberto do Amaral, Antônio Braga, João Duarte
Ourives, o mameluco Jacob, o mulato Isidoro, Antônio Carlos e Antônio Ribeiro da
Silva (AHU, Conselho Ultramarino, códice 271, fl. 175, Carta régia ao ouvidor da capi
tania do Pará, de 20 de Abril de 1751; ibidem, fl. 184, Carta régia ao Governador do
Estado do Maranhão, de 12 de Maio de 1751).
1,9 AHU, Pará, caixa 59 (774), Ofício de Francisco Xavier de Mendonça Furtado
a [? ], de 3 de Novembro de 1753.
107
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120 BN, Colecção Pombalina, códice 621, fl. 214, Ofício de Lourenço Belfort a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado, de 8 de Fevereiro de 1753.
121 Ibidem, códice 622, fl. 25, Ofício de Ricardo Antônio da Silva Leitão a [Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado?], de 9 de Fevereiro de 1753.
122 Ibidem, códice 622, fl. 33, Ofício de José Antônio de Freitas Guimarães a
[Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 13 de Fevereiro de 1753; ibidem, fl. 31,
Ofício de Manuel da Silva a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 13 de Feve
reiro de 1753.
108
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123 AHU, Pará, caixa 59 (774), Ofício de Francisco Xavier de Mendonça Furtado
a [?], de 3 de Novembro de 1753.
124 BN, Colecção Pombalina, códice 621, fl. 214, Ofício de Lourenço Belfort a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado sobre a devassa feita a Pedro Braga, de 8 de Feve
reiro de 1753.
125 Ibidem, códice 625, fl. 123, Carta de Francisco Xavier de Andrade a [Francisco
Xavier de Mendonça Furtado], de 12 de Agosto de 1752; ibidem, códice 622, fl. 11,
Ofício de José Pereira de Abreu a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 29 de
Janeiro de 1753.
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126Ibidem, códice 622, £1. 22, Ofício de João Rodrigues da Cruz a [Francisco Xavier
de Mendonça Furtado], de 5 de Fevereiro de 1753; AHU, Pará, caixa 59 (774), Ofício de
Francisco Xavier de Mendonça Furtado a [?], de 3 de Novembro de 1753.
127 Urs Bitterli, Cultures in conflict. Encounters between European and non-European
cultures, 1492-1800, p. 50.
128 BN, Colecção Pombalina, códice 621, fl. 214, Ofício de Lourenço Belfort a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado sobre a devassa feita a Pedro Braga, de 8 de Feve
reiro de 1753.
129 Esta prática foi proibida por Carta régia de 4 de Dezembro de 1752 (AHU,
Pará, caixa 110 (825)).
130 BN, Colecção Pombalina, códice 622, fl. 10, Ofício de José Pereira de Abreu a
[Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 29 de Janeiro de 1753.
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131 Ibidem, códice 621, fl. 214v, Ofício de Lourenço Belfort a Francisco Xavier de
Mendonça Furtado sobre a devassa feita a Pedro Braga, de 8 de Fevereiro de 1753.
132 AHU, Conselho Ultramarino, códice 209, fl. 257v, Parecer do Conselho Ultra
marino sobre o procedimento a ter com Francisco Portilho, de 13 de Abril de 1753;
ibidem, códice 271, fl. 184, Carta régia ao governador do Maranhão sobre as devassas
feitas a crimes de apreensão de escravos, de 12 de Maio de 1751; BN, Colecção Pomba
lina, códice 625, fl. 123, Carta de Francisco Xavier de Andrade a [Francisco Xavier de
Mendonça Furtado], de 12 de Agosto de 1752. Sobre a actuação de Francisco Portilho,
veja-se também João Lúcio de Azevedo, Os Jesuítas no Grão-Pará. Suas missões e a colo
nização, pp. 287-288 e Ciro Flamarion S. Cardoso, Economia e sociedade em áreas colo
niais periféricas. Guiana Francesa e Pará fl 750-'/<§'/7J, Rio de Janeiro, Edições Graal,
1984, pp. 111-112.
111
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133 AHU, Conselho Ultramarino, códice 209, fl. 258v, de 13 de Abril de 1753.
134 A vantagem destas alianças era uma constante no relacionamento de índios e
luso-brasileiros. Veja-se John Manuel Monteiro, «Brasil indígena no século xvi: dinâmica
histórica tupi e as origens da sociedade colonial», in Ler História, 19,1990, pp. 91-95.
135 BN, Colecção PombaUna, códice 625, fl. 123, Ofício de Francisco Xavier de
Andrade a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 12 de Agosto de 1752.
1 12
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SS A L O S
136 Ibidem, códice 625, fl. 123, de 12 de Agosto de 1752. Para a insubordinação
indígena aliada à resistência armada e ao declínio demográfico em relação ao vice-rei-
nado, veja-se John Manuel Monteiro, Negros da terra. índios e bandeirantes nas origens
de S. Paulo, São Paulo, Companhia das Letras, 1994, p. 35.
137 AHU, Pará, caixa 40 (754), Ofício de José de Nápoles Telo de Meneses a Mar-
tinho de Melo e Castro, de 21 de Agosto de 1780; para o vice-reinado do Brasil, veja-
se Benjamin Péret, O quilombo de Palmares. Crônica da •República de Escravos». Brasil,
1640-1695, Lisboa, Fenda Edições, L.da, s/d; Mário José Maestri Filho, Quilombos e qui-
lombolas em terras gaúchas, Porto Alegre, Escola Superior de Teologia, Universidade de
Caxias, 1979. Sobre o conceito de quilombo como espaço físico, mas também social
e mítico, e percebido como uma estrutura de identidade e solidariedade alternativa à
sociedade esclavagista (neste caso africana), veja-se Aida Freudenthal, «Os quilombos
de Angola no século XIX: a recusa da escravidão», in Revista de Estudos Afro-Asiáticos,
32, 1997.
138 AHU, Conselho Ultramarino, códice 209, fls. 220 e ss., Parecer do Conselho
Ultramarino sobre a representação feita aos oficiais da câmara do Pará sobre o envio
de escoltas armadas para captura de escravos e índios fugidos, de 21 de Maio de
1750; Pará, caixa 94 (809), Atestação de Pedro Gorjão de Mendonça sobre o compor
tamento do principal Gonçalo de Sousa, de 4 de Maio de 1754, BN, Colecção Pomba-
lina, códice 621, fl. 239, Ofício de Manuel de Sarmento a Francisco Xavier de Men
donça Furtado, de 20 de Março de 1753.
113
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SS A L O S
139 AHU, Conselho Ultramarino, códice 273, fls. 18-18v, Carta régia ao governador
da capitania sobre os índios vádios que se organizavam em mocambos, de 22 de
Agosto de 1781.
140 AHU, Rio Negro, caixa 14, doc. 19, Ofício de Henrique João Wilkens a João
Pereira Caldas, de 14 de Agosto de 1787.
141 AHU, Rio Negro, caixa 15, doc. 8, Ofício de Marcelino José Cordeiro a João
Pereira Caldas, de 15 de Agosto de 1787.
142 AHU, Pará, caixa 24 (739 D), Carta de D. Frei João de S. José Queirós ao
padre Custódio da Cunha Ferreira, de 11 de Setembro de 1762.
143 APEP, códice 103, doc. 55, Ofício de Manuel Carlos da Silva a Fernando da
Costa de Ataíde Teive, de 14 de Maio de 1770.
114
A T R A N SF O R M A Ç Ã O D O S ÍN DIO S EM VASSALO S
A d ifu s ã o da lín g u a p o r tu g u e s a e o e n s in o
d o s m e n in o s ín d io s
144 Sobre este assunto, veja-se o artigo de Ângela Domingues, «A educação dos
meninos índios no Norte do Brasil na segunda metade do século xviii», in Cultura por
tuguesa na Terra de Santa Cruz, coordenação de Maria Beatriz Nizza da Silva, Lisboa,
Editorial Estampa, 1995, pp. 67 e ss.
145 Carlos de Araújo Moreira Neto, índios da Amazônia. De maioria a minoria, p. 26.
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A T R A N SF O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM VASSALOS
146 Directório, § 6.
147 AHU, Pará, caixa 18 (739 F), Ofício de Joaquim de Melo Póvoas a Tomé Joa
quim da Costa Corte-Real, de 21 de Dezembro de 1758; também em Rio Negro, caixa 1,
doc. 18.
148 O ensino da escrita e da aritmética não era recomendado às meninas.
149 Directório, § 7 e 8. Estas ordens foram repetidas na década de 60 a Manuel
Bernardo de Melo e Castro. Os ordenados dos professores deviam ser pagos pelos
bens sequestrados à Companhia de Jesus (AN/TT, Manuscritos do Brasil, número 51,
fls. 63-63v, de 9 de Junho de 1761).
150 Sobre a definição das diferentes categorias de ensino ministrado nas escolas e
universidades portuguesas, veja-se Antônio Alberto Banha de Andrade, A reforma
pombalina dos Estudos Secundários no Brasil, São Paulo, Edições Saraiva, Editora Univer
sidade de São Paulo, 1978, pp. 1 e ss.
1 16
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SSA LO S
151 AHU, Conselho Ultramarino, códice 1275, fl. 336, Carta régia ao governador
e capitão-general do Estado do Maranhão recomendando a protecção das missões e
das liberdades dos índios, de 29 de Maio de 1750.
152 Omar E. González Nánez, «Lenguas indígenas e identidad en la cuenca dei
Guaiania-Rio Negro. Território Federal Amazonas Venezuela», in Indianismo e indigenismo
en América, compilação de José Alcina Franch, Madrid, Alianza Editorial, 1990, p. 291.
153 Carlos de Araújo Moreira Neto, índios da Amazônia. De maioria a minoria, p. 44.
154 Era Freitas de Guimarães que, ao dar conta da ocorrência, afirmava: «Çertifi-
cam-me que os Missionários destas Aldeyas do rio Tapajoz não observão o perceito,
que V* Ex.a lhes impoz para que admittissem nas Escollas aos índios e índias, com
todo o cuidado, e julgo por certa esta notícia porque o Missionário da Aldeya de
Cumamú cuida muito pouco em os aplicar a ler e a escrever, nem tão pouco consente
que os índios da sua Missão fallem portuguez, e tem castigado a alguns por este res
peito» (BN, Colecção Pomhalina, códice 622, fl. 33, Carta de José Antônio de Freitas
Guimarães a [Francisco Xavier de Mendonça Furtado], de 13 de Fevereiro de 1753).
117
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S fN D IO S EM V A SSA LO S
155 lbidem, códice 625, EL 179v, Carta do padre Antônio Machado a [Francisco
Xavier de Mendonça Furtado], de 29 de Maio de 1754.
156 Ângela Domingues, «As sociedades e as culturas indígenas face à expansão
territorial luso-brasileira na segunda metade do século xviil», pp. 187-188.
157 O mesmo ocorreu em relação à América Espanhola. Veja-se Documentos sobre
política linguística en Hispanoamérica (1492-1800), compilação, estudo preliminar e edi
ção de Francisco de Solano, Madrid, CSIC/Centro de Estudos de História, 1991,
pp. LVI-LXII.
158 BN, Res. 3609 V.
1 18
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SSA LO S
159 Este programa teve êxito, por exemplo, na índia, onde muitos «filhos da
terra» desempenharam funções religiosas e tiveram um papel primordial na concilia
ção de duas heranças culturais distintas (Maria de Jesus dos Mártires Lopes, Goa Sete-
centista: tradição e modernidade, p. 339).
160 AHU, Conselho Ultramarino, códice 1275, fls. 400-402, Carta régia decretando
a obrigatoriedade do ensino da gramática portuguesa nas aulas de língua latina, de 30
de Setembro de 1770.
161 «Alvará pelo que se concede à Real Mesa Censória toda a administração e
direcção dos estudos das escolas menores do reino e dos domínios, com remissão à
legislação de 28 de Junho de 1759», in Sistema e collecção de regimentos, vol. iii, p. 541,
de 4 de Junho de 1777; AN/TT, Ministério dos Negócios Estrangeiros, livro 127, carta 1,
fl. 1, Carta de Francisco Xavier de Mendonça Furtado a Martinho de Melo e Castro,
de 22 de Julho de 1759; ANRJ, códice 99, vol. 4, fl. 47, Ofício de José Nápoles Telo de
Meneses a Martinho de Melo e Castro, de 30 de Maio de 1783.
162 AHU, Pará, caixa 104 (819), Provimento do padre Fernando Félix da Concei
ção por D. Francisco de Sousa Coutinho no cargo de professor de estudos menores
da cidade do Pará, de 23 de Setembro de 1799; veja-se, ainda, Antônio de Camões
Gouveia, «Estratégias de interiorização da disciplina», in História de Portugal, dirigida
por José Mattoso, vol. iv, pp. 433-434.
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163 AHU, Pará, caixa 24 (739 D), Ofício de Luís Gomes de Faria e Sousa a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado, de 15 de Setembro de 1762.
164 lbidem.
165 lbidem, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado, de 23 de Abril de 1761.
166 Walter Mignolo, «On the colonization of Amerindian languages and memo-
ries: renaissance theories of writing and the discontinuity of the classical tradition»,
in Society for Comparative Study of Society and History, 1992, p. 326.
167 APEP, códice 108, doc. 69, Ofício de Francisco Pimentel ao govemdor e capi-
tão-general da capitania, de 6 de Agosto de 1770.
120
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168 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 23 de Abril de 1761.
169 A N /1 1, Manuscritos do Brasil, n.° 51, fl. 43v, Ofício de Francisco Xavier de
Mendonça Furtado a Manuel Bernardo de Melo e Castro, de 30 de Junho de 1760.
170 AHU, Pará, caixa 20 (729 G), Parecer de José Monteiro de Noronha sobre a
fundação de seminários para meninos índios, de 7 de Outubro de 1760; ibidem, Pare
cer de D. Frei João de S. José Queirós, bispo do Pará, sobre a instituição de seminá
rios para meninos índios, s/d [ant. a 11 de Novembro de 1760]; ibidem, Parecer do
desembargador intendente Luís Gomes de Faria e Sousa e do ouvidor-geral Feliciano
Nobre Ramos Mourão sobre a fundação de seminários para meninos índios, de 11 de
Novembro de 1760.
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171 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro
comunicando a intenção de doar a livraria dos Jesuítas da vila de Vigia ao Colégio dos
Nobres e a integração da do Colégio de Santo Alexandre na do Bispo do Pará, de 18
de Outubro de 1761. O colégio jesuíta do Pará fora encerrado a 12 de Setembro de
1759 (Antônio Alberto Banha de Andrade, A reforma pombalina dos estudos secundários
no Brasil, São Paulo, Edição Saraiva, Editora Universidade de São Paulo, 1978, p. 5).
172 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a
Francisco Xavier de Mendonça Furtado, de 18 de Junho de 1761; e ibidem, caixa 22
(742), Extracto de ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro, de 6 de Novembro de
1760.
173 Ibidem, caixa 104 (819), Petição de Fernando Felix da Conceição para se con
firmar o seu provimento como professor por aprovação régia, s/d.
174 Ibidem, caixa 32 (746), Ofício de Francisco Xavier Ribeiro de Sampaio a Mar-
tinho de Melo e Castro, de 21 de Fevereiro de 1771.
175 Ibidem, caixa 77 (792), de 1799.
122
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S ÍN D IO S EM V A SSA LO S
176 Ibidem, caixa 20 (729 G), Parecer de José Monteiro de Noronha, de 7 de Outu
bro de 1760.
177 AN/TT, Manuscritos do Brasil, n.° 51, fl. 68v, Carta régia a Bernardo de Melo e
Castro sobre a educação dos filhos da elite índia, de 11 de Junho de 1761.
178 AHU, Pará, caixa 22 (742), Ofício de Feliciano Ramos Nobre Mourão a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado, de 28 de Junho de 1761; ibidem, caixa 21 (739 I),
Ofício de Manuel Bernardo de Melo e Castro a Francisco Xavier de Mendonça Fur
tado, de 23 de Abril de 1761.
179 APEP, cód. 108, doc. 7, Ofício de Lucas José Espinosa de Brito Coelho Folq-
man, director da vila de Pombal, de 7 de Agosto de 1770.
180 AHU, Rio Negro, caixa 16, doc. 9, Ofício de Henrique João Wilkens a João
Pereira Caldas, de 6 de Junho de 1788.
123
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181 AHU, Pará, caixa 60 (775), Petição de índios, filhos de principais, vindos a
Lisboa, de patentes e soidos para viverem condignamente na sua terra, de 7 de Julho
de 1764.
182 Ibidem.
183 Angela Domingues, «Comunicação entre sociedades de fronteira: o papel do
intérprete como intermediário nos contactos entre ibero-americanos e ameríndios na
Amazônia de finais do século xvm», in Limites domar e da terra. Actas da VIII Reunião Inter
nacional de História da Náutica e da Hidrografia, Cascais, Patrimónia, 1998, pp. 255 e ss.
184 AHU, Pará, caixa 21 (739 I), Ordem de Manuel Bernardo de Melo e Castro
aos oficiais da câmara da vila de Santa Cruz do Cametá e de Vila Viçosa, de 17 e 18
de Janeiro de 1761.
124
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125
n
A T R A N S F O R M A Ç Ã O D O S Í N D IO S EM V A S S A L O S
O s e x e c u to r e s d o p la n o de c o lo n iz a ç ã o
com que riellas se falia a língua portugueza para melhor poder conhecer o estado interior das
suas consciências. A todos os que se empregarem no estudo da História Natural e Geografia
daquelle Paiz; pois conserva constantemente os seus nomes originários e primitivos, Lisboa,
Officina Patriarcal, 1795; Padre Luís Figueira, Arte da Grammatica da lingua do Brazil,
composta pelo..., Lisboa, Officina Patriarcal, 1795; Padre João Filipe Betendorf, Compên
dio da doutrina christãa na lingua portugueza e brasilica composto por... e reimpresso de ordem
de S. Alteza Real o Príncipe Regente Nosso Senhor por Frei Mariano da Conceição Vellozo, Lis
boa, Officina de Simão Tadeu Ferreira, 1800.
189 AHU, Pará, caixa 50 (760), Carta de Domingos Correia Dinis, médico, a
D. Francisco de Sousa Coutinho, de 30 de Abril de 1799.
190 BNRJ, 7-1-19, «Questões apologéticas enunciadas e dirigidas a mostrar que
em nada peca o Pároco que na língua vulgar dos índios os instrui espiritualmente, não
sabendo eles entender a Portuguesa que por ordem real se lhes deve introduzir, nem
também o que persuade os índios à compustura do calçado e manto ou mantilha e a
reforma juntamente de suas camisas degoladas, nem o que disser que periga o que o
Espírito Santo lhe dita, nem o que na Igreja repreender alguém em particular por
causa pública», s/d [de finais do século XVIII].
126
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191 Simão Estácio da Silveira, Relação Sumária das Covsas do Maranhão dirigida aos
pobres deste Reyno de Portugal, s/1, edição de Eugênio do Canto, s/d, p. 35.
192 Veja-se, por exemplo, Andrée Mansuy-Diniz Silva, «Imperial re-organiza-
tion», in Colonial Brazil, edição de Leslie Bethell, Cambridge, Cambridge University
Press, 1987, pp. 244 e ss., Fernando A. Novais, Portugal e Brasil na crise do Antigo Sis
tema Colonial (‘1777-1808), São Paulo, Editora HUCITEC, 1986, pp. 198 e ss.; José Luís
Cardoso, O pensamento econômico em Portugal nos finais do século xvm, Lisboa, Editorial
Estampa, 1989, pp. 193 e ss.; Valentim Alexandre, Os sentidos do Império. Questão
nacional e questão colonial na crise do Antigo Regime português, Porto, Edições Afronta-
mento, 1993, pp. 93 e ss.
193 D. Rodrigo de Sousa Coutinho, Memória escrita pelo Senhor..., de que se remete
copia ao Senhor D. João de Almeida ao Rio de Janeiro, em Julho de 1810 (minuta) Sobre o
melhoramento dos domínios de Sua Magestade na América, Lisboa, Arquivo Histórico
Ultramarino, p. 1; também publicada in Brasília, vol. rv, 1949, p. 405.
127
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128
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198 Sobre D. Francisco Maurício, veja-se Artur César Ferreira Reis, «Francisco de
Sousa Coutinho 2», in Dicionário de História de Portugal, dirigido por Joel Serrão, vol. II,
Porto, Livraria Figueirinhas, 1981, pp. 222-223; confrontem-se estes dados com
Andrée Mansuy Diniz Silva, «D. Rodrigo de Sousa Coutinho», in Dicionário de História
da Colonização..., cols. 222-225; e com Kenneth Maxwell, «Condicionalismos da inde
pendência do Brasil», in Nova História da Expansão Portuguesa. O Império Luso-Brasileiro
(1750-18ZZ), coordenação de Maria Beatriz Nizza da Silva, vol. VIII, Lisboa, Editorial
Estampa, 1986, pp. 374-382; sobre o pensamento político e econômico deste minis
tro, veja-se, ainda, José Luís Cardoso, O pensamento econômico em Portugal..., pp. 127 e
ss.; e Guilherme Pereira das Neves, «Do império luso-brasileiro ao império do Brasil
(1789-1822)», in Ler História (27-28), 1995, pp. 79 e ss.
199 Artur César Ferreira Reis, «João Pereira Caldas», in Dicionário de História de
Portugal, vol. i, p. 433; AHU, Pará, caixa 61 (776), Carta patente nomeando João
Pereira Caldas como governador e capitão-general do Estado do Grão-Pará por três
anos, de 13 de Julho de 1770.
200 Raúl da Silva Veiga, Diplomas régios e outros documentos dados no governo do Bra
sil (Colecção Conde de Arcos), Catálogo, Coimbra, Arquivo da Universidade, 1988, p. 9,
nota 1.
201 Marcos Carneiro de Mendonça, A Amazônia na era pombalina, vol. n, p. 682.
202 AHU, Rio Negro, caixa 1, doc. 24, Ofício de Joaquim de Melo e Póvoas a Fran
cisco Xavier de Mendonça Furtado, de 20 de Agosto de 1760.
129
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2°8 Ângela Barreto Xavier e Antônio Manuel Hespanha, «As redes clientelares»,
131
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