2022-10-13 - Mandado de Segurança - Cajuasa.v3
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FEDERAL
MANDADO DE SEGURANÇA
1. TEMPESTIVIDADE
Ainda que a contagem tivesse como termo inicial não a ciência inequívoca
mas a publicação do ato no Diário Oficial da União em 14/06/2022 (doc.2), o prazo se
encerraria em 12/10/2022, data em que não houve expediente forense nesta Seção
Judiciária em razão do feriado previsto na Lei Federal n° 6.802/1980.
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É consolidado o entendimento do Superior Tribunal de Justiça no sentido de
que o prazo para ajuizamento de mandado de segurança, ainda que decadencial,
prorroga-se para o primeiro dia útil seguinte quando o termo final recair em feriado
forense (STJ, REsp 1.944.582/GO, relator Ministro Sérgio Kukina, Primeira Turma,
julgado em 14/9/2021, DJe de 20/9/2021). Desta forma, seria também tempestivo o
presente mandado de segurança impetrado em 13/10/2022, dia útil seguinte ao termo
final em que houve recesso forense.
2. DOS FATOS
1
Doc.3 - Relatório de Fiscalização nº 006/2006
2 Doc.4 - Despacho nº 132/2008
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após o início de liberação dos valores e 10 (dez) anos após a última liberação dos
valores, que ocorreu em 04/12/1996, conforme expressamente indica mencionado
relatório.
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Secretaria de Fomento e Parcerias com o Setor Privado do Ministério do
Desenvolvimento Regional – MDR.
3. DO DIREITO
No caso dos autos, é flagrante que a apuração pelo MDR da suposta não
aplicação de recursos teve início, no presente caso, em momento posterior ao
prazo prescricional de 05 (cinco) anos, de forma sequer a instauração do processo
administrativo se mostrava possível (recorde-se que o Relatório nº 006/2006 foi
elaborado 14 (catorze) anos após o início de liberação dos valores e 10 (dez) anos após
a última liberação dos valores, que ocorreu em 04/12/1996).
Ainda por outro lado, no que se refere ao prazo prescricional para cobrança
de eventual valor apurado no processo administrativo em referência, também se
verificaria a incidência da prescrição.
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10/03/2014; STJ, REsp 1.105.442/RJ, Relator Ministro HAMILTON
CARVALHIDO, Primeira Seção, julgado em 09/02/2009, DJe 22/02/2011;
STJ, REsp 1.125.508/GO, Relator Ministro MAURO CAMPBELL
MARQUES, Segunda Turma, julgado em 03/08/2010, DJe 24/08/2010).
2. O decurso de mais de oito anos entre a data da lavratura do auto de
infração (26/1/1993) e a data do falecimento do devedor originário
(11/6/2001), sem que o Conselho apelante tivesse tomado qualquer
medida no sentido de cobrar o crédito administrativo, já seria suficiente
para o reconhecimento da prescrição. 3. Demais disso, embora fosse
possível o ajuizamento da execução fiscal em face dos sucessores
a qualquer título, na forma do inciso VI do artigo 4º da Lei nº 6.830/80,
tal medida deveria ser adotada dentro do prazo quinquenal a que se
refere o artigo 1º do Decreto nº 20.910/32, uma vez que "a prescrição
iniciada contra uma pessoa continua a correr contra seu sucessor", a teor
do artigo 196 do Código Civil 4. Apelação desprovida.
(TRF-2 - AC: 00076464720134025001 ES 0007646-47.2013.4.02.5001,
Relator: ALUISIO GONÇALVES DE CASTRO MENDES, Data de
Julgamento: 04/05/2015, 5ª TURMA ESPECIALIZADA, Data de
Publicação: 13/05/2015) (grifos nossos)
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agente públicos – requisito essencial para caracterização de conduta de improbidade
administrativa – na conduta apurada sobre suposta inaplicabilidade de recursos, o que
foi devidamente pontuado no Despacho nº 019/20139, nos seguintes termos:
Por fim, ressalta-se que foi certificado nos autos do processo administrativo a
ausência de processo no Tribunal de Contas da União (TCU) em face da impetrante11, o
que também enseja a prescrição no caso concreto, porquanto o STF fixou a tese de que
é "prescritível a pretensão de ressarcimento ao erário fundada em decisão de Tribunal
de Contas", ao apreciar o Tema 899 da repercussão geral (STF, RE nº 636.886, Dje
28/04/2020).
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Constituição, delineados pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento do RE
852.475/SP.
Por tais fundamentos, diante de lapso temporal que salta aos olhos (no
mínimo 10 anos para instaurar o processo), não havia medida a ser adotada pela
autoridade coatora senão reconhecer e declarar a prescrição, direito líquido e certo da
impetrante, de maneira que a sua negativa enseja a concessão da segurança para
determinar o arquivamento do processo administrativo nº 59000.001601.2006-86.
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Presentes todos os requisitos legais, é de rigor a concessão da medida liminar
para determinar à autoridade coatora que imediatamente suspenda o processo
administrativo nº 59000.001601.2006-86, até o julgamento de mérito do presente
mandado de segurança.
5. PEDIDOS
Pede deferimento.
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