TCC Lilian 2019

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UNIASSELVI

CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI


CURSO DE ADMINISTRAÇÃO ESCOLAR, SUPERVISÃO E ORIENTAÇÃO
À DISTÂNCIA

LILIAN GISELE FERRÃO DOS SANTOS

INDAIAL /SC

2018.2019
LILIAN GISELE FERRÃO DOS SANTOS

BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

Artigo Científico apresentado ao Curso de


Pós Graduação, na modalidade à distância,
Do Centro Universitário Leonardo Da Vinci,
Universidade UNIASSELVI, como requisito
De obtenção do título de Administração Escolar,
Supervisão e Orientação, sob a orientação da
professora Mestra. Denise Severo.

GRAVATAÍ/RS
2018.2019
FICHA CATALOGRÁFICA

SANTOS, Lilian Gisele Ferrão dos

Bullying no Ambiente Escolar, 2019, 23 páginas.

Denise Severo, ORIENTADORA

Lilian Ferrão dos Santos – Gravataí – RS, 2019


BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

POR

LILIAN GISELE FERRÃO DOS SANTOS

Artigo Científico apresentado ao Curso de


Pós Graduação, na modalidade à distância,
Do Centro Universitário Leonardo Da Vinci,
Universidade UNIASSELVI do Rio Grande
Do Sul, como requisito de obtenção do título
De Administração Escolar, Supervisão e
Orientação, sob a orientação da professora
Mestra. Denise Severo.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________________________
ORIENTADORA: Professora MESTRA DENISE SEVERO
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

________________________________________________________________________
PROFESSOR CONVIDADO:
XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho primeiramente a Deus, por ser essencial em minha vida, ao
meu pai Getúlio Santos, já falecido, minha mãe Celi Ferrão por sempre me
apoiarem e estarem sempre do meu lado. Sem o apoio deles não teria chegado
até aqui principalmente a minha mãe que sempre, torce por mim e não medi
esforços pelos seus filhos. Concluo essa dedicatória dizendo que, “O senhor é
meu pastor e nada me faltará...” Muito obrigada, meu Deus por tudo...
AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por não me deixar desistir de executar meus objetivos e de estar
ao meu lado sempre que preciso;
A minha família, pelo o apoio e compreensão;
Ao meu irmão e marido, por toda ajuda, companheirismo e amizade.
Os meus tutores on-line, que foram tão importantes nessa jornada;
A minha orientadora, Denise Severo, pela orientação, paciência e incentivo que
tornaram possível para a conclusão desse artigo.
EPÍGRAFE

“Não há nada que não se consiga com a força de vontade, a bondade e,


principalmente, com o amor”.

Cícero
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO... 11

1.2 Escola e Violência... 12


1.3 Cotidiano escolar e violência... 13
1.4 As manifestações da violência na escola... 14

2. DESENVOLVIMENTO... 15

2.1 Quais são as formais de Bullying? Normalmente, existem mais meninos ou


meninas que cometem Bullying?... 16

2.2 Quais são os principais problemas que a vítima de Bullying pode enfrentar na
escola e ao logo da vida?... 17

2.3 Qual é o papel da escola para evitar o Bullying escolar? ... 18

2.4 Como os pais e professores podem ajudar as vítimas de Bullying a superar o


sofrimento? ... 19

2.5 A lei 13.815/2015 e sua perspectiva de melhoria no âmbito escolar... 20

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS.............................................................................. 21

4. REFERÊNCIAS...................................................................................................22
O BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR

LILIAN GISELE FERRÃO DOS SANTOS

RESUMO

Este artigo foi proposto a partir de observações informais do cotidiano e, também


de discussões intensas sobre o tema da agressividade e violência nas escolas.
Esta pesquisa apresenta a problematização do Bullying no Ambiente Escolar, esse
assunto, ainda está passando por um estágio inicial que precisa ser muito
divulgado e analisado por toda sociedade. A partir destas análises verifica-se a
necessidade de desenvolvimento de ações de prevenção ao agressor e que a
família e os educadores estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois
se observa que não há métodos diagnósticos prontos para se determinar o
bullyinista, mas pode-se utilizar nas escolas o desenvolvimento de ações
preventivos que visam à conversão de ambientes violentos, em espaços de
convivência amigável. Os conceitos relativos ao bullying são diversos,
considerando as abordagens multiconceituais que se apresentam no campo da
investigação cientifica. Todavia, o conceito mais evidenciado pelos autores aponta
para uma ação agressiva intencional, repetitiva, sem motivos evidentes, que gera
sofrimento físico e mental em suas vítimas.

Palavras-chave: Bullying. Violência. Escola.


ABSTRACT

This article was proposed from informal observations of everyday life, and also
from intense discussions on the subject of aggression and violence in schools. This
research presents the problematization of bullying in the school environment, this
subject, is still going through an initial stage that needs to be widely disseminated
and analyzed by every society. Based on these analyzes, it is necessary to develop
actions to prevent the aggressor and that the family and the educators are aware of
any signs of aggressive action, since it is observed that there are no diagnostic
methods ready to determine the bullyinist, but can - to use in schools the
development of preventive actions that aim at the conversion of violent
environments, in spaces of friendly coexistence. The concepts related to bullying
are diverse, considering the multiconceptual approaches that are presented in the
field of scientific investigation. However, the concept most evidenced by the
authors points to an intentional aggressive action, repetitive, without obvious
reasons, that generates physical and mental suffering in their victims.

Keywords: Bulling. Violence. School.


1. INTRODUÇÃO

O presente artigo aborda a questão do bullying, que tem se tornado um


fenômeno social presente em diversos locais, especialmente nas escolas. O
bullying, palavra derivada do verbo inglês bully, é caracterizado quando um ou
mais alunos que estão agredindo, perseguindo, colocando apelidos indevidos,
repetidas vezes, em outros alunos que estão em desvantagem na situação.
Conseqüentemente, estes se sentem ameaçados, ficam com baixa auto-estima,
diminuem o rendimento escolar, evitam se socializar recusam a freqüentar a
escola, têm reações violetas consigo e com os demais.

A pratica do Bullying ocorre entre crianças e adolescente no âmbito escolar


vem sendo estudada nos dias atuais, pois antes da década de 1990, era
desconhecido não só pela população brasileira, como também pela comunidade
jurídica. O tempo atual, que valoriza o individualismo e os valores éticos, é um
campo propício para o surgimento de práticas como o Bullying.

O Bullying tornou-se parte do cotidiano das escolas, resultando em


situações de grande violência física e psicológicas, que traumatizam crianças e
adolescentes em idade de formação escolar e preparação para a vida adulta. As
famílias, de um modo geral, tornaram-se permissivas com os filhos e estes
egocêntricos e inconseqüentes. Vivemos numa sociedade em crescente aumento
de casos de violência produzidos por crianças e jovens oriundos de famílias ditas
liberais. A escola acaba sendo um palco para exibição de atos de mau
comportamento e violência. Um reflexo da falta de noção de cidadania e respeito
ao próximo, que deveria ser dado desde o início, nas primeiras relações da
criança, que é no meio familiar.

O ato violento é acima de tudo o excesso, a expressão, a


sobreposição, a imposição das próprias necessidades,
expectativas e vontades de um ator social sobre as de
outro, assim, o fenômeno pode ser lido como a expressão
de um conflito numa dinâmica de poder (SANTOS 2004;
GUIMARÃES E CAMPOS, 2007).

O Bullying não tem graça, é um ato muito frustrante, onde deixa as pessoas
com problemas psicológicos, o Bullying é um sofrimento, O comportamento
agressivo não é inato, mas aprendido. Muitas pessoas agem de forma estúpida e
violenta em razão de terem pais, amigos e parentes que procedem de modo
semelhante. Mas há sempre a opção de rejeitarmos a violência, e abraçarmos a
paz e a solidariedade.

Noções de ética e demarcação de limites são essenciais para um bom


desenvolvimento em sociedade e é a família a responsável pela transmissão de
valores, onde o indivíduo aprende a respeitar o outro. Um problema comum no
Bullying é a vítima demorar em entender que os outros não estão brincando, que
estão ridicularizando-a para se divertir ou mostrar coragem no grupo.
Especialistas, afirmam que o Bullying tem feito multiplicador, quando as vítimas
decidem a reagir contra o agressor ou fazer o mesmo com outros colegas, a fim de
não serem mais classificados como vítimas. Vivemos em tempos onde o “ter” é
mais valorizado que o “ser”, não há maiores preocupações com as regras sociais
convívio coletivo, conseqüências de nossos atos.

De acordo com Fante (2005), é preciso agir de modo planejado e bem


estruturado por todos os integrantes do âmbito escolar. Existem várias formas de
como combater o Bullying. Uma é levar às Escolas esse assunto, tratando com as
crianças sobre ele, como ele prejudica como ele afeta o rendimento escolar,
dizendo o que significa o termo Bullying. Outra maneira é não praticar o Bullying
dentro de casa, não excluir um membro da família, não fazer brincadeiras de mau
gosto. Campanhas escolares ajudam na conscientização do combate ao Bullying,
na própria disciplina de Diversidade pode-se trabalhar o Bullying intensamente.

Amizades sempre ajudam a combater o Bullying, pois quando a vítima tem


amigos ela, na maioria dos casos, não se preocupa com o que o “Bully” fala ou faz.
Temos também que combater essa prática negativa desde o início. Precisamos
que as crianças e adolescentes, saibam discernir o certo e o errado, para que elas
não pratiquem a agressão, não escondam que estão sendo vítimas, entre outros
casos.

1.2 ESCOLA E VIOLÊNCIA


O freqüente envolvimento da população infantil e juvenil com esta realidade
ocupa, de maneira crescente, as páginas dos jornais e o tempo no noticiário de
Rádio e TV. No entanto, apesar do grande interesse da mídia e da sociedade em
geral pela problemática da violência em nossa sociedade, as questões referentes
às relações entre violência e educação, ainda estão sendo pouco estudadas. Tal
problemática tem muitas implicações do ponto de vista da prática educativa, e
suas diferentes manifestações no espaço escolar têm preocupado, de forma em
especial os pais e educadores. Uma aproximação a esta temática exigi que se
tivesse como ponto de partida a convicção de que a violência na escola não pode
ser analisada como um fenômeno isolado; ela é parte de um processo mais amplo,
que vai além da escola, pois implica uma série de fatores que dizem respeito ao
contexto social como um todo.

As causas da violência na escola, assim como na


sociedade em geral são múltiplos e complexos,
mas a origem de todas elas podem estar situadas
nas intoleráveis condições econômicas e sociais
criadas pelo tipo de modelo de desenvolvimento
que foi implementado, ao logo dos anos, no Brasil
(PINO, 1995, p.14).

Dentro de tal contexto, este trabalho pretende levantar questões que


possam contribuir para uma reflexão sobre o fenômeno da violência e sua
implicação na prática pedagógica das escolas, de modo particular do ensino
fundamental, tem por finalidade provocar discussões ampla sobre o que pesam
professores e alunos sobre a problemática das relações entre violência e escola,
buscando caminhos para trabalhar esta problemática no contexto escolar e
familiar.
1.3 CONTIDIANO ESCOLAR E VIOLÊNCIA

Neste item, apresentaremos algumas reflexões sobre as diferentes


manifestações de violência no cotidiano escolar, suas causas e possíveis
caminhos para trabalha tal problemáticos na prática pedagógica à luz de alguns
estudos que, especialmente nos últimos anos, têm-se voltado para esta questão.
Segundo Guimarães (1995) analisa as relações entre algumas escolas públicas da
rede municipal do ensino fundamental do rio de janeiro e grupos externos, tais
como o narcotráfico e as galeras. Destaca, ainda, a interferência destes grupos na
organização escolar e na capacidade de a escola cumprir as funções que lhe são
atribuídas pela sociedade. Para a referida autora, “a intervenção por parte do
narcotráfico nessas escolas se faz... De forma sutil, com pouca visibilidade,
através de diferentes mediadores, representativos de posições diversas em
relação às quadrilhas, tendo como propósito ampliar a área física e os grupos
sociais sob seu controle” (p.17). Conclui, ainda, que esta operação resulta em
sistemas de proteção/subordinação das instituições, a exemplo do que se obtém
por parte dos moradores das áreas ocupadas”. Por outro lado, a atuação das
“galeras” caracteriza-se “por abordagens diretas e ostensivas da Instituição em
torno da dramatização diária e contínua de diferentes táticas de invasão, ameaça
sempre latente e pela produção de situações de confronto com o corpo escolar”
(p.7 e 8).

1.4 AS MANIFESTAÇÕES DA VIOLÊNCIA NA ESCOLA


Guimarães (1995) observa hoje uma crescente preocupação de pais e
educadores com as variadas expressões da violência no interior das escolas.
Nesta perspectiva, procuramos identificar diferentes formas de violências
presentes no cotidiano escolar. Analisados por alguns pesquisadores e
pesquisadoras que têm trabalhado esta temática. Lopes Neto (2005) destaca, além
do caráter repetitivo do Bullying, encontrado em Fante (2005) e em muitos outros
pesquisadores, também tem o seu caráter intencional e sem motivação evidente,
assim como a desigualdade de poder entre os envolvidos. Para o autor, o Bullying.

Compreende todas as atividades agressivas


intencionais e repetitivas, que ocorrem sem
motivação evidente, adotadas por um ou mais
estudantes contra outro (s), causando dor e
angústia, sendo executados dentro de uma
relação desigual de poder. Essa assimetria de
poder associada ao bullying pode ser
conseqüente da diferença de idade, tamanho,
desenvolvimento físico ou emocional, ou do maior
apoio dos demais estudantes (LOPES NETO,
2005 p.165).

As conseqüências do Bullying sobre o ambiente escolar afetam todos os


envolvidos. As crianças que sofrem Bullying poderão crescer com sentimentos
negativos, especialmente com baixa-estima, tornando-se adultos com sérios
problemas de relacionamentos (BALLONE, 2005).

2. DESENVOLVIMENTO
Através de estudos podemos constatar que o Bullying é um dos fenômenos
que mais atrapalham o desenvolvimento do ensino aprendizado e na estrutura
emocional da criança e adolescente. A prática do Bullying tornou-se algo comum
nos espaços educacionais, provocando cada vez mais atitudes violentas, tantos
dos agressores, como das vítimas.

A popularidade do fenômeno cresceu com a influência dos meios


eletrônicos, como a internet e as reportagens na televisão, pois os apelidos
pejorativos e as brincadeiras ofensivas foram tomando proporções maiores. "O fato
de ter conseqüências trágicas - como mortes e suicídios - e a impunidade
proporcionaram a necessidade de se discutir de forma mais séria o tema", aponta
Guilherme Schelb, autor do livro Violência e Criminalidade Infanto-Juvenil.

Discutir as questões ligadas a pratica do Bullying com toda a comunidade


escolar é importante, pois, proporciona a reflexão e evita que novos casos de
Bullying ocorram nas unidades escolares.

De acordo com as autoras Abramovay e Rua (2003) a


violência escolar é um fenômeno antigo em todo
problema social podendo ocorrer, conforme já
classificado pela ciência e adotado pelo senso comum,
como indisciplina, delinqüência, problemas de relação
professor-aluno ou mesmo aluno-aluno.

A escola deve agir preventivamente contra o Bullying, pois quanto mais


cedo este problema cessar, melhor será o resultado para todos os alunos. Uma
das mais significativas maneiras de se combater o Bullying, é por meio da
cooperação de todos os envolvidos, criando uma estratégia permanente para
superar o problema, construindo laços solitários e, dando a visão para todos os
atores de todo processo, incluindo nesta, os malefícios deste tipo de prática.

Entre os agressores, há um predomínio do sexo masculino, o que não


indica necessariamente que eles sejam mais agressivos, mas sim que têm maior
possibilidade de adotar esse tipo de comportamento. Já a dificuldade em
identificar-se o Bullying entre as meninas pode estar relacionada ao uso de formas
mais sutis, na qual o Bullying não é muito visível, estando presente de uma forma
mais discreta, porém acarretando com as mesmas conseqüências. Middelton-Moz;
Zawascki (2007).

O Bullying gera confusão e sentimento de impotência, em quem se


pretende fazer de vítima para tornar seus alvos impotentes ou forçá-los a perder o
controle, fazendo-se ganhar controle sobre a situação. Eles possuem poder porque
lhes são dados esse poder através da apatia e do silêncio da vítima e
espectadores. Minimizar a extensão do problema, permitir, fingir que não é
problema de quem observa a agressão, possibilitando ficar em silencio, e isso faz
aumentar a crença de que nada se pode ser feito a respeito. Middelton; Zawadski
(2207) afirmam que:

Ser alvo de bullying provoca sentimentos intensos de


medo e vergonha, aumenta a vulnerabilidade, baixa a
autoestima e leva à ansiedade, à depressão e a
sensações de impotência que costumam aumentar a
vitimização. Infelizmente, as vítimas se culpam pelo
comportamento do bully e, muitas vezes, outros também
culpam a vítima (MIDDELTON-MOZ; ZAWADKI 2007
p.19).

Esse problema tem agravado muita gente, desde criança até adulta,
sabemos que agora as pessoas têm tomado consciência de que esse caso e muito
sério e pode leva algum dono na vida adulta.

2.1 QUAIS SÃO AS FORMAIS DE BULLYING? NORMALMENTE,


EXISTEM MAIS MENINOS OU MENINAS QUE COMETEM
BULLYING?

As formas de mais comuns do Bullying são:

* Verbal (insultar, ofender, fala mal, colocar apelidos pejorativos, “zoar”)

* Física e material (bater, empurrar, beliscar, roubar, furtar ou destruir pertences da


vítima)

* Psicologia e moral (humilhar, excluir, discriminar, chantagear, intimidar, difamar)

* Sexual (abusar, violentar, assediar, insinuar)

* Virtual ou Cyberbullying (Bullying realizado por meio de ferramentas tecnológicas:


celulares, filmadoras, internet etc.)

Estudos revelam um pequeno predomínio dos meninos sobre meninas. No


entanto, por serem mais agressivos e utilizarem a força física, as atitudes dos
meninos são mais visíveis. Já as meninas costumam praticar Bullying mais na
base de intrigas, fofocas e isolamento das colegas. Podem, com isso, passar
despercebidas, tanto na escola quanto no ambiente doméstico. (P.7 Cartilha 2010,
Bullying professores e profissionais da escola).
2.2 QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS PROBLEMAS QUE A VÍTIMA
DE BULLYING PODE ENFRENTAR NA ESCOLA E AO LOGO DA
VIDA?

As conseqüências são as mais variadas possíveis e dependem muito de


cada indivíduo, da sua estrutura, de vivências, de predisposição genética. Da
forma e da intensidade das agressões. No entanto, todas as vítimas, sem exceção,
sofrem com os ataques de Bullying (em maior ou menor proporção). Muitas
levarão marcas profundas provenientes das agressões para a vida adulta, e
necessitarão de apoio psiquiátrico e/ou psicológico para a superação do problema.
(P. 9, 1ª edição- autora Ana Beatriz Barbosa Silva).

Os problemas mais comuns são: desinteresse pela escola; problemas


psicossomáticos; problemas comportamentais e psíquicos como transtorno do
pânico, depressão, anorexia e bulimia, fobia escolar, fobia social, ansiedade
generalizada, entre outros. O Bullying também pode agravar problemas pré
existentes, devido ao tempo prolongado de estresse a que a vítima é submetida.
Em casos mais graves, podem-se observar quadros de esquizofrenia, homicídio e
suicídio. Segundo Middelton (2007), o departamento de justiça dos estados unidos
afirma que uma em cada quatro crianças sofre Bullying por outra na escola no
período de um mês. A provocação, o Bullying e a rejeição estão no topo da lista
dos fatores que desencadeiam intenções de suicídio.

A maioria das pessoas pensa na pressão dos


colegas como um empurrão no jovem para a
conformidade. Vistos da sacada da meia idade, os
adolescentes parecem obcecados com a
uniformidade. Seja por uma calça larga, cheias de
Bolsos, casacos gigantes, viseiras ou bonés de
beisebol virados para trás, eles se prostram diante
da tirania da moda conformista e caem no
ostracismo. O código deve ser obedecido
(RIDLEY, 2003, P.322)

Algumas pessoas exercem Bullying como forma de se defender de uma


percepção de ataque, porque têm baixas habilidades de empatia ou porque estão
simplesmente tentando se tornar “um deles”, mas essas explicações não aliviam muito
a dor de uma vítima.

2.3 QUAL É O PAPEL DA ESCOLA PARA EVITAR O BULLYING


ESCOLAR?

Segundo Ana Beatriz, A escola é co-responsável nos casos de Bullying,


pois é lá onde os comportamentos agressivos e transgressores se evidenciam ou
se agravam na maioria das vezes. A direção da escola (como autoridade máxima
da instituição) deve acionar os pais, os conselhos tutelares, os órgãos de proteção
à criança e ao adolescente etc. caso não o faça poderá ser responsabilizada por
missão. Em situações que envolvam atos de infração (ou ilícitos), a escola também
tem o dever de fazer a ocorrência policial. Dessa forma, os fatos podem ser
devidamente apurados pelas autoridades competentes e os culpados
responsabilizados. Tais procedimentos evitam a impunidade e inibem o
crescimento da violência e da criminalidade infanto-juvenil. (Cartilha 2010- justiça
nas escolas).

2.4 COMO OS PAIS E PROFESSORES PODEM AJUDAR AS


VÍTIMAS DE BULLYING A SUPERAR O SOFRIMENTO?

A identificação precoce do Bullying pelos responsáveis (pais e professores)


é de suma importância. As crianças normalmente não relatam o sofrimento
vivenciado na escola, por medo de represálias e por vergonha. A observação dos
pais sobre o comportamento dos filhos é fundamental, bem como o diálogo franco
entre eles. Os pais não devem hesitar em buscar ajuda de profissionais da área de
saúde mental, para que seus filhos possam superar traumas e transtornos
psíquicos (Cartilha 2010- Justiça nas Escolas).

Outro aspecto de valor inestimável é a percepção do talento inato desses


jovens. Os adultos devem sempre estimulá-los e procurar métodos eficazes para
que essas habilidades possam resgatar sua auto-estima, bem como construir sua
identidade social na forma de uma cidadania plena.

No âmbito familiar, as relações podem ficar fragilizadas, já que alguns pais


simplesmente não acreditam ou não se comprometem a ajudar o filho ou ente
agredido, sendo que este pode se sentir solitário e traído. Alguns pais somente
acreditam e ajudam os filhos quando a situação piora. Esta relação familiar pode
ser seriamente comprometida, a partir do momento em que a criança ou o
adolescente pode sentir-se traído, caso entenda que seus pais não estejam
acreditando em seus relatos ou quando suas ações não se mostram efetivas.
(FANTE, 2005).

Os primeiros cuidados oferecidos à criança pelos adultos têm uma enorme


influência sobre elas. A interação entre uma criança e seu principal responsável é
a maior proteção e prevenção contra comportamentos agressivos posteriores.
Essa educação será alicerce para o desenvolvimento de vínculo e de empatia,
regulando e equilibrando as emoções e a capacidade de aprender, servindo como
base sobre a qual todos os outros relacionamentos serão construídos.

O vínculo entre pais e seus filhos permite que a criança assimile do exterior
e traga para dentro de si um sentimento de amor-próprio, a capacidade de
confortar a si mesma em situações emocionalmente difíceis e a internalizarão de
limites saudáveis que mantenham os impulsos agressivos controlados. A confiança
construída a partir da constância, do amor incondicional e da segurança de
cuidadores adultos se torna a base segura sobre a qual se constrói confiança em
si e em outros.
É por meio de vínculos saudáveis com cuida dores
adultos que as crianças desenvolvem empatia (ou seja, a
capacidade de sentir o que outros podem sentir em
situação semelhante). As sementes de cuidado,
preocupação e vínculo que germinam e florescem mais
tarde, tornando-se de outros, são semeadas nos
primeiros anos de vida (MIDDELTON-MOZ; ZAWADSKI,
2007, p.60).

Vale ressaltar a afirmação de Fante (2005) quanto à superação dos traumas


causados pelo Bullying:

A superação dos traumas causados pelo fenômeno


poderá ou não ocorrer, dependendo das características
individuais de cada vítima, bem como da sua habilidade
de se relacionar consigo mesma, com o meio social e,
sobretudo, com a sua família. A não-superação do
trauma poderá desenvolvimento psíquico, uma vez que a
experiência traumatizante orientará inconscientemente o
seu comportamento, mais para evitar novos traumas do
que para evitar novos traumas do que para buscar seu
auto superação. Isso afetará o seu comportamento e a
construção dos seus pensamentos e de sua inteligência,
gerando sentimentos negativos e pensamentos de
vingança, baixa auto- estima dificuldades de transtornos
mentais e psicopatologias graves, além de sintomatologia
e doenças de fundo psicossomático, transformando-a em
um adulto com dificuldades de relacionamentos e com
outros graves problemas. Poderá também desenvolver
comportamentos agressivos ou depressivos e, ainda
sofrer ou praticar bullyin no seu local de trabalho, em
fases posteriores da visa (FANTE, 2005, p.79).

Diante desse conceito é necessário que pais e educadores não ignorem o


Bullying. À justiça “cabe intervir a fim de manter os princípios morais e sociais que
todo cidadão tem direito” (GUIMARÃES, 2009, s.p.), pois conforme descreve o
artigo 5º da constituição federal de 1988: “todos são iguais perante a lei, sem
distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no país a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à segurança e à
propriedade” (BRASIL, 1988, s.p.). Toda via, é importante ressaltamos que a
cultura a qual pertencemos possui grande influência em nosso comportamento, e,
portanto, pode influenciar nas agressões relatadas pelas vitimais de bullying.
Diante desta situação, coloque-se em evidencia o entendimento do que é cultura
para Amoretti (1992, p.122) e que se identifica com o ato bullying. A cultura deve
ser entendida:
Como sendo o conjunto de sentidos e significações, de
valores e padrões, incorporados e subjacentes aos
fenômenos perceptíveis de ação e comunicação de um
grupo humano concreto. Este conjunto é vivido pelo
grupo e por ele assumido como expressão própria de sua
realidade humano-social. É um conjunto que passa de
geração a geração, conservado como foi recebido, ou
transformado, efetiva ou pretensamente, pelo próprio
grupo. (AMORETTI, 1992, P.122.).

Com esse conceito entendemos que a cultura da violência pode ser


empreendida em uma sociedade ou em um grupo social que dissemine este tipo
de comportamento. Este conjunto que é disseminado pode ser crescente nas
escolas provocando a prática violenta caracterizada pelo o Bullying.

No Brasil, uma pesquisa realizada em 2010 com alunos de escolas pública


e particulares revelaram que as humilhações típicas do Bullying são comuns em
alunos da 5º e 6º serie. As três cidades brasileiras com maiores incidências dessa
prática são: Brasília, belo horizonte e Curitiba (CAMARGO, 2010).

O Bullying na forma escolar ocorre entre pares como se fosse um duelo em


que um se subordinaria ao mais forte, ocorrendo pela mínima inexistência de
intervenção ou supervisão de pessoas adultas responsáveis pela organização e
estruturação dos educandos. Neste espaço, quando não ocorre uma efetiva
intervenção contra o mal. O ambiente fica contaminado e os alunos sem exceção
são afetados negativamente, experimentados sentimentos de medo e ansiedade.
Na grande maioria, o espectador convive com a violência e se silencia em razão
por temer a se tornar a próxima vítima do agressor, explica Orson Camargo
(2010). Por outro lado, muito psicólogos têm se dedicado a estudar também o
Bullying no “ambiente do trabalho”.

Diferentemente de um assédio moral escolar, a intimidação, neste caso,


ocorre pelo grau de hierarquia entre o sujeito do mesmo nível. A forma como se
designa o Bullying nesta área são as atitudes negativas de espalhar comentários
sobre uma pessoa, recusar ou intimidar outras pessoas que desejam se socializar
com a vítima, exagerar nas brincadeiras, criticar o modo de vestir ou outros
aspectos socialmente significativos (incluindo a etnia da vítima, a religião, as
incapacidades etc.). Portanto é imprescindível que a gesto esteja atenta para evitar
problemas entre empregados, pois o Bullying, no ambiente de trabalho, afeta o
bem-estar dos trabalhadores e, conseqüentemente, a produtividade (VALENTE
2010). Não se trata de estabelecer uma distinção entre ambos quando o assunto é
bullying, mas isso reforça a tarefa da hospitalidade ao encontro do entendimento
do outro, da conscientização que atinge o eu, único e próprio. O rosto no rosto do
outro se identifica pela palavra que expressa o grande clamor pela vida, não como
uma simples face de alguém com quem entramos em relacionamento, mas a
revelação de um sujeito inteiro do qual nos aproximamos (LEVINAS apud IMBERT,
2002, p.52).

Diante desta preconização de uma “ética da alteridade”, melhor que culpar


ou vitimar um sujeito, é tarefa dos grupos de cada ambiente, oferecer um lugar
propício para que todos possam desatar os nós da tensão por meio do diálogo,
dando o direito ao outro ser, também, um participante do processo de
aprendizagem, cessando, assim, com a violência.

2.5 A LEI 13.815/2015 E SUA PERSPECTIVA DE MELHORIA NO


ÂMBITO ESCOLAR

O texto em sua forma concisa obriga escolas e clubes a adotarem medidas


de prevenção e combate ao Bullying. A lei anti-bullying foi publicada no diário
oficial da união dia 09 de novembro de 2015. Sendo assim, ela demorou cerca de
90 dias para entrar em vigor, por essa razão vigorou no dia no dia 09 de novembro
de 2015.

De acordo com Martins (2015) o artigo 1º, parágrafo 1º, da lei 13.815/2015,
a intimidação sistemática ou (Bullying), consiste em “todo ato de violência física ou
psicológica, intencional e repetitivo que ocorre sem motivação evidente, praticado
por indivíduo ou grupo, contra uma ou mais pessoas, com objetivo de intimidá-la
ou agredi-la, causando dor e angústia à vítima, em uma relação de desequilíbrio
de poder entre as partes envolvidas.” Ainda, segundo a lei, o “Bullying” pode ser
qualquer ato de violência física ou psicológica. Violência física é configurada por
meio de lesões corporais (nos casos mais graves) ou vias de fato (nos casos
menos grave). Violência psicológica pode ser praticada por quaisquer palavras,
gestos ou atos que ameaçam, ofendam a hora da vítima. Segundo a lei, o Bullying
é intencional.

Portanto, só existe na modalidade dolorosa, quando o agente tem intenção


de causar um crime ou a uma contraversão penal, além das demais implicações
civis. Por fim, deve existir uma relação de desequilíbrio de poder entre as partes.
Esse desequilíbrio pode decorrer da força física maior do agressor, do seu maior
envolvimento social, econômica, superioridade hierárquica funcional, etc.
(MARTINS. 2015. p.01).
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O Bullying deve ser tratado com grande importância pela escola, família e
sociedade por ser um fator de violência que demonstra desigualdade e injustiça
social, além de pressões psicológicas ou físicas por parte do agressor,
desacatando e degradando as diferenças, bem como, conseqüências físicas e
emocionais de curto e longo prazo, as quais podem causar dificuldades
acadêmicas, sociais, emocionais e legais. Assim sendo, é necessário que se
estabeleça ações a serem desenvolvidas objetivando as ações do agressor e as
conseqüências na vítima. É importante, que os educadores e família,
principalmente, estejam atentos a qualquer sinal de ação agressiva, pois não há
métodos diagnósticos prontos para se determinar o bullyinista é necessário que
esteja todos cautelosos às crianças mais propensas a agredirem ou a
comportamentos anti-sociais, a fim de se verificar qualquer prática de Bullying.

Consideramos que está articulação é de natureza dialética e que todos e


todas, ali onde vivemos e atuamos, podemos trabalhar por uma cultura e educação
em e para os direitos humanos. Somente assim, poderemos ir minimizando as
diferentes manifestações da violência social e escolar, e afirmando, no dia-a-dia da
sociedade e da escola, desde a infância e os primeiros anos da escolarização,
uma cultura dos direitos humanos.

Portanto, este estudo possibilitou a descoberta de novas contribuições ao


assunto, possível através do movimento dialético de todo desabrochar humano,
principalmente por intermédio da cooperação dos envolvidos e por parte daqueles
que aderem a deferem a educação tradicional, ação importante para combater
essa pratica anti-social que é o Bullying.

Para isso, a educação tem um papel central. Portanto, deve-se acreditar e


apostar em uma educação que abra horizontes de esperança e que seja capaz de
articular competências e habilidades sociais em todos aqueles que estiverem
inseridos nesse processo de humanização dos sujeitos (BANDEIRA, 2003, P.33).
REFERÊNCIAS
.
A INTERFERÊNCIA DO BULLYING NO DESENVOLVIMENTO HUMANO
Matheus Rego Silveira (Uni-FACEF), Maria Zita Figueiredo Gera (Uni-FACEF).

A pratica do bullying nas escolas de barra das graças- Ribeiro Josiano de


Paulo, Macedo Leroy William Vitória. Bullying 803.
BANDEIRA, Lúcia Regina. A afetividade na educação. Carazinho: ULBRA, 2003.
Monografia,
Pós-Graduação em Administração na Educação, Universidade Luterana do Brasil,
2003

BRASIL. Lei nº 13.185. 6 de novembro de 2015. Brasília;

BULLYING (cartilha 2010-justiça nas escolas) CNJ- conselho nacional de justiça.


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BULLYING NO AMBIENTE ESCOLA (Juliana Martins Ferreira, Helenice Maria


Tavares).

BULLYING NO AMBIENTE ESCOLAR Revista da Católica, Uberlândia, v. 1, n. 2,


p. 187-197, 2009 – catolicaonline.com. BR/revistada católica 196.

ESCOLA BRASIL- A violência escolar e bullying: o papel da família e da escola.

ESCOLA E VIOLÊNCIA Fante Cléo (2005) bullying escola Maria da Consolação


Lucinda, Maria das Graças Nascimento, Vera Maria Candau Moana Oliveira Rocha
I Carmen Lucia Neves do Amaral Costa²I Irazano de Figueiredo Passos Neto³.

O BULLYING NA ESCOLA: como alunos e professores lidam com esta violência?


Edjôfre Coelho de Oliveira- Faculdade Santo Agostinho-FSA

O bullying nas escolas de salvador (18 de abril de 2011).


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do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro. ESTUDOS
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do curso de direito da FAMES.

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social diante do
Comportamento agressivo entre estudantes. 2009. Disponível em:
<http://jusvi.com/artigos/41126>.
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