Convento Da Penha - Um Lugar de Memória (Alberto Carlos de Souza)
Convento Da Penha - Um Lugar de Memória (Alberto Carlos de Souza)
Convento Da Penha - Um Lugar de Memória (Alberto Carlos de Souza)
RESUMO: Esta experiência interdisciplinar buscou como desafio discutir entre adolescentes de uma escola pública do Município
de Vila Velha/ES o conceito de patrimônio cultural e, a partir desse conceito, reconhecer os bens materiais e imateriais formadores
do patrimônio daquele município. O trabalho de campo resultou na criação estética coletiva de uma leitura do Convento da
Penha, que foi retratado pela técnica de mosaico em papel. A obra encontra-se em exposição permanente no hall da escola
denominada Unidade Municipal de Ensino Fundamental Profa. Nair Dias Barbosa, situada em Vila Velha – ES.
PALAVRAS-CHAVE: Convento da Penha; Lugares de memória; Identidade Cultural.
ABSTRACT: This interdisciplinary experience sought as a challenge to discuss among adolescents attending public school in the
city of Vila Velha / ES the concept of cultural heritage and, based on this concept, recognizing the tangible and intangible assets
that form the heritage council. The field work resulted in the creation of a collective aesthetic reading of the Convent of the Rock,
who was portrayed by the technique of mosaic on paper. The work is on permanent display in the lobby of the school called Unity
Hall Elementary School Prof. Nair Barbosa Dias, located in Vila Velha - ES.
KEYWORDS: Convento da Penha; Places of memory; Cultural Identity.
INTRODUÇÃO
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http://doi.org/10.36311/1982-8004.2012.v5n0.2364
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[...] É fundamental que a escola assuma a valorização da cultura de seu próprio grupo e,
ao mesmo tempo, busque ultrapassar seus limites, propiciando às crianças e aos jovens
pertencentes aos diferentes grupos sociais o acesso ao saber, tanto no que diz respeito aos
conhecimentos socialmente relevantes da cultura brasileira no âmbito nacional e regional
como no que faz parte do patrimônio universal da humanidade. É igualmente importante
que ela favoreça a utilização das múltiplas linguagens, das expressões e dos conhecimentos
históricos, sociais, científicos, tecnológicos, sem perder de vista a autonomia intelectual e
moral do aluno, como finalidade básica da educação (BRASIL, 1998, p. 44).
OBJETIVOS
Esta experiência interdisciplinar de ensino teve como objetivos: discutir
o conceito de patrimônio cultural, reconhecer os bens materiais e imateriais que
constituem o patrimônio cultural do Município de Vila Velha - ES, e criar, em uma
oficina de produção estética, uma leitura - através da técnica de mosaico em papel -, do
bem escolhido pelos alunos – no caso, o Convento da Penha.
METODOLOGIA
O início da experiência foi a problematização junto com os alunos do conceito
de patrimônio cultural. Segundo o artigo 216 da nossa Constituição (BRASIL, 1992,
p. 120), “constituem patrimônio cultural brasileiro os bens de natureza material e
imaterial, tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referências à
identidade, à ação, à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade brasileira”,
nos quais se incluem:
I– as formas de expressão;
II –os modos de criar, fazer e viver;
III –
as criações científicas, artísticas e tecnológicas;
IV –as obras, os objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados às
manifestações artístico-culturais;
V – Os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico,
arqueológico e científico.
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– Nossa Senhora da Penha -, trazida pelos jesuítas, sumiu e foi encontrada pelos índios no
alto do rochedo. Como o fato se repetiu outras vezes, os jesuítas resolveram construí-lo
sobre a enorme rocha de difícil acesso (CONVENTO DA PENHA, 2006).
Além do convento, a Ladeira das Sete Voltas – o antigo caminho de pedras
polidas que dá acesso ao mesmo -, também integra o conjunto arquitetônico. Cada
uma das voltas dessa ladeira representa uma das sete alegrias de Nossa Senhora.
No processo de criação coletiva do mosaico, que se seguiu à visita e discussão
histórica sobre o referido patrimônio, buscarmos através da renovação constante do
potencial criador explorar a tensão psíquica dos alunos, pois,
[...] Compreendemos, na criação, que a ulterior finalidade do nosso fazer seja
poder ampliar em nós a experiência da vitalidade. Criar não representa um
relaxamento ou um esvaziamento pessoal, nem uma substituição imaginativa
da realidade, criar representa uma intensificação do viver, um vivenciar-se no
fazer(...) Daí o sentimento essencial e necessário no criar, o sentimento de um
crescimento interior, em que nos ampliamos em nossa abertura para a vida
(OSTROWER, 2005, p. 28).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
As falas dos adolescentes aqui apresentadas nos permitem inferir que esta
experiência interdisciplinar de ensino, ao buscar valorizar o protagonismo e a criatividade
juvenil, alcançou os seus objetivos propostos. À partir da interdisciplinariedade e ente
as disciplinas foi mostrado através de estudo que é muito importante não só para os
professores que puderam aprender juntos o caminho ao (re) descobrir a importância do
maior patrimônio vivo do Espírito Santo, com intuito de que os alunos tenham noção
que no seu Estado têm sim, vários lugares de memórias tanto material quanto imaterial.
E esse pois, para nós o grande desafio de mostrar que a cultura é global e também local
e que essa ponte só pode ser alcançada em parceria entre Escola, professores, alunos e
a família.
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REFERÊNCIAS
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BRZEZINSKI, I. (org). LDB interpretada: diversos olhares se entrecruzam. 7 ed. São Paulo: Cortez,
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MAUSS,M. Ensaio sobre a dádiva: forma e razão da troca em sociedades arcaicas. In: Sociologia e
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NORA, P. Les lieux de mémorie. Paris: Editions Gallimard, 1984.
OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. 19 ed. Petrópolis: Vozes, 2005.
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