Conhecimentos Pedagógicos

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CONHECIMENTOS

PEDAGÓGICOS
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CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS
TÓPICOS QUE SERÃO ABORDADOS NO CURSO
ͫ conhecimentos pedagógicos;
ͫ o pensamento pedagógico moderno: iluminista, positivista;
ͫ o pensamento pedagógico moderno: socialista, escolanovista;
ͫ o pensamento pedagógico moderno: fenomenológico-existencialista, antiautoritário,
crítico;
ͫ liberais e progressistas;
ͫ correntes e tendências na prática escolar;
ͫ as bases sociológicas da educação, a educação como processo social;
ͫ as bases sociológicas da educação, as instituições sociais básicas, educação para o controle
e para a transformação social;
ͫ as bases sociológicas da educação, cultura e organização social, desigualdades sociais, a
relação escola/família/comunidade;
ͫ educação e sociedade no brasil;
ͫ a relação desenvolvimento/aprendizagem: diferentes abordagens, a relação pensamento/
linguagem;
ͫ a relação desenvolvimento/aprendizagem: formação de conceitos, crescimento;
ͫ desenvolvimento: o biológico, o psicológico e o social;
ͫ o desenvolvimento cognitivo e afetivo;
ͫ a formação do professor; a avaliação como processo;
ͫ a formação do professor; a relação professor/aluno;
ͫ os objetivos educacionais, os conteúdos de aprendizagem;
ͫ o papel dos professores e dos alunos;
ͫ os direitos da criança e do adolescente;
ͫ a sala de aula e sua pluralidade.

O CONHECIMENTO PEDAGÓGICO DO CONTEÚDO


“No âmbito da formação de professores, uma questão central tem definido os rumos das
investigações nas últimas décadas, sobre quais os conhecimentos que o professor necessita dominar
para poder ensinar (GRAÇA, 1999; GROSSMAN, 1990; PACHECO; FLORES, 1999; SHULMAN, 1987).
As preocupações com esta questão têm levado grande parte dos investigadores a adotar o
conceito de “conhecimento de base”. Em termos gerais, refere-se ao conhecimento que os profes-
sores devem possuir para realizar um bom ensino ou para alcançar um estágio de competência no
ensino (FENSTERMACHER, 1994; MONTEIRO, 2001).
CONHECIMENTOS PEDAGÓGICOS 3

A utilização do termo “conhecimento de base” resulta da influência da área de Sociologia do


Trabalho nas discussões mais recentes, nomeadamente a respeito das formas de organização das
profissões e de suas características essenciais (DOYLE, 1990; IMBERNÓN, 1998; JANUÁRIO; MATOS,
1995).
Nesta perspectiva, Christensen (1996), Corrigan e Haberman (1990), Doyle (1990), Mizukami,
Reali, Reyes, Martucci, Lima, Tancredi e Mello (2002) têm situado o conhecimento de base para o
ensino como uma característica importante e definidora de uma profissão.
Os principais debates, associando a formação de professores à ideia de um conhecimento pro-
fissional, surgiram no contexto das reformas educacionais nos Estados Unidos na década de 1980
(BORGES, 2001). Nesse período, a profissionalização se convertia numa forma de elevar o “status”
do professor, tornando sua atividade mais respeitada e valorizada (CARLSEN, 1999).
No entanto, essa profissionalização está condicionada à definição de um conhecimento de
base para o ensino, de responsabilidade coletiva e passível de ser classificado ou codificado cien-
tificamente (SHULMAN, 1987).
O conhecimento de base ou conhecimento profissional, como também tem sido denominado
(NASCIMENTO, 2002), compreende uma categoria de conhecimento que diz respeito a capacidade de
se realizar um diagnóstico e decidir quais os procedimentos disponíveis para resolver um problema
singular. De fato, é um conhecimento útil na definição das formas de aprendizagem e ensino mais
adequadas para diferentes problemas e indivíduos (ENGUITA, 2001).
Na formação de professores, Tom e Valli (1990) destacam que o conhecimento de base é
mais complexo do que obter conhecimentos sobre o ensino, sobre os estudantes, sobre a escola
ou contexto social da escola. Os autores acrescentam que possuir o conhecimento de base para o
ensino não significa apenas ter conhecimento por si só, mas também o discernimento de como este
conhecimento é convertido adequadamente para atender as exigências da prática. Shulman (1987)
estabelece sete categorias de conhecimento de base para o ensino, contemplando o conhecimento
do conteúdo, o conhecimento pedagógico geral (que são os princípios ou estratégias de gestão e
organização de classe, úteis para ensinar o conteúdo), o conhecimento curricular (referente ao
conhecimento do professor para selecionar e organizar os programas, bem como os meios que
dispõe para isso), o conhecimento pedagógico do conteúdo (que é uma “amalgama” ou combina-
ção especial entre conteúdo e pedagogia, típico do professor), o conhecimento dos alunos e de
suas características, o conhecimento dos contextos educacionais (ambiente de trabalho, região e
características culturais da comunidade) e o conhecimento dos fins educacionais (valores sociais,
propósitos e bases filosóficas e históricas).
O autor destaca a singularidade do conhecimento pedagógico do conteúdo, também deno-
minado de PCK (“Pedagogical Content Knowledge”) diante das outras categorias e propõe esta
categoria como a mais provável para distinguir entre o conhecimento do conteúdo de um espe-
cialista de uma determinada área e o conhecimento de um professor nessa mesma área. Ou seja,
o professor possui um conhecimento especializado do conteúdo que deverá ensinar, tornando-o
mais compreensível ao aluno. Esse conhecimento especializado do conteúdo é, portanto, o conhe-
cimento típico do professor.
O PCK, conforme Fenstermacher (1994), é um tipo de conhecimento do professor que faz a
interligação entre um conhecimento formal sobre o ensino, elaborado e validado a partir de pes-
quisas universitárias convencionais, e um conhecimento de natureza prática, desenvolvido pelo
professor através da experiência do trabalho docente. A questão que ainda permanece é se o PCK
é um conhecimento mais formal ou mais prático ou ainda a combinação de ambos.
Embora a designação de conhecimento didático do conteúdo, apresentada por GARCIA (1999),
seja equivalente ao que Shulman (1986) denomina de conhecimento pedagógico do conteúdo,
Amadeescot (2000) aponta para a distinção entre a linha de investigação iniciada nos Estados Unidos
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da América (PCK) e a corrente europeia de investigação didática em Educação Física. A principal


diferença entre estas duas correntes está no fato de que os estudos no PCK tem como base os pro-
cessos cognitivos de transformação da matéria, enquanto os estudos na didática tradicionalmente
enfatizam o conteúdo e o seu papel no ensino. Por outro lado, o uso de métodos qualitativos de
pesquisa, a preocupação com o processo da preparação e implementação do conteúdo de ensino
e de como se processa a interação conteúdo e aluno, são as semelhanças mais evidentes nestas
correntes de investigação.
Acredita-se que a discussão entre estes termos seja ainda parte de um processo de adoção
ou mesmo de readequação de abordagens tradicionais às recentes concepções epistemológicas
sobre o ensino.
Ao buscar a “superação do paradigma da quantidade da oferta em favor de um modelo que
priorize a qualidade da formação” inicial em Educação Física (HUNGER, NASCIMENTO, BARROS,
HALLAL, 2006, p. 137), torna-se oportuno destacar a proposta de Shulman (1987) a respeito do PCK,
como um conhecimento típico do professor capaz de mediar a transformação de conhecimentos
mais gerais, conceituais, disciplinares, em conhecimentos ou conteúdos programáticos mais com-
preensíveis aos futuros professores. Cabe privilegiar, portanto, uma forma de conhecimento útil ao
professor na transformação dos conhecimentos científicos em programas ou conteúdos curriculares
(RAMALHO, NUÑEZ, GAUTHIER, 2004).
Nesta perspectiva, o presente ensaio teórico tem o objetivo de esclarecer alguns aspectos rela-
cionados ao PCK, nomeadamente a forma como tem sido definido e a estruturação mais aceita na
literatura da área, de modo que possa ser levado em consideração nas discussões atuais a respeito
das propostas pedagógicas para a formação do profissional na área da Educação Física.
Com este propósito, o ensaio está organizado em três tópicos. Inicialmente procurou-se definir
este tipo de conhecimento e discutir alguns pontos importantes para a formação de professores.
Na sequência, houve a preocupação de apresentar o conjunto de conhecimentos que estão na base
da estrutura do PCK, estabelecendo relação com a área da Educação Física.”
Fonte - O conhecimento pedagógico do conteúdo - Revistas USPwww.revistas.usp.br › rbefe › article

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