04/09/2020 Livro Digital - PLATAFORMAS SÍNCRONAS E ASSÍNCRONAS

Plataformas Síncronas e Assíncronas

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Antes de abordarmos as ferramentas de mediação, vamos ler um pouco sobre o papel do

professor mediador.

O papel do professor mediador é, fundamentalmente, colocar-se entre o conteúdo a ser

ministrado e o aluno; é buscar adicionar o novo ao conhecimento já auferido, utilizando-
se de tecnologias que sirvam de infraestrutura para transmissão e fixação dos conteúdos.
Para exercer o seu papel, o professor mediador necessita desenvolver algumas
habilidades:

Ser comunicativo, ou seja, o professor não pode ser reativo, deve ser agente
motivador, ter entusiasmo e convicção.
Conhecer as formas de mediação: é fundamental conhecer e dominar as
ferramentas de trabalho e saber utilizá-las, possibilitando a interação com os
alunos.

Outra habilidade que faz toda diferença na avaliação do aluno é a capacidade do professor
em fazer feedback de forma assertiva e no tempo esperado pelo aluno. Algumas dicas:

Busque diversificar as metodologias de feedback.

Utilize este momento para motivar seu aluno.
Quanto antes você devolver o feedback ao aluno, melhor.
Dê tempo ao aluno para que possa entender o que lhe foi proposto, deixando-o à
vontade. Incentive-o por meio de comentários, sendo importante o feedback.
Escolha uma metodologia de feedback que seu aluno consiga compreender.

2 MEDIAÇÃO
É fácil compreendermos que a mediação é a função exercida pelo professor enquanto
agente de transmissão de conhecimento. Entre o assunto/conteúdo e o aluno sempre
surgem dúvidas e inserções de diversas naturezas em que é necessária a figura do
professor no papel de mediador.

O professor mediador precisa ter a habilidade de incentivar o aluno em “resolver suas

coisas”, ou seja, preferencialmente que tente realizar as atividades sem auxílio de outras
pessoas (pais, por exemplo). Quanto mais seus alunos conseguirem caminhar sozinhos no
processo ensino-aprendizagem, maior será seu tempo para dedicar-se ao conteúdo e ao
crescimento do senso crítico da turma.

Mediar é sinônimo de comunicar, e a comunicação é a base do ensino a distância; mas,

como devo agir enquanto mediador de uma turma de alunos? Mediar atividades dos
alunos significa:

participar da construção do conhecimento da turma;

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estar presente no olhar do aluno;

suscitar novos questionamentos;
apontar novos caminhos;
organizar situações de aprendizagem;
planejar e propor atividades;
disponibilizar materiais de apoio com o uso de múltiplas mídias e linguagens;
fornecer informação relevante;
incentivar a busca de distintas fontes de informações e a realização de
experimentações;
provocar a reflexão sobre processos e produtos;
favorecer a formalização de conceitos;
propiciar a interaprendizagem e a aprendizagem colaborativa;
fazer parte da torcida de seu sucesso profissional (FERRAMENTA DE MEDIAÇÃO,
2020).

3 O PROFESSOR NO MODELO DE AULA VIRTUAL

Vamos iniciar nosso tema abordando a aula presencial. Observe algumas características
inerentes ao professor em sua sala de aula presencial:

Domina o assunto.
Conhece o cronograma de entrega dos conteúdos e consegue entregar naturalmente
o ano letivo no prazo estipulado.
Tem domínio da turma, afinal, está presencialmente e possui uma “visão 360 graus”
de seus alunos, estes, por sua vez, sabem que o professor pode, a qualquer
momento, abordá-los ou visualizar suas ações.
Consegue maior assertividade no processo de ensino-aprendizagem, pois pode
trabalhar com todos os sentidos simultaneamente.

Agora, vamos observar o mesmo professor que analisamos presencialmente em uma aula
a distância, virtual:

Domina o assunto; sim, nosso professor ainda é a mesma pessoa e seu

conhecimento “não foi embora”.
Conhece o cronograma de entrega dos conteúdos, mas, muitas vezes, não tem a
mesma performance em entregar o ano letivo no prazo estipulado.
O domínio da turma pode ser mais difícil, pois a atenção do aluno pode estar
sofrendo concorrência.
A assertividade no processo de ensino-aprendizagem pode não ser tão evidente,
devido à limitação de sentidos que estão envolvidos no relacionamento virtual.

Vamos discutir um pouco mais? Nas aulas virtuais o professor passa a ter mais variáveis
para controlar a atenção de seus alunos:

Saber lidar com as ferramentas de mediação.

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Apoiar os alunos no processo de ensino-aprendizagem e utilização das ferramentas

de mediação.
Nas aulas virtuais, além dos alunos, temos a presença dos pais ou de mais pessoas,
de acordo com a estrutura familiar do aluno.
As atividades normalmente não são tão intensas quanto às atividades entregues em
sala de aula.
O processo de avaliação do aprendizado também sofre alterações e, com isso, tende
a deixar o aluno um pouco menos atencioso nas aulas.

De uma maneira geral, todos precisam aprender e empreender no processo de aulas

virtuais; o aluno precisa aprender a estudar sozinho, com responsabilidade, como se
estivesse presencialmente em sala de aula. O professor, por sua vez, precisa agregar ao
conteúdo que naturalmente lhe é peculiar, habilidades tecnológicas e saber trabalhar com
menos sentidos envolvidos, conquistando seus alunos, bem como as pessoas que
estiverem participando das aulas.

4 FERRAMENTAS SÍNCRONAS
As ferramentas síncronas são aquelas que permitem que a comunicação seja realizada em
tempo real, com a participação simultânea dos participantes, permitindo a participação e
interação de todos. Por esta razão, exigem que o professor desenvolva algumas
habilidades específicas:

Velocidade em interpretar as interações feitas pelos alunos: a tendência é de que o

aluno faça comentários mais sintetizados com relação a um assunto ou dúvida; se o
comentário for feito por escrito, a síntese pode ser ainda mais evidente.
Velocidade em formular e sintetizar respostas a estas interações: como as respostas
dadas pelo professor são virtuais, precisam ser bem fundamentadas ao mesmo
tempo que sintéticas e objetivas para não perder a atenção do grupo ou mesmo
desmotivá-los.
Conhecimento das ferramentas e seus recursos: esta é uma prerrogativa para que a
aula seja exitosa. As ferramentas possuem funcionalidades que contribuem com a
interação entre as pessoas do grupo.

Outra habilidade, não menos importante, é saber dar feedback ao aluno por meio das
ferramentas síncronas. Neste layout de aula, ser claro, ter consistência e responder no
tempo adequado contribuem de forma relevante ao aprendizado do aluno e, por
consequência, no sucesso da aula. Atenção: ser eficaz com relação ao tempo de resposta
não justifica ou não estimula a escrita abreviada, por exemplo, a palavra você – “vc”.

Vamos analisar dois exemplos de ferramentas síncronas, segundo Mundo Online (2015):

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Chat: programa que permite a comunicação entre vários interlocutores, através de

uma janela comum, tudo o que é escrito por cada participante pode ser lido
imediatamente por todos os outros. O IRC (Internet Relay Chat) desenvolvido por
Jarkko Oikarinen, em meados de 1980, é um dos mais populares na Internet. MUDs
(Multiple User Dimension, Multiple User Dungeon, or Multiple User Dialogue) e
MOOs (MultiUser Object Oriented Environment): ambientes de realidade virtual
baseados em texto, isto é, ambientes cuja interface e as interações entre o usuário e
o ambiente são realizadas unicamente através de linguagem escrita.
Videoconferência: uma videoconferência consiste em uma discussão em grupo
ou pessoa a pessoa na qual os participantes estão em locais diferentes, mas podem
ver e ouvir uns aos outros como se estivessem reunidos em um único local. Fatores
importantes como suporte à comunicação multiponto, técnicas de codificação e
compressão de vídeo e áudio, requisitos de hardware e software e o preço da
ferramenta devem ser levados em consideração na adoção dessa modalidade.
Podemos citar outros exemplos de ferramentas síncronas: audioconferências (canal
de áudio e interação apenas por voz), web conferência (permitindo a interação por
voz, texto e vídeo simultaneamente), games interativos, entre outros.

5 FERRAMENTAS ASSÍNCRONAS
As ferramentas assíncronas têm por característica não exigir a participação simultânea,
em tempo real dos participantes. Essa característica é responsável por uma maior
flexibilidade na interação, haja vista que o grupo pode acessar as informações em
momentos diferentes, cada pessoa dentro da sua possibilidade de tempo, pois a interação
pode ocorrer em dias e horários indefinidos.

Estas ferramentas nos dão a possibilidade de pensar, refletir antes de nos comunicarmos,
fato este que pode ser um aliado às pessoas mais tímidas ou com menor habilidade de se
expressar, estamos citando aluno e professor mais introvertido. Em síntese, as
ferramentas assíncronas se destacam por:

Permite que o aluno acesse os conteúdos quando tiver tempo e pelo tempo que
entender necessário, ou seja, no seu ritmo, com a possibilidade de se dedicar mais
ou menos aos assuntos de acordo com seu interesse.
O aluno poderá estudar onde quiser.
A possibilidade de interagir no tempo do aluno permite que sua resposta seja
melhor embasada, ou seja, antes de opinar, o aluno poderá efetuar pesquisas que
enriqueçam ou deem fé em sua resposta.

Além das características já mencionadas, as ferramentas assíncronas tendem a ser menos

onerosa financeiramente, pelo fato de trabalharem com tecnologias mais difundidas e de
menor custo. Por outro lado, estudar de forma assíncrona pode não ser a melhor
metodologia pois os estudos passam a acontecer sem a interação e mediação em tempo
real, e, a troca de experiências ou mesmo estudo em grupo, pode desmotivar o estudante.
Outro fator negativo é a ausência ou baixo nível de network, tão importante para os
futuros profissionais que estamos ajudando a preparar.

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Da mesma forma que na metodologia síncrona, o feedback ao aluno é destaque em

importância na metodologia assíncrona. Neste caso, por não estar conectado ao aluno em
tempo real, o professor precisa estar ainda mais atento.

[...] no caso da mediação por ferramentas assíncronas, deve-se salientar que o uso correto
da língua portuguesa em sua norma culta é fundamental. Coesão e coerência também são
fatores imprescindíveis para uma comunicação eficaz. A mediação em editores de texto
ocorre por meio do acompanhamento individualizado dos integrantes da comunidade
virtual. É o momento em que o mediador deve aproveitar para conhecer melhor a
“bagagem” que o aluno traz sobre o tema trabalhado para então interagir com ele de
forma a solidificar e/ou construir novos conhecimentos (FERRAMENTA DE MEDIAÇÃO,
2020, p. 6).

De acordo com Mundo Online (2015), as ferramentas mais tradicionais da comunicação

assíncrona são:

E-mail: a grande vantagem dessa ferramenta é que cada um pode enviar ou receber
suas mensagens e/ou arquivos de acordo com sua disponibilidade de tempo.
Fóruns de discussão: é uma ferramenta para páginas de internet destinada a
promover debates por meio de mensagens publicadas abordando uma mesma
questão. Os fóruns de discussão basicamente possuem duas divisões
organizacionais, a primeira faz a divisão por assunto e a segunda uma divisão desse
em tópicos. As mensagens ficam ordenadas decrescentemente por data, da mesma
forma que os tópicos ficam ordenados pela data da última postagem.

Outros exemplos de ferramentas assíncronas:

Blog: o blog é muito parecido com a metodologia utilizada pelo fórum. O conteúdo
é socializado pelo autor, normalmente por meio de recursos de texto, áudio e vídeo,
e o grupo faz seus comentários, contribuições ou dúvidas posteriormente.
Webquests: esta metodologia é uma grande oportunidade que o professor tem em
mãos para diferenciar o portfólio de metodologias a serem aplicadas, pois essa
metodologia propõe o trabalho de pesquisa utilizando recursos disponíveis na
internet.
Enquetes: são enquetes ou pesquisas realizadas pela internet. Podem ser utilizadas
ferramentas de apoio como Google ou WhatsApp. Pode ser uma boa ferramenta
para avaliação do seu trabalho junto a sua turma.

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de termos a nossa disposição diversas ferramentas que nos auxiliam no processo
de transmissão do conhecimento, metodologicamente as dividimos em dois grandes
grupos: síncronas e assíncronas. A diferença mais relevante entre elas é a possibilidade de
as aulas serem com a presença on-line ou não dos nossos alunos.

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Outro ponto importante é conhecer as ferramentas que forem ser utilizadas para entrega
das aulas; boa parte do sucesso de uma aula e, por consequência, em conseguir a atenção
dos nossos alunos, acontece por meio da habilidade que devemos ter antes de acessarmos
virtualmente a turma.

Um último conselho: não esqueça de avaliar a infraestrutura tecnológica de rede de

internet, a performance de seu computador, bem como redundância de energia elétrica.
Com isso, fechamos nosso capítulo sobre ferramentas virtuais. Lembrando que uma aula
maravilhosa depende da combinação de alguns elementos:

bom professor;
infraestrutura adequada;
escolha da melhor ferramenta e conhecê-la profundamente;
habilidade em cativar os alunos virtualmente, ou seja, ter capacidade de síntese,
interpretação, desenvolver atividades que provoque os alunos, avaliações com
feedback, entre outras.

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