Direito Penal Militar Marcelo Uzeda
Direito Penal Militar Marcelo Uzeda
Direito Penal Militar Marcelo Uzeda
MARCELO UZEDA
CONCEITO
O Direito Penal Militar é o ramo especializado do Direito Penal
que estabelece as regras jurídicas vinculadas à proteção das
instituições militares e ao cumprimento de sua destinação
constitucional.
TEMPO DO CRIME
A lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar o réu” (art. 5º,
XL, CR/88).
41.
1. Foram adotados os princípios da territorialidade e da
extraterritorialidade para a aplicação no espaço da lei penal
castrense.
CERTA.
CONCEITO DE MILITAR
Nos termos do art. 22 do CPM, é “considerada militar, para
efeito da aplicação deste Código, qualquer pessoa que, em
tempo de paz ou de guerra, seja incorporada às forças
armadas, para nelas servir em posto, graduação, ou sujeição à
disciplina militar”.
41.
Ratione Ratione
loci materiae
(ratione materiae)
b) em lugar sujeito à administração militar contra militar em
situação de atividade ou contra funcionário de Ministério
militar ou da Justiça Militar, no exercício de função inerente ao
seu cargo.
(Ratione Personae)
(Ratione Materiae)
(Ratione Loci)
c) contra militar em formatura, ou durante o período de
prontidão, vigilância, observação, exploração, exercício,
acampamento, acantonamento ou manobras;
(Ratione Personae)
(Ratione Materiae)
(Ratione Temporis)
d) ainda que fora do lugar sujeito à administração militar,
contra militar em função de natureza militar, ou no
desempenho de serviço de vigilância, garantia e
preservação da ordem pública, administrativa ou judiciária,
quando legalmente requisitado para aquele fim, ou em
obediência a determinação legal superior.
(Ratione Personae) (Ratione Materiae)
(Ratione Temporis)
ARTIGO 9º, PARÁGRAFO ÚNICO: HOMICÍDIO DOLOSO
PRATICADO POR MILITAR CONTRA CIVIL
ESTELIONATO
Art. 253. Nos crimes previstos neste capítulo, aplica-se o
disposto nos §§ 1º e 2º do art. 240.
Receptação
Art. 254. Adquirir, receber ou ocultar em proveito próprio ou
alheio, coisa proveniente de crime, ou influir para que terceiro, de
boa-fé, a adquira, receba ou oculte:
Pena - reclusão, até cinco anos.
Parágrafo único. São aplicáveis os §§ 1º e 2º do art. 240.
Dano atenuado
Art. 260. Nos casos do artigo anterior, se o criminoso é
primário e a coisa é de valor não excedente a um décimo do salário
mínimo, o juiz pode atenuar a pena, ou considerar a infração como
disciplinar.
Parágrafo único. O benefício previsto no artigo é igualmente
aplicável, se, dentro das condições nele estabelecidas, o criminoso
repara o dano causado antes de instaurada a ação penal.
Crime impossível
Art. 32. Quando, por ineficácia absoluta do meio
empregado ou por absoluta impropriedade do objeto, é
impossível consumar-se o crime, nenhuma pena é aplicável.
Causas de Exclusão de ilicitude
O Código Penal Militar apresenta um rol meramente
exemplificativo de excludentes de ilicitude.
De acordo com o artigo 42 do estatuto penal militar, não há
crime quando o agente pratica o fato em:
•estado de necessidade;
•legítima defesa;
•estrito cumprimento do dever legal; ou
•exercício regular de direito.
No parágrafo único do referido artigo, há uma causa de
justificação exclusiva do comandante de navio, aeronave ou
praça de guerra, que, na iminência de perigo ou grave
calamidade, compele os subalternos, por meios violentos, a
executar serviços e manobras urgentes, para salvar a unidade
ou vidas, ou evitar o desânimo, o terror, a desordem, a
rendição, a revolta ou o saque.
ESTADO DE NECESSIDADE
41.
Requisitos:
• executor subordinado hierarquicamente àquele que deu
diretamente a ordem.
• ordem vinculada à matéria de serviços e não manifestamente
criminosa.
CONCURSO DE PESSOAS
Teoria Monista Temperada
41
4. O oficial militar que, em concurso com praças, vier a praticar
um crime de autoria coletiva necessária não será considerado
cabeça somente em decorrência do princípio da hierarquia
com os inferiores.
ERRADA.
Casos de impunibilidade
PENAS
PRINCIPAIS ACESSÓRIAS
PENAS PRINCIPAIS
DETENÇÃO
REFORMA
PRISÃO
O Código Castrense NÃO PREVÊ:
• substituição das penas privativas de liberdade por penas
restritivas de direitos.
• pena de multa.
• progressão de regime de cumprimento da pena privativa de
liberdade
O STF recentemente afirmou que é “contrária ao texto
constitucional a exigência do cumprimento de pena privativa
de liberdade sob regime integralmente fechado em
estabelecimento militar” (HC 104174, Rel. Min. AYRES BRITTO,
Segunda Turma, PUBLIC 18-05-2011).
SURSIS
Exemplo: Exemplo:
2 homicídios dolosos: 1 lesão corporal grave:
Pena de 12 anos de Pena de 2 anos de reclusão
reclusão para cada 2 lesões corporais leves:
homicídio
Pena de 1 ano de detenção para cada
pena unificada:
pena unificada: 12 +
12 = 2 anos de reclusão +
24 anos de reclusão 1 ano de detenção (metade da soma das
penas menos graves) =
3 anos de reclusão
A pena aplicada a cada crime deve respeitar os limites
genéricos do artigo 58, CPM.
RECLUSÃO 30 ANOS
DETENÇÃO 15 ANOS
Regras especiais no caso de pena de morte
Dispõe o §2º do artigo 81, CPM que “quando cominada a pena de morte
como grau máximo e a de reclusão como grau mínimo, aquela
corresponde, para o efeito de graduação, à de reclusão por trinta anos”.
41.
5. O Estatuto Penal Militar vigente não contempla as medidas
de segurança de natureza patrimonial.
ERRADA.
MEDIDAS DE SEGURANÇA
PESSOAIS PATRIMONIAIS
DETENTIVAS NÃO-DETENTIVAS
interdição de
estabelecimento
internação em cassação de licença para
manicômio direção de veículos
judiciário
exílio local confisco
REABILITAÇÃO
RESSARCIMENTO DO DANO NO
PECULATO CULPOSO
DPU 2007
Dependência de requisição
Art. 122. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141, a ação
penal, quando o agente for militar ou assemelhado, depende da
requisição do Ministério Militar a que aquele estiver
subordinado; no caso do art. 141, quando o agente for civil e
não houver coautor militar, a requisição será do Ministério da
Justiça.
NO CPPM
AÇÃO PENAL
Art. 31. Nos crimes previstos nos arts. 136 a 141 do Código
Penal Militar, a ação penal; quando o agente fôr militar ou
assemelhado, depende de requisição, que será feita ao
procurador-geral da Justiça Militar, pelo Ministério a que o
agente estiver subordinado;
no caso do art. 141 do mesmo Código, quando o agente fôr
civil e não houver co-autor militar, a requisição será do
Ministério da Justiça.
Comunicação ao procurador-geral da República
Parágrafo único. Sem prejuízo dessa disposição, o
procurador-geral da Justiça Militar dará conhecimento ao
procurador-geral da República de fato apurado em inquérito
que tenha relação com qualquer dos crimes referidos neste
artigo.
OBRIGATORIEDADE
Art. 30. A denúncia deve ser apresentada sempre que
houver:
a) prova de fato que, em tese, constitua crime;
b) indícios de autoria.
Modalidades culposas
Art. 266. Se o crime dos arts. 262, 263, 264 e 265 é culposo, a pena é
de detenção de seis meses a dois anos; ou, se o agente é oficial,
suspensão do exercício do pôsto de um a três anos, ou reforma; se
resulta lesão corporal ou morte, aplica-se também a pena cominada
ao crime culposo contra a pessoa, podendo ainda, se o agente é
oficial, ser imposta a pena de reforma.
DPU 2007
CAPÍTULO V
DA INSUBORDINAÇÃO
Recusa de obediência
Art. 163. Recusar obedecer a ordem do superior sôbre
assunto ou matéria de serviço, ou relativamente a dever
impôsto em lei, regulamento ou instrução:
Pena - detenção, de um a dois anos, se o fato não
constitui crime mais grave.