Neves Baseia DrechslerSantos GóesNeto 2013
Neves Baseia DrechslerSantos GóesNeto 2013
Neves Baseia DrechslerSantos GóesNeto 2013
Fungi of the
Semiarid Region
of Brazil
Edited by
Maria Alice Neves, Iuri Goulart Baseia,
Elisandro Ricardo Drechsler-Santos & Aristóteles Góes-Neto
Florianópolis, Brazil
© 2013 TECC Editora
ISBN: 978-85-65005-03-6
TECC Editora
Florianópolis, Brazil
www.tecceditora.com - [email protected]
Disclaimer
Many species of fungi are edible, but there are also many
poisonous species that can cause discomfort or even death if
consumed. There are no universal characteristics or tests to
tell if a species is edible or poisonous and the consumption of
a fungus that has not been identified by an expert mycologist
is not recommended. This book is not intended to serve as a
guide to edible and poisonous fungi and the authors, editors
and publisher are not responsible for the consequences of the
consumption of fungi by others.
Aviso de Isenção
Muitas espécies de fungos são comestíveis, mas existem
também muitas espécies venenosas que podem causar
transtornos à saúde e causar morte quando consumidas.
Não existem características ou testes universais para
diagnosticar se uma espécie é comestível ou venenosa, e o
consumo de fungos que não tenham sido identificados por
um micólogo especialista não é recomendado. Este livro não
tem a finalidade de servir como guia para fungos comestíveis
e venenosos e os autores, coordenadores e editores não são
responsáveis pelo consumo de fungos por terceiros.
Contents
Índice
Contributors iv
Preface vi
Acknowledgments viii
Introduction 1
Ascomycota 11
Basidiomycota
Mushrooms 23
Polypores 51
Gasteromycetes 83
Appendix I. Illustrated Guide to Collecting, Preserving,
and Describing Fungi (Portuguese only) 112
Appendix II. Glossary (Portuguese only) 120
Photo Credits and Specimens 126
Literature Cited 128
Index to Scientific Names 130
About the Editors 132
Colaboradores iv
Prefácio vii
Agradecimentos ix
Introdução 1
Ascomycota 11
Basidiomycota
Cogumelos 23
Políporos 51
Gasteromicetos 83
Apêndice I. Guia Ilustrado para Coleta, Preservação e Descrição de Fungos 112
Apêndice II. Glossário 120
Créditos das fotos e Espécimes 126
Literatura 128
Índice de Nomes Científicos 130
Sobre os Coordenadores 132
Contributors
Colaboradores
Altielys Casale Magnago
Universidade Federal de Santa Catarina
Aristóteles Góes-Neto
Universidade Estadual de Feira de Santana, BA
Salomé Urrea-Valencia
Universidade Federal de Santa Catarina
Guide to the Common Fungi of the Semiarid Region of Brazil is the first field
guide to cover the macroscopic fungi from this area and includes the work of
17 mycologists that are actively studying fungi in Brazil.
The inspiration to produce this book came from the Programa em Pesquisa de Biodiver-
sidade do Semiárido (PPBio Semiárido), which provided grants for mycologists and mycol-
ogy students to document fungi from the semiarid region. PPBio Semiárido is a project
funded by the Brazilian National Counsel of Technological and Scientific Development
(CNPQ - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) to study the
biodiversity of the semiarid region, and the delimitation of the study area by PPBio Semi-
árido made organizing this book easier because their reports that contain lists of species
were used as the starting point.
As a result of this work, the diversity of fungi and plants in this region is much higher
than previously thought, and although the 84 taxa included in this guide represent only a
fraction of the fungi that exist in this area, it is enough to support the creation of conser-
vation plans for the semiarid region.
The main part of this book is divided into four sections that group the taxa according to
their morphology, which was done to make the guide user-friendly for both amateurs and
professionals. The first section covers species of Ascomycota (11 taxa) and the remaining
sections describe species of Basidiomycota; the second section covers agarics or mush-
rooms (22 taxa), the third section covers gasteromycetes (23 taxa), and the fourth sec-
tion covers polypores (28 taxa). Each section starts with an identification key followed by
detailed morphological descriptions (including spore morphology) of the taxa in the key.
Nearly all of the species descriptions include color images of one of the studied specimens
and an illustration of the sexual spores of the species, which often have important char-
acteristics used for identification. This guide also includes a list of photo credits and speci-
mens (including the collector, collection number, and herbarium where the specimen is
stored) used to make this book, a Literature Cited section, an Index to Scientific Names,
and two appendices; Appendix I (Portuguese only) is an illustrated guide to collecting,
preserving, and describing the types of fungi covered, and Appendix II (Portuguese only)
is a glossary of terms used in the descriptions and keys. The majority of this guide is in
English and Portuguese; however, Appendix I and Appendix II are only in Portuguese be-
vi Preface
Prefácio
Prefácio vii
cause there are already many good publications that cover this information in English.
References to these publications are cited in the Introduction.
Our goal for this guide is to provide an introduction to the diversity of fungi found in the
semiarid region and to improve the general knowledge about fungi from Brazil. This book
can also be used as a reference to teach basic mycology classes and we hope that it will
serve as a tool for mycology students and professionals that are working in Brazil.
Acknowledgments
This guide is the result of the collaboration of many people. We would like to thank
all the contributors for their dedication and hard work that made this book possible. In
addition, we thank Altielys Magnago and Cauê Oliveira for the passion they put into the
design and layout of the book and its cover, Leonor Costa Maia and Ana Maria Giulietti
for always providing support for the research of fungi and plants in Brazil, Roy Halling for
reviewing the manuscript, Sonia Feitosa for the logistical support during the development
of this project, Nathan Smith for his help and expertise, and everyone that helped us at
the places we did fieldwork: Morro do Chapéu (Bahia), RPPN Fazenda Almas (Paraíba,
trough PELD - Caatinga), Estações Experimentais do Instituto de Pesquisas Agropecuárias
Serra Talhada, Caruaru and Araripina (Pernambuco), Sede da Embrapa Semiárido Petro-
lina (Pernambuco), and Estação Ecológica do Seridó (Rio Grande do Norte). Several loans
from herbaria were used to identify species and many of these herbaria hold the speci-
mens cited in this work. For this, we would like to thank the researchers and technicians
at FLOR, CEPEC, HUEFS, ICN, JPB, UFRN, and URM.
Financial support for this book came from the project Coleta de dados, edição e publi-
cação do Guia de Campo Fungos Macroscópicos do Semiárido Brasileiro (PET 076/2008,
edital 015/2008: Ação Referência da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Ba-
hia - FAPESB). We thank FAPESB for this support, as well as the Universidade Estadual de
Feira de Santana (Graduate Programs in Botany and in Biotechnology) for helping with
the transportation of students and researchers to the field, CNPq for the undergraduate,
graduate, and postdoctoral fellowships given to several students and researchers, and the
Programa PPBio for the logistical support that was given to coordinate the work of every-
one involved in this project.
viii Preface
glossário dos termos usados nas descrições e nas chaves. A maior parte desse guia está
em inglês e em português, no entanto os Apêndices I e II estão apenas em português por-
que existem diversas publicações que cobrem essas informações em inglês. Referências
para algumas dessas publicações em inglês são citadas na Introdução.
Nosso objetivo com esse guia é fornecer uma introdução à diversidade dos fungos en-
contrados na região semiárida e ampliar o conhecimento geral sobre os fungos do Brasil.
Esse livro também pode ser usado como referência para aulas básicas de micologia e nós
esperamos que sirva como ferramenta para estudantes de micologia e profissionais que
trabalham no Brasil.
Agradecimentos
Esse guia é o resultado da colaboração de muitas pessoas. Nós queremos agradecer
todos os colaboradores pela sua dedicação e trabalho que tornaram Possível a publicação
desse livro. Além disso agradecemos a Altielys Magnago e Cauê Oliveira pela paixão que
colocaram no desenho e diagramação do livro e da capa, Leonor Costa Maia e Ana Maria
Giulietti por sempre darem apoio às pesquisas com fungos e plantas do Brasil, Roy Halling
pela revisão do manuscrito, Sonia Feitosa pelo apoio logístico durante o desenvolvimento
desse projeto, Nathan Smith pela ajuda e experiência, e todos os que nos ajudaram nos
locais onde fizemos trabalho de campo: Morro do Chapéu (Bahia), RPPN Fazenda Almas
(Paraíba, através do PELD - Caatinga), Estações Experimentais do Instituto de Pesquisas
Agropecuárias Serra Talhada, Caruaru e Araripina (Pernambuco), Sede da Embrapa Semi-
árido Petrolina (Pernambuco), e Estação Ecológica do Seridó (Rio Grande do Norte). Diver-
sos herbários emprestaram materiais que foram usados para identificar espécies e vários
estão como depositários dos materiais citados aqui. Por isso gostaríamos de agradecer
aos pesquisadores e técnicos do FLOR, CEPEC, HUEFS, ICN, JPB, UFRN e URM.
O apoio financeiro para a publicação desse livro foi resultado do projeto Coleta de da-
dos, edição e publicação do Guia de Campo Fungos Macroscópicos do Semiárido Brasileiro
(PET 076/2008, edital 015/2008: Ação Referência da Fundação de Amparo à Pesquisa do
Estado da Bahia - FAPESB). Agradecemos a FAPESB por esse apoio, assim como a Univer-
sidade Estadual de Feira de Santana (Programas de Pós-Graduação em Botânica e em
Biotecnologia) que ajudou com transporte de estudantes e pesquisadores para o campo,
CNPq pelas bolsas de graduação, pós-graduação e pós-doc implementadas para diversos
estudantes e pesquisadores, e o Programa PPBio pelo apoio logístico para coordenar o
trabalho de todos os envolvidos nesse projeto.
Prefácio ix
Daldinia concentrica
Gymnopilus purpureosquamulosus
Phellinus piptadeniae
Cyathus montagnei
Introduction
Introdução
Introduction
Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco.
Brazil is not known for including fungi in its cuisine. However, it can be divided into
regions with communities that use the commonly cultivated, edible species, and regions
that generally do not consume fungi. For the most part, communities in Brazil that con-
sume fungi are in the southern part of the country and include descendents of Europe-
an or Asian immigrants that brought the art of cultivating mushrooms, such as Agaricus
bisporus (white button mushroom) and Lentinula edodes (shiitake), with them. Unlike the
southern regions, many communities from the northern regions have been influenced
more by cultures from Africa and tend to be conservative or even mycophobic when it
comes to using fungi.
This guide focuses on macroscopic fungi that are found in the semiarid region of north-
eastern Brazil, where the diversity of fungi is poorly known and cooking with fungi is still
uncommon.
2 Introduction
Introdução
O Brasil não é considerado um país que utiliza espécies de fungos na sua culinária. No
entanto, poderíamos dividi-lo em regiões que têm comunidades que conhecem e usam
espécies comestíveis comumente cultivadas, e regiões com comunidades que geralmente
desconhecem e não consomem fungos e muitas vezes têm receio até mesmo de tocá-
los. Em sua maior parte, as comunidades no Brasil que consomem fungos estão na parte
sul e sudeste do país e são compostas de descendentes de imigrantes europeus ou asi-
áticos que introduziram no país a arte de cultivar cogumelos, como o Agaricus bisporus
(champignon de Paris) e o Lentinula edodes (shiitake). Ao contrário do que ocorre nessas
regiões, a maioria das comunidades das regiões norte e nordeste do país foi influenciada
fortemente pela cultura africana, e portanto tem tendência a ser mais conservadora, e até
mesmo micofóbica, no que se refere ao uso de fungos.
O Guia dos Fungos Comuns do Semiárido Brasileiro foca nos fungos macroscópicos en-
contrados na região semiárida do nordeste do Brasil, onde a diversidade dos fungos é
muito pouco conhecida e o uso de fungos na culinária muito raro.
O Semiárido Brasileiro
A região Nordeste do Brasil tem uma dimensão de 1.640.000 km2 e inclui 9 estados
com habitats de úmidos a semiáridos. Nessa área, aproximadamente 55% (900,000 km2),
incluindo oito estados do nordeste mais parte do norte de Minas Gerais (ver mapa na
página 4), compreende a região do semiárido brasileiro (Moura & Ramos 2004), dos quais
cerca de 80% (735.000 km2) são cobertos pela caatinga, um bioma com solo tipicamente
Introdução 3
MA CE
RN
PB
PI
PE
AL
SE
BA
0 400
MG km
The semiarid region of Brazil (orange). The states of Alagoas (AL), Bahia (BA), Ceará (CE), Minas Gerais
(MG), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio Grande do Norte (RN) and Sergipe (SE).
The delimitation of the region is based on Velloso et al. (2002).
A região do semiárido do Brasil (alaranjado). Estados de Alagoas (AL), Bahia (BA), Ceará (CE), Minas
Gerais (MG), Paraíba (PB), Pernambuco (PE), Piauí (PI), Rio Grande do Norte (RN) e Sergipe (SE).
A delimitação da região é baseada em Velloso et al. (2002).
4 Introduction
Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco.
Introdução 5
Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Almas,
São José dos Cordeiros, Paraíba.
The rainy season is short and varies from 3 to 5 months per year (Moura & Ramos 2004)
with a high evaporation index. The region has two main river basins, the São Francisco
River and Parnaíba River (Giulietti & Queiroz 2006), as well as many temporary rivers, and
water availability is the main factor that influences the biodiversity and the distribution of
organisms in this area.
Phytogeographically, the semiarid region is included in the Seasonally Dry Tropical For-
est domain (Pennington et al. 2000), with vegetation composed of semi-deciduous plants
that loose some of their leaves for part of the year and deciduous plants that loose all of
their leaves during the dry season. The vegetation is mostly xerophilous, short to medium
in height, and contains cacti that are conspicuous throughout much of the landscape. The
most diverse plant family is Leguminosaea, which dominates the arboreal and shrubby
forests of the region (Queiroz 2006). These forests have canopy trees that are 6 to 10 m
tall, which are often spiny, with understories that usually contain shrubs and subshrubs,
bromeliads, and annual herbs (Giulietti & Queiroz 2006).
There are 18.5 million people living within the semiarid region, of which 8.6 million live
in rural areas (Cirilo 2008). As in many other parts of Brazil and the world, the semiarid
region is suffering from an increase in human disturbance, mostly due to the expansion of
agricultural operations, which is influencing the region as a whole and causing concern re-
garding its conservation. Recent studies (Cabral et al. 2012, Cordula et al. 2010, Cruz et al.
2012, Drechsler-Santos et al. 2012, Machado & Queiroz 2012, Ottoni et al. 2010) funded
by PPBio Semiárido have shown that this region is biologically diverse and have resulted
in the publication of large amounts of new data for the area, including many new records
of plants and fungi for the country and species new to science.
Several of the taxa included in this book were recently published as new records for the
semiarid region and others are new records for Brazil (e.g., Abrachium floriforme, Geast-
rum entomophilum, Volvopluteus earlei). Based on the Lista de Plantas e Fungos do Brasil
6 Introduction
Reserva Particular do Patrimônio Natural Fazenda Almas, São
José dos Cordeiros, Paraíba.
raso e salino. O clima na região do semiárido é quente e seco na maior parte do ano, com
temperatura média anual de 25,5oC e precipitação entre 300 e 500 mm/ano e chuvas irre-
gulares de até 2000 mm/ano. O período de chuva é curto e varia de 3 a 5 meses por ano
(Moura & Ramos 2004) com um alto índice de evaporação. A região tem duas principais
bacias hidrográficas, a do Rio São Francisco e a do Rio Parnaíba (Giulietti & Queiroz, 2006),
assim como possui um sistema de rios temporários que torna a disponibilidade de água o
fator mais determinante para a biodiversidade e distribuição de organismos nessa região.
Fitogeograficamente a região semiárida brasileira está incluída no domínio da Flores-
ta Tropical Sazonalmente Seca (Pennington et al. 2000), com uma vegetação composta
por plantas semi-perenifólias que podem perder parcialmente as suas folhas em algumas
épocas do ano, e plantas caducifólias que perdem todas as suas folhas durante a estação
seca. A vegetação é na maior parte xerófila, de médio a baixo porte, com espécies de cac-
táceas e bromeliáceas que se destacam em toda a paisagem. Leguminoseae é a família
de plantas mais diversa nesse ambiente e domina as formações arbóreas e arbustivas da
região (Queiroz 2006). As florestas podem ter árvores de 6 a 10 m de altura, semi-pereni-
fólias a caducifólias e geralmente espinhosas, com sub-bosques constituídos por espécies
de arbustos e semi arbustos geralmente caducifólias, cactos, bromélias e ervas anuais
(Giulietti & Queiroz 2006).
Há 18 milhões e meio de pessoas que vivem na região do semiárido, das quais 8,6 mi-
lhões moram na zona rural (Cirilo 2008). Assim como em outras partes do Brasil e do mun-
do, a região semiárida está sofrendo devido à ocupação humana, especialmente devido à
expansão agrícola e pecuária, que está influenciando a região como um todo e causando
preocupações com relação a sua conservação. Estudos recentes (Cabral et al. 2012, Cor-
dula et al. 2010, Cruz et al. 2012, Drechsler-Santos et al. 2012, Machado & Queiroz 2012,
Ottoni et al. 2010) financiados pelo PPBio Semiárido têm mostrado que essa região é bio-
logicamente diversa e tem dado origem a publicações de muitos novos dados para a área,
Introdução 7
(Maia & Carvalho Jr. 2012), over 30% of the species (28 spp.) in this book are new records
for the semiarid region, including 1 Ascomycota and 27 Basidiomycota (18 mushrooms, 7
gasteromycetes, and 2 polypores).
8 Introduction
incluindo novos registros de plantas e fungos para o país e novas espécies para a ciência.
Muitos dos táxons incluídos nesse livro foram recentemente publicados como novos
para a região do semiárido e outros para o país (p.ex., Abrachium floriforme, Geastrum
entomophilum, Volvopluteus earlei). De acordo com os dados da Lista de Plantas e Fungos
do Brasil (Maia & Carvalho Jr. 2012), mais de 30% das espécies incluídas nesse livro (28
spp.) são novos registros para a região do semiárido brasileiro, incluindo 1 Ascomycota e
27 Basidiomycota (18 cogumelos, 7 gasteromicetos e 2 orelhas de pau).
O Reino Fungi
Estimativas recentes sugerem que existem de 1 milhão e meio (Hawksworth 1991) a
mais de 5 milhões de espécies (Blackwell 2011). Essa grande diferença nas estimativas
existe porque a maior parte das regiões tropicais do mundo não foi amplamente inven-
toriada e acredita-se que existem inúmeras espécies ainda não conhecidas que ocorrem
nessas áreas (Blackwell 2011). De uma forma ou de outra, o número de espécies de fun-
gos descritas (entre 70.000 e 100.000; Kirk et al. 2008) ainda é muito pequeno diante da
diversidade que se acredita existir.
O Reino Fungi compreende um grupo de organismos de grande importância ecológica
porque esses organismos são essencialmente decompositores. Isso significa que eles são
um componente fundamental na ciclagem da matéria orgânica, decompondo os detritos e
devolvendo ao ecossistema moléculas menores, que são então reutilizadas pelas plantas.
As plantas, através da fotossíntese, utilizam essas moléculas para produzir compostos que
servem de alimento para os animais. Além desse papel essencial, os fungos participam de
diversas associações com outros fungos, bactérias, plantas e animais. Por exemplo, fungos
que atacam e matam artrópodes, fungos que são cultivados como alimento por formigas
cortadeiras, fungos associados a raízes de árvores como simbiontes benéficos para formar
micorrizas, fungos que causam doenças em plantas, e fungos que formam os liquens em
associação com algas.
Os fungos podem ser unicelulares (como as leveduras e os quitrídios), ou filamentosos.
Os fungos filamentosos são compostos por células tubulares e alongadas chamadas de hi-
fas, que crescem e formam um micélio que pode, por sua vez, se organizar em uma estru-
tura macroscópica, o esporóforo (como o cogumelo que você come). As espécies incluídas
nesse livro são todas de fungos filamentosos que possuem uma parte do seu ciclo de vida
que é assexual, na qual o fungo é formado por por micélio somático que muitas vezes é
invisível a olho nu; e uma parte sexual (reprodutiva) na qual o micélio produz esporóforos
(p.ex. cogumelos) que produzem as células sexuais e os esporos sexuais para a dispersão
da espécie. O grande grupo (ou filo) dentro do qual um fungo é classificado está baseado
na forma como são produzidos os esporos sexuais.
Sete filos são reconhecidos no Reino Fungi (Blackwell et al. 2012): Neocallimastigomyco-
ta, Chytridiomycota, Blastocladiomycota, Zygomycota, Glomeromycota, Ascomycota e Ba-
sidiomycota. As espécies incluídas nesse guia pertencem a Ascomycota ou Basidiomycota.
Membros de Ascomycota produzem esporos sexuais (chamados ascosporos) dentro de
uma estrutura em forma de saco chamada asco. Os membros de Basidiomycota produzem
esporos sexuais (chamados basidiosporos) em uma estrutura em forma de clava chamada
basídio. Mais informações sobre a morfologia de Ascomycota e Basidiomycota podem ser
encontradas nos Apêndices I e II. Existem várias publicações que cobrem esses grupos
com mais detalhes (p. ex. Largent 1986 e Mueller et al. 2004 para descrições; e Fidalgo &
Fidalgo 1967 e Snell & Dick 1971 para terminologia).
Introdução 9
Morro do Chapéu, Capão do Pinho, Bahia.
Ascomycota
2. Ascomata with fertile portion discoid, stipitate, with few immersed perithecia;
on dung. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Poronia oedipus
2. Ascomata with fertile portion depressed-globose, globose, clavate, cylindrical or convex,
sessile or stipitate; on rotten trunks and other plant debris. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
4. Ascomata with fertile portion globose, minute, with few immersed peritecia,
stipe filiform, projecting beyond the fertile head. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Xylaria axifera
4. Ascomata with fertile portion cylindrical to clavate, with many immersed perithecia,
stipe (when present) not projecting beyond the fertile portion. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
8. Germ slit straight to oblique, spores 22–28 × 7–8 µm. . . . . . . . . . . . . Xylaria polymorpha
8. Germ slit straight, spores 8–10.5 × 4–5.5 µm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Xylaria tuberosa
12 Ascomycota
Chave - Ascomycota
2. Ascomas com parte fértil discoide, estipitado, com poucos peritécios imersos;
em esterco. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Poronia oedipus
2. Ascoma com parte fértil depresso-globosa, globosa, clavada, cilíndrica ou convexa,
séssil ou estipitado; em troncos em decomposição ou outras partes vegetais. . . . . . . . . 3
4. Ascomas com porção fértil globosa, pequena, com poucos peritécios imersos,
estipe filiforme se projeta além da região fértil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Xylaria axifera
4. Ascomas com porção fértil cilíndrica a clavada, com muitos peritécios imersos,
estipe (quando presente) não se projeta além da porção fértil. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5
8. Fenda germinativa retilínea a oblíqua, esporos 22–28 × 7–8 µm. . . . . . Xylaria polymorpha
8. Fenda germinativa retilínea, esporos 8.0–10.5 × 4–5.5 µm. . . . . . . . . . . . Xylaria tuberosa
Ascomycota 13
Daldinia concentrica
(Bolton) Ces. & De Not. - Comm. Soc. crittog. Ital. 1(4): 197 (1863)
14 Ascomycota
Poronia oedipus
(Mont.) Mont. - Syll. gen. sp. crypt. (Paris): 209 (1856)
Ascomycota 15
Rhytidhysteron rufulum
(Spreng.) Speg. - Anal. Soc. cient. argent. 90(1-6): 177 (1921) [1920]
Ascoma apothecioid, usually in the hysterothecium form when dry, 1.5 mm diam., black,
leathery, dispersed or clustered, subsessile, margin involute, surface with transversal ridg-
es. Spores fusoid, straight to inequilateral, 23.0–30.0 × 7.0–10.0 µm, reddish brown, with
3 septa, slightly constricted at the septa.
On rotten wood. The species is diagnosed by its dark apothecioid ascome, in the hys-
terothecium form when dry, with transversal ridges.
16 Ascomycota
Xylaria axifera
Mont. - Annls Sci. Nat., Bot., sér. 4 3: 107 (1855)
Ascomycota 17
Xylaria cubensis
(Mont.) Fr. - Nova Acta R. Soc. Scient. upsal., Ser. 3 1: 126 (1851)
18 Ascomycota
Xylaria curta
Fr. - Nova Acta R. Soc. Scient. upsal., Ser. 3 1: 126 (1851)
Ascomycota 19
Xylaria polymorpha
(Pers.) Grev. - Fl. Edin.: 355 (1824)
20 Ascomycota
Xylaria telfairii
(Berk.) Sacc. - Syll. fung. (Abellini) 1: 320 (1882)
Ascomycota 21
Xylaria tuberosa
(Pers.) Cooke - Grevillea 11 (1883) [1882-83]
Ascoma with fertile part cylindrical, branched or not, 0.1–0.3 cm diam., 0.7–3.2 cm tall,
surface rough; externally dark brown to black, internally beige; apex pointed. Stipe cylin-
drical, short, 0.1 cm diam., 0.2–0.5 cm long. Perithecia globose, 0.4–0.6 mm diam. Spores
ellipsoid, 8.0–10.5 × 4–5.5 µm, dark brown, germ slit straight.
On rotten wood. This species has ascoma with a rough surface and globose perithecia.
10 µm
22 Ascomycota
Basidiomycota
Mushrooms - Cogumelos
Altielys Casale Magnago, Jadson José
Souza de Oliveira, Ariadne Nóbrega
M a r i n h o F u r ta d o, S a l o m é U r re a - Va l e n c i a ,
Maria Alice Neves
Key - Mushrooms
1. Spore print chocolate-brown to black. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1. Spore print white, pink, green, brown or rust colored. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
4. Pileus plane, cream with brownish squamules at the center; base of stipe abruptly
bulbous, non cespitose. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Agaricus moelleri
4. Pileus conic to plane, brown with loose white scales, margin appendiculate;
stipe straight at the base; cespitose. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Psathyrella tuberculata
5. Pileus plicate, black with white scales; lamellae becoming black and deliquescent;
spores 15.0–22.0 × 9.0–12.0 μm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coprinus xerophilus
5. Pileus striate at the margin, smooth at the center, gray to brownish;
lamellae not deliquescent; spores 9.0–12.0 × 7.0–8.0 μm. . . . . . . . . Parasola leiocephala
9. Sacculiform volva present at base of stipe; pileus entirely white, without scales, smooth;
lamellae free, pink. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Volvopluteus earlei
9. Volva absent; pileus with scales or scrobiculate; lamellae free or sinuate, never pink
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
10. Pileus conic to convex, white with brown scales; lamellae free, green when mature;
ring present; spores 9.0–11.0 × 7.0–8.0 μm, dextrinoid in Melzer’s reagent
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chlorophyllum molybdites
10. Pileus slightly rugose to scrobiculate, yellow; lamellae free to sinuate, eroded, brown;
spores 9.0–12.0 × 4.0–7.0 μm, inamyloid in Melzer’s reagent . . . . . . Agrocybe retigera
24 Mushrooms
Chave - Cogumelos
1. Esporada escura, de coloração marrom-chocolate a preto. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1. Esporada branca, rosada, esverdeada, castanha ou ferrugínea. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 7
5. Píleo plicado, preto com escamas brancas; lamelas tornando-se pretas e deliquescentes;
esporos 15,0–22,0 × 9,0–12,0 μm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Coprinus xerophilus
5. Píleo estriado sulcado na margem, liso no centro, acinzentado a castanho;
lamelas não deliquescenetes; esporos 9,0–12,0 × 7,0–8,0 μm. . . . . . Parasola leiocephala
9. Volva saculiforme branca na base do estipe; píleo inteiramente branco, sem escamas;
lamelas livres, rosadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Volvopluteus earlei
9. Volva ausente; píleo com escamas ou escrobiculado; lamelas livres ou sinuadas;
nunca rosadas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 10
10. Píleo cônico a convexo, branco com escamas marrons; lamelas livres,
esverdeadas quando maduras; anel presente; esporos 9,0–11,0 × 7,0–8,0 μm,
dextrinoides em reagente de Melzer. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Chlorophyllum molybdites
10. Píleo levemente rugoso a escrobiculado, amarelo; lamelas livres ou sinuadas, erodidas,
castanhas; esporos 9,0–12,0 × 4,0–7,0 μm, inamiloides em reagente de Melzer
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Agrocybe retigera
Cogumelos 25
12. Basidiomata larger than 4.0 cm; spores subglobose to elliptic, not spurred. . . . . . . . . 13
12. Basidiomata smaller; spores elliptic to truncate, spurred. . . . . . . . . Lepiota erythrosticta
13. Pileus conic or convex, floccose, surface scaly or squamulose, margin sulcate-striate
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 14
13. Pileus convex to plane-convex, surface scaly, margin entire. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
18. Basidiomata pale colored, viscose; stipe cylindric, more than 0.5 cm thick . . . . . . . . . 19
18. Basidiomata vibrant colored, dry and sulcate; stipe filiform,
less than 0.5 cm thick . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
19. Growing on wood; pileus white with brown scales more concentrated at the center;
lamellae sinuate, white; stipe slightly bulbous; spores globose 13.0–22.0 × 13.0–20.0 μm
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Oudemansiella cubensis
19. Growing on soil; pileus creamy, smooth; lamellae free to adnate, cream;
stipe straight at base; spores elliptic, 4.0–6.0 × 4.0–6.0 μm. . . . . . . . . . . . Limacella sp.
20. Pileus convex, orange; lamellae united into a collar; stipe without basal mycelium;
spores 12.0–17.0 × 3.0 –4.0 μm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Marasmius rubromarginatus
20. Pileus campanulate, purple or red; lamellae not united into a collar;
stipe with basal mycelium tomentose, spores the same size or larger than above
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
26 Mushrooms
12. Basidioma maior que 4,0 cm; esporos subglobosos, elípticos a elipsoides,
sem prolongação alongada. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
12. Basidioma menor que 4,0 cm; esporos elípticos a truncados,
com prolongação alongada oposta ao apículo. . . . . . . . . . . . . . . . . Lepiota erythrosticta
13. Píleo cônico ou convexo, superficie flocosa, escamosa ou esquamulosa; margem estriada .14
13. Píleo convexo a plano-convexo, superficie escamosa; margem não estriada . . . . . . . . 15
18. Basidiomas de cores pálidas, viscosos; estipe cilíndrico com mais de 0,5 cm diam. . . 19
18. Basidiomas de cores vibrantes, secos e sulcados; estipe filiforme
com menos de 0,5 cm diam. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
19. Hábito lignolítico; píleo branco com escamas marrons mais concentradas no centro;
lamelas sinuadas, brancas; estipe levemente bulboso; esporos globosos 13,0 – 22,0 x
13,0 – 20,0 μm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Oudemansiella cubensis
19. Hábito terrícola; píleo creme com superfície lisa; lamelas livres a adnatas, creme;
stipe reto na base; esporos elípticos 4,0 – 6,0 x 4,0 – 6,0 μm . . . . . . . . . . . Limacella sp.
20. Píleo convexo, alaranjado; lamelas unidas em um colar; estipe sem micélio basal;
esporos 12,0 – 17,0 x 3,0 -4,0 μm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Marasmius rubromarginatus
20. Píleo campanulado, púrpura ou avermelhado; lamelas não unidas em um colar; estipe
com micélio basal tomentoso; esporos do mesmo tamanho ou maiores do que acima
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
Cogumelos 27
Agaricus moelleri
Wasser - Nov. sist. Niz. Rast. 13: 77 (1976)
28 Mushrooms
Agrocybe retigera
(Speg.) Singer - Lilloa 23: 213 (1950)
Cogumelos 29
Camarophyllus buccinulus
(Speg.) Pegler - Kew Bull., Ser. 9: 48 (1983)
30 Mushrooms
Chlorophyllum hortense
(Murril) Vellinga - Mycotaxon 83: 416 (2002)
Cogumelos 31
Chlorophyllum molybdites
(G. Mey.) Massee - Bull. Misc. Inf., Kew: 136 (1898)
32 Mushrooms
Coprinus xerophilus
Bogart - Mycotaxon 4: 255 (1976)
Cogumelos 33
Gymnopilus purpureosquamulosus
(Peck) Singer - Lilloa 22: 560 (1951) [1949]
Pileus 3.0–5.0 cm diam., parabolic when young to plane convex when mature, sur-
face yellow, squamulose with red brown squamules concentrated at the center; margin
slightly appendiculate. Hymenophore lamellate, lamellae subdistant, sinuate, yellow to
rust brown; lamellulae present. Stipe 2.5–5.0 cm long, 0.3–0.8 cm diam., central, cylin-
dric, fibrous, fibrillose, creamy with orange fibrils; remnants of the veil forming a fibrillose
orange ring. Spores elliptic, 7.0–9.0 × 4.0–5.0 µm, rough, rust brown, thin-walled, dextri-
noid, hilar appendix present.
On decayed wood. The rust-brown spore print, the squamulose pileus, the size of the
spores, and the xylophagous habit are diagnostic features of this species.
34 Mushrooms
Hygrocybe hypohaemacta
(Corner) Pegler - Kew Bull. 32(2): 299 (1978)
Pileus 0.6–2.5 cm diam., parabolic when young, becoming plane convex when mature,
surface glabrous, viscid, hygrophanous, shiny orange-red at the center of the pileus and
yellow at the margin; margin incurved, translucent-striate. Hymenophore lamellate, la-
mellae close, free to adnexed, white; lamellulae present. Stipe 2.3–5.2 cm long, 0.1–0.4
cm diam., central, cylin-
dric, viscid, hollow, yellow.
Spores elliptic, dimorphic,
macrospores 9.0–11.0 ×
5.0–6.0 µm, microspores
5.0–7.0 × 3.0–4.0 µm,
thin-walled, rough, hya-
line, inamyloid, hilar ap-
pendix present.
On sandy soil. The viscid
basidioma, pileus that is
red at the center and yel-
low-orange at the margin,
and the dimorphic spores
and basidia are diagnostic
features of this species.
Cogumelos 35
Lepiota erythosticta
(Berk. & Broome) Sacc. - Syll. fung. (Abellini) 5: 62 (1887) [1886]
36 Mushrooms
Leucoagaricus americanus
(Peck) Vellinga - Mycotaxon 76: 433 (2000)
Pileus 10.0–12.0 cm
diam., hemispheric to
convex, cream, sur-
face scaly, scales light
brown, tearing toward
the margin; margin
entire, slightly striate
when mature; flesh
white. Hymenophore
lamellate, lamellae
very close, free, entire,
white to cream, united
into a collar; lamellulae
present. Stipe 10.0–
12.5 cm long, 1.0–1.5
cm diam. at the top and
2.0–2.5 cm diam. at the
base, central, fibrous,
pruinose, slightly bulbous, cream-white with brown frost, ring present. Spores elliptic to
subglobose, 5.0–7.0 × 3.0–5.0 µm, smooth, hyaline, thick walled, dextrinoid, metachro-
matic.
On sandy soil, cespitose. The large dimmension of the basidiomata, the cespitose habit,
the lamella united into a collar, and the slightly bulbose stipe are features that can be used
to help identify this species in the field.
Cogumelos 37
Leucoagaricus rubrotinctus
(Peck) Singer - Sydowia 2(1-6): 36 (1948)
38 Mushrooms
Leucocoprinus birnbaumii
(Corda) Singer - Sydowia 15(1-6): 67 (1962) [1961]
Cogumelos 39
Limacella sp.
(Fr. ex.Fr.) Maire - Treb. Mus. Ciènc. nat. Barcelona, sér. bot. 15: 85 (1933)
Pileus 1.0–3.5 cm diam., ovoid when young to convex when mature, surface smooth,
viscid, cream with light brown center; margin slightly involute. Hymenophore lamella-
te, lamellae subdistant, free to adnate, cream; lamellulae present; flesh thin, cream. Sti-
pe 3.5–5.0 cm long, 0.3–0.5 cm diam., central, cylindric, smooth, viscid, cream. Spores
subglobose to elliptic, 4.0–6.0 × 4.0–6.0 µm, hyaline, smooth, thin-walled, inamyloid.
On sandy soil. The viscose basidiomata with free lamellae and white spore print are
diagnostic characteristics of this genus.
40 Mushrooms
Marasmius amazonicus
Henn. - Hedwigia 43: 183 (1904)
Cogumelos 41
Marasmius haematocephalus
(Montagne) Fries - Epicrisis Systematis Mycologici, p.382 (1838)
42 Mushrooms
Marasmius rubromarginatus
Dennis - Trans. Br. mycol. Soc. 34(4): 415 (1951)
Cogumelos 43
Oudemansiella cubensis
(Speg.) Speg. - Anal. Soc. cient. argent. 12(1): 11 (1881)
Pileus 1.0–6.0 cm
diam., parabolic when
young to plane-con-
vex when mature,
surface white, slightly
viscid, with brown
loose scales concen-
trated at the center
of the pileus; margin
entire, border slightly
sulcate. Hymeno-
phore lamellate, la-
mellae subdistant,
sinuate, white; lamel-
lulae present. Stipe
2.5–3.0 cm long, 0.3
to 0.8 cm diam., cen-
tral, cylindric, slightly
bulbous at the base, fibrous, white, shiny. Spores globose to subglobose, 13.0–22.0 ×
13.0–20.0 µm, smooth, hyaline, thin-walled, inamyloid.
On decaying trunks of mango trees, in groups. This might be an introduced species,
which is common in the region and is characterized by its white viscid pileus with brown
scales and separate lamellae that produce a thick white spore print.
44 Mushrooms
Panaeolus antillarum
(Fr.) Dennis - Kew Bull. 15(1): 124 (1961)
Cogumelos 45
Panaeolus papilionaceus
Ew. Gerhardt - Bibliotheca Bot. (Stuttgart) 147: 58 (1996)
46 Mushrooms
Parasola leiocephala
(P.D. Orton) Redhead, Vilgalys & Hopple - Taxon 50(1): 236 (2001)
Pileus 1.4–4.0 cm
diam., ovoid when young
to plane-convex and frag-
ile when mature, mem-
branous, surface sulcate,
grayish, smooth and yel-
lowish-brown at the cen-
ter; margin entire, border
incurved. Hymenophore
lamellate, lamellae close,
free, dark gray to black,
lamellae not deliquescent;
lamellulae present. Stipe
2.5–7.0 cm long, 0.1–0.3
cm diam., central, cylin-
dric, glabrous, hollow,
white, shiny. Spores ellip-
tic, 9.0–12.0 × 7.0–8.0 µm,
brown, thin-walled, dex-
trinoid.
On sandy soil in open areas, in groups. The membranous, fragile, grayish and sulcate
pileus, with a yellowish center, is diagnostic of this species.
Cogumelos 47
Psathyrella tuberculata
(Berk. & Broome) P.D. Orton - Trans. Br. mycol. Soc. 43(2): 180 (1960)
48 Mushrooms
Volvopluteus earlei
(Murrill) Vizzini, Contu & Justo - Fungal Biology 115(1): 15 (2011)
Cogumelos 49
Parque Nacional do Catimbau, Pernambuco.
Basidiomycota
13. Pileus up to 12 cm, tomentum soft, pale to dark brown. . . . . . . . . . Coriolopsis caperata
13. Pileus up to 20 cm, tomentum rigid, dark brown to black. . . . . . . . . Hexagonia hydnoides
52 Polypores
Chave - Orelhas de Pau
1. Superfície himenial poroide regular (poros principalmente circulares, quando angulares
dissepimento inteiro). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1. Superfície himenial poroide irregular (poros angulares, com dissepimento lacerado,
tornando-se irpicoide ou alongados e sinuosos tornando-se dedaloide), lamelar ou lisa
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
10. Estipe coberto por cutícula negra, 3–5 poros/mm. . . . . . . . . . . . . . . Polyporus guianensis
10. Estipe sem cutícula negra, 7–9 poros/mm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Phylloporia spathulata
13. Píleo até 12 cm, tomento macio, marrom claro a escuro. . . . . . . . . . Coriolopsis caperata
13. Píleo até 20 cm, tomento rígido, marrom escuro a negro . . . . . . . . Hexagonia hydnoides
Orelhas de Pau 53
15. Pores large, 1–2/mm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Hexagonia papyracea
15. Pores smaller, 2–6/mm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
17. Pileus slightly rimose, context with black line; on Piptadenia spp.. .Phellinus piptadeniae
17. Pileus strongly rimose, context without black line; on Caesalpinia spp.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Phellinus rimosus
19. Pileus pale to dark brown, context with mycelial core, crust present. . . . Fomes fasciatus
19. Pileus orange, context without mycelial core, crust absent. . . . . Pycnoporus sanguineus
21. Basidiomata usually with a short and lateral stipe, hymenial surface lamellate. . . . . . 22
21. Basidiomata not stipitate, hymenial surface not lamellate. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
25. Basidiomata mainly resupinate, hymenial surface mostly irpicoid. . . . . . . . Irpex lacteus
25. Basidiomata mainly effuse-reflexed to pileate, hymenial surface with angular pores,
sinuous to daedaloid. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
26. Abhymenial surface covered by reddish brown cuticle, hymenial surface daedaloid
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Earliella scabrosa
26. Abhymenial surface without cuticle, hymenial suface not daedaloid. . . . . . . . . . . . . . 27
54 Polypores
15. Poros grandes, 1–2/mm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Hexagonia papyracea
15. Poros menores, 2–6/mm. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
17. Píleo levemente rimoso, contexto com linha negra, em Piptadenia spp.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Phellinus piptadeniae
17. Píleo fortemente rimoso, contexto sem linha negra, em Caesalpinia spp.
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Phellinus rimosus
19. Píleo marrom claro a escuro, base marmorada no contexto, crosta presente
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Fomes fasciatus
19. Píleo alaranjado, contexto sem base marmorada, crosta ausente
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Pycnoporus sanguineus
21. Basidiomas geralmente com um estipe curto e lateral, superfície himenial lamelar. . 22
21. Basidiomas não estipitados, superfície himenial não lamelar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
Orelhas de Pau 55
Amauroderma calcigenum
(Berk.) Torrend - Brotéria, sér. bot. 18: 129 (1920)
Basidioma up to 11.0
cm, pileate-stipitate,
slightly umbilicate (fun-
nel shaped), upper sur-
face glabrous snuff to
cinnamon, becoming
brown when old or dry,
with a thin, blackish
cuticle. Hymenophore
poroid, pores round,
1–2/mm, white to buff.
Context homogenous,
concolor with hymeno-
phore. Stipe usually
central, up to 10 cm
long, glabrous, brown
to dull. Spores ellip-
soid, ornamented, thick
and double-walled, pale golden yellowish, inamyloid, 10.0–13.0 × 12.0–15.0 (16.0) µm.
On buried roots. The pale brown to snuff colored upper surface of the basidiomata,
white pores and parasitic habit are diagnostic features of this species.
56 Polypores
Auricularia polytricha
(Mont.) Sacc. - Atti Ist. Veneto Sci. lett. ed Arti, Sér. 3 3: 722 (1885)
Orelhas de pau 57
Coriolopsis caperata
(Berk.) Murrill - N. Amer. Fl. (New York) 9(2): 77 (1908)
Basidioma up to 12.0 cm, effuse-reflexed to widely pileate, upper surface snuff to cigar
brown, distinctly villose to tomentose in concentric zones, in old specimens zones becom-
ing smooth, blackish and crustous. Hymenophore poroid, pores rounded to infrequently
angular, 2–4(–6)/mm, buff to hazel. Context double, sometimes with an indistinctly black
line between a dark and soft tomentose upper part and snuff brown and dense lower part,
context becoming black with KOH. Spores cylindrical, 2.5–3.5 × 8.0–10.0 µm, smooth,
thin-walled, hyaline, inamyloid.
On logs exposed to light. The concentric bands of brown tomentose lines and black
smooth lines on the upper surface, and the beige pore surface, are diagnostic features of
this species.
58 Polypores
Coriolopsis rigida
(Berk. & Mont.) Murrill - N. Amer. Fl. (New York) 9(2): 75 (1908)
Orelhas de pau 59
Daedalea aethalodes
(Mont.) Rajchenb. - Can. J. Bot. 64(8): 2130 (1986)
Basidioma up to 15.0 cm, pileate, strongly attached to the substrate, upper surface
snuff to cinnamon, becoming brown in old specimens, glabrous, pileus corky to hard and
woody when dried. Hymenophore poroid to daedaeloid (labyrinthiform), pores round,
angular to elongated, 1–3/mm, slightly fulvous to fulvous. Context homogeneous and con-
colorous with the upper surface. Spores cylindrical, 2.0–3.5 × (5.5–)6.0–8.0 µm, smooth,
thin-walled, hyaline, inamyloid.
On rotten wood. The buff to cinnamon to brown color of the basidioma, the daedaloid
hymenophore, and the coriaceous consistency are diagnostic features of this species.
60 Polypores
Earliella scabrosa
(Pers.) Gilb. & Ryvarden - Mycotaxon 22(2): 364 (1985)
Basidioma up to 20.0 cm, resupinate, effuse-reflexed to pileate, upper surface buff and
glabrous, usually with a purplish chestnut to blood-red cuticle spreading from the base
of pileus, pileus coriaceous to rigid when dried. Hymenophore poroid, pores round to
strongly elongate and sinuous (daedaloid), 1–3(–4)/mm, whitish to buff. Context homog-
enous, concolor with pore surface. Spores cylindrical to oblong-ellipsoid, 3.0–4.0(–4.5) ×
8.0–11.0(–13.0)µm, smooth, thin to slightly thick-walled, hyaline, inamyloid.
On wood. The spreading, reddish cuticle on the upper surface and the daedaloid hy-
menophore are diagnostic features of this species.
Orelhas de pau 61
Favolus tenuiculus
P. Beauv. - Fl. Oware 1(8): 74 (1806)
Basidioma up to 10.0
cm, pileate, laterally stipi-
tate, usually flabelliform,
upper surface whitish to
buff, glabrous to slightly
reticulate, pileus fleshy to
coriaceous when dried.
Hymenophore poroid,
pores usually hexagonal to
radially elongated, 0.5–2/
mm, dissepiment entire,
concolor with pileus. Con-
text homogenous and
concolor to pileus. Stipe
lateral, up to 1 cm long
and concolor to pileus,
with decurrent pores.
Spores cylindrical to ellip-
soid, 2.5–3.5 × 8.0–12.0 µm, smooth, thin-walled, hyaline, inamyloid.
On wood. The flabelliform and fleshy pileus with large, hexagonal pores are diagnostic
characteristics of this species.
62 Polypores
Fomes fasciatus
(Sw.) Cooke - Grevillea 14 (no. 69): 21 (1885)
Orelhas de pau 63
Fuscoporia gilva
(Schwein.) T. Wagner & M. Fisch. - Mycologia 94(6): 1013 (2002)
Basidioma up to 10.0
cm, pileate to effuse-re-
flexed, solitary or gregari-
ous, consistency coriaceous
to hard and woody when
dry, upper surface variable
in color and zonation from
cinnamon to cigar brown,
tomentose to glabrous,
margin usually acute and
regular. Hymenophore po-
roid, pores round, 6–10/
mm, fawn to cigar brown.
Context homogenous and
concolor with upper sur-
face, blackish with KOH.
Spores ellipsoid to sub-
globose, 2.5–3.5 × 3.5–5.0
µm, hyaline, thin-walled, inamyloid.
On wood. This species can be identified by the overall cinnamon to dark brown color of
the basidioma, the coriaceous consistency, and the blackish reaction of the context with
KOH.
64 Polypores
Ganoderma resinaceum
Boud. - Bull. Soc. mycol. Fr. 5: 72 (1890) [1889]
Basidioma up to 50.0 cm, pileate, sessile, usually not stipitate, sometimes with short to
long stipe, sometimes growing in clusters or imbricate on the substrate, or caespitose form-
ing a roseate basidioma at the base of trees and/or roots; upper surface laccate and shiny,
bay to buff. Hymenophore poroid, pores round, 4–6/mm, straw to buff. Context double with
a darker (snuff brown) zone above the tubes, without black lines. Stipe laccate when pres-
ent, slightly darker than the upper surface. Spores ellipsoid, 5.0–8.0 × 9.0–12.0(–14.0) µm,
ornamented, thick and double-walled, golden brown to brown, inamyloid.
On the ground or at the base of trees. The shiny bay to buff surface of the pileus, the
double context, and the large dimension of the pileus are important characteristics used
to identify this species.
Orelhas de pau 65
Ganoderma stipitatum
(Murrill) Murrill - N. Amer. Fl. (New York) 9(2): 122 (1908)
Basidioma up to 10.0
cm, pileate, usually
stipitate, with a short
to long lateral stipe, up-
per surface laccate and
shiny, bay at the center,
becoming dark brick
red to buff and white at
the margin. Hymeno-
phore poroid, pores
round, 3–6/mm, white
to buff. Context snuff
brown to clay buff, with
two black dense lines
from the stipe. Stipe
laccate when present,
darker than the upper
surface. Spores ellip-
soid, 5.0–8.0 × 7.0–10.0 µm, ornamented, thick and double-walled, pale brown to brown,
inamyloid.
On buried wood or roots. The brilliant aspect of pileus and the stipe surfaces and the
presence of black lines in the context are diagnostic features of this species.
66 Polypores
Gloeophyllum striatum
(Fr.) Murrill - Bull. Torrey bot. Club 32(7): 370 (1905)
Orelhas de pau 67
Hexagonia hydnoides
(Sw.) M. Fidalgo - Mem. N. Y. bot. Gdn 17: 64 (1968)
68 Polypores
Hexagonia papyracea
Berk. - Ann. Mag. nat. Hist., Ser. 1 10: 379 (1843) [1842]
Basidioma up to 15.0 cm, pileate, in clusters or solitary, upper surface velvety to gla-
brous, distinctly zoned into different colors from gray, vinaceous brown to olivaceus, thin
(papyraceous) and flexible. Hymenophore poroid, pores angular to hexagonal, 1–2/mm,
dissepiment entire, sepia to snuff brown. Context homogenous, thin, snuff brown, often
becoming black in KOH. Spores cylindrical, 4.0–5.5 × 8.5–14.0(–14.5) µm, smooth, thin-
walled, hyaline, inamyloid.
On dead branches on the ground. The thin (papyraceous), flexible pileus, with conspicu-
ous color zones and without trichomes, and the large pores are diagnostic characters used
to identify this species.
Orelhas de pau 69
Inonotus rickii
(Pat.) D.A. Reid - Kew Bull. 12: 141 (1957)
70 Polypores
Irpex lacteus
(Fr.) Fr. - Elench. fung. (Greifswald) 1: 142 (1828)
Orelhas de pau 71
Perenniporia tephropora
(Mont.) Ryvarden - Norw. Jl Bot. 19: 233 (1972)
Basidioma up to 20.0 ×
8.0 cm, resupinate, with
a small and obliquely re-
flexed dark portion, consis-
tency woody and hard. Hy-
menophore poroid, pores
rounded, 4–5/mm, usu-
ally grayish to drab, whit-
ish in old portions, tubes
stratified. Context reduced
and homogeneous, turn-
ing dark with KOH. Spores
ellipsoid, 3.5–4.5(–5.0) ×
5.0–6.5(–7.0) μm, truncate,
smooth, thick-walled, hya-
line, slightly dextrinoid.
On wood in the shade,
usually with an inferior po-
sition on the substrate. The
grayish to dark ochraceus color of the pore surface and the inferior position on the sub-
strate are diagnostic features used to identify this species.
72 Polypores
Phellinus piptadeniae
Teixeira - Bragantia 10: 118 (1950)
Orelhas de pau 73
Phellinus rimosus
(Berk.) Pilát - Annls mycol. 38(1): 80 (1940)
74 Polypores
Phylloporia chrysites
(Berk.) Ryvarden - Norw. Jl Bot. 19: 235 (1972)
Basidioma up to 8 cm, nodular to pileate, azonate and tomentose, upper surface vel-
vety, snuff brown to fulvous, tomentum usually soft and easily compressed, almost spongy
to slightly hard in old specimens. Hymenophore poroid, pores round, 6–10/mm, buff to
fulvous. Context buff, homogeneous, with a thin black line between the tomentum and
the context, turning blackish with KOH. Spores subglobose to ellipsoid, 2.0–3.0 × 3.0–4.5
µm, hyaline to pale yellowish, slightly thick-walled, inamyloid.
Saprobic. The brown to fulvous, nodulose basidioma, with a soft to spongy consistency,
and the small pores on the hymenophore are diagnostic features of this species.
Orelhas de pau 75
Phylloporia spathulata
(Hook.) Ryvarden - Syn. Fung. (Oslo) 5: 196 (1991)
Basidioma up to 7.0 cm, pileate to spathulate, tapering at the base (laterally stipitate), up-
per surface velvety, fulvous to snuff brown, concentrically zoned, thin tomentum present and
separated from context by a thin black line, coriaceous to hard when dry. Hymenophore poroid,
pores round, 5–8/mm, concolor. Context concolor with the pileus, homogenous, blackish with
KOH. Spores ellipsoid, 1.8–3.0 × 3.0–4.0 µm, golden brown to cinnamon, thick-walled, inamyloid.
On wood. The lateral stipe in combination with the snuff brown color and the velvety surface
of the pileus are diagnostic features of this species.
Polyporus guianensis
Mont. - Annls Sci. Nat., Bot., sér. 2 13(1): 201 (1840)
Basidioma up to 10.0 cm, pileate, flabelliform, laterally stipitate, upper surface clay buff
to milk coffee, smooth, glabrous. Hymenophore poroid, pores radially arranged (elon-
gated), 3–5/mm, dissepiment entire, slightly decurrent on the stipe, sepia. Context ho-
mogenous and buff. Stipe with a black cuticle. Spores ellipsoid, 2.5–4.0 × 7.0–12.0 µm,
smooth, thin-walled, hyaline, inamyloid.
On wood. The black stipe and the slightly elongated pores are diagnostic features of
this species.
76 Polypores
Polyporus tricholoma
Mont. - Annls Sci. Nat., Bot., sér. 2 8: 365 (1837)
Basidioma up to 8.0 cm, pileate, infundibuliform, centrally stipitate, upper surface buff,
glabrous, margin ciliate. Hymenophore poroid, pores round to angular, 5–9/mm, concolor.
Context very thin, concolor with the pileus, homogenous. Stipe central, concolor with
upper surface, glabrous. Spores ellipsoid to cylindric, 3.0–4.5 × 7.0–9.0 µm, smooth, thin-
walled, hyaline, inamyloid.
On wood. The infundibuliform pileus, centrally stipitate, minute pores, and the ciliate
margin are diagnostic characters used to identify this species.
Orelhas de pau 77
Pycnoporus sanguineus
(L.) Murrill - Bull. Torrey bot. Club 31(8): 421 (1904)
Basidioma up to 15.0 cm, pileate, in clusters or solitary, upper surface glabrous, usually
without zones, vivid reddish orange, thin and coriaceous. Hymenophore poroid, pores
circular, 4–6/mm, concolor with the pileus surface. Context homogenous, thin, concolor
with pileus. Spores cylindrical, 2.0–2.5 × 5.0–6.0 µm, smooth, thin-walled, hyaline, inamy-
loid.
On wood exposed to light. The bright, reddish-orange color of the pileus and the small
pores are diagnostic features of this species.
78 Polypores
Schizophyllum commune
Fr. - Observ. mycol. (Havniae) 1: 103 (1815)
Basidioma up to 7.0 cm, pileate, gregarious, coriaceous, pileus white to dark gray,
slightly tomentose, margin irregular to shell-shaped, with or without a lateral pseudo-
stipe. Hymenophore lamellate (with split lamellae), grayish. Context homogenous and
whitish. Spores ellipsoid to almost cylindrical, 2.0–3.0 × 5.0–7.0 µm, smooth, thin-walled,
hyaline, inamyloid.
On wood in sun. The white to dark gray color of the pileus and the split lamellae are
diagnostic characteristics used to identify this species.
Orelhas de pau 79
Trametes villosa
(Sw.) Kreisel - Monografias, Ciencias, Univ. Habana, Ser. 4 16: 83 (1971)
80 Polypores
Trichaptum biforme
(Fr.) Ryvarden - Norw. Jl Bot. 19(3-4): 237 (1972)
Orelhas de pau 81
Trichaptum perrottetii
(Lév.) Ryvarden - Norw. Jl Bot. 19: 237 (1972)
Basidioma up to 17.0 cm, pileate, upper surface strongly tomentose, with dense layer
of long branched trichomes, cigar brown, pileus tough to flexible. Hymenophore irregular,
with lacerate pores, almost irpicoid, 2–4/mm, concolor with the upper surface. Context
homogenous, thin and snuff brown. Spores cylindrical to slightly ellipsoid, 2.0–3.5 × 5.0–
7.0 µm, smooth, thin-walled, hyaline, inamyloid.
On wood. The tomentose, brown surface of the pileus is a diagnostic feature of this spe-
cies. The tomentum with long branched trichomes is unique in the genus.
82 Polypores
Basidiomycota
Gasteromycetes -
Gasteromicetos
Bianca Denise Barbosa da Silva, Larissa
Tr i e r v e i l e r- Pe re i ra , Ed u a rd o Fa zo l i n o
Perez, Theomara Ottoni Batista dos
Santos, Iuri Goulart Baseia
Key - Gasteromycetes
1. Basidiomata sessile when mature; globose, stellate, turbinate or with several fused
arms forming a mesh. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1. Basidiomata stipitate and erect when mature; agaricoid, floriform or phalloid. . . . . . . 21
8. Basidiomata small (up to 1.5 cm diam.), gregarious, fibrous layer intact, peristome
delimited by a white line. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum schweinitzii
8. Basidiomata larger than 1.5 cm, usually isolated, fibrous layers dividing into two,
peristome not delimited. . . . . . . . . . .. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum javanicum
13. Fleshy layer breaking down and forming an evident collar around the endoperidium
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum triplex
13. Fleshy layer not forming evident collar. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum saccatum
84 Gasteromycetes
Chave - Gasteromicetos
1. Basidiomas sésseis quando maduros; globosos, estrelados, turbinados ou com vários
braços fusionados formando malhas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2
1. Basidiomas estipitados e eretos quando maduros; agaricoides, floriformes ou faloides
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
2. Basidiomas formados por braços eretos que se fusionam e formam malhas, volva
presente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
2. Basidiomas globosos, estrelados ou turbinados, volva ausente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4
8. Basidiomas de pequeno tamanho (até 1,5 cm diam.), gregários, camada fibrosa intacta,
peristômio delimitado por uma linha branca. . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum schweinitzii
8. Basidiomas maiores do que 1,5 cm., geralmente isolados, camada fibrosa se separa em
duas, peristômio não delimitado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum javanicum
10. Endoperídio com pedicelo e apófise evidentes, apófise estriada. . . . . . Geastrum pectinatum
10. Endoperídio com pedicelo e apófise incospícuos, apófise não estriada. . . . . . . . . . . . 12
Gasteromicetos 85
14. Exoperidium arched when mature, endoperidial surface verrucose due to the
presence of hyphal pegs. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum entomophilum
14. Exoperidium usually saccate when mature, endoperidial surface rough, without hyphal pegs
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum fimbriatum
20. Exoperidium grayish brown, spores irregularly scaly, 4.0–5.5 µm diam., with long
pedicel. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Bovista plumbea
20. Exoperidium orange-brown, spores echinulate, 3.6–4.2 µm diam., without pedicel
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Langermannia wahlbergii
24. Basidiomata 7–10 cm tall at maturity, gleba mucilaginous, covering the receptaculum,
calyptra present. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Itajahya rosea
24. Basidiomata 2–4 cm tall at maturity, gleba mucilaginous, covering the apex of the
stipe, receptaculum and calyptra absent. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Mutinus caninus
86 Gasteromycetes
13. Camada carnosa do exoperídio se rompe e forma um colar evidente ao redor do
endoperídio. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum triplex
13. Camada carnosa não forma colar evidente. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum saccatum
14. Exoperídio arqueado quando maduro, endoperídio com superfície verrucosa devido à
presença de fascículos hifais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum entomophilum
14. Exoperídio sacado quando maduro, superfície do endoperídio áspera, sem fascículos
hifais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Geastrum fimbriatum
18. Basidiomas com uma estrutura basal em forma de taça formada por remanescentes
do exoperídio, areia e restos vegetais. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Disciseda hyalothrix
18. Basidiomas sem estrutura basal em forma de taça. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 19
22. Basidiomas agaricoides, exoperídio com escamas, ostíolo ausente. . . . . . . . Podaxis pistillaris
22. Basidiomas com uma saco esporífero, exoperídio sem escamas, ostíolo presente
. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . Tulostoma brumale
Gasteromicetos 87
Abrachium floriforme
(Baseia & Calonge) Baseia & T.S. Cabral - Mycotaxon 119: 424 (2012)
Volva subglobose,
1.5–2.0 cm diam., yel-
lowish white, composed
of an internal, hyaline,
gelatinous layer and an
external, membranous
structure; rhizomorph
robust, white. Stipe cylin-
drical, spongy, 0.5–0.8 cm
diam., 3.0–4.0 cm long,
reddish to pink. Recep-
tacle sunflower-shaped,
1.5–3.5 cm diam., with-
out branches, yellowish
to pinkish, central disc
perforate, showing a red-
dish edge, covered by a
gelatinous gleba of a gray
brownish color. Spores
cylindric to bacilloid, 4.0–6.0 (–7.0) × 1.5–2.0 μm, smooth, hyaline. Odor repellent, remi-
niscent of dung.
On soil. The non-branched receptacle is a diagnostic feature of this genus.
88 Gasteromycetes
Bovista plumbea
Pers. - Syn. Meth. Fung., 137 (1801)
Gasteromicetos 89
Clathrus chrysomycelinus
Möller - Bot. Mitt. Trop. 8: 22, 146 (1895)
90 Gasteromycetes
Clathrus cristatus
Fazolino, Calonge & Baseia - Mycotaxon 113: 197 (2010)
Gasteromicetos 91
Cyathus montagnei
Tul. & C. Tul. - Annls Sci. Nat., Bot., sér. 3(1): 70 (1844)
92 Gasteromycetes
Disciseda hyalothrix
(Cooke & Massee) Hollós - Növ. Közl. 1: 107 (1902)
Gasteromicetos 93
Geastrum entomophilum
Fazolino, Calonge & Baseia - Mycotaxon 104: 450 (2008)
94 Gasteromycetes
Geastrum fimbriatum
Fr. - Syst. mycol. (Lundae) 3(1): 16 (1829)
Gasteromicetos 95
Geastrum javanicum
Lév. - Champ. Mus. Paris: 161 (1846)
96 Gasteromycetes
Geastrum lloydianum
Rick - Brotéria 5: 26 (1906)
Gasteromicetos 97
Geastrum pectinatum
Pers. - Syn. Meth. Fung.: 132 (1801)
98 Gasteromycetes
Geastrum saccatum
Fr. - Syst. mycol. (Lundae) 3(1): 16 (1829)
Gasteromicetos 99
Geastrum schweinitzii
(Berk. & M. A. Curtis) Zeller - Mycologia 40: 649 (1948)
100 Gasteromycetes
Geastrum triplex
Jungh. - Tijdschr. Nat. Gesch. Physiol. 7: 287 (1840)
Basidioma saccate at maturity, with involute rays and evident collar around the
endoperidium. Exoperidium non-hygroscopic 4.7–6.4 cm diam., with 5–8 rays; mycelial
layer golden to grayish yellow, with some organic debris encrusted, usually peeling off at
maturity; fibrous layer grayish yellow to golden; fleshy layer light brown to dark brown.
Endoperidium globose, 1.9–2.5 cm diam., 1.8–2.4 cm tall, yellowish brown to dark brown,
sessile; peristome fibrillose,
dark brown, delimited by a
light brown line. Capillitial
threads yellowish to brownish,
with or without amorphous
material encrusted. Spores
globose, 4.5–5.5 (–6.0) μm
diam., golden brown to
brownish, ornamented with
columns well distributed
along the spore surface.
On soil. Geastrum triplex is
characterized by an exoperid-
ium that is saccate with invo-
lute rays, a prominent collar
around the endoperidium, a
sessile endoperidium, and a fi-
brillose, delimited peristome.
Gasteromicetos 101
Geastrum xerophilum
Long ex Desjardin - Pacific Science 65: 493 (2011)
102 Gasteromycetes
Itajahya rosea
(Delile) E. Fisch. - Ber. Deutsch. Bot. Ges. 47: 294 (1929)
Gasteromicetos 103
Langermannia wahlbergii
(Fr.) Dring - Mycol. Pap. 98: 46 (1964)
104 Gasteromycetes
Morganella fuliginea
(Berk. & M.A. Curtis) Kreisel & Dring - Feddes Rep. 74: 113 (1967)
Gasteromicetos 105
Mutinus caninus
(Huds.) Fr. - Summa veg. Scand., Section Post. (Stockholm): 434 (1849)
106 Gasteromycetes
Myriostoma coliforme
(Dickson) Corda - Anleit. Stud. Mycol.: 131 (1842)
Gasteromicetos 107
Podaxis pistillaris
(L.: Pers.) Fr. emend. Morse - Mycologia 25: 27 (1933)
108 Gasteromycetes
Scleroderma nitidum
Berk. - Hook J. Bot. 6: 173 (1854)
Gasteromicetos 109
Tulostoma brumale
Pers. - Magazin für die Botanik 1: 86 (1794)
110 Gasteromycetes
Appendices
Apêndices
Apêndice I: Guia Ilustrado para Coleta,
Preservação e Descrição de Fungos
Para que uma coleta de fungos seja produtiva e resulte em espécimes bem preserva-
dos, alguns cuidados devem ser tomados. Inicialmente, é necessário ter em mãos algu-
mas ferramentas, como um canivete ou faca, para retirar o fungo inteiro do substrato;
lupa de mão; caixas plásticas compartimentalizadas, sacos de papel ou cestos para alojar
e transportar os materiais coletados. O uso de sacos plásticos é desaconselhável para a
coleta, pois os fungos contêm uma grande quantidade de água nas suas estruturas e são,
portanto, muito suscetíveis a contaminações por bactérias e por outros fungos, especial-
mente se mantidos abafados. Tenha também um caderno de campo para anotar dados do
ambiente, substrato e possíveis hospedeiros.
Em geral os esforços de coleta de fungos são maiores no período de chuvas, pois a dis-
ponibilidade de água no ambiente é uma condição necessária para a formação das estru-
turas macroscópicas de reprodução sexuada nos Ascomycota e Basidiomycota. Na região
semiárida esta condição torna-se ainda mais importante devido à intensa seca durante
longos períodos ao ano.
A retirada dos esporóforos do substrato deve ser cautelosa para que o fungo não seja
quebrado e características taxonômicas importantes não sejam perdidas. Registros da cor
do esporóforo, do himênio e do contexto, assim como alterações destas colorações ao
toque ou quando expostas ao ar são de grande importância em diversos grupos. Para o
registro das cores o uso de um guia de cores é recomendável. Sempre que possível os es-
pécimes devem ser fotografados ainda frescos para registro das características de cor, tipo
e inserção do himênio, presença de escamas e outras estruturas que podem ser perdidas
após a desidratação do material. Na falta de um guia de cores o registro fotográfico torna-
se ainda mais importante.
A desidratação do material para depósito em herbário ou para estudos posteriores
deve ser feita de forma lenta, e a temperatura nunca deve ultrapassar os 40 oC. O ideal é
utilizar uma secadora com ventilação, nunca uma estufa sem circulação de ar. O ar deve
circular para eliminar o vapor da água e evitar que as características microscópicas sejam
danificadas por cozimento.
Para coletar fungos que crescem no solo, introduza o canivete no solo ao redor do
fungo, certificando-se de que irá remover todo o espécime, sem cortá-lo. Para a coleta de
fungos xilófilos deve-se anotar se a madeira está caída ou não, se pertence a uma árvore
morta ou viva, seu estágio de decomposição e, se possível, identificar a espécie a qual a
madeira pertence. Para espécimes encontrados sobre folhas, o fungo deve ser coletado
juntamente com as folhas.
Para uma boa amostra procure sempre coletar de três a cinco espécimes nos vários
estágios de desenvolvimento, de primórdios jovens a maduros. Algumas características
mudam ao longo do desenvolvimento e a observação dos estágios é importante para a
identificação do táxon.
A cor dos esporos em massa (esporada) é uma característica importante para a identi-
ficação de muitos táxons, especialmente cogumelos. Para fazer a esporada corte um pe-
daço de papel branco e coloque o píleo com o himenóforo voltado para baixo em contato
com o papel (se preciso, corte o estipe). Mantenha os tubos ou lamelas perpendiculares
ao papel. Cubra o espécime com um recipiente para manter a umidade. Os esporos pro-
112 Appendix I
duzidos serão liberados e ficarão impressos no papel. O processo de liberação dos esporos
pode levar de uma a algumas horas, no entanto, espécimes muito jovens ou muito madu-
ros nem sempre irão liberar esporos.
Anotações adequadas a respeito da morfologia, substrato e habitat são essenciais para
que uma coleção científica seja completa. Essas características dão subsídios para a iden-
tificação e estudo dos táxons.
Características morfológicas
As características usadas nesse guia incluem aquelas que descrevem o aspecto macros-
cópico do esporóforo e os esporos sexuais. Estas são características que, juntamente com
dados ecológicos e do ambiente, facilitam a identificação das espécies e sua classificação.
As características de importância taxonômica podem variar dependendo do grupo ao qual
o fungo pertence e, por isso, é importante estudar a morfologia e fazer uma boa descrição
das estruturas observadas nos esporóforos.
A seguir são apresentadas as características utilizadas nesse livro de acordo com os
grupos incluídos nos capítulos. Essas características auxiliarão os leitores a reconhe-
cer os fungos incluídos nesse guia, assim como ajudarão na descrição dos espécimes
encontrados em campo.
Ascomycota
Este é o filo de fungos com o maior núme-
ro de espécies conhecidas. A célula sexual é
denominada asco e produz, em geral, oito
ascósporos. Os ascos se organizam em uma
camada fértil denominada de himênio e o es-
poróforo que carrega e forma as estruturas
sexuais é chamado de ascoma. Os ascomas
apresentam uma grande diversidade de for-
mas que são usadas para identificar as espé-
cies. Os que estão aqui incluídos podem ser
desde globosos a discoides até filiformes,
com ou sem estipe.
Os ascomas em forma de taça ou disco pos-
suem o himênio exposto, recobrindo a parte
interna da taça. Esses ascomas são denomi-
nados de apotécios. Os peritécios têm a for-
ma de uma garrafa dentro da qual o himênio
está localizado, cobrindo as paredes internas.
O himênio fica apenas parcialmente exposto
através do ostíolo, que é como é denominada
a abertura do peritécio e por onde os ascós-
poros são liberados. O ascoma com perité-
cios pode ser globoso, clavado a cilíndrico, ou
crostoso e os peritécios ficam imersos em um
estroma. Ascomycota A, Apotécio; B, Peritécio; C, Globoso;
D, Estipitado-Discóide; E, Histerotécio;
F, Estipitado -Filiforme; G, Clavado; H, Cilíndrico;
I, Espatulado.
Apêndice I 113
Basidiomycota
Os membros desse filo são diagnosticados pela célula sexual clavada denominada de
basídio e que produz no seu ápice quatro prolongamentos que são os esterigmas, na
extremidade dos quais se formam, em geral, quatro basidiósporos. O esporóforo é deno-
minado de basidioma, e pode apresentar uma grande diversidade de formas e cores, ca-
racterísticas de grande importância nos estudos evolutivos e de relação entre os grupos.
São reconhecidos três subfilos dentro de Basidiomycota: Agaricomycotina, Ustilagi-
nomycotina e Pucciniomycotina (Swan & Hibbett 2007). Todos os fungos deste capítulo
pertencem a Agaricomycotina. Este subfilo apresenta espécies com basidiomas de formas
muito variadas e as espécies incluídas nesse guia foram separadas em três grupos artifi-
ciais de acordo com a sua morfologia macroscópica. Os três grupos artificiais aqui usados
compreendem vários grupos taxonômicos que produzem estruturas macroscópicas que
são produto de convergência evolutiva. Isso significa que vários táxons que não são paren-
tes próximos podem ter forma parecida como, por exemplo, os cogumelos. A observação
das principais características e a descrição dos basidiomas, apresentadas a seguir, são
utilizadas para a identificação das espécies.
Os agaricoides são fungos com forma de cogumelo, que possuem píleo e estipe bem
definidos em um basidioma relativamente efêmero, com himênio exposto. Os poliporoi-
des são fungos com himênio exposto, com basidiomas de consistência geralmente mais
lenhosa e perenes, também conhecidos como orelhas de pau. Os gasteroides formam um
grupo de fungos que produz o himênio fechado pelo menos no início do desenvolvimento
e nessa fase são quase sempre globosos.
114 Appendix I
Formas do Basidioma vistos de cima
A, Semicircular; B, Dimidiado;
C, Flabeliforme; D, Espatulado.
Sazonalidade A, Sazonal; B, Perene; C, Perene com Contexto. Superfície A, Liso; B, Zonado; C, Rimoso;
D, Viloso; E, Tomentoso.
Apêndice I 115
Formas do píleo A, Cônico; B, Hemisférico; C, Umbonado; Superfície A, Plicado; B, Escamoso; C, Fibriloso;
D, Parabólico; E, Umbilicado; F, Convexo; G, Aplanado; D, Higrófono; E, Sulcado; F, Liso; G, Esquamuloso;
H, Côncavo; I, Campanulado. H, Pruinoso; I, Escrobiculado.
116 Appendix I
Himenóforo
Tipo: pode ser liso, tubular, lamelado, poroide, denteado a merulioide.
Forma: nos políporos os poros podem ser desde circulares a hexagonais, alongados ou
dedaloides. O número de poros por mm e a profundidade dos tubos em corte transversal
são características importantes.
Cor: a coloração é importante e pode ou não haver mudanças de cor ao toque. Em co-
gumelos deve-se verificar se há presença de látex.
Inserção no estipe: o himenóforo dos cogumelos pode ou não estar ligado ao estipe, a in-
serção pode ser denominada como: livre, adnata, adnexa, decurrente, sinuada ou uncinada.
Margem: nas lamelas dos cogumelos a margem pode ser lisa, denteada, erodida, serri-
lhada e pode ou não ter coloração diferente do restante da lamela.
Lamélulas: o himenóforo dos cogumelos pode ou não ter lamélulas, lamelas mais cur-
tas que não chegam até o estipe.
Dissepimento: nos políporos é o espaço entre os poros, e pode ser liso, hidinoide, den-
teado ou velutino.
A B C D
Estipe
Tamanho: medidas de comprimento e largura são importantes, devendo-se anotar o
intervalo entre o menor e o maior.
Posição: o estipe, quando presente, pode estar inserido centralmente, excentricamen-
te ou lateralmente no píleo.
Forma: as formas mais comuns são cilíndricas, bulbosas, abruptamente bulbosas, cla-
vadas ou afiladas, especialmente em cogumelos.
Superfície: se utilizam as mesmas características anotadas para o píleo.
Anel: em cogumelos é um remanescente do véu parcial que cobre e protege o himenó-
foro no início do desenvolvimento. Sua presença é característica diagnóstica para alguns
táxons e deve-se anotar a posição no estipe (apical, central ou inferior), sua aderência
(fixo ou móvel), estrutura (simples ou duplo), textura (fibriloso, membranoso ou algodo-
noso) e coloração.
Volva: em cogumelos é um remanescente do véu universal que recobre todo o fungo
no inicío do desenvolvimento, localizada na base do estipe. Deve-se anotar a forma, ta-
manho e coloração.
Hábito de crescimento: podem se desenvolver de forma solitária, gregária, cespitosa
ou imbricada.
Apêndice I 117
Descrição de Gasteromicetos
Nesse grupo de fungos as formas
são ainda mais diversas. O que há
em comum é o fato de os esporos
amadurecerem em um himênio que
fica fechado pelo menos no início
do desenvolvimento.
Tamanho: pode ser medido pelo
diâmetro ou altura do basidioma, de-
pendendo da forma que possui.
Forma: o basidioma pode variar de
globoso a estrelar, turbinado a faloide.
Massa de esporos: pode ser pul-
verulenta e ser dispersa pelo vento,
mas em algumas espécies é gelatino-
sa e úmida e depende de outros veto-
res de dispersão.
Esporos
Em todos os grupos de fungos os esporos sexuais são de grande importância taxonômi-
ca. Deve-se levar em conta várias características:
Tamanho: para ter uma medida mais acurada da amplitude do tamanho dos esporos,
deve-se medir pelo menos 30 esporos de cada espécime. A medida é tomada da largura e
do comprimento e o cálculo do quociente (Q=largura dividida pelo comprimento) dá uma
indicação mais precisa da forma (Singer 1986).
Forma: existe uma grande diversidade de formas de esporos em todos os grupos. Al-
gumas vezes a forma é uma característica diagnóstica e indica a família a qual o fungo
pertence, porém mesmo dentro de grupos taxonômicos menores como gênero, podem
ser observadas muitas variações.
Ornamentação: a parede dos esporos pode ser lisa ou possuir ornamentações, internas
ou externas, que lhes conferem um aspecto distinto e que também pode ser diagnóstico
para certas famílias.
Reações químicas: o reagente de Melzer é um dos reagentes mais utilizados em fungos,
ele provoca alterações de cor na parede de estruturas microscópicas e é muito usado para
distinguir os esporos em três grupos de acordo com o resultado: inamiloides não têm
alteração quando montados em reagente de Melzer e permancem amarelados; dextrinoi-
des tornam-se avermelhados ou marrons na presença do reagente de Melzer; amiloides
tornam-se azulados a negros na presença do reagente de Melzer.
118 Appendix I
A B C D
E F G H
I J K L
M
N O P
Q R S
Apêndice I 119
Apêndice II: Glossário
adnata (lamela) Aderida ao estipe em 90 graus.
anel Remanescente do véu parcial que permanece aderido ao estipe após a sua ruptura.
ascosporo (ver esporo) Esporo sexual produzido no asco pelos membros de Ascomycota.
120 Appendix II
compartimento hifal Espaço entre dois septos nas hifas de Ascomycota e Basidiomycota.
contexto Tecido fúngico que constitui a parte interna do basidioma, excluindo o himênio
e a camada superficial (v. dissepimento, pletênquima, trama).
efuso-reflexo Esporóforo aderido ao substrato com a margem virada para fora formando
o pileo.
Apêndice II 121
fenda germinativa Linha na parede de um esporo por onde este germinará dando
origem a uma hifa.
gleba Região fértil dos gasteromicetos onde os esporos sexuais são formados.
hifa Estrutura tubular e oca, com ou sem divisões transversais (septos); célula fúngica.
histerotécio Peritécio alongado que, quando maduro, se abre através de uma fenda
longitudinal para exposição do himênio.
irpicoide Basidioma que apresenta o himênio formado por tubos rasos próximo ao
contexto e que se alongam formando dentes.
labirintiforme Organização do himenóforo que se assemelha a um labirinto, dedaloide.
122 Appendix II
lamelas Organização do himenóforo em lâminas paralelas que vão da margem do píleo
até próximo ou tocando o estipe.
lamélulas Lamelas que partem da margem do píleo mas têm a metade ou um terço do
tamanho, não chegando próximas ao estipe.
mucilaginoso Viscoso, com aspecto molhado e víscido, como se coberto por um fluido.
ostíolo Orifício, abertura dos peritécios para liberação dos ascosporos; abertura dos
ascos deiscentes.
perídio Camada que reveste a região esporífera, gleba, dos gasteromicetes, podendo ser
simples ou dupla (ver exoperídio, endoperídio).
píleo Esporóforo com uma região expandida que possui o himenóforo na sua região inferior.
Apêndice II 123
receptáculo Estrutura que possui um ou mais órgãos sexuais, esporóforo; nos Phallales é
o estipe e o píleo, ou o corpo clatrado; em Cyathus corresponde à estrutura
em forma de taça que contém os peridíolos.
séssil Que não possui estipe ou outro suporte; esporofóro aderido diretamente ao
substrato, lateralmente ou centralmente.
véu parcial Membrana que liga a margem do píleo à parte superior do estipe, cobrindo o
himenóforo em alguns cogumelos.
124 Appendix II
Volvopluteus earlei
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Créditos das Fotos e Espécimes
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Todas as ilustrações e fotografias nesse livro são propriedade dos autores e não podem ser reproduzidas
sem autorização.
Preface, Introduction and Species– Page v: photo by N.P. Smith. Page x: see species list below. Page 2: photo by E.R.
Drechsler-Santos. Page 3: photo by M.A. Neves. Page 5: top, photo by E.R. Drechsler-Santos; bottom, photo by M.A.
Neves. Pages 6 and 7: photo by M.A. Neves. Page 10: photo by M.A. Neves. Page 125: A.N.M. Furtado.
Abrachium floriforme (I. G. Baseia s.n., UFRN); photo by I. G. Baseia.
Agaricus moelleri (A. C. Magnago 201, FLOR); photo by M. A. Neves.
Agrocybe retigera (A. N. M. Furtado 101, FLOR); photo by M. A. Neves.
Amauroderma calcigenum (E. R. Drechsler-Santos 013, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Auricularia polytricha (M. A. Neves 565, FLOR); photo by M. A. Neves.
Bovista plumbea (I. G. Baseia 3106, UFRN).
Camarophyllus buccinulus (A. C. Magnago 27, FLOR); photo by M. A. Neves.
Chlorophyllum hortense (A. C. Magnago 271, FLOR); photo by M. A. Neves.
Chlorophyllum molybdites (A. C. Magnago 268, JPB); photo by M. A. Neves.
Clathrus chrysomycelinus (L. Trierveiler-Pereira 105, URM); photo by L. Trierveiler-Pereira.
Clathrus cristatus (E. P. Fazolino 068, UFRN); photo by E. P. Fazolino.
Coprinus xerophilus (A. C. Magnago 247, JPB); photo by M. A. Neves.
Coriolopsis caperata (E. R. Drechsler-Santos DS256, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Coriolopsis rigida (E. R. Drechsler-Santos DS238, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Cyathus montagnei (L. Trierveiler-Pereira 35, URM); photo by L. Trierveiler-Pereira.
Daedalea aethalodes (M. A. Neves 450, FLOR); photo by M. A. Neves.
Daldinia concentrica (M. A. Neves 550, JPB); photo by M.A. Neves.
Disciseda hyalothrix (T. B. S. Ottoni 13, UFRN).
Earliella scabrosa (M. A. Neves 459, FLOR); photo by M. A. Neves.
Favolus tenuiculus (M. A. Neves 323, FLOR); photo by M. A. Neves.
Fomes fasciatus (M. A. Neves 570, FLOR); photo by M. A. Neves.
Fuscoporia gilva (E. R. Drechsler-Santos DS049CE, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Ganoderma resinaceum (M. A. Neves 430, FLOR); photo by M. A. Neves.
Ganoderma stipitatum (M. A. Neves 589, FLOR); photo by M. A. Neves.
Geastrum entomophilum (E.P. Fazolino s.n., UFRN); photo by I. G. Baseia.
Geastrum fimbriatum (A.C. Gomes-Silva s.n., URM); photo by A. C. Gomes-Silva.
Geastrum javanicum (L. Trierveler-Pereira s.n., URM); photo by L. Trierveler-Pereira.
Geastrum lloydianum (I. G. Baseia 3107, UFRN); photo by I. G. Baseia.
Geastrum pectinatum (E. P. Fazolino 61, UFRN); photo by B. D. B. Silva.
Geastrum saccatum (M. A. Neves 416, JPB); photo by M. A. Neves.
126 Credits
Geastrum schweinitzii (M.A. Neves 704, FLOR); photo by M. A. Neves.
Geastrum triplex (A. N. M. Furtado 38, JPB); photo by M. A. Neves.
Geastrum xerophilum (T. B. S. Ottoni 08, UFRN).
Gloeophyllum striatum (M. A. Neves 581, FLOR); photo by M. A. Neves.
Gymnopilus purpureosquamulosus (A. C. Magnago 170, JPB); photo by M. A. Neves.
Hexagonia hydnoides (M. A. Neves 576, FLOR); photo by M. A. Neves.
Hexagonia papyracea (M. A. Neves 553, FLOR); photo by M. A. Neves.
Hygrocybe hypohaemacta (M. A. Neves 413, FLOR); photo by M. A. Neves.
Inonotus rickii (E. R. Drechsler-Santos DS021AL, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Irpex lacteus (E. R. Drechsler-Santos DS001, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Itajahya rosea (I. G. Baseia s.n., UFRN); photo by I. G. Baseia.
Langermannia wahlbergii (A. C. Magnago 196, JPB); photo by M. A. Neves.
Lepiota erythrosticta (A. N. M. Furtado 32, FLOR); photo by M. A. Neves.
Leucoagaricus americanus (M. A. Neves 546, FLOR); photo by M. A. Neves.
Leucoagaricus rubrotinctus (A. C. Magnago 028, FLOR); photo by M. A. Neves.
Leucocoprinus birnbaumii (M. A. Neves 412, FLOR); photo by M. A. Neves.
Limacella sp. (A. C. Magnago 270, JPB); photo by A. C. Magnago.
Marasmius amazonicus (J. J. S. Oliveira 035/09, UFRN); photo by J. J. S. Oliveira.
Marasmius haematocephalus (M. A. Neves 680, FLOR); photo by M. A. Neves.
Marasmius rubromarginatus (A. C. Magnago 39, JPB); photo by M. A. Neves.
Morganella fuliginea (L. Trierveiler-Pereira 126, ICN); photo by L. Trierveiler-Pereira.
Mutinus caninus (A. C. Magnago 218, JPB); photo by A. C. Magnago.
Myriostoma coliforme (I.G. Baseia s.n., UFRN); photo by I. G. Baseia.
Oudemansiella cubensis (A. C. Magnago 163, FLOR); photo by M. A. Neves.
Panaeolus antillarum (M. A. Neves 420, FLOR); photo by M. A. Neves.
Panaeolus papilionaceus (M. A. Neves 421, FLOR); photo by M. A. Neves.
Parasola leiocephala (M. A. Neves 441, FLOR); photo by M. A. Neves.
Perenniporia tephropora (E. R. Drechsler-Santos DS052, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Phellinus piptadeniae (E. R. Drechsler-Santos DS040SE, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Phellinus rimosus (E. R. Drechsler-Santos DS007AL, URM); photo by E. R. Drechsler-Santos.
Phylloporia chrysites (E. R. Drechsler-Santos DS077, URM); photo by M. A. Neves.
Phylloporia spathulata (E. R. Drechsler-Santos DS040, URM).
Podaxis pistillaris (M. M. B. Barbosa 30, UFRN); photo by M. M. B. Barbosa.
Polyporus guianensis (E. R. Drechsler-Santos DS012CE, URM).
Polyporus tricholoma (A. N. M. Furtado 48, FLOR); photo by M. A. Neves.
Poronia oedipus (M.A. Neves 419, FLOR); photo by M. A. Neves.
Psathyrella tuberculata (A. N. M. Furtado 92, FLOR); photo by M. A. Neves.
Pycnoporus sanguineus (M. A. Neves 554, FLOR); photo by M. A. Neves.
Rhytidhysteron rufulum (J. Pereira sn, URM); photo by J. Pereira.
Schizophyllum commune (M. A. Neves 557, FLOR); photo by M. A. Neves.
Scleroderma nitidum (I. G. Baseia s.n., UFRN); photo by I. G. Baseia.
Trametes villosa (M. A. Neves 828, FLOR); photo by M. A. Neves.
Trichaptum biforme (E. R. Drechsler-Santos DS057PE, URM80527); photo by M. A. Neves.
Trichaptum perrottetii (E. R. Drechsler-Santos DS035CE, URM); photo by M. A. Neves.
Tulostoma brumale (T. B. S. Ottoni 15, UFRN); photo by I. G. Baseia.
Volvopluteus earlei (A. N. M. Furtado 91, FLOR); photo by M. A. Neves.
Xylaria axifera (D. Poroca s.n., URM); photo by J. Pereira.
Xylaria cubensis (A. M. Cavalcante s.n., URM); photo by J. Pereira.
Xylaria curta (D. Poroca s.n., URM); photo by J. Pereira.
Xylaria polymorpha (D. Poroca s.n., URM); photo by J. Pereira.
Xylaria telfairii (M.A. Neves 569, URM); photo by M.A. Neves.
Xylaria tuberosa (D. Poroca s.n., URM); photo by J. Pereira.
Créditos 127
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Literatura 129
Index to Scientific Names
Índice de Nomes Científicos
Abrachium floriforme 88 Ganoderma resinaceum 65
130 Index
Leucoagaricus rubrotinctus 38 Polyporus guianensis 76
Índice 131
About the Editors
Sobre os Colaboradores
Maria Alice Neves is a mycology professor at the Universidade
Federal de Santa Catarina (UFSC), in Florianópolis, Brazil. She
specializes in the systematics of bolete and agaric mushrooms.