Embraiagem 1º
Embraiagem 1º
Embraiagem 1º
E CAIXAS
DE VELOCIDADES
Referências
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Todos os direitos reservados
IEFP
“Produção apoiada pelo Programa Operacional Formação Profissional e Emprego, confinanciado pelo
Estado Português, e pela União Europeia, através do FSE”
ÍNDICE
DOCUMENTOS DE ENTRADA
OBJECTIVOS GERAIS E ESPECÍFICOS DO MÓDULO................................................ E.1
PRÉ-REQUISITOS........................................................................................................... E.2
CORPO DO MÓDULO
0 - INTRODUÇÃO.............................................................................................................0.1
1 - A EMBRAIAGEM.........................................................................................................1.1
1.1 - TIPOS DE EMBRAIAGEM..................................................................................................1.1
1.1.1 - TIPOS DE EMBRAIAGEM........................................................................................1.1
1.1.2 - EMBRAIAGEM DE DIAFRAGMA.............................................................................1.3
1.1.3 - EMBRAIAGEM MULTIDISCO...................................................................................1.9
1.1.4 - EMBRAIAGEM CENTRÍFUGA...............................................................................1.11
1.2 - COMANDOS DE EMBRAIAGEM.....................................................................................1.12
1.2.1 - COMANDO MECÂNICO.........................................................................................1.13
1.2.1.1 - COMANDO DE EMBRAIAGEM COM AFINAÇÃO AUTOMÁTICA............1.14
1.2.2 - COMANDO HIDRÁULICO DE EMBRAIAGEM.......................................................1.16
1.3 - VERIFICAÇÃO, DIAGNÓSTICO E REPARAÇÃO............................................................1.18
1.3.1 - ESFORÇOS E DEFORMAÇÕES DA EMBRAIAGEM............................................1.18
1.3.2 - DIAGNÓSTICO DE AVARIAS.................................................................................1.20
1.3.3 - VERIFICAÇÃO, CONTROLO E REPARAÇÃO......................................................1.20
1.3.1.1 - REGULAÇÃO DO SISTEMA DE COMANDO...........................................1.21
1.3.1.2 - VERIFICAÇÃO E REPARAÇÃO DOS ÓRGÃOS INTERIORES DA
EMBRAIAGEM.........................................................................................................1.21
1.3.4 - TABELA DE DIAGNÓSTICO DE AVARIAS.............................................................1.25
2 – A CAIXA DE VELOCIDADES.....................................................................................2.1
2.1 - FUNDAMENTOS DE ENGRENAGENS.............................................................................2.3
2.1.1 – RELAÇÃO DE TRANSMISSÃO...............................................................................2.3
2.1.2 – SENTIDO DE ROTAÇÃO.........................................................................................2.6
2.1.3 – TIPOS DE DENTES.................................................................................................2.8
2.2 - CAIXA DE VELOCIDADES ELEMENTAR........................................................................2.10
2.2.1 – CAIXA DE VELOCIDADES DE CARRETOS DESLIZANTES...............................2.10
2.2.2 – CAIXA DE VELOCIDADES DE ENGRENAMENTO CONSTANTE.......................2.11
2.3 - CONSTITUIÇÃO DA CAIXA DE VELOCIDADES.............................................................2.13
2.3.1 – CARCAÇA DA CAIXA DE VELOCIDADES............................................................2.14
OBJECTIVO GERAL
OBJECTIVOS ESPECÍFICOS
PRÉ-REQUISITOS
Lubrificação de Sistemas de
Sistemas de Alimentação Diesel Sistemas de Ignição Sistemas de Carga e
Motores e Alimentação por
arrefecimento Arranque
Transmissão Carburador
Diagnóstico e Rep. de
Sistemas de Direcção Geometria de Órgãos da Suspensão Ventilação Forçada e Sistemas de
Avarias no Sistema de
Mecânica e Assistida Direcção e seu Funcionamento Ar Condicionado Segurança Activa
Suspensão
Diagnóstico e Diagnóstico e
Análise de Gases de Reparação em Reparação em Manutenção
Escape e Opacidade Rodas e Pneus Termodinâmica
Sistemas com Gestão Sistemas Eléctricos Programada
Electrónica Convencionais
Constituição de
Funcionamento do Processos de
Gases Carburantes e Noções de Mecânica Legislação Específica Processos de Corte e
Equipamento Traçagem
Combustão Automóvel para GPL sobre GPL Desbaste
Conversor para GPL e Puncionamento
Legenda
Módulo em Pré-Requisito
estudo
0 - INTRODUÇÃO
A definição de sistema de transmissão de um veículo automóvel poderá ser descrita como aquele
que transmite a energia mecânica produzida pelo motor às rodas motrizes, na forma mais apropriada
às solicitações do veículo em dado momento.
A Embraiagem é um dos principais órgãos da transmissão, sendo responsável por se poder ligar ou
desligar, progressivamente, o movimento produzido pelo motor e está localizada entre o volante do
motor e a caixa de velocidades, por forma a permitir a interrupção da transmissão do movimento entre
estes (Fig.0.1). Quando a embraiagem permite que o movimento chegue à caixa de velocidades, diz-se
que o motor está embraiado e quando tal não acontece, diz-se que o motor está desembraiado.
De uma maneira geral, a embraiagem tem de exercer duas funções bem distintas:
No arranque: Ligar progressivamente o motor aos outros elementos da transmissão, de forma que
consiga transmitir o movimento deste de uma forma suave.
Existem vários tipos de Embraiagem que são definidos segundo os tipos de comando, funcionamento
ou dos órgãos que a compõem:
Dentro das embraiagens mecânicas de disco, existem as de molas helicoidais, de diafragma e aquelas
que são constituídas por mais de um disco, designadas por multidisco. Todas elas cumprem as duas
funções descritas acima, à excepção da centrífuga e da hidráulica, que só poderão cumprir a segunda,
a não ser que sejam completadas, ou por um dispositivo especial ou por uma caixa de velocidades
apropriada.
A caixa de velocidades está localizada logo depois da embraiagem e, consoante o sistema de trans-
missão, está ligada ao diferencial ou ao eixo de transmissão (Figura 0.1). É esta que permite rentabili-
zar a potência do motor.
Existem vários tipos de caixa de velocidades que podem ser agrupadas segundo o seu tipo de
funcionamento ou o seu tipo de comando. Estas podem ainda ser longitudinais ou transversais.
1 – A EMBRAIAGEM
A figura 1.1 representa o desenho em corte de uma embraiagem de molas, onde podemos observar o
volante do motor (a) e o veio que entra na caixa de velocidades (f), denominado como veio primário.
Normalmente, o veio da caixa é fixo ao próprio volante, através de um rolamento (j) (denominado
rolamento piloto), de forma a permitir movimentos de rotação independentes entre estes.
a) Volante do motor
b) Tampa (ou carcaça) do prato de pressão
c) Prato móvel (ou prato de embraiagem)
d) Disco de embraiagem
e) Forro do disco de embraiagem
f) Veio primário da caixa de velocidades
g) Mola de embraiagem
h) Alavanca radial
i) Rolamento de encosto
j) Rolamento piloto
k) Forquilha de guia
O veio da caixa possui estrias, onde o disco (d) é encaixado, ficando sujeito ao movimento de rotação
deste. A tampa (b), ou carcaça, do prato de pressão é fixada ao volante através de parafusos. O prato
móvel (c) é furado no centro e é fixo à carcaça por intermédio de parafusos.
Assim, o prato móvel, a carcaça e o volante do motor estarão sempre sujeitos ao mesmo movimento
de rotação. O disco terá sempre o mesmo movimento de rotação que o veio da caixa. Na figura 1.2
podemos observar os órgãos que constituem a embraiagem de molas.
a) Volante do motor
b) Disco de embraiagem
c) Prato de embraiagem
d) Molas de embraiagem
e) Alavanca radial ou forquilha
radial
f) Cavilha e mola da alavanca
de comando
g) Tampa de embraiagem
h) Anilha de encosto
i) Forquilha de embraiagem
Entre a carcaça e o prato móvel existem molas que obrigam o prato móvel a afastar-se da carcaça,
encostando-se ao disco, que por sua vez encosta ao volante do motor. A pressão exercida entre o prato
móvel e o disco e entre este e o volante do motor é tal, que devido às características do disco, obriga
todo o conjunto a rodar solidário.
Esta será a situação normal, ou estado normal da embraiagem, dizendo-se que os conjuntos se
encontram embraiados. (Figura 1.3-a).
Entre a carcaça e a embraiagem, existem também alavancas que permitem contrariar a força exercida
pelas molas. Quando estas alavancas são actuadas, as molas comprimem-se afastando o prato móvel
do disco, que por consequência se afasta do volante, permitindo que o veio da caixa e o volante
do motor tenham movimentos de rotação independentes. Nesta situação diz-se que os conjuntos se
encontram desembraiados. (Figura 1.3-b)).
Estas alavancas, são denominadas por alavancas radiais ou forquilhas de accionamento e são
accionadas por um elemento de encosto que poderá ser uma anilha ou um rolamento, e que são
designados por anilha de encosto ou rolamento de encosto, respectivamente. Este elemento é forçado
a deslocar-se ao longo do veio da caixa, devido à acção exercida por outra alavanca, denominada
forquilha da embraiagem ou forquilha de guia. É esta forquilha que comanda o accionamento da
embraiagem, estando por isso ligada ao sistema de comando da embraiagem.
a) Embraiado b) Desembraiado
O prato móvel está unido à tampa de embraiagem através de ligações de retracção, que mantêm o
diafragma na sua posição normal e ao mesmo tempo lhe permitem o deslocamento axial necessário
para funcionar.
O disco deste tipo de embraiagem é como aquele que é utilizado na embraiagem de molas e que se
encontra descrito no ponto 1.1.2.2 deste módulo.
Como se pode observar na figura 1.5, o diafragma é cónico e nele existem cortes radiais, de modo a
formar lâminas convergentes para o centro.
h) Zona activa
e) Espessura da zona activa
A parte que vai desde a extremidade do diafragma, até à posição dos orifícios, é a zona activa do
diafragma que está representada por h na figura. A força de pressão que esta mola consegue exercer,
depende da sua conicidade, espessura e comprimento da parte activa.
Quando o diafragma se encontra na sua posição normal, a sua zona periférica exerce pressão sobre o
prato. Essa pressão é compensada na zona de fixação do diafragma, pelos aros elásticos.
Anel circular
Rebite
Diafragma
ELEMENTOS DE ENCOSTO
As forquilhas radiais da embraiagem podem ser accionadas por uma anilha de encosto, ou por um
rolamento de encosto. Ver figuras 1.7, 1.8 e 1.9.
Fig. 1.7 – Anilha de encosto Fig. 1.8 – Rolamento de Fig. 1.9 – Rolamento de
(anilha de carvão) agulhas esferas
A figura 1.10 mostra a solução em que se utiliza uma anilha de encosto. Esta solução é a mais antiga.
Estas anilhas são muitas vezes denominadas como anilhas de carvão devido à sua composição ser de
uma liga de grafite com cerca de 25% de carvão.
A – Disco de embraiagem
B – Volante do motor
C – Veio primário da caixa de velocidades
D – Prato de pressão
E – Mola da embraiagem
F – Tampa da embraiagem
G – Anilha de encosto
H – Alavanca radial
Elas são económicas e silenciosas, se bem que uma má utilização das mesmas, possa originar o seu
desgaste prematuro.
A utilização desta solução obriga a que tenha de se manter uma folga entre a anilha e a zona de
encosto desta quando o conjunto se encontra embraiado.
Hoje em dia, praticamente já só se utiliza a solução de rolamentos de encosto, podendo estes ser de
esferas ou de agulhas.
A fig. 1.11 mostra a disposição de montagem da forquilha e do rolamento de encosto. Neste caso, o
rolamento de encosto é constituído por um rolamento e esferas com uma saliência que faz o encosto,
ou com a mola de diafragma ou com as forquilhas de accionamento da embraiagem, consoante o tipo
de embraiagem em questão. Entre o rolamento e o eixo primário da caixa de velocidades existe um
casquilho (ou manga) que permite o deslocamento do rolamento sobre este.
No sistema clássico de comando de embraiagem por cabo podem distinguir-se dois tipos de comandos:
aquele em que o rolamento de encosto se encontra constantemente em contacto com a mola de
diafragma ou aquele em que existe uma folga entre estes, fig. 1.12 e fig. 1.13, respectivamente.
No caso em que existe folga entre o rolamento de encosto e a mola de diafragma, existe um sistema de
mola que obriga o rolamento de encosto a afastar-se da mola de diafragma. Ver fig. 1.13 e fig. 1.14.
Rolamento
de encosto
Folga
Rolamento
Forquilha
Mola de recuperação da forquilha
Cabo
Afinação da folga
Fig. 1.13 – Embraiagem de diafragma com folga entre o rola- Fig. 1.14 – A mola obriga o rolamento de
mento de encosto e a mola de diagrama encosto a afastar-se
DISCO DE EMBRAIAGEM
O disco de embraiagem é o elemento responsável por fazer a ligação entre o volante do motor e o prato
de embraiagem.
O disco de embraiagem está representado na figura 1.15, onde se pode observar os componentes que
o constituem.
1 – Molas amortecedoras
2 – Molas pré-amortecedoras
3 – Disco interior
4 – Amortecedor de fricção
5 – Cubo
6 – Disco central
7 – Placas exteriores
8 – Forros do disco
O cubo permite fazer a ligação do disco ao veio da caixa, fazendo com que a rotação destes seja a
mesma. Por essa razão, o cubo do disco é estriado, de forma a garantir que, quando a embraiagem se
encontra montada, o movimento de rotação deste e do veio da caixa seja o mesmo.
A ligação do cubo ao corpo do disco é feita através de molas, que têm como função amortecer o
movimento transmitido.
A periferia do corpo do disco é constituída por molas, onde se fixam os forros do disco. Estas molas
servem para amortecer o movimento de encosto do disco ao volante do motor e, além disso, permitir
que exista uma pequena distância entre os forros permitindo-lhes algum arrefecimento. Os forros são
fixados em ambos os lados destas molas por intermédio de rebites.
Nas faces dos forros existem ranhuras, de forma a garantir que, quando se desembraia, o disco se
separe do volante e do prato de embraiagem.
Os forros são o elemento responsável pela ligação de todo o movimento. Essa ligação é feita através
de forças de atrito que dependem do material e da pressão que o volante e o prato exercem sobre o
disco. Assim, o material em que os forros são feitos deverá aderir facilmente a superfícies metálicas, de
forma a que, quando o disco se encontra encostado, não exista resvalamento entre estes elementos e
o movimento seja totalmente transmitido.
Como existe fricção sempre que se restabelece a transmissão de movimento, existe um grande
aquecimento das superfícies de contacto.
Resumindo, os forros dos discos devem ser feitos de um material que adira facilmente às superfícies
metálicas, isto é, com um elevado coeficiente de atrito, e seja muito resistente ao desgaste por atrito e
ao calor.
Um dos materiais que melhor reúne estas características é formado por tecido impregnado de amianto
e que vulgarmente se designa por ferodo. Hoje em dia, a utilização do amianto está fortemente
condicionada devido às propriedades cancerígenas deste. Como alternativa, por vezes utiliza-se uma
armação de fios de cobre.
A figura 1.16 representa uma embraiagem multidisco em corte. O funcionamento deste tipo de
embraiagem continua a ser semelhante às anteriores. Também se trata de uma embraiagem de disco.
A – Volante do motor
B – Tambor estriado
C – Discos macho
D – Discos fêmea
E – Canhão
F – Veio da caixa de velocidades
G – Mola da embraiagem
H – Prato de pressão
I – Bujão de vazamento do óleo
A principal diferença é que existem mais zonas de contacto. Em vez do contacto ser feito unicamente
por um disco, o movimento é transmitido através do contacto de vários discos.
Os discos de accionamento (discos macho) são colocados alternadamente com os discos accionados
(discos fêmea), funcionando normalmente em banho de óleo. A figura 1.17 mostra o formato dos
discos.
Disco fêmea
Disco macho
Os discos macho estão ligados a um tambor estriado interiormente (solidário com o volante), girando
sempre que o motor está em funcionamento. Os discos fêmeas estão ligados a um canhão estriado
exteriormente (solidário com o veio primário da caixa de velocidades). Tal como nos outros tipos de
embraiagem de disco, existe ainda um prato compressor, molas de pressão, forquilha de comando e
rolamento de encosto. Figura 1.18
O prato compressor da embraiagem está aparafusado ao canhão estriado. As molas de pressão que
actuam sobre a placa empurram-na com força, que por sua vez empurra os discos de accionamento
(macho). Estes últimos arrastam por fricção os discos accionados (fêmea) que movimentam o canhão
estriado, e fazendo rodar o veio da caixa de velocidades.
Tambor da embraiagem
Perno de pressão da embraiagem
Canhão da embraiagem
Discos da embraiagem
Prato de pressão
A embraiagem multidisco tem uma excelente progressão e boa aderência à tracção, mas é muito
sensível ao atrito, produzindo muito calor e consequentemente a deformação dos discos.
Assim, esta embraiagem funciona normalmente em banho de óleo, por forma a reduzir o efeito do calor
sobre os discos.
Este tipo de embraiagem é também conhecido como embraiagem de comando centrífugo e é uma
embraiagem monodisco.
Ao contrário das anteriores, o estado normal desta embraiagem é desembraiada, ou seja, no estado de
repouso a transmissão do movimento não é efectuada até aos restantes órgãos de transmissão.
Fig. 1.20 – Embraiagem centrífuga (em corte)
Para uma melhor compreensão, os calços encontram-se representados em pormenor na figura 1.21.
5
4
4 6
7
7 1 – Volante do motor
5
2 – Disco de embraiagem
3 – Prato móvel
2 4 – Tambor
5 – Calço
6 – Lingueta
7 – Prato fixo
3
Estes calços são de um material com boa aderência aos materiais metálicos e estão montadas através
de linguetas, que fazem efeito de mola.
Quando se acelera, a velocidade de rotação do volante aumenta e origina forças centrífugas sobre os
calços. A partir de determinada velocidade de rotação, a força centrífuga consegue vencer o efeito de
mola das linguetas, o que faz com que os calços prendam ao tambor, por efeito de atrito.
Como o prato de pressão axial se encontra acoplado ao tambor, todo o conjunto fica animado de
movimento.
Quando se acelera, a velocidade de rotação do volante aumenta e origina forças centrífugas sobre os
calços. A partir de determinada velocidade de rotação, a força centrífuga consegue vencer o efeito de
mola das linguetas, o que faz com que os calços prendam ao tambor, por efeito de atrito.
Como o prato de pressão axial se encontra acoplado ao tambor, todo o conjunto fica animado de
movimento.
A força que o condutor tem de efectuar para desembraiar depende da força que é exercida pelas molas
de actuação da embraiagem, quer sejam helicoidais ou de diafragma.
O comando é normalmente feito através de um pedal que se encontra ligado à forquilha da embraiagem.
Esta ligação poderá ser puramente mecânica ou também hidráulica, denominando-se comando
mecânico ou hidráulico, respectivamente. A fig. 1.22 compara os valores necessários a aplicar no pedal
de embraiagem de comando mecânico, em função do tipo de mola utilizado.
Numa embraiagem de diafragma, a força exercida no pedal da mesma é máxima pouco antes de se
começar a desembraiar, porque o diafragma está na sua tensão máxima quando está plano. A cerca de
metade do curso do pedal, a força que se exerce no pedal é aproximadamente 130 N, quando está todo
desembraiado, esta é de 110 N, como se pode verificar na fig. 1.22, através da linha a cheio.
A linha a tracejado indica os valores médios da força que é necessário exercer no pedal para actuar
uma embraiagem de molas helicoidais, sendo uma embraiagem com as mesmas dimensões e molas
helicoidais de pressão. Neste caso, a força que é preciso aplicar ao pedal é maior e aumenta ao
desembraiar.
B – Rolamento de encosto
F – Batente do pedal de embraia-
gem
R – Mola de comando
J – Folga
L - Forquilha
Quando se pressiona o pedal com a força suficiente para o movimentar, o cabo desliza dentro
da bicha e faz movimentar a forquilha, obrigando o rolamento de encosto a vencer a força das
molas e consequentemente a deslocar o prato de embraiagem, ficando a embraiagem no estado
desembraiado.
Ao soltar o pedal, deixa de se exercer força sobre a forquilha, voltando a embraiagem ao estado
embraiado e a forquilha à sua posição inicial. A mola de diafragma recupera o seu estado de repouso e
faz com que o pedal volte à sua posição inicial e, consequentemente, com que o cabo fique esticado.
O processo de afinação destes tipos de comando consiste em esticar o cabo, o que se faz através da
diminuição do comprimento do cabo ou através do aumento do comprimento da bicha em relação ao
cabo, como se demonstrará mais adiante.
O sistema representado na figura 1.24 permite a afinação automática da embraiagem. Como se pode
observar na figura, para além dos elementos normais de comando, este conjunto é equipado de um
sector dentado (A), um trinco (B) e uma mola (J).
A – Sector dentado
B – Trinco
C – Forquilha de comando
D – Prato de embraiagem
E – Disco de embraiagem
F – Rolamento de encosto
G – Cabo com bicha
H – Pedal
J – Mola de tensão
O trinco impede que a haste do pedal deslize sobre a sector dentado quando se pressiona o pedal.
A mola puxa o sector dentado de forma a que o cabo (G) fique sempre sob tensão (esticado), fazendo
o ajuste necessário ao cabo para afinar a embraiagem.
A Fig. 1.25 mostra um sistema do mesmo tipo, com a diferença de que o efeito de trinco é feito pela
própria haste do pedal e por um batente.
Quando se pressiona o pedal, os dentes existentes na haste do pedal encaixam no sector dentado,
fazendo o efeito de trinco, obrigando o segmento a rodar sobre o eixo que lhe serve de apoio, puxando
o cabo de embraiagem.
Quando se larga o pedal, por acção da mola de tensão, o sistema volta à posição inicial, ficando
novamente o cabo sobre tensão.
Hoje em dia é comum a utilização destas soluções. Estes sistema permitem a afinação da embraiagem
de uma forma automática.
A força exercida sobre o pedal transmite-se ao êmbolo do reservatório principal, que por sua vez, exerce
pressão sobre o fluído. Esta pressão é transmitida, pelo fluído, ao longo das tubagens hidráulicas até ao
reservatório secundário. A pressão exercida pelo êmbolo do reservatório principal é assim transmitida
ao êmbolo do reservatório secundário obrigando-o a deslocar-se e provocando o deslocamento da
forquilha, como pretendido.
A força exercida no êmbolo do reservatório principal relaciona-se com a força que se obtém no êmbolo
do reservatório secundário através da área das superfícies dos êmbolos onde a pressão é exercida.
F P
=
S1 S2
Como se pode observar na fig. 1.27, se o diâmetro do êmbolo do cilindro receptor tiver o dobro do
diâmetro do êmbolo do cilindro emissor, a força resultante neste, será quatro vezes superior, ou seja,
o quádruplo da força exercida no êmbolo do cilindro emissor. Assim, a força necessária a exercer no
pedal será um quarto daquela que seria necessário exercer.
Fig. 1.27
1 – Batente
2 – Haste de comando do êmbolo
3 – Êmbolo
4 – Parafuso regulável
5 – Folga
O cilindro de comando hidráulico está representado na fig. 1.29, onde se podem observar os elementos
que o constituem. A mola de que está provido garante a sua posição no repouso.
1 – Anilha de freio
2 – Anilha
3 – Retentor
4 – Êmbolo
5 – Retentor
6 – Mola
Neste sistema, o cilindro hidráulico receptor está aplicado directamente sobre o rolamento de encosto.
O movimento do êmbolo faz deslocar directamente o rolamento que provoca a desembraiagem.
c
a b
d A – Disco
B – Prato
C – Tampa
D – Rolamento concêntrico hidráulico
E – Cilindro receptor
Para verificar, diagnosticar e reparar avarias na embraiagem é muito vantajoso conhecer o seu
funcionamento, assim como ter conhecimento de quais os elementos mais sujeitos a desgaste.
Para que não exista resvalamento entre o disco de embraiagem e o volante do motor a força de rotação
do disco deve ser igual à força de rotação do motor (o binário do motor). Se for menor, o disco fica a
roçar no volante do motor, dizendo-se que a embraiagem patina.
O coeficiente de atrito e, consequentemente, a força de atrito, diminuem com a sua utilização. O disco
de embraiagem desgasta-se, perdendo propriedades de atrito. Quando o desgaste é excessivo, a
superfície torna-se lisa, diminuindo o coeficiente de atrito e provocando o “patinar”.
O disco engordurado também faz com que o coeficiente de atrito diminua. Este engorduramento poderá
ser causado por uma fuga de óleo que exista da caixa para a embraiagem ou do motor para esta.
O desgaste do disco é provocado pela utilização da embraiagem. Como já foi referido neste módulo, a
embraiagem é utilizada em duas situações distintas: o arranque e a mudança de velocidade.
Quando se inicia a marcha do veículo é necessário criar uma determinada rotação do volante do motor,
de forma a conseguir vencer a inércia do veículo. Como o veículo se encontra parado, o veio da caixa
de velocidades encontra-se também parado, existindo assim uma grande diferença de rotação entre o
volante do motor e o disco de embraiagem.
Quando se encosta o disco de embraiagem ao volante cria-se uma grande fricção entre estes dois
órgãos, até que o disco adquira a mesma velocidade de rotação do volante, provocando o desgaste do
disco e das molas de embraiagem, pois estas ajudam a amortecer as diferenças de força entre aqueles
órgãos. O encosto do disco ao volante deverá ser o mais suave e progressivo possível, de forma a que
o arranque também o seja.
No caso em que o encosto do prato é feito com demasiada rapidez, as molas do disco da embraiagem
são sujeitas a esforços mais elevados do que o desejável, provocando o seu desgaste prematuro.
No caso em que se demora demasiado tempo a encostar o disco ao volante está-se a provocar maior
desgaste do disco, assim como o seu sobreaquecimento, que poderá originar deformações no disco.
O aquecimento da embraiagem pode dar origem à deformação do disco, assim como à deformação das
molas de comando da embraiagem, sejam estas de diafragma ou helicoidais.
Quando se está muito tempo com o pedal da embraiagem premido, como no caso do veículo se
encontrar parado num semáforo com a primeira velocidade engatada, o rolamento de encosto fica
encostado, o que contribui grandemente para o seu desgaste.
- Ruídos ao pisar o pedal de embraiagem. Este ruídos podem ser originados por
alguma dificuldade no deslocamento axial do rolamento de encosto ou pela ruptura
de alguma das pontas da mola de diafragma.
Para o correcto controlo e verificação de embraiagens, assim como de qualquer outro conjunto que
constitui um veículo, deve ter-se sempre em consideração os dados fornecidos pelos fabricantes.
Assim, deve-se sempre tentar obtê-los e respeitá-los.
A regulação do percurso livre do pedal pode ser efectuada actuando no dispositivo de regulação
existente no mecanismo de comando, que une o cabo com a forquilha de comando da embraiagem. Se
o percurso livre for inexistente, a distensão das molas de embraiagem pode ser incompleta, fazendo
patinar o disco de embraiagem e, consequentemente, desgastando-o rapidamente.
Se o percurso livre for demasiado grande pode não ser possível o desacoplamento completo do disco,
provocando um engrenamento difícil e ruidoso.
No caso das embraiagens de comando hidráulico, deve-se verificar a existência de fugas de óleo.
De modo a diminuir o percurso livre com o aumento do desgaste dos forros do disco, torna-se necessário
efectuar uma regulação periódica. Nos casos em que esta regulação é automática, deve-se verificar se
o sistema de regulação não apresenta qualquer problema, antes de assumir que o disco atingiu o seu
desgaste máximo.
GEM
Para reparar as restantes avarias é necessário desmontar a embraiagem, existindo para tal alguns
aspectos a ter em conta.
Uma vez desmontada a embraiagem, deve comprovar-se o estado das molas (ruptura ou deformação),
assim como o das alavancas das molas de embraiagem (desgaste).
Para a verificação do estado das molas, normalmente é fornecido pelo fabricante a deformação que
estas deverão sofrer em função da força aplicada. No caso da ausência destes dados, deve fazer-se
a comparação com uma mola no estado novo. Deve também, observar-se se não existem defeitos de
forma nas mesmas.
A figura 1.32 representa uma embraiagem de molas, onde se podem observar medidas que normalmente
são fornecidas pelos fabricantes.
A altura H das alavancas, medida no seu interior, deve ser igual à medida dada pelo fabricante em
todas elas (o que se comprova com um calibre). Pois caso contrário, obter-se-ia um aperto desigual das
molas. A regulação faz-se través dos parafusos de posicionamento.
Nas embraiagens de diafragma, comprova-se a altura das extremidades do diafragma, de forma idêntica
à das embraiagens de molas, ver figura 1.33. Deve, também, verificar-se o estado de desgaste destas
extremidades nas zonas de acoplamento com o topo do mecanismo de desembraiagem.
Tanto o prato de pressão como a face do volante onde se apoia o disco não devem apresentar
deformações ou ranhuras profundas. Se for necessário pode rectificar-se o prato, tendo o cuidado
de retirar pouco material, de modo a não alterar a pressão das molas. Na rectificação do volante
rebaixa-se um mínimo de espessura nas faces a e b, representadas na Figura 1.34, mantendo a cota
d, que estabelece o posicionamento do conjunto da embraiagem e determina a pressão exercida pelas
molas.
A folga entre o disco de embraiagem e o seu acoplamento sobre o veio primário da caixa de velocidades,
deverá ser verificada. Se for excessiva, provoca a oscilação do disco e ruídos no funcionamento,
devendo nesse caso proceder-se à substituição do disco.
O disco deve deslizar livremente sobre o veio primário, devendo-se proceder à limpeza das estrias e
sua lubrificação, se necessário. A lubrificação deve ser feita com uma massa à base de bisulfureto de
molibdénio, tendo o cuidado de não a aplicar em excesso.
O desgaste dos forros do disco deve ser verificado medindo a sua espessura. Se for excessivo deve-se
substituir o da limpeza. Se não estiverem desgastadas uniformemente é sinal que a pressão exercida
pelas diferentes molas é desigual.
Se os forros estiverem húmidos de óleo, podem limpar-se com tricloroetileno e um esfregão de arames.
Independentemente da limpeza, deve-se corrigir a causa, que será provavelmente devida a fuga no
retentor traseiro da cambota ou no veio primário da caixa.
Uma vez verificado o estado da embraiagem e feitas as reparações necessárias procede-se à sua
montagem e colocação do conjunto na sua posição sobre o volante motor. Antes de se apertarem os
parafusos de fixação da caixa da embraiagem com o volante, é necessário centrar o disco para que o
veio primário da caixa de velocidades entre facilmente no seu alojamento.
Na figura 1.37, pode-se ver a disposição adoptada para a montagem da embraiagem, centrando-se
o disco com uma guia, posicionando a caixa da embraiagem na mesma posição em que foi retirada,
fazendo coincidir as marcas de equilibragem.
No seu acoplamento com o volante motor, o disco de embraiagem toma uma posição determinada.
Geralmente, a face lateral de onde sobressai mais o cubo fica voltada para o prato de pressão.
Em alguns casos existem marcas no cubo indicando qual das faces acopla o volante motor.
Se o esforço requerido para efectuar a manobra for excessivo, a anomalia deve-se possivelmente a um
deslizamento defeituoso do cabo de embraiagem na sua guia, devendo este ser substituído.
Nos sistemas de comando com recuperação automática do pedal, puxando a ponta do cabo deve
obter-se um deslocamento de 15 a 20 mm. Em caso contrário, o mecanismo de recuperação encontra-
se danificado e deve ser substituído.
Se o percurso for pequeno deve realizar-se a purga do sistema, extraindo o ar existente no circuito
hidráulico.
Esta operação realiza-se abrindo a purga do cilindro receptor, com o pedal pressionado, para deixar
sair o líquido arrastando as bolhas de ar.
Quando se vir que apenas sai líquido, pode dar-se por finalizada a purga.
Na tabela que se segue estão enumeradas as diferentes avarias no sistema de embraiagem, as suas
causas mais prováveis, assim como a verificação ou correcção a efectuar.
a) Desalinhamento
b) O volante está mal apoiado na a) Alinhar acaixa de velocidades e
5. Pulsações do pe-dal cambota embraiagem com o motor
da embraia-gem c) Alavancas da desembraiagem mal b) Ajustar correctamente o motor
ajustadas c) Ajustar
d) Disco ou prato de pressão em- d) Substituir
penados
a) Haste travada
b) Presença de algum elemento a) Lubrificar, ajustar
7. Pedal de embraia- estranho na parte posterior do b) Libertar a parte posterior do pe-
gem duro pedal dal, lubrificar
c) Mola descentrada, desajustada ou c) Ajustar, substituir
partida
2 - A CAIXA DE VELOCIDADES
A caixa de velocidades tem como função transmitir, depois de transformar, a força e velocidade às
rodas motrizes, na forma mais apropriada às solicitações do veículo em dado momento.
As solicitações a que o veículo pode ser sujeito são inúmeras e dependem de vários factores, sendo a
geografia do terreno um deles.
A força a disponibilizar às rodas depende da força que é necessário vencer para fazer o veículo
deslocar-se. Assim, uma das situações mais extremas é a de um veículo carregado a arrancar numa
subida íngreme. Nessas situações é necessário disponibilizar muita força para conseguir fazer o veículo
movimentar-se, sob pena de não conseguir arrancar.
Outra situação extrema é a de um veículo que se desloca numa estrada perfeitamente horizontal, com
uma velocidade elevada. Nestas condições, é necessário sobretudo transmitir às rodas uma elevada
velocidade de rotação.
A força e velocidade são produzidas pelo motor e, devido às características do mesmo, encontram-
se directamente relacionadas. A forma como se relacionam é representada no diagrama das curvas
características do motor.
Os conceitos de binário motor, potência, rotação e velocidade de rotação, assim como o diagrama
das curvas características do motor é explicado mais detalhadamente no módulo Cálculos e Curvas
Características do Motor (Módulo 305-03)
As principais curvas características do motor são a curva de potência e a de binário. Por vezes aparece
associada a estas a curva de consumo específico, pois trata-se de um factor cada vez mais importante
nos nossos dias.
Todas estas curvas são dependentes da rotação do motor, pois o binário e a potência variam com a
velocidade de rotação.
A figura 2.1 representa o gráfico das principais curvas características de um motor. As curvas do gráfico
representam a potência e binário desenvolvidos pelo motor, em função das rotações deste.
Apesar das curvas de cada diagrama serem diferentes para cada motor, de uma maneira geral, o seu
comportamento é semelhante.
Observando o diagrama da figura, podemos notar que para baixas rotações temos como resultado um
binário e uma potência baixas (abaixo das 2.500 r.p.m. no caso da figura). À medida que a rotação
vai aumentando, tanto a potência como o binário vão aumentando, até se atingir o valor em que o
binário é máximo (às 3.000 r.p.m. no caso da figura). Se a rotação continuar a aumentar, o binário
vai diminuindo e a potência vai aumentando até atingir o seu valor máximo (5.400 r.p.m. no caso da
figura).
Para este valor de rotação, apesar da potência ser máxima, o binário já é muito baixo.
uma determinada rotação por minuto, ou seja, a uma determinada velocidade de rotação wA. A
velocidade de rotação não é muito utilizada na prática, é mais comum a utilização do regime de rotação,
expresso em rotações por minuto.
Como as rodas A e B se encontram engrenadas, a força da roda mandante transmite-se à roda mandada
no ponto de contacto entre estas.
Assim, a roda mandada, roda B, fica sujeita a uma força F que lhe aplica um binário CB.
Como as rodas têm raios diferentes, considerando rA e rB como o raio da roda A e B, respectivamente,
teremos:
CA = rA x F e CB = rB x F
Donde,
CA
F =
rA
Logo,
CA rB
CB = rB x CB = x CA
rA rA
Existe uma relação directa entre a potência desenvolvida pelo motor e a potência transmitida às rodas
do veículo.
Resumindo, a força e velocidade estão relacionadas de tal forma que existe um intervalo ideal de
funcionamento do motor, caracterizado por valores de binário e potência altos, simultaneamente.
A caixa de velocidades tem a capacidade de transformar estes valores, dentro de determinadas relações,
através de um sistema de engrenagens.
A caixa de velocidades é o dispositivo que permite que o motor trabalhe a um regime conveniente
qualquer que seja a velocidade do veículo. No fundo, não é mais do que um multiplicador de binário e
um redutor de velocidade de rotação, dotado de várias relações de transmissão.
A caixa de velocidades deverá ser também o órgão que permite inverter o sentido de marcha do
veículo.
Através do correcto uso da caixa de velocidades é possível economizar combustível ou fazer o veículo
deslocar-se o mais rápido possível, dentro dos limites do motor. Resumindo, pode-se gerir a potência
fornecida pelo motor para o fim que se pretende.
A roda pequena, roda A, recebe movimento de um veio que lhe está rigidamente ligado, a cambota, e
transmite movimento à roda B, através dos dentes existentes nas rodas.
Para que a transmissão do movimento seja conseguida, os dentes deverão encaixar uns nos outros
à medida que as rodas giram. Para que isso aconteça, todos os dentes terão que ter as mesmas
dimensões.
A roda A transmite movimento à roda B e por essa razão é denominada como roda mandante. A roda
B é aquela que recebe o movimento, denominada por essa razão como roda mandada.
O movimento da roda A é-lhe transmitido através de um binário CA, produzido pelo motor a uma
determinada rotação por minuto, ou seja, a uma determinada velocidade de rotação wA .
A velocidade de rotação não é muito utilizada na prática, é mais comum a utilização do regime de
rotação, expresso em rotações por minuto.
Como as rodas A e B se encontram engrenadas, a força da roda mandante transmite-se à roda mandada
no ponto de contacto entre estas.
Assim, a roda mandada, roda B fica sujeita a uma força F que lhe aplica um binário CB.
Como as rodas têm raios diferentes, considerando rA e rB como o raio da roda A e B, respectivamente,
teremos:
CA = rA x F e CB = rB x F
Donde,
CA
F=
rA
Logo,
CA rB
CB = rB x CB = x CA
rA rA
Esta expressão relaciona o binário da roda mandada com o comprimento dos raios de cada roda e o
binário da roda mandante.
No caso representado na figura 2.3, em que o raio da roda mandada é o dobro da roda mandante,
também o perímetro da roda mandada será o dobro da roda mandante e, enquanto a roda mandante
dá uma volta completa, a roda mandada dá somente meia volta.
Então, pode-se concluir que existe uma relação constante, quer entre os raios, quer entre o binário,
assim como para todas as grandezas que derivam destas.
Esta relação é denominada relação de transmissão, pois trata-se da relação que existe na transmissão
do movimento.
Assim, a relação de transmissão da roda A para a B pode ser calculada através das seguintes
expressões:
CB rB ZB
RTA,B = RTA,B = RTA,B =
CA rA ZA
vA nA
RTA,B = v RTA,B = n
B B
onde C representa o binário aplicado a uma roda A, r o raio, Z o número de dentes de uma roda, a
velocidade angular e n é o número de rotações por minuto.
De notar que num sistema de engrenagens como aquele representado na figura 2.5, o sentido do
movimento de rotação da roda mandada é o inverso do sentido de rotação da roda que transmite o
movimento.
Num sistema de engrenagens como aquele representado na figura 2.6 um sistema com três rodas
dentadas, o sentido de movimento da roda intermédia é contrário ao das outras duas.
No caso de conjuntos de várias rodas dentadas, a alteração do sentido de rotação acontece da mesma
forma.
Generalizando, para o caso de um sistema com um número par de rodas, os sentidos de rotação da
primeira e última roda são inversos.
Fig. 2.5 – Inversão do sentido do movimento Fig. 2.6 – Transmissão do sentido do movimento
Para o caso de um sistema com um número ímpar de rodas, os sentidos de rotação da primeira e última
roda serão iguais.
Quando as rodas intermédias de uma engrenagem não transmitem movimento, são muitas vezes
designadas como “rodas loucas”, ou “carretos loucos”.
No caso de engrenagens com mais de duas rodas dentadas, estas relações mantêm-se para cada par,
assim como para o par constituído pela primeira e última roda, como veremos no exemplo seguinte.
Exemplo:
A engrenagem da figura 2.7 é constituída por três rodas. A roda A tem 15 dentes e
está rigidamente ligada a um veio que lhe transmite um binário de 20 Nm às 3.600
r.p.m.. Sabendo que a roda C tem 30 dentes e a B tem 60 dentes, calcule para a
roda C:
Sentido de rotação
AZ = 15C =
20 Nm
N = 3600 r.p.m.
B
Z = 60
C
Z = 30
O binário:
Dados:
zA = 15 zB = 60 zC = 30
CA = 20 Nm nA = 3.600 r.p.m.
Resolução:
Para calcular os elementos pedidos para a roda C, vamos primeiro calcular a relação de transmissão
entre A e B e a relação de transmissão entre B e C:
zB 60
RTA,B = RTA,B = RTA,B = 4
zA 15
zC 30
RTB,C = RTB,C = RTB,C = 0,5
zB 60
a) CC ?
CB CB
RTB,C = CC =
CC RTB,C
logo,
5
CC = CC = 5 Nm
0,5
b) RTA,C ?
CA 20
RTA,C = RTA,C = RTA,C = 2
CC 10
Então, a relação de transmissão final, entre a roda mandante e a roda mandada é igual ao produto das
várias relações de transmissão.
c) nC ?
Substituindo vem,
3600
nC = vC = 1800 r.p.m.
2
As engrenagens podem ser constituídas por dentes direitos (ou rectos) ou por dentes helicoidais, ou
ainda, por dentes em espinha. Na figura 2.8 estão representadas engrenagens formadas pelos diversos
tipos de rodas dentadas.
Nas engrenagens de dentes helicoidais, para uma determinada largura de roda, consegue-se uma
maior superfície de contacto entre os dentes das rodas dentadas, que tem como resultando um menor
esforço sobre os dentes e um funcionamento mais silencioso.
Com este tipo de dente, a força entre dentes tem uma componente axial, ou seja, uma parte da força
actua segundo a direcção do veio (ver figura 2.9), o que representa um inconveniente, pois a força
transmitida é menor.
Este tipo de dente obriga a utilização de rolamentos cónicos, de forma a suportar a força axial.
As engrenagens de dentes em espinha já não apresentam esse problema pois são simétricas, o que faz
com que as forças axiais se anulem entre si. Por essa razão, são muito utilizadas quando se pretende
transmitir grandes forças.
A figura 2.10 representa uma caixa de velocidades elementar. Esta é constituída por dois veios. O
veio por onde entra o movimento é denominado veio primário e o veio por onde sai o movimento é
denominado secundário.
Forquilha
Entrada do
movimento
Saída do
movimento
Os carretos do veio secundário são solidários com este e os do veio primário podem deslocar-se
axialmente sobre aquele, sendo por isso os últimos denominados carretos deslizantes.
As diferentes relações de transmissão são obtidas deslocando os carretos sobre o veio primário,
através de uma forquilha, de forma a que seja efectuado o engrenamento dos carretos. Os carretos do
veio primário encontram-se ligados um aos outros através de uma manga com uma zona de encaixe
para a forquilha. A caixa representada na figura tem quatro velocidades, ou seja, quatro relações de
transmissão diferentes.
Quando nenhuma roda se encontra engrenada, não é transmitido movimento pela caixa, ou seja, o
veio secundário não recebe movimento do veio primário. Neste caso diz-se que a caixa se encontra em
ponto morto.
A caixa de velocidades elementar apresenta logo à partida alguns defeitos. Nesta caixa não é possível
passar de uma velocidade para outra sem seguir uma determinada sequência. O engrenamento das
diferentes velocidades é de grande dificuldade, pois o movimento dos carretos não é sincronizado,
isto é, existe uma diferença na velocidade de rotação entre os carretos, o que faz com que seja difícil o
encaixe dos dentes das rodas que se pretende engrenar.
Devido à sua concepção, estas caixas de velocidades são de elevadas dimensões e pesadas, o que se
torna também num inconveniente.
A figura 2.11 mostra uma evolução da caixa elementar. Neste caso, os carretos do veio primário já não
se encontram todos ligados, existindo dois grupos móveis, o primeiro formado pela primeira e segunda
velocidades e o segundo pela terceira e quarta. Esses grupos são comandados por duas forquilhas
diferentes.
Assim, consegue-se uma redução do tamanho da caixa e uma redução da inércia dos corpos móveis,
o que facilita um pouco a sincronização do movimento dos veios, e consequentemente das rodas a
engrenar.
De notar que nas caixas elementares os dentes das rodas são direitos, pois caso não fossem o
engrenamento seria impossível.
Assim, os carretos do veio primário não se encontram solidários a este, podendo rodar livremente
sobre este. Para engrenar uma velocidade é necessário fixar o carreto pretendido ao veio. A figura 2.13
mostra um sistema que permite essa fixação.
Existe uma manga de fixação, denominada luva, que é estriada interiormente, de forma a não poder
rodar sobre o veio mas poder deslocar-se axialmente ao longo deste.
Como se pode observar, tanto a luva como o carreto são dentados na sua face lateral, de forma a que
encaixem um no outro.
Quando este encaixe é efectuado o carreto passa a movimentar-se juntamente com a luva e
consequentemente, com o veio.
Existem outros tipos de encaixe entre as luvas e os carretos, sendo o princípio de funcionamento o
mesmo. A figura 2.14 mostra outro tipo de encaixe.
O encaixe entre a luva e o carreto apresenta algumas dificuldades devido à falta de sincronização dos
movimentos.
Para solucionar este problema existem sistemas que fazem com que a sincronização se efectue de
forma automática, sempre que se efectue uma mudança de velocidade.
O seu funcionamento, assim como os vários tipos existentes serão descritos no ponto 2.4 deste
módulo.
Na figura 2.15 está representada uma caixa de velocidades longitudinal, onde se pode observar os
seus componentes.
Nesta caixa todos os veios estão apoiados em rolamentos de esferas, à excepção do veio secundário
que está apoiado dentro do veio primário, junto ao carreto B, através de um rolamento de agulhas.
A figura 2.16 representa os elementos de uma caixa de velocidades do mesmo tipo da anterior, de
engrenagens helicoidais com sincronizadores.
Fig. 2.16 – Órgãos internos de uma caixa de velocidades de engrenagem helicoidais com sincronizadores
A carcaça da caixa de velocidades, também denominado cárter da caixa de velocidades, pode ser
formada por duas partes ou por um só bloco. No caso de ser dividida em duas partes, estas podem ser
longitudinais ou transversais. No caso de ser um só bloco é denominada monobloco. Estes três tipos
de bloco encontram-se representado na figura 2.17
Seja qual for a sua constituição, a carcaça da caixa serve para apoiar todos os seus elementos,
protegendo-os das impurezas do meio exterior e guardando o fluido necessário para a lubrificação do
conjunto.
No caso de uma caixa constituída por duas partes, existem pinos guia que servem para centrar a caixa
que posteriormente será aparafusada.
Normalmente existe um interruptor para as luzes de marcha-atrás, de forma que quando se engrena a
marcha atrás estas acendam automaticamente.
Em quase todas as caixas existe também um ou mais orifícios para ventilação da caixa, assim como
orifícios para drenagem do óleo e para enchimento e/ou verificação do nível do óleo.
Todos os veios da caixa são apoiados na carcaça desta. A forma como estão apoiados varia, podendo
o apoio ser feito através da utilização de capas de apoio ou de rolamentos de diversos tipos, consoante
a solução desenvolvida pelo fabricante.
Os rolamentos utilizados poderão ser de diversos tipos, em função dos esforços resultantes. Os vários
tipos de rolamentos, assim como o tipo de esforços que podem suportar encontram-se representados
na tabela 2.1.
Tabela 2.1
2.3.3 – LUBRIFICAÇÃO
A lubrificação consiste em manter uma película de lubrificante entre duas superfícies em contacto, com
movimento relativo entre elas, por forma a minimizar as forças de atrito resultantes desse movimento.
Desta forma pode-se evitar a gripagem (soldadura das superfícies em contacto, por efeito do calor
gerado) e limitar o desgaste das superfícies. Esta matéria é estudada no módulo Lubrificação de
Motores e Transmissões (Módulo 307-02).
Desgaste dos órgãos em movimento ou dos que estão em contacto com estes.
Pode-se afirmar então, que uma das principais funções da lubrificação é a de reduzir o atrito.
Sem ela o desgaste excessivo seria uma consequência séria, que levaria a uma retirada prematura de
serviço da máquina. Outra consequência seria um elevado consumo energético para compensar as
perdas por atrito. Visto isto, podemos sintetizar as várias funções do lubrificante.
Propriedades essenciais:
Resumindo, a lubrificação é efectuada para diminuir os esforços de atrito e para obter uma melhor
dissipação do calor.
A chapinhagem é um sistema de lubrificação que provoca no interior da caixa uma verdadeira circulação
de óleo.
A centrifugação provoca também a circulação do óleo do centro para a periferia dos carretos. Para
aproveitar este fenómeno, o orifício do veio permite aspirar o óleo do centro das rodas, lubrificando
deste modo o diâmetro interior das rodas.
Uma parte do óleo que escorre é dirigido para pontos bem precisos por meio de nervuras, furações ou
goteiras embutidas, podendo em alguns casos ser controlado por meio de um calibre.
As figuras 2.19 e 2.20 mostram alguns exemplos de canalização do óleo para lubrificação de alguns
pontos.
Orifício de evacuação
Aspiração
Entrada
de óleo
Ranhura circular
e furo radial
Calibre
Para que um óleo seja apropriado para a lubrificação das caixas de velocidades de um veículo,
funcionando estas em condições de utilização normal, em regiões de clima temperado, deve possuir as
características indicadas na tabela seguinte:
Para caixas sujeitas a condições de utilização muito severas utilizam-se óleos com compostos colorados,
fosforados, ou sulfurados. Quando o atrito provoca altas temperaturas, os aditivos podem reagir com o
metal formando uma película sólida sobre a superfície dos dentes.
Deste modo impede-se o contacto directo entre as superfícies metálicas de forma a obter-se uma maior
duração das engrenagens.
2.3.4 – MARCHA-ATRÁS
O motor de um veículo não pode inverter o seu sentido de marcha. Assim, para inverter o sentido de
marcha do veículo é necessário inverter o sentido de rotação que é fornecido pelo motor, através da
caixa de velocidades.
Para conseguir essa inversão, existe um carreto extra, montado sobre um veio suplementar, o veio
da marcha-atrás. Este carreto pode ser deslocado de forma a engrenar em simultâneo, com os dois
carretos de marcha-atrás que existem no veio auxiliar e no veio secundário, de forma que o movimento
do veio secundário seja invertido. A figura 2.21 mostra um sistema deste tipo.
Na grande maioria das caixas são utilizados pelos fabricantes sistemas de bloqueio exclusivamente
para o comando da marcha-atrás. Esse facto, deve-se obviamente a questões de segurança, pois
impede que a marcha-atrás seja engrenada inadvertidamente.
O carreto intermédio não tem influência na relação desejada, sendo a sua principal função a inversão
do movimento do veio de saída da caixa, sendo por isso denominado como carreto falso de marcha-
atrás.
Na maior parte das caixas os carretos de marcha-atrás são de dentes direitos. Tendo em conta o
facto de que a marcha-atrás é normalmente engrenada quando o veículo se encontra parado, que
as velocidades atingidas neste sentido não são elevadas, não sendo o ruído factor determinante,
normalmente justifica-se a utilização de rodas de dentes direitos sem utilização de sincronizador.
Comandos internos
Comandos externos
Na figura 2.22 podem-se observar alguns dos comandos internos da caixa. Na manga do sincronizador
existe uma ranhura circular onde é colocada uma forquilha ou um dedo solidário com o veio.
Veio selectro da 3ª e 4ª
Forquilha da 1ª e 2ª
Veio selectro da 1ª e 2ª
Forquilha da 1ª e 2ª
Veio selectro da 4ª e 5ª
Forquilha da
marcha-atrás
Dedo de marcha-atrás
Disposição dos
eixos em triângulo Forquilha de 1ª e 2ª
Forquilha da 3ª e 4ª
A figura 2.24 mostra uma forma de dispor os encaixes, quando os veios de comando se encontram
dispostos em triângulo. Para que o condutor não tenha de procurar as posições dos encaixes, o veio
de selecção é munido de batentes.
Cada veio de forquilha tem na sua extremidade um alojamento onde se encaixa o dedo do selector de
mudanças comandado pelo condutor. Esses alojamentos, em ponto morto, estão dispostos uns ao lado
dos outros, como se encontra representado na figura 2.25.
Eixo de selecção
Dedo de selecção
Encaixe ou “crabot”
No tipo de comando representado na figura, o dedo ou selector volta automaticamente para a posição
3ª - 4ª por acção da mola (1), quando todos os Sincronizadores se encontram em ponto morto.
Anilha batente
Eixo 1
B A Freio
Para seleccionar a 1ª e 2ª, basta comprimir a mola (1) e apoiar o freio contra a anilha. A distância entre
as garras de 3ª - 4ª e 1ª - 2ª é representada pela folga (A).
Para seleccionar a marcha-atrás, é necessário comprimir a mola (2) através da anilha, até anular a folga
(B). A mola (2) tem uma acção muito mais importante que a mola (1), constituindo um batente nítido.
O sistema de engrenamento ou de comando deverá ser composto por dois sistemas, o mecanismo ou
sistema de fixação e o sistema de interdição.
O sistema de fixação serve para garantir que a velocidade que se encontre engrenada não se liberte
por consequência das vibrações ou por efeito das forças de inércia.
O sistema de interdição serve para impedir que se seleccionem varias relações de transmissão em
simultâneo, o que teria graves consequências.
Sem sistema de interdição, se a manobra de mudança de velocidade não fosse efectuada de forma
correcta, seria possível que se engrenassem duas relações de caixa simultaneamente, o que poderia
levar à destruição da caixa de velocidades.
São descritos a seguir os sistemas de interdição mais utilizados. Alguns destes sistemas são por vezes
utilizados em conjunto.
O diâmetro deste disco é tal que, quando é deslocado para um lado, se encaixa dentro das ranhuras
desse mesmo lado, deixando a ranhura do veio do lado oposto completamente livre.
Este sistema de interdição é bastante utilizado, pois pode adaptar-se a praticamente todas as disposições
dos eixos.
Eixos em triângulo
A figura 2.28 mostra um sistema de interdição por cilindros de travamento com a disposição dos veios
em triângulo, com a caixa na posição de ponto-morto. Nesta posição qualquer um dos veios se encontra
livre, podendo rodar. Neste caso os cilindros não têm de estar obrigatoriamente no mesmo plano.
Quando se movimenta um dos veios, os cilindros que lhe estão adjacentes deslocam-se, encaixando-
se nas cavidades dos outros veios, realizando o travamento desses veios, impedindo-os de rodar.
Eixos alinhados
A figura 2.29 mostra uma solução de interdição por cilindros de travamento em que os veios se encontram
alinhados. Neste caso os cilindros terão de se encontrar sobre o mesmo plano.
O pequeno cilindro que atravessa o eixo B permite travar C quando A se desloca, alterando a sua
posição quando qualquer dos outros veios se movimentar.
Pode acontecer que na passagem de 3ª para 2ª, por exemplo, o dedo de selecção saia da garra de 3ª
- 4ª e fique na garra de 1º - 2ª, mas por inércia, o eixo de 3ª - 4ª continua ligeiramente na direcção da
4ª, ficando a alavanca de velocidades bloqueada.
Por esta razão, os sistemas anteriormente descritos são ditos não absolutos e este é um sistema
absoluto.
De modo a evitar essas situações, existe o sistema de travamento por âncora, que se encontra
representado na figura 2.30.
Este sistema é composto por uma peça em forma de âncora que gira em torno de um eixo paralelo aos
veios de forquilha.
Assim, quando se desloca o dedo de selecção lateralmente, a âncora acompanha-o, existindo sempre
só um espaço livre para o deslocamento longitudinal do dedo de selecção e que só pode ser efectuado
quando o dedo se encontre alinhado com um dos veios.
Com este princípio, nenhum veio se pode deslocar se o dedo de selecção não estiver no encaixe
correspondente.
Conforme foi referido anteriormente, estes sistemas têm como principal função garantir a posição
seleccionada dos veios e adicionalmente informar o condutor, de uma forma palpável, da relação
seleccionada.
Este sistema encontra-se representado em corte na figura 2.31. Uma esfera de aço é impelida por uma
mola para a ranhura do veio, mantendo-o na posição em que o condutor o colocou.
A reacção provocada por esta esfera quando sai ou quando se engrena, é sentida pelo condutor no
comando.
Num veio, existem tantas ranhuras quantas as posições que este ocupa, por exemplo:
Na figura seguinte, figura 2.33, são apresentados vários exemplos dos esquemas geralmente
utilizados.
A linha tracejada indica que a marcha-atrás ocupa uma posição diferente, consoante os fabricantes. O
quadrado indica a posição de ponto morto mais frequentemente utilizada.
A alavanca de comando pode encontrar-se em locais diferentes, tais como, no painel de bordo, no
volante ou no piso. Por esta razão, os elementos que constituem estes comandos, assim como a
forma como são dispostos é muito variável, sendo os principais elementos que constituem este tipo de
comandos, a alavanca selectora, o tirante e o suporte das mudanças.
A seguir estão representados vários esquemas para vários tipos de caixa e cada localização respectiva
da alavanca de comando.
2.4 – SINCRONIZADORES
Quando o veículo se encontra em movimento com uma determinada velocidade engrenada, para pôr a
caixa de velocidades em ponto morto não existem grandes problemas, pois a velocidade de rotação do
veio secundário e do veio auxiliar é a mesma. O problema surge quando se pretende voltar a engrenar
uma nova relação de velocidade.
Neste caso, a velocidade do veio secundário e do carreto que se pretende engrenar já não é a mesma,
sendo necessário efectuar-se uma sincronização dos movimentos.
O carreto que transmite o movimento à roda do veio secundário, recebe o seu movimento do motor,
estando assim sujeito ao regime de rotação a que o motor se encontre, o que não facilita a sincronização,
pois o veio secundário também está em movimento. Para facilitar a sincronização, faz-se uso da
embraiagem, desligando a transmissão do movimento proveniente do motor.
Desta forma, o veio que possui as rodas fixas fica liberto, podendo variar a sua velocidade
independentemente da velocidade do motor contribuindo para uma maior facilidade em igualar os
movimentos de rotação, obtendo-se o sincronismo das velocidades.
Na caixa de seis velocidades cinco velocidades sincronizadas representada na figura 2.43, Existem três
mecanismos de sincronização, um para quarta e quinta velocidades, outro para a segunda e terceira,
outro ainda para a primeira e segunda. Neste caso a marcha-atrás é sincronizada, embora nem sempre
assim seja.
Fig. 2.43
Na figura 2.44 está representado um sincronizador simples. Este tipo de sincronizador é formado por
um cubo (B) montado sobre o veio secundário de forma a poder deslocar-se axialmente. Interiormente
dispõe de um cone de fricção (B), onde estão alojadas as esferas de sincronização (A) montadas sobre
molas.
A – Esfera
B – Cubo
C – Luva
P – Carreto (ou pinhão)
A luva, ou manga (C), é montada sobre o cubo estriado (M). Na luva existe uma ranhura circular onde
serão alojadas as esferas que fixam a posição de ponto morto e obrigam a que, quando a luva se
desloca axialmente o corpo também se desloque.
Contra a face lateral do cubo fica acoplado o pinhão (P), montado sobre o eixo secundário. É provido de
um cone macho e de um anel dentado, nos quais se fixam o cone fêmea do cubo e o dentado interior
da coroa durante as manobras de selecção de velocidade.
Na figura 2.45 A está representada a posição de “ponto morto”, em que os cones não estão acoplados,
permitindo a rotação independente entre o cone macho e o cone fêmea.
Fig. 2.45a – Posição Fig. 2.45b – Fase de en- Fig. 2.45c – Acoplado
“Ponto Morto” costo
Desacoplado
A sincronização para efectuar a manobra de mudança de velocidade, de forma a introduzir uma nova
relação é realizada em duas fases. Numa primeira fase, a alavanca de velocidades obriga o sincronizador
a deslizar. A luva de fixação é deslocada pela forquilha arrastando consigo o cubo de sincronização,
devido ao sistema de interdição existente.
Nestas condições o cone fêmea do cubo entra em contacto com o cone macho do pinhão, e devido
ao atrito entre ambos, as velocidades de rotação tendem a igualar-se (situação representada na figura
2.45 B).
Numa segunda fase, ao continuar a aplicar esforço sobre a manga, dado que o cubo já se encontrava
em contacto com o pinhão, obriga-se a manga a deslizar sobre as esferas de fixação, que se encontram
alojadas na ranhura, vencendo a acção das molas e produzindo-se a engrenagem do dentado externo
da manga com o do pinhão, ficando este solidário com o eixo secundário (figura 2.45 C). Para que
se consiga vencer a força das molas é necessário que o condutor exerça uma força maior sobre a
alavanca de comando de velocidades, para que a força sobre a luva aumente. Caso a força que se
exerce para engrenar uma determinada velocidade seja a suficiente para vencer de imediato a força
das molas, os dentes irão encostar-se sem que se tenha atingido a sincronização. Por esta razão, diz-
se ser um sincronizador não absoluto.
Este tipo de sincronizador está representado na figura 2.46, onde se pode observar cada um dos
elementos que o compõem.
1 – Carreto
2 – Anel cónico
3 – Manga
4 – Cubo
5 – Chaveta (x3)
6 – Mola
Note-se que o cone fêmea deste conjunto é postiço, ou seja, não faz parte do cubo. Este por sua vez
é fixo, não pode deslocar-se axialmente. Neste tipo de sincronizador os elementos móveis são o anel
sincronizador e a luva de fixação.
A interdição deste sincronizador não é feita com esferas e molas helicoidais como no sincronizador
simples, mas através de um conjunto de três chavetas e dois aros elásticos, que têm o efeito de mola
de pressão, exercendo pressão sobre as chavetas. Tanto o anel sincronizador como a luva de fixação
possuem encaixes para as chavetas, de forma que o anel e a luva têm sempre a velocidade de rotação
do cubo.
Este tipo de sincronizador é absoluto, pois quando os dentes se aproximam para o encaixe, os
movimentos já se encontram sincronizados.
Na figura 2.47 podemos observar um sincronizador deste tipo, assim como os elementos que o
constituem.
Este tipo de sincronizador é também um sincronizador absoluto, os dentes da roda dentada e da luva
só se encostam quando os movimentos já se encontram sincronizados.
A face exterior do anel possui um cone macho. A luva, por sua vez, é provida do cone fêmea. O anel de
sincronização é provido de três patilhas igualmente espaçadas, designadas por unhas.
Como se pode observar na figura anterior, o carreto é provido de um anel dentado, seccionado por
cavidades para o encaixe das patilhas do anel sincronizador. Junto ao anel dentado encontra-se um
encaixe que recebe a mola, quando o conjunto se encontra montado.
Ao fazer-se deslocar a luva, o anel é empurrado contra o carreto e as patilhas encaixam nas cavidades
que lhe estão destinadas.
Atinge-se então o final da fase de encosto, representado na figura 2.48, dando-se início à fase de
avanço da luva.
Anel cónico sincronizador
Cubo
Manga
No início desta fase já todos os elementos se encontram com movimentos sincronizados. O anel vence
então a força da mola, que até aqui o impedia de avançar, e a luva engrena no carreto mantendo todo
este conjunto com o mesmo movimento de rotação até que a luva seja novamente movimentada. A
figura 2.49 representa esta fase.
Este tipo de sincronizador é semelhante aos descritos anteriormente, sendo também um sincronizador
absoluto. A grande diferença entre este sincronizador e os anteriores é a de o cone fêmea se encontrar
no carreto e o cone macho no anel do sincronizador.
O sincronizador New Process encontra-se representado na figura 2.50, assim como os seus
componentes.
Luva
Cone-macho
Roletes Cone-fêmea
Corpo
Roletes
Manga Anel
Manga Anel
Mola
Este sincronizador apresenta algumas diferenças em relação aos anteriores, não sendo classificado
como um sincronizador absoluto.
Para além desta vantagem, também permite uma mudança de velocidades mais rápida e menos
ruidosa.
Apresenta no entanto como desvantagem o facto de ser necessário aplicar forças maiores para efectuar
o engrenamento das velocidades e de não ser um sincronizador absoluto.
Este sistema está representado na figura 2.51 e é composto por uma luva sincronizadora (7) semelhante
às dos sistemas anteriores, em que esta possui três cavidades onde encaixam três saliências existentes
no cubo do sincronizador (8), como se pode observar.
1 – Mola
2 – Coroa dentada
3 – Anel sincronizador
4 – Batente
5 – Sapata
6 – Cintas de travagem
7 – Luva
Encaixado no carreto está alojado o anel sincronizador (3), cujas pontas se apoiam no ressalto externo
da sapata (5). Sobre esta, encontram-se montadas as cintas de travagem (6). Na outra extremidade
destas encontra-se um batente (4).
Quando se desloca a luva (7), o dentado desta exerce pressão sobre o anel sincronizador (3), obrigando-
o a fechar, o que provoca pressão sobre as cintas de travagem (6). Como estas tendem a distender,
uma das suas extremidades exerce pressão sobre a sapata (5) provocando-lhe um impulso no sentido
do movimento, de tal forma que a outra extremidade se encosta no batente (4). Nesta fase as cintas de
travagem deixam de poder distender-se aumentando a fricção entre estas e o anel. Como consequência
as velocidades tendem a igualar-se efectuando-se o engrenamento do conjunto.
Os dentes da luva, do anel sincronizador, assim como os dentes do carreto possuem uma certa
conicidade e a sua extremidade tem uma forma aguçada formando um vértice, de forma a facilitar os
encaixes respectivos. Figura 2.52.
Dente de Dente de
engrenamento engrenamento
do do
carreto sincronizador
Faces inclinadas
em contacto
Manga
Carreto
O anel de sincronização deverá possuir estrias e ranhuras, tal como se encontra representado na figura
2.53. Estas permitem escoar o óleo quando o anel encosta, melhorando o atrito e consequentemente
o efeito de travagem pretendido.
Estrias
Ranhuras
1ª Velocidade – 3,5 : 1
2ª Velocidade – 2:1
3ª Velocidade – 1,4 : 1
4ª Velocidade – 1:1
Se o mesmo automóvel for equipado com um motor mais potente não necessitará de uma primeira
velocidade tão baixa. Neste caso as desmultiplicações poderão ser as seguintes:
1ª Velocidade – 2,8 : 1
2ª Velocidade – 1,8 : 1
3ª Velocidade – 1,3 : 1
4ª Velocidade – 1:1
Quanto mais próximas forem as desmultiplicações numa caixa de velocidades, mais fácil e mais
rapidamente entrarão as mudanças. Vejamos como funciona uma caixa de quatro velocidades
convencional.
As caixas longitudinais são usadas, geralmente, em veículo com motor à frente e tracção atrás, uma
vez que a tomada de força do motor é num lado e a saída para o veio de transmissão é no outro
Ponto Morto
Todos os carretos, excepto os três necessários para a inversão de marcha, estão permanentemente
engrenados. Os carretos do veio secundário giram à volta deste, enquanto os do veio fixo permanecem
imóveis.
Em ponto morto não há qualquer transmissão de energia mecânica. Ver Figura 2.54.
1ª Velocidade
2ª Velocidade
3ª Velocidade
4ª Velocidade
Marcha atrás
As caixas de velocidades transversais são as mais utilizadas actualmente, dado que ocupam menos
espaço. Esta característica facilita a sua montagem na maior parte dos veículos, uma vez que possuem
motor e tracção dianteiros. Neste tipo de caixas, o movimento do veio secundário é directamente
transmitido ao diferencial, que se encontra acoplado à caixa.
As figuras seguintes representam uma caixa deste tipo com as diversas relações engrenadas.
1ª Velocidade
2ª Velocidade
3ª Velocidade
4ª Velocidade
5ª Velocidade
Marcha-atrás
Se os danos são pequenos podem ser reparadas por soldadura. Se a avaria for maior terá de se
substituir a caixa.
h) Danos nos dentes da engrenagem (por ro- h) Substituir a unidade ou sua parte
çamentos repetidos) do sincronizador, do danificada, montar correctamente
anel ou do carreto conduzido. Ruptura ou as molas.
desgaste excessivo da anilha de sincroni-
zação. Unidade sincronizadora deteriorada
ou molas montadas defeituosamente.
2. A mudança a) Mecanismo de mudança de velocidade a) Ajustar.
de velocida- desajustada.
de solta-se
ou não fica
engatada
b) Substituir componentes des-
b) Folga axial dos carretos excessiva.
gastados.
5. Ruídos na
posição de
a) Rolamentos danificados e secos. a) Substituir, lubrificar.
ponto mor-
to
6. Ruídos com
a) Mudar o lubrificante por um
uma veloci-
a) Lubrificante inadequado ou insuficiente. adequado em quantidade sufi-
dade engre-
ciente.
nada
b) Rolamento do veio secundário desgastado
b) Substituir ou lubrificar.
ou seco.
c) Substituir os componentes des-
c) Carretos soltos do veio secundário.
gastados.
7. Não se trans-
mite potência
através da a) Dentes dos carretos danificados. a) Substituir carretos.
caixa de velo-
cidades.
b) Forquilhas de mudanças e outros compo- b) Substituir componentes danifi-
nentes. cados.
A grande maioria dos casos identificados no ponto anterior implicam a desmontagem da caixa de
velocidades.
É de salientar que quando se desmonta uma caixa de velocidades devido a uma anomalia, se deverá
observar atentamente todos os órgãos desta, mesmo que não estejam relacionados com a causa que
inicialmente levou à reparação.
Devido à grande diversidade de caixas de velocidades existente, não existe uma receita para o seu
desmantelamento, e é quase sempre necessário e mesmo sempre conveniente recorrer ao manual
do fabricante para a sua montagem.
Existem no entanto alguns passos comuns, assim como alguns aspectos importantes que não podem
deixar de ser aqui referidos.
Regra geral, para a desmontagem deste órgão da transmissão, devem-se ir retirando os diversos
componentes por ordem, empilhando-os na mesma posição que se desmontam, tendo em conta que o
posicionamento das rodas dentadas no eixo é determinado por uma série de anilhas e anéis de freio.
1 – Rolamento de esferas
2 – Veio
3 – Carreto louco
4 – Coroa de sincronizador
5 – Carreto oco
6 – Rolamento de esferas
7 – Anel de freio
8 – Cubo sincronizador
9 – Anéis elásticos
10 – Anéis espaçadores
A desmontagem do conjunto inicia-se retirando o anel de freio (7) e o rolamento (6), com a ajuda de
uma ferramenta apropriada.
De seguida, pode ser desmontado o conjunto sincronizador (4) com o seu cubo (8), assim como os
carretos loucos (3) e (5). Este conjunto, sincronizador e carretos, está fixo através de um anel de
retenção (11) e de uma anilha num dos extremos do veio, e no outro através do rolamento (6) e do
respectivo anel de freio, impedindo-se desta forma todo o movimento lateral do conjunto. Por sua
vez, o cubo (8) do sincronizador é fixo lateralmente com anéis elásticos (9) que impedem qualquer
movimento lateral.
Na sequência da desmontagem dos conjuntos sincronizadores, deverá ser prestada especial atenção
ao posicionamento da manga em relação ao cubo, para que na montagem ocupe novamente a
mesma posição, devendo-se mesmo marcar esta posição de modo a que não se produzam folgas no
conjunto.
Finalizada a desmontagem da caixa procede-se a uma verificação dos seus componentes inspeccionando
cada um quanto a desgastes, rupturas, deformações ou qualquer outra anomalia.
Para efectuar uma correcta verificação dos diversos componentes da caixa, é importante que estes se
encontrem devidamente limpos.
Veio de saída
Engrenagem verificada
Lâmina calibrada
Anel do sincronizador
Os veios das forquilhas não deverão estar deformados ou dobrados, nem deverão
ser detectados desgastes nos alojamentos das esferas de retenção.
No que se refere à montagem do sincronizador deve-se ter especial cuidado na montagem dos anéis
elásticos de retenção (B), que devem ocupar a posição indicada na Figura 2.71, introduzindo o seu
ressalto no interior de uma das chavetas do sincronizador (C) e posicionando-os em sentido contrário
um do outro. A montagem destes anéis elásticos realiza-se depois de montada a luva do sincronizador
(E) no cubo de sincronização (D).
A – Anel
B – Anel elástico de retenção
C – Chaveta
D – Cubo
E – Luva
A folga entre o anel sincronizador e o cubo, representada na figura 2.73 também deverá ser controlada,
devendo ser medida com o anel aplicado contra a roda e este apoiado no cubo.
Após o controlo de todas estas folgas, encaixam-se as forquilhas de comando nas luvas respectivas,
nos locais indicados aquando da desmontagem, e montam-se, em simultâneo com os veios, na carcaça
da caixa. Nalgumas caixas as forquilhas de comando só são montadas mesmo no final do processo de
montagem da caixa, antes de fechar a caixa. Realizada esta montagem, é necessário controlar a folga
axial dos veios, corrigindo-a com anilhas espaçadoras se necessário.
No caso de serem utilizados rolamentos cónicos no apoio dos veios da caixa, é necessário afinar o
valor de pré-carga dos mesmos, antes do controlo da folga axial dos veios.
Existem vários métodos para a afinação da pré-carga dos rolamentos. Em qualquer deles se mede a
resistência à rotação do conjunto, que deverá ter valores específicos.
O posicionamento relativo dos conjuntos deve ser adequado, com a finalidade de conseguir o melhor
contacto possível entre as diversas rodas que constituem as engrenagens.
Na figura 2.75 é possível observar este engrenamento, nos carretos (A-C) e (B-D). O posicionamento
correcto do eixo primário em relação ao secundário é, mais uma vez, efectuado através da utilização
de anilhas espaçadoras.
Fig. 2.75 – Veios montados no bloco – os detalhes representam as cotas que deverão ser
controlados para um correcto engrenamento dos pares de carretos.
BIBLIOGRAFIA
PÓS-TESTE
Em relação a cada um dos exercícios seguintes, são apresentadas 4 (quatro) respostas das quais
apenas 1 (uma) está correcta. Para cada exercício indique a resposta que considera correcta,
colocando uma cruz (X) no quadrado respectivo.
a) Rolamento de encosto.................................................................................................................
b) Rolamento de agulhas.................................................................................................................
c) Rolamento de esferas..................................................................................................................
d) Rolamento piloto..........................................................................................................................
a) O da cambota...............................................................................................................................
b) O do volante do motor.................................................................................................................
a) Boa condutividade........................................................................................................................
a) De afinação automática...............................................................................................................
b) De afinação manual.....................................................................................................................
c) Sem afinação...............................................................................................................................
9 – Numa engrenagem formada por duas rodas dentadas, as dimensões dos dentes da roda
maior:
10 – A relação de transmissão:
a) Auxiliar.........................................................................................................................................
b) Intermédio....................................................................................................................................
c) Primário........................................................................................................................................
d) Secundário...................................................................................................................................
b) Garantir que a velocidade que se encontra engrenada não se liberte por consequência
das vibrações ou por efeito das forças de inércia.................................................................................
b) Garantir que a velocidade que se encontra engrenada não se liberte por consequência
das vibrações ou por efeito das forças de inércia.......................................................................
c) Ao empeno do disco...............................................................................................................................
2 d)
3 c)
4 d)
5 c)
6 d)
7 c)
8 a)
9 d)
10 d)
11 b)
12 c)
13 c)
14 c)
15 b)
16 a)
17 b)
18 d)
19 b)
EXERCÍCIOS PRÁTICOS
Exemplos de exercícios práticos a desenvolver no seu posto de trabalho e de acordo com a matéria
constante no presente módulo.
EQUIPAMENTO NECESSÁRIO
- 1 VEÍCULO
- MANUAL DO FABRICANTE DO VEÍCULO
- FERRAMENTAS DE (DES)APERTO
TAREFAS A EXECUTAR
10 – CENTRE O CONJUNTO
GUIA DE
NÍVEL DE
TAREFAS A EXECUTAR AVALIAÇÃO
EXECUÇÃO
(PESOS)
CLASSIFICAÇÃO 20