Apostila de Direito Processual Do Trabalho
Apostila de Direito Processual Do Trabalho
Apostila de Direito Processual Do Trabalho
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SUMÁRIO
I. PRINCÍPIOS ................................................................................................................................................................... 4
1. Princípios Gerais do Processo .................................................................................................................... 7
2. Princípios Próprios do Processo do Trabalho ..................................................................................... 8
II. ORGANIZAÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO ............................................................ 13
1. Organização da Justiça do Trabalho...................................................................................................... 13
2. Da Competência da Justiça do Trabalho .............................................................................................. 20
III. DAS PARTES E PROCURADORES ....................................................................................................................... 27
1. Substituição Processual no Processo do Trabalho – Entidade Sindical .................................. 32
2. Procuração ao Advogado na Justiça do Trabalho ............................................................................ 35
IV. DOS ATOS PROCESSUAIS...................................................................................................................................... 37
V. AUDIÊNCIA TRABALHISTA ................................................................................................................................. 41
1. Procedimento da Audiência ..................................................................................................................... 45
VI. RECLAMAÇÃO TRABALHISTA ............................................................................................................................ 48
1. Requisitos Estruturais e Formais da Reclamação Trabalhista ................................................... 49
2. Requisitos Extrínsecos da Reclamação Trabalhista: ...................................................................... 54
VII. DEFESA TRABALHISTA ......................................................................................................................................... 55
1. Princípio da Eventualidade – Concentração das Defesas ............................................................. 57
2. Princípio da Impugnação Especificada: ............................................................................................... 60
3. Exceções como matéria de Defesa Trabalhista: ............................................................................... 62
4. Reconvenção – Modalidade de Resposta: ........................................................................................... 65
VIII. DAS PROVAS .............................................................................................................................................................. 65
1. Conceito, Finalidade e Objeto .................................................................................................................. 65
3. Princípios da Prova no Processo do Trabalho .................................................................................. 68
4. Ônus da Prova no Processo do Trabalho ............................................................................................ 70
5. Interrogatório e Depoimento Pessoal .................................................................................................. 76
6. Prova Documental........................................................................................................................................ 78
7. Exibição de Documentos ........................................................................................................................... 79
8. Da Prova Testemunhal ............................................................................................................................... 81
9. Da Prova Pericial .......................................................................................................................................... 83
10. Da Inspeção Judicial .................................................................................................................................... 85
IX. REVELIA, CONFISSÃO, PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA ............................................................................... 86
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1. Revelia .............................................................................................................................................................. 86
2. Confissão.......................................................................................................................................................... 91
3. Prescrição e Decadência ............................................................................................................................ 92
X. LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE TERCEIROS ................................................................................. 96
1. Litisconsórcio................................................................................................................................................. 96
2. Intervenção de Terceiros .......................................................................................................................... 98
XI. SENTENÇA TRABALHISTA ................................................................................................................................ 101
XII. PRINCÍPIOS E PRESSUPOSTOS RECURSAIS ................................................................................................ 104
1. Classificação dos Recursos Trabalhistas: .......................................................................................... 106
2. Efeitos dos Recursos Trabalhistas:...................................................................................................... 106
3. Pressupostos Recursais ........................................................................................................................... 108
4. Recurso Ordinário ...................................................................................................................................... 111
5. Recurso de Revista..................................................................................................................................... 113
XIII. AÇÃO DE CUMPRIMENTO .................................................................................................................................. 119
XIV. HOMOLOGAÇÃO JUDICIAL DE ACORDO EXTRAJUDICIAL .................................................................... 120
XV. ASSISTÊNCIA E BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA ............................................................................... 121
1. Assistência: ................................................................................................................................................... 121
2. Benefício da Justiça Gratuita .................................................................................................................. 121
XVI. HONORÁRIOS (PERICIAIS E ADVOCATÍCIOS) ........................................................................................... 122
1. Honorários Periciais.................................................................................................................................. 122
2. Honorários Advocatícios ......................................................................................................................... 124
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I. PRINCÍPIOS
"Pouca importância dão, em geral, os nossos publicistas às ‘questões de princípios’. Mas os
princípios são tudo. Os interesses materiais da nação movem-se de redor deles, ou, por melhor
dizermos, dentro deles." Rui Barbosa – Advogado, Político, Diplomata.
Princípios:
a) Ideia jurídica – proposição que se coloca na base da ciência do Direito para informá-lo;
b) Normas jurídicas - generalíssimas; mandamento nuclear de um sistema;
c) Função Informadora: é a base da ordem jurídica, ponto de origem (no sentido de
direção) da regra, dotar o legislador de subsídios para constituir o ordenamento jurídico;
d) Função Normativa: integração do direito nas lacunas do seu ordenamento;
e) Função Interpretativa: orientar sobre o significado e o alcance precisos da norma
jurídica e a forma de aplicação delas;
f) Função de qualificar a realidade, indicar a posição que os agentes jurídicos devem
tomar em relação a ela – qual o rumo, para não contrariar os próprios valores principiológicos.
g) Fontes: extrajurídicas; pensamentos abstratos como “abstração da dignidade da
pessoa humana”; imaginário da perfeição (liberdade, dignidade, fraternidade, igualdade, honra,
lealdade, equidade, paz...).
“Princípios são pautas genéricas, não aplicáveis à maneira de “tudo ou nada”, que
estabelecem verdadeiros programas de ação para o legislador e para o intérprete. Já as regras são
prescrições específicas que estabelecem pressupostos e consequências determinadas. A regra é
formulada para ser aplicada a uma situação especificada, o que significa, em outras palavras, que ela
é elaborada para um determinado número de atos ou fatos. O princípio é mais geral que a regra
porque comporta uma série indeterminada de aplicações. Os princípios permitem avaliações
flexíveis, não necessariamente excludentes, enquanto as regras, embora admitindo exceções, quando
contraditadas, provocam a exclusão do dispositivo colidente”. Alberto do Amaral Júnior - Livre
Docente USP.
“O Direito se expressa por meio de normas. As normas se exprimem por meio de regras e
princípios. As regras disciplinam uma determinada situação; quando ocorre essa situação, a norma
tem incidência; quando não ocorre, não tem incidência. Para as regras vale a lógica do “tudo ou nada”
(Dworking). Quando duas regras colidem, fala-se em “conflito”: ao caso concreto uma só será
aplicável (uma afasta a aplicação da outra). O conflito entre regras pode ser resolvido pelos meios
clássicos de interpretação: a lei especial derroga a lei geral, a lei posterior afasta a anterior, etc.
Princípios são as diretrizes gerais de um ordenamento jurídico (ou de parte dele). Seu espectro de
incidência é muito mais amplo que os das regras. Entre eles pode haver “colisão”, não conflito.
Quando colidem, não se excluem. Como “mandados de otimização” que são, (Alexy) sempre podem
ter incidência em casos concretas (às vezes concomitantemente dois ou mais deles)”. Luiz Flávio
Gomes – Advogado e Político.
e) Princípio da Isonomia
➢ Art. 5º, caput, CR: Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida,
à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes;
➢ Igualdade Formal: igualdade perante a lei, vigente ou a criar, impeditiva de
reconhecimentos de privilégios pela norma ou por sua interpretação;
➢ Igualdade Material: instrumento que uniformiza o tratamento igual e harmônico de
todos os seres humanos;
f) Princípio da Isonomia
➢ Tratamento igualitário aos desiguais: decorre do Princípio da Proteção do
hipossuficiente econômico, coluna mestra de toda a estrutura do Direito do Trabalho;
➢ Por força dessa influência, o DPT é permeado por regras inspiradas no Princípio da
Proteção, exemplos: jus postulandi, em favorecimento do empregado (art. 840); ausência do
reclamante à audiência = arquivamento, ausência do reclamada = revelia e confissão (art. 884);
instauração ex officio da execução da sentença quando sem advogado (art. 878).
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➢ Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
suas decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei, se o interesse público o exigir, limitar a presença
de determinados atos, às partes e seus advogados, ou somente a estes;
➢ Publicidade: realização pública das audiências e sessões dos tribunais, acesso de
qualquer cidadão aos atos e autos da demanda, no comportamento do órgão auxiliar do juízo e do
próprio juízo, no direito dos advogados de obter certidões, no julgamento aberto, de preferência
oralmente, em audiência;
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b) Princípio da Preclusão
➢ Ideia axiomática de que o processo “marcha para a frente”;
➢ Inexistência de respaldo legal que autorize a prática de alguma faculdade processual,
decorrente da inércia (perca de prazo ou de oportunidade de ato), do erro (praticou ato
incompatível/inadequado) ou pela duplicidade (praticou o ato mais de uma vez);
➢ Coíbe a desenvoltura com que se pretenda travar o andamento das ações, pela
invalidação dos atos praticados por meio da inércia, voluntária ou não , dos seus sujeitos.
a) Jus Postulandi
➢ Trata-se da capacidade postulatória a empregados e empregadores, nos dissídios
individuais e coletivos do trabalho;
➢ Mantém status de princípio por que é expressão de Acesso à Justiça;
➢ É a possibilidade do leigo postular em juízo, sem estar legalmente representado por
advogado;
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SÚMULA Nº 425 DO TST
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. ALCANCE.
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas
do Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação
rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de
competência do Tribunal Superior do Trabalho.
b) Inércia da Jurisdição
• O impulso de atos judiciais que beneficiavam parte(s), era uma espécie de marca
registrada da execução das sentenças trabalhistas;
• Reflexo do Princípio da Proteção, Princípio da Celeridade e Economia;
c) Oralidade
• Trata-se de técnica de procedimento no âmbito processual trabalhista, em que
prevalece os atos orais sobre os escritos, favorecendo a simplicidade e a rapidez do desenvolvimento
das lides;
• Estreito à concentração dos atos, sintetizados na realização da Audiência Trabalhista;
• Art. 840, § 2º, CLT (reclamatória verbal) “regra”;
• Art. 847, CLT (defesa verbal) “regra”;
• Art. 850, CLT (razões finais verbais) “regra”.
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d) Concentração dos Atos
• A audiência exaure praticamente todos os atos de postulação e defesa (quando orais)
e de instrução;
• PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS - PROVA TESTEMUNHAL
PRODUZIDA FORA DOS AUTOS – Na sistemática processual vigente, da concepção dualística do
processo tradicional, a prova testemunhal deve ser produzida nos autos, sob as vistas do Juiz, em
observância ao princípio da concentração dos atos processuais, não se admitindo depoimentos
testemunhais, por escritura pública, como se pretendeu aqui. (TRT 3ª R. – RO 2822/90 – 1ª T. – Rel.
Antônio de Miranda Mendonça – DJMG 21/06/1991)
e) Instrumentalidade
• Os atos praticados no processo, devem atingir o fim para o qual foram previstos, em
detrimento da forma de que deveriam estar revestidos;
• O processo é um meio, e todo o meio só é tal e se legitima em função dos fins a que se
destina;
• Trata-se de elemento comezinho, o qual nos afirma que independente da forma, da
roupagem apresentada, se o ato praticado possui conteúdo e força capaz de se atingir e manifestar o
Direito, então, ele deve ser admitido;
• A forma do documento não importa, mas seu conteúdo e o cumprimento dos requisitos
legais de admissão, sim!
f) Inquisitoriedade
• Liberdade de direção e condução do processo pelo Juízo, facilitando o trabalho
investigativo das causas;
• Libera-o, como princípio que é, para impulsionar ex officio o desenvolvimento dos atos
processuais, já que cabe ao Juízo a condução do processo;
CLT, Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir
sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por
ambas as partes.
i) Princípio da Conciliabilidade
CLT, Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a
proposta de conciliação.
CLT, Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais,
em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz
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ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta,
será proferida a decisão.
k) Finalidade Social
• A diferença básica entre o princípio da proteção e o princípio da finalidade social é que,
no primeiro, a própria lei confere a desigualdade no plano processual; no segundo, permite-se que o
juiz tenha uma atuação mais ativa, na medida em que auxilia o trabalhador, em busca de uma solução
justa, até chegar o momento de proferir a sentença. - Carlos Henrique Bezerra Leite.
LINDB, Lei nº. 4.657/1942, Art. 5º. Na aplicação da lei , o juiz atenderá aos fins
sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
CLT, Art. 840, §3o. Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo
serão julgados extintos sem resolução do mérito.
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NCPC - Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos dos arts. 319 (objetivos) e 320 (documentais) ou que apresenta
defeitos e irregularidades capazes de dificultar o julgamento de mérito,
determinará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a
complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completado.
Introdução:
Não há consenso sobre quando surgiram os primeiros órgãos da Justiça do Trabalho, mas os
primeiros órgãos destinados à solução de conflitos trabalhistas foram, eminentemente, de
conciliação.
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• Revolução de 30 – Getúlio Vargas – Ministério do Trabalho, Indústria e Comércio
(Decreto nº. 19.433/1930);
Em 1932, instalou-se neste Ministério, as Comissões Mistas de Conciliação (Decreto nº. 21.396
de 12.05.1932) restritas aos dissídios coletivos.
Pelo Decreto nº. 22.132 de 25.11.1932, institui-se neste Ministério, as Juntas de Conciliação
e Julgamento, onde somente os empregados sindicalizados poderiam demandar – restritas aos
dissídios individuais.
Em 1941, Getúlio Vargas ainda mantinha a “Justiça do Trabalho” como braço administrativo
do Ministério do Trabalho, ou seja, do Governo.
Enfim, através da Constituição da República de 1946, art. 94, art. 123 e do Decreto-Lei nº.
9.797 de 09.09.1946, a Justiça do Trabalho deixa de funcionar dentro da esfera administrativa do
Ministério do Trabalho e passa a integrar o Poder Judiciário.
Tradicionalmente, a Justiça do Trabalho foi criada e, ainda continua, com forte atuação na
conciliação, individual ou coletiva.
Desde sua criação, a Justiça do Trabalho contou com a representação paritária em todo os
seus órgãos: com a presença de juízes classistas leigos, também denominados de “vogais” recrutados
nos Sindicatos, ao lado de um juiz de formação jurídica. Nos TRTs e TST, os classistas compunham as
turmas, sendo em igualdade os representantes dos empregados e dos empregadores.
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Todo o processo do trabalho na CLT, na fase de conhecimento, foi idealizado para o
funcionamento dos órgãos da JT com a presença de Juízes Classistas.
Esta é a razão pela qual, ainda hoje, há vários artigos da CLT com a previsão de “JCJ” ou
“vogais”, por exemplo: Art. 647, 660, 661, etc.
A Justiça do Trabalho:
a) Integra o Poder Judiciário da União;
b) Possui estrutura federalizada;
c) Alguns TRTs, por regimento interno, outorgaram o título de “Desembargadores” aos
seus juízes, contudo, o projeto de lei que altera “juiz de segundo grau” para “desembargador” ainda
está tramitando no CN.
Vitaliciedade: após dois anos de efetivo exercício, o juiz adquire a vitaliciedade, somente
podendo perder o cargo mediante sentença judicial transitada em julgado;
Inamovibilidade: o juiz não pode ser removido da comarca em que é titular, salvo
requerimento ou por motivo de interesse público, mediante voto da maioria absoluta ou do CNJ,
assegurada ampla defesa.
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Das Vedações à Magistratura do Trabalho
Quinto Constitucional
No TRT e TST: quinto constitucional – um quinto das vagas destes tribunais será ocupada
por advogados e membros do MPT, ambos com mais de dez anos de exercício profissional, de notório
saber jurídico e reputação ilibada, que não prestam concurso, sendo nomeados pelo Presidente da
República em listas sêxtuplas e elaboradas pelos próprios tribunais. Recebidas as indicações, o
tribunal formará lista tríplice, enviando-a ao Poder Executivo que, nos vinte dias subsequentes,
escolherá um de seus integrantes para nomeação (art. 94, CR/88).
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merecimento, será promovido a Titular e, posteriormente, pelo mesmo critério, ao TRT. Além disso,
pode chegar ao posto de Ministro do TST, desde que preencha os requisitos constitucionais.
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➢ 8 Turmas cada uma compostas por 03 Ministros – são as menores unidades judicantes
do Tribunal, mas com maior competência de julgamento;
➢ Comissões Permanentes: de Regimento Interno; de Jurisprudência e de Precedentes
Normativos; e de Documentação;
➢ Presidente: representa o Tribunal e coordena sua administração;
➢ Vice-Presidente substitui o Presidente em seus impedimentos;
➢ Corregedor-Geral: correição dos Tribunais Regionais do Trabalho;
➢ Secretaria: chefiada pelo Diretor-Geral, servidor nomeado para o exercício de um cargo
em comissão pelo Presidente.
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Composição de Secretaria da Vara do Trabalho:
1. Diretor de Secretaria;
2. Assistente de Diretor;
3. Assistente de Juiz;
4. Secretário de Audiências;
5. Assistente de Cálculos;
6. Oficial de Justiça Avaliador;
7. Analistas e Técnicos.
Todos ingressam na Justiça do Trabalho como Analistas ou Técnicos. Conforme critérios
regimentais e legais, o Juiz Presidente do Foro poderá nomear para quaisquer cargos acima.
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a) Competência em razão da natureza da relação jurídica (competência em razão da
matéria ou objetiva): é determinante a natureza da relação jurídica controvertida para aferição da
competência. Na JT, a competência material está disciplinada no artigo 114 da CF e no art. 652 da
CLT;
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podendo o Presidente da Junta, a pedido do interessado, constituir processo
em separado, sempre que a reclamação também versar sobre outros assuntos.
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a. Grande empreitada: grandes empreiteiras em relações entre si, entre grandes empresas
ou Administração Pública: competência da Justiça Comum;
b. Pequeno empreiteiro: operário ou artífice, pessoa física, sem ajuda de outros
trabalhadores, realiza uma obra (material ou imaterial) de forma pessoal, sem subordinação,
mediante pagamento ajustado no contrato (escrito ou verbal): competência da Justiça do
Trabalho.
1. A ação deve ser ajuizada no último local em que o empregado prestou serviços, ainda que
tenha sido contratado em outra localidade ou no exterior;
2. Trabalhador viajante: a ação deve ser ajuizada no local em que a empresa mantém agência
ou filial em que o empregado for subordinado (alocado). Inexistindo agência ou filial, no caso de
trabalhador viajante, a ação deverá ser ajuizada em seu domicílio ou local mais próximo;
3. Também há competência jurisdicional brasileira no caso de empregado brasileiro (nato
ou nacionalizado) que trabalhe no exterior, contratado por uma empresa que tenha sede ou filial no
Brasil, desde que não haja convenção/tratado internacional em sentido contrário;
4. Empresa que promove serviços fora do lugar do contrato de trabalho: empregado pode
ajuizar ação no local da celebração do contrato ou naquele da prestação dos respectivos.
➢ Competência Funcional das Varas do Trabalho: artigos 652, 653 e 659 da CLT;
➢ Competência Funcional dos Tribunais Regionais do Trabalho: artigos 678, 679 e
680, CLT;
➢ Competência Funcional do Tribunal Superior do Trabalho: Lei 7.701/88,
Regimento Interno, art. 74.
➢ Competência Funcional do Tribunal Pleno: art. 75 do Regimento Interno do TST;
➢ Competência Funcional da SDC: art. 77 do RI TST;
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➢ Competência Funcional das SDIs: art. 78 do RI TST;
➢ Competência Funcional das Turmas do TST: art. 79 do RI TST.
Competências Absolutas: são assim definidas porque o Juiz poderá conhecer de ofício, não
havendo preclusão para a parte ou para o Juiz, podendo a parte invoca-la antes do trânsito em julgado
da decisão:
a. Competência em razão da matéria;
b. Competência em razão da pessoa;
c. Competência em razão da hierarquia;
d. Competência em razão do valor da causa (por que ele determina o rito).
Competências Relativas: são aquelas em que a parte deve invocá-la por meio de exceção
de incompetência (art. 799 e seguintes, CLT). Caso não invocada pela parte no momento processual
oportuno, prorroga-se a competência:
a. Competência em razão do território.
Modificação de Competência:
A competência relativa da Justiça do Trabalho poderá ser modificada em razão da conexão
e continência:
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São conexas duas ou mais ações quando apresentem mesma causa de pedir ou pedido, mas
os partes, necessariamente, não são as mesmas.
Ocorre continência quando existir mesmas partes e causa de pedir em duas ou mais ações,
mas o pedido abrange o pedido das demais ações. (Artigos 55 ao 57 do CPC, aplicado ao Processo do
Trabalho por força do artigo 769 da CLT).
CLT, Art. 769 - Nos casos omissos, o direito processual comum será fonte
subsidiária do direito processual do trabalho, exceto naquilo em que for
incompatível com as normas deste Título.
CPC. Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
§ 1º Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
§ 2º Aplica-se o disposto no caput :
I - à execução de título extrajudicial e à ação de conhecimento relativa ao
mesmo ato jurídico;
II - às execuções fundadas no mesmo título executivo.
§ 3º Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
CPC. Art. 56. Dá-se a continência entre 2 (duas) ou mais ações quando houver
identidade quanto às partes e à causa de pedir, mas o pedido de uma, por ser
mais amplo, abrange o das demais.
CPC. Art. 57. Quando houver continência e a ação continente tiver sido
proposta anteriormente, no processo relativo à ação contida será proferida
sentença sem resolução de mérito, caso contrário, as ações serão
necessariamente reunidas.
CF/88. Art. 112. A lei criará varas da Justiça do Trabalho, podendo, nas
comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atribuí-la aos juízes de direito,
com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho.
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2ª ATENÇÃO:
Veja pessoal: a competência para processar ações de acidente de trabalho que buscam
indenizações ou reparações pelo acidente em face do empregador, é da Justiça do Trabalho; a
competência para processar ações do benefício previdenciário de auxílio-doença acidentário de
espécie 91 (acidente de trabalho) em face do INSS é da Justiça Estadual (Comum); e a competência
para processar ações do benefício previdenciário de auxílio-doença de espécie 31 em face do INSS é
da Justiça Federal.
Com a petição inicial, as partes são qualificadas e, com a propositura, fixam-se os limites
subjetivos da lide (individualização dos polos ativo e passivo da relação jurídica). Autor é chamado
de reclamante. Réu é chamado de reclamado(a).
CPC, Art. 506. A sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não
prejudicando terceiros.
CC. Art. 1º. Toda pessoa é capaz de direitos e deveres na ordem civil.
CC. Art. 2º. A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida;
mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro.
CPC. Art. 70. Toda pessoa que se encontre no exercício de seus direitos tem
capacidade para estar em juízo.
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CC. Art. 5º. A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a pessoa
fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil.
CPC. Art. 71. O incapaz será representado ou assistido por seus pais, por tutor
ou por curador, na forma da lei. (Assistência)
Da Representação do Empregador:
Regra: deverá ser representado por seus sócios ou quem determinado no contrato (sócio-
administrador) ou estatuto (presidente, sócio-majoritário). CPC, art. 75, se aplica integralmente ao
Processo do Trabalho.
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reclamado. Inteligência do art. 843, § 1º, da CLT e do art. 54 da Lei
Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006.
Neste caso, uma parte (mandante) cuida de outorgar, por ato de vontade, mediante
procuração (instrumento do mandato), poderes gerais ou específicos para que a outra (mandatário)
pratique atos jurídicos em seu nome e no seu interesse.
Representação do Empregado:
Deve ser realizada por seus representantes legais. Ambos, menor e representante(s) legal(is)
deverão estar qualificados na petição inicial.
Na falta de representantes legais, a representação dar-se-á pelo:
a. Ministério Público do Trabalho;
b. Sindicato representante da categoria profissional;
c. Ministério Público Estadual; ou
d. Curador nomeado pelo juízo (Advocacia Dativa).
CLT. Art. 793. A reclamação trabalhista do menor de 18 anos será feita por seus
representantes legais e, na falta destes, pela Procuradoria da Justiça do
Trabalho, pelo sindicato, pelo Ministério Público estadual ou curador nomeado
em juízo.
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Sucessão do Empregado:
Ocorrendo a morte do sócio da empresa: não haverá alteração do polo passivo, pois quem
nele figura é a empresa (pessoa jurídica).
Empreendimento: conjunto de materiais (prédios, máquinas, produtos, instalações, etc) e
imateriais (crédito, renome, etc) que compõe o empreendimento.
Bens que serão arrecadados por meio da penhora, pouco importando quais são as pessoas
físicas detentoras (inclusive falecidos).
Ocorrendo a morte do empregador (PF ou Firma Individual): haverá sucessão causa
mortis no polo passivo – juiz suspende o processo para regularização do espólio (art. 313, I, CPC). Se
os herdeiros do reclamado não providenciarem a abertura do inventário, poderá o reclamante fazê-
lo, para que nomeado o inventariante pelo juízo competente, venha ele a representar o espólio do
reclamado no Processo Trabalhista.
Sucessão da Empresa:
CLT. Art. 10. Qualquer alteração na estrutura jurídica da empresa não afetará
os direitos adquiridos por seus empregados.
CPC. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo
quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá
intervir como assistente litisconsorcial.
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Objetivos e benefícios da substituição processual:
a) Conferir máxima efetividade ao dispositivo constitucional;
b) Facilitar o acesso à Justiça do Trabalho;
c) Evitar proliferação de ações individuais sobre a mesma matéria;
d) Promover a efetividade dos direitos sociais previstos na CR e resguardar a dignidade
da pessoa humana do trabalhador e os valores sociais do trabalho;
e) Economia processual e máxima efetividade da Justiça do Trabalho;
f) Evitar decisões conflitantes sobre a mesma matéria;
g) Interromper a prescrição para demandas com a mesma origem do direito;
h) Impedir que o empregado eventualmente sofra retaliações do empregador ao
ingressar com uma ação individual durante a vigência do contrato de trabalho.
CDC. Art. 81. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar
de:
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste
código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo,
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por
uma relação jurídica base;
CDC. Art. 81. Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar
de:
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os
decorrentes de origem comum.
Posicionamento atual:
Desnecessária a individualização dos substituídos na petição inicial;
Identificação do rol de substituídos: art. 128, III, §1º da CF, art. 95, CDC, Lei 7.347/85 e Lei
8.078/90, Art. 879, caput, CLT, art. 509, II, CPC (liquidação por artigos do antigo CPC, agora é
chamado de Liquidação pelo procedimento comum no NCPC);
Quanto ao proferimento de sentença líquida, inevitavelmente dependerá dos pedidos da
inicial, da limitação ou extensão da pretensão, inclusive, da possibilidade de identificar os
substituídos.
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2. Procuração ao Advogado na Justiça do Trabalho
Jus Postulandi – Artigo 791 da CLT E Súmula 435 do TST – obrigatoriedade de Advogado
somente na ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência
do Tribunal Superior do Trabalho.
“Provisionado” do §1º do Art. 791 da CLT – é o atual Estagiário inscrito na OAB, que pode
praticar atos processuais acompanhando do Advogado e sob a responsabilidade deste (art. 3º, §2º,
Lei 8.906/94). Não pode atuar em juízo sem a presença do Advogado, mas pode acompanhar a parte
nas chamadas “Audiências Iniciais”.
Procuração com poderes especiais - devem estar expressos na procuração: receber citação
inicial, confessar, reconhecer a procedência do pedido, transigir, desistir, renunciar ao direito sobre
o que se funda a ação, receber, dar quitação e firmar compromisso – artigo 105, CPC.
O Advogado tem o dever de informar, em juízo, eventuais alterações no seu endereço para
recebimento de intimações, sob pena de ser considerado intimado – artigo 106, CPC.
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I - É inválido o instrumento de mandato firmado em nome de pessoa jurídica
que não contenha, pelo menos, o nome do outorgante e do signatário da
procuração, pois estes dados constituem elementos que os individualizam.
II – Verificada a irregularidade de representação da parte na instância
originária, o juiz designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o vício.
Descumprida a determinação, extinguirá o processo, sem resolução de mérito,
se a providência couber ao reclamante, ou considerará revel o reclamado, se a
providência lhe couber (art. 76, § 1º, do CPC de 2015).
III – Caso a irregularidade de representação da parte seja constatada em fase
recursal, o relator designará prazo de 5 (cinco) dias para que seja sanado o
vício. Descumprida a determinação, o relator não conhecerá do recurso, se a
providência couber ao recorrente, ou determinará o desentranhamento das
contrarrazões, se a providência couber ao recorrido (art. 76, § 2º, do CPC de
2015).
CLT, Art. 791, § 3o. A constituição de procurador com poderes para o foro em
geral poderá ser efetivada, mediante simples registro em ata de audiência, a
requerimento verbal do advogado interessado, com anuência da parte
representada;
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Mandados tácitos não podem ser substabelecidos:
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✓ Forma: Artigo 771, CLT: Os atos e termos processuais poderão ser escritos a tinta,
datilografados ou a carimbo. Termo processual é a documentação de um ato, é o instrumento pelo qual
o ato será retratado e juntado aos autos.
✓ Documentação: Artigo 772, CLT: Os atos e termos processuais, que devam ser assinados
pelas partes interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão firmados
a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver procurador legalmente
constituído; Artigo 773, CLT: Os termos relativos ao movimento dos processos constarão de simples
notas, datadas e rubricadas pelos secretários ou escrivães.
✓ Preclusão: Artigo 223, CPC: Decorrido o prazo, extingue-se o direito de praticar ou de
emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, ficando assegurado, porém, à
parte provar que não o realizou por justa causa. – Preclusão é a perda da possibilidade da prática de
um ato processual decorrente de um ônus da parte que deste não de desincumbiu: pelo não exercício
de prazo previsto pela lei (temporal); faculdade já exercida (consumativa); prática de ato
incompatível (lógica).
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Contagem dos Atos Processuais:
✓ Exclui-se o dia do começo e inclui-se o dia do vencimento. Dias úteis. Artigo 775, CLT.
Aplica-se também para os prazos do direito material, como por exemplo, pagamento das verbas
rescisórias – Artigo 477, §6º, CLT;
✓ Se o dia do início for não útil, o prazo se iniciará no primeiro dia útil seguinte;
✓ Se o dia do vencimento for não útil, prorroga-se para o primeiro dia útil seguinte;
✓ Contam-se os prazos excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento, ou seja,
a contagem será iniciada no primeiro dia útil subsequente ao dia da ciência/conhecimento;
✓ O prazo começa a fluir após a publicação da intimação, e não da data em que intimação foi
emitida/proferida. Assim, o prazo começa a fluir a partir da publicação no diário oficial (edital);
✓ Exemplo: se parte for notificada no dia 10 (sábado), por exemplo, o início para o início do
prazo será 12 (segunda) e o início da contagem do prazo será 13 (terça), porque dia 12 é considerado
como dia da ciência/conhecimento, e dia 13 o primeiro dia efetivo do prazo;
✓ Súmula 01 do TST - sistemática determina o início da contagem: primeiro dia útil
após a publicação;
✓ Cabe à parte que interpor recurso, provar feriado local ou de dia útil que não haja
expediente - Súmula 385, TST;
✓ Intimação ocorrer em sábado, prazo flui no primeiro dia útil subsequente – Súmula 262,
TST;
✓ Suspensão de prazos e audiências de 20.12 a 20.01 – art. 775-A, CLT = art. 220, CPC;
✓ Vencimento de prazos devem ser certificados no processo – art. 776, CLT;
✓ Prazos trabalhistas podem ser prorrogados, quando o juiz entender necessário; em
virtude de força maior comprovada; dilatação de prazos processuais e alteração da ordem de
produção dos meios de prova, para adequação do procedimento ao caso em concreto – art. 775 + 765,
CLT;
✓ MPT tem prazo em dobro. Se não se manifestar: segue o processo. Quando for prazo
próprio para o MPT, não se aplica o dobro – art. 180, CPC;
✓ Prazo no litisconsórcio – não se aplica o dobro no Processo do Trabalho – OJ 310 SDI-1
TST;
Tempestividade e Extemporaneidade:
✓ Intempestivo: ato processual praticado após o término do prazo;
Art. 218, CPC. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em
lei.
...
§2º. Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente
obrigarão a comparecimento após decorridas 48 (quarenta e oito) horas.
§3º. Inexistindo preceito legal ou prazo determinado pelo juiz, será de 5
(cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a cargo da parte.
§4º. Será considerado tempestivo o ato praticado antes do termo inicial
do prazo.
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Súmula nº 434 do TST – Interposição de recurso antes da publicação do
acórdão impugnado - extemporaneidade – súmula cancelada.
Notificação Inicial: é a citação do Processo Civil, mas com regra própria no Processo do
Trabalho
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Exceções de Suspeição e Incompetência: Art. 799, CLT - Nas causas da jurisdição da Justiça
do Trabalho, somente podem ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou
incompetência;
Motivo Relevante: Art. 844, §1o, CLT. Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender
o julgamento, designando nova audiência.
✓ Contudo, se aplicam ainda as razões de suspensão do processo, previstas no artigo 313
do CPC, aplicado ao Processo do Trabalho por força do art. 769, CLT – morte; perda da capacidade
processual; convenção das partes; arguição de impedimento ou suspeição; força maior; etc;
✓ É vedado praticar qualquer ato processual durante a suspensão, exceto os urgentes e
somente mediante autorização do Juiz – art. 315, CPC;
✓ Ainda, suspende o Processo do Trabalho, ato que necessite de apuração de delito na
Justiça Criminal – artigo 315, CPC.
V. AUDIÊNCIA TRABALHISTA
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➢ Audiência – Latim Audire – “coisas que são ouvidas”;
➢ Remonta à antiga Roma: ato solene realizado com o objetivo do Estado ouvir súditos,
políticos ou julgados/acusados por alguma infração. Após a oitiva, que em verdade, se
consubstanciava (algo que remonta os dias atuais) à versão dos fatos apresentada por cada parte,
que juntamente traziam suas razões de acusação ou defesa;
➢ Conceito: a Audiência Trabalhista é um ato público em que o reclamado tem a
oportunidade de apresentar sua resposta às alegações do reclamante, o juiz procede à instrução e
também, formula propostas de conciliação, as partes apresentam as razões finais e juiz profere a
sentença.
➢ Na Audiência Trabalhista, via de regra, acontece quase todos os atos da fase de
conhecimento:
1. Como regra geral, ocorre o primeiro contato do Juiz com a Reclamação Trabalhista e
Defesa;
2. São realizadas as tentativas de conciliação;
3. O processo é saneado, suprindo-se eventuais nulidades;
4. A causa é discutida pelas Partes, Juízes e Advogados;
5. São fixados os pontos controvertidos e as provas a serem produzidas;
6. Ocorre a instrução da causa com oitiva das partes e testemunhas;
7. As Partes, após a instrução, poderão aduzir as razões finais (orais);
8. Finalmente, o processo será sentenciado.
CLT, Art. 849 - A audiência de julgamento será contínua; mas, se não for
possível, por motivo de força maior, concluí-la no mesmo dia, o juiz ou
presidente marcará a sua continuação para a primeira desimpedida,
independentemente de nova notificação.
Designação
No Processo do Trabalho, inexiste – via de regra - despacho de recebimento da Reclamação
Trabalhista. Unicamente há um protocolo baixado em “pdf” via Pje após o protocolo/envio da
Reclamação, juntamente com seus documentos, cuja distribuição ocorre de forma eletrônica e, exceto
para ações de natureza especial (Dissídio Coletivo, Ação de Cumprimento, Execução, Ação Civil
Pública, Ação Civil Coletiva), a designação da data e hora da audiência é automática. Atribuição
(designação de Audiência) ao Diretor de Secretaria da Vara, substituído pela tecnologia:
Limites Temporais
CLT, Art. 813 - As audiências dos órgãos da Justiça do Trabalho serão públicas
e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente
fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco)
horas seguidas*, salvo quando houver matéria urgente.
§1º. Em casos especiais, poderá ser designado outro local para a realização das
audiências, mediante edital afixado na sede do Juízo ou Tribunal, com a
antecedência mínima de 24 (vinte e quatro) horas.
§2º. Sempre que for necessário, poderão ser convocadas audiências
extraordinárias, observado o prazo do parágrafo anterior.
* 5 horas para toda a pauta, e não somente uma audiência.
CLT, Art. 816 - O juiz ou presidente manterá a ordem nas audiências, podendo
mandar retirar do recinto os assistentes que a perturbarem.
Hipóteses de Adiamento
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CLT, Art. 844. §1o. Ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz suspender o
julgamento, designando nova audiência.
1. Procedimento da Audiência
1. Abertura:
CLT, Art. 846, §1º. Se houver acordo lavrar-se-á termo, assinado pelo
presidente e pelos litigantes, consignando-se o prazo e demais condições para
seu cumprimento.
CLT, Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para
aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for
dispensada por ambas as partes.
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5. Manifestação da Defesa e de seus documentos (Réplica):
CPC, Art. 351. Se o réu alegar qualquer das matérias enumeradas no art. 337 ,
o juiz determinará a oitiva do autor no prazo de 15 (quinze) dias, permitindo-
lhe a produção de prova.
Rito Sumaríssimo = CLT, Art. 825-H, §1º. Sobre os documentos apresentados por uma das
partes manifestar-se-á imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo
absoluta impossibilidade, a critério do juiz.
7. Instrução Probatória:
CLT, Art. 850 - Terminada a instrução, poderão as partes aduzir razões finais,
em prazo não excedente de 10 (dez) minutos para cada uma. Em seguida, o juiz
ou presidente renovará a proposta de conciliação, e não se realizando esta,
será proferida a decisão.
CLT, Art. 831 - A decisão será proferida depois de rejeitada pelas partes a
proposta de conciliação.
Razões Finais: atentar ao Juiz acerca da prova produzida, expor argumentos que levam à
procedência, fazendo sincretismo entre fatos e pedidos iniciais, fatos da defesa e prova colhida.
A inquirição ocorre por intermédio do Juiz do Trabalho. As perguntas são feitas a ele, e ele é
quem fará à parte em depoimento ou à testemunha em oitiva, ao contrário do CPC, art. 459.
Jurisprudência pacífica (embora não sumulada), no sentido de NÃO ser aplicável o artigo 72
do CPC ao Processo do Trabalho, frente ao Jus Postulandi, simplicidade do procedimento trabalhista,
obrigatoriedade das partes à audiência, inexistência de omissão especial quanto ao comparecimento
na CLT, afastando-se assim, qualquer aplicação subsidiária ou supletiva ao Processo do Trabalho.
CLT, Art. 840 - A reclamação poderá ser escrita (geralmente por Advogado) ou verbal (Jus
postulandi, Art. 791, CLT e Súmula 425 TST).
Em qualquer caso, deverá conter (art. 840, §1º, CLT + art. 319, CPC no que couber):
a) designação do juízo (endereçamento);
b) qualificação das partes;
c) breve exposição dos fatos;
d) pedido certo, determinado e com indicação de seu valor;
e) data;
f) assinatura do reclamante ou de seu representante.
Quando apresentada de forma verbal:
a) será reduzida a termo;
b) em duas vias datadas e assinadas pelo escrivão ou secretário.
Obs 1: Inquerito Judicial de Apuraçao de Falta Grave sempre por escrito (art. 853, CLT).
Obs 2: Açao de Dissídio Coletivo sempre por escrito (art. 856, CLT).
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1. Requisitos Estruturais e Formais da Reclamação Trabalhista
CPC, Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites propostos pelas partes,
sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei
exige iniciativa da parte.
CPC, Art. 492. É vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida,
bem como condenar a parte em quantidade superior ou em objeto diverso do
que lhe foi demandado.
Artigo 319, IV, CPC: A petição inicial indicará o pedido com as suas
especificações.
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Pedido Determinado: é aquele parametrizado, ou seja, não há margem de dúvida quanto
ao que se pretende, em qualidade, extensão, quantidade.
Exemplo de pedido determinado: “Requer seja compelida a reclamada a pagar a quantidade
de 10 (dez) horas extraordinárias com acréscimo de 50%”.
Pedido com indicação de seu valor: justamente em razão de que a grande maioria dos
pedidos trabalhistas tratam de direitos patrimoniais, a lei atual exige a indicação valor do pedido,
que resultará no valor da causa (exceto a soma dos honorários sucumbenciais, já que não entram
neste cálculo, a priori).
Não se trata de “liquidação” de pedido. A liquidação é procedimento da “fase de liquidação”
que ocorre - via de regra - após o proferimento da sentença (aqui se estabelecem os resultados
judiciais da demanda).
Os cálculos devem ser aproximados, porque o valor do(s) pedido(s) será(ão) a base de
cálculo das condenações (custas, honorários, etc).
Exemplo de pedido com indicação de seu valor: “Requer seja compelida a reclamada a pagar
o importe de R$ 68,13 (sessenta e oito reais e treze centavos) decorrente de 10 horas extraordinárias
com acréscimo de 50% considerando salário-base de R$ 1.000,00”, salvo outro importe que melhor
será apurado quando da fase de liquidação, após eventual alteração necessária decorrente dos efeitos
da instrução processual”.
Cumulação de Pedidos: aplicável ao Processo do Trabalho – art. 769, CLT.
CPC, Art. 327. É lícita a cumulação, em um único processo, contra o mesmo réu,
de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.
§1º. São requisitos de admissibilidade da cumulação que:
I - os pedidos sejam compatíveis entre si;
II - seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;
III - seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.
Pedido Subsidiário:
CPC, Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim
de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
Pedido genérico: é a exceção! Há pedidos cuja valoração, por exemplo, são muito difíceis ou
impossível quando da propositura da demanda. Pedido genérico é aquele que, muito embora certo,
o auferimento dos elementos quantitativos, qualitativos e de extensão são impossíveis quando da
postulação inicial em juízo, por faltar elementos probatórios que os possam auferir de forma segura
e contundente. Nos casos de ações judiciais de acidente de trabalho, é impossível ao reclamante, de
imediato, quando da postulação primeira em Juízo, estabelecer desde já a extensão do dano e o
percentual de comprometimento de sua capacidade laborativa, por que isto requer dilação
probatória adequada capaz de auferir o quantum debeatur, de perícia técnica por Médico do Trabalho
e da consolidação de eventuais sequelas.
CPC. Art. 291. A toda causa será atribuído valor certo, ainda que não tenha
conteúdo econômico imediatamente aferível.
CPC. Art. 292 – Valor da causa para cada espécie de ação cível. Obs: inciso V,
ações de danos morais, aplica-se ao Processo do Trabalho – art. 223-A, CLT.
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CPC. Art. 293 – Impugnação do valor da causa em preliminar de Contestação,
sob pena de preclusão.
O Valor da Causa serve para: a) Base de cálculo para custas e demais despesas; b) Indicação
de rito (sumário [até 2 SM], sumaríssimo [de 2 a 40 SM] e ordinário [acima de 40 SM]. Como já dito,
“liquidação” é procedimento próprio contido no artigo 879 da CLT. Não é necessário que a
Reclamação Trabalhista acompanhe “planilhas de cálculos”, mas tão somente que no corpo da peça
exordial, junto dos pedidos, se apresentam os importes “indicados”. Neste sentido: Instrução
Normativa nº. 41/2018 do Tribunal Superior do Trabalho, que dispõe sobre a aplicação das normas
processuais da Consolidação das Leis do Trabalho alteradas pela Lei nº. 13.467 de 13 de julho de
2017: Artigo 12. §2º. Para o fim que dispõe o art. 840, §§1º e 2º, da CLT, o valor da causa será estimado,
observando-se, no que couber, o disposto nos arts. 291 a 293 do Código de Processo Civil.
CPC, Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os
requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades
capazes de dificultar o julgamento de mérito, determinará que o autor, no
53
prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o
que deve ser corrigido ou completado.
CLT, Art. 840, §3º. Os pedidos que não atendam ao disposto no § 1o deste artigo
serão julgados extintos sem resolução do mérito.
A decisão judicial que indefere a Reclamação Trabalhista, extingue o processo sem resolução
de mérito (art. 485, I, CPC) e, por isso, tem natureza terminativa. Das decisões terminativas do feito
no Processo do Trabalho, cabe interposição de Recurso Ordinário no prazo de 08 dias (art. 895, CLT).
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz,
no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se.
§1º. Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao
recurso.
§2º. Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação
começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto
no art. 334 .
§3º. Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da
sentença.
a) Procuração, com poderes não só ad judicia, mas específicos (art. 105, CPC);
b) Declaração de Hipossuficiência (art. 790, §3º, CLT, OJ 269 SDI-1 TST, art. 99, §3º, CPC –
presumível alegação de hipossuficiência por pessoa natural – na JT sempre foi. Para PJ – Súmula 481
STJ, demonstrar impossibilidade de arcar com os encargos processuais);
c) Documentos Pessoais (RG, CPF do (ex)empregado ou sócio), Contrato ou Alterações
Contratuais Sociais, CTPS);
d) Outros documentos que sirvam de base aos fatos e pedidos, como folhas de pagamentos,
imagens, vídeos ou áudios, laudos periciais, pareceres, recibos diversos (férias, 13º, vales, etc),
Norma Coletiva, folhas-ponto, declarações, atestados, exames médicos, receituários, comprovantes
de benefício previdenciário, etc;
e) Preparo para ações especiais, como Ação Rescisória por exemplo.
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✓ Testemunhal (até 03 no rito ordinário e sumário [art. 821, CLT]; 02 no processo
sumaríssimo [art. 852-H, §2º, CLT]; até 06 no Inquérito Judicial de Apuração de Falta Grave [art. 821,
CLT]);
✓ Pericial – ambiente de trabalho, contábil;
✓ Prova emprestada;
✓ Inspeção in loco;
✓ Documentos diversos;
✓ Ata notarial;
✓ Outras – imagens, áudio, vídeo.
CLT, Art. 847 - Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para
aduzir sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for
dispensada por ambas as partes.
Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de
processo judicial eletrônico até a audiência.
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Aberta a audiência (que é una), o Juiz proporá a conciliação - 1ª tentativa obrigatória - art.
846, CLT;
O Juiz do Trabalho fará a leitura da Reclamação Trabalhista, quando esta não for dispensada
por ambas as partes – art. 847, CLT;
Após, não havendo acordo, o reclamado apresentará a Defesa em audiência, de forma oral e
em 20 minutos (também para cada litisconsorte – art. 842 + 769 CLT);
Exceção de Suspeição ou de Incompetência são apresentadas em apartado e antes da Defesa
(via de regra). Ambas suspendem o processo (art. 799, CLT e art. 313, III, CPC);
Obs: Contestação: (a) emenda – prescrição consumativa; (b) aditamento – até a instrução
da causa, consignada em ata de audiência.
CLT, Parágrafo único. A parte poderá apresentar defesa escrita pelo sistema de
processo judicial eletrônico até a audiência.
Notificação Inicial
A notificação (citação) do Reclamado é obrigatória. Não há curadoria especial ou algo do
gênero;
A notificação dar-se-á, em regra, de forma postal, via Correios. O escrivão ou Secretaria da
Vara emitirá em 48 horas contadas do recebimento e protocolo da Reclamação Trabalhista, com
cópia desta ao reclamado (art. 841, CLT);
Caso não encontrado, recusar recebimento (criar embaraços), far-se-á notificação por edital
(art. 841, §1º, CLT);
Tem prevalecido que a CLT não exige a pessoalidade, assim, é válida a notificação postal
entregue no endereço da reclamada, a qualquer empregado da empresa ou até mesmo depositada na
caixa de correio da empresa (inaplicável art. 248, §2º do CPC);
Prática forense: o Juiz tem esgotado as formas de citação antes da realização de citação por
edital do reclamado, inclusive, designando oficial de justiça e até mesmo, a notificação por hora certa
(subsidaridade do processo civil);
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Atentar: entre a realização da notificação com o recebimento da Reclamação Trabalhista e a
data de realização da audiência, deverá decorrer um prazo mínimo de 05 (cinco) dias;
Já o reclamante, será notificado da audiência no ato da apresentação da Reclamação
Trabalhista, através de protocolo eletrônico gerado pelo Sistema Pje.
Desistência da Ação:
Impede que o reclamante, após tomar conhecimento da Defesa, desista da ação para,
intencionalmente, alterar sua tese/pedidos, etc - boa fé-processual. Se a Defesa estiver em sigilo e o
reclamante desistir durante esta ocorrência, não há óbice. Então, o processo será arquivado!
Contudo, o processo não será arquivado quando os autos (Defesa e documentos) forem franqueados
ao reclamante e este não comparecer à audiência – Súmula 74, TST - I. Aplica-se a confissão à parte
que, expressamente intimada com aquela cominação, não comparecer à audiência em prosseguimento,
na qual deveria depor
CPC, Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa,
expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e
especificando as provas que pretende produzir.
O reclamado deverá trazer todas as defesas que tiver. Atacar diretamente os fatos, os
fundamentos e os pedidos do reclamante, de todas as formas e argumentos possíveis e admitidos. Na
eventualidade do Juízo não acolher a primeira alegação, possa acolher a segunda e, assim,
sucessivamente.
Exemplos comuns:
a) Horas extras = a empresa sempre pagou + não constam anotações na folha-ponto + ele
era responsável pela anotação + era trabalhador externo + a empresa tem menos de 20 empregados
+ etc;
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b) Acidente de Trabalho/Doença Ocupacional = empresa cumpre todas as normas +
PCMSO, PCMAT, LTCAT + medicina ocupacional presente + ordem de serviço + degenerativos + culpa
exclusiva do reclamante + responsabilidade subjetiva (dolo ou culpa) + etc;
c) Equiparação Salarial = não se é mesma produtividade + não é mesma perfeição técnica
+ qualificação profissional diversa + plano de cargos e salários + não é mesmo tempo de serviço (4
anos) e/ou função (2 anos) (art. 461, CLT)
CPC, art. 486, §3º. Se o autor der causa, por 3 (três) vezes, a sentença fundada
em abandono da causa, não poderá propor nova ação contra o réu com o
mesmo objeto, ficando-lhe ressalvada, entretanto, a possibilidade de alegar em
defesa o seu direito.
CLT, Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação
verbal, não se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786
(05 dias), à Junta ou Juízo para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de
perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do direito de reclamar perante a Justiça do
Trabalho.
CLT. Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que,
por 2 (duas) vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844.
CLT, Art. 844 - O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
Litispendência e Coisa Julgada: Extinção do processo sem resolução do mérito – art. 485,
V, CPC. Litispendência: demanda em andamento. Coisa julgada: demanda transitada em julgado.
CPC, Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze)
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
CPC, Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento,
sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos
prejuízos decorrentes da falta de indicação.
Conexão: Quando existem 02 ou mais processos com mesma causa de pedir e pedidos.
CPC, Art. 55. Reputam-se conexas 2 (duas) ou mais ações quando lhes for
comum o pedido ou a causa de pedir.
§1º. Os processos de ações conexas serão reunidos para decisão conjunta,
salvo se um deles já houver sido sentenciado.
...
§3º. Serão reunidos para julgamento conjunto os processos que possam gerar
risco de prolação de decisões conflitantes ou contraditórias caso decididos
separadamente, mesmo sem conexão entre eles.
Pode ser invocada como preliminar ou pode ser conhecida de ofício pelo Juiz. No Processo
do Trabalho, é comum haver conexão entre Reclamações de trabalhadores de uma mesma empresa.
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CONTESTAÇÃO. DEFESA PROCESSUAL E DE MÉRITO. DEVER DO
DEMANDADO. Se a opção do reclamando se dá exclusivamente pela
elaboração de defesa processual, e sendo considerada elo Juízo superada a
preliminar arguida, é de se ter o demandado confesso, quando aos fatos contra
si articulados na inicial (art. 302, CPC). Recurso conhecido a que se nega
provimento (TRT 10ª Região, RO 255/2002. Relator Ricardo A. Machado. DJDF
14.7.2002, pág. 11).
CPC, Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de
fato constantes da petição inicial, presumindo-se verdadeiras as não impugnadas, salvo se:
I - não for admissível, a seu respeito, a confissão; (direitos trabalhistas, são “indisponíveis”
apenas os pertinentes à personalidade, coletivos, normas de saúde e segurança no trabalho).
II - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei considerar da
substância do ato; (norma coletiva, lei local, certidão de nascimento de filho para direito ao salário-
família).
III - estiverem em contradição com a defesa, considerada em seu conjunto; (A defesa
principal torna-se “global” e, consequentemente, abarca as defesas específicas. Ex: negativa ao
reconhecimento de vínculo de emprego).
Parágrafo único. O ônus da impugnação especificada dos fatos não se aplica ao defensor
público, ao advogado dativo e ao curador especial.
CPC, Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações
quando:
I - relativas a direito ou a fato superveniente; (ex: empregado entra com ação
no curso do emprego pedindo verbas trabalhistas, e após certo tempo, comete
falta grave ensejando justa causa)
II - competir ao juiz conhecer delas de ofício; (ex: prescrição, decadência)
III - por expressa autorização legal, puderem ser formuladas em qualquer
tempo e grau de jurisdição. (ex: qualquer objeção processual e matérias de
ordem pública)
CPC, Art. 493. Se, depois da propositura da ação, algum fato constitutivo,
modificativo ou extintivo do direito influir no julgamento do mérito, caberá ao
juiz tomá-lo em consideração, de ofício ou a requerimento da parte, no
momento de proferir a decisão. Parágrafo único. Se constatar de ofício o fato
novo, o juiz ouvirá as partes sobre ele antes de decidir.
Compensação:
CPC, Art. 368. Se duas pessoas forem ao mesmo tempo, credor e devedor uma
da outra, as duas obrigações extinguem-se até onde se compensarem.
São requisitos para aplicação no Processo do Trabalho:
a) Dívidas líquidas, vencidas e de coisas fungíveis (art. 369, CC);
b) Requerimento do reclamado somente pode ser arguida como matéria de
Defesa (Art. 767, CLT e Súmula 48, TST).
Exemplos: aviso prévio não trabalhado em ação reclamando verbas rescisórias; danos
causados pelo empregado. Obs: Há previsão de “compensação” no art. 477, §5º, CLT, mas não é
processual. Aquela é quando da rescisão contratual. Compensação de até o valor de 01 mês de sua
remuneração.
Dedução:
Prerrogativa, possibilidade do Juízo determinar que sejam abatidos do total da condenação,
os valores já pagos constantes em recibos, declarações, comprovantes constantes nos autos, após
verifica-los como pagamento de parte das verbas postuladas, a fim de evitar enriquecimento sem
causa. Exemplo:
Exceções são defesas com resultados protelatórios, dirigidas contra o processo, e não contra
o mérito. Não atacam os pedidos, mas sim, visam obstar o processo, de alguma forma!
Dilatórias: atrasam o curso do processo, tem por objetivo a dilatação do trâmite – exceções
de incompetência, de suspeição e de impedimento.
Peremptórias: visam a extinção sem resolução do mérito – rol do art. 337, CPC,
notadamente a coisa julgada, litispendência, perempção.
CLT, Art. 799 - Nas causas da jurisdição da Justiça do Trabalho, somente podem
ser opostas, com suspensão do feito, as exceções de suspeição ou
incompetência.
62
Tratam-se de incompetência relativa. Suspendem o feito somente as exceções
em razão do lugar (incompetência) e de suspeição (pessoa do magistrado), que
poderá alegadas antes da Defesa/Contestação.
§1º. As demais exceções serão alegadas como matéria de defesa.
A incompetência relativa deve ser arguida antes da audiência (antes da
apresentação da Defesa [Contestação] propriamente dita).
Impedimento: art. 144, CPC. Matérias de ordem pública, não há preclusão. Não há dúvida
quanto à imparcialidade do magistrado. A lei o considera parcial. Pode ser invocado a qualquer tempo
antes do trânsito em julgado (após, Ação Rescisória, art. 966, II, CPC).
Suspeição: art. 145, CPC. Há dúvida quanto à imparcialidade do magistrado. A lei não impede
de pronto a atuação do juiz e, por isso, está sujeita à preclusão, se não for invocada no momento
processual oportuno.
CLT, Art. 801 - O juiz, presidente ou vogal, é obrigado a dar-se por suspeito, e
pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos
litigantes:
a) inimizade pessoal;
b) amizade íntima;
c) parentesco por consangüinidade ou afinidade até o terceiro grau civil;
d) interesse particular na causa.
Parágrafo único - Se o recusante houver praticado algum ato pelo qual haja
consentido na pessoa do juiz, não mais poderá alegar exceção de suspeição,
salvo sobrevindo novo motivo. A suspeição não será também admitida, se do
63
processo constar que o recusante deixou de alegá-la anteriormente, quando já
a conhecia, ou que, depois de conhecida, aceitou o juiz recusado ou, finalmente,
se procurou de propósito o motivo de que ela se originou.
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CPC, Art. 369. As partes têm o direito de empregar todos os meios legais, bem
como os moralmente legítimos, ainda que não especificados neste Código, para
provar a verdade dos fatos em que se funda o pedido ou a defesa e influir
eficazmente na convicção do juiz.
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Presume-se discriminatória a despedida de empregado portador do vírus HIV
ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito. Inválido o ato, o
empregado tem direito à reintegração no emprego.
Não há previsão fixada pela lei. Contudo, a técnica processual traz o seguinte:
a) Requerimento das provas: CPC, art. 319, IV (autor requer provas a inicial) e art. 336
(réu requer provas na contestação). Contudo, no Processo do Trabalho o requerimento de provas é
realizado (são produzidas) em audiência (art. 845, CLT). Não obstante, a produção documental deve
acompanhar a RT. e autenticado pelo próprio advogado (art. 787 + 830, CLT). Obs: Admissibilidade
da prova se dá na audiência, que é a fase de saneamento do processo do trabalho;
b) Produção da Prova: não há ordem prevista em lei, mas há uma lógica. Prova
documental = pré-constituída. Prova Pericial = antes dos depoimentos (partes) e oitivas
(testemunhas), pois estas últimas serão relevantes em confrontação com o laudo pericial + oitiva do
perito em audiência (art. 827, CLT). Ordem para depoimentos/oitivas = Juiz é quem preside, não se
aplica o art. 361 CPC, em razão dos amplos poderes do Juiz do Trabalho nos arts. 765 e 852-D, CLT.
Logo, não há que se falar em nulidade ou irregularidade, porque a ordem da prova é
discricionariedade do Juiz.
Da Prova Emprestada:
1. Material probatório produzido num processo, que pode ser trasladado para outro, por
meio de certidão extraída daquele;
2. Meras cópias materiais de outro processo e a juntada daqueles noutro, não é
considerada prova emprestada;
3. Contudo, a doutrina (Dinamarco, por exemplo) é no sentido de que só as provas
constituídas no processo são suscetíveis de autêntico empréstimo (oral, pericial, pericial). Ademais,
a produção probatória requer imediatidade do juiz, identidade física contraditório imediato;
4. Contudo, a prática forense não se coaduna com a doutrina. Provas emprestadas são
legítimas, cabe ao convencimento do Juiz, e desde que moralmente legítimas (art. 369, CPC), não são
rechaçadas (desentranhadas) dos autos.
CPC, Art. 372. O juiz poderá admitir a utilização de prova produzida em outro processo,
atribuindo-lhe o valor que considerar adequado, observado o contraditório.
5. Pode ser requerida por qualquer das partes, em conjunto ou determinada de ofício pelo
Juiz (art. 370, CPC e 765, CLT);
6. Pode ter sido colhida nas esfera criminal, cível, etc. Contudo, há algumas provas que
podem ser somente produzidas na esfera criminal, como interceptação telefônica (art. 1º da Lei
9.296/96);
7. Provas colhidas em inquérito policial e inquérito civil público, podem ser utilizadas no
Processo do Trabalho? Em regra não, porque lhes falta o contraditório e a ampla defesa, garantido
pelo art. 5º, LV, CR. Só poderá se houver expressa concordância das partes no processo.
No Processo do Trabalho, a prova pericial é um excelente exemplo de elemento probatório
importante! Ainda que a juntada pela parte de um laudo pericial de condições idênticas produzido
noutro processo não elimine a pertinente e integral produção probatória, certamente ela será um
balizador!
Requisitos para que a prova emprestada conserve sua eficácia inicial:
Doutrina: a) Que tenha sido colhida no processo judicial entre as mesmas partes ou um das
partes e terceiro; b) Que tenha sido colhida regular e legitimamente; c) Que o fato a ser provado, seja
idêntico.
Prática forense: somente que “b” e “c”, porque a “a” está relacionada à valoração de prova
e não à admissibilidade da prova emprestada.
1. Necessidade da Prova
O sucesso do processo depende da qualidade da produção probatória de quem alega. É dever
da parte provar o que alega, sob pena de improcedência, revelia, confissão ou admissão como
verdadeira dos fatos não controvertidos e não provados. Produção de prova é direito constitucional,
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logo, não pode o Magistrado se impressionar com as alegações das partes, atuando de forma a limitar
ou indeferir provas, em razão de convencimento “pré-constituído”, ou “pré-julgamento” da lide.
4. Oralidade
Como vimos até agora em nossa disciplina, a característica das audiências trabalhistas é a
oralidade. A identidade física do Juiz é importante para a valoração da prova, eis que o Juiz que colhe
os depoimentos/oitivas, terá maior conhecimento do caso ao proferir a Sentença (da expressão em
latim “sententia” e “sentire”: sentir, perceber, pensamento, opinião), possível também pela
Imediatidade, ou seja, pelo contato maior do Juiz do Trabalho com as partes e testemunhas do
processo, colhendo diretamente a prova.
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Quem deve produzir a prova, não necessariamente a quem incumba o ônus da prova, mas
sim, que melhor tem melhores condições materiais ou técnicas para produzir. É a superação do ônus
da prova do art. 818 da CLT e 373 do CPC à luz do acesso à justiça, contraditório, ampla defesa e
igualdade substancial dos litigantes. É preciso considerar a hipossuficiência e a dificuldade
probatória de produção de determinadas provas pelo trabalhador, em sopesamento às possíveis
melhores condições pelo empregador, não afastando a atuação equilibrada do Juiz do Trabalho, à luz
da razoabilidade e proporcionalidade.
Exemplos clássicos no Processo do Trabalho são a prova da jornada (controle de ponto), da
insalubridade ou periculosidade (laudos periciais), da equiparação salarial (eventuais planos de
cargos de salários, inexistindo, de critérios de remuneração).
Dever processual a que deve se desincumbir o reclamante, quando reclama fato constitutivo
de seu direito; e a que deve se desincumbir o reclamado quando contradiz o reclamante, devendo
apresentar e provar a ocorrência de fatos que modifique, que extingam ou que impeçam o direito do
reclamante (ônus estático - art. 818, caput, CLT).
Ônus subjetivo: pertinente às partes, ou seja, quem tenha o ônus de comprovar os fatos
alegados;
Ônus objetivo: dirigido ao juiz, quando do seu julgamento acerca da valoração da prova,
através de um raciocínio lógico com base nos pedidos e nas impugnações.
Em regra, o ônus da prova deve ser distribuída em audiência, eis que este momento é
considerado crucial para o saneamento do processo.
No Processo do Trabalho, aplica-se a inversão judicial do ônus da prova do CDC, em
consoante a omissão da CLT, compatibilidade com os princípios processuais laborais e, diante da
dificuldade de produção probatória pelo trabalhador.
70
Lei nº. 8.078/90, Art. 6º. São direitos básicos do consumidor:
...
VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus
da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil
a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de
experiências;
72
livre convencimento. (TRT12 - ROT - 0001764-29.2015.5.12.0004 , LIGIA
MARIA TEIXEIRA GOUVEA , 5ª Câmara , Data de Assinatura: 28/04/2020)
CR/88, Art. 5º, LVI - são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos.
Como norma da Teoria Geral do Direito, trata-se de vedação que garante o devido processo
legal – outro direito fundamental – e a dignidade do processo, assim como a paridade de “armas”
processuais do cidadão.
Há basicamente três vertentes na doutrina:
a) Vedação total da prova ilícita: toda e qualquer prova obtida por meio ilícito, não será
admitida em nenhuma hipótese, eis que a conduta ilícita para produção deste tipo de “prova”, assim
caracterizado pelo direito material, não pode ser valorado de forma diversa (aceito) pelo direito
processual. Forte tendência da jurisprudência neste sentido, mesmo antes da CR/88.
b) Permissiva: diz respeito ao conteúdo, e não a forma, ou seja, desde que o conteúdo da
prova seja lícito, ela poderá ser utilizada no processo, ainda que tenha sido obtida por meio ilícito,
fundamentando-se tal aceitação, na busca da verdade real. Para esta vertente, os fins justificam os
meios, já que a efetividade da prova e a busca da verdade real justificam o ilícito na obtenção da
prova;
c) Teoria da Proporcionalidade ou Regra de Ponderação: na interpretação de
determinada norma jurídica, devem ser sopesados os interesses e direitos em jogo, de modo a dar-
se a solução concreta mais justa, já que nenhuma regra processual é absoluta. É a utilização do
Princípio Constitucional da Proporcionalidade para se obter a efetividade do processo na medida da
adequada solução conferida pelo juiz, ao proteger o direitos pelo sopesamento de princípios
constitucionais. Doutrina de peso adota esta teoria (José Carlos Barbosa Moreira, Carlos Henrique
Bezerra Leite, Mauro Schiavi, João Batista Lopes).
c) Teoria da Proporcionalidade ou Regra de Ponderação: deve se valer o Juiz do
Trabalho dos seguintes elementos, frente à prova ilícita mas materialmente aproveitável:
1. necessidade: de sacrificar um direito fundamental em face de outro;
74
2. adequação: a medida adotada deve ser adequada à finalidade do processo;
3. Proporcionalidade em sentido estrito: é a realização do juízo de valor, de ponderação,
de sopesamento dos valores envolvidos no processo.
Teoria da Proporcionalidade já há tempos é a admitida pela jurisprudência trabalhista e
ainda mantida:
GRAVAÇÃO TELEFÔNICA. A aceitação no processo judiciário do trabalho, de
gravação de diálogo telefônico mantido pelas partes e oferecida por uma delas,
como prova pra elucidação de fatos controvertidos em juízo, não afronta
suposto direito líquido e certo da outra parte, a inviolabilidade do sigilo das
comunicações telefônicas, porque essa garantia se dá em relação a terceiros e
não aos interlocutores. Recurso ordinário a que se nega provimento, para ser
confirmado o acórdão regional, que negou a segurança requerida. (TST Autos
1564/90. Recurso Ordinário em Mandado de Segurança. Relator Ministro
Ermes Pedro Padrassani. 17.9.1991).
Interrogatório
a) A parte esclarece fatos da causa diretamente ao Juiz;
b) Ato entre o juiz e a parte, personalíssimo;
c) De ofício pelo Juiz e renovada quantas vezes entende necessário (até a Sentença);
d) Não é “prova propriamente dita”, mas sim, instrumento de convencimento do Juiz sobre
fatos relevantes da causa e sua pertinência.
Depoimento Pessoal
a) Finalidade principal: obter confissão da parte contrária;
b) Incumbência da parte o pedido de depoimento, e não do Juiz (art. 385, CPC);
b) Deverá existir intimação expressa, para comparecer pessoalmente sob pena de serem
considerados verdadeiros os fatos alegados (deve constar no mandado que se presumirão
confessados os atos contra ela alegados caso não compareça ou, comparecendo, se recuse a depor);
c) Se não existir intimação, a parte não poderá ser constrangida a se comparecer. (Súmula
74, I, TST)
76
Interrogatório:
CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
...
VIII - determinar, a qualquer tempo, o comparecimento pessoal das partes,
para inquiri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena
de confesso;
CPC, Art. 379. Preservado o direito de não produzir prova contra si própria,
incumbe à parte:
I - comparecer em juízo, respondendo ao que lhe for interrogado;
...
III - praticar o ato que lhe for determinado.
Depoimento Pessoal:
CPC, Art. 385. Cabe à parte requerer o depoimento pessoal da outra parte, a
fim de que esta seja interrogada na audiência de instrução e julgamento, sem
prejuízo do poder do juiz de ordená-lo de ofício.
§1º. Se a parte, pessoalmente intimada para prestar depoimento pessoal e
advertida da pena de confesso, não comparecer ou, comparecendo, se recusar
a depor, o juiz aplicar-lhe-á a pena.
CPC, Art. 386. Quando a parte, sem motivo justificado, deixar de responder ao
que lhe for perguntado ou empregar evasivas, o juiz, apreciando as demais
circunstâncias e os elementos de prova, declarará, na sentença, se houve
recusa de depor.
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➢ Não obstante, diante da inexistência de disciplina do depoimento pessoal na CLT
(verdadeira omissão), por força do art. 769 celetista, aplica-se a disposição pertinente do CPC.
Ademais, o depoimento pessoal da parte é elemento fundamental à instrução probatória, sem o qual,
haveria grave prejuízo de esclarecimento de fatos e também de provas (muitas vezes é a única prova);
➢ Na prática, vários Magistrados Trabalhistas dispensam o depoimento pessoal das
partes e vão direto à oitiva das testemunhas, contudo, cabe ao Advogado fazer o requerimento com
apoio no art. 385 CPC, e apresentando no ato, se indagando, as razões, sob pena de violação do
contraditório, da ampla defesa e/ou do devido processo legal.
6. Prova Documental
Nem CLT nem CPC definem o conceito de documento. A doutrina (Carnelutti) ensina que é
todo elemento capaz de representar um fato, toda representação de algum fato, que possa ser
materialmente admitida no processo judicial (Bezerra Leite). Trata-se de prova material da
ocorrência/existência de um fato, abrangendo escritos, imagens, desenhos, reproduções
cinematográficas, fotografias, gráficos, áudios, vídeos, gravações magnéticas, instrumentos de
trabalho, vestimentas, uniformes, etc!
Não há hierarquias entre provas real (depoimentos) e documental + primazia da realidade
+ razoabilidade = valoração da prova + convencimento = Imediatidade e Persuasão Racional.
Documentos públicos: garantidos por fé pública. CPC, Art. 405. O documento público faz
prova não só da sua formação, mas também dos fatos que o escrivão, o chefe de secretaria, o tabelião
ou o servidor declarar que ocorreram em sua presença.
Documentos particulares: tem sua força de prova atrelada à sua natureza e conteúdo, e
uma vez não impugnado pela parte contrária, há presunção relativa e admite-se, assim, como
78
verdadeiro. CPC. Art. 408. As declarações constantes do documento particular escrito e assinado ou
somente assinado presumem-se verdadeiras em relação ao signatário.
Previsão de Prova Documental na CLT:
• Declaração de autenticidade pelo Advogado. Se impugnada, deverá ser juntada a
original ou cópias autenticadas com fé pública (art. 830);
• Juntas de documentos com a Reclamação Inicial (art. 787);
• Juntada de documentos com a Defesa (art. 845);
• Necessidade de recibos de salário e quitação de verbas (art. 464 e 477, §2º);
• Prova do contrato pela anotação da CTPS (art. 456);
• Diante da pouca previsão, se aplicam as disposições do CPC (art. 405 ao 441).
7. Exibição de Documentos
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assinado pelo empregado ou comprovante bancário (art. 464, CLT). Sem assinatura = sem valor
probante! Sem recibo = presume-se não pago, exigindo prova por qualquer meio admitido.
Cartões-Ponto
Para mais de 20 empregados, a prova é do empregador. Para 20 ou menos, é do trabalhador
(art. 74, §2º, CLT). Não juntada de cartões pelo empregador gera presunção relativa quanto àquela
alegada na RT.
Súmula nº 338 do TST. JORNADA DE TRABALHO. REGISTRO. ÔNUS DA PROVA
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o
registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-
apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa
de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em
contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída
uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova,
relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a
jornada da inicial se dele não se desincumbir.
CLT, Art. 787. A reclamação escrita deverá ser formulada em 2 (duas) vias e
desde logo acompanhada dos documentos em que se fundar.
CPC, Art. 434. Incumbe à parte instruir a petição inicial ou a contestação com
os documentos destinados a provar suas alegações.
Art. 435. É lícito às partes, em qualquer tempo, juntar aos autos documentos
novos, quando destinados a fazer prova de fatos ocorridos depois dos
articulados ou para contrapô-los aos que foram produzidos nos autos.
Parágrafo único. Admite-se também a juntada posterior de documentos
formados após a petição inicial ou a contestação, bem como dos que se
tornaram conhecidos, acessíveis ou disponíveis após esses atos, cabendo à
parte que os produzir comprovar o motivo que a impediu de juntá-los
anteriormente e incumbindo ao juiz, em qualquer caso, avaliar a conduta da
parte de acordo com o art. 5º.
CLT, Art. 845. O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais
provas.
8. Da Prova Testemunhal
A testemunha é pessoa física, estranha ao processo, que deve saber dos fatos, chamada a
depor em juízo e falar a verdade, sob as penas da lei, com capacidade de depor. Muito embora seja o
meio de prova com alto risco de falibilidade, mais vulnerável, a prova testemunhal é o mais comum
na Justiça Comum e na Justiça do Trabalho.
No Processo Civil, a prova testemunhal, em regra, será sempre admissível. As exceções
ocorrem quando os fatos já foram provados por documento ou confissão real da parte, ou quando o
fato somente pode ser provado por documento ou exame pericial (art. 443, CPC).
Aplica-se isto ao Processo do Trabalho, somada às previsões legais de que é descabida prova
testemunhal quando houver arguição de insalubridade e periculosidade (art. 195, CLT) e a prova
escrita do pagamento dos salários (art. 464, CLT).
No Processo do Trabalho, formalmente, o momento de requerer a prova testemunhal ocorre
na audiência, após a oitiva das partes (art. 848, §§1º e 2º, CLT).
Não há “rol de testemunhas”, pois estas comparecerão à audiência independentemente de
intimação (art. 825, CLT). As que não comparecerem serão intimadas de ofício pelo Juiz ou a
requerimento da parte, ficando sujeitas a condução coercitiva (art. 825, parágrafo único. CLT).
Poderá o próprio advogado entregar a notificação à testemunha e proceder à comprovação
nos autos, conforme intimação do Juiz.
Por ser considerado um “serviço público” relevante, não poderão ter descontos de salário
por falta (art. 822, CLT).
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O depoimento de uma testemunha não poderá ser ouvido pela próxima (art. 824, CLT).
No Processo do Trabalho, serão ouvidos nesta ordem (art. 848, CLT): 1. Partes; 2.
Testemunhas; 3. Peritos. Nesta ordem, há uma ordem interna (art. 820, CLT): a) O Juiz é o primeiro
que inquire partes, testemunhas, peritos; b) Somente depois do Juiz, as partes diretamente ou seus
advogados poderão reinquirir partes e testemunhas, mas sempre, por intermédio do Juiz do
Trabalho. Cabe ao Juiz decidir sobre a ordem das testemunhas, considerando o ônus da prova de cada
parte (art. 848, §2º, CLT).
1. Incapazes, Impedidos e Suspeitos = insuficiência de previsão na CLT
Aplicam-se as disposições do art. 447, §1º, CPC (incapazes), art. 447, §2º, CPC (impedidos) e
art. 447, §3º, CPC (suspeitos).
2. Amizade Íntima
Se revela por atos objetivos, como o contato habitual e íntimo fora do trabalho, entre a parte
e a testemunha. Exemplo: visitas recíprocas, passeios, viagens, jantares, “baladinhas”, festas,
aniversários – razoabilidade = frequência/habitualidade.
TESTEMUNHA. SUSPEIÇÃO. AMIZADE ÍNTIMA. Havendo prova de que a
relação entre a parte e a testemunha é mais profunda e próxima do que
ordinariamente se verifica e espera de uma relação entre pessoas que se
consideram meramente "conhecidas", caracteriza-se a hipótese de "amizade
íntima", que impede a oitiva da testemunha. (TRT12 - ROT - 0000109-
09.2017.5.12.0018 , IRNO ILMAR RESENER , 6ª Câmara , Data de Assinatura:
27/06/2018).
Amizade de “Facebook” não caracteriza o óbice legal à testemunha.
3. Empregado que exerce cargo de confiança na mesma empresa
Inexiste previsão legal que o torne suspeito em razão deste fato. Contudo, deve o Juiz
investigar outros elementos que possam revelar interesse do ocupante de cargo de confiança, e
realmente isto fará a diferença. Deve a outra parte contraditar a testemunha e apresentar suas razões,
para que o Juiz considere no momento ou na sentença. Se não considerar, cabe a parte recorrer ao
TRT argumentando nulidade.
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NULIDADE PROCESSUAL. EXIGÊNCIA DE DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO.
TESTEMUNHA. CERCEAMENTO DE DEFESA. NÃO CARACTERIZAÇÃO. Não
configura cerceamento de defesa a exigência de apresentação de documento
de identificação pela testemunha, mormente em virtude de o Juízo ter
oportunizado à parte a juntada posterior de documento de identificação da
testemunha, que, todavia, não cumpriu a determinação judicial com a qual
assentiu. (TRT12 - ROT - 0000278-45.2016.5.12.0013 , HELIO BASTIDA
LOPES , 5ª Câmara , Data de Assinatura: 07/11/2017)
Contradita: Após o Juiz qualificar a testemunha e antes de tomar-lhe o compromisso, a parte
poderá impugnar a testemunha, arguindo incapacidade, o impedimento ou a suspeição, cabendo
provar com documentos ou ainda, com até 03 testemunhas (art. 828, caput, CLT + art. 457, CPC).
Sendo provado ou confessado os fatos da contradita, o Juiz dispensará como “testemunha”. No
entanto, poderá ouvi-la como informante. Importância: valoração da prova. Mesmo ouvida como
informante, o depoimento poderá ter valor considerável quando do convencimento do Juízo e
proferimento da sentença.
Acareação: Aplicam-se ao Processo do Trabalho as disposições abaixo:
CPC, Art. 461. O juiz pode ordenar, de ofício ou a requerimento da parte:
I - a inquirição de testemunhas referidas nas declarações da parte ou das
testemunhas;
II - a acareação de 2 (duas) ou mais testemunhas ou de alguma delas com a
parte, quando, sobre fato determinado que possa influir na decisão da causa,
divergirem as suas declarações.
§ 1º Os acareados serão reperguntados para que expliquem os pontos de
divergência, reduzindo-se a termo o ato de acareação.
§ 2º A acareação pode ser realizada por videoconferência ou por outro recurso
tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.
9. Da Prova Pericial
83
capacidade laborativa); perícia grafodocumentoscópica (grafotécnica), para verificar se um
documento é autêntico;
b) Vistoria: é a inspeção de ambientes laborais. Ex: perícias de insalubridade ou
periculosidade em que o perito vai até o local de trabalho e avalia as condições ambientais;
c) Avaliação: (1) exame pericial cujo objetivo é precificar determinada coisa, bem ou
obrigação (geralmente no caso de penhora); (2) avaliação pericial contábil no processo do trabalho,
para verificação de pagamentos trabalhistas ou correção de cálculos de liquidação.
CPC. Art. 464. §1º. O juiz indeferirá a perícia quando:
I - a prova do fato não depender de conhecimento especial de técnico;
II - for desnecessária em vista de outras provas produzidas;
III - a verificação for impraticável.
CPC. Art. 472. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na
inicial e na contestação, apresentarem, sobre as questões de fato, pareceres
técnicos ou documentos elucidativos que considerar suficientes.
Como condutor do processo e destinatário da prova final, ao Juiz compete decidir sobre a
produção de prova pericial ou a sua dispensa/indeferimento, desde que inexista necessidade de
conhecimentos técnicos acerca da matéria controvertida ou quando houver outras provas já
produzidas capazes de suplantar a prova pericial. Contudo, no Processo do Trabalho, a perícia não é
dispensável em algumas matérias especiais.
Enunciado nº. 54 da I Jornada de Direito Material e Processual do Trabalho do
Tribunal Superior do Trabalho
PROVA PERICIAL. POSSIBILIDADE DE DISPENSA. Aplica-se o art. 427 do CPC
(atual 464, II, NCPC) no processo do trabalho, de modo que o juiz pode dispensar
a produção de prova pericial quando houver prova suficiente nos autos.
E no caso de confissão, dispensa-se a perícia?
Revelia e Confissão Ficta: jurisprudência dominante é no sentido de não dispensar.
Confissão Real: é possível responder afirmativamente, quando inexista discussão sobre o
grau da insalubridade ou, ainda, quando for paga a periculosidade por liberalidade ainda que inferior
ao percentual legal.
84
1. Verificando a necessidade de levantamento técnico dos fatos, o Juiz a designa de ofício ou
à requerimento das partes;
2. Nomeação de profissional técnico com o conhecimento em questão, com prazo de 15 dias
para impugnação do perito pela(s) parte(s) (art. 465, §1º, CPC). Obs: o perito assume compromisso
de imparcialidade e independência, estando pessoalmente responsável por seus atos e
comportamentos (art. 466, CPC), devendo escusar-se do encargo, diante de impedimento ou
suspeição (art. 467, CPC);
3. Designação de data, horário, local e providências (documentos, presença das partes e
advogados, e fixação de prazo razoável para entrega do laudo pericial (Art. 3º, Lei 5.584/70);
4. Apresentação de quesitos pelo Juízo. Em cinco dias contados da designação, apresentação
de quesitos pelas partes e nomeação de assistente técnico, que deverá apresentar seu parecer no
mesmo prazo da entrega do laudo pericial pelo perito (Art. 3º, parágrafo único, Lei 5.584/70);
5. Durante as diligências, ou após quando da audiência de instrução (se cindida), as partes
poderão apresentar quesitos complementares (art. 469, CPC).
85
INSPEÇÃO JUDICIAL. CONVENCIMENTO DO MAGISTRADO. ELEMENTOS DE
PROVA. O art. 440 do CPC preceitua que o juiz, de ofício ou a requerimento da
parte, pode, em qualquer fase do processo, inspecionar pessoas ou coisas, a fim
de se esclarecer sobre fato, que interesse à decisão da lide. (TRT12 - ROT -
0001182-72.2012.5.12.0056 , JOSE ERNESTO MANZI , 5ª Câmara , Data de
Assinatura: 19/06/2013).
1. Revelia
A Defesa não é somente um direito, mas sim, uma prerrogativa, que pode ou não ser exercida
pela parte ré. No Direito Civil, exceto os direitos indisponíveis não sofrem os efeitos da revelia e da
confissão, como por exemplo, a ação de prestação de alimentos, em que este direito é fundamental
ao menor.
Revelia – Rebeldía (espanhol): inércia consistente em não responder que tem lugar somente
no Processo de Conhecimento e no Processo Cautelar, já que no Processo de Execução, há caminhos
próprios de obter a garantia do juízo independente de comparecimento ou resposta do réu.
No Processo do Trabalho, a Revelia é uma preclusão qualificada pela inatividade do
reclamado em oferecer resposta à pretensão do reclamante, ao não comparecer em audiência ao qual
foi regularmente notificado (art. 847 + art. 841, CLT).
CLT, Art. 844. O não-comparecimento do reclamante à audiência importa o
arquivamento da reclamação, e o não-comparecimento do reclamado importa
revelia, além de confissão quanto à matéria de fato.
No Processo do Trabalho, a revelia advém do não comparecimento do reclamando à
audiência, e não propriamente do fato de não ter apresentado defesa ou não ter dado mostras de que
pretendia se defender.
Mesmo por quê, a previsão do art. 845 e caput do art. 847 da CLT é que as partes deverão
comparecer pessoalmente à audiência.
CLT, Art. 845. O reclamante e o reclamado comparecerão à audiência
acompanhados das suas testemunhas, apresentando, nessa ocasião, as demais
provas.
CLT, Art. 847. Não havendo acordo, o reclamado terá vinte minutos para aduzir
sua defesa, após a leitura da reclamação, quando esta não for dispensada por
ambas as partes.
CPC, Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão
da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.
Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase,
recebendo-o no estado em que se encontrar.
CLT, Art. 852. Da decisão serão os litigantes notificados, pessoalmente, ou por
seu representante, na própria audiência. No caso de revelia, a notificação far-
se-á pela forma estabelecida no § 1º do art. 841.
CLT. 841. §1º. A notificação será feita em registro postal com franquia. Se o
reclamado criar embaraços ao seu recebimento ou não for encontrado, far-se-
86
á a notificação por edital, inserto no jornal oficial ou no que publicar o
expediente forense, ou, na falta, afixado na sede da Junta ou Juízo.
Compatibilidade entre o art. 346 CPC e o art. 825 CLT:
1. Os prazos fluirão contra o reclamado revel, independente de intimação;
2. O reclamado deverá ser notificado pessoalmente da sentença;
3. Se tiver advogado constituído, deve ser notificado dos atos processuais até a sentença.
87
nulidade de citação na fase de conhecimento ao processo que correu em revelia, após o transcurso
de prazo 15 dias para pagamento do débito (art. 523, CPC).
88
Elisão da Revelia – Direitos Indisponíveis:
O direito é indisponível se o titular não é livre de manifestar a sua vontade – quer
relativamente, quer absolutamente – conforme disponha a lei. Vale dizer: o direito é indisponível
quando a vontade das partes for ineficaz para produzir o efeito jurídico que pela ação se pretenda
obter (CPC português, art. 366). Sobre tal conceito, não afinam os doutores. É direito inseparável da
pessoal (Hélio A. W. Cortes). Pela sua natureza, é absoluta, extrapatrimonial, extra commercium,
intransmissível, imprescritível, impenhorável, vitalício e necessário”. COQUEIJO COSTA, Carlos.
Direito Judiciário do Trabalho. Rio de janeiro: Forense, 1978, p. 223.
O Direito o Trabalho pertence ao ramo do Direito Privado, ainda que com alta carga de
Direito Social, mas nunca será considerado um Direito Público.
Haverá “indisponibilidade de direitos trabalhistas” quando estes envolverem matéria de
ordem pública, como FGTS, aposentadoria, INSS, Seguro Desemprego, serviços essenciais de greve,
etc. Por analogia, revisar art. 611-B da CLT – aquele rol pode ser considerado como direito
indisponível, já que nem mesmo por Negociação Coletiva poderão ser suprimidos ou reduzidos.
Apenas ressalvada a previsão do art. 844, §4º, II, CLT, caso em que não será revel a pj de
Direito Público.
2. Confissão
Ato pelo qual a pessoas capaz, através de ato de sua vontade, portanto livre e
desembaraçada, reconhece e declara como verdadeiro o fato que se lhe imputa ou contra ela é
alegado, judicial ou extrajudicialmente inobstante seus efeitos jurídicos.
CPC, Art. 389. Há confissão, judicial ou extrajudicial, quando a parte admite a verdade de fato
contrário ao seu interesse e favorável ao do adversário.
Pode ser espontânea, através de ato legitimo de vontade (de dizer a verdade dos fatos); pode
ser provocada, quando obtida por meio de depoimento pessoal. A chamada confissão real pode ser
espontânea ou provocada, e é aquela realizada pela própria parte (reclamada ou reclamante).
É indivisível, ou seja, deverá ser considerada pelo seu todo, e não somente pela parcela que
beneficiar a parte, exceto diante de fatos novos, capazes de constituir fundamento de defesa de
direito material ou de reconvenção (art. 395, CPC).
Confissão Ficta: Um dos efeitos da Revelia (ausência do reclamado à audiência e ausência,
que resulta na perda do direito de produção de provas e de manifestações naquele ato), acarreta a
confissão ficta no Processo do Trabalho, conforme parte final do caput do artigo 844, CLT.
Confissão ficta, tácita ou presumida ocorre quando a parte, convocada a responder em juízo,
permanecer em silêncio ou for evasiva. Diante desta postura, o Juiz admitirá como prova a confissão
ficta em favor da tese da parte contrária.
CLT, Art. 843, §1. É facultado ao empregador fazer-se substituir pelo gerente,
ou qualquer outro preposto que tenha conhecimento do fato, e cujas
declarações obrigarão o proponente.
91
Contudo, a Confissão Ficta (e mesmo a Confissão Real) pode ser elididas por outras provas
nos autos, portanto, não são absolutas.
3. Prescrição e Decadência
A violação ao direito material enseja a pretensão, que é deduzida por meio de ação em juízo.
Não exercido tal pretensão nos limites temporais da lei, extingue-se o direito de ação: isto é a
prescrição, ou seja, evento que ocorre quando há extinção da pretensão pelo autor (direito subjetivo
que não é ad infinitum), resultando em segurança jurídica à sociedade. Definido em lei. Uma vez
consumada, pode ser objeto de renúncia.
92
Quando pela falta de seu exercício, seja pelo transcurso de tempo definido em lei, perde-se
um direito potestativo (imperativo da vontade), isto é decadência. (Obs: direito potestativo é o
imperativo da vontade resguardado pela lei, que não admite contestação, como por exemplo, o direito
do empregador de dispensar arbitrariamente um trabalhador). Definido em lei ou pela vontade das
partes (contrato). Uma vez consumada, é irrenunciável quando fixada em lei.
A prescrição extingue a pretensão e, por consequência, o direito. A decadência extingue o
direito e, por consequência, a pretensão.
a) Decadência:
No Processo do Trabalho, destacam-se três prazos decadenciais típicos:
1. 30 dias para instauração do inquérito judicial de apuração de falta grave;
2. 2 anos para propor ação rescisória, contados do trânsito em julgado;
3. 120 dias para proposição do Mandado de Segurança contados a partir da ciência
inequívoca do ato de autoridade praticado com ilegalidade ou abuso de poder.
b) Prescrição:
CF. Art. 7º. XXIX - ação, quanto aos créditos resultantes das relações de
trabalho, com prazo prescricional de cinco anos (quinquenal) para os
trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de dois anos (bienal) após a
extinção do contrato de trabalho (EC 28/2000. Antes o rural somente tinha a
bienal)
CLT, Art. 11. A pretensão quanto a créditos resultantes das relações de
trabalho prescreve em cinco anos (quinquenal) para os trabalhadores urbanos
e rurais, até o limite de dois anos (bienal) após a extinção do contrato de
trabalho.
§1º. O disposto neste artigo não se aplica às ações que tenham por objeto
anotações para fins de prova junto à Previdência Social.
93
SÚMULA Nº 294 DO TST. PRESCRIÇÃO. ALTERAÇÃO CONTRATUAL.
TRABALHADOR URBANO.
Tratando-se de ação que envolva pedido de prestações sucessivas decorrente
de alteração do pactuado, a prescrição é total, exceto quando o direito à parcela
esteja também assegurado por preceito de lei.
CC. Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
CC. Art. 2.028. Serão os da lei anterior os prazos, quando reduzidos por este
Código, e se, na data de sua entrada em vigor, já houver transcorrido mais da
metade do tempo estabelecido na lei revogada.
1. Litisconsórcio
Previsão legal para que uma ou mais pessoas estejam no polo ativo e ou passivo numa
demanda judicial, considerando a ocorrência:
a) De formação inicial: desde a propositura da ação;
b) Ulterior: quando o processo já está instaurado (Ex: intervenção de terceiros);
c) Facultatividade (facultativo): por opção das partes, nos critérios do art. 113 do CPC:
Duas ou mais pessoas podem litigar, no mesmo processo, em conjunto, ativa ou passivamente,
quando: I - entre elas houver comunhão de direitos ou de obrigações relativamente à lide; II - entre as
causas houver conexão pelo pedido ou pela causa de pedir; III - ocorrer afinidade de questões por ponto
comum de fato ou de direito.
d) Simples quanto aos efeitos: quando existir decisões diferentes para os litisconsortes;
e) Unitário quanto aos efeitos: quando a decisão for igual para os litisconsortes (art. 116,
CPC).
Litisconsórcio Facultativo:
A previsão na CLT trata da formação do litisconsórcio ativo facultativo:
96
CLT. Art. 842. Sendo várias as reclamações e havendo identidade de matéria, poderão ser
acumuladas num só processo, se se tratar de empregados da mesma empresa ou estabelecimento.
Quando vários trabalhadores postularem direitos diferentes, ainda que em face do mesmo
empregador/reclamado, o Juiz do Trabalho desmembrará os processos, para melhor organização e
adequação da instrução e do julgamento do feito.
Litisconsórcio Necessário:
Grande incidência apenas nas Ações Anulatórias de Normas Coletivas – sindicatos que
firmaram o instrumento coletivo.
CLT. Art. 611-A.
...
§4º. Na hipótese de procedência de ação anulatória de cláusula de convenção
coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, quando houver a cláusula
compensatória, esta deverá ser igualmente anulada, sem repetição do
indébito.
§5o. Os sindicatos subscritores de convenção coletiva ou de acordo coletivo de
trabalho deverão participar, como litisconsortes necessários, em ação
individual ou coletiva, que tenha como objeto a anulação de cláusulas desses
instrumentos.
Litisconsórcio Passivo e Depósito Recursal:
RECURSO. JUÍZO DE ADMISSIBILIDADE. DESERÇÃO. RESPONSABILIDADE
SOLIDÁRIA. LITISCONSÓRCIO PASSIVO. SÚMULA Nº 128, III, DO TST.
APLICAÇÃO. A teor da Súmula nº 128, item III, do TST: "III - Havendo
condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado
por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito
não pleiteia sua exclusão da lide". (TRT12 - ROT - 0000179-79.2019.5.12.0010,
LIGIA MARIA TEIXEIRA GOUVEA, 5ª Câmara, Data de Assinatura:
13/02/2020)
LITISCONSÓRCIO. RESPONSABILIDADE SUBSIDIÁRIA. PREPARO DO
RECURSO REALIZADO POR APENAS UMA DAS EMPRESAS. Não se conhece do
recurso ordinário interposto pela empresa condenada de forma subsidiária,
por deserto, quando o preparo (depósito recursal e custas) é feito apenas pela
litisconsorte que também almeja ser excluída da lide (art. 899, § 1º, da
CLT). (TRT12 - ROT - 0001024-66.2015.5.12.0038, AMARILDO CARLOS DE
LIMA, 3ª Câmara, Data de Assinatura: 06/12/2017)
Prazo em Dobro:
CPC. Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferentes procuradores, de
escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas
as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de
requerimento.
X
OJ 310 SDI 1 TST. LITISCONSORTES. PROCURADORES DISTINTOS. PRAZO EM
DOBRO. ART. 229, CAPUT E §§ 1º E 2º, DO CPC DE 2015. ART. 191 DO CPC DE
1973. INAPLICÁVEL AO PROCESSO DO TRABALHO. Inaplicável ao processo do
97
trabalho a norma contida no art. 229, caput e §§ 1º e 2º, do CPC de 2015 (art.
191 do CPC de 1973), em razão de incompatibilidade com a celeridade que lhe
é inerente.
2. Intervenção de Terceiros
Neste contexto, intervenção é o ingresso de terceiro na relação processual, por lhe existir
interesse jurídico próprio na solução do conflito, diante da proximidade deste (do terceiro) com o
objeto da causa, acarretando alguma projeção (efeitos), o seu julgamento. Após EC 45/04, a
jurisprudência tem admitido a intervenção de terceiro, para fixação de responsabilidade, a fim de
garantir o crédito trabalhista.
Amicus Curie:
Aplicável ao Processo do Trabalho, por imprevisão na CLT e extrema relevância do tema:
CPC. Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a
especificidade do tema objeto da demanda ou a repercussão social da
controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a requerimento das
partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação
de pessoa natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com
representatividade adequada, no prazo de 15 (quinze) dias de sua intimação.
Cabível em todas as instâncias, inclusive no primeiro grau, em ações coletivas, dissídio
coletivo, ações envolvendo representação sindical, ou ainda, questões envolvendo profissões
regulamentadas, etc.
Assistência:
Ajuda que uma pessoa presta a uma das partes principais do processo, com vista a melhorar
suas condições para obter a tutela jurisdicional. Trata-se do ingresso voluntário de um terceiro no
processo, diante de interesse jurídico na demanda, configurado pela certeza da projeção de efeitos
da coisa julgada sobre o terceiro.
CPC. Art. 119. Pendendo causa entre 2 (duas) ou mais pessoas, o terceiro
juridicamente interessado em que a sentença seja favorável a uma delas
poderá intervir no processo para assisti-la.
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Parágrafo único. A assistência será admitida em qualquer procedimento e em
todos os graus de jurisdição, recebendo o assistente o processo no estado em
que se encontre.
Súmula nº 82 do TST. ASSISTÊNCIA.
A intervenção assistencial, simples ou adesiva, só é admissível se demonstrado
o interesse jurídico e não o meramente econômico.
Exemplo: sócio ingressa como assistente para ajudar a empresa; empresa do mesmo grupo
econômico de outra empresa que figura no processo e vêm ajudá-la neste; empregador ingressa
como assistente em ação coletiva promovida pelo sindicato em que este figura como substituto
processual; participação do sindicato assistindo o empregado em juízo.
Nomeação à Autoria:
Em verdade, trata-se de correção do polo passivo (doutrina), aplicável ao Processo do
Trabalho (jurisprudência).
CPC. Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o
responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze)
dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.
Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e
pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre
três e cinco por cento do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos
do art. 85, § 8º .
CPC. Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, incumbe ao réu indicar o
sujeito passivo da relação jurídica discutida sempre que tiver conhecimento,
sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos
prejuízos decorrentes da falta de indicação.
§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, procederá, no prazo de 15 (quinze) dias, à
alteração da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o
parágrafo único do art. 338 .
§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição
inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.
Oposição:
CPC. Art. 682. Quem pretender, no todo ou em parte, a coisa ou o direito sobre
que controvertem autor e réu poderá, até ser proferida a sentença, oferecer
oposição contra ambos.
Raríssimo no Processo do Trabalho. Trata-se de ação incidental proposta por alguém que
está fora do processo em face das duas partes, assumindo estas, então, a condição de litisconsortes
no polo passivo. Constitui-se na pretensão judicializada proposta por oponente, cujo pedido de tutela
jurisdicional é em relação ao mesmo bem que as partes originárias disputam noutro processo.
Exemplos: um sindicato ajuíza ação pleiteando o recebimento de contribuição sindical e
outro sindicato apresenta oposição, afirmando ser legítimo representante daquela categoria;
empregado e empregador discutem direitos sobre invenção, e surge terceiros afirmando ser o
inventor.
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Denunciação à Lide:
Trata-se de convocação do autor ou do réu, com o objetivo de assegurar o direito de regresso
contra o denunciado, na própria sentença que impôs a condenação contra o denunciante. Contudo,
se a parte não ofertar o requerimento de denunciação, não perderá o direito de regresso, podendo
fazê-lo em processo autônomo.
CPC. Art. 125. É admissível a denunciação da lide, promovida por qualquer das
partes:
I - ao alienante imediato, no processo relativo à coisa cujo domínio foi transferido
ao denunciante, a fim de que possa exercer os direitos que da evicção lhe
resultam;
II - àquele que estiver obrigado, por lei ou pelo contrato, a indenizar, em ação
regressiva, o prejuízo de quem for vencido no processo.
Inciso I não se aplica ao Processo do Trabalho, ante a estranheza da matéria ao Direito do
Trabalho.
Inciso II se aplica, raramente, e somente quando a matéria for pertinente, ou seja, quando
não tiver como objetivo, o efeito civil.
Chamamento ao Processo:
CPC. Art. 130. É admissível o chamamento ao processo, requerido pelo réu:
I - do afiançado, na ação em que o fiador for réu;
100
II - dos demais fiadores, na ação proposta contra um ou alguns deles;
III - dos demais devedores solidários, quando o credor exigir de um ou de
alguns o pagamento da dívida comum.
Ato em que o réu pede a integração de terceiro ao processo para que, no caso de julgada
procedente a demanda inicial do autor, também aquele seja condenado e a sentença valha como título
executivo em face dele.
Denunciação à lide: substituição do réu no polo passivo.
Chamamento ao processo: partes no polo passivo respondem juntos.
Exemplo: chamamento da empresa do grupo econômico da reclamada, quando está
insolvente; do subempreiteiro, quando a demanda é proposta em face do empreiteiro principal; da
empresa tomadora dos serviços, quando se postula o vinculo de emprego perante a cooperativa; ou
da empresa prestadora quando se postulam verbas trabalhistas diante da tomadora de serviços em
hipóteses de terceirização (Súmula 331 TST).
Antes de extinguir o processo por falta de pressuposto processual ou, mesmo, por nulidades
processuais, deverá o Juiz efetivar o contraditório real ou o saneamento para correções, ou seja, dar
oportunidade às partes para se manifestar antes de sua decisão:
CPC, Art. 10. O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base
em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício.
CPC, Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código,
incumbindo-lhe:
...
X - determinar o suprimento de pressupostos processuais e o saneamento de
outros vícios processuais;
101
Princípios da Sentença Trabalhista:
1. Legalidade: sob consequência de nulidade, a sentença dever estar fundamentada no
ordenamento justrabalhista, com relatório, fundamentação e conclusão (art. 832, CLT e art. 489,
CPC). No rito sumaríssimo o relatório é dispensado (art. 852-I, CLT). A sentença trabalhista deve ser
proferida em audiência de julgamento, com intimação das partes para tanto;
2. Convencimento motivado: como já vimos, o Juiz do Trabalho é livre para valorar as
provas e interpretar as controvérsias do processo, conforme art. 765, CLT e art. 371, CPC;
3. Vinculação ao pedido: já que o pedido parametriza o provimento jurisdicional, a
sentença trabalhista não julgará fora dos limites da pretensão, sob pena de nulidade;
4. Fundamentação: garantia constitucional no art. 93, IX. Embora haja liberdade para
decidir, deve o fazer de forma fundamentada no ordenamento justrabalhista.
CLT, Art. 832. Da decisão deverão constar o nome das partes, o resumo do
pedido e da defesa (relatório), a apreciação das provas, os fundamentos da
decisão (fundamentação) e a respectiva conclusão (dispositivo).
§1º. Quando a decisão concluir pela procedência do pedido, determinará o
prazo e as condições para o seu cumprimento.
§2º. A decisão mencionará sempre as custas que devam ser pagas pela parte
vencida.
§3o. As decisões cognitivas ou homologatórias deverão sempre indicar a
natureza jurídica das parcelas constantes da condenação ou do acordo
homologado, inclusive o limite de responsabilidade de cada parte pelo
recolhimento da contribuição previdenciária, se for o caso.
102
O dispositivo na sentença trabalhista fixará, conforme artigo 832 da CLT, as verbas objeto da
condenação, contendo:
a) Parâmetros para liquidação das parcelas, bem como a modalidade de liquidação e época
própria de correção monetária;
b) A responsabilidade pelos recolhimentos fiscais e previdenciários, especificando as
parcelas;
c) Quando houve obrigações de fazer ou não fazer, o prazo para cumprimento e eventuais
coerções pecuniárias;
d) Custas que serão sempre de 2% do valor da condenação (se procedente ou procedente em
parte o pedido), se improcedente, sobre o valor atribuído à causa;
e) prazo para cumprimento caso contenha previsão especial, já que – regra geral - deve ser
cumprida no prazo de 8 dias após o trânsito em julgado;
f) Intimação às partes, exceto se proferida em audiência (Súmula 197, TST).
Fungibilidade ou Conversibilidade:
Consiste no fato de o recorrente poder interpor um recurso ao invés de outro, quando presentes
alguns requisitos. Aproveitamento dos atos processuais, informalidade, simplicidade e efetividade
na prática!
a) Se aplica a fungibilidade:
Quando há dúvida objetiva sobre o recurso cabível, ou seja, quando existe fundada discussão tanto
na doutrina quanto na jurisprudência sobre qual o recurso cabível da decisão.
b) Não se aplica a fungibilidade:
Quando a lei expressamente disciplina o recurso (taxatividade) e a parte interpõe outro recurso por
erro grosseiro ou má-fé.
Variabilidade:
Embora a doutrina sempre tenha defendido, a norma processual não o prevê e a jurisprudência
majoritária trabalhista não o admite. Trata-se da possibilidade de variar de recurso no curso
(dentro) do prazo legal. Dessa forma, seria possível o recorrente modificar o recurso interposto
dentro do prazo recursal, com objetivo de interpor o recurso correto. A interposição de um novo
recurso contra a mesma decisão dentro do prazo recursal consubstancia a preclusão consumativa: a
perda da faculdade de praticar um ato processual pela prática e consumação de outro ato processual.
Singularidade ou Unirrecorribilidade:
Cabe à Parte, somente 01 (um) recurso para cada decisão. Via de regra, no Processo do Trabalho, não
se admite duplicidade de recursos ao mesmo tempo. Devem ser interpostos sucessiva e não
simultaneamente. Não quer dizer que cada Parte não possa apresentar o mesmo recurso ao mesmo
tempo. Pode, ainda existir recurso de Embargos de Declaração, ocasião em que o Recurso Ordinário
ou de Revista, por exemplo, deverá ser interposto após a solução de julgamento dos Embargos.
Efeito Devolutivo:
Expressão com raízes na monarquia. Peculiaridade do Proc. Trab. Em regra: efeito
devolutivo. Significa “devolver” ao Tribunal a jurisdição para apreciação do recurso. Propiciar o
reexame das decisões judiciais, com novo julgamento. Art. 899, CLT: permitida a execução provisória
até a penhora. Justificativa da exceção: verbas trabalhistas tem natureza alimentar. Súmula 414, I, TST
+ art. 1.029, §5º, CPC.
Efeito Suspensivo:
106
A eficácia da decisão ficará suspensa enquanto não for julgado o recurso em face dela
interposto;
No Processo do Trabalho, em regra, os recursos não têm efeito suspensivo;
Pedido direcionado. Art. 9º, Lei 7.701/88. O efeito suspensivo deferido pelo Presidente do
Tribunal Superior do Trabalho terá eficácia pelo prazo improrrogável de 120 (cento e vinte) dias
contados da publicação, salvo se o recurso ordinário for julgado antes do término do prazo.
Súmula 414, I, TST + art. 1.029, §5º, CPC.
Efeito translativo:
Possibilidade do Tribunal conhecer de matérias não invocadas pelo recorrente no corpo do
recurso;
Possibilidade que deve estar prevista na lei. Vedação ao ultra, extra e infra petita;
Matérias de ordem pública ou objeções processuais (art. 337, CPC).
Efeito Regressivo:
Retratação ou reconsideração da decisão impugnada, pelo próprio órgão que a prolatou;
Artigo 494 e Artigo 331, caput, CPC.
107
Efeito Substitutivo:
Artigo 1.008 CPC: O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no
que tiver sido objeto de recurso;
Acórdão substitui a decisão proferida na instância inferior, mesmo que tenha confirmado a
sentença por seus próprios fundamentos, naquilo que foi objeto recursal.
3. Pressupostos Recursais
São requisitos que devem ser atendidos pela parte recorrente quando do momento da
interposição do recurso para que este possa ser conhecido e julgado pelo Tribunal;
Há um duplo juízo de admissibilidade recursal, ou seja, o juízo a quo exerce controle na
verificação dos requisitos a serem atendidos pela parte, tal como prazo, preparo, contraditório
(contra-arrazoar), inclusive podendo exercer o juízo de retratação. Embora no Processo Civil não
existe mais tal previsão (art. 1.010, §3º, do CPC), o duplo juízo de admissibilidade no Processo do
Trabalho continua em plena vigência;
Não sendo realizado o juízo de retratação, a parte recorrida será intimada para contra-
arrazoar o Recurso (seja Recurso Ordinário, seja Recurso de Revista).
108
I.I. Custas: natureza jurídica de taxas, que são autorizadas em lei e cobradas pelo poder
público pela mera movimentação da máquina judiciária, ou seja, pela prestação do serviço público. Em
regra, pelo princípio da sucumbência, são pagas pela parte vencida;
I.II. Custas do Processo de Conhecimento - custas de 2% sob o valor econômico do caso,
fixado no máximo a 4 vezes o limite (teto) dos benefícios do RGPS, nos dissídios individuais e coletivos,
ações e procedimentos de competência da JT, quando: Houver acordo ou condenação, sob o respectivo
valor; Houver extinção do processo ou julgamento totalmente improcedente, sob o valor da causa;
Houver procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva, sobre o valor
da causa; Quando o valor for indeterminado, sobre o que o juiz fixar. Artigo 789-A e seguintes 790-A e
seguintes da CLT.
II. Depósito Recursal: integra o preparo e encontra previsão no artigo 899, do §1º ao §8º
da CLT:
Somente será admissível o recurso, após realizado o depósito prévio;
Depósito recursal funciona como garantia do juízo – garantia de execução da decisão
proferida em favor do empregado;
Assim, o empregado não efetua depósito recursal em nenhuma hipótese;
Apenas o empregador deverá efetuar o depósito recursar, existindo condenação em pecúnia
– Súmula 161 TST;
Em caso de condenação de valor indeterminado, o depósito será arbitrado pela Vara do
Trabalho, inclusive para os efeitos de custas, até o limite de 10 vezes o valor de referência regional
(Ato 360 TST – 13.07.2017);
Depósito recursal pela metade nos casos de empregadores domésticos, entidade sem fins
lucrativos, microempreendedores individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.
Isentos de Depósito Recursal, entidades filantrópicas e empresas em recuperação judicial.
CLT. Art. 899 - Os recursos serão interpostos por simples petição e terão efeito
meramente devolutivo, salvo as exceções previstas neste Título, permitida a
execução provisória até a penhora.
§ 1º Sendo a condenação de valor até 10 (dez) vêzes o salário-mínimo regional,
nos dissídios individuais, só será admitido o recurso inclusive o
extraordinário, mediante prévio depósito da respectiva importância.
Transitada em julgado a decisão recorrida, ordenar-se-á o levantamento
imediato da importância de depósito, em favor da parte vencedora, por
simples despacho do juiz.
§ 2º Tratando-se de condenação de valor indeterminado, o depósito
corresponderá ao que fôr arbitrado, para efeito de custas, pela Junta ou Juízo
de Direito, até o limite de 10 (dez) vêzes o salário-mínimo da região.
§ 4o O depósito recursal será feito em conta vinculada ao juízo e corrigido com
os mesmos índices da poupança.
§ 6º - Quando o valor da condenação, ou o arbitrado para fins de custas,
exceder o limite de 10 (dez) vêzes o salário-mínimo da região, o depósito para
fins de recursos será limitado a êste valor.
109
§ 7o No ato de interposição do agravo de instrumento, o depósito recursal
corresponderá a 50% (cinquenta por cento) do valor do depósito do recurso
ao qual se pretende destrancar.
§ 8o Quando o agravo de instrumento tem a finalidade de destrancar recurso
de revista que se insurge contra decisão que contraria a jurisprudência
uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, consubstanciada nas suas
súmulas ou em orientação jurisprudencial, não haverá obrigatoriedade de se
efetuar o depósito referido no § 7o deste artigo.
§ 9o O valor do depósito recursal será reduzido pela metade para entidades
sem fins lucrativos, empregadores domésticos, microempreendedores
individuais, microempresas e empresas de pequeno porte.
§ 10. São isentos do depósito recursal os beneficiários da justiça gratuita, as
entidades filantrópicas e as empresas em recuperação judicial.
§ 11. O depósito recursal poderá ser substituído por fiança bancária ou seguro
garantia judicial.
CPC. Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro
prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem
jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão
sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que
se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.
4. Recurso Ordinário
Rito Ordinário:
CLT. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:
I - das decisões definitivas ou terminativas das Varas e Juízos, no prazo de 8
(oito) dias; e
111
II - das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em
processos de sua competência originária, no prazo de 8 (oito) dias, quer nos
dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.
Rito Sumaríssimo:
CLT. Art. 895 - Cabe recurso ordinário para a instância superior:
...
§1º. Nas reclamações sujeitas ao procedimento sumaríssimo, o recurso
ordinário:
I – vetado;
II - será imediatamente distribuído, uma vez recebido no Tribunal, devendo o
relator liberá-lo no prazo máximo de dez dias, e a Secretaria do Tribunal ou
Turma colocá-lo imediatamente em pauta para julgamento, sem revisor;
III - terá parecer oral do representante do Ministério Público presente à sessão
de julgamento, se este entender necessário o parecer, com registro na
certidão;
IV - terá acórdão consistente unicamente na certidão de julgamento, com a
indicação suficiente do processo e parte dispositiva, e das razões de decidir do
voto prevalente. Se a sentença for confirmada pelos próprios fundamentos, a
certidão de julgamento, registrando tal circunstância, servirá de acórdão.
112
5. Recurso de Revista
Recurso servível à uniformização da jurisprudência, que não se destina a rever matérias
pertinentes aos fatos e provas, mas sim, à regular no ordenamento justrabalhista pátrio, a mesma
interpretação e aplicação de determinada norma ou regra jurídica.
O RR é o recurso último, na Justiça do Trabalho, para impugnação de decisões proferidas em
dissídios individuais (ações de competência originária no primeiro grau de jurisdição), não obstante
existir a possibilidade de se questionar a decisão no STF na hipótese de violação da Constituição
Federal.
CLT. Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio
individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
a) derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe
houver dado outro Tribunal Regional do Trabalho, no seu Pleno ou Turma, ou
a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou
contrariarem súmula de jurisprudência uniforme dessa Corte ou súmula
vinculante do Supremo Tribunal Federal;
b) derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de
Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento empresarial
de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do
Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na
forma da alínea a;
c) proferidas com violação literal de disposição de lei federal ou afronta direta
e literal à Constituição Federal.
Pressupostos Extrínsecos:
a) Regularidade Formal: peça acompanhada das razões recursais. Tra-se de recurso
técnico, endereçado ao TST. Inadmissível interposição por simples petição. Inaplicável o Ius
Postulandi (Súmula 425 TST).
b) Depósito Recursal: Exigido. Valor dobrado daquele do R.O, observado o limite máximo
do valor da condenação.
c) Hipóteses de cabimento do art. 896, CLT: cabível somente na taxatividade das alíneas
a, b ou c deste artigo.
d) Acórdão: somente cabível em face de acórdão do TRT proferidos em dissídios individuais.
e) Preenchimento dos requisitos do art. 896, §1º-A, CLT:
e) Preenchimento dos requisitos do art. 896, §1º-A, CLT:
§ 1o-A. Sob pena de não conhecimento, é ônus da parte:
I - indicar o trecho da decisão recorrida que consubstancia o
prequestionamento da controvérsia objeto do recurso de revista;
II - indicar, de forma explícita e fundamentada, contrariedade a dispositivo de
lei, súmula ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho
que conflite com a decisão regional;
III - expor as razões do pedido de reforma, impugnando todos os fundamentos
jurídicos da decisão recorrida, inclusive mediante demonstração analítica de
113
cada dispositivo de lei, da Constituição Federal, de súmula ou orientação
jurisprudencial cuja contrariedade aponte.
IV - transcrever na peça recursal, no caso de suscitar preliminar de nulidade
de julgado por negativa de prestação jurisdicional, o trecho dos embargos
declaratórios em que foi pedido o pronunciamento do tribunal sobre questão
veiculada no recurso ordinário e o trecho da decisão regional que rejeitou os
embargos quanto ao pedido, para cotejo e verificação, de plano, da ocorrência
da omissão.
Pressupostos Intrínsecos:
a) Legitimidade: partes; MPT; terceiro juridicamente interessado; sindicato.
b) Interesse: parte sucumbente; interesse jurídico.
c) Prequestionamento: é o debate da hipótese jurídica acerca de dispositivos permissivos
do conhecimento de recurso extraordinário ou especial. Criação pelo STF e STJ sobre a interpretação
teológica do art. 102, III e 105, III da CF:
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da
Constituição, cabendo-lhe:
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas decididas em única ou
última instância, quando a decisão recorrida:
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça:
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em única ou última
instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos tribunais dos Estados,
do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão recorrida:
Causas decididas: significa que o tribunal de segundo grau enfrentou diretamente a questão
objeto dos recursos de natureza extraordinária (extraordinário e especial).
Logo, este entendimento do STF e STJ foi transportado para a Justiça do Trabalho,
constituindo o prequestionamento, um pressuposto intrínseco do Recurso de Revista.
Matéria prequestionada ocorre quando a decisão recorrida aprecia expressamente a tese
jurídica debatida nos autos, por meio da qual a parte vencida pretende reapreciação em grau
recursal.
Assim, para ser cabível o Recurso de Revista, a decisão do acórdão regional deve debater
expressamente a tese jurídica invocada pelo recorrente no Recurso de Revista.
114
SÚMULA Nº 297 DO TST. PREQUESTIONAMENTO. OPORTUNIDADE.
CONFIGURAÇÃO.
I. Diz-se prequestionada a matéria ou questão quando na decisão impugnada
haja sido adotada, explicitamente, tese a respeito.
II. Incumbe à parte interessada, desde que a matéria haja sido invocada no
recurso principal, opor embargos declaratórios objetivando o
pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão.
III. Considera-se prequestionada a questão jurídica invocada no recurso
principal sobre a qual se omite o Tribunal de pronunciar tese, não obstante
opostos embargos de declaração.
Hipóteses de Cabimento:
115
a existência de teses diversas na interpretação de um mesmo dispositivo legal,
embora idênticos os fatos que as ensejaram.
II - Não ofende o art. 896 da CLT decisão de Turma que, examinando premissas
concretas de especificidade da divergência colacionada no apelo revisional,
conclui pelo conhecimento ou desconhecimento do recurso.
117
CLT. Art. 896 - Cabe Recurso de Revista para Turma do Tribunal Superior do
Trabalho das decisões proferidas em grau de recurso ordinário, em dissídio
individual, pelos Tribunais Regionais do Trabalho, quando:
...
§10. Cabe recurso de revista por violação a lei federal, por divergência
jurisprudencial e por ofensa à Constituição Federal nas execuções fiscais e nas
controvérsias da fase de execução que envolvam a Certidão Negativa de Débitos
Trabalhistas (CNDT), criada pela Lei no 12.440, de 7 de julho de 2011.
Tendência jurisprudencial em admitir RR em sede de execução de títulos executivos
extrajudiciais, quando violar lei federal, quando houver divergência jurisprudencial e ofensa à CF.
Competência:
CF. Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar:
III as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e
trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores;
Legitimidade:
Quem pode propor a ação de cumprimento?
• Empregados individualmente;
• Empregados em litisconsórcio ativo facultativo;
• Sindicato da categoria, patronal ou laboral, em substituição processual, já que pleiteia
em nome próprio direito alheio (art 18 do CPC).
Ação de Cumprimento proposta pelo sindicato, abrange filiados e não filiados, por força do
artigo 8º, III, da CF e art. 872, parágrafo único, CLT.
Se a categoria não for organizada em sindicato, a jurisprudência tem admitido a legitimidade
ad causam da Federação – cancelamento da Súmula nº. 359 do TST que vedava a Federação.
Obs: embora não haja previsão na CLT, a depender do caso, possui legitimidade o MPT.
Peculiaridades:
Instrução probatória:
Por tratar-se de rito especial, sem previsão detalhada na lei, por lógico, não há previsão
quanto à instrução probatória. Não obstante, seguindo as diretrizes gerais do processo, e por tratar-
se de ação que objetiva o “fazer cumprir” de determinada norma, na prática forense, observa-se a
utilização de prova pré-constituída e, a depender do caso em concreto, do depoimento das partes e
de testemunhas. Igualmente, nada obsta a realização de perícia, caso seja necessário.
Prescrição:
SÚMULA Nº 350 DO TST. PRESCRIÇÃO. TERMO INICIAL. AÇÃO DE
CUMPRIMENTO. SENTENÇA NORMATIVA
O prazo de prescrição com relação à ação de cumprimento de decisão
normativa flui apenas da data de seu trânsito em julgado.
120
Art. 855-D. No prazo de quinze dias a contar da distribuição da petição, o juiz
analisará o acordo, designará audiência se entender necessário e proferirá
sentença.
Art. 855-E. A petição de homologação de acordo extrajudicial suspende o
prazo prescricional da ação quanto aos direitos nela especificados.
Parágrafo único. O prazo prescricional voltará a fluir no dia útil seguinte ao do
trânsito em julgado da decisão que negar a homologação do acordo.
1. Assistência:
No Processo do Trabalho, a Assistência Judiciária Gratuita é prevista somente ao
trabalhador, e é prestada pela entidade sindical representante da categoria profissional:
Lei 5.584/70. Art. 14. Na Justiça do Trabalho, a assistência judiciária a que se
refere a Lei nº 1.060, de 5 de fevereiro de 1950, será prestada pelo Sindicato
da categoria profissional a que pertencer o trabalhador.
§1º. A assistência é devida a todo aquele que perceber salário igual ou inferior
ao dobro do mínimo legal, ficando assegurado igual benefício ao trabalhador
de maior salário, uma vez provado que sua situação econômica não lhe permite
demandar, sem prejuízo do sustento próprio ou da família.
§2º. A situação econômica do trabalhador será comprovada em atestado
fornecido pela autoridade local do Ministério do Trabalho e Previdência Social,
mediante diligência sumária, que não poderá exceder de 48 (quarenta e oito)
horas.
Art 16. Os honorários do advogado pagos pelo vencido reverterão em favor do
Sindicato assistente.
Art. 17. Quando, nas respectivas comarcas, não houver Juntas de Conciliação e
Julgamento ou não existir Sindicato da categoria profissional do trabalhador,
é atribuído aos Promotores Públicos ou Defensores Públicos o encargo de
prestar assistência judiciária prevista nesta lei.
Parágrafo único. Na hipótese prevista neste artigo, a importância proveniente
da condenação nas despesas processuais será recolhida ao Tesouro do
respectivo Estado.
Art. 18. A assistência judiciária, nos termos da presente lei, será prestada ao
trabalhador ainda que não seja associado do respectivo Sindicato.
1. Honorários Periciais
122
SÚMULA Nº 457 DO TST. HONORÁRIOS PERICIAIS. BENEFICIÁRIO DA
JUSTIÇA GRATUITA. RESPONSABILIDADE DA UNIÃO PELO PAGAMENTO.
RESOLUÇÃO Nº 66/2010 DO CSJT. OBSERVÂNCIA.
A União é responsável pelo pagamento dos honorários de perito quando a
parte sucumbente no objeto da perícia for beneficiária da assistência judiciária
gratuita, observado o procedimento disposto nos arts. 1º, 2º e 5º da Resolução
n.º 66/2010 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho – CSJT.
123
2. Honorários Advocatícios
Na análise do artigo 791-A da CLT, fica claro que o legislador estabeleceu como base de
cálculo dos honorários, em um dos casos, o proveito econômico obtido. Nessa hipótese, o proveito
econômico pode ser tanto da integralidade de um pedido, como de apenas parte dele. Tome-se como
exemplo um processo com um único pedido de horas extras, inicialmente calculado em R$
100.000,00. Caso fosse deferido parcialmente o direito, alcançando o valor de R$ 60.000,00, parece
evidente que o procurador da ré teria direito aos honorários calculados sobre a diferença não
deferida de 40.000,00.
Contudo, e ante a decisão prolatada no Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas
(IRDR) do TRT da 12ª Região, proveniente da ação trabalhista n. 000759-73.2018.5.12.0001,
uniformizando a jurisprudência no âmbito deste regional, deverá ser observada a tese jurídica n. 05
aprovada, no sentido de que o percentual de honorários advocatícios de sucumbência devidos pela
parte reclamante incide apenas sobre as verbas postuladas na inicial julgadas totalmente
improcedentes.
Sendo assim, e havendo sucumbência das partes, condeno-as ao pagamento dos honorários
de sucumbência em favor dos procuradores das partes contrárias cuja sucumbência ocorreu
(observando-se a sucumbência do autor só quando houver sucumbência integral do pedido),
observados aqueles com poderes para atuar na presente demanda até a presente data. Não deve ser
considerada na base de cálculo os honorários de sucumbência e a penalidade do artigo 467 da CLT,
por se tratar de pedidos indiretos e /ou condicionais.
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Ante a declaração de inconstitucionalidade pronunciada pelo Supremo Tribunal Federal,
junto à ADI 5766, mais especificamente no tocante ao artigo 791-A, §4º, da CLT, aliado ao deferimento
da justiça gratuita, o autor fica isento do pagamento dos honorários de sucumbência arbitrados.
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