Resenha Crítica - O Problema Da Industrialização Do Brasil No II Império

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Universidade de Brasília

Instituto de Ciência Política


Pensamento Político no Brasil
Semestre: 1/2021
Professor: Carlos Henrique Cardim
Aluna: Rebecca Elise Machado de Menezes 
Matrícula: 18/0027191
Data: 21/09/2021

O problema da industrialização do Brasil no II Império

O avanço na industrialização do Brasil verificado durante o Segundo Reinado


teve como um de seus principais personagens Irineu Evangelista de Sousa
(1813-1889), o Barão de Mauá. Empresário, banqueiro e político, Mauá foi um
dos maiores impulsionadores da indústria brasileira, tendo investido em
empresas de transportes navais, construção de ferrovias, infraestrutura de
comunicação internacional e até mesmo um banco.

Ele decidiu investir capital na economia brasileira após uma viagem realizada à
Inglaterra na década de 1840, onde se fascinou pelo desenvolvimento industrial
e social proporcionado pelo capitalismo inglês. O intelectual considerava a
industrialização como a única solução para o problema do “atraso” brasileiro.
Todavia, a industrialização ocorrida no Brasil na época demonstra as
contradições em que se inseria a sociedade brasileira do Segundo Reinado.

De um lado, haviam condições favoráveis e um bom ambiente econômico para


a inserção do sistema de produção industrial: integração entre os capitais
brasileiros e os estrangeiros (principalmente os ingleses); novo direcionamento
do dinheiro acumulado com a produção agrícola após as proibições no tráfico de
escravos, assim como medidas governamentais de restrição de importações.

De outro, a base da economia imperial ainda estava vinculada ao trabalho


escravo, que impediu a intensificação da exploração capitalista dos
trabalhadores, criando, dessa forma, obstáculos para a ampliação do mercado
interno. Entre outros fatores: a ausência de recursos naturais como ferro e
carvão, ausência de uma infraestrutura de transporte, a falta de vontade e projeto
político para o Brasil, e o desinteresse pelo comércio e pelo livre mercado.

As iniciativas vanguardistas do Barão representavam uma ameaça para os


setores mais conservadores do governo e para o próprio imperador, que não lhe
deu o devido apoio. Sua postura liberal em defesa da abolição da escravatura e
sua atitude contrária à Guerra do Paraguai, acabam o isolando ainda mais,
resultando na falência ou venda por preços reduzidos de suas empresas.

Mauá não chegou a ver o país com o qual sonhou, mas fez parte de todas as
transformações que, de alguma maneira, mudaram o Brasil. Sem o visconde,
certamente o país chegaria muito mais atrasado ao século 20.

A conjugação de produção agrícola, produção industrial, mercado interno, força


de trabalho assalariada e apoio político das elites da época era necessária para
um maior fôlego desse surto industrial, cujo personagem principal foi o Barão
de Mauá.

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