Tabela de Moseley

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1.

5 TABELA DE MOSELEY

No início do século XX (1913), o inglês Henry Moseley (1887-1915),


a partir da tabela proposta por Mendeleev, montou aquela que
conhecemos até hoje, com base em no número atômico crescente.
Lembramos que esse número também corresponde ao número de
prótons presente no núcleo de determinado elemento. Ela apresenta
18 colunas (conhecidas como grupos ou famílias) e 7 linhas (chamadas
de períodos), conforme demonstra a Figura 6.

Figura 6 – Tabela atual, versão da União Internacional de Química Pura e Aplicada (IUPAC)

Crédito: Luis Brudna.

Com a organização proposta por Moseley, as propriedades dos


elementos podem ser previstas, por conta da periodicidade em
questão.
TEMA 2 – ORGANIZAÇÃO DA TABELA PERIÓDICA
ATUAL

A tabela periódica atual está organizada de acordo com o número


atômico crescente, com 18 colunas e 7 linhas. Como já definimos, as
colunas são conhecidas atualmente como grupos (ou mais
antigamente famílias), enquanto as linhas são os períodos (Figura 7).

Figura 7 – Esboço da tabela periódica atual

Fonte: Araujo, 2022

Os elementos são divididos em elementos de transição e


elementos representativos. O que os diferencia é a distribuição
eletrônica, conforme mostra a figura 8..

Figura 8 – Elementos da tabela periódica: subnível energético


Fonte: Araujo, 2022

Cada grupo é definido pelo subnível mais energético (o último a


ser escrito seguindo a ordem do diagrama de Linus Pauling) em sua
distribuição eletrônica, conforme demonstra a figura 9.

Figura 9 – Subnível mais energético em cada grupo

Fonte: Araujo, 2022
Por sua vez, os períodos (linhas) coincidem com o nível de
valência. Vamos a um exemplo para facilitar a compreensão.
Determine a posição na tabela periódica do elemento de número
atômico igual a 21 (Z = 21).

O primeiro passo é a distribuição eletrônica. Ela segue o diagrama


de distribuição eletrônica por subníveis de energia de forma crescente,
como demonstra a figura 10.

Figura 10 – Primeiro passo


Créditos: pOrbital.com/Shutterstock.

Para usar o diagrama, basta usar os elementos de menor energia


primeiro (no caso, 1s) e seguir, sem repetição, com o preenchimento
dos elementos de maior energia. No caso do exemplo, ficaria da
seguinte forma: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d1.

O segundo passo é determinar a camada de valência. A camada


de valência é formada pelo maior número quântico principal (n) da
distribuição. Veja que, na distribuição, temos até o número 4. Como
esse é o maior, ele será o nível (ou camada) de valência: n = 4.

O terceiro passo é determinar o subnível mais energético. O


subnível mais energético é o último que foi escrito na distribuição
eletrônica quando seguimos o diagrama de Linus Pauling. No caso do
exemplo, seria o 3d1.

Depois desses passos, agora é só seguir as seguintes regras:

 Primeira regra: o período (linha) do elemento na tabela periódica


coincide com o nível de valência. 
 Segunda regra: o grupo (ou família) do elemento na tabela
periódica será determinado pelo subnível mais energético, com
base na Figura 9.
 Terceira regra: para determinar se o elemento é representativo
ou de transição, utilizamos o subnível mais energético.

Utilizando essas regras, vamos determinar a posição do elemento.

Figura 11 – Posição do elemento


 Utilizando a primeira regra, determinamos que o elemento está
no quarto período.
 Utilizando a segunda regra, determinamos que o elemento está
no grupo que tem o subnível mais energético d¹, ou seja, o
terceiro grupo.
 Utilizando a terceira regra, com base na Figura 8, como o
subnível mais energético é “d”, então trata-se de um elemento
de transição externa. 

Esse elemento está, portanto, na quarta linha (período) da tabela


periódica, na terceira coluna (grupo), e é do tipo transição externa. O
elemento do exemplo é o escândio (Sc), cujo número atômico é igual
a 21. Veja na Figura 12 que a sua posição corresponde exatamente ao
que foi descrito anteriormente.

Figura 12 – Posição do escândio na tabela periódica


Fonte: Araujo, 2022

Uma curiosidade sobre a tabela periódica é que os símbolos


muitas vezes não coincidem com as nomenclaturas. Por exemplo, o do
sódio é Na, o do chumbo é Pb etc. Isso ocorre porque os símbolos são
de origem latina. Veja alguns casos no quadro a seguir.

Quadro 4 – Exemplos de símbolos de elementos e seus nomes


latinos

Elemento Símbol Nomenclatura latina

Prata Ag Argentum

Potássio K Kalium

Chumbo Pb Plumbum

Sódio Na Natrium

Fonte: Araujo, 2022
Algumas famílias da tabela periódica apresentam nomes
específicos, conforme descritos a seguir.

 Grupo 1: metais alcalinos (Li, Na, K, Rb, Cs, Fr).


 Grupo 2: metais alcalinos terrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra).
 Grupo 16: calcogênios (O, S, Se, Te, Po, Lv).
 Grupo 17: halogênios (F, Cl, Br, I, At, Ts).
 Grupo 18: gases nobres (He, Ne, Ar, Kr, Xe, Rn, Og).

TEMA 3 – MODELO DE DALTON E DE J. J. THOMSON

3.1 MODELO DE DALTON

Os modelos são utilizados para tentar representar o mundo


microscópico da química, como os átomos. Nessa tentativa, surgem
cientistas de grande importância. Na verdade, o estudo da atomística
teve início com a filosofia, com Demócrito e Leucipo (450 a.C.), que
definiam um átomo como a menor parte da matéria, ou seja, uma
parte indivisível. Esse pensamento não pode ser considerado um
modelo, pois não buscar descrever nenhum formato, apenas apresenta
um pensamento que busca uma definição.

O primeiro modelo atômico foi proposto por Dalton e seguido por


outros, conforme demonstra a Figura 13. A ideia é que o átomo seria
esférico, constituindo a menor parte da matéria. O que diferenciava
um elemento químico de outro era o peso dos átomos. Essa proposta
corroborava com a lei de conservação de massa de Lavoisier, segundo
a qual na natureza nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
Podemos definir, ainda, que em uma reação química a massa dos
reagentes e dos produtos devem ser iguais.
Figura 13 – Linha do tempo dos modelos atômicos

Créditos: Emir Kaan/Shutterstock.

3.2 MODELO DE J. J. THOMSON

O modelo de J. J. Thomson (1856-1940) traz a descoberta dos


elétrons, um avanço significativo para a ciência. Um exemplo de sua
utilização é a corrente elétrica, que nada mais é do que elétrons que
correm em fluxo ordenado, ou ainda as telas de
celulares, smartphones e televisores.

A partir da utilização de um equipamento denominado ampola de


Crookes (um tubo com ar rarefeito dentro, quase um vácuo), são
emitidos feixes catódicos (que saem do cátodo) em direção ao ânodo
figura 14.

Figura 14 – Experimento da ampola de Crookes


Créditos: NandalalSarkar/Shutterstock.

Assim, no cátodo saem os feixes catódicos, que se propagam em


linha reta em direção ao ânodo. Quando os elétrons se chocam na
parede do tubo, geram a florescência de cor verde (brilho verde).

Em uma segunda parte, esses feixes passam por cargas negativas e


positivas. Fica visível que são atraídos pela parte positiva, o que
comprova que são de carga negativa (Figura 15).

Figura 15 – Desvio do feixe catódico: passagem por diferentes cargas


Créditos: pOrbital.com/Shutterstock.

Outra parte do experimento determina que o feixe catódico é


dotado de massa (Figura 16), pois a ventoinha gira ao ser atingida por
ele. Portanto, fica definido que os feixes catódicos (ou elétrons): se
propagam em linha reta; têm carga negativa; e apresentam massa.

Figura 16 – Experimento da ventoinha

Crédito: Wasteresley Lima.

J. J. Thomson imaginou, em seu modelo (Figura 17), o átomo como


uma esfera com massa positiva e com elétrons distribuídos de forma
uniforme em toda a sua extensão.

Figura 17 – Modelo proposto por J. J. Thomson


Créditos: pOrbital.com/Shutterstock.

TEMA 4 – MODELO DE RUTHERFORD

O modelo de Ernest Rutherford foi inovador em relação aos


anteriores, pois usou a radioatividade para concluir alguns pontos. Em
1910, o cientista estudava os ângulos em que as partículas radioativas
alfa eram desviadas quando atravessavam uma lâmina de ouro
delgada, como demonstra a figura a seguir.

Figura 18 – Experimento de espalhamento alfa de Rutherford


Créditos: pOrbital.com/Shutterstock.

Em uma visão microscópica (Figura 19), os feixes são desviados


quando atingem ou se aproximam do núcleo atômico.

Figura 19 – Visão microscópica do experimento de Rutherford


Créditos: Sciencepics/Shutterstock.

Mas por que as partículas alfa desviam quando se aproximam do


núcleo? Para responder essa questão, é necessário lembrar que elas
apresentam carga positiva, sendo repelidas quando se aproximam do
núcleo. Nesse sentido, reconhecendo que cargas iguais se repelem,
Rutherford concluiu que o núcleo atômico também teria carga
positiva, de modo que os feixes que não tinham se desviado estariam
passando por um vazio.

Como a maioria das partículas não sofrem desvio, ele chegou à


ideia de que a maior parte do átomo é um vazio. Em contrapartida,
como uma pequena parte das partículas alfa era desviada, uma
pequena parte do átomo era positiva, sendo chamada de núcleo.
Resumindo, segundo esse cientista, o átomo era constituído por um
grande espaço vazio e uma pequena parte, que seria o núcleo, dotada
de carga positiva. Nesse modelo, os elétrons ficavam girando ao redor
do núcleo em órbitas (Figura 20).

Os prótons foram descobertos por Rutherford em 1919, e os


nêutrons em 1932, pelo cientista britânico James Chadwick (1891-
1972), concluindo essa visão do átomo.

Figura 20 – Visão do modelo atômico finalizado de Rutherford


Créditos: Lookiepixie/Shutterstock. 

O átomo é dotado de prótons e nêutrons em seu núcleo, que é


aproximadamente cem mil vezes menor do que a eletrosfera, que é a
região dos elétrons. Vale salientar também que a massa do átomo é
basicamente a somatória da massa dos prótons e dos nêutrons.
Portanto, nesse caso o núcleo é denso, pois a quase totalidade da
massa se encontra nele.

Uma questão bem importante que Rutherford não soube explicar


é o motivo pelo qual o núcleo é positivo, não atraindo os elétrons em
uma espiral, o que destruiria o átomo em si.

TEMA 5 – MODELO DE BOHR

Bohr combinou os resultados obtidos até então e para explicar os


aspectos contraditórios do modelo de Rutherford, sugerindo que os
elétrons se moviam ao redor do núcleo em órbitas bem definidas,
como demonstra a Figura 21.
Figura 21 – Demonstração dos níveis de energia ao redor do núcleo

Créditos: Sousou07/Shutterstock.

Porém, ao realizar o movimento circular, uma força puxaria o


elétron para o centro, a força de atração elétron-núcleo. Para que um
elétron se mantenha em determinada órbita, a força de atração
eletrostática (entre o núcleo e o elétron) deve ser igual à força
centrífuga, que tende a empurrar o elétron em movimento para fora
da órbita (Figura 22).

Figura 22 – Demonstração da força centrípeta (Fc) e da força de atração eletrostática (Fa)


Fonte: Araujo, 2022

A força centrífuga é calculada pela seguinte expressão:

 FCP = força centrípeta (N – newtons).


 m = massa do corpo (kg).
 V = velocidade do corpo (m/s).
 R = raio da órbita circular (m).

A força de atração de Coulomb entre o núcleo e o elétron pode ser


calculada pela seguinte expressão:
 Fa = força atração (Coulombs).
 Z = número atômico.
 e = carga do elétron (1,6 . 10-19C).
  (8,854.10-12 A²s4.kg-1.m-3).
 m = massa do elétron (9,11 x 10-31 kg ou 5,49 x 10-4u.m.a).
 obs: u.m.a. = unidade de massa atômica.
 r = raio da órbita.

O raio da órbita pode ser calculado pela seguinte expressão:

Temos que n é o número quântico principal, que indica justamente


o nível de energia. Para os níveis de energia, os raios de cada órbita
aparecem como indicado no quadro a seguir.

Quadro 5 – Valores calculados das sete primeiras órbitas

Órbita Raio da órbita Valor calculado

1 (n = 1² . 0,0529 0,0529 nm

1)

2 (n = 2² . 0,0529 0,2116 nm

2)

3 (n = 3² . 0,0529 0,4761 nm

3)

4 (n = 4² . 0,0529 0,8467 nm

4)

5 (n = 5² . 0,0529 1,3225 nm

5)
6 (n = 6² . 0,0529 1,9044 nm

6)

7 (n = 7² . 0,0529 2,5921 nm

7)

Fonte: Madivate et al., 2014.

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