10 Soteriologia
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SUMÁRIO
1- SOBRE A DOUTRINA DA SALVAÇÃO ......................................................................... 4
2- O DESÍGNIO DA SALVAÇÃO...................................................................................... 7
3- A CAUSA DA SALVAÇÃO (EF 3.1-6) ......................................................................... 10
3.1. DEUS (APOC 1:8) ......................................................................................................... 10
3.2. O BOM PRAZER DA SUA VONTADE (EFÉS. 1:11) ................................................................. 10
3.3. A SUA PRESCIÊNCIA (I PEDRO 1:2) ................................................................................... 11
3.4. A SOBERANIA DE DEUS (EFÉS. 1:11) ................................................................................ 13
3.5. A NATUREZA DA SALVAÇÃO............................................................................................. 14
4- OS NECESSITADOS DA SALVAÇÃO .......................................................................... 16
5- A ESCOLHA DE DEUS NA SALVAÇÃO ...................................................................... 23
5.1. O SIGNIFICADO DAS PALAVRAS “ELEITO” E “ESCOLHA” ........................................................ 23
5.2. A NATUREZA DA ELEIÇÃO................................................................................................ 24
5.3. A ELEIÇÃO E A PROIBIÇÃO DE FAZER ACEPÇÃO DE PESSOAS ................................................... 30
5.4. O TEMPO DA ELEIÇÃO .................................................................................................... 31
5.5. A BASE DA ELEIÇÃO – O AMOR DE DEUS ........................................................................... 32
5.6. OS REPROVADOS – OU NÃO ELEITOS ................................................................................ 34
5.7. O PROVEITO EM ESTUDAR E PREGAR A ELEIÇÃO .................................................................. 36
6- O PREÇO PAGO NA SALVAÇÃO .............................................................................. 39
6.1. A CAUSA DO PREÇO A SER PAGO...................................................................................... 40
6.2. O PREÇO PAGO PELO PECADO ......................................................................................... 44
6.3. POR QUEM ESTE PREÇO FOI PAGO.................................................................................... 46
6.4. OBJEÇÕES .................................................................................................................... 48
6.5. O EFEITO DO PREÇO PAGO.............................................................................................. 50
7- A CHAMADA DA SALVAÇÃO .................................................................................. 53
7.1. DEUS USA MEIOS PARA CUMPRIR A SUA VONTADE ............................................................. 53
7.2. OS MEIOS INTERNOS OU A CHAMADA INTERNA .................................................................. 54
7.3. A OBRA DO ESPÍRITO SANTO ........................................................................................... 57
7.4. A EFICÁCIA DA CHAMADA À SALVAÇÃO.............................................................................. 66
8- A SALVAÇÃO REALIZADA ....................................................................................... 69
8.1. A MANIFESTAÇÃO DA CONVERSÃO ................................................................................... 72
9- O EFEITO PRÁTICO DA SALVAÇÃO........................................................................ 100
9.1. DEFINIÇÃO DE PERSEVERANÇA ....................................................................................... 101
9.2. A PRESERVAÇÃO PROMETIDA ........................................................................................ 102
9.3. A PRESERVAÇÃO EFETUADA .......................................................................................... 103
9.4. AS BASES DA PRESERVAÇÃO DO CRISTÃO ......................................................................... 121
10 - UM RESUMO DA DOUTRINA DA SALVAÇÃO (HB 10:5-7) ...................................... 130
AULA
01
encontrou (pelo menos é o que pensava) afastado de Deus. "Porque ele não é homem,
como eu, a quem eu responda, vindo juntamente a juízo. Não há entre nós árbitro que
ponha a mão sobre nós ambos" (Jó 9:32,33).
Esta é a posição que Cristo veio preencher em seu sacrifício substitutivo. "Porquanto
há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus, homem" (1 Tm
2:5).
Esta é a razão para a encarnação da segunda pessoa da divindade; a fim de ser o
mediador para Deus, Ele deve ser Deus; a fim de representar a humanidade, Ele deve ser
homem. A penalidade pelos pecados humanos, que precisa ser cancelada caso o homem
deva ter comunhão com Deus, era a morte. Mas em vista de Deus não poder morrer - o
espírito não pode morrer - Ele precisa ter um corpo, portanto, "o Verbo se fez carne, e
habitou entre nós" Jo1:14). Note igualmente as seguintes explicações ampliadas:
"Visto, pois, que os filhos têm participação comum de carne e sangue, destes
também ele, igualmente, participou, para que, por sua morte, destruísse aquele que tem o
poder da morte, a saber, o diabo, e livrasse a todos que, pelo pavor da morte, estavam
sujeitos à escravidão por toda a vida. Pois ele, evidentemente, não socorre a anjos, mas
socorre a descendência de Abraão. Por isso mesmo convinha que, em todas as coisas, se
tornasse semelhante aos irmãos, para ser misericordioso e fiel sumo sacerdote nas cousas
referentes a Deus, e para fazer propiciação pelos pecados do povo" (Hb 2:14-17).
Tudo isto se tornou possível mediante a morte, sepultamento e ressurreição de Cristo
Jesus.
No estudo da doutrina da salvação teremos dois títulos:
1. As provisões feitas: incluindo morte, sepultamento, ressurreição, ascensão e
exaltação de Jesus Cristo; e
2. A aplicação dessas provisões: incluindo arrependimento, fé, justificação,
regeneração, adoção, santificação, confiança e segurança.
AULA
02
2- O DESÍGNIO DA SALVAÇÃO
Pela eternidade passada e pela eternidade futura Deus deseja receber toda a glória
de tudo que Ele faz (Êx. 34:14; Isa 42:8; 48:11; Rom. 11:36; I Cor 10:31). Na realidade a
ninguém outro, senão a Deus o Todo Poderoso, é devido toda a glória nos céus e na terra.
A glória de Deus é a prática dos seres celestiais agora (Sal 103:20; Isa 6:1-3) e para todo o
sempre (Apoc 4:11; 5:12). Essa glória não vem de uma necessidade de Deus pois Ele não
necessita de nenhuma coisa (Atos 17:25) mas é simplesmente um desejo e direito
particular (I Cor 1:26-31; Efés. 2:8-10).
A obediência é abençoada gloriosamente pois ela glorifica Deus (Rom. 4:20,21). A
obediência desejada é entendida tanto antes do pecado (Gên. 2:16,17) quanto depois
(Deut. 10:12,13). Pela obediência da Sua Palavra, Deus é glorificado. Essa observação
contínua é o dever de todo o homem (Ecl 12:13).
A desobediência da lei de Deus é pecado (I João 3:4; 5:17) e é o que provoca a
separação eterna da presença de Deus (Gên. 2:17; Rom. 6:23). O pecado é uma
abominação tamanha justamente por não intentar dar glória a Deus (Núm. 20:12,13;
27:14; Deut. 32:51). O pecado é iniqüidade a Deus e em nenhuma maneira glorioso.
Desde o começo da Sua operação com os homens, Deus requer uma obediência
explícita. Essa obediência desejada tem o fim de O glorificar. A maldição no jardim do Éden
(Gên. 3:14-19, 22-24) foi expressada por causa do homem não colocar o desejo de Deus
em primeiro lugar (Gên. 2:17; 3:6). A destruição da terra pela água nos dias de Noé (Gên.
6:5-7) foi anunciada sobre todos os homens por eles servirem a carne e, nisso, não
glorificaram a Deus (Mat. 24:38). A história bíblica mostra o povo de Deus sendo castigado
repetidas vezes, um castigo que continua até hoje, por uma razão maior: adorar outros
deuses (Jer 44:1-10). A condição natural do homem é abominável diante de Deus
justamente por ele não ter o temor de Deus diante de seus olhos (Rom. 3:18). A
condenação final do homem ímpio será simplesmente por causa do homem não ter Deus
nas suas cogitações (Sal 10:4), desprezar toda a Sua repreensão (Próv. 1:30) e por não se
arrependerem para dar glória a Deus (Apoc 16:9). Foi dado outro tanto de tormento e
pranto à Babilônia por causas de glorificar a si (Apoc 18:7). Deus nunca dará a glória devida
a Ele a outro (Isa 42:8). Ao Deus da glória (Atos 7:2), o Pai da glória (Efés. 1:17) é devida
toda a glória para todo o sempre (Fil. 4:20; I Tim 1:17).
Quando chegarmos ao assunto da salvação não podemos procurar de modificar o
desígnio eterno de Deus. Na doutrina da salvação Deus não está procurando dar uma
glória ao homem. Pela salvação tratar dos seres humanos e o estado eterno deles não quer
dizer que Deus não deseja receber a glória deste tratamento.
AULA
03
Deus” (Pink, The Atonement, p. 22). Se Deus é antes de todas as coisas (Col. 1:17), a sua
vontade é também antes de tudo que existe e acontece. Aquele que sucede e é efetuado
no mundo é o que o SENHOR dos Exércitos pensou e determinou (Isa 14:24, “O SENHOR
dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se
efetuará”). Muito além de a Sua vontade ser um tormento, é confortadora. Deus fazendo
as Suas obras conforme o bom prazer da Sua vontade conforta o santo na sua tribulação. O
servo Jó confiou na vontade de Deus na sua tristeza e foi confortado (Jó 23:13, “O que a
Sua alma quiser, isso fará”). A mesma vontade que nos salva é aquela que garanta-nos o
aperfeiçoamento da salvação até o memento que estamos na presença do Salvador no céu
(João 6:39,40). Tal conhecimento da vontade de Deus traz paz ao salvo.
Tudo que Cristo precisava fazer pessoalmente para efetuar a salvação foi em
submisso à vontade de Deus (Heb 10:7; Mat. 26:39). Tudo que os outros fizeram com Jesus
durante o Seu tempo na terra, sim, até a traição de Judas, o julgamento injusto e a
crucificação vergonhosa foi “pelo determinado conselho” de Deus (Atos 2:23). Ninguém
fez mais nem menos do que a completa vontade de Deus. Podemos não entender este
ponto, mas a verdade revelada pela Palavra de Deus pode ser maior que a nossa
capacidade de entende-la. Devemos acatá-la pela fé (Heb 11:1,6).
Mesmo que incluímos a vontade de Deus como parte da causa da salvação devemos
frisar que a vontade de Deus não é a própria condenação ou a salvação mas uma parte
íntegra de ambas. Há meios que Deus usa para efetuar a sua vontade e estes meios serão
tratados posteriormente.
separação não é pela eleição, mas, biblicamente, “pela ignorância que há neles, pela
dureza do seu coração” (Efés. 4:17-19). Os salvos são recipientes da misericórdia e da
graça de Deus segundo a Sua vontade e trazidos ao arrependimento e a fé em Cristo (Jer
31:3; Rom. 9:14,15; Efés. 2:5-9). Os salvos têm somente a Deus, Seu amor e a Sua vontade
para louvarem eternamente. Os não salvos não são recipientes da misericórdia e da graça
especial de Deus e são condenados pelos seus pecados (Rom. 6:23). Eles somente podem
culpar o seu próprio pecado pois são estes que separam-se de Deus (Isa 59:1-3). Os
condenados têm somente a sua incredulidade para os acompanharem pela eternidade
(João 3:18,19). Devemos lembrar-nos que o propósito da salvação, que já estudamos, não
é nem a salvação ou a condenação do homem, mas a própria glória de Deus. Tanto a
salvação quanto a condenação operam para este fim (Prov. 4:16). A presciência faz parte
da causa da salvação e não da condenação.
AULA
04
4- OS NECESSITADOS DA SALVAÇÃO
No relatório bíblico, somente antes do pecado, é dito que tudo que Deus fez foi
considerado “muito bom” (Gên. 1:31). Depois que o homem desobedeceu o mandar de
Deus de não comer da árvore do conhecimento do bem e do mal (Gên. 2:7) e comeu dela
(Gên. 3:6) não se acha nada na Bíblia referendo-se ao homem como ‘bom’. Isso mostra o
quanto o pecado destrua, é universal e total.
Que o homem necessita a salvação é claramente evidente por uma olhada às noticias
dos acontecimentos do homem ao redor do mundo pelos meios de comunicação.
Assassinatos, corrupções, ameaças, injustiças, preconceitos, mentiras, roubos, fornicações,
desrespeito do seu próximo e do próprio Deus e a poluição verbal e moral são constantes
de todos os povos do mundo todos os dias. A Bíblia evidencia a dimensão do pecado no
homem claramente (Ezequiel 16:4,5; Isa 1:6; Rom. 3:10-18). Essa condição detestável e
pecaminosa não é adquirida pelo ambiente ou causada pela falta de oportunidade social
ou educacional, mas contrariamente, todo homem é pecador desde o ventre (Gên. 8:21, “a
imaginação do coração do homem é má desde a sua meninice” Sal 51:5, “em iniqüidade fui
formado, e em pecado concebeu minha mãe.”; 58:3, “Alienam-se os ímpios desde a
madre; andam errados desde que nasceram, falando mentiras; Isa 48:8, “chamado
transgressor desde o ventre.”). OBS: Não é o ato de procriação que causa o pecado, nem é
a relação conjugal, dentro dos seus limites bíblicos, pecaminosa, mas pela a procriação ser
feita entre pecadores, o homem pecador é gerado (Rom 5:12).
O pecado destruiu totalmente a imagem de Deus no homem que existiu por criação
especial, ao ponto do homem, universalmente (Rom. 3:23; 5:12), não querer ter nenhum
conhecimento de Deus (João 5:40; Rom. 1:28; 3:11,18). Por isso o homem pecador é
“voluntariamente” ignorante da verdade (II Pedro 3:5). A vontade do homem não foi a
única parte do homem influenciada pelo pecado, mas a sua capacidade de agradar Deus
também foi destruída (Rom. 8:8; Jer 13:23). A condição do homem pecador é tão
deplorável que ele não pode vir, pelas suas próprias forças, a Cristo (João 6:44,45) e
jamais, na carne, pode agradar a Deus (Rom. 8:6-8). O entendimento do homem foi
deturpado ao ponto de ser descrito como “entenebrecido” no entendimento (Efés. 4:18;
Rom. 1:21). Por isso as verdades santas e boas de Deus não são compreendidas ao homem
natural e são, para ele, escandalosas e loucuras (I Cor 1:23; 2:14). A responsabilidade da
condição pecaminosa do homem é do próprio homem. Ele mesmo busca muitas “astúcias”
(Ecl. 7:29). Que os homens não são capacitados com desejo nem com poder para o bem
em nenhuma maneira é entendido pela denominação “mortos em ofensas e pecados”
(Efés. 2:1). Por isso “nenhum homem, pela sua natureza, crê que necessita Cristo. Ele está
cegado pelos seus morais, suas intenções, sua sinceridade, sua bondade. Ele não vê a
impiedade do seu pecado nem que o seu caso é sem esperança” (Don Chandler, citado em
Leaves, Worms ..., p. 129).
O coração do homem, a fonte da vida (Prov. 4:23), é tão enganoso que é impossível
que nem o homem conheça a sua própria perversidade (Jer 17:9). Por isso o homem é
completamente “reprovado para toda a boa obra” (Tito 1:16) fazendo que o homem tenha
inimizade contra o próprio Deus, o seu Criador (Rom. 8:7). O pecado reina em todos os
membros (físicos, mentais, emocionais, espirituais) do homem (Rom. 7:23).
A prova que todos os homens são pecadores é dada pelo fato que não há ninguém
que obedeça sem nenhum defeito ou omissão todos os mandamentos, e, não existe
ninguém que pode manter-se puro de todo e qualquer pecado em pensamento, palavra,
ação em coração e vida. Se o homem fosse tão onisciente quanto Deus, o homem
declararia o que o próprio Deus declarou quando olhou desde os céus para os filhos dos
homens, para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus. Deus, na
aquela ocasião declarou: “Desviaram-se todos e juntamente se fizeram imundos: não há
quem faça o bem, não há sequer um.” (Sal 114:2,3).
A condição deplorável do pecador não quer dizer que ele não tem uma consciência,
nem da possibilidade de exercitar a sua mente e a sua vontade ou determinar ações pelo
seu raciocínio. Assim que o pecado apareceu no mundo, a consciência do homem foi
ofendida (“conheceram que estavam nus”) e, sendo assim, operou segundo a sua própria
deplorável determinação e lógica pecaminosa, e, em prova disso, escondeu-se de Deus.
Apesar da presença do pecado e toda a sua natureza de destruição no homem, “os olhos”
que enxergam a condição da alma (a consciência), não somente existiram, mas eram ativos
(Gên. 3:7,8). O Apóstolo Paulo, pela inspiração do Espírito Santo, ensina que os pagãos
tenham uma consciência ativa e por ela acusa suas ações ou defenda-os (Rom. 2:14,15).
Veja também João 8:9 para um exemplo que o homem pecador tenha uma consciência e é
capaz de agir conforme o seu raciocínio. Mesmo que existem tais qualidades (uma
consciência viva), a condição deplorável do pecador influi a operação da sua consciência,
da sua lógica e da sua vontade ao ponto de não buscar a Deus (Rom. 3:11), não amar a luz
(João 3:19) e não compreender as coisas do Espírito de Deus (I Cor 2:14). A consciência
existe mas ela é influenciada pelo que o que o homem é, um pecador.
A condição abominável do pecador não quer ensinar que o homem não pode fazer
uma escolha livre. O homem pecador pode determinar o que ele quer escolher. Somente
pelo fato do homem uniformemente preferir a iniqüidade em vez do bem não quer
ausentar o fato que ele tem uma escolha. O homem tem uma escolha sim e ele faz a sua
escolha continuamente. Mas devemos frisar que a mera possibilidade de fazer uma escolha
não automaticamente ensina que o homem tem a capacidade necessária a fazer uma
escolha santa ou aquilo que agrada a Deus. Todos de nós temos a livre escolha de
trabalhar e ser milionários, mas essa liberdade não nos faz capazes. Mesmo possuindo a
qualidade da livre escolha, o homem pecador é incapaz de escolher o bem para agradar a
Deus pois a inclinação da sua carne é morte (Rom. 8:6-8). O arbítrio do homem, contudo,
não é livre. Mesmo que a capacidade do homem escolher é livro, contudo, o seu arbítrio
(Resolução que depende só da vontade, Dicionário Aurélio Eletrônico) é servo da sua
vontade, e, portanto, não é livre. O arbítrio do homem faz o que a sua vontade dita. Mas,
falando da sua escolha, essa é livre. O homem indo a uma sorveteria tem livre escolha
entre os sabores. Essa situação mostra que ele tem livre escolha. Todavia, o homem
somente pede o sabor predileto pois o seu desejo, a sua vontade pessoal leva ele assim a
escolher, e, o seu arbítrio, que é servo da sua vontade, pede aquele sabor. Nisso
entendemos que a escolha é livre mas não o arbítrio.
A condição depravada do pecador não quer significar que homem nenhum pratica
boas obras. Os homens não regenerados são verdadeiramente capazes de fazer tanta
religião quanto os fariseus que dizimaram até as mínimas coisas para com Deus (Mat.
23:23; Luc 11:42). Todavia, todas as boas obras que o pecador faz é somente para dar
“fruto para si mesmo” (Oséias 10:1) e não para a glória de Deus. O homem pode se ocupar
esforçadamente no guardar dos mandamentos, ser sincero para com tudo que é religioso e
ser generoso nas obras da caridade (Mar 10:17-20, “tudo isso guardei desde a minha
mocidade”). Todavia, a sua condição depravada faz que nada disso se torna a ser agradável
a Deus (Isa 64:6; Rom. 8:7,8).
A condição terrível de pecador não quer insinuar que todos os homens revelam todo
o pecado que podem manifestar. Há os que rejeitem Cristo que jejuam duas vezes na
semana (Luc 18:12). Há os pecadores que Deus nunca conheceu mas dizem “Senhor,
Senhor!” e profetizam no nome do Senhor Jesus (Mat. 7:22). Existe os outros pecadores
que escarnecem do Santo (Mar 15:29-31) ou são malfeitores (Luc 23:41). Comparando
pecador com pecador alguns parecem mais refinados e outros mais bárbaros. Todavia todo
o homem é pecador e qualquer pecado merece a separação eterna da presença de Deus
(Ezequiel 18:20; Rom. 6:23; Tiago 2:10). “A manifestação do pecado aumenta a medida
que os pensamentos ímpios são guardados, os hábitos imorais são praticados e os
ensinamentos da verdade são ignorados” (Rom. 1: 28; Boyce, p. 245).
A condição detestável e completa do homem pecador também não minimiza a
responsabilidade do pecador para com Deus. Todo homem é responsável para com Deus
porque a sua incapacidade não veio por uma imposição ou causa divina mas porquê ele
mesmo voluntariamente pecou e trouxe sobre si a condenação divina (Gên. 2:17; 3:6,17).
Todo o homem deve ocupar-se em não pecar e deve preocupar-se em agradar o seu
Criador e juiz. Essas ocupações são exigidas por sua condição de ser a criatura e por Deus
ser o Criador (Ecl. 12:13). Alguns podem duvidar se somos responsáveis pessoalmente por
termos uma natureza pecaminosa vindo de Adão (Rom. 5:12), mas, de fato, somos
responsáveis pela expressão dela (Ezequiel 18:20; I João 2:16; 3:4). A responsabilidade
para com Deus é entendida em que não somos forçados a pecar mas pecamos pela ação
da nossa própria vontade (Gên. 3:6,17; João 5:40). Não é a incapacidade de obedecer tudo
que nos separa de Deus mas os próprios pecados do homem que fazem a separação dele
de Deus (Isa 59:1-3; Efés. 1:18). A incapacidade natural (Rom. 3:23) e moral (Tito 1:15)
nunca descarta a responsabilidade particular de nenhum a não pecar. Qual cidadão
racional escusa o homicídio culposo pela razão de ser praticado quando bêbedo; ou
desculpa um crime por ser praticado por um desequilibrado pela raiva; ou justifica os
crimes por serem simplesmente pela paixão, etc.? A bebida, a ira e a paixão podem levar o
homem a agir irracionalmente, mas é ele que bebe descontrolado, se ira e deixa-se a ser
levado pela paixão. Por isso o homem é responsável pelas suas ações quando nestas
condições se encontra. O fato que o homem deve se arrepender (Mat. 3:2; Atos 17:30)
revela que Deus sabe que o homem é responsável a responder positivamente a Ele. O
primeiro homicídio foi castigado (Gên. 4:11) como todos os pecados serão (Apoc 20:11-
15), convencendo todos, com isso, que a expressão do pecado é da responsabilidade
daquele que comete tal ação (Ezequiel 18:20; Rom. 3:23; 5:12). Não obstante a sua
responsabilidade de amar a Deus de todo o coração e de se arrepender pelo pecado
cometido, o homem natural, o primeiro Adão, é tão desfeito pelo pecado que não pode
fazer, com seu próprio poder, o que ele sabe que deve fazer para agradar a Deus (Rom.
8:7; II Cor 2:14). Mas, mesmo sendo incapaz, ele é, completa e universalmente responsável
pela obediência da Palavra de Deus em tudo (Ecl. 12:13, “o dever de todo o homem”).
A incapacidade do pecador não desqualifica os meios que devem ser empregados
tanto pelo pecador para sua salvação quanto pelo salvo em pregar aos perdidos. Tanto o
pecador quanto o salvo devem ocuparem-se de usar todos os recursos que biblicamente
têm à mão. A impossibilidade de produzir um efeito não é razão suficiente para ser
irresponsável no dever. O fazendeiro jamais pode produzir uma safra qualquer nem
efetuar a chuva cair na terra ou fazer o sol brilhar. Essa incapacidade não desqualifica-o de
semear e regar a semente. O mandamento de Deus é que o pecador deva se arrepender e
crer (Atos 17:30). O mandamento de Deus é que o crente ore e pregue (Sal 126:6; Mat.
28:18-20). Por serem mandados, os mandamentos devem ser obedecidos não obstante a
condição natural do homem. Os meios têm um fim. Para ceifar é necessário primeiramente
semear (Gal 6:7-10). É verdade que Deus dê o crescimento, mas é somente depois de
semear e de regar (I Cor 3:6). O receber depende do pedir; o encontrar depende do
buscar; o abrir vem somente depois de bater (Mat. 7:7). Portanto, os meios devem ser
empregados apesar da incapacidade total do pecador ou das fraquezas dos salvos. Os
meios são a única maneira ao fim esperado. Apenas existe o receber enquanto haja o pedir
(Mat. 7:7). Paulo pergunta: “como crerão naquele de quem não ouviram?” (Rom. 10:13-
15). Por ter fruto somente depois de semear; por ter a salvação somente depois de crer, os
meios bíblicos devem ser empregados se quer ter o fim esperado. Também devemos usar
os meios disponíveis por ter a promessa de Deus. Deus promete fruto se a semente for
semeada. A promessa de Deus anima o semeador de ter longa paciência na sua esperança
de uma safra eventual (Tiago 5:7). A promessa diz que eventualmente haverá uma safra
(Sal 126:5,6) e um aumento (Efés. 4:11-16). Apesar da incapacidade do homem pecador a
crer e da impossibilidade do pregador convencer qualquer dos seus pecados existe a
necessidade de empregar zelosamente todos os meios que Deus designou nas Escrituras
Sagradas.
A incapacidade do homem pecador não deve incentivar a sua demora em vir a Cristo
ou deve desculpar a sua desobediência aos mandamentos de Deus. Quanto incapaz o
homem a crer mais ele deve procurar a graça de Deus em misericórdia para crer (Mar
9:24). O doente precisa do medico é fato. Quanto mais severa a doença mais urgente o
socorro. Se o pecador entenda a sua situação deplorável, pode se prostrar diante de Deus
clamado pela sua ajuda (Mar 9:4) pedindo de Deus: “Ó Deus, tem misericórdia de mim,
pecador!” (Luc 18:13; 11:13). O mandamento não é de esperar por uma sensação, visão ou
qualquer outro sinal. Cristo já foi dado e declarado (I Cor 3:11). O mandamento de Deus é:
“Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais os vossos corações” (Heb 3:13,15). Se o salvo
entenda a sua responsabilidade, o mandamento de Deus é: “Ide por todo o mundo, pregai
o evangelho a toda criatura” (Mar 16;15), ame a Deus de todo o coração (Mar 12:30) e
“crescei na graça e no conhecimento de Cristo” (II Pedro 3:18). Quanto mais que sentirmos
fracos em obedecer, mais esforçadamente devamos procurar a Sua graça. É Deus que
opera em nós tanto o querer como o efetuar segunda a sua vontade (Fil. 2:13). Isto deve
encaminhar-nos a Ele a buscar a Sua graça para obedecermos o Seu mandar.
Somente a salvação pela graça capacitará o pecador a entrar no reino de Deus (João
3:3,5; II Cor 3:5). A própria condição deplorável do homem mostra a sua necessidade da
salvação. O homem é sem a justiça necessária (Rom. 3:10), sem Cristo, separado de Deus,
sem nenhuma esperança (Efés. 2:12) e sem esforço (Rom. 5:6; 7:18). Ele está com a
maldição da lei (Gal 3:10) e sobre ele permaneça a ira de Deus (Rom. 3:36). A condição
abominável do homem assegura que ele necessita de salvação, aquela que vem exclusiva e
completamente de Deus. Por isso pregamos a salvação somente pela graça. Se o homem
tivesse uma mínima condição para ajudar-se, a sua salvação não seria totalmente de graça.
A depravação da sua condição totalmente e universalmente pecaminosa, estabeleça o fato
que a salvação eterna é, em todas as suas partes, divina e inteiramente graciosa (Efés.
2:8,9). Assim Cristo ensinou quando comparou a relação que existe entre Ele e o Seu povo
usando a videira e as varas. E ele disse: “sem mim nada podeis fazer.” (João 15:4,5). Que
Deus abençoe os salvos a pregar tal graça e os pecadores a buscá-la antes que seja tarde
demais.
AULA
05
também traduzida, em português, umas quatro vezes, por ‘escolhido’ (I Crôn 16:13; Sal
89:3; 105:6; 106:23). A palavra em grego traduzida por ‘eleito’ no Novo Testamento
(#1588, 27 vezes) é também traduzida ‘escolhido’, com a suas variações, não menos que
trinta vezes (#1586, Mat. 20:16; Mar 13:20, “eleitos que escolheu”; João 13:18; I Cor 1:27;
Efés. 1:4, etc.). Somente por um olhar ao significado desta palavra ‘eleito’, como ela é
usada pelas Escrituras Sagradas, podemos entender que a eleição é uma escolha, uma
escolha feita por Deus. A palavra ‘eleito’ em português significa como adjetivo: 1.
Escolhido, preferido. Como substantivo significa: Indivíduo eleito (Dicionário Aurélio
Eletrônico). A própria palavra ‘eleição’ significa em português: 1. Ato de eleger; escolha,
opção (Dicionário Aurélio Eletrônico). Como é claro pelo estudo das palavras usadas
biblicamente para explicar a determinação de Deus, tanto em Hebraica, em grego ou em
português a palavra ‘eleito’ e ‘escolha’, junto com a suas variações, significam a mesma
coisa, ou seja, uma escolha de preferência.
forte razão de adorar e louvar a Deus eternamente. É isto que o Apóstolo Paulo enfatiza na
sua carta aos Efésios (Efés. 1:3, 4).
B. A eleição é Incondicional. A natureza dessa escolha é descrita pela Bíblia também
como sendo incondicional. Isso não quer dizer que a salvação não tem condições, pois as
tem (e todas elas são preenchidas pelo sangue de Cristo, Efés. 2:13; I Pedro 1:19,20), mas,
não estamos tratando agora o preço pago na salvação, mas da escolha que Deus fez para a
salvação. Dizendo que a eleição é incondicional queremos entender que aquela escolha
que Deus fez antes da fundação do mundo (Efés. 1:4), não foi baseada em algo que existia
anterior ou poderia existir posteriormente no homem. Isto é, não há nada que originou-se
no homem que poderia ser interpretada como sendo uma condição que induziu Deus
primeiramente o preferir. A condição da eleição não foi um conhecimento divino que o
homem aceitaria a salvação se ela fosse apresentada a ele. Lembramo-nos do nosso
estudo anterior sobre a condição dos necessitados da salvação, que, no homem, não existe
nenhuma coisa boa (Rom. 7:18, “Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não
habita bem algum”; Jer 7:19; 13:23), e, não habitando nada boa nele, há nada para atrair
a atenção salvadora de Deus a ele nem alago que dava-lhe uma predisposição a escolher
o que era bom (Jer 13:23). A condição da escolha primária não foi do homem, mas, Deus
escolheu o homem “para a si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade” (Efés.
1:5,9,11). A condição da determinação primária de Deus foi pelo querer de Deus e não por
nenhuma justiça real ou provável que o homem poderia ter, intentar ou desenvolver (Isa
64:6, são “todas as nossas justiças como trapo da imundícia”). Se o homem tivesse
qualquer condição favorável que o destacava diante do favor de Deus, aquela condição
faria Deus a ser obrigado a conceder-lhe a salvação. Isso faria a salvação a ser pelas obras
ou pelas condições humanas e não segundo a graça; o beneplácito da vontade divina. A
eleição, tanto quanto a salvação, é puramente pela graça: um favor divino desmerecido e
imerecido pelo homem (Rom. 11:5,6; Efés. 2:8,9). Foi uma escolha puramente divina e
graciosa em salvar um homem que não tinha nenhuma condição boa para apresentar
diante de Deus como um mínimo mérito qualquer. Deus preferiu um pecador particular
para receber a Sua graça somente porque quis (Rom. 9:15,16, “Compadecer-me-ei de
quem me compadecer, e terei misericórdia de quem eu tiver misericórdia”). Somente
entendendo tudo sobre a vontade de Deus, algo que não podemos nunca atingir,
entenderemos por completa por que Deus escolheria um homem tão depravado que não
possuía nenhuma capacidade, e, portanto, nenhuma condição, para atrair-lhe a Deus.
Mas, de fato, conforme a Bíblia, é isto que Deus fez. A escolha de Deus de Israel revela
essa atitude (Deut. 7:7) e a escolha de Deus para a salvação é da mesma natureza (João
1:12,13; Rom. 3:18-23; 9:15,16). Devemos resumir esta parte da natureza de eleição como
Jesus resumiu-a: Sim, ó Pai, porque assim te aprouve (Mat. 11:26).
Não é novidade que os ‘evangélicos’ crêem que a salvação é pela graça. Muitas
pessoas que freqüentam igrejas ‘evangélicas’ podem citar Efésios 2:8,9 que diz: “Porque
pela graça sois salvos, por meio de fé, e isto não vem de vós, é dom de Deus. Não vem das
obras, para que ninguém se glorie.” Todavia, é novidade para muitos que a própria eleição
para a salvação, aquela ação de Deus que precede a própria escolha do homem no
processo de salvação, também é pela graça. Muitas pensem que Deus foi influenciado na
sua escolha por algo que o homem fez, faz ou faria. A verdade é que a eleição para a
salvação não é baseada em nenhuma obra boa prevista do homem (pois no homem não
habita bem algum, Rom. 7:18; Sal 14:1,2; Rom 3:23). A escolha de Deus do pecador para a
salvação é somente pelo favor desmerecido e imerecido de Deus. Deus olhou pelos séculos
sobre todos os condenados, e, em amor e graça, entre todos que não procuravam Ele,
colocou a sua influência divina em alguns (João 15:16; I João 4:19, “Nós O amamos a Ele
porque Ele nos amou primeiro.”) Deus não viu nada naturalmente mais atrativo ou bom
nos que Ele escolheu do que nos que Ele não escolheu. Verificando o testemunho dos
salvos pela Bíblia, ninguém louva a sua própria fé, sua decisão inicial para Cristo, sua
oração eficaz, sua intenção espiritual ou outra obra humana ou espiritual. O testemunho
bíblico diz como Paulo, “Mas pela graça sou o que sou” (I Cor 15:10). Se a eleição fosse
baseada na mínima ação que o homem fez, faz ou faria, a eleição não podia ser
determinada uma “eleição da graça” (Rom. 11:5) mas uma eleição “segundo a dívida”
(Rom. 4:4).
F. A Eleição é Justa. A natureza da eleição que Deus faz é descrita biblicamente como
sendo justa. O apóstolo Paulo declarou, pela inspiração divina, que a eleição não é injusta
(Rom. 9:14). A eleição é entendida como sendo justa em que Deus não deve nenhuma
ação positiva ao homem nenhum. Uns querem dar o entender que Deus, no mínimo, deve
uma ‘chance’ para todos os homens. Todavia, quando considera a condição terrível do
homem pecador, uma ‘chance’ não é que o homem pecador precisa. Ele precisa uma ação
positiva, regeneradora e graciosa na parte de Deus para ser salvo. Uma ‘chance’, sem a
plena capacidade em conjunto, em nada ajudaria os que são mortos em pecados. É pela
eleição, sem nenhuma obrigação pesando sobre Deus para que Ele escolhesse quem Ele
quer influenciar com a Sua operação regeneradora. Deus dá vida (não uma ‘chance’). A
salvação vem pelos meios divinos para com estes que Ele escolheu para que tenham a
salvação. E quem está reclamando disso (Rom. 9:19)? Deve ser considerado também que
Deus tem direito e não uma obrigação para com os homens. Deus é o Criador, o homem é
a criatura (Gên. 1:27; 2:7). Deus é tido como o oleiro e o homem como o barro (Rom. 9:21-
24). Se Deus usa o Seu direito de fazer o que Ele quer segundo o beneplácito da sua boa
vontade, e escolha alguns para conhecer as riquezas da Sua gloria, entre todos que
somente mereciam a Sua ira, quem podia achar injustiça nisso?
pensado que todas são merecedoras da atenção positiva de Deus. A dúvida é eliminada
quando é entendida que, entre os pecadores, não há ninguém que merece qualquer
atenção favorável de Deus (Isa 59:1,2; Rom. 3:10-23). É claro que todos os pecadores
necessitam a misericórdia divina, mas também deve ser claro, há ninguém que merecê-la.
Se, como alguns querem supor, entre todas as pessoas que mereciam uma atenção
positiva, ou entre todas que clamavam em arrependimento e a fé pela salvação, fosse
dada uma distinção preferencial, assim séria uma terrível injustiça na parte de Deus. Mas,
quando todas são verdadeiramente inimigas e rebeldes (Rom. 8:6-8) e condenadas (João
3:19), e ninguém está buscando a Deus (Sal 14:1,2), a misericórdia pode ser estendida a
uma singular e particularmente sem a mínima injustiça. Resumindo: entre pessoas com
merecimentos iguais, uma distinção preferencial séria injusta. Todavia, a eleição foi feita
entre pessoas sem quaisquer merecimentos (Tiago 2:13).
Deve ser mencionado o fato de Deus fazer uma escolha qualquer entre os pecadores
não faz os pecadores não escolhidos mais ímpios. A eleição também não faz os pecadores
não elegidos mais condenados. Ninguém é condenado pelo fato de não ser escolhido. A
condenação é dado por causa do homem pecar (Gên. 2:17; 3:6; Ezequiel 18:20; Rom. 6:23).
Os pecadores não são culpáveis por não serem escolhidos mas por não obedecerem os
mandamentos de Deus (I João 3:4). É o pecado, e não a eleição, que condena. A escolha
que Deus faz, somente opera que uns pecadores são salvos, ou seja, que alguns tenham o
fim justo dos seus pecados colocado em Cristo. Todo o pecador tem a responsabilidade de
se arrepender dos pecados e crer no Filho de Deus, o Jesus Cristo, para ter a remissão dos
pecados. Deus fará a Sua obra da salvação nos que O buscam com todo o coração (Isa
55:6,7). Então a mensagem é: Busque o misericordioso Deus pelo Salvador enquanto é dia!
ou propósito (Atos 15:18, “Conhecidas são a Deus, desde o princípio do mundo, todas as
suas obras”; Efés. 3:11, “eterno propósito”). Se fosse possível Deus ter um plano novo,
este séria para melhorar aquele que veio antes, ou séria inferior ao que veio primeiro. Mas
Deus é perfeito (Núm. 23:19; II Cor 5:21, “não conheceu pecado”), eterno (Deut. 33:27; Sal
90:2, “... de eternidade a eternidade, tu és Deus.”), soberano (Isa 46:10; Efés. 1:11, “faz
todas as coisas segundo a Sua vontade”) e é imutável (Mal 3:6, “Porque eu, o SENHOR, não
mudo”; I Tim 1:17, “Rei dos séculos”; Tiago 1:17, “não há mudança nem sombra de
variação”). “Conseqüentemente, quando Deus salva um homem, Ele deve sempre
intencionado e propositado a salvá-lo” (Simmons, p. 221, português).
Uma observação: A eleição é da eternidade, mas a salvação da alma está feita em
tempo (II Tim 1:9,10). A eleição não é salvação, mas para a salvação. Fomos elegidos
“desde o principio para a salvação” (II Tess 2:13). Pela operação do Espírito Santo no
coração o elegido é trazido a ter fé na verdade que é declarada pela pregação em tempo
oportuno (II Tess 2:14; Tiago 1:18). Antes que o elegido foi salvo, ele era entre os mortos
em pecados pois estava sem a salvação (Efés. 2:1-3) mesmo sendo elegido. Aquele que foi
escolhido na eternidade por Deus soberanamente será propositadamente operado pela
Espírito Santo para agir com fé segundo a responsabilidade do homem em tempo em
resposta à Palavra de Deus (Atos 18:10; Rom. 10:13-17; João 15:16; Efés. 2:10).
O elegido reage ao amor de Deus e não Deus reagindo ao amor do elegido. O salvo
tem um relacionamento amoroso com Deus justamente por causa do amor de Deus que
agiu primeiro. Por isso o apóstolo João declara: “Nós O amamos a ele porque ele nos
amou primeiro.” (I João 4:19).
Muitas vezes o verbo “conhecer” é usado pelas Sagradas Escrituras para mostrar um
relacionamento íntimo de amor. O marido ‘conhece’ a sua esposa (Gên. 4:17), os
sodomitas ‘conhecem’ um ao outro (Gên. 19:5-8) e Deus ‘conhece’ o seu povo (Amos 3:2)
que é chamado também pelo nome: “minhas ovelhas” (João 10:14). Se o homem não for
‘conhecido’ por Deus nessa maneira íntima amorosa, esse não deve ter nenhuma
esperança de gozar a presença eterna divina pela eternidade (Mat. 7:23). Em verdade, se
alguém tem uma posição salvadora com Deus é por que Deus o amou, ou, o conheceu
primeiro (I Cor 8:3). O amor de Deus para o pecador vem antes da predestinação, ou a
eleição, pois a ordem bíblica é: conhecer (em amor), a predestinação, a chamada à
salvação, a justificação, e por último, a glorificação (Rom. 8:29,30).
Pelo amor eterno de Deus podemos entender que o Seu amor é maior dos nossos
pecados, fraquezas, tolices e desobediências. A Sua eleição é baseada no Seu amor
somente. A eleição não é baseada, de maneira nenhuma, nas ações passadas, presentes
ou futuras de qualquer homem. As pessoas são finitas e, em tempo, venham a conhecer o
Senhor Deus, mas a misericórdia e o amor de Deus sobre estes que eventualmente O
temem é “desde a eternidade e até a eternidade” (Sal 103:17). Antes do elegido existir
como um ser humano, e, antes de ser temente a Deus, sim, quando ainda era morto em
ofensas e pecados, o amor de Deus era “desde a eternidade” passada , para com o seu
povo e ficará sobre estes “até a eternidade” (Efés. 2:1-5).
Por tudo depender no amor de Deus, a nossa eleição não é a única benção
assegurada. A salvação eterna também é garantida. A obra que o Seu amor começou, o
Seu poder em amor completará (Fil. 1:6; Rom. 8:35-39). Veremos mais deste ponto no
último ponto dessas lições, ou seja, O Efeito Prático da Salvação.
Existe um outro atributo de Deus, além do Seu amor, para estimular-nos a
morrermos às nossas conveniências e lógicas para O amarmos mais perfeitamente em
obediência (II Cor 5:13-17)? Existe um outro atributo de Deus, senão “as riquezas da Sua
benignidade, e paciência e longanimidade” (Rom. 2:4) que poderia levar o descrente ao
arrependimento verdadeiro? Que o descrente venha a Cristo confiando pela fé nesse amor
de Deus visto tão claramente em Cristo é o nosso ardente desejo. E que o Cristão
santifique-se a Cristo mais e mais!
Deus, podemos concluir como Jesus declarou: “Sim, o Pai, porque assim te aprouve.” (Mat.
11:26).
Nunca entenderemos todos os pensamentos de Deus (Sal 147:5; Isa 55:8,9), mas,
podemos entender, nos assuntos da eleição e da reprovação, que quem é soberano, é
Deus. Ele pode agir com o que é Dele como Ele quer (Dan 4:34,35; Efés 1:11; Rom 11:36)
para Sua própria glória.
D. Apelo. É uma coisa horrenda cair nas mãos de um Deus vivo (Heb 10:31). Cristo foi
dado para a salvação de todo aquele que é cansado e oprimido pelos seus pecados. A
verdade repetida pela Palavra de Deus é: os em Cristo têm vida eterna com Deus. Pecador,
venha arrependendo-se dos pecados crendo em Cristo de coração. Conheça a misericórdia
de Deus por Jesus Cristo. Senão, conhecerá a sua justiça na ira eterna (Mat. 11:28-30; João
3:16-19, 36).
E. A Imutabilidade de Deus Considerada. Se tudo é conforme o propósito de Deus,
tanto o agradável quanto o desagradável, a condenação de pecadores não arrependidos é
segundo este propósito também (Ecl. 3:1; Efés. 1:11; Isa 46:10). Se o propósito é eterno
para a salvação, também o é para a condenação. Deus não muda os seus propósitos em
reação às decisões do homem pois Deus não muda (Mal 3:6; I Tim 1:17; Hebreus 13:5;
6:17; Tiago 1:17) e os seus propósitos são eternos (Isa 14:24; Efés. 3:11; II Tim 1:9). Tanto
no homem que finda no céu quanto no homem que finda no inferno, o propósito eterno
de Deus é feito (Josué 11:18-20; Isa 46:10). Se é justo para Deus fazer algo em tempo,
também é justo para Ele fazer o mesmo na eternidade.
F. Deus é o Autor do Pecado? Por Deus fazer o ímpio para o dia do mal (Prov. 16:4),
não quer julgar Deus o autor da impiedade do homem, ou o responsável pela sua
condenação pecaminosa e nem a causa do homem pecador ir ao inferno. O homem pecou
por querer (Gên. 3:6; Ecl. 7:29) e, a condenação vem pela desobediência (Ezequiel 18:20;
Rom 6:23l 9:20-33; João 3:19). O homem é o único responsável judicialmente pelo
resultado da sua ação pecaminosa. Sem dúvida, o decreto eterno de Deus inclui a queda
do homem no pecado mas não foi o decreto eterno que causou a queda. Os homens
ímpios que crucificaram Cristo fizeram tudo que Deus já anteriormente determinou que
devia ser feito, mas estes homens foram culpados pelas suas ações (Atos 4:25-28). Não foi
Deus culpado pela Sua determinação previa. Deus não julga o homem conforme a
capacidade do homem, mas segundo a sua responsabilidade (Tiago 4:17). Deus não
condena o homem por uma determinação prévia, mas, pelas obras pecaminosas do
homem que são feitas em tempo (Ecl. 12:14; Apoc 20:13). É verdade que o homem não
tem capacidade de não pecar, mas, sem a menor dúvida, ele tem a responsabilidade de
não pecar (Gên. 2:17; Êx. 20, a Lei de Moisés; Mar 12:29-31). Uma vez que o homem
pecou, Deus é justo em condena-lo eternamente segundo a Sua justiça.
verdade declarada. Deus já se expressou qual a maneira que convém adorar Ele. É em
espírito e em verdade (João 4:24). O próprio coração do homem natural não imana
verdade mas somente a perversidade e o engano (Jer 17:9; Mat. 15:11, 18-20), mas a
verdade é de Deus pois é Cristo (João 14:6) e é ministrada pelo Espírito Santo (João 16:13; I
Cor 2:14-16). Se a verdade importa na adoração verdadeira, e se a verdade vem de Deus, o
estudo da eleição só pode agradar a Deus pois é a declaração da verdade. O estudo da
eleição é aceita por Ele como aquela adoração que Lhe convém. Se as verdades da eleição
forem ignoradas e não estudadas, a adoração a Deus pela declaração da verdade será
comprometida. Verdadeiramente, pela eleição, um grau imenso do amor de Deus, da Sua
misericórdia, da Sua justiça e dos Seus atributos santos é entendido, e, esse entendimento
agrada a Deus.
O estudo das doutrinas da eleição promove crescimento espiritual. A obra do
ministrante que é chamada para anunciar todo o conselho de Deus pela Palavra de Deus,
quando exercitado corretamente, promove conforto na alma, edificação em espírito e
conformidade à imagem de Cristo (Efés. 4:11-16; I Tim 4:14-16). O que destrua,
desestabiliza ou engana alguém não é por ensinar a verdade, mas pela falta do ensina dela.
Jamais aquela que instrua, reprova, corrija e doutrina seria para a destruição de qualquer
membro na igreja. Os rudimentos básicos das doutrina bíblica é o leite racional que
promove crescimento (I Pedro 2:2). A doutrina mais avançada, que inclui a doutrina da
eleição, é mantimento sólido que faz os sentidos, nos que por ela é exercitada, a
crescerem para o discernimento tanto o bem como o mal. (Heb 4:11-14).
O estudo da eleição produz evangelismo bíblico. Nem todos que dizem: “Senhor,
Senhor” agradam o Senhor Deus mas somente os que fazem a vontade do Pai (Mat. 7:21).
Nem tudo que pode encher uma igreja ou arrumar seguidores é de Deus (Atos 5:35-37; II
Tim 4:3,4). A eleição direciona e impulsiona os ânimos evangelizadores ao uso dos meios
bíblicos, quais são a pregação de Cristo (Rom. 10:17; II Tess 2:13,14) e a oração zelosa
(Tiago 5:16; II Tim 2:1-10). Um entendimento da operação de Deus pela eleição faz que o
evangelista não se contenta naquele que é meramente visível mas naquele crescimento
que vem somente de Deus (I Cor 3:6,7). A pregação bíblica inclui a eleição (Mat. 11:25,26;
João 6:37, 44, 65; 10:26) e é uma boa mensagem pois destrua qualquer esperança que o
pecador possa ter em si mesmo ou numa obra humana ou religiosa. Pela pregação da
eleição o pecador é incentivado a clamar ao Deus soberano para ter misericórdia na face
de Jesus Cristo (Rom. 2:4; Isa 55:6,7). Esta é evangelização bíblica (I Cor 2:1-5).
AULA
06
Não existe outro tema como o tema deste estudo pois é a mensagem única para ser
anunciada pelos séculos (Mat. 28:19,20; I Cor. 2:1-5) e é aquela eternamente declarada
nas alturas (Apoc 5:12). Por ter superioridade de tal medida sobre qualquer outra matéria
convém que tenhamos o temor de Deus em consideração neste estudo do preço pago na
salvação.
No decorrer deste estudo definiremos a causa do preço a ser pago (o pecado),
exaltaremos quem pagou o preço necessário (Cristo) e entenderemos por quem o preço
foi pago (os eleitos).
14:1; Prov. 1:25; Rom 1:21, 28) e se tornou impossibilitado a agradar Ele nem entender a
Sua palavra (Rom 8:6-8; I Cor 2:14). Aquela criação nobre em cujo coração foi escrita a lei
de Deus (Rom 2:14,15), agora, por causa do pecado, vive diante de Deus sem lei (Oséias
8:12; Rom 1:21, 28) fazendo somente o que se acha correto nos seus próprios olhos (Deut
12:8; Juízes 17:6; Prov. 21:2). O homem que o digno Deus fez na Sua própria imagem (Gen.
1:27) agora, pelo fruto do pecado, resiste o Espírito Santo (Atos 7:51; Rom 7:21-223; Gal
5:17), é contra a soberania de Deus (Rom 9:18-20; Apoc 16:21) e resiste a mensagem de
Cristo (Deut 32:15; Prov. 1:25; Jer 32:33; Atos 7:54; 13:50) como resiste até o próprio
Cristo (Sal 2:3; Mat. 27:20-26). Foi por causa de pecado que o homem que Deus fez reto e
bom tornou a ser maldito e cheio de astúcias (Gen. 1:31; Ecl. 7:29). O homem, por ser
criado por Deus, tem um dever de temer, honrar, obedecer e dar glória a Deus (Ecl. 12:13;
Apoc 4:11) mas, agora, por causa do pecado, é servo de Satanás e da sua própria
concupiscência (João 8:44; Rom 6:16; II Tim 2:26). Em vez de dar ao Criador toda a honra
que lhe é divida, o homem pecador anda em auto-suficiência (Gên. 11:4; Daniel 4:30; I
João 2:16, “soberba da vida”). Uma conseqüência do pecado em a criação de Deus feita
para O dar glória é entendida pois agora essa criação anda em uma completa estupidez
pois tal criação gloriosa de Deus ridiculize-se da mensagem da salvação (I Cor 1:23) e de
tudo o que é santo (I Pedro 4:4). O efeito do pecado é visto em que aquilo que o Deus
santo criou, mata os que eram santos (Atos 7:54; 9:1,2) e menospreza as misericórdias e
benignidade divinas (Rom 2:4). O pecado trouxe o homem a desejar mais as trevas (João
3:19) a podridão e a imundícia (II Pedro 2:22, vômito e espojadouro de lama) do que a
gloriosa luz. Foi o pecado que fez aquele que foi feito para gozar a presença de Deus com a
vida eterna chegar a conhecer a morte e a separação de Deus (Gen. 2:17; 3:22,23; Rom
6:23) e causou que este homem tornasse uma afronta à santidade de Deus (Judas 14,15).
O que é o pecado é claramente entendido quando os efeitos do pecado são examinados.
Estes efeitos deploráveis do pecado não são reservados para alguns dos homens mas
afeitam integralmente todos os homens do mundo todo (Rom 3:23; 5:12). Se pelos frutos a
árvore é conhecida, pelas conseqüências que o pecado causou, a sua natureza abominável
é entendida
O que é pecado e o que causou um preço a ser pago por ele pode ser entendido
melhor pelo estudo do fim terrível do pecado. Aquilo que é contra a justiça e a santidade
divina; aquilo que opera ativamente contra o onipotente Deus, pode apenas provocar o
antagonismo do justo e poderoso Deus (Ezequiel 18:24). É esse fim que o pecado gera: a
ira do eterno e santo Deus. Aquele que é o amigo do mundo tornou-se automaticamente o
inimigo de Deus (Tiago 4:4). É esse o fim do pecado: a “inimizade contra Deus” (Rom 8:6).
Aquele que resiste a justa autoridade de Deus será, sem misericórdia, reduzido a pó (Mat.
21:44; Luc 20:18). Esse “pó” é nada mais do que uma afrontosa morte aos maus (Mat.
21:41). Quando o pecado é consumado, a morte é gerada (Tiago 1:15). Não deve pegar
graça de Deus, olhe a Jesus Cristo. Deus salva todos os que venham a Ele pelo Seu
Filho (Mat. 11:28-30; João 5:24; 14:6; Atos 4:12).
que pode ser o sacrifício ideal pelo pecado do homem. Além dEle, não há outro (Atos 4:12;
I Cor. 3:11).
B. “que não conheceu pecado” – a divindade de Cristo é apontado por este frase:
“que não conheceu pecado” em II Cor. 5:21. Cristo é sem pecado. Ele é o “Santíssimo”
(Daniel 9:24; Isaías 53:9; Luc. 1:35; Heb. 7:26; 9:13,14; I Pedro 2:22,23), aquele em quem
“não há pecado” (I João 3:5), o “Justo” (I Pedro 3:18; I João 2:1). Pela qualidade de Cristo
ser imaculado (I Pedro 1:18,19), Ele é chamado “Luz (João 8:12; 9:5; 12:46), a Verdade, e a
Vida (João 11:25; 14:6; I João 5:12). A Sua qualidade de divindade é apontada por Ele ser o
“filho de Deus” que não nasceu, mas foi dado (divindade). O que nasceu foi o “menino”
(humanidade, Isaías 9:6). A divindade de Cristo é entendido por Ele ser ‘eterno’ (Luc.
1:32,35; João 1:1; Apoc. 21:6, “o Alfa e o Ômega”; 22:16), um atributo do divino. Cristo não
foi criado mas é o Criador (Col. 1:16,17; João 1:3). Outros atributos de Cristo que revelam a
Sua divindade são: onipotência (Sal 2:9; Mat. 28:18; João 10:18), onisciência (Mar 2:8; João
2:24,25; 16:30) e onipresença (Mat. 18:20; 28:20). Por Cristo não conhecer pecado, Ele é
exaltado (Sal 89:27; Daniel 7:14; Atos 2:36; Col. 1:18,19; Fil. 2:7-11; Heb. 7:26; Apoc.
19:16) e designado como soberano (João 3:35; 13:3; 17:2; Atos 10:36, “o Senhor de
todos”; I Cor. 15:57; I Pedro 3:22). O preço que foi dado pelo pecado foi o próprio Deus na
pessoa de Jesus Cristo. Cristo é o único nome dado entre os homens pelo qual devamos
ser salvos (Atos 4:12; I Cor. 3:11). Se misturamos a salvação com qualquer outra obra,
angélica ou humana, ou com outra pessoa alguma, a não ser unicamente a pessoa de
Cristo, desprezamos “Aquele que não conheceu pecado” que o Pai deu (João 3:16).
C. “o fez pecado” – a humanidade de Cristo é apontado por este frase: o fez
pecado” (II Cor. 5:21). Mesmo que Cristo foi gerado pelo Espírito Santo (Mat. 1:20), ele
nasceu de mulher, sob a lei (Isaías 9:6, “ um menino nos nasceu”; Luc. 2:7,11; Gal. 4:4).
Cristo tinha uma mãe humana e também irmãos na carne (Mat. 13:55,56; Luc. 8:19) e
cresceu em estatura e conhecimento como qualquer outro menino (Luc. 2:40,52). Ele
submeteu-se aos seus pais humanos (Luc. 2:51), caminhou (João 4:3-6) e se cansou pelo
caminho (João 4:6). Cristo mostrou-se humano por ter fome (Mat. 4:2), sentir sede (João
19:28), experimentar tristeza (João 11:33), a ira (Mat. 21:12; João 2:17), o desprezo (Mat.
13:57) por chorar (João 11:35) e por alegrar-se no Espírito Santo (Luc. 10:21). Por ser
homem Cristo foi tentado em tudo (Heb. 4:15) e foi limitado no conhecimento das coisas
de Deus (Mat. 24:36; Mar 13:32). A prova maior que Cristo foi homem é entendido em que
Ele foi feito pecado (II Cor. 5:21; Isaías 53:4-6), em conseqüência de tal, foi pendurado
corporalmente na cruz (Mat. 27:38, 42; João 19:31), furado por lança (João 19:34; 20:27)
da qual ferida saiu água e sangue (João 19:34). O sofrimento de Cristo foi até a morte (Fil.
2:7,8; João 19:30) depois de qual, foi sepultado (João 19:38-42). O preço pago pelo pecado
não foi pouco, mas foi a vida do próprio Filho de Deus, o homem, Cristo Jesus.
Ai daquele que rejeita tal sacrifício pelos pecados. Se você ainda não é salvo, não
espera por um outro maior sacrifício ser dado pelos pecados. Não há maior sacrifício do
que o filho dado por Deus e o menino nascido por mulher que é chamado Jesus Cristo.
Venha a Ele já.
53:4-6). Portanto, não há mais nenhuma condenação para os em Cristo (Rom. 8:1). A obra
de Cristo para a salvação verdadeiramente foi em substituição “por nós”.
A obra de Cristo “por nós” foi penal. Cristo, como representante de “nós” e sendo
“feito pecado por nós” tem que sofrer as conseqüências do Seu povo (Isaías 53:4-8, “pela
transgressão do meu povo ele foi atingido”; Mat. 1:21, “Ele salvará o seu povo dos seus
pecados”; João 17:9, Eu rogo por eles; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me
deste, porque são teus.”). Entendemos isso pela Sua morte. Cristo foi obediente em tudo
(Fil. 2:7), e, portanto, não deve ser castigado. Cristo foi sem pecado (II Cor. 5:21), e,
portanto, não deve morrer. Cristo é justo (I Pedro 3:18), e, portanto, não deve ser
desamparado pelo Pai. Todavia, Cristo foi castigado, morto e desamparado por Ele ser
“feito pecado” pelos Seus (Lev. 16:21; Isaías 53:6,12; Heb. 9:28). Pela vitória de Cristo
sobre o pecado e a morte, os Nele são feitos justos diante de Deus (Rom. 8:1,2).
Verdadeiramente, a obra salvadora de Cristo foi penal “por nós”.
A obra de Cristo “por nós” foi sacrificial (I Cor. 5:7, “...Cristo, nossa páscoa, foi
sacrificado por nós”). Cristo foi a expiação do próprio pecado (Isaías 53:10) e, isso,
voluntariamente (João 10:18; Heb. 7:27). Cristo fez essa obra sacrificial como o Pai propus
(Rom. 3:25) pela obra do Espírito Santo (Heb. 9:14; Isaías 61:1). Essa obra sacrificial de
Cristo foi uma obra redentora, uma compra de um rebanho em particular com Seu próprio
sangue (Atos 20:28; I Cor. 6:19,20). Também foi uma obra sacrificial como sacerdotal.
Como os sacerdotes no Velho Testamento ministravam diante de Deus para homens em
particular, Cristo ministrou diante de Deus para todo os Seus (Heb. 9:11-15, 25-28; 10:12-
18). Não há dúvida nenhuma que a obra de Cristo como salvador “por nós” foi sacrificial.
Portanto, todos em Cristo são feitos, mais cedo ou mais tarde, justos diante de Deus.
A todos os homens (sem a exceção de nenhum) deve ser declarado publicamente e
zelosamente a mensagem do Evangelho que Cristo é o Salvador de todos os pecadores
arrependidos e crentes Nele (João 3:16). Portanto, se você é convencido dos seus pecados
e entenda que merece a ira e o julgamento de Deus, a mensagem é: Venha a Deus pela fé
na obra completa de Cristo. Por Cristo, Deus é grande em perdoar (Isaías 55:7). Venham,
tome de graça da água da vida, todos que querem (Apoc. 22:18), todos que tenham sede
(Isaías 55:1-3), e, todos que sejam oprimidos e cansados dos seus pecados (Mat. 11:28-30).
6.4. Objeções
Existem as pessoas que querem dizer que Cristo morreu por todo e qualquer
homem no mundo sem uma exceção de nenhum. Creio que há versículos que
aparentemente ensinem essas doutrinas. Todavia, se o que eles aparentem for correto,
todos os versículos já citados como prova que Cristo veio morrer e salvar por alguns em
particular, ficarão sem explicação alguma. Os versículos que aparentam a fornecer um
entendimento para uma expiação geral para todo a humanidade por Cristo podem ser
entendidos melhor se o contexto de cada um fosse levado em consideração e não apensas
o que aparentam a ensinar.
II Pedro 3:9 é um versículo usado geralmente para provar que Deus quer que todos
os homens de todo lugar no mundo e todos os tempos venham ao arrependimento. Se o
próprio versículo fosse lido com calma e sem uma emoção exaltada, seria entendido por
quem Deus é desejoso. O desejo de Deus é para “conosco”, os a quem Pedro escreve a sua
epístola (“aos que igualmente alcançaram fé igualmente preciosa”, II Pedro 1:1). São estes
em particular que Deus não quer perder e pelos quais Ele é desejoso que venham ao
arrependimento.
Adicionalmente, com II Pedro 3:9, podemos estabelecer o fato que a palavra “todos”
não significa a absoluta totalidade das pessoas que podem existir. Existe na definição da
pronome indefinido “tudo” no Dicionário Eletrônico Aurélio o sentido: 4. Todas as pessoas
de quem se trata; todos: “e os amigos sem nome (tantos), / em alegria companheira, /
tudo se junta, oferecendo-se, / numa rosa, a Manuel Bandeira.” (Carlos Drummond de
Andrade, José & Outros, p. 111). Os léxicos do grego permitem a mesma (#3956,
individualmente, cada um, ou, coletivamente, uns de todos, Strong’s). Esse sentido cabe
bem com o “todos” de II Pedro 3:9. O “todos” trata com os “alguns” que tem ligação com
aqueles representados com o pronome “conosco”. Quer dizer, Deus tem os Seus entre
quais alguns são salvos já e outros que ainda não são. Os que ainda não são, Deus não quer
que nenhum destes se percam senão que todos destes venham a arrepender-se.
O versículo I João 2:1,2 que parece enfatizar uma expiação geral, em verdade não
ensina isso. O apóstolo João está escrevendo aos judeus e ele relata a verdade que a
salvação por Cristo não é somente entre os judeus mas para os de “todo o mundo”. Quer
dizer: os gentios podem ser salvos também. O apóstolo João, pela revelação em
Apocalipse, revela que de “todo o mundo” há salvação, sim, ‘uns de todos’ (Strong’s) ou,
quer dizer, “homens de toda tribo, e língua, e povo, e nação” (Apoc. 5:9). O versículo
Romanos 3:9, usa os dois, “tantos judeus como gregos” no sentido de “todos” da mesma
forma de I João 2:1,2. Na verdade, poucas são as vezes, entre as 1,234 usos da palavra
‘todos’ no Novo Testamento (#3956 no Strong’s, Concordância Fiel), que a palavra “todos”
significa a totalidade das pessoas. Geralmente o próprio texto torna evidente a sua
limitação.
João 3:16 é um outro versículo usado por muitos para estabelecer o pensamento que
Deus ama igualmente todos os homens e se empenha de igual forma a salvar todos eles de
igual forma. Essa premissa fundamenta-se na suposição que quando a palavra “mundo” é
usada, quer significar ‘todo mundo’ sem a exceção de nenhuma pessoa. Uma consideração
de João 1:10 revelará três maneiras diferentes de usar essa única palavra (o “mundo” na
terra em oposição ao céu; o “mundo” como o universo; o “mundo” apontando aos homens
que não creram nEle). A palavra “mundo” pode ser usada para representar o universo
(Atos 17:24), a terra (João 13;1; Efés. 1:4), o sistema mundano (João 12:31; I João 5:19),
toda da raça humana (Rom. 3:19), toda a humanidade exceto os crentes (João 5:24; 15:18;
Rom. 3:6), e os gentios em contraste com os judeus (Rom. 11:12). A palavra “mundo”
também pode ser usada para representar os crentes (João 1:29; 3:16,17; 6:33; 12:47; I Cor.
4:9; II Cor. 5:19). Portanto, quando a palavra “mundo” for aplicada para ensinar a doutrina,
deve ser levado em consideração esses usos também. O estudo bíblico não deve ser
baseado numa suposição criada da lógica humana.
Em resumo, é necessário lembrar o que a doutrina declarada pelas palavras “eleição”
e os seus derivativos, juntamente com as evidencias múltiplas e bíblicas que apontam à
uma expiação particular ensinem quando é determinado o significados das palavras
“todos” e “todo o mundo”. Com estudo bíblico será entendido que Cristo, que não
conheceu pecado, foi feito pecado por todos quem o Pai anteriormente deu a Cristo, e
somente estes.
“seus” que ainda não nasceram pois “todo o que o Pai” tem dado a Cristo “virá a Mim”
(João 6:37, 39; 17:2; Mat. 24:24).
Que Deus tenha misericórdia dos Seus a trazer todos os Seus elegidos à salvação por
Cristo (II Tess. 2:13). É o nosso desejo e oração que estes mesmos creiam e sejam trazidos
a tais posições de benção espiritual em lugares celestiais por Cristo. Também é o nosso
desejo que todos estes salvos vivam em todo o santo trato e piedade diante de um mundo
em trevas por ter tal salvação (II Tim. 2:19).
AULA
07
7- A CHAMADA DA SALVAÇÃO
I Pedro 1:20, “O qual, na verdade, em outro tempo foi conhecido, ainda antes da
fundação do mundo, mas manifestado nestes últimos tempos por amor de vós”.
O fato que Cristo, o Filho de Deus, tornou-se homem, representando os eleitos, no
lugar deles, com a própria pena que recairiria sobre eles, e dando a Sua vida em sacrifício
por eles não faz que estes sejam automaticamente salvos. Estes têm um “tempo de amor”
que particularmente aconteça em seu tempo oportuno segundo o calendário divino
(Ezequiel 16:8). Os por quem Cristo morreu precisam de ser trazidos ao ouvir a mensagem
de Cristo, terem os corações vivificados para que possam entender a mensagem e eles
necessitam receber a fé para que possam crer em tal Salvador eficaz que é apresentado
pelo Evangelho. O processo que transforma o eleito em um ouvinte com entendimento e
fé será tratado nessa seção do estudo: os Meios que Deus usa, ou A Chamada à Salvação.
É fato que os eleitos de Deus serão chamados (Rom. 8:29,30). Em ordem cronológica,
o que veio primeiro foi o conhecimento de Deus dos Seus que determinou a sua
predestinação. Seguindo dessa fase da obra da salvação vem a própria chamada de Deus
ao pecador elegido para que ele venha mesmo à salvação.
graça especial, que enviou Elias à viúva de Sarepta de Sidom e Eliseu ao lepra Naamã, o
siro (Luc. 4:25-27; I Reis 17:8-13; II Reis 5:1-17). Essa graça especial é gloriosamente notada
nos que Ele chama particularmente à salvação (Sal 65:4; Rom. 8:28,29; I Cor. 1:24; Gal.
1:15,16). Pela graça particular Deus escolheu a salvar os homens e não os anjos (II Pedro
2:4), a abençoar Israel em ser o Seu povo e não qualquer outra nação existente naquela
época (Gên. 12:1-3), a levar o evangelho a Macedônia e não a Ásia (Atos 16:6-10), aos
pobres e não aos ricos (Tiago 2:5), aos simples e não aos cultos (Mat. 11:25,26) e aos
demasiadamente ímpios e não aos justos (Mat. 21:32). A graça especial de Deus é sempre
eficaz em trazer todos os seus à salvação plena (João 6:44, “... e eu o ressuscitarei no
último dia”; 10:27, “As minhas ovelhas ouvem a minha voz, e elas me seguem;”; I João
4:19; Atos 13:48; Efés. 2:4-5, 8-9; II Tess. 2:13). Por Deus pensar favorável para com os
Seus antes de operar qualquer outra obra dEle, listamos a Sua graça primeira entre as
obras internas. Entendemos que somente os “seus” podem vir a Cristo (João 1:12,13; 6:44,
“Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não trouxer”; 6:65, “...ninguém pode
vir a mim, se por meu Pai não lhe for concedido.”) e estes venham por serem capacitados
pela Sua graça especial (II Cor. 3:5, “a nossa capacidade vem de Deus”; Gal. 1:15; Efés.
2:8,9). “O teu povo será mui voluntário no dia do teu poder;” (Sal 110:3)
D. A Graça Preveniente e a Providência. I Cor. 4:7, “Porque, quem te faz diferente?”;
Gal. 1:15, 16, “desde o ventre de minha mãe me separou”. A graça de Deus, além de ser
categorizada em comum ou especial, pode também ser listada como preveniente ou a
providência. A graça especial é pela qual Deus escolha os Seus. A graça preveniente e a
providência, em respeito ao assunto da salvação, são aspectos da graça pelas quais Deus
traz eficazmente os Seus a Ele.
A graça preveniente é aquela graça “que nos induz à prática do bem (falando-se da
graça divina) ou aquela que chega antes” (Dicionário Eletrônico Aurélio). A graça
preveniente é aquela forma da graça de Deus que é exercitada para com os eleitos
guardando-os de certos males e pecados antes e também depois que sejam salvos.
A providência é “A suprema sabedoria com que Deus conduz todas as coisas”
(Dicionário Eletrônico Aurélio). No assunto particular da salvação, é o exercício da graça
soberana que tem o aspecto específico de operar em particular com tudo ao redor dos
eleitos controlando todos os aspectos das suas vidas antes e depois da sua salvação,
segundo o eterno propósito de Deus. Ela influencia-os ao ponto que seja feita tudo o que é
necessário para que estes atendam voluntariamente à chamada de Deus com fé em Cristo
e que sejam obedientes à vontade de Deus continuamente até o último dia (Efés. 1:11; Fil.
1:6; 2:13).
Pela graça da providência, Abraão e Sara foram levados ao Egito, mas, foi pela graça
preveniente que as suas ações foram guardadas para não serem destruídos (Gên. 20:4-6).
José foi levado à casa de Faraó pela graça da providência usando a falta de entendimento
dos pais dos seus sonhos (Gên. 37:10), o inveja e a ira dos seus irmãos (Gên. 37:11, 18-25),
a mentira da mulher de Potifar (Gên. 39:13-20), o favor diante dos olhos do carcereiro-mor
(Gên. 39:21) e o esquecimento do copeiro-mor do rei (Gên. 40:21-23). Todavia, foi a graça
preveniente que guardou José de pecado com a mulher de Potifar (Gên. 39:2-12), do
desespero nos longos anos na prisão (Gên. 39:23) e é o que levou José a conhecer o
significado dos sonhos do rei (Gên. 41:16). Posteriormente, José deu testemunho que isso
tudo foi orquestrado pela mão de Deus (Gên. 45:5). A operação de Deus pela providência,
para os que tenham olhos para enxergar, é muito maior que qualquer milagre pois opera
nos milhões de acontecimentos diárias para trazer a Sua vontade eterna ser feita.
Podemos perceber a mão de Deus trazendo os seus à salvação pela graça da
providência nos casos do eunuco em Gaza (Atos 8:25-40), da Lídia (Atos 16:13-15) e do
próprio Apóstolo Paulo (Gal. 1:15,16; Atos 9:1-19). Porém foi a graça preveniente que fez o
eunuco desejar a ir a Jerusalém para a adoração, a Lídia querer estar onde a oração
costumava ser feita e fez Paulo considerar a pregação de Estêvão. A ação de Deus que
opera na vida de todos ao redor dos eleitos é chamada por alguns a ‘providência’ (Sal
136:5-12). A ação de Deus que restrinja as ações do próprio homem escolhido é chamada
por alguns a ‘graça preveniente’ (Sal 76:10).
Que a graça da providência opera na salvação é entendida por Paulo declarar que
desde a ventre da sua mãe ele foi separado e chamado pela graça (Gal. 1:15,16). Essa
separação foi segunda o propósito eterno de Deus mas feita pela providência em tempo. A
revelação do Filho de Deus ao Paulo aconteceu em tempo (Atos 9:1-6) assim como
aconteceu a sua chamada pública ao apostolado (Atos 13:1-3). Depois de muitas
experiências Paulo testemunha dizendo que tudo isso foi a graça que operou nele (I Cor.
15:10).
IMPORTANTE! A providência não opera em oposição da liberdade nata do homem
em fazer uma escolha qualquer nem cancela a sua responsabilidade pessoal quando
é exercitada a sua vontade (Gên. 2:17; Ezequiel 18:20, “a alma que pecar, essa
morrerá”; Gal. 6:7,8). O simples fato que Deus julga o homem pelas suas ações prova
que o homem é responsável por elas. “A providência é entendida na sua operação
quando são induzidas ações especificas ou o homem é colocado em situações que
influenciam ou controlam-no nas suas ações” (Boyce, p. 224, o uso de vespões - Êx.
23:28; profetas mentirosos - I Reis 22:20-22; a cólera do homem - Sal. 76:10; mãos de
injustos - Atos 2:23; os reis da terra - 4:27,28; Efés. 1:11, “opera todas as coisas
segunda a Sua vontade”; Fil. 2:13).
Se você estiver sem Cristo e deseja mesmo ser salvo Nele, peça que Deus te salva
pela Sua mão poderosa tendo misericórdia pela sua alma, levando-te a crer em Cristo Jesus
o único Salvador revelado pelas Escrituras. Verá que tal ação é a sua responsabilidade.
Verá também que a salvação é pela Sua graça. Venha já e provai a grandiosa graça de Deus
(Isaías 55:6-7)!
Em todos estes casos citados, se foi uma obra eficaz ou não, os pecadores foram
levados a serem conscientes da realidade terrível de uma eternidade sem Cristo. O ensinar
de Cristo ao coração é obra do Espírito Santo (João 14:26;15:26). Chamamos essa
consciência de uma realidade de juízo, a obra do despertamento.
Se você conhece essa obra de despertar no seu coração, peça que Deus seja
misericordioso em trazer você a confiar em Cristo e que te salva por Seu poder.
Se você já foi salvo, lembrai-lhe da misericórdia de Deus em vivificar-te pela Sua
graça. Louvai-O com uma vida santa de obediência da Palavra de Deus em amor pela
salvação. Seja uma testemunha limpa aos outros que ainda estão dormindo (Efés. 5:14).
B. A Iluminação. O pecado prenda nos laços do diabo (II Tim 2:26; Heb 3:13) e o
coração do homem é depravado (Jer. 17:9; Prov. 28:26). Por essas razões o pecador
precisa de ser iluminado ao perigo do pecado e da gravidade de uma eternidade sem
a salvação. É somente o Espírito Santo que provoca essa iluminação e nunca é produzido
pelos homens por mais sinceros ou bem intencionados que sejam. Os homens não elegidos
em geral podem receber um grau de iluminação ao ponto de serem movidos a temer as
conseqüências eternas do pecado (Atos 26:28; Heb 6:4-6; 10:20, 32, 33). Todavia são
somente os elegidos que são “renovados para o conhecimento” (Col. 3:10; Hebreus
10:38,39) ao ponto de serem capacitados a crerem no Evangelho (João 10:27; Atos 2:42,
“de bom grado receberam a palavra”; 13:48).
C. A Convicção. O despertar e a iluminação revelam o perigo do pecado, a convicção
aponta a causa do perigo. Quando assim o Espírito Santo opera nos Seus, o homem é
convencido do seu pecado, a justiça de Deus e o juízo de Deus sobre toda a impiedade
(João 16:8-11).
Pela obra eficaz e completa do Espírito Santo na convicção, os por ela atingidos,
reconhecem as suas culpas (Sal. 51:4; Luc. 15:18; 18:9-14; Atos 2:37, “compungiram-se em
seus corações” no grego #2660 furar completamente; agitar violentamente, Strong’s; Atos
16:29); deixam o seu egoísmo (Isaías 64:6; Luc. 18:9-14) e são guiados a crerem em Cristo
somente (II Cor. 7:10; Mar 9:24). Pode ser que os atingidos pela convicção não venham a
salvação (Atos 26:28; Mat. 19:21,22). Pode ser que essa obra da convicção não seja
agradável (Romanos 8:15), mas é necessária (Mat. 5:3-6).
D. A Regeneração. A regeneração é absolutamente necessária para a salvação (João
3:3,5). A mudança radical na alma do homem que capacita ele a entrar no reino de Deus é
o que chamamos a regeneração.
A Origem da Regeneração
o homem ter uma disposição nova para amar a verdade (Ezequiel 36:26; João 3:3, “aquele
que não nascer de novo não pode ver o reino de Deus.”)
Quando existe a obra do Espírito Santo de regeneração, existe uma nova natureza
que tanto deseja quanto pode ser santa e obediente a Deus por Jesus Cristo (Tito 3:5-7; Fil.
4:13; João 3:3-5) – Bancroft, p. 227. Essa mudança radical na alma do homem que capacita
ele a entrar no reino de Deus é o que chamamos a regeneração e ela é do Espírito Santo
somente. Você a tem?
Os Nomes da Regeneração
Essa obra instantânea do Espírito Santo que faz o eleito ter uma disposição santa tem
vários nomes pela Bíblia. É biblicamente chamada a regeneração (Tito 3:5), “nascer de
novo” (João 3:3) ou ser “nascido do Espírito” (João 3:6). Toda parte do homem é afeitada
pela regeneração. As afeições são renovada, a mente é iluminada para o entendimento do
reino espiritual e o estilo da vida passou a ser novo (II Cor. 5:17).
A Natureza da Regeneração
A natureza da regeneração é entendida pelas palavras bíblicas usadas para simbolizá-
la:
1. Criação – Efés. 2:10
2. Novo nascimento – João 3:3
3. Renovação – Col. 3:10
4. Nova natureza – II Cor. 5:17
5. Novo coração – Ezequiel 36:26
6. Ressurreição – Efés. 2:1,5
7. Uma árvore boa – Mat. 7:17
8. Resplendor com luz – II Cor. 4:6
9. As Leis de Cristo escritas no coração – Heb 8:10
10. Translado – Col. 1:13
O Fruto da Regeneração
O Espírito Santo faz uma nova disposição no coração do homem. Até este momento,
o homem é passivo.
Com a nova disposição no coração o homem torna a ser ativo. A nova naturezas
nascida pela obra do Espírito Santo evidencia-se. Chamamos as evidências dessa natureza
o “fruto” da regeneração. O fruto da regeneração é fé (I João 5:4,5; Heb 12:2; I Pedro 1:3),
arrependimento (II Tim 2:25), amor a Deus (I João 4:19), amor aos outros (I João 4:7; 3:14)
e a perseverança (Fil. 1:6; I João 5:4,5).
Cristo é o próprio Verbo que Deus usa para chamar os Seus eleitos à salvação (João
1:1,14; II Cor. 4:6). Cristo empregava a pregação de toda parte da Palavra de Deus no Seu
ministério publico (Mar 2:2, “e anunciava-lhes a palavra”; Luc. 5:1; 24:27, 44, “de mim
estava escrita na Lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos”; João 12:48, “a palavra que
vos tenho pregado”; 14:24, “a palavra que ouviste não é minha, mas do Pai que me
enviou.”; 15:3, “Vós já estais limpos, pela palavra que vos tenho falado.”). Como Cristo é
feito “Espírito vivificante” (I Cor. 15:45) Ele vivifica os Seus pela Palavra de Deus (I Pedro
1:23-25; Tiago 1:18). O exemplo do próprio Cristo em usar a Palavra de Deus na sua
evangelização é uma forte lição para nós.
Os discípulos nos dão exemplo do uso da Palavra de Deus também. Os discípulos
eram “ministros da Palavra” (Luc. 1:2) anunciando “o evangelho de Deus” em todo lugar
que foram (I Tess 2:2; Atos 8:4; 11:19; 14:7; 20:27, “todo o conselho de Deus”). Não foram
“palavras persuasivas de sabedoria humana” que componha o conteúdo das pregações (I
Cor. 2:4) mas a mensagem de Jesus Cristo “segundo as Escrituras” (I Cor. 2:1-5; 15:3-4). A
pregação da Palavra de Deus basta. Pela pregação da Palavra de Deus os discípulos
alvoroçaram o mundo (Atos 17:6), testemunharam-se de Cristo (Atos 1:8) e pelo o Espírito
Santo usando a Palavra pregada, todos quantos estavam ordenados para a vida eterna
creram (Atos 13:48). Se queremos ter o poder de Deus operando entre nós, devemos
restringir-nos ao uso exclusivo da Palavra de Deus. Ela é o poder de Deus para a salvação
(Romanos 1:16).
O mandamento de Cristo para que os seus preguem é prova que Deus quer usar a
pregação da Palavra de Deus na chamada dos seus eleitos à salvação. Cristo mandou os
seus a pregarem o evangelho a toda a criatura (Mat. 28:18-20, “vos tenho mandado” –
João 14:26; 15:15; Mar 16:15; Luc. 24:47). Essa comissão aos que formaram a igreja
primitiva é a comissão de todos os do mesmo tipo de igreja, que querem ser obedientes
ainda hoje (Mat. 28:20, “até a consumação dos séculos”; II Tim 2:2; 4:2-5). Devemos
sempre nos relembrar que Cristo é declarado pela pregação e é a pregação que Deus usa
para salvar os Seus (I Cor. 1:21-24; Tito 1:3). Não devemos pensar, nem um pouco, que são
nossas invenções, idéias, promoções ou transpirações que devemos aprimorar para a
declaração da Palavra de Deus, mas contrariamente é exclusivamente a pregação da
Palavra de Deus que somos mandados a pregar. Se quer ver os ‘seus’ virem a Cristo,
pregue a Palavra.
O raciocínio inspirado da Bíblia prova que Deus quer usar a pregação da Palavra de
Deus na chamada dos seus eleitos à salvação. É a palavra que testifica de Cristo (João 5:39)
e que leva a vida ao terreno antes preparado por Deus (Mat. 13:23; I Cor. 3:6). Não há fé
sem ouvir a Palavra de Deus (Romanos 10:13-14, 17; Efés. 1:13, “depois que ouvistes a
palavra da verdade”; Tiago 1:18). Quando o rico se interessava que os seus cinco irmãos
não viessem ao inferno, a Palavra de Deus foi dada como suficiente para isso (Luc. 16:29).
Ela é superior até de um ressuscitado voltando ao mundo (Luc. 16:30,31). Há uma
incumbência para pregarmos o evangelho, não somente pelo mandamento de Cristo, mas
pelo perigo pessoal e social da verdade ser encoberta se ela não for pregada (I Cor. 9:16; II
Cor. 4:3).
Os que querem usar a doutrina da eleição para não pregar aos que nunca ouviram
não estão manejando bem a palavra da verdade. A eleição não é salvação mas “para a
salvação” e essa salvação é pela fé na verdade que é apresentada pela Palavra de Deus (II
Tess 2:13, 14, “para o que pelo nosso evangelho vos chamou”; Romanos 10:13-14, “como
crerão naquele de quem não ouviram? e como ouvirão, se não há quem pregue?”). Não
precisamos entender como Deus usa a Sua Palavra para dar vida. Somente devemos
entender a nossa responsabilidade em prega-la a toda a criatura e pedir que Deus
nos dê o Seu crescimento por ela (I Cor. 3:6).
A oração dos Santos
É verdade que haja meios que funcionem somente em conjunto com os outros meios
e nunca sozinhos. A oração é assim. Ela é útil na aplicação pelo Espírito Santo da Palavra de
Deus pregada nos corações dos homens segundo a vontade de Deus. A oração é um meio
tão importante quanto necessário. É tanto uma obra divina quanto uma responsabilidade
do homem (Ezequiel 37:9,10).
A Bíblia claramente afirma que Deus usa as orações dos Seus santos na chamada dos
seus eleitos à salvação. A oração é útil na aplicação da Palavra de Deus ao coração dos que
Deus chama. Somos animados a orar pelo exemplo de Cristo e dos seus discípulos e pelos
mandamentos inspirados pelo Espírito Santo na Palavra de Deus. A oração nunca pode
mudar Deus pois Ele não muda (Malaquias 3:6; Tiago 1:17) mas ela verdadeiramente é um
meio eficaz que Deus estimula e usa para fazer a Sua vontade (Mat. 7:7-11; Luc. 18:1-8;
Efés. 1:11; Romanos 8:26).
O efeito que a oração tem como meio no chamamento dos eleitos à salvação é
entendido pelo uso de oração por Jesus. Mesmo que Jesus é Deus e portanto onisciente e
onipotente Ele freqüentemente foi encontrado na prática de oração. Nas suas orações Ele
expressava os desejos do Seu coração juntamente clamando que tudo seja segunda a
vontade do Pai (Mat. 26:39). Entre outras razões por orar Jesus também orava pelos que,
no momento da oração, não eram salvos. Ele orou pelos que iriam ouvir o Evangelho e
seriam salvos (João 17:9-11, 20, “E não rogo somente por estes, mas também por aqueles
que pela sua palavra hão de crer em mim;”). Se Jesus ocupava-se na oração intercedendo
pelos que naquele momento em qual Ele orava eram transgressores (Isaías 53:12; Hebreus
7:25), podemos ser animados a empregar tal meio também a orarmos pelos que amamos e
ainda não são salvos. Podemos sinceramente implorar pela salvação dos transgressores. Se
a oração não fosse um meio pelo qual Deus chama os seus eleitos a salvação não teria
propósito nenhum essa oração de Jesus por aqueles que ainda seriam convertidos pela
Palavra de Deus. Não sabemos quem são os eleitos mas sabemos que a oração é um meio
usado por Cristo a interceder pelos transgressores para que sejam salvos. Podemos ser
como Cristo quando empregamos este meio eficaz orando pela salvação dos
transgressores, de todos aqueles que o Pai deu a Cristo.
O uso de oração pelos discípulos nos ensina que Deus usa a oração dos santos para
chamar os seus eleitos à salvação. O apóstolo Paulo também ocupava-se no exercício deste
meio. Ele orou pelos incrédulos para que fossem salvos (Romanos 10:1-3, “Irmãos, o bom
desejo do meu coração e a oração a Deus por Israel é para sua salvação.”). Muitos destes
por quem Paulo orou não vieram a Cristo, mas a sua oração era correta mesmo assim. Não
foi somente um único apóstolo que praticava compaixão pela oração pelos incrédulos mas
também os irmãos em Coríntios se exercitaram na oração em prol dos recipientes do
evangelho. Os irmãos de Corinto foram agradecidos por Paulo pela ajuda que empregavam
em orar pelos ministros do Evangelho no seu trabalho de evangelização (II Cor. 1:11). As
suas participações na missão dele pela oração e sacrifício financeiro foram a esperança dos
missionários que muitos outros, que naquele momento não eram salvos, chegariam à fé. A
participação dos irmãos na obra missionaria pela ajuda dada pelas orações e ofertas
missionárias era uma esperança forte que novos convertidos dariam gratidão pelas suas
participações. Também entendemos que a ajuda no evangelismo que a oração da igreja
em Filipos trouxe, foi um estímulo ao apóstolo Paulo (Fil. 1:19). Entendendo a ajuda que a
oração foi para o Apóstolo Paulo e que motivava uma esperança viva que outros ainda
creriam em Cristo, podemos ser resolutos em orar pelo sucesso do evangelho. Nunca
devemos nos esquecer da verdade que diz: “a oração feita por um justo pode muito em
seus efeitos.” (Tiago 5:16). É um estímulo orar saber que pelas obras de pregação e de
oração tornemos a ser “cooperadores de Deus” (I Cor. 3:9).
Pela Bíblia ser a revelação perfeita de Deus, os que querem glorificar a Deus são
estimulados a obedecer os mandamentos dela. Os mandamentos aos santos a orarem
sem cessar (I Tess 5:17) e fazerem orações e intercessões por todos os homens (I Tim 2:1-
3) nos exemplificam a importância de oração na chamada dos eleitos à salvação. A igreja
em Tessalônica foi animada pela instrução a rogar pelos evangelistas no seu trabalho para
que a Palavra de Deus pregada tivesse efeito (II Tess 3:1). A mesma instrução foi dada aos
irmãos em Colossos (Col. 4:2-4). Se estes exemplos das instruções às igrejas neo-
testamentárias para que orassem pelo desempenho positivo do evangelho entre os
incrédulos foram incluídos na Bíblia, as igrejas hoje que querem ser iguais aquelas igrejas
podem receber instrução no seu dever de orar. Não seja displicente nas suas orações pelos
seus familiares, colegas e até pelos que se não conhece pessoalmente. Pode ser que as
suas orações sejam o instrumento que Deus usa para efeituar a fé na Sua Palavra no
coração de alguém para que venham a Cristo.
A Vida exemplar diante todos
A presença do Espírito Santo na vida do Cristão faz que ele seja uma testemunha
(Atos 1:8). Essa testemunha pode ser realizada em duas maneiras: na pregação da Palavra
de Deus, e, por uma vida diária em submissão à Palavra de Deus. Nem todos os Cristãos
são vocacionados pastores e doutores (Efés. 4:11; I Cor. 12:29), mas cada Cristão
indistintamente é uma testemunha de Cristo pela sua vida de obediência à Palavra de
Deus. Essa vida obediente à Palavra de Deus pode ser usada por Deus no chamamento do
Seu povo à salvação (II Cor. 2:14, “por meio de nós”).
Essa testemunha pela vida cristã no mundo é simbolizada biblicamente como sal e luz
(Mat. 5:13-16; Romanos 13:11-14). A utilidade da vida crista em conservar virtudes no
mundo é representada pelo sal (Mat. 5:13). O efeito de mostrar publicamente o poder de
Cristo sobre o pecado é manifesto pelo símbolo de luz (Mat. 5:14,15). Nisto somos
instruídos que a obediência à Palavra de Deus é útil e eficaz em testemunhar de Cristo. A
testemunha da Palavra de Deus pela vida do Cristão glorifica Deus “diante dos homens”
(Mat. 5:15,16; II Tess 1:11,12). Essa testemunha viva da Palavra de Deus é usada para
enfatizar o que diz as Escrituras de Cristo diante os não salvos. A vida pública do Cristão é
um meio que Deus usa para chamar o Seu povo a salvação. Portanto, “vede
prudentemente como andeis” (Efés. 5:13-16).
A importância de uma vida pública no chamamento dos pecadores à salvação é
reforçada pelo Apóstolo Pedro. No caso de mulheres cristãs tendo maridos não crentes,
estes podem ser ganhos a Cristo meramente pelo comportamento delas (I Pedro 3:1-4). A
vida casta, no temor de Deus, é um fator importante na evangelização e na chamada à
salvação destes maridos descrentes.
Deve ser enfatizada que não é isoladamente a moralidade ou a retidão da vida que é
a maior destaque nessa área. A moralidade e uma vida reta somente têm efeito positivo
quando representam submissão à Palavra de Deus. A própria Palavra de Deus é o meio
principal que Deus usa na chamada do Seu povo à salvação. Juntamente com a Palavra de
Deus, sem dúvida, a vida submissa à Palavra de Deus, prega alta e é usada por Deus na
chamada a salvação. É impossível separar a utilidade de uma vida em obediência da
Palavra de Deus da própria eficácia e poder das Escrituras. É indisputável o fato: se
vivermos a Palavra de Deus, Cristo é pregado; se não somos obedientes a Palavra de Deus,
Cristo não é pregado. Por causa dessa convivência de verdades, existem exortações
abundantes para que os Cristãos vigiem bem das suas testemunhas (João 13:35; 15:8;
Romanos 13:11-14; Fil. 2:15,16; I Pedro 2:11,12).
A sua vida pode ser a única Bíblia que muitos lêem. Viva em submissão constante à
Palavra de Deus, para que Cristo seja manifesto e Deus glorificado no mundo (I Pedro
4:14-19).
Entendendo que a origem da nossa fiel testemunha (Fil. 4:13), a oração eficaz, a obra
da regeneração (João 6:63) e a graça salvadora (II Tim 1:9) é Deus, podemos enfatizar que
aquele em quem tais obras são feitas, virão a Cristo verdadeiramente (João 6:37, “Todo o
que o Pai Me dá virá a Mim; ...”). Naqueles em que Deus opera as Suas obras com a
intenção de salvação manifestarão tais obras pelo arrependimento dos seus pecados e
pela fé em Cristo Jesus (Atos 13:48; Romanos 11:29).
Deus já te convenceu do seu pecado e da sua necessidade da misericórdia de Deus
para ser salvo? Já recebeu a Sua chamada a Cristo? Saiba que Cristo é o Salvador dos
pecadores (I Tim 1:16). Se ouça a chamada, venha se arrependendo dos seus pecados com
fé na pessoa de Cristo quem é revelado pelas Escrituras. Se está com sede e quer beber da
fonte da água da vida (Cristo), venha já (Isaías 55:1-3; Apoc 21:6; 22:17). Se os seus
pecados estão ti oprimindo, peça que Deus seja misericordioso em salvar mais um pecador
(Mat. 11:28-30). Verdadeiramente todos os que venham a Deus por Cristo serão atendidos
gloriosamente (João 6:35-37, “... e aquele que vem a Mim não terá fome ... nunca terá
sede ... de maneira nenhuma o lançarei fora.”). Deus é grande em perdoar (Isaías 55:6,7) e
a Sua palavra é pura (Prov. 30:6).
AULA
08
8- A SALVAÇÃO REALIZADA
A chamada particular efetivada pelos meios bíblicos tanto invisíveis (a graça e o
Espírito Santo) quanto visíveis (a Palavra de Deus, a oração e a vida exemplar) cumpra o
desígnio da vontade de Deus naqueles que Ele escolheu: a salvação eterna de uma alma.
Os termos bíblicos que descrevem a realização desse acontecimento são várias. Os
termos vários descrevem em detalhes maiores como a aquisição da salvação na alma do
pecador é realizada. Os termos são: a regeneração, a conversão que inclui o
arrependimento e a fé, a justificação, a adoção, a santificação e a glorificação. Não
incluímos nesta lista os outros termos associados com a salvação como a eleição ou a
predestinação. Não incluímos esses termos por essas obras de Deus não participarem do
ato do momento da salvação na alma. A eleição e predestinação verdadeiramente são
obras de Deus que precedem o ato da salvação. Contudo, estamos focalizando-nos não
naquele que precede a salvação da alma mas as obras de Deus no próprio ato da salvação
da alma. Tudo o que já estudamos até este ponto são preparativos “para a salvação” (II
Tess 2:13). Agora queremos entrar na realização gloriosa do ato dessa salvação na alma do
pecador.
Por causa de uma facilidade de confundirem tanto os termos quanto o que eles
significam, convém um entendimento particular de cada termo. Procuraremos colocar os
termos na ordem lógica que acontecem mesmo que essas obras acontecem
simultaneamente na realização da salvação.
A. A Regeneração (I Pedro 1:3). No aspecto divino, a regeneração logicamente vem
primeira na lista pois sem o pecador possuir uma nova natureza, o homem é impedido de
conhecer qualquer outra benção de Deus. É necessário a regeneração ser primeira no
processo da realização da salvação pois sem ela ninguém pode entrar no reino de Deus
(João 3:3-5). O homem natural é morto nos seus pecados e por isso não entenda nada
espiritual (I Cor. 2:14), não deseja nada de Deus (João 3:19; 5:40) e não pode agradar a
Deus em nada (Romanos 8:6-8). O homem pecador precisa receber vida espiritual para
cumprir as suas responsabilidades declaradas pela Palavra de Deus. Quem é vivificado são
os mortos (Efés. 2:1,5; Col. 2:13). Pelo fato de somente os filhos de Deus ter as outras
bênçãos de Deus (Romanos 8:16,17; Col. 2:13), a regeneração é primeira.
Pontos positivos e negativos que esclarecem a regeneração:
A regeneração não é eliminação da velha natureza. Pelo pecado habitar na
carne, a velha natureza existe enquanto o Cristão possui o tabernáculo de pó
chamado o corpo (Romanos 7:14-25; Gal. 5:17).
A conversão envolve a fé. Do Espírito Santo é a fé (Gal. 5:22). Os que crêem tem o
poder de crer que evidência que a fé é dada previamente por Deus (Fil. 2:13). O
poder que ressuscitou Cristo dos mortos é o mesmo poder que Deus opera nos
que crêem em Cristo (Efés. 1:19,20). Portanto, o poder de crer é antes da ação da
fé. Nisso entendemos que a conversão é causada pela obra divina de regeneração.
A conversão é um ressurreição espiritual. “A conversão está representada em Efés.
2:4-6 como uma ressurreição espiritual, que diz: ‘Mas Deus, que é riquíssimo em
misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou, estando nós ainda mortos
em nossas ofensas, nos vivificou juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e
nos ressuscitou juntamente com Ele e nos fez assentar nos lugares celestiais, em
Cristo Jesus;’. O ressuscitar aqui representa a conversão. Assim, a questão que
estamos considerando quanto é ao que é primeiro, o vivificar ou o ressuscitar. Não
pode haver dúvida razoável que o vivificar é o primeiro num sentido lógico.” (T. P.
Simmons, p. 339). Veja Col. 2:12.
A conversão envolve a ação de vir a Cristo. O que impede um pecador qualquer a
vir a Cristo é a sua condição de ser morto em pecado. Isso impede que ele queira
vir a Cristo (João 5:40). Por causa do pecador ser morto no pecado ele não vem a
luz mas odeia-a (João 3:19). O pecador não precisa de uma chance ou uma ajuda
geral de Deus, um pregador sorridente, um culto animado ou uma estória
emocional (João 8:43). Ele precisa nova vida para poder vir a Cristo com
arrependimento e a fé. É Deus Quem traz os Seus a Cristo, dando-os vida
(regeneração). Tendo vida, venham a ?Cristo (conversão). Se Ele não trouxer,
ninguém pode vir a Cristo (João 6:44, 65; 12:37-40). Pela conversão envolver a
ação de vir a Cristo, sabemos que Deus age antes em trazer os Seus em amor (Jer.
31:3).
esperança no futuro, ela é o meio pelo qual o Cristão torna mais e mais identificado com
Cristo no seu reino espiritual agora e no porvir” (Boyce, p. 385).
A fé é crença e confiança. É crença pois crê em fatos e em declarações ou a
sinceridade de uma pessoa. É confiança pois confia na veracidade do fato, da declaração
ou da pessoa. A crença está num fato, numa declaração ou numa pessoa, mas, a confiança
evidencia-se em tomar digno aquele fato, declaração ou pessoa como base das ações. O
fruto do Espírito Santo que é a fé faz que cremos em Deus por Cristo e confiamos na sua
palavra ao ponto que obedecemos ela.
Como tudo o que se diz evangélico não é da verdade, também toda e qualquer fé não
é a verdadeira. Existem imitações da fé verdadeira. Existe muita fé falsa. Há os que têm a
sua fé em espíritos, em idolatria, em filosofias, em sinais, em emoções, em coincidências,
na astrologia, etc. A fé verdadeira porém é dom de Deus (Efés. 2:8,9), pelo Espírito Santo
(Gal. 5:22) e é única (Efés. 4:5). As imitações da fé verdadeira incluem a fé histórica, a fé
intelectual, a fé implícita , e a fé temporária. Para melhorar nosso entendimento desse
fruto do Espírito Santo queremos examinar um pouquinho as imitações da fé verdadeira.
A fé histórica é uma simples crença que existiu um homem chamado Cristo
no passado. Os demônios crêem em Deus, sabem que ele existiu e existe,
mas esta crença não é salvadora (Tiago 2:19) pois não tem confiança nos
fatos. Em Atos 8:13-24 temos o caso de Simão, o mágico. Ele creu e foi
batizado, mas, com tempo, revelou que não tinha “parte nem sorte nesta
palavra” pois o seu coração não era reto diante de Deus. O mesmo pode ser
dito der Judas. Um soldado presente na hora da crucificação de Cristo foi
empolgado pelos fatos históricos e declarou: “que verdadeiramente este era
Filho de Deus” (Mat. 27:54). Esta poderia ser uma declaração baseada
somente na fé histórica. Há muitos hoje também que aceitem Cristo como
uma pessoa boa na história mas devemos entender que este tipo de fé não
tem valor salvador.
A fé intelectual é parecida com a fé histórica e com a fé verdadeira. A fé
intelectual reconhece que os fatos bíblicos são verdadeiros. A fé intelectual
não tem dúvida que Cristo nasceu de uma virgem, era o Filho de Deus,
morreu no lugar dos pecadores, ressuscitou, foi ao céu e voltará novamente à
terra pois a Bíblia manifesta estes fatos e tudo é lógico. As multidões clamava
na ocasião da entrada de Cristo em Jerusalém: “Hosana ao filho de Davi;
bendito o que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas!” (Mat. 21:1-11).
Porém, quando foi crucificado Cristo “todo o povo” disse: “o seu sangue caia
sobre nós e sobre nossos filhos.” (Mat. 27:25). Aparentemente a fé da
multidão era uma crença intelectual somente, pois, se fosse uma fé
inteiramente nas Suas palavras para tudo que precisa para ser apresentado o
agradável diante de Deus. É manifesta por um arrependimento e repúdio ao
pecado e um amor por tudo que agrada o Salvador.
o A fé verdadeira tem o pai, na qualidade de Deus, como objetivo
dela. Crê e confia que Deus é santo e um juiz justo que julgará o
mundo por Jesus Cristo (Atos 17:31). Sabe e espera na sua
misericórdia e amor manifestos no seu Filho (Romanos 5:8). A fé
verdadeira tem na confiança que Deus pode e vai assegurar a
salvação final do Seu povo (Fil. 1:6; I Pedro 1:5).
o A fé verdadeira tem Deus, na qualidade de Pai, o seu alvo. A
verdadeira fé descansa no Pai que nos amou primeiro (II Tess
2:16; I João 4:19) e nos adotou como filhos (I João 3:1,2;
Romanos 8:17). A fé verdadeira põe a sua confiança no Pai como
Aquele que nos deu a graça (Tiago 1:17) e grandíssimas e
preciosas promessas (II Pedro 1:4; II Cor. 1:20).
o A fé verdadeira tem a pessoa e obra de Cristo como o seu alvo. A
fé verdadeira tem por certo a divindade de Cristo (Atos 8:37,
“creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus”) sem esquecer que
Cristo também é homem e nos representou completamente
levando em Si os nossos pecados na Sua morte para nossa
salvação (II Cor. 5:21). A fé verdadeira aceita completamente o
desejo amoroso de Cristo que pecadores arrependidos venham a
Ele para o seu descanso espiritual (Mat. 11:28-30).
o A fé verdadeira olha a Cristo (Isaías 45:22; João 3:14,15), venha a
Cristo (Isaías 55:1; Mat. 11: 28; João 6:37, 44, 45, 65), ponha o
seu refúgio nEle (Hebreus 6:18), come e bebe dEle (João 6:51-58)
e recebe Ele (Col. 2:6).
o A fé verdadeira tem evidências importantes. Essas evidências de
uma fé verdadeira incluem a purificação do coração (Atos 15:9,
“purificado seus corações pela fé”; Mat. 5:8, “Bem aventurado os
limpos de coração”; I Pedro 1:22). O coração onde reside a fé
verdadeira se limpa de todos os seus ídolos impuros para servir o
Santo (I Tess 1:9, “e como dos ídolos dos convertestes a Deus,
para servir o Deus vivo e verdadeiro”); obediência em amor (Gal.
5:6, “à fé que opera pelo amor”). Pela fé verdadeira o cristão
agrada Deus, resiste e o diabo e mortifica a carne, tudo isso não
como um pesado mandamento mas, pelo amor (I João 5:3,
salvação e falamos da parte delas chamada justificação tratamos dessa posição judicial do
pecador convertido diante do tribunal divino (Atos 13:38, 39).
O significado da justificação é a absolvição de culpa do pecador regenerado e
convertido. É a libertação do poder do pecado e da sua condenação pela graça e
da vontade de Deus por Cristo (William Rogers). É “o meio pelo qual o pecador é
aceito por Deus” (Abraham Booth, Reign of Grace, citado por A. W. Pink).
O autor dessa justificação é Deus (Romanos 8:33, “... É Deus quem os justifica.”;
3:24-26, “Sua justiça ... para que Ele seja justo e justificador ...”; 1:17; Tiago 1:17,
“Toda a boa dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes
...”). A obra da justificação é uma obra da trindade. O Pai decretou o meio e o
método (Romanos 3:22, “a justiça de Deus”; II Cor. 5:19, “... Deus estava em Cristo
reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados; ...”). O Filho
é o mediador da justificação (I Cor. 6:11, “ ... Mas haveis sido justificados em nome
do senhor Jesus ...”Fil. 3:9, “não tendo a minha justiça que vem da lei, mas a que
vem pela fé em Cristo ...”). O Espírito Santo é quem faz a obra de convencer da
justiça e de revelar Cristo. Ele traz a fé pela qual o cristão é justificado (I Cor. 6:11,
“ ... Mas haveis sido justificado ... pelo Espírito do nosso Deus”; João 16:8, “E,
quando ele vier, com vencerá o mundo do pecado, e da justiça e do juízo.”).
Observando biblicamente quem é o autor da justificação podemos entender
claramente que a justificação não vem de homem algum.
Os alvos da justificação são os pecadores. São os condenados que precisam ser
declarados justos diante de Deus (Mat. 9:12, 13, “... Não necessitem de médico os
sãos, mas, sim, os doentes ... Eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao
arrependimento.”). O juízo veio sobre todos os homens para a condenação, assim
também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homem para a
justificação de vida (Romanos 5:18). Os que confiam em si mesmos, crendo que
são justos pela suas obras de justiça não são os que são verdadeiramente
justificados, porém, os que reconhecem o principal dos pecadores (Luc. 18:9-14.
“Ó Deus, tem misericórdia de mim, pecador! ... Este desceu justificado para sua
casa ...”; I Tim 1:15, “Cristo Jesus veio ao mundo, para salvar os pecadores, dos
quais eu sou o principal”). Os alvos da justificação são os pecadores que são
predestinados e chamados por Deus (Romanos 8:30). Se queremos ser justificados
diante de Deus entendemos que não é necessário apresentá-lO a nossa própria
justiça ,mas, como pecadores buscar Sua justificação.
A natureza dessa justificação é maravilhosa. A justificação do pecador diante do
tribunal de Deus não é um processo, como é a chamada para a salvação ou a
alimentada pela Palavra de Deus (I Pedro 2:2), e pelo Espírito (Efés. 3:16), e pela qual o
santificado “vê” Deus (Mat. 5:8). Pela santificação o Cristão é feito santo imediatamente,
em sua natureza, diante de Deus.
Diante dos Homens. Diante de Deus, o salvo não têm mais maldição, porém, diante
dos homens, o cristão cresce na santificação (Prov. 4:18, “mas a vereda do justos é como a
luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito”). Para entender melhor a
santificação diante dos homens convém entender o que ela não é em comparação ao que
é.
Devemos entender que esta santificação diante dos homens, não é o
melhoramento da carne. Mesmo que haja no processo da santificação diante dos
homens uma manifestação cada vez menor da carne, a própria carne não melhora. A
carne sempre tem o pecado habitando nela (Romanos 7:14-24). A carne sempre cobiça
contra o Espírito (Gal. 5:17). O pecado da carne manifesta-se, mas, pela santificação,
aprendemos a morrer à carne, porém a carne nunca fica livre do pecado. A impiedade
essencial da carne é sempre latente (Simmons, p. 365).
A santificação diante dos homens também não é uma a eliminação gradual do
pecado na alma. Moralmente, o cristão já é puro diante de Deus alegrando-se, pelo
homem interior, na lei de Deus (Romanos 7:22). A alma não tem mais pecado pois ela foi
salva pelo sacrifício suficiente de Cristo. É a carne que continua com o pecado.
O processo da santificação diante dos homens também não é a interrupção total
dos ataques de Satanás. Enquanto Satanás viver, ele lutará contra tudo o que está em
prol da glória de Deus. Temos que ainda lutar “contra os principados, contra as potestades,
contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos
lugares celestiais” (Efés. 6:12; I Pedro 5:8, “o diabo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem possa tragar;”). Pela santificação não tornamos
um alvo menos importante ao Satanás. Pode ser que o contrário é verdadeiro.
O processo da santificação diante dos homens é a alma do cristão fortalecendo-se
mais na santidade. Hebreus 10:14, “pelo conhecimento renova ... segunda a imagem
daquele que a criou” (Col. 3:10). A alma fortalecendo-se mais e mais na santificação, o
propósito da salvação de conformar nos a imagem de Cristo (Romanos 8:29), é atingido.
Pela santificação somos mais e mais vistos como “irmãos” de Cristo (Hebreus 2:11).
Santificação diante dos homens é prática. O processo da santificação acontece no
interior do cristão pelo Espírito Santo mas se revela externamente diante do mundo pela
vida cristã do cristão. A santificação exterioriza-se na pregação de Cristo pelo viver da vida
cristã publicamente (Hebreus 12:14, “Segui a paz com todos, e a santificação, sem a qual
ninguém verá o senhor;”; Mat. 5:14-16, “Vós sois o sal da terra; ... Vós sois a luz do mundo;
... Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras
e glorifiquem o vosso Pai, que está nos céus”). A santificação diante dos homens não é
uma opção mas uma conseqüência normal daquela nova natureza nascida no cristão.
A santificação diante dos homem é experimental. O próprio cristão reconhece a obra
da santificação na sua vida. O próprio cristão nota as mudanças nos seus desejos para com
Deus, à Palavra de Deus, à oração, à santidade e à obediência (II Cor. 3:18, “Mas todos nós,
com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória de Deus, somos transformados
de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor”; Romanos 1:17,
“porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: o justo ou
viverá da fé”). O Cristão não pensa que já alcançou toda a perfeição mas reconheça que
felizmente não é o que era e ainda deseja mudar mais (Fil. 3:12-14).
A santificação diante dos homens é incompleta. O cristão sempre crescerá até o dia
perfeito onde não há mais pecado presente, ou seja no céu (Prov. 4:18; Fil. 3:12). Nesta
vida terrestre, com o pecado na carne e mesmo com uma crescente manifestação na vida
da nova natureza com as suas vitórias sobre a carne, nunca chegaremos à perfeição
completa. Essa perfeição completa-se somente na glorificação.
Os Meios da Santificação
Diante de Deus. A santificação diante de Deus vem por Deus mesmo. “Toda a boa
dádiva e todo o dom perfeito vem do alto, descendo do Pai das luzes” (Tiago 1:17). Foi
Deus que começou a boa obra em nós (Fil. 1:6; Efés. 1:3).
A santificação diante de Deus vem pela obra do Espírito Santo. (I Cor. 6:11; II
Tess 2:13; I Pedro 1:2).
A santificação diante de Deus tem a morte de Cristo como base pela qual o
Espírito Santo opera (I Cor. 6:11; Gal. 3:13; Apoc 1:5; 7:14).
A santificação diante de Deus tem a fé como o meio pelo qual a alma se purifica
(Atos 15:9; 26:18; I Pedro 1:22).
A santificação diante de Deus tem na Palavra de Deus um meio pelo qual a fé
opera (Romanos 10:17).
Diante dos Homens. A santificação do cristão diante dos homens vem de Deus
(João 17:17; I Tess 5:23).
A santificação diante dos homens vem pela obra do Espírito Santo (Romanos
15:16). Ele nos guia (Romanos 8:14), nos transforma (Romanos 12:2; II Cor. 2:18),
nos fortifica (Efés. 3:16), e, faz-nos ter o fruto que agrada Deus (Gal. 5:22).
A santificação diante dos homens tem a vitória de Cristo sobre o pecado, a morte
e sobre Satanás como a base pela qual o Espírito Santo opera (I Cor. 6:11; 15:55-
57; Gal. 3:13; Apoc 1:5; 7:14).
A santificação diante dos homens tem a Palavra de Deus como instrumento que
Espírito Santo usa (João 17:17). A Palavra de Deus promove a obediência, previne e
purifica-nos do pecado, nos reprova do pecado e causa-nos a crescer na graça (I
Tim 3:16,17; Sal. 119:9, 11, 34, 43, 44, 50, 93, 104; Hebreus 5:12-14; I Pedro 2:2).
A santificação diante dos homem tem a fé como meio pelo qual a palavra de Deus
é eficiente (Gal. 5:22; Romanos 10:17).
A santificação diante dos homem tem a nossa própria obediência como meio
para nos santificar (Romanos 6:19). Como o exercício físico desenvolve o apetite
para o alimento, pelo qual recebemos os elementos para produzir crescimento, o
exercício espiritual desenvolve apetite para a Palavra de Deus, pela qual
recebemos os elementos para o crescimento na graça (Sal. 1:2,3). A nossa
obediência envolve a oração, a freqüência à igreja onde Deus tem o Seu ministério
pelo seus ministrantes (Efés. 4:11,12), a observação das ordenanças do batismo e
da ceia, o castigo e também as providências de Deus (a tribulação, a nossa
personalidade, os nossos relacionamentos, as circunstâncias da vida, etc.). Essas
coisas promovem a nossa santificação diante dos homens, não porque eles em si
têm uma virtude, mas, como os outros meios, trazem-nos ao encontro com a
verdade divina. Estando na presença do Divino somos fortalecidos a termos uma
apreciação elevada de Deus e uma obediência mais completa. Essas atividades
mostram as glórias de Deus em Cristo pela nossa vida. Deve ser lembrado: Os atos
da obediência não têm graça neles separadamente, mas são meios pelo qual
conhecemos Deus melhor, e conhecendo Ele melhor, somos santificados diante
dos homens.
Os Frutos da Santificação
A santificação do cristão não é algo estático ou neutro. A santificação produz
evidências no interior do próprio cristão e também exteriormente diante o mundo.
A santificação na vida do cristão produz interiormente uma consciência real da
impureza latente na carne. Muitos são os santos na Bíblia que lamentaram da sua
impiedade mostrando-nos a realidade que mais santo que sejamos mais impuros sentimos
(Jó 38:1,2; 40:3,4; 42:5,6; Isaías 6:3-5; Efés. 3:8; Fil. 3:12-15).
A santificação na vida do cristão produz interiormente um desgosto crescente ao
pecado. Com o processo da santificação, o cristão torna mais e mais como Cristo. Aquilo
que o senhor odeia, o cristão santificado também odeia. Por isso o cristão odeia olhos
altivos, a língua mentirosa, as mãos que derramam sangue inocente, o coração que
máquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal, a testemunha
falsa que profere mentiras, e aquele que semeia contendas entre irmãos (Prov. 6:16-19;
Zac 8:17). Pelo processo da santificação o cristão cresce mais no temor de Deus. O temor
de Deus odeia o mal, a soberba e a arrogância, o mau caminho e a boca perversa (Prov.
8:13). Tanto mais que somos como Cristo mais odiemos o mal (Sal. 97:10). O crescimento
no entendimento dos mandamentos do Senhor Deus faz que o cristão desgoste qualquer
evidência de falso caminho (Sal. 119:104). Com a santificação, o cristão vê o pecado
verdadeiramente pelo que é: inimizade contra Deus (Romanos 8:6; I João 3:4).
A santificação na vida do cristão produz interiormente um crescimento na graça e
num aprecio maior das coisas celestiais (Prov. 4:18; Sal. 119:101-113). Aquilo que Deus
ama, o cristão santificado ama também. Por isso ele imerge-se mais e mais na oração, na
Palavra de Deus, nos cultos públicos de adoração, na conformidade a Cristo no lar, nos
pensamentos, nos estudos, no emprego, e na vida particular. Verdadeiramente o padrão
moral de Deus é o que o cristão santificado ama mais continuamente (Sal. 119:113, “amo a
tua lei”).
A santificação na vida do cristão produz boas obras exteriormente diante do
mundo (Efés. 2:10). Com uma nova natureza, o cristão torna-se a ser o sal da terra e a luz
do mundo pelas suas boas obras (Mat. 5:13-16). Essas obras são boas, não por causa da
sinceridade do cristão mas porque elas venham do coração regenerado (Mat. 12:33;
7:17,18; João 15:5); de amor para realizar a vontade de Deus (Deut 6:2; I Sam 15:22; João
14:15; I João 5:3); de desejo de glorificar somente a Deus (João 15:8; Romanos 12:1; I Cor.
10:31; Col. 3:17,23); de um coração cheio de gratidão (I Cor. 6:20; Hebreus 13:15) e, de
uma fé verdadeira (Tiago 2:14,17,20-22). Como o cristão, quando ainda estava na carne,
usou os seus membros para toda a imundícia, agora, com a nova natureza, usa os seus
membros para servir à justiça para santificação (Romanos 6:19; 12:1,2).
Reconhecendo que os frutos da santificação são muito além do que o homem pode
produzir pelos esforços da carne, convém que a nossa espiritualidade seja examinada e
provada pelo Senhor (Sal. 26:2; 139:23,24; II Cor. 13:5). Ai de nós se somos satisfeitos com
aquilo que só agrada aos homens.
O Perfeccionismo
Há muitos que crêem que o cristão pode ser santificado diante dos homens nesta
vida terrestre ao ponto de não ter mais pecado nenhum nas suas vidas. Os católicos, os
pentecostais, os Wesleyanos, os Quakers, entre outros, crêem dessa forma (Berkhof).
Os que preguem o perfeccionismo crêem que Deus quer que o cristão seja perfeito
pois Ele mandou os Seus à perfeição (I Pedro 1:16; Mat. 5:48; Tiago 1:4) e, Ele nos dá o
perfeito exemplo de Cristo para nós seguimos (I Pedro 2:21). TODAVIA, por Deus pedir à
perfeição do cristão não quer dizer que o homem tem a capacidade disso. A Lei de Moisés
foi dada por Deus e pediu obediência perfeita mesmo quando a carne era fraca pelo
pecado para obedecer completamente a Lei de Moisés (Romanos 7:12-24; Atos 15:10). A
Lei de Moisés foi dada ao homem ainda no seu pecado quando o homem não poderia
entender coisas espirituais (I Cor. 2:15) nem estava com a capacidade a agradar Deus
(Romanos 8:8). Por Deus pedir à perfeição do homem revela o desejo de Deus para o
homem, não a capacidade do homem para com Deus. O que é destacado pelos
mandamentos bíblicos para o homem ser perfeito é a sua responsabilidade viver uma vida
reta, não a sua capacidade de viver tal vida.
Os que preguem o perfeccionismo crêem que o perfeccionismo é possível pois a
santidade e a perfeição são atributos dos cristãos nas Escrituras (Cantares 4:7; I Cor.
2:6; II Cor. 5:17; Efés. 5:27; Hebreus 5:14; Fil. 4:13; Col. 2:10). TODAVIA, a santidade e a
perfeição não sempre querem significar que o cristão seja sem nenhum pecado. Como
temos visto já na definição da palavra santificação, a santificação pode significar
meramente separação para o serviço de Deus. Essa separação pode ser dias (Gên. 2:3),
moveis ( Êx. 40:11), roupas (Lev 8:3), pessoas (Êx. 13:2; 19:10), sacrifícios (Êx. 29:27) ou
lugares (Êx. 19:23; 29:43) para o serviço de Deus. Pelas pessoas serem separadas para o
uso exclusivo do serviço a Deus não quer dizer que a vida moral delas era perfeita. A
verdade é: diante de Deus, por causa do sangue de Cristo pela operação do Espírito Santo,
o cristão é santo e perfeito, sem mancha ou ruga. Todavia, diante dos homens, o cristão
tem lutas com a carne (Gal. 5:17). O apóstolo Paulo usa a palavra “santos” para
referenciar-se aos cristãos (Fil. 1:1). Todavia, ele exorta os de fazer todos as coisas sem
murmurações ou contendas visando o desejo de Deus que os Seus vivam testemunhos
irrepreensíveis no mundo (Fil. 2:14,15). Se os cristãos já eram santíssimos, não seriam
exortados a serem fiéis (Fil. 3:16-21; Col. 2:1-8). A palavra “perfeição” pode também
significar: crescimento (I Cor. 2:6; Hebreus 5:14). Em este significado os santos devem zelar
para a perfeição, pois seu crescimento na imagem de Cristo é o alvo da salvação
(Romanos 8:29; II Pedro 3:18). A palavra “perfeição” pode também significar: ser prontos
ou preparados para o serviço (II Tim 3:17). Em este significado os santos devem zelar para
a perfeição amadurecidos na prontidão para viver por Ele.
Os que preguem o perfeccionismo crêem que a Bíblia mostram exemplos de santos
que eram perfeitos (Gên. 6:9; I Reis 15:14; Jó 1:1). TODAVIA, as próprias vidas destes
“santos” revelam imperfeições e fraquezas na fé (Noé, Gên. 9:20,21, “embebedou-se”; Rei
Asa, I Reis 15:14, “Os altos, porém, não foram tirados”; Jó, Jó 3:13, “amaldiçoou o seu
dia”). Aquele que Deus disse que era perfeito (Davi, I Reis 11:4) e os “santos” mais notáveis
na Bíblia caíram (Abraão, Gên. 12:13; Pedro, Mat. 26:69-75, Gal. 2:14), e alguns
gravíssimos (Davi, II Sam 11:3,4; Salomão, I Reis 11:2,3). Quando Deus olhou desde os céus
para o mundo para ver se havia algum que tivesse entendimento e buscasse a Deus, Ele viu
que não houve quem fizesse o bem, nem sequer um (Sal. 14:2,3; Romanos 3:10). É uma
verdade que não há ninguém que não peca (I João 1:8; Ecl. 7:20; I Reis 8:46). Quando o
Cristão morre, ele semeia o seu corpo “em corrupção”, ignomínia e fraqueza como
qualquer outro homem (I Cor. 15:42-44). Todos os cristãos reconhecem o fato:
“tropeçamos em muitas coisas” (Tiago 3:2: Prov. 4:18) e são instruídos a confessarem os
seu pecados (I João 1:8). Por causa dos santos terem imperfeições, tropeços e pecados, são
disciplinados com a correção de Deus, da qual não teriam se foram já perfeito sem
nenhum pecado (Hebreus 12:5-11 Deve ser notado que a correção não produz uma vida
sem pecado, mas produz “um fruto pacífico de justiça”, ou seja, uma vida que vive menos
na carne e mais separada ao Senhor.
Os que preguem o perfeccionismo crêem que os “nascidas de Deus” não pecam (I
João 3:6-9; 5:18). TODAVIA, nessas passagens, as duas naturezas estão sendo
comparadas. Está sendo ensinado que a natureza nova não peca (I João 5:18) e que a
natureza velha ainda peca e vem do diabo (I João 3:8). Nessas passagens de I João, está
sendo ensinado que as duas naturezas continuem no Cristão. O diabo sempre continua
no pecado (João 8:44; I João 3:8), e o pecado ainda continua na carne do cristão (Romanos
7:18-24; Fil. 3:10-14). Deus sempre continua santo (Tiago 1:17; I João 5:18) e, pelo Espírito
Santo, habita no Cristão (I Cor. 6:19; Col. 1:27). No homem Cristão, o pecado habita nele e
faz ele pecar (Romanos 7:17,21,23). Pelos exemplos bíblicos das vidas dos cristãos (Jó
42:5,6; Sal. 51:1-4) e pelos ensinamentos de doutrina (Romanos 7:18-24; Gal. 5:17), somos
assegurados que existe uma luta constante entre estas duas naturezas e sabemos que o
cristão perde algumas das lutas (Berkhof, p. 539). Por isso o cristão é ensinado a confessar
os seus pecados (Mat. 6:12: I João 1:9) como esses santos confessaram (Jó 9:3,20; Sal.
32:5; 130:3; 143:2; Daniel 9:16; Romanos 7:14). A perfeição é uma realidade diante de
Deus por Cristo. Diante dos homens, nesta vida na terra, a perfeição absoluta é nosso alvo
supremo, e isso, para a glória de Deus.
Os que preguem o perfeccionismo inventaram a idéia que os pecados “involuntários”,
os movidos pelas emoções e desejos, não são pecados. Muitos querem ignorar as ações do
pecado pelo corpo culpando os outros, o seu passado, as circunstancias no seu presente
ou outra coisa qualquer, até as próprias emoções que temos. Como Adão e Eva
reconheceram as suas ações erradas e jogaram a culpa das ações em outros (Gên.
3:12,13), muitos querem fazer ainda hoje. TODAVIA, mesmo que Davi foi manipulado pelos
seus desejos pecaminosos a quebrar a lei, ele foi responsabilizado e culpado pessoalmente
pelas suas ações de adultério e de homicídio (II Sam 12:7, “Tu és este homem”).
Posteriormente, David lamentou seus atos e confessou que tinha pecado contra Deus
nessas coisas (Sal. 51:1-5). Jesus ensinou que os desejos e pensamentos não conducentes a
retidão, são pecado (Mat. 5:28). Devemos lembrar: Deus há de trazer a juízo toda a obra, e
tudo o que está encoberto, quer seja bom, quer seja mau (Ecl. 12:14; Apoc 20:12,13).
Se você desista de procurar um viver para a glória de Deus por pensar que nunca
chegará ao grau de viver resistindo pecado, ou, se você pensa é melhor viver no pecado
em vez de prosseguir para o alvo de glorificar o Salvador como Ele é digno de ser, você está
manifestando um atitude não Cristão. O verdadeiro convertido reconheça o fato do
pecado sempre presente, mas não desiste de participar na sua santificação por isso. O
verdadeiro Cristão é miserável por ter o pecado tão perto dele (Romanos 7:24). O
verdadeiro Cristão, quando vê que não alcançou a santificação desejada, prossegue para o
alvo, “pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fil. 3:13,14). Não
acomode-se com o pecado! Resiste ele! “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai
as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensar nas coisas
que são de cima, e não nas que são da terra; por que já estais mortos, e a vossa vida está
escondida com Cristo em Deus.” (Col. 3:1-3).
Pode ser que ainda não sejamos o que queremos ser, mas, graças a Deus não
somos o que éramos.
F. A Glorificação (Romanos 8:28,29). O fim glorioso de todo o processo da salvação é
para nós sermos feitos como Cristo para a glória de Deus (Romanos 8:28,29, “Para serem
conformes à imagem de Seu Filho”). Este fim inclui a realidade de termos vida eterna na
presença de Deus ao redor do trono (I Tess 4:17, “e assim estaremos sempre com o
Senhor”). Este fim inclui também a nossa habitação eternamente nas mansões celestiais
que estão sendo agora preparados (João 14:1-3). A realização desse maravilhoso fim da
salvação chama-se teologicamente: a glorificação.
A glorificação não é a presença somente da alma regenerada com Deus. A
glorificação trata também da ressurreição e a transformação do corpo mortal em corpo
imortal, o que é corruptível em incorruptibilidade, aquilo que é ignóbil em glória, aquilo
que é fraco em vigor, aquilo que é natural em espiritual (I Cor. 15:42-44). Pela doutrina da
glorificação tratar daquilo que é futuro, entendemos como classificar às passagens da
Bíblia que tratam da vida eterna como algo ainda a ser recebido no futuro (Mat. 25:46;
Mar 10:30; Tito 1:2;3:7, “em esperança da vida eterna”). Elas estão tratando dessa fase da
salvação chamada a glorificação.
Na morte terrestre, o cristão é livrado da presença do pecado. Porém o corpo dele
vê a corrupção, que é o fim do pecado (Romanos 6:23; Gên. 3:19). Quando a alma
despede-se do corpo na morte, a alma goza da presença de Deus imediatamente sem mais
lutar com o pecado (Luc. 23:43, “Em verdade te digo que hoje estarás comigo no Paraíso.”;
Apoc 14:13, “para que descansem dos seus trabalhos”; I Cor. 5:5, “o espírito seja salvo no
dia do Senhor Jesus”; II Cor. 5:6,8, “enquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do
Senhor ... desejamos antes deixar este corpo, para habitar com o Senhor.”). Todavia, na
ressurreição do corpo, a glorificação é completa, tanto da alma quanto do corpo. A
glorificação fala da redenção do corpo do cristão, ou na ocasião da sua ressurreição (I Cor.
15:52-56; I Tess 4:16) ou na ocasião do seu arrebatamento (I Tess 4:17).
Podemos comparar tudo que temos estudado até agora sobre a realização da
salvação de vários ângulos.
T. P. Simmons explica (p. 380-382):
A justificação fala da condição da alma do eleito salvo – Luc. 7:50; Efés. 2:8; II Tim
1:9; Tito 3:5. Este ângulo refere-se da salvação efetuada no tempo passado,
naquela hora que fomos salvos.
A santificação refere-se a condição da vida do eleito salvo – Fil. 2:12; Romanos
6:12-19; Gal. 2:19,20; II Cor. 3:18. Deste aspecto fala da salvação sendo efetuada
no tempo presente, nessa hora que vivemos agora.
A glorificação refere-se a condição do corpo do eleito salvo – Romanos 5:9,10;
6:22; 8:23,24; 13:11; I Cor. 5:5; Efés. 1:13,14; I Tess 5:8; Hebreus 9:28; 10:36; I
Pedro 1:5; I João 3:2,3. Deste aspecto da salvação fala do que será efetuado no
tempo futuro, daquela hora que estaremos presentes, corpo e alma, diante de
Deus no céu.
A. W. Pink explica (Doctrine of Salvation, p. 128-130):
Salvação do prazer do pecado é efetuada quando Cristo vem habitar no coração
do arrependido – Gal. 2:20, “Cristo vive em mim”; II Cor. 5:17, “Assim que, se
alguém está em Cristo, nova criatura é ... tudo se fez novo”. Com Cristo habitando
no coração do arrependido, o mau não é mais desejado, e, quando o mal aparecer,
faz o arrependido sentir miserável (Romanos 7:19,24). Esse ângulo da salvação
chama-se regeneração e mostra o milagre da graça.
Salvação da pena do pecado é efetuado por Cristo na sua morte de cruz – João
19:30, “Está consumado”. João 3:16, “não pereça”; Romanos 5:1, “Tendo assíduo,
pois, justificados pela fé, temos paz com Deus, por nosso senhor Jesus Cristo;”;
Romanos 8:1, “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em
Cristo Jesus”. Esse ângulo da salvação chama-se justificação e mostra a grandeza
da graça.
Cristo. Nessa condição, o salvo sendo como Cristo, glorificará Deus eternamente sem
barreiras nenhumas.
O proveito de estudar essa doutrina
Mesmo que não haja inúmeros versículos que tratam do assunto da glorificação pela
Palavra de Deus em relação a outras doutrinas, há bom proveito em estudar o que a
Palavra de Deus diz dessa doutrina.
Sabendo como será o glorioso fim de todos os salvos, a fé do Cristão é alimentada
(I Pedro 2:2, “para que por ele vades crescendo”).
Sabendo como será o futuro para o Cristão, a sua esperança é fortificada
(Romanos 5:2, “e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”; Romanos 8:23-
25, “em esperança fomos salvos”; Tito 1:2, “Em esperança da vida eterna”; 3:7).
Sabendo como Deus tratará eternamente e o cristão, imenso conforto é dado (I
Tess 4:17, “consolai-vos uns aos outros com estas palavras”; João 14:1, “Não se
turbe o vosso coração”).
Sabendo das glorias futuras em Cristo o amor do cristão para com Deus por Cristo
é amadurecido (I João 3:1, “Vede quão grande amor nos tem concedido o Pai, que
fôssemos chamados filhos de Deus.”; I João 4:19, “Nós o amamos a Ele porque Ele
nos amou primeiro.”).
Sabendo como será o glorioso fim das nossas lutas, a nossa responsabilidade de
santificar-nos nas lutas é lembrada (Romanos 13:11, “conhecendo o tempo, que já
é hora de despertar-nos do sono; porque a nossa salvação está mais perto de nós
do que quando aceitamos a fé.”; I João 3:3, “E qualquer que nEle têm nesta
esperança purifica-se a si mesmo, como também Ele é puro.”).
Sabendo do alvo glorioso de Deus para o cristão, a sua perseverança é estimulada
(Hebreus 12:1, “corramos com paciência a carreira que nos está proposta”).
“Todo o conselho de Deus” (Atos 20:27) inclui essa abençoada doutrina da
glorificação, dando uma forte razão de aproveitar um tempo estudando as bênçãos dessa
doutrina da glorificação.
Tenha o cuidado de examinar-se a si mesmo. Tenha certeza de que a sua esperança
de vida no além não esteja baseada na sua sinceridade intensa, numa religião qualquer,
numa obra boa de um homem estimado, ou numa confiança inteira em algo que Deus não
prometeu.
Deus se glorifica somente na pessoa e obra de Cristo. Arrependa-se dos seus pecados
e tenha a sua fé na obra de Cristo somente. Assim a sua fé estará segura eternamente
como Cristo é eterno.
AULA
09
Sal. 37:24-28, “ o SENHOR os sustém com a Sua mão ... Eles são preservados para
sempre”
Isaías 43:1-7, “não temas, pois, porque estou contigo”
Isaías 51:6”, “a minha salvação durará para sempre”
Mat. 24:24, “se possível fora”
João 3:16,36, “tem a vida eterna”
João 4:14, “nunca terá sede”
João 5:24, “não entrará em condenação”
João 6:37, “ de maneira nenhuma o lançarei fora”
João 10:27-29, “dou-lhes a vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as
arrebatará da minha mão”
Romanos 8:29,30, “os que dantes conheceu, ... a estes também glorificou”
Romanos 8:35-39, “estou certo de que nem alguma outra criatura nos poderá
separar do amor de Deus”
Romanos 11:29, “os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento”
I Cor. 1:8,9, “vos confirmará até ao fim”; “fiel é Deus ... chamado para a comunhão
do Seu filho Jesus Cristo nosso Senhor”
II Tess 3:3, “mas fiel é o Senhor, que vos confirmará, e guardará do maligno”
I Tess 5:24, “fiel é o que o chama, o qual também o fará”
I Pedro 1:3-5, “gerou de novo para ... uma herança incorruptível, incontaminável, e
que não se pode murchar, guardada nos céus para vós”
I João 5:2, 4,5, “tudo o que é nascido de Deus vence o mundo”
Judas 1:24, “poderoso para os guardar de tropeçar, e apresentar-vos
irrepreensíveis”
9.3. A Preservação Efetuada
A vitória da preservação não está no homem mas está em Cristo (I Cor. 15:57, “graças
a Deus que nos dá a vitória por nosso Senhor Jesus Cristo” II Cor. 2:14, “graças a Deus, que
sempre nos faz triunfar em Cristo”; II Cor. 12:9, “minha graça te basta”)
Deus opera a sua graça perseverante no seus filhos com meios divinos. Estes meios
são o Espírito Santo, a Palavra de Deus, a oração intercessora de Cristo, a correção, o
poder de Deus, o amor de Deus, a graça de Deus, a sabedoria de Deus, a imutabilidade de
Deus e as promessas de Deus. Essa graça divina da perseverança que é dada ao Cristão não
é baseada em algum esforço da carne mas unicamente na obra expiatório de Cristo, na
promessa da Nova Aliança e segundo o propósito eterno de Deus.
Os Meios Que Deus Usa Para Estimular a Perseverança dos Santos e Efetuar a Sua
Preservação
O Espírito Santo
Efés. 1:13, 14, “fostes selados com o Espírito Santo da promessa. O qual é o penhor
da nossa redenção, para redenção da possessão adquirida, ...” Deus julga o valor do
penhor dado para cumprir a Sua promessa. Pelo Espírito Santo ser o próprio Deus, é
indiscutivelmente garantida a possessão adquirida: a salvação completa das almas que
Cristo comprou pelo Seu sangue.
Gal. 4:6, “Deus enviou aos vossos corações o Espírito de Seu Filho, que clama: Aba
Pai.” O Espírito Santo em nós faz que queremos aproximar-nos ao Pai e O agradar mais e
mais. Pela presença do Espírito Santo em nós, tanta a nossa preservação quanto a nossa
perseverança estão asseguradas (Romanos 8:15,16).
Gal. 5:22 - O Espírito Santo opera em nós o fruto que agrada o Pai. O Espírito Santo
ajuda às nossas fraquezas e intercede pelo santos (Romanos 8:26,27). Deus examina os
corações dos Cristãos e vê a obra do Espírito Santo neles. Deus sabe da intenção do
Espírito Santo e por isso tudo coopera para o eterno bem daqueles que estão em Cristo
Jesus, até a glorificação deles (Romanos 8:28-30).
Fil. 1:6, “aquele que em vós começou a boa obra a aperfeiçoará até ao dia de Jesus
Cristo.” Deus, na Sua mente, começou a boa obra. Porém, a intenção de Deus veio a nós
pela obra do Espírito Santo manifestando Cristo pelo ministério da Palavra de Deus em nós
(João 16:8-14). Por Ele operar em nós, chegamos a querer o que Deus deseja, a fé em
Cristo. Pela obra do Espírito Santo, atualmente temos tudo o que é necessário para ser
completo todo o desejo de Deus (Fil. 2:13). Não existe dúvida nem falha na obra do
Espírito Santo. Por isso, a Sua obra findará com o Cristão aperfeiçoado.
O Espírito Santo é um meio divino que Deus usa para estimular a perseverança dos
Cristãos para garantir e efeituar a Sua preservação.
A Palavra de Deus
“A continuidade do Cristão no caminho da piedade é um milagre, e sendo assim,
necessita a imediata operação divina.” (A.W. Pink, Eternal Security, p. 51). A Palavra de
Deus é um meio divino nessa operação divina. As Escrituras nos mostram a nossa
responsabilidade da nossa perseverança pelos avisos solenes e os seus mandamentos
sérios para que a preservação de Deus seja revelada. A Palavra de Deus nos anima à nossa
perseverança pelas promessas gloriosas e pelos exemplos dos santos contidos nela para
que a preservação dos Santos seja uma realidade.
A Palavra de Deus efetua a vontade de Deus em estimular o homem à sua
responsabilidade. Atos 27:22-44 é um exemplo como Deus estimula o homem à sua
responsabilidade pela Sua divina comunicação. Os homens quiseram, pela sua lógica e
emoção, fazer uma atividade. Essa atividade seria prejudicial à eles e não de acordo com a
vontade de Deus. Pela Palavra de Deus, os homens foram estimulados às ações que
realizaram a vontade de Deus. A promessa da preservação é acoplada a perseverança
do Cristão. Pela obediência do Cristão da própria Palavra de Deus, a preservação de Deus
é evidenciada pois “todos chegaram à terra a salvo.” Deus usou o aviso solene, o
mandamento sério e a promessa gloriosa da Palavra de Deus para que os homens
perseverassem em fazer o que era necessário para a sua preservação.
Os Avisos Solenes da Palavra de Deus operam para a nossa perseverança para
que a preservação de Deus seja manifesta
Existem avisos solenes na Palavra de Deus que parecem dar uma margem para a
doutrina falsa que diz o Cristão pode perder a sua salvação. Não são nada mais do que
avisos solenes para nos admoestar a perseverar para que a preservação de Deus seja
manifesta. Os avisos solenes enfatizam unicamente ao respeito da responsabilidade do
homem. Agrada a Deus a promover a nossa obediência voluntária para que a Sua
preservação seja evidente.
Mat. 7:21, “Nem tudo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus,
mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.”
Luc. 14:26-33, v. 27, “E qualquer que não levar a sua cruz, e não vier após Mim,
não pode ser meu discípulo.”
João 14:23, “Jesus respondeu, e disse: se alguém me ama, guardará a minha
palavra, e meu Pai o amarás, e viremos para ele, e faremos nem ele morada.”
Romanos 8:13, “Porque, se viverdes segundo a carne, morrereis; mas, se pelo
Espírito mortificardes as obras do corpo, vivereis.”
I Cor. 5:5, “Seja entregue à Satanás para destruição da carne, para que o espírito
seja salvo no dia do Senhor Jesus.”
Gal. 5:24, “E os que são de Cristo crucificaram a carne com as suas paixões e
concupiscências.”
Tito 2:11,12, “Ensinando-nos que, renunciando à impiedade e às concupiscências
mundanas, vivamos neste presente século sóbria, e justa e piamente,”
Tiago 2:20, “Mas, ó homem vão, queres tu saber que a fé sem as obras é morta?”
I João 2:4,5,15, “Aquele que diz: Eu conheço-o, e não guarda os Seus
mandamentos, é mentiroso, e nele não está a verdade. Mas qualquer que guarda a
Sua palavra, o amor de Deus está nele verdadeiramente aperfeiçoado; nisto
conhecemos que estamos nEle.” “Não ameis o mundo, nem o que no mundo há.
Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele.”
I João 3:3, “E qualquer que nele têm nesta esperança purifica si a si mesmo, como
também Ele é puro.”
I João 4:15, “Qualquer que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus está nele, e
ele em Deus.”
A Palavra de Deus, pelos seus avisos solenes, é um meio divino que Deus usa para
animar a preservação dos Santos para garantir e efeituar a Sua preservação neles.
Os Mandamentos Sérios das Escrituras operam para a nossa perseverança e
preservação
Pelos mandamento sérios das Escrituras, os Cristãos são estimulados às ações que
operam a vontade de Deus. Pela obediência do Cristão à Palavra de Deus, a preservação de
Deus é evidenciada. Deus usa os mandamentos sérios das Escrituras para que os homens
façam o que é necessário para a sua preservação. Os mandamentos das Escrituras
enfatizam unicamente a responsabilidade do homem. Agrada a Deus de promover a nossa
obediência voluntária para que a Sua preservação seja evidente.
Mat. 16:24 “Então disse Jesus aos Seus discípulos: se alguém quiser vir após Mim,
renuncie-se a si mesmo, tome sobre a sua cruz, e siga-me;”
Romanos 6:12, “Não reine, portanto, o pecado em vosso corpo mortal, para lhe
obedecerdes em suas concupiscências;”
Gal. 5:16,25, “Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne.”, “Se
vivemos em Espírito, andemos também em Espírito.”
Fil. 2:12, “assim também operai a vossa salvação com temor e tremor;”
Tiago 2:18, “mostra-me a tua fé sem as tuas obras, e eu te mostrarei a minha fé
pelas minhas obras.”
II Pedro 1:5-10, “E vós também, pondo nisto mesmo toda a diligência e,
acrescentar à vossa fé a virtude, e à virtude a ciência, e à ciência temperança, e à
temperança paciência, e à paciência piedade, e à piedade o amor fraternal, e ao
amor fraternal a caridade.”
Judas 1:21, “Conservai-vos a vós mesmo no amor de Deus, esperando a
misericórdia de nosso Senhor Jesus Cristo para a vida eterna.”
A Palavra de Deus, pelos seus mandamentos sérios, é um meio divino que Deus
eficazmente usa para animar os seus à perseverança e garantir a Sua preservação até o
fim.
As Promessas Gloriosas da Palavra de Deus operam para a nossa
perseverança e preservação
responsabilidade do homem interior a batalhar com a graça de Deus para ter a vitória final
que Deus promete.
A Palavra de Deus, pelas suas promessas gloriosas, é um meio divino que Deus usa
para estimular a perseverança do Cristão para garantir e efeituar a Sua preservação neles.
Os Exemplos dos Santos relatados nas Escrituras, operam para a nossa
preservação
Mesmo que não sejamos no tempo do Velho Testamento, ou com a Lei de Moisés
sobre nós, os exemplos daqueles que serviram aquele Deus que nunca muda, procurando
a Sua graça para ficar firmes na obediência, podem muito em nos estimular à nossa
perseverança. Com a nossa perseverança estimulada, a graça da preservação será
manifesta.
Quando o nosso caminho for espinhoso e é evidente a fraqueza da nossa carne,
podemos lembrar que os antigos alcançaram testemunho pela fé (Hebreus 11). Em
diversas situações de perseguições familiares, satânicas, e políticas a graça de Deus foi
suficiente para eles. As suas perseguições vieram de gigantes e de reis pagãos mas não
foram maiores do que o único e verdadeiro Deus. As suas aflições vieram do ódio, do
engano, do fogo e dos animais selvagens provocados pelos seus inimigos. A graça de Deus
foi suficiente para que todos estes alcançaram testemunho. Eles foram estimulados a
vencer reinos, praticar justiça e alcançar promessas. Pelo poder de Deus, tiraram forças da
fraqueza e puseram em fuga os exércitos dos estranhos. As mulheres foram guiadas com
sabedoria e os perseguidos não dobraram na hora de grande aflição. O poder e a graça de
Deus que deu a vitória em vida a estes santos é a mesma para hoje pois Deus não muda
(Mal 3:6; Tiago 1:17). Sabendo que Deus não muda e entendendo que temos uma tão
grande nuvem de testemunhas vitoriosas, somos exortados a deixarmos todo o embaraço
e o pecado que tão perto de nós rodeia para perseverarmos na carreira que nos está
proposta (Hebreus 12:1-3).
Estes exemplos do Velho Testamento foram escritas para que conheçamos a
consolação das Escrituras e que tenhamos esperança (Romanos 15:4). Nas horas da nossa
aflição, quando lembramo-nos do que é relatado sobre a graça de Deus que capacitou
estes a alcançarem o testemunho, somos estimulados a buscar a mesma graça para
podermos alcançar o mesmo testemunho virtuoso.
Quando o Cristão é tentado a si entregar e culpar Deus de injustiça pelas situações
amargosas, somos ajudados a perseverar na fé por lembrar da graça de Deus na vida de Jó.
Pelo seu exemplo aprendemos que Deus é justo e merecedor de confiança total apesar das
aparências (Jó 2:10, “receberemos o bem de Deus, e não receberíamos o mal?”).
Aprendemos pela sua vida também que Deus abençoa ricamente os que perseveram na fé.
A Palavra de Deus, pelos seus exemplos dos santos, é um meio divino que Deus usa
para garantir e efeituar a preservação dos Seus.
A Oração Intercessora de Cristo
A confiança na oração é tida quando oramos segundo a vontade de Deus (I João
5:14,15). Jesus tinha esta confiança na oração. Ele sábia que o Pai sempre O ouvia (João
11:42, “Eu bem sei que sempre me ouves ...”). Portanto, quando Jesus ora pelos quais o Pai
lhe deu que “sejam um” (João 17:11), que “tenham a alegria de Cristo completa neles”
(João 17:13), que sejam santificados pela verdade (João 17:17), que estejam com Ele
aonde quer que estiver para que vejam a glória dEle (João 17:24), Ele pediu com confiança.
Ele sabia que o Pai O ouvia. As petições de Cristo diante Seu Pai só podem ser completas
com todos os Seus com Ele e vendo a Sua glória para todo o sempre. Portanto a oração da
intercessora de Cristo é um poderoso meio que Deus usa para preservar os Seus até o fim.
“A oração feita por um justo pode muito em seu efeito” (Tiago 5:16). Quem está
orando para os próprios Cristãos verdadeiros é Cristo. Este é “Aquele que morreu, ou
antes, Quem ressuscitou dentre os mortos, O qual está à direita de Deus, e também
intercede” pelos Seus (Romanos 8:34). Portanto a oração deste Justo pode muito em seu
efeito.
Aquele que faz a vontade do Pai é aceito por Deus (Mat. 7:21; Sal. 34:15,17). Sendo
Cristo obediente em tudo (João 17:4; Fil. 2:8), a Sua pessoa, junto com a Sua oração pelos
seus, são verdadeiramente aceitas por Deus.
Quando Jesus rogou por Pedro para que Satanás não destruísse a sua utilidade no
reino de Deus, Jesus estava confiante que o Pai o atenderia. Por isso ele aconselhou Pedro:
“quando te converterdes, confirma teus irmãos” (Luc. 22:31,32). Cristo orava com
confiança. Os dons e a vocação de Deus na vida de Pedro eram sem arrependimento
(Romanos 11:28,29) pois Cristo rogou por ele. Por Cristo rogar por nós, os dons e a
vocação de Deus na nossa vida serão sem nenhum arrependimento na parte de Deus
também. Os verdadeiros Cristão serão fieis também, mesmo que caem às vezes, pois
Cristo fez toda a obra por eles, e, Ele intercede por Seus diante do Pai perfeitamente
(Romanos 8:34; Hebreus 7:25; 9:24-26). Nessas verdades e exemplos entendemos que a
oração intercessora de Cristo é um meio qual Deus usa para garantir e efeituar a
preservação dos Seus.
A Correção dos Senhor
A perseverança é um assunto que segue a realização da salvação, ou seja, a
perseverança é uma assunto somente para os que já são feitos filhos de Deus. Sendo
filhos, existe o aperfeiçoamento na santificação até a glorificação. Uma atividade neste
caminho é a correção do Pai para com Seus filhos. “que filho há quem o pai não corrija?”
(Hebreus 12:7)
O propósito da correção que vem ao Cristão enquanto ele trilha este caminho
terrestre é para seu aperfeiçoamento (Fil. 1:6); a sua santificação (Hebreus 12:10, “para
sermos participantes da Sua santidade”); a produção nele do fruto pacífico de justiça
(Hebreus 12:11), e para o seu bem, ou seja, para ele não ser condenado com o mundo (I
Cor. 11:32). Pela correção ser como a correção de pai ao filho, ou seja, para corrigir e não
para condenar ou destruir, ela é um meio eficaz que Deus usa para levar os Seus a
perseverar até o fim.
Essa correção saudável vem pela Palavra de Deus (Efés. 5:26; II Tim 3:16,17), a obra
da igreja e a obra dos seus oficiais (Efés. 4:12; Hebreus 10:24,25), e pelas circunstâncias da
vida, tanto física quanto espiritual (II Cor. 12:7; Romanos 8:28). Essa correção é tida como
sendo “a correção do Senhor” (Hebreus 12:5,6; Prov. 3:11,12). Portanto essa correção é
sábia, justa e eficaz (Romanos 11:35,36). Por Cristo corrigir os santos corretamente, a
preservação deles até o fim é assegurada (Apoc 3:19). Pela correção de Deus trazer o
Cristão a maior fidelidade, o livro de Jó declara: “Eis que bem-aventurado é o homem a
quem Deus repreende.” (Jó 5:17).
Portanto não despreza a correção do Senhor, mas, contrariamente, torna a levantar
as mãos cansadas, e os joelhos desconjuntados e anda corretamente na santificação. É
nessa maneira que a preservação eficaz do Senhor será manifesta (Hebreus 12:12-14).
O Poder de Deus
O poder de Deus não é dependente na fidelidade do homem, mas, contrariamente, a
fidelidade do homem é dependente no poder de Deus (Fil. 4:13, “Posso todas as coisas em
Cristo que me fortalece.”; Gal. 2:20, “... e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do
Filho de Deus ...”). Por ser um Cristão não quer dizer que não é mais um vaso de barro (II
Cor. 4:7; Romanos 7:18, “eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem
algum”) e um incapacitado na sua própria força (Romanos 7:24, “Miserável homem que eu
sou!”. É Deus que capacita os Seus com o Seu poder (II Cor. 3:5; I Cor. 1:26-31). Portanto,
este poder de Deus é o mesmo que Deus implementa para preservar os Seus até o fim.
O que Deus quer, Ele faz (Sal. 115:3; 135:6), e ninguém pode impedir a Sua mão de
fazer o Seu eterno desejo (Daniel 4:35). A vontade expressa de Deus por Cristo é que os
que foram dados a Cristo sejam onde Ele está eternamente (João 17:24). Deus quer que os
que crêem em Cristo tenham uma vida eterna (João 3:16). Por Deus poder fazer tudo que
quer, os em Cristo nunca hão de perecer, e ninguém os arrebatará da mão de Cristo ou do
Pai, que é maior de que todos (João 10:28,29). É o poder de Deus que cumpra o Seu desejo
para com Seus assim garantindo a preservação deles até o fim.
O mesmo Deus que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem resplandeceu
em nossos corações para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na face de Jesus
Cristo (II Cor. 4:6). O mesmo Deus que sustenta todas as coisas criadas na terra e no céu
pela palavra do Seu poder (Hebreus 1:3) é quem aperfeiçoa aquela boa obra espiritual
começada por Ele no Cristão. Essa obra será aperfeiçoada até ao dia de Jesus Cristo (Fil.
1:6). Nisso entendemos o poder de Deus sempre preserva o filho de Deus.
Mesmo a carne cobiçando contra o Espírito, e estes opondo-se um ao outro (Gal.
5:17), e, mesmo o Satanás e os hostes de maldade nos lugares celestiais lutando contra o
Cristão (Efés. 6:12; I Pedro 5:8), o Cristão possui O maior poder (I João 4:4). Esse poder de
Deus faz com que ele pode resistir os ataques de Satanás ao ponto que o velho inimigo
foge (Tiago 4:7). Pelo poder de Deus, o Cristão não será separado do amor de Cristo, mas
será mais do que um vencedor. Ele é mais do que um vencedor pois ele não somente
triunfa sobre Satanás no último dia (Apoc 17:14), mas ele também cresce espiritualmente
pela tribulação, a angústia, a perseguição e, a fome, a nudez, o perigo e pela espada que
venham na sua vida (Romanos 8:35-39; Tiago 1:2-4). Pelo poder de Deus o Cristão
persevera na obediência e é preservado.
O relatório bíblico dos santos revela como o poder de Deus é eficaz tanto
estimulando a perseverança na obediência quanto a sua preservação até o fim. Mesmo
sendo sozinhos e fracos, Noé e os seus entraram na arca e foram preservados (Gên. 7:13;
8:18). Podemos também mencionar a vitória no meio da oposição nas vidas de Jó (Jó 1:9-
11), Josué (Zacarias 3:1), Davi (I Cron. 21:1), Daniel (Daniel 6:4), Pedro (Luc. 22:31) e Paulo
(I Tess 2:15). Nenhum destes se acharam fortes na carne e foram todos fortemente
perseguidos, mas foram todos levados à fidelidade pelo poder de Deus. Nisso entendemos
que o poder de Deus é um meio Deus usa para garantir e efeituar a preservação dos Seus.
Portanto. Não confie em qualquer força da carne nem das suas filosofias, mas
descansa no poder de Deus de completar o que Ele mesmo começou (Fil. 1:6) enquanto
procura ser obediente em toda a boa obra (Efés. 2:10). Deus nos preserva para
perseverarmos na obediência.
O Amor de Deus
Uma causa da nossa salvação é o amor de Deus (II Cor. 8:9; I João 4:19). Este é um
amor especial que faz parte da presciência de Deus (Jer. 31:3; I Pedro 1:2). O amor
particular de Deus, de primeira mão, traz os pecadores à salvação (Deut 7:7-9; Romanos
9:9-16; I João 4:19). O salvo, porém, nunca é perfeito enquanto trilha nessa carne nessa
terra. O pecado que habita na sua carne (Romanos 7:18,23) cobiça contra o novo homem,
aquele homem espiritual que tem prazer na lei de Deus, que nasceu dEle na hora da
regeneração (Gal. 5:17). Pelo Cristão ter o pecado na carne, ele não é perfeito, não faz
tudo o que deseja para agradar a Deus (Romanos 7:19-21). Mas, mesmo que os erros e
fraquezas trazem a correção, que por sua vez conformam o Cristão mais e mais na imagem
de Cristo (Hebreus 12:5-12), a benignidade de Deus não é retirado totalmente do filho (Sal.
89:30-33). Este amor especial de Deus que começou a salvação, é instrumental na
preservação dos salvos até o fim, pois não há possibilidade de existir nada mais poderoso
deste amor (Romanos 8:35-39). Somos vencedores por Aquele que nos amou!
Devemos lembrar que o amor de Deus é eterno (Jer. 31:3), como Deus o é. Sendo
eterno, não tem começo, nem tem fim! Nessa verdade podemos entender que o amor de
Deus é um meio Deus usa para garantir e efeituar a preservação dos Seus. O amor de Deus
pode ser manifesto em um menor grau por um determinado período que ele é revelado
em outras ocasiões, mas isso não quer dizer que a natureza do próprio amor ou a sua
perpetuidade são diminuídas. Este amor continua eterno apesar das fraquezas dos salvos.
Sim, podemos afirmar que as próprias fraquezas do Cristão, mesmo fazendo ele
envergonhado e miserável (Romanos 7:24), provocam o Cristão a amar e a servir mais a
Deus, o Salvador, até o fim (Luc. 7:40-43; Romanos 5:3-5; I Pedro 1:6-9). Pela certeza do
amor de Deus continuar até o fim, Paulo podia despedir à igreja em Corintos com uma
benção, uma igreja por sinal que tinha a sua própria porção de erros graves. Essa benção
incluía o amor de Deus estando com todos eles (II Cor. 13:14). Nisso entendemos que o
amor de Deus é um meio pelo qual o Cristão é provocado a perseverar até o fim e pelo
qual ele é preservado na fé.
O amor de Deus pelo Seus é igual aquele amor que Deus tem para com Cristo (João
17:23). Tão inseparável, eterno, imutável o amor de Deus Pai para com Deus Filho, é o
amor de Deus para com o os que são feitos filhos de Deus por Jesus Cristo! A preservação é
entendida pelo fato que este amor garante que nenhum destes será perdido (João
10:27,28; 13:1). A perseverança é entendida pelo fato que este amor incentiva os filhos a
amarem o Salvador até a hora que eles são glorificados (Gal. 4:4-6; Romanos 8:15-17).
Tão importante a presença do Espírito Santo, a utilidade da palavra de Deus, a oração
intercessora de Cristo, a correção e o poder de Deus na perseverança e a preservação dos
Santos é o amor de Deus para o com os Seus.
Que tal amor imenso traz os pecadores a se renderem ao Salvador hoje mesmo é a
nosso oração. Que tal amor de Deus também incentiva os Seus à conformidade mais e
mais na imagem de Cristo. Somos devedores ao amor de Deus que excede todo o
entendimento.
A Graça de Deus
A graça de Deus é uma ação gloriosa ou maneira gloriosa em geral. Mais
precisamente é a influencia divina sobre o coração e a sua manifestação em vida. Essa
influencia pode ser literal, figurativa ou espiritual (Strong’s, # 5485).
A mesma ação gloriosa e influencia divina que superabunda onde o pecado abunda
para fazer o pecador arrependido idôneo para participar da herança do santos na luz
(Romanos 5:20; Col. 1:12) é a mesma maneira gloriosa de Deus sobre o Cristão que
estimula-lo a andar digno da vocação a qual foi chamado (Efés. 4:1). A graça trouxe a
implantação da semente incorruptível na alma do Cristão ao ponto que esta nova natureza
não pode pecar (I João 3:9; 5:18) e tem prazer na lei de Deus (Romanos 7:22). Mesmo
enfrentando limitações físicas e oposições espirituais, essa influencia divina basta (II Cor.
12:9). Essa graça basta no sentido que ela é mais forte que qualquer oposição contra o
Cristão ou qualquer operação contra a vontade de Deus. A graça de Deus é suficiente, ela
nos contenta plenamente (João 14:8, Strong’s, # 714). É por ela que o Cristão persevera
até o fim.
Quando considera a natureza do pecado com a sua enganosa inimizade contra Deus
(Romanos 8:6-8), a sua concupiscência mundana (I João 2:16), a sua incapacidade e
ignorância espiritual (I Cor.2:14) e a sua longevidade (Romanos 7:21, “quando quero fazer
o bem, o mal está comigo”), pelo Cristão resistir este pecado continuamente e sendo
perseverante na obediência é testemunho como essa graça de Deus é suficientemente
eficaz na preservação dos Seus santos no caminho da retidão (I Cor. 15:10; Isaías 26:12).
Verdadeiramente a ação preciosa vinda de Deus sobre o coração é eficazmente suficiente
(Sal. 119:117, “Sustenta-me, e serei salvo”).
Aquele que confia no seu próprio coração é insensato (Prov. 28:26) pois este está
confiando meramente num braço de carne (II Cron. 32:8). Porém, aquele que espera no
Senhor, conhecerá a contínua influencia divina sobre a sua visa e renovará as suas forças
ao ponto de não desfalecer mas ser fiel até o fim (Isaías 40:28-31).
Existem muitas provações na vida do Cristão (Josué 2:20-23; Romanos 5:3-5; Tiago
1:2-4) que venham para nossa correção (Hebreus 12:5-11), o nosso bem (Romanos 8:28) e
para a glória de Deus (Romanos 11:36; João 9:1-3). Todavia delas todas, pela graça que
basta, o Cristão é a mais do que vencedor (Romanos 8:37; II Cor. 4:15-18). No meio de
todas as aflições, Deus não desvia a Sua misericórdia e com a Sua influencia opera que não
sejam abalados os pés do Seu povo (Sal. 66:8-12,20). Pela Sua obra, o coração do Cristão é
consolado e confirmado ao ponto de ser ativo em toda a boa palavra e obra perseverante
(II Tess 2:16,17). Pela obra de Deus, pela graça que basta, o Cristão é aperfeiçoada em toda
a boa obra continuando naquele que é agradável a Deus até o fim (Hebreus 13:20,21). A
graça é nos dada como ferramenta na nossa vida Cristã mas precisamos a Sua graça para
usá-la (Pink, Gleanings from Paul, p. 409).
A graça de Deus é suficiente na sua natureza, mas o Cristão precisa crescer nesta
graça na sua vida diária (II Pedro 1:5-7, “acrescentai à vossa fé a virtude ... ciência ...
temperança ... paciência ... piedade ... amor fraternal”; 3:18, “Antes crescei na graça”; Col.
meio eficaz para nos perseverar até o fim das nossas responsabilidades e pela qual somos
preservados eternamente.
Podemos entender como essa sabedoria infinita é um meio para garantir a
preservação dos santos e a perseverança deles quando entendemos que o homem sábio
não apenas tem um excelente objetivo desejado mas juntamente com o desejo prepara
tudo o que é necessário para a obter tal alvo. Deus não vai ser como o homem que
começou a edificar algo, mas, por falta de conselhos e capacidades, deixa de cumprir o seu
desejo. Contrariamente, Deus é como o sábio rei que assenta primeiro e toma conselho
para saber do que ele precisa para vencer aquele que venha contra ele (Luc. 14:28-32). E
Deus sabe dos ardis daquele que vem contra Ele. Sem dúvida Deus sabia da cruz que Cristo
tinha de levar para ser o substituto da condenação dos pecados de todos os Seus. A
sabedoria de Deus considerou a fragilidade da carne, do ódio que as trevas têm contra a
luz, dos ataques e dos dardos inflamados de Satanás e que os justos seriam poucos entre
muitos injustos. Sabendo de tudo, Deus providenciou tudo o que é necessário para atingir
o Seu alvo grandiosamente para ter todos os Seus com a vitória com Ele eternamente. A
sabedoria de Deus garante disso.
Na menção da realização de uma obra divina na Bíblia, freqüentemente tal obra é
associada com aquela sabedoria e poder necessários para sustentar essa obra (Hebreus
1:2,3, “fez ... sustentando”; Núm. 23:19). No assunto da salvação, a sabedoria de Deus é
vista não somente no fato que nos dá vida, mas que nos guarda para que nunca
pereçamos (João 10:28, “dou-lhes a vida eterna, e ninguém arrebatará da minha
mão”; I Pedro 1:3,5, “nos gerou de novo para uma viva esperança ... guardados na
virtude de Deus para a salvação”; Judas 1:1, “santificados em Deus Pai, e conservados
por Jesus Cristo”). Então entendemos aquela ciência de Deus que é mais alto do que os
céus, faz que a obra iniciada por Deus na nossa salvação é seguramente aperfeiçoada ao
dia de Jesus Cristo (Fil. 1:6).
A sabedoria de Deus na salvação é manifesta em que Ele escolheu a loucura da
pregação para salvar os crentes (I Cor. 1:17-21). O entendimento infinito de Deus é visto
em que Ele usa as coisas loucas, fracas, vis, desprezíveis, e as que não são para operar Sua
grande obra em nós e no mundo para Sua glória (I Cor. 1:26-31). A Sua força é manifesta
em nossa fraqueza fazendo os loucos, fracos, vis, desprezíveis, e os que não são, mais do
que vencedores (I Cor. 12:9; Romanos 8:35-37). Pelos juízos de Deus serem impenetráveis,
a Sua obra foi, está e será completa. As portas do inferno não prevaleceram, não
prevalecem e não prevalecerão contra os Seus objetivos (Mat. 16:18). A sabedoria de Deus
garante isso.
Pela sabedoria de Deus, Deus deu aos Seus tanto o desejo quanto a capacidade de
fazer toda da sua santa vontade (Fil. 2:13). Pelo Seu inescrutável entendimento, temos O
Salvador exaltado que intercede por nós por quem olhamos tanto como o autor da nossa
fé quanto o consumador dela (Hebreus 12:2). Pelos conselhos altos de Deus, O Espírito
Santo nos guia em toda a verdade (João 14:26;15:26) e intercede por nós ajudando-nos
com as nossas fraquezas (Romanos 8:26). Por Deus saber das nossas lutas Ele sabiamente
nos deu As Escrituras puras e perfeitas para que tenhamos avisos solenes, mandamento
sérios, promessas gloriosas e exemplos dos santos para nos animar a perseverarmos até o
fim (Prov. 30:6). Pelos insondáveis conselhos de Deus o Cristão tem toda a armadura de
Deus com qual pode resistir Satanás e ter a vitória completa (Sal. 34:19; Efés. 6:12-20).
Pelo insondável conselho, Deus tem limitado as tentações que venham na vida Cristã
para que elas não sejam mais do que podem ser suportadas (I Cor. 10:13). Pela infinita
ciência, Deus nos deu a igreja e os seus devidos ministrantes para nos aperfeiçoar até
cresçamos em tudo de Cristo (Efés. 4:11-16). Pelos juízos impenetráveis Deus nos deu a
oração eficaz pelo qual chegamos a Deus e achamos graça em tempo oportuno (Hebreus
4:14-16; Tiago 5:16). Pelos caminhos sábios de Deus que são além de medida, os pobres de
espírito têm o reino dos céus, os que choram são consolados, os mansos herdam a terra,
os que têm fome e sede de justiça são fartos, os misericordiosos alcançam a misericórdia,
os limpos de coração vejam a Deus, os pacificadores são chamados filhos de Deus e os
perseguidos por causa da justiça têm um grande galardão nos céus (Mat. 5:3-12). Portanto
concluímos que os Seus não são somente preservados mas capacitados a perseverarem
até o fim. Pela sabedoria de Deus, tudo coopera para o bem (Romanos 8:28,29).
Sabendo destas verdades não devemos andar ignorantes ou esquecidos. De outra
maneira seremos repreendidos por Cristo como foram os discípulos quando não tinham o
pão suficiente (Mar 8:17-21).
A Imutabilidade de Deus
A imutabilidade de Deus é uma doutrina bem estabelecida pelas Escrituras (Sal.
102:25-27; Hebreus 13:8; Tiago 1:17). A imutabilidade de Deus é ligada aos Seus outros
atributos divinos. A sua perfeição e eternidade fazem com que a imutabilidade seja tanto
uma necessidade quanto uma realidade. Se Deus é perfeito, ele não pode mudar para
melhor. Se Deus é eternamente perfeito, é certo que não pode mudar para o pior. Assim
entendemos a Sua imutabilidade. Quaisquer doutrinas que ofenderiam esses atributos de
Deus devem ser mal vistas e tratadas como falsas. Não somente o ser de Deus não muda
como também não muda o Seu decreto (Sal. 148:6; Mar 13:31, “Passará o céu e a terra,
mas as minhas palavras não passarão.”).
Aplicando essa perfeição de Deus à salvação faz a doutrina de soteriologia ter valor e
conforto. Deus não só planejou de salvar o pecador arrependido mas também é firme e
constante neste propósito. Sabemos que Deus faz o que Ele quer (Sal. 115:3; 135:6). Este
plano é reforçado pelo fato que nem o desejo nem o poder de Deus podem mudar. Deus
sempre terá o Seu amor para com os Seus e o Seu poder será sempre exercitado para o
eterno bem deles. O homem muda os seus valores, o seu amor enfraquece, e a sua
fidelidade é falha. Todavia, Deus não muda. Por causa da Sua imutabilidade, Deus não
muda o Seu amor e plano por Seus, mesmo que os objetos do Seu amor falham (Malaquias
3:6). Por Deus não mudar, o desejo para que os Seus adquirissem a salvação, é cumprido (I
Tess 5:9; Fil. 1:6). Deus faz tudo o que Ele quer até em respeito a salvação do homem (Jó
23:13, “Mas, se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a Sua alma
quiser, isso fará”; Isaías 14:24, “O SENHOR dos Exércitos jurou, dizendo: Como pensei,
assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.”). A nossa salvação é tão segura
quanto a imutabilidade do desejo de Deus para com os Seus.
É horroroso pensar como seria se Deus não fosse imutável. Se o Cristão não fosse
estimulado para perseverar no caminho da retidão pelos meios que já estudamos, e, se o
Cristão não fosse preservado pela eterna virtude de Deus, aquele a quem Deus
eternamente amou, por quem foi ao céu preparar um lugar no céu, por quem enviou Seu
Filho unigênito para o substituir na cruz, para quem trouxe o Filho de volta dos mortos e O
exaltou nas alturas e por qual eternamente intercede, este eleito, em vez de ser
preservado, cairia e tornaria a ser o objeto do ódio de Deus e seria separado dEle no
inferno para todo o sempre. Mas, felizmente, os dons e a vocação de Deus são sem
arrependimento (Romanos 11:29). Verdadeiramente, o que a Sua vontade quer, a Sua
imutabilidade pedirá. A nossa perseverança na fé e a preservação dos Seus nela são
asseguradas pela Sua imutabilidade.
Às vezes, parece que Deus muda o Seu tratamento e é infiel às Suas promessas.
Todavia, pesquisando o assunto mais de perto, entendemos é o homem infiel e não Deus.
Deus sempre abençoa a retidão e pune a desobediência. Se o homem obediente torna ser
desobediente, Deus é fiel a tratar Ele conforme as suas obras. Todavia, para com o Cristão,
esse tratamento condicional é aplicada somente no aspeto das suas galardões e nunca no
aspeto se ele receberá o eterno fim prometido da sua salvação. Mesmo que, por
desobediência grossa, o corpo seja entregue a satanás, a alma do Cristão será preservada
pela obra de Cristo (I Cor. 5:5; II Tim 2:13, “Se formos infiéis, Ele permanece fiel; não pode
negar-se a si mesmo.”). A salvação, passada, presente ou futura, nunca baseia-se na obra
de qualquer homem, mas na pessoa fiel e imutável de Cristo. Os que conhecem Deus por
Cristo podem testemunhar como Josué que tudo que foi prometido, veio a ser cumprido
(Josué 23:14). Por Deus ser imutável todo demais é “sim e amem” por Cristo (II Cor. 1:20).
Quem na Bíblia podia testemunhar que Deus mudou os Seus princípios ou vontade?
Por Deus ser imutável, também são as nossas responsabilidades de perseverar na
fé. Ele deseja que sempre sejamos obedientes, puros, amáveis e fielmente crescidos na
graça e conhecimento de Cristo (I Pedro 2:2; II Pedro 3:18). Temos uma eterna obrigação a
perseverar naquela fé uma vez dada aos santos (Judas 1:3). Por Deus ser imutável, Ele é
fiel de nos preservar. Sempre temos a graça disponível para nos ajudar em tempo
oportuno e é constante a presença da Sua mão para nos guardar de tropeçar (Hebreus
4:15,16; Judas 1:24,25; João 10:27-29; I Tess 5:25). Pela imutabilidade de Deus, a nossa
perseverança é sempre pedida e a nossa preservação é sempre assegurada.
A salvação que você diz que possui tem essa qualidade de te incentivar a crescer na
santidade junto com o conforto de ser guardada eternamente por seu Salvador? Se não
tiver, venha se arrependendo dos seus pecados e creia em Cristo pela fé. Deus não mudou.
Ele ainda quer que todos os oprimidos pelo pecado venham a Ele por Cristo. E os que
venham a Ele por Cristo de maneira nenhuma serão lançados fora por Ele (João 6:38). Se já
tenha essa salvação, louve a Deus pelo Seu amor eterno que te faz participante de um
reino eterno e procura a Sua graça eterna que te capacita à santidade crescente. E que
Deus seja exaltado por Cristo em tudo disso.
As Promessas de Deus
As promessas de Deus reveladas pela Palavra de Deus são as promessas que o Pai fez
com Cristo Jesus na eternidade para com aqueles que Ele amou eternamente (Hebreus
10:7). Essas promessas são conhecidas a nós pela Palavra de Deus para que o cristão saiba
das suas responsabilidades para com a sua perseverança. Também elas são o meio que
saibamos que a preservação divina não falhará. Essas promessas são tidas como
“grandíssimas e preciosas” pelos quais somos feitos participantes da natureza divina (II
Pedro 1:4).
As promessas de Deus para com o Cristão estão asseguradas por Cristo.
Todas as promessas de Deus são “nEle sim, e por Ele o Amem, para a glória de
Deus por nós” (II Cor. 1:20). As promessas de Deus de preservar os Seus para
sempre (Sal. 37:28), de estar com eles mesmo pelo vale da sombra da morte (Sal.
23:4), de estar ao redor destes para a sua proteção (Sal. 125:1,2), guiando e
sustentando com a Sua mão direita até o dia de os receberem em glória (Sal.
73:23,24) são asseguradas sim sim pelo grande Amem, Cristo Jesus. Não é a lei
(Gal. 3:18) nem nas obras de qualquer homem nascido de mulher (Efés. 2:8,9) que
confirma isso, mas o próprio Cristo. Cristo é a Nossa Paz (Efés. 2:14; Sal. 85:10).
Tendo paz com Deus por Cristo não há mais condenação (Romanos 8:1), e, sem a
condenação, não há nada que impedirá as promessas de Deus serem cumpridas
para aquele lavado no sangue de Cristo. As promessas de Deus asseguram a
preservação dos Seus e estimulam a perseverança na fé pelos Seus.
1:20-23). Pela vitoriosa obra expiatória de Cristo, os eleitos são feitos filhos, nunca para se
tornarem órfãos (Gal. 4:6; I João 3:2), herdeiros, nunca para serem deserdados (Romanos
8:17) e feitos reis e sacerdotes, nunca para serem destituídos (Apoc 1:6).
Deus o Pai, verá o fruto do trabalho da alma de Cristo em ser o Substituto para
pecadores particulares, e, baseado neste trabalho, “ficará satisfeito” (Isaías 53:11). É
verdade que a satisfação efetiva do Pai não é para com o pecador até que este esteja em
Cristo. Alguns querem dizer que a satisfação do Pai é feita através do pecador fazendo a
escolha de crer em Cristo. Todavia, a ação de crer em Cristo não vem originalmente da
natureza do pecador, mesmo que seja sua inteira responsabilidade. O trabalho de crer é
dependente na implantação de uma nova natureza. Essa obra de regeneração é feita por
Deus através de meios particulares que já estudamos. Essa obra de regeneração é feita
dentro aqueles por quem o Filho foi ferido e moído e por quem as Suas pisaduras sarou
(Isaías 53:4,5). A base da satisfação do Pai e a Sua justificação de muitos, é baseado na
obra de Cristo em levar sobre Si as iniqüidade destes muitos (Isaías 53:11). Portanto, a
satisfação plena do Pai não é baseada em alguma ação agradável pelo pecador mas
completamente pela obra do Filho no lugar do pecador eleito. E, se o Pai é satisfeito com
Cristo, a preservação daquele em Cristo é assegurada. Cristo, pela sua obra expiatória,
opera plena redenção, e sendo assim, merece toda a glória (I Cor. 1:30,31).
É a responsabilidade de todo pecador a se arrepender e confiar inteiramente na obra
expiatória de Cristo para conhecer essa restauração plena e eterna com Deus (Atos 17:30).
Se você está oprimido pelo seu pecado, o próprio Deus, e os que conhecem essa obra,
avisam e rogam que você venha a se reconciliar com Deus por Cristo. Por Ele você terá
todo o necessário para vencer o pecado, servir o seu Salvador e ser preservado para todo o
sempre. Deus se satisfaz completamente com a obra de Cristo. Vocês se satisfaz com ela?
B. A Promessa da Nova Aliança. Deus tem um eterno desejo: ser o Deus do seu povo
e ter o Seu povo servindo e amando Ele como seu Deus. Pelo menos vinte vezes pela Bíblia
este desejo é manifestado (Gên. 17:8; Êx. 6:7; 29:45; Lev 26:12; Jer. 7:23; 11:4; 24:7; 30:22;
31:33; 32:38; Ezequiel 11:20; 34:24; 36:28; 37:23,27; Zacarias 8:8; II Cor. 6:16; Hebreus
8:10; Apoc 21:3,7). Se este é o desejo de Deus, o poder de Deus o efetuará (Jó 23:13, “Mas,
se ele resolveu alguma coisa, quem então o desviará? O que a sua alma quiser, isso fará.”;
Sal. 135:6). Pode ser confortante para Seu povo que eles são assim pelo eterno desejo de
Deus (Jer. 31:3).
Para que este desejo seja conhecido e efetuado, Deus fez alianças com o homem.
Uma aliança é um contrato sério como uma confederação ou pacto (Hebraica #1285,
Strong’s). O homem faz alianças com o homem (Gên. 21:27; I Sam 18:3; II Sam 5:3; I Reis
5:12; 20:34; II Cron. 23:16; Neemias 10:29; Jer. 34:8), e com Deus (Êx. 24:7: Josué 24:24; II
Reis 11:17; 23:3; II Cron. 15:12) e Deus faz pactos e acordos com o homem (Gên. 17:2;
Êx. 6:4; Núm. 25:12; Juízes 2:1; II Sam 7:12; Sal. 89:28; Isaías 59:21). Essas alianças de Deus
para como o homem foram dadas em épocas distintas e podemos chamá-los pela suas
épocas e em que foram dadas (a aliança de Éden, Gên. 3:15; de Noé, Gên. 9:9; de Abraão,
Gên. 15:18; de Sinai, Êx. 19:5; aos Levitas, Núm. 25:12,13; de Davi, II Sam 23:5; a nova pela
graça, Jer. 31:33,34; Hebreus 8:6-13).
Todas as alianças têm pontos em comum. Existem o testador, os herdeiros, aquilo
que efetua o pacto, umas condições ou qualificações, e o benefício do pacto. Geralmente o
testador é um e nas alianças mais importantes entre Deus e o povo dEle exige a morte do
testador, literal ou simbolicamente. Nas alianças divinas existem uma promessa séria, uma
herança eterna e uma confirmação dada por um sinal (Exemplo: o arco de Deus, Gên.
9:12,13). O homem tem responsabilidades na maior parte dessas alianças. Essas
responsabilidades são vistas pelas condições imutáveis. Essas condições são a fé e a
obediência. A aliança, para ser em pé, precisa da fé (Gên. 15:6; Deut 6:5; Hebreus 11:6) e
da obediência. Essa obediência tem que ser moral, do coração, (Gên. 17:1; Mat. 7:24) e
cerimonial (Gên. 17:10-14). Entenderemos melhor essas condições pelo decorrer deste
estudo.
Se as condições do homem não são preenchidas, a aliança é, por falha de um dos
lados, anulada, ab-rogada, desfeita, prestes a perecer. Para Deus ser o Deus do Seu povo e
para o Seu povo ter Deus como seu Deus, Deus fez essas alianças com o homem, alianças
bilaterais e condicionais que dizem: se obedecer, viverá; se desobedecer, morrerá (Gên.
2:17; Lev 26:3-13, 14-39; Ezequiel 18:20, “a alma que pecar essa morrerá”).
Pelas condições dadas por Deus ao homem pelas alianças, entendemos muito sobre a
responsabilidade do homem. O homem é responsável por que Deus o mandou fazer algo.
Se o homem não preencha a sua parte, ele é castigado severamente até que venha a se
arrepender ou até mesmo a morte. O homem é culpado porque ele é responsável. Mesmo
que o homem seja responsável, a responsabilidade do homem não quer dizer que ele é
capaz de preencher o que ele deve. Quem pode guardar toda a Lei de Moisés? Mas todos
são responsáveis a guarda ela toda. Os que tropeçam em um ponto somente, são culpados
dela toda (Tiago 2:10). Pelo pecado habitar na carne, o homem é fraco e incapaz de fazer o
bem que deve (Jer. 17:9; Romanos 3:10-23; 7:18-21). Por isso entendemos que as alianças
bilaterais e condicionais à obediência do homem são fracas pela incapacidade do homem,
e, tais alianças, são mais cedo ou mais tarde anuladas. Todavia o desejo de Deus continua
sendo o mesmo.
Deus, que criou o homem, que responsabilizou o homem, que fez um pacto com o
homem, sabe o que está no homem. Para a glória de Deus e para atingir o Seu desejo
eterno, Deus fez uma aliança nova e definitiva: a da graça.
Nessa aliança da graça Deus faz a obra toda e por isso ela é eterna. Por ela ser eterna
essa aliança da graça é a eterna base da preservação de todos que estão nela. Nessa
aliança da graça Deus é o Testador pelo Filho que dá a Sua própria vida (Hebreus 9:14,15).
Os herdeiros dessa aliança são os chamados pelo Seu poder (Romanos 8:28-30; Hebreus
9:15). Esse pacto é efetuado pela morte vitoriosa do Testador (Romanos 5:8; Efés. 2:14-16;
Hebreus 9:16). A qualificação ou condição de lealdade é preenchida perfeitamente por
Cristo (João 17:4; Hebreus 9:28; Fil. 2:8-11) com qual lealdade o benefício do pacto é
garantida seguramente: a salvação eterna de todo aquele que crê em Cristo (Hebreus
9:15,28).
Essa aliança nova é caracterizada pela graça soberana de Deus, algo que não inclui
nenhuma obra do homem (Efés. 2:8,9). Foi o próprio Deus que propus pôr nos corações a
Sua lei e a escrever no seu interior sem a intermediação ou qualificação de uma obra do
homem qualquer (Jer. 31:33). A morte do Testador foi preenchida satisfatoriamente por
Cristo (Hebreus 9:18-26; Isaías 53:11, “ficará satisfeito”) fazendo que a promessa desta
aliança ser cumprida. Por isso é garantida que os salvos serão o povo dEle e Ele será o Deus
deles (Jó 23:13; Apoc 21:3,7). Essa aliança é eterna pois é Cristo Quem os preserva (Lev
2:13, “o sal da aliança”; Judas 1:24), e o sinal da confirmação é o sinal da sua ressurreição
(Romanos 1:4; Atos 17:31; Efés. 1:19,20).
A qualificação de quem entra nessa aliança continua sendo a fé e obediência mas
com uma diferença importante. A fé necessária na parte do homem não é a obra do
homem em quem não habita bem algum, mas daquela fé que é fruto do Espírito Santo
(Gal. 5:22) operado eficazmente nos escolhidos. A obediência moral necessária para
qualificar os recipientes desta aliança da graça vem de um coração novo dado por Deus
(Jer 31:31-34; Fil. 2:13). A obediência cerimonial desejada por Deus é celebrada pela
manifestação do homem novo na vida diária e pela participação na Sua organização
eclesiástica, a igreja, e declarada publicamente pelas ordenanças: o batismo e a Ceia do
Senhor. Cristo vivendo nos Cristãos faz tudo necessário para que a aliança seja completa e
perfeita.
Essa aliança nova da graça é firme por ser feita por Deus do começo até ao fim. Ele
põe a lei Sua no coração dos Seus e isto faz que Ele seja o Deus deles e opera que eles
querem ser o Seu povo (Jer 31:33). Mesmo que a promessa foi dada especificamente à
casa de Israel, os gentios foram enxertados nela pela eleição da graça (Romanos 11:11-19)
para que agora todo e qualquer que crê em Cristo será salvo (Romanos 1:16; 10:9-13). Por
Deus prometer, sabemos que esse acordo é para sempre (Tito 1:2; Hebreus 6:18, “Para
que por duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, tenhamos a firme
consolação, nós, os que pomos o nosso refugio em reter a esperança proposta;” Todo
aspecto desta aliança da graça estabeleça o fato da eterna preservação dos santos.
Talvez queira saber se você está incluído nessa aliança nova que preserva os Seus até
o fim pela obra de Cristo. Essa aliança é para todos em Cristo. Você está em Cristo? Essa
aliança é qualificada pela fé. Você cré de todo o coração? Essa aliança nova da graça efetua
um novo coração com as leis de Deus escritas nele para que tenha novos pensamentos
para amar e servir Deus mais e mais como Deus. A sua vida tem essas evidências? Tendo as
evidências, pode saber que você está incluído nessa aliança da graça. Estando nessa
aliança você pode ser consolado. É baseada na promessa do Deus que não pode mentir e
assegurada pela obra satisfatória da alma de Cristo, o Filho de Deus. Se quer Deus como
seu Deus e se quiser ser o povo dEle, venha a crer em Cristo de todo o coração.
Todas as alianças anteriores com os homens foram fracas na medida que dependiam
do homem. A aliança da graça é forte e eterna pois Deus depende no e se satisfaz com o
trabalho da alma de Cristo (Isaías 53:11). Ele “lembrar-se-á sempre da Sua aliança” (Sal.
111:5).
A nossa preservação de ser povo de Deus tem como base a promessa da aliança nova
e graciosa feita por Deus, efetuada por Cristo e aplicada pelo Espírito Santo. Portanto ela é
firme e eterna. A aliança não está baseada em nenhum dos nossos esforços mas somente
na graça soberana de Deus. Pela escolha dEle, pela obra completa de Cristo ministrada
pelo Espírito Santo pela Palavra de Deus essa aliança é efetuada. Que a verdade da sua
preservação ser baseada na promessa da aliança nova, que é pela graça, incentive a sua
perseverança para com o seu Salvador e Deus até Ele vier!
C. O propósito eterno de Deus. Eclesiastes 3:14, “Eu sei que tudo quanto Deus faz
durará eternamente; nada se lhe deve acrescentar, e nada se lhe deve tirar; e isto faz Deus
para que haja temor diante dele.”
Por Deus ser divino, Ele é completo em todas as Suas partes. Se falhasse em apenas
um único ponto, Ele tornaria a ser menos do que um outro ser nesta área. O outro ser,
com menos falhos, tornaria a ser maior de Deus neste único ponto, e portanto, dominaria
Deus. Mas, Deus é completo em toda e qualquer parte. Ninguém pode convencer o Filho
dEle de pecado, ou falha em motivo ou ação. Se o Filho é assim, também o Pai (João 8:46;
10:30). Deus é perfeito em todos as Suas obras (Deut 32:4; II Sam 22:31; Sal. 18:30, “o
caminho de deus é perfeito”; Mat. 5:48).
Podemos conhecer Deus pelos atributos dEle revelados pelas Escrituras Sagradas. O
propósito de Deus é assegurado pelo Seu ser (Isaías 46:9-11) e confirmado pelos seus
atributos. Vamos examinar alguns destes atributos. A qualidade da soberania de Deus é
motivo pelo qual todas as providências nos exércitos do céu e da terra operam segundo a
Sua vontade (Daniel 4:34-37, “E todos os moradores da terra são reputados em nada, e
segundo a Sua vontade Ele opera com o exercito do céu e os moradores da terra”; Atos
4:26-28, “Para fazerem tudo o que a Tua mão e o Teu conselho tinham anteriormente
determinado que se havia de fazer”; 13:48, “e creram todos quantos estavam
ordenados para a vida eterna.”). O poder de Deus garante seu decreto ser cumprido
(Daniel 4:35, “Não há quem possa estorvar a Sua mão, e lhe diga: Que fazes?”; I Pedro 1:5,
“estais guardados na virtude de Deus para a salvação”). A verdade de Deus garante seu
decreto ser preenchido perfeitamente (Núm. 23:19, “Deus não é homem, para que
minta; nem filho do homem, para que se arrependa; porventura diria Ele, e não o faria?
Ou falaria, e não o confirmaria?”). A imutabilidade de Deus garante que a Sua vontade
não mude para conosco (Mal 3:6, “Porque Eu, o SENHOR, não mudo; por isso vós, ó filhos
de Jacó, não sois consumidos.”; Romanos 11:29, “Porque os dons e a vocação de Deus
são sem arrependimento.”). A eternidade de Deus garante que o que Ele diz será
verdadeiramente realizada em tempo (Sal. 33:11, “O conselho do SENHOR permanece para
sempre; os intentos do Seu coração de geração em geração.”; Mat. 5:18, “Porque em
verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nenhuma jota ou um til se omitirá
da lei, sem que tudo seja cumprido.”; I Pedro 1:23, “a Palavra de Deus permanece para
todo o sempre”). A perfeição e a sabedoria de Deus fazem que o Seu desejo seja perfeita
e sábia, e assim sendo, é sem nenhum ponto fraco nem nada que pode frustrar os seus
planos eternos (Sal. 19:A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma ... os juízos do
SENHOR são verdadeiros e justos juntamente.”; Romanos 11:33-36, “Ó profundidade das
riquezas da sabedoria, como da ciência de Deus!”). Examinando os atributos divinos
entendemos que o seu decreto é influenciado pelo Seu ser e pelas Suas qualidades divinas.
Portanto, Deus decretando a nossa preservação, podemos ser tranqüilos ao respeito do
seu inteiro e perfeito cumprimento. Ao mesmo tempo que frisamos o eterno propósito de
Deus que nos preserva não esquecemo-nos dos meios que Ele usa para nossa participação
nela (a nossa perseverança na obediência á Palavra de Deus, a santificação, etc.)
É confortante considerar que o decreto de Deus não emana de uma pressão de fora
dEle como se fosse uma necessidade nem por Ele reagir a uma situação desesperadora. O
decreto de Deus vem da sua própria vontade livre e soberana (Efés. 1:5. “segundo o
beneplácito da Sua vontade”; 1:9, “segundo o beneplácito do que propusera em Si
mesmo”; 1:11, “faz todas as coisas segundo o conselho da Sua vontade”). Entendemos
que essa vontade não é movida pelo capricho nenhum, mas pelo amor (Deut 7:7-9, “mas
porque o SENHOR vos amava”; Jer. 31:3, “Há muito que o SENHOR me apareceu, dizendo:
Porquanto com amor eterno te amei, por isso com benignidade te atraí.”; Efés. 2:4,
“Mas Deus, que é riquíssimo em misericórdia, pelo Seu muito amor com que nos amou
(...) nos vivificou juntamente com Cristo”; I João 4:19, “Nós O amamos a Ele porque Ele
nos amou primeiro.”). Portanto, como é imensurável o amor de Deus, na mesma medida
é confirmada a nossa preservação (Romanos 8:35-39, nada “nos poderá separar do amor
de Deus, que está em Cristo Jesus nosso Senhor.”).
O próprio decreto divino é que os Seus sejam aceitos no Amado (Efés. 1:6); novas
criaturas espirituais (II Cor. 5:17); ser Seus próprios filhos, e assim sendo, herdeiras de
Deus e co-herdeiros com Cristo (Romanos 8:17; I João 3:2). É vontade explícita pelo
decreto que todos que fossem chamados particularmente pelo seu Espírito Santo pelo
Evangelho, sejam justificados por Cristo e glorificados na Sua imagem (Romanos 8:29,30).
O decreto envolve que Deus seja plenamente satisfeito pela obra de Cristo pelos Seus
(Isaías 53:11). Pelo decreto ser tão exato, é prometido que os que vêm a Ele por Cristo, de
nenhuma maneira serão lançados fora (João 6:37). Os em Cristo têm a segurança que tudo
que vêm a acontecer nas suas vidas contribuirá para seu bem. Se todas as coisas operam
para o seu bem, é claro que nada operará para a sua condenação (Romanos 8:28).
Portanto, tendo o Seu decreto feito na eternidade e revelado em tempo, podem descansar
no amor e poder de Deus todos que estão em Cristo. Esse descanso é pelo decreto sendo
dado, e por ele não ser condicional no homem, mas parte da Sua aliança da graça, é
assegurado o seu cumprimento exatamente como foi decretado.
Todas as promessas divinas reveladas pelas Escrituras Sagradas, tanto para os justos
quanto aos injustos, detalham para os estudioso os vários aspectos do Seu eterno decreto.
O propósito de Deus é assegurado pelo Seu ser (Isaías 46:9-11, “O Meu conselho será
firme, e farei toda a minha vontade.”) e revelado pelas Suas promessas. Por exemplo: Deus
deseja e, por isso, decretou a Sua permanência para com o Seu povo ajuntado
corretamente na terra. Sabemos desse decreto e desejo pela Sua promessa referente a
este ajuntamento. A Sua promessa reflete esse decreto (Mat. 28:20, “e eis que Eu estou
convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.”). Se Deus prometeu algo
em tempo é porque o fato já foi decretado na eternidade. Existem muitas providências
externas que mudam na vida do Cristão, mas nenhuma mudança concernente os
pensamentos de Deus para com os Seus (Isaías 46:9-11). É prometida a preservação dos
santos. É promessa de Deus que os em Cristo tenham a vida eterna (João 6:39,40, “E a
vontade do Pai que me enviou é esta: Que nenhum de todos aqueles que me deu se perca,
mas que o ressuscite no último dia. Porquanto a vontade dAquele que Me enviou é esta:
que todo aquele que vê o Filho, e crer nEle, tem a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no
último dia.”). A promessa de Deus é que os Seus nunca perecem (João 10:28,29, “E dou-
lhes na vida eterna, e nunca hão de perecer, e ninguém as arrebatará da minha mão”). As
promessas de Deus nos ensinem a o intento do Seu decreto e é esse eterna decreto qual
faz parte da base da nossa preservação.
Estamos tão confiantes na preservação eterna de Deus de todos os Seus quanto
somos firmes na Sua soberania e poder que garantem que aquilo que Ele deseja não será
invalidado (Jó 23:13, “Mas, se Ele resolveu alguma coisa, tem então o desviará? O que a
sua alma que dizer, isso fará.”; Sal. 115:3; 135:6; Isaías 14:24, “O SENHOR dos Exércitos
jurou, dizendo: Como pensei, assim sucederá, e como determinei, assim se efetuará.”). Se
o decreto que é revelado pelas promessas é firme então o que foi prometido também o é.
Os em Cristo têm muito para se confortarem ao respeito do efeito prático da
salvação. A aliança pela graça que inclui eles e assegurada pela obra expiatória de Cristo é
tão firme quanto o propósito eterno de Deus. Mas saiba disso, somente os em Cristo
podem ter essa certeza e descanso de alma. Todos que se arrependa e crêem em Cristo
estão seguros, mas qualquer fora de Cristo é condenado para receber o justo juízo dos
seus pecados. Isso também faz parte do decreto eterno (I João 5:12, “Quem tem o Filho
tem a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida.”). Se você é um pecador
oprimido pelo seu pecado, venha a confiar em Cristo já! É promessa de Deus que todos
que venham a Cristo, terão salvação. Estes serão preservados para todo o sempre. A base
dessa preservação é o propósito eterno de Deus revelado pela Palavra de Deus.
Resumindo, o Cristão é reconhecido ao mundo pela sua perseverança na fé. Porém a
sua perseverança desejada é somente conseguida pela obra de Deus preservando-o. O
Cristão deseja perseverar. O Cristão se esforça a se perseverar, mas a capacidade de
cumprir esse desejo e responsabilidade vem do próprio Deus (Fil. 2:13; II Cor. 3:4-6).
AULA
10
verdadeiramente “veio a Davi” (v. 6). Depois disto, foi posto em lugares
abençoados (v. 9-11). Todos pelos quais Cristo morreu, virão a Ele (João 6:37,
“Todo o que o Pai me dá virá a Mim”; João 10:27, “As minhas ovelhas ouvem a
minha voz, e eu conheço-as, e elas me seguem;”; II Pedro 3:9, “não querendo que
alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se.”).
É edificante notar o fato quando Mefibosete veio à presença do rei ele disse: “Eis
aqui teu servo” (v. 6). Assim, ele mostrou seu reconhecimento da senhoria do rei sobre a
sua vida. Assim entendemos que todos dos Seus que venham a se arrepender, reconhecem
a Sua senhoria sobre as suas vidas (Romanos 8:15, “recebestes o Espírito de adoção de
filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai.”; I Cor. 1:1, “santificados em Cristo Jesus”).
Os meios da chamada de Mefibosete para a restauração exemplifica os meios que
Deus emprega para chamar os Seus hoje. O Ziba, como servo do rei, representa todos
esses meios. O Ziba representa o Espírito Santo e os pregadores da Palavra de Deus. O Ziba
foi enviado a dar a mensagem do rei Davi ao Mefibosete. Nisso entendemos que é o
Espírito Santo que ilumina, desperta, convence e regenera o pecador (João 16:7-13). O
Espírito Santo faz essa obra magnificente pela Palavra de Deus sendo ministrada por seus
servos (Romanos 1:16; 10:14,15). Essas duas representações dadas ao Ziba mostram a
realidade que existem tanto a chamada interna quanto a chamada externa para trazer os
pecadores à obediência e santificação (Gal. 1:15, II Tess 2:14).
Na hora certa, a vontade do rei Davi, a obra do servo Ziba e a responsabilidade de
Mefibosete, fizeram que a restauração desejada veio a ser efetuada. A escolha do rei Davi
não era a restauração, mas ‘para ela’. Assim também a eleição não é a própria salvação,
mas “para a salvação” (II Tess 2:13). O envio de Ziba não era a restauração, mas um meio
eficaz à ela. A restauração foi manifesta quando Mefibosete veio ao rei Davi em
obediência. Isso mostra que a eleição ou a predestinação não é a salvação nem
unicamente a obra do Espírito Santo pela Palavra de Deus pregada mas tudo juntos
operando pela fé, o dom de Deus para o pecador, efetuam um fim glorioso: a salvação do
pecador (João 14:6; II Tess 2:13,14).
Notamos que a restauração de Mefibosete na casa do rei Davi não eliminou a sua
invalidez física (v. 13). Na mesma maneira a salvação também não elimina a natureza
pecaminosa da nossa carne antes que morramos (Romanos 7:21-24). Todavia, a
restauração de Mefibosete deu a ele uma vida completamente nova que ele
humildemente viveu na presença do rei Davi. Isso representa a salvação nos dando uma
nova natureza que faz tudo “novo” (II Cor. 5:17; Col. 3:10,11), uma vida vivida em
constante arrependimento e fé (Col. 2:6; Hebreus 11:6), uma natureza nova que nos traz
mais e mais na imagem de Cristo que a criou (Col. 3:10).
BIBLIOGRAFIA BÁSICA
STRONG, Augustus Hopkins. Teologia Sistemática de Strong. São Paulo:
HAGNOS, 2003.