Curso de Refinação de Petróleo
Curso de Refinação de Petróleo
Curso de Refinação de Petróleo
Capítulo I - O PETRÓLEO
1. O PETRÓLEO
1.1. Histórico
Pode-se dizer que os homens sempre conheceram o petróleo. Já no século 4 a.C., ele era
utilizado em sua forma natural. Segundo a bíblia, o petróleo foi utilizado na construção da Torre de
Babel e na impermeabilização da Arca de Noé. Heródoto, na História do Mundo, descreve as
qualidades do betume nas construções da Babilônia. O Fogo Eterno, a que os antigos ergueram um
templo, era o gás natural. Isso foi no mar Cáspio, há 2.500 anos, próximo a Baku, hoje centro
petrolífero russo. Salomão usou argamassa, à base de petróleo, na construção de seu templo. No
Egito antigo ele foi utilizado como elemento de liga na construção das pirâmides e nos
embalsamentos. A palavra múmia é derivada do termo de origem egípcia (mum) que significa
asfalto ou betume. Na América pé-colombiana, os incas usavam petróleo como unguento ou
combustível de dardos incendiados nas guerras. Quando conquistou o Peru, em 1527, Francisco
Pizarro encontrou uma destilaria manida pelos nativos, que sabiam como retirar o petróleo da fonte
natural, armazená-lo e destilá-lo, obtendo dessa maneira um líquido mais fino.
Até então recolhido de exsudações espontâneas, o petróleo foi mineirado pela primeira vez
em 1742. em Iechelbonn, na Alsácia, e no início do século 19, em Baku, os russos perfuravam
poços por métodos manuais em profundidades de até 30 metros.
Nas perfurações
de poços para a extração
de sal, às vezes, o
petróleo aparecia
perturbando todo o
trabalho. Até que um
produtor de sal de
Pittsburgh, Samer Kier,
resolveu engarrafar e
vender como produto
medicinal o óleo
encontrado em seus
poços, baseado num
antigo costume indígena
da região. Kit Carson,
outro explorador de sal,
já conhecia a utilização
do óleo como
lubrificante. O que
coletava em suas
escavações era vendido
aos colonizadores do
oeste como graxa para o
eixo das carroças.
Figura A: Sir Francis Drake (à esquerda) e o 1o. poço produtor de
petróleo em Titusville, na Pensilvânia, em 1859. Até meados do
século 19, o petróleo
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Capítulo I - O PETRÓLEO
utilizado era apenas produto de emanações naturais ou resultado de mineração superficial . George
Washington foi um dos primeiros a procurar o petróleo, fazendo uma prospecção junto com o
general Lewis, em 1776, na Virgínia. Consta que encontraram uma fonte de substância inflamável
que queimava tanto quanto álcool e demorava algum tempo para se apagar.
Muito pouco se conhece a respeito da origem do petróleo. Qualquer teoria sobre a origem
do petróleo deve explicar uma série de fatos observados ao longo de muitos anos de exploração e
produção do mesmo:
A teoria mais aceita entre os cientistas, e que consegue explicar razoavelmente estes fatos,
é a teoria orgânica sobre a origem do petróleo. Segundo esta teoria, no período de formação da
Terra, calor e frio se
sucederam, provocando
convulsões e terremotos,
soterrando mares e lagos,
isolando organismos animais
e vegetais (peixes, moluscos,
algas, crustáceos, animais
pré-históricos, árvores e
plantas). Com o passar dos
anos, essa contínua
superposição de camadas na
crosta terrestre fez aumentar a
pressão e o calor sobre os
depósitos orgânicos,
provocando neles reações
químicas que resultaram em
gás e petróleo. Uma jazida
petrolífera, portanto, tem
relação íntima com o tipo de
solo atual, só existindo onde
várias camadas soterraram
organismos vegetais, animais
e minerais.
Para a formação de
uma jazida de petróleo, além
das condições acima, é
indispensável a presença de
rochas impermeáveis para
evitar que ele escape e se
espalhe. O petróleo não se
Figura B: Substâncias orgânicas, restos de animais e vegetais que se
depositaram em quantidades no fundo dos mares e lagos originaram acumula na rocha em que foi
o petróleo gerado (rocha matriz), mas
sobe, pressionado pela água
salgada e pelo gás (sempre presentes numa jazida), até encontrar a camada impermeável no
subsolo. Cria-se aí um depósito petrolífero, não em forma de rios, lençóis ou bolsões, mas em poros
da rocha, em equilíbrio com a pressão exercida pela água existente ao seu redor.
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Capítulo I - O PETRÓLEO
O petróleo pode variar em composição e aspecto, desde um tipo fluído e transparente como
a gasolina, até opaco e quase sólido como o betume. A sua massa específica pode variar de 0,80 até
1,00, e em geral é inflamável a temperatura ambiente. Seu odor pode apresentar características
agradáveis, típico de compostos aromáticos, até fortemente desagradáveis, produzido por
compostos sulfurados.
ELEMENTO % em peso
Carbono 83,90 a 86,80
Hidrogênio 11,40 a 14,00
Enxofre 0,06 a 8,00
Nitrogênio 0,11 a 1,70
Oxigênio 0,50
Metais (ferro, níquel, vanádio) 0,30
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Capítulo I - O PETRÓLEO
1.4.1. Hidrocarbonetos
• Saturados:
- Alcanos : cadeias retilíneas com ligações simples, de fórmula geral CnH2n+2 (onde n =
número de átomos), também conhecidos na indústria do petróleo como Parafínicos, devido à sua
baixa afinidade com reagentes comuns. São os principais constituintes dos petróleos leves,
particularmente nas frações de menor densidade, encontrando-se no petróleo, hidrocarbonetos
parafínicos que vão do metano até 42 átomos de carbono. As iso-parafinas são hidrocarbonetos
parafínicos que contém ramificações em sua estrutura, e são os responsáveis pela determinação no
número de octanagem da gasolina. Para um mesmo número de átomos de carbono, os
hidrocarbonetos de cadeia ramificada possuem ponto de fusão e ebulição menor que o
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Capítulo I - O PETRÓLEO
correspondente de cadeia simples. Deste modo, as n-parafinas (cadeia simples) conferem um alto
ponto de fluidez às frações pesadas de petróleo. Este fato nem sempre é interessante,
principalmente quando se deseja produzir óleos lubrificantes.
• Insaturados:
- Alcenos ou Olefinas: Cadeias abertas com uma dupla ligação, podendo ser retilíneas
(normais) ou ramificadas. Não se observa a sua presença no petróleo bruto, devido à sua
instabilidade. Contudo, aparecem em derivados de petróleo, oriundo de processos químicos da
refinação.
- Dienos ou Diolefinas: São alcenos que contém duas ou mais ligações duplas. Estes
hidrocarbonetos polimerizam-se com facilidade, formando compostos de peso molecular mais
elevado, com aspecto de “goma”. Também não aparecem no petróleo crú, devido à sua
instabilidade.
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Capítulo I - O PETRÓLEO
1.4.2. Não-hidrocarbonetos
• Compostos Sulfurados:
• Compostos Nitrogenados:
Estes compostos apresentam-se quase que em sua totalidade sob a forma orgânica como a
piridina e o pirrol, podendo converter-se, em pequena escala, por hidrocraqueamento, em amônia
(NH3). Uma vez que são termicamente estáveis, tendem a se concentrar nas frações mais pesadas.
• Compostos Oxigenados:
Tal como os nitrogenados, aparecem de forma complexa, como ácidos carboxílicos, fenóis,
cresóis, podendo ainda ocorrer como ésteres, amias, cetonas e benzofuranos (formas não ácidas).
Os primeiros são facilmente separados do petróleo, devido à sua alta acidez.
• Compostos organo-metálicos:
São compostos de ferro, níquel, cobre e vanádio, em sua maioria. Átomos desses elementos
aparecem inseridos no meio de uma molécula orgânica qualquer, alterando as suas propriedades
(quelatos de porfirina, por exemplo).
A água, sais minerais e sedimentos como areia e argila são impurezas oriundas dos
depósitos onde se acumulou o petróleo, bem como dos métodos utilizados em sua produção.
Para se chegar à produção de petróleo, uma série de etapas deve ser percorrida, iniciando-
se com a pesquisa de solos propícios à formação de poços petrolíferos (prospecção), perfurando-se
poços experimentais para a constatação de presença de petróleo (perfuração), para finalmente
iniciar o processo de produção do petróleo (completação e produção).
Com base na teoria que defende a origem orgânica do petróleo, as condições abaixo são as
necessárias para que seja possível a formação de uma jazida de petróleo:
O petróleo sai da rocha geradora assim que for gerado pelas altas pressões existentes. Ele
migra para formações porosas e permeáveis, em alto ou baixo grau, que estejam sujeitas a menores
pressões, normalmente no sentido ascendente.
As principais rochas geradoras são o folhelho (fino, com argila, pouco permeável, de
coloração geralmente escura) e o calcilutito (calcário, pouco permeável, pouco poroso, com
deposição animal e química).
É uma rocha porosa e suficientemente permeável para que o petróleo possa ter chegado a
ela. Em termos de produção de petróleo, esta permeabilidade é muitas vezes reduzida, a ponto de
dificultar ou mesmo impedir a produção do óleo ali acumulado.
As principais rochas reservatórios são o arenito (contém grãos de quartzo com finos, sendo
muito permeável), o calcarenito e a coquina (muito permeável, composto de conchas solidificadas).
Assim que constatada a presença de rochas geradoras, reservatório e capeadora, tem-se uma
boa possibilidade de encontrar óleo. Porém, para que o mesmo seja encontrado em grandes
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Capítulo II - EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DO
PETRÓLEO
quantidades (comerciais), é indispensável a presença de uma estrutura adequada que o confine ali,
conhecida como armadilha ou trap. A estrutura deve existir sempre antes da geração do petróleo
para que o mesmo possa ser armazenado.
Essa associação é indispensável para evitar que o óleo gerado venha a ficar retido na rocha
geradora (impermeável em termos de produção) ou a dispersar-se pelas formações ou pela
superfície.
A armadilha deve existir antes da migração do petróleo, para que o mesmo possa ficar
armazenado.
A faixa propícia à geração de petróleo é de 60 a 150 oF (16 a 71 oC). Acima deste limite,
existe a queima dos hidrocarbonetos e os gases formados perdem-se nas formações.
2.2. Prospecção
Ele começa a trabalhar a partir de elementos naturais expostos na superfície. Para isto, ele
se utiliza de conhecimentos de estratigrafia (estudo das rochas no tempo e no espaço, e de sua
origem), da micropaleontologia (estudo dos microorganismos fósseis), da petrografia (descrição
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Capítulo II - EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DO
PETRÓLEO
exata das rochas), da aerofotogrametria (confecção de mapas com o auxílio de fotografias aéreas),
além de contar com métodos geofísicos e geoquímicos.
Inicialmente, através da
aerofotogrametria, a presença de fenômenos
como afloramentos (exposição de camada,
veio ou rocha na superfície) ou falhas (ruptura
de uma camada ou extrato) pode ser
detectada, mesmo a grandes altitudes,
possibilitando o esquadrinhamento, por meio
de fotos detalhadas, de extensas áreas.
Com a interpretação dos dados coletados pelos métodos anteriores, pode-se selecionar as
áreas mais promissoras, onde será aplicado o método sísmico.
Este método utiliza a propagação de ondas através da terra. São produzidos abalos sísmicos
artificiais com explosivos, cujas ondas de choque propagam-se pelas rochas, sofrendo reflexão ou
refração. A velocidade de propagação destas ondas varia em função das características das rochas.
Na superfície, aparelhos como os geofones e os sismógrafos registram, entre outras coisas, o tempo
de propagação da onda, desde o ponto de detonação até o aparelho medidor. Com estes registros, é
possível elaborar um mapeamento das estruturas favoráveis à acumulação de traps.
O método sísmico é o mais utilizado na busca do petróleo, embora seja também uma das
etapas mais dispendiosas da pesquisa petrolífera, por exigir equipamentos caros e mão-de-obra
altamente especializada.
2.3. Perfuração
As perfurações geralmente são feitas na posição vertical, porém às vezes precisam ser
desviadas, ocorrendo a perfuração direcional. Esse tipo de perfuração ocorre quando é preciso
interferir em um poço já existente, para
controle do jorro ou interceptação de
incêndio, em locais inadequados para
instalação de sondas, ou por economia,
no caso de se utilizar a mesma base ou
plataforma para um certo número de
poços direcionais.
de vários tipos especiais de argila) é injetada. Esta lama, impulsionada por bombas, circula por
canais da coluna de perfuração, saindo por orifícios da broca. Depois de deixar uma espécie de
reboco nas paredes do poço, volta à superfície arrastando os detritos da rocha. É então peneirada, e
os detritos analisados, pois dão boas informações sobre a natureza e a profundidade em que foram
retirados.
Quando a perfuração é mais profunda, tubos de aço são descidos para sustentar as paredes
do poço, e válvulas de segurança com controle remoto permitirão o fechamento do poço à
distância, se necessário. Estes equipamentos impedem o jorro violento do petróleo durante a
perfuração de um poço cuja pressão seja superior à da lama.
As unidades perfuradoras submersíveis têm seu uso limitado a águas rasas. Apoiadas no
fundo do mar até o fim da perfuração, voltam a flutuar bombeando-se a água para fora dos suportes
de apoio e dos tanques de lastro, sendo então removidas por rebocadores.
Os navios são ancorados no local onde o poço será perfurado, por um sistema convencional
de cabos, amarras e âncoras (de até 6
toneladas). Existem ainda, as
barcaças de perfuração (navios-
tender), unidades complementares
das plataformas fixas, junto às quais
são ancoradas. Seu uso limita-se a
locais onde a ocorrência de
hidrocarbonetos já é fato
comprovado.
2.4. Produção
Após a perfuração e
comprovada a existência de petróleo
em quantidades comerciais, é preciso
preparar o poço para a produção;
esta etapa é denominada
completação. Assim, desenvolve-se
uma atividade de infra-estrutura
começando por introduzir uma
tubulação de aço no poço
(revestimento), fixando-a com
cimento, impedindo a penetração do
Figura P: Poço de produção de petróleo óleo. Para a comunicação entre o
reservatório e o poço, pelo interior
do revestimento desce um equipamento chamado canhão. Colocado frente à zona de óleo e
disparado da superfície, provoca
perfurações no aço e no cimento,
comunicando a zona de óleo com o
interior do poço. Se, nesse
momento, o revestimento não
estivesse cheio de lama, o petróleo
fluiria pela tubulação até a
superfície, caso o reservatório
tivesse pressão suficiente.
Caso o reservatório possua pressão suficiente, os fluídos sobem pela coluna de produção
naturalmente, e o poço é denominado surgente. Se a pressão do reservatório for insuficiente para
provocar a surgência, é instalado um equipamento para elevar os fluídos até a superfície, num
processo de elevação artificial. São quatro os processos mais comumente utilizados:
• Gás lift : é um método de elevação pneumática, em que se usa gás sob pressão como meio
transportador do petróleo. O gás lift
pode ser instalado durante a fase de
completação do poço ou
posteriormente, quando a pressão
do reservatório se exaurir. As
instalações de gás lift são bastante
versáteis, podendo ser aplicadas
para poços de qualquer
profundidade, com quaisquer
pressões nos reservatórios e
quaisquer vazões de produção.
• bombeio hidráulico : no bombeio hidráulico, uma bomba alternativa de duplo efeito, semelhante
à utilizada no bombeio mecânico, é descida ao fundo do poço. Para acioná-la, existe acoplada à
mesma, um motor hidráulico que é acionado por um fluído a alta pressão, enviado da superfície.
• bombeio centrífugo :
utiliza uma bomba de
superfície, do tipo
centrífugo, acionada por
um motor elétrico. O
conjunto é descido ao
fundo do poço, e a
energia elétrica é
conduzida por meio de
um cabo elétrico
especial, paralelo à
tubulação de produção.
Em todos os casos,
o petróleo é enviado a um
parque de tanques,
conhecido como estação
coletora através de uma
tubulação denominada
Figura T: Bombeio hidráulico linha de produção. A
estação coletora recebe a
produção de diversos poços vizinhos entre si, e nesta instalação mesma, se inicia a separação dos
fluídos, nas plantas de processo.
Uma planta de processo para um sistema de produção de petróleo é definida em função das
características do reservatório, tipos e propriedades dos fluídos, mecanismos de produção, números
de poços de injeção de gás ou água, e capacidade total de produção dos fluídos.
Em geral, junto com o petróleo é produzida grande quantidade de água salgada. Esta água
deve ser removida antes do petróleo ser processado nas refinarias, uma vez que os sais causam
sérios problemas de corrosão e incrustação nos equipamentos, e a água afeta a operação das torres
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Capítulo II - EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DO
PETRÓLEO
de destilação. Usualmente, restringe-se o teor de sal a menos de 180 ppb de NaCl, e o teor de água
a menos de 1,0 % em volume.
A separação entre a água e o óleo nos separadores nem sempre é fácil, pois geralmente os
separadores utilizados são vasos gigantescos dotados somente de chicanas internas. Fatores como
alta densidade do óleo, tensão superficial, tensão interfacial, viscosidade e composição do petróleo
afetam o desempenho destes equipamentos, sendo necessário um tratamento posterior do óleo, em
dessalgadoras elétricas, onde, através da aplicação de um campo elétrico, as gotas de água tendem a
se aglutinar, facilitando a sua decantação no seio do óleo. O desempenho das dessalgadoras é
auxiliado ainda, pela injeção de produtos químicos desemusificantes, que auxiliam na quebra da
emulsão água/óleo formada durante a produção do poço.
A separação dos gases do óleo (ou estabilização do óleo) está relacionado com a segurança
durante as etapas de seu armazenamento, seja em navios, terminais ou tanques de armazenamento
em refinarias. O óleo oriundo do último estágio de separação deverá ter uma pressão de vapor Reid
(PVR) menor ou igual a 8 psi, que é o parâmetro adotado para considerar um óleo estabilizado.
Após o último estágio de separação, o óleo é enviado para a estação de transferência, que
consiste de um conjunto de bombas centrífugas com pressão e vazão suficiente para enviar o óleo
da plataforma central (no caso do mar) para a terra. Geralmente, o arranjo destas bombas possibilita
grande flexibilidade em termos de vazão, além de dotadas de sistemas automáticos de
operação/segurança.
Com as operações acima, o petróleo sai das plantas de processo pronto para ser refinado.
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Capítulo II - EXPLORAÇÃO E PRODUÇÃO DO
PETRÓLEO
3. O REFINO DO PETRÓLEO
Todo petróleo é inflamável e deste modo, poder-se-ia perguntar porque não utilizá-lo de
imediato como combustível, sem que houvesse necessidade de refiná-lo. Existem, basicamente,
duas razões:
O petróleo é composto por uma mistura de hidrocarbonetos, que engloba desde frações
leves, que são gases nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP - 1 atm e 25 oC) como
por exemplo, o metano, etano e propano, até frações pesadas, que se encontram na fase sólida nas
mesmas condições (asfalto).
Para se obter um bom refino de petróleo, é necessário antes de mais nada, conhecê-lo. As
principais características que normalmente são determinadas antes de se refinar um petróleo são:
• Grau API : é outra forma de se expressar a densidade relativa de uma petróleo ou derivado,
segundo o American Petroleum Institute. É definido como
o
API = 141,5 - 131,5
d
onde d = densidade relativa do óleo @ 60 oF em relação à água @ 60 oF
• Cor : a cor do petróleo varia muito, assumindo qualquer tonalidade, do amarelo escuro ao preto,
sendo o mais predominante, o castanho escuro e o preto. Dependendo da cor do petróleo,
associado a outras características, os seus produtos podem ter uma coloração mais acentuada.
• Ponto de fluidez : é a temperatura em que um petróleo, sendo resfriado, deixa de fluir. Esta
propriedade está diretamente associada à característica parafínica do petróleo, em especial, com
a presença de n-parafinas de alto peso molecular.
• Teor de enxofre : é o percentual em peso de enxofre que o petróleo contém. Um elevado teor de
enxofre confere uma alta corrosividade nos produtos. Um outro aspecto a se levar em
consideração é o efeito poluidor causado pela queima de derivados com teor elevado de enxofre.
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Capítulo III - O REFINO DO PETRÓLEO
Atualmente, os petróleos com baixos teores de enxofre alcançam preços diferenciados, e quanto
menor o teor, maior será o seu preço. a percentagem de enxofre dos petróleos varia entre 0,01 a
7,0 % em peso.
Os processos de refino podem ser divididos em três classes, em função do seu objetivo
principal:
• Processos de separação : onde ocorre apenas a separação física dos constituintes da carga, não
ocorrendo reações químicas. Enquadram-se nesse tipo de processo, a destilação atmosférica e a
vácuo e a extração com solventes.
• Processos de transformação : onde ocorre a transformação química de determinados tipos de
compostos em outros de maior interesse, através de reatores com ou sem catalisadores. Citamos
os de Craqueamento Catalítico, Reforma Catalítica e Hidrocraqueamento Catalítico.
• Processos de acabamento : onde ocorre a remoção, por processos físicos ou químicos, de
impurezas dos produtos de refino, de modo a garantir as características desejadas nos mesmos.
Temos os processos de Hidrodessulfurização Catalítica, Lavagem Cáustica, Extração com
Aminas, Bender, Merox, Hidrotratamento, etc.
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Capítulo III - O REFINO DO PETRÓLEO
• Temos ainda, processos auxiliares, que não fazem parte do esquema principal de refino, mas são
necessárias à operação de uma planta de refino. São os processos que visam dar um fim
adequado às impurezas removidas do petróleo. São elas: Unidades de recuperação de enxofre,
tratamento de águas ácidas e incineração de gases residuais.
• Nafta : todo corte compreendido na faixa de destilação entre 30o e 250 oC é conhecido como
nafta. É uma mistura complexa de hidrocarbonetos, com quatro a até doze átomos de carbono, e
pode ser obtida em diversos processos de refino, possuíndo características distintas conforme a
sua origem. A nafta obtida da destilação, dependendo da característica do petróleo, poderá ser
utilizado como solvente, na produção de tintas (Aguarrás), como matéria-prima para indústrias
petroquímicas, gerando BTX para produção de plásticos, resinas, vernizes e borrachas, ou como
gasolina automotiva ou de aviação. A nafta obtida de processos de craqueamento geralmente
são utilizadas como gasolina, devido ao seu alto índice de octanagem.
• Óleo Diesel : a fração de petróleo que destila entre 170 e 370 oC é denominada de Óleo Diesel.
Os hidrocarbonetos desta mistura tem de 9 a 20 átomos de carbono, correspondendo aos
destilados intermediários do petróleo.
Esta fração passou a ter uma importância relevante com a invenção do motor diesel, em virtude
de ter sido o combustível que melhor se adaptou a este tipo de máquina.
As aplicações dos motores a diesel são bem conhecidas e variadas: caminhões, ônibus, tratores,
centrais elétricas, etc. O óleo diesel é empregado também, em muito menor escala, para
aquecimento doméstico e industrial e em locomotivas.
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Capítulo III - O REFINO DO PETRÓLEO
• Gasóleos : são frações pesadas de petróleo, compreendidas na faixa de destilação entre 250 e
550 oC, obtidas sob condições especiais de destilação. Tal como é produzida, esta fração possui
poucas aplicações, e nos primórios da indústria do petróleo, era incorporado à corrente de óleo
combustível. Atualmente, constitui-se numa das frações de maior importância no esquema de
refino, tendo enorme aplicação em três áreas principais:
- processado em unidades de craqueamento, onde suas moléculas são quebradas, convertendo-se
em frações mais nobres, como GLP e gasolina de alta octanagem;
- submetidos a uma série de tratamentos, e destilados em frações menores, produzem óleos
lubrificantes com diversas faixas de viscosidade, para aplicações específicas;
- como matéria-prima de indústrias petroquímicas, onde é convertido em olefinas de baixo peso
molecular (eteno e propeno).
• Óleo Combustível : são frações pesadas, residuais do petróleo, obtidas de vários processos de
refinação. Os hidrocarbonetos presentes são de elevado peso molecular, possuindo
concentrações razoáveis de compostos de enxofre, nitrogênio e oxigênio, além de uma pequena
quantidade de metais como o vanádio, níquel, sódio e ferro.
O óleo combustível é utilizado em uma grande quantidade de equipamentos destinados à
produção de energia ou calor. As caldeiras, fornos, aquecedores, retortas, etc, utilizam este
combustível em seus queimadores. Nos países frios, os sistemas de aquecimento doméstico
também utilizam o óleo combustível, bem como as caldeiras de navios. De acordo com o
petróleo e o método de refino que o originou, podemos ter uma gama enorme de óleos
combustíveis, com alto ou baixo teor de enxofre (aí teremos limitações ambientais para o seu
consumo), e alto ou baixo ponto de fluidez (aí teremos limitações de equipamentos).
Como anteriormente mencionado, o petróleo não é uma substância pura, mas uma mistura
muito complexa que, para ser utilizada, deve ser trabalhada e transformada convenientemente, com
o propósito de obter-se a maior quantidade possível de produtos valiosos, com a mínima formação
de produtos de menor valor comercial. Este é o objetivo básico da refinação.
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Capítulo III - O REFINO DO PETRÓLEO
Esclarecido isto, é óbvio que nem todos os derivados do petróleo podem ser obtidos direta
e economicamente de qualquer tipo de petróleo, da mesma forma que não existe um único esquema
de refino que se adapte a qualquer tipo de petróleo.
Uma refinaria de petróleo, ao ser construída, pode se destinar a dois objetivos básicos: a
produção de combustíveis e matérias primas para indústriais petroquímicas ou a produção de óleos
lubrificantes e parafinas.
Cada refinaria tem suas unidades projetadas e interligadas de tal forma que um dos
objetivos citados acima, excludentes entre si, seja atingido. A isto denominamos esquema de refino,
que varia de refinaria a refinaria, dependendo do petróleo que processa, da idade da refinaria (em
função da época de inauguração, os produtos mais valiosos podem se alterar) e das rotas escolhidas
para a obtenção dos produtos.
c) desaromatização a furfural ou fenol : para que um óleo trabalhe como óleo lubrificante, é
necessário que tenha um alto índice de viscosidade, ou seja, que sua viscosidade varie pouco
mesmo com grandes variações de temperatura. Para elevar o índice de viscosidade de uma fração
de petróleo produzido na destilação, é necessário extrair os compostos aromáticos presentes nesta
fração. Estes compostos são removidos através de uma extração com furfural ou fenol, em uma
coluna de extração líquido/líquido. Produz-se então o óleo desaromatizado e o extrato aromático,
que é utilizado na produção de borracha sintética ou adicionado ao óleo combustível.
e) Separação dos aromáticos : uma vez recuperados, os aromáticos devem ser separados
adequadamente, com alto grau de pureza. Através da destilação, é possível obter o benzeno,
tolueno e orto-xileno. Já a mistura de etil-benzeno, meta-xileno e para-xileno não pode ser
separada por destilação simples, devido à proximidade dos seus pontos de ebulição. Entretanto, seu
ponto de cristalização são bem diferentes, e é possível separar o para-xileno através de cristalização
fracionada. Como o meta-xileno e o etil-benzeno não possuem muitas aplicações comerciais,
costuma-se converter estes aromáticos em benzeno, através de desalquilação. Caso seja necessária
uma produção maior de orto e para-xileno, a mistura de etil-benzeno e meta-xileno é convertida
nestes aromáticos, através de isomerização.
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
Se anotarmos a fração em volume que vaporizou a cada temperatura, obteremos uma curva
como a mostrada abaixo, que representa a curva de vaporização do petróleo (PEV), a partir da qual,
é possível se estimar o rendimento de cada produto da destilação do petróleo. Para cada
temperatura de corte (temperatura em que é retirado o produto), temos o rendimento daquela
fração.
Por ser a destilação um processo físico, as propriedades físicas dos componentes de cada
fração não são modificados.
Outro fator que afeta o processo de destilação, além da temperatura, é a pressão em que
ocorre a vaporização. A temperatura de ebulição de um determinado líquido é função da pressão,
sendo maior quanto maior a temperatura. Por outro lado, quando a pressão é abaixada, a
temperatura de ebulição também reduz. A conjugação destes dois parâmetros - temperatura e
pressão - permite a separação do petróleo em suas diversas frações.
Imaginemos uma corrente de petróleo que é aquecida até que parte de seus componentes
comece a vaporizar. Se alimentarmos esta corrente em um vaso separador, teremos a fase vapor
(composta pelos componentes que se vaporizaram primeiro, ou seja, os mais leves) saíndo por cima
e a fase líquida (mais pesada) saíndo por baixo. Este é o conceito da destilação, que é a separação
de componentes pelo diferença entre seus pontos de ebulição.
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
Uma unidade de destilação pode ser decomposta em três seções principais, apresentadas a
seguir.
O processo de destilação tem início com o bombeamento contínuo de petróleo frio através
de vários trocadores de calor, onde é progressivamente aquecido, trocando calor com os produtos
da unidade, resfriando-os. O conjunto destes trocadores de calor é denominado bateria de pré-
aquecimento.
Antes do petróleo ser enviado à seção de destilação (ou fracionamento), deverá passar pela
dessalgadora ou dessalinizadora, para a remoção de sais, água e suspensões de partículas sólidas,
que poderiam causar sérios danos à unidade de destilação, tais como:
- os sais de cloro (principalmente cloreto de magnésio) liberam ácido clorídrico, que pode
causar corrosão acentuada em soluções aquosas, comuns nos sistemas de topo das fracionadoras;
- os sais e sólidos depositam-se nos trocadores de calor e tubos dos fornos, causando
entupimentos, baixa eficiência e superaquecimento nos fornos.
- sais e sedimento atuam como catalisadores para a deposição de coque no interior de tubos
de fornos e permutadores de calor.
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
Após ser dessalgado, o petróleo passa pela segunda bateria de pré-aquecimento, onde sua
temperatura é elevada ao máximo possível por troca térmica com as correntes quentes que deixam
o processo. Quanto mais alta for a temperatura atingida, maior será a economia nos fornos.
deposição de coque nos tubos dos fornos e regiões inferiores das torres, causando diversos
problemas operacionais.
Na saída do forno, com a temperatura próxima de 370 oC, boa parte do petróleo já se
encontra vaporizado, sendo introduzido na torre fracionadora.
Como já citado anteriormente, as torres possuem em seu interior, bandejas ou pratos que
permitem a separação do óleo cru em cortes pelos seus pontos de ebulição, pois à medida que os
pratos estão mais próximos ao topo, suas temperaturas vão decrescendo. Assim, o vapor de
hidrocarbonetos, em fluxo ascendente, ao entrar em contato com cada bandeja, tem parte de seus
componentes mais pesados condensada. À medida que o vapor se encaminha em direção ao topo,
troca calor e massa com o líquido em cada prato. Os hidrocarbonetos cujos pontos de ebulição são
maiores ou iguais à temperatura de uma determinada bandeja aí ficam retidos, enquanto a parte
restante do vapor prossegue em direção do topo até encontrar outra bandeja, mais fria, onde ficará
retida.
Como o líquido existente em cada prato está no seu ponto de ebulição e existe sempre uma
diferença de temperatura entre dois pratos vizinhos, podemos concluir que a composição do líquido
varia de prato a prato, tornando-se mais pesado à medida que se aproxima do fundo da torre, e mais
leve à medida que se aproxima do topo da torre.
À proporção que as frações vão se condensando, o nível em cada bandeja vai aumentando,
e o excesso transborda para o prato imediatamente abaixo. Ao atingir este prato, que se encontra a
uma temperatura mais alta, as frações leves pertencentes ao prato superior são revaporizadas. O
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
líquido que transborda prato a prato é denominado refluxo interno, sendo essencial para um bom
fracionamento.
Os componentes mais leves da carga, que não se condensaram, saem pelo topo da torre e
são condensados em um trocador de calor. O líquido gerado é coletado em um vaso de acúmulo.
Parte deste líquido é enviado para outro processo ou armazenado, e outra parte retorna à torre como
refluxo de topo. As finalidades principais deste refluxo de topo são o controle da temperatura de
saída de vapor da torre e a geração de refluxo interno.
As frações
intermediárias que saem
lateralmente na torre,
ainda possuem
componentes mais leves
absorvidos. Estes
compostos abaixam o
ponto inicial de ebulição e
o ponto de fulgor das
frações, sendo necessária
a sua eliminação. Isto é
feito em pequenas torres
conhecidas como
retificadoras laterais ou
strippers, que são
localizadas lateralmente à
torre fracionadora,
recebendo no topo, as
frações retiradas da
mesma.
Figura DD: Refluxo Circulante
Através da
injeção de vapor de água no fundo das retificadoras, a pressão parcial dos hidrocarbonetos é
reduzida e, os componentes mais leves absorvidos na fração são vaporizados, podendo retornar à
torre fracionadora principal.
Esta torre opera em pressões bem próximas à atmosférica, e dela são retirados lateralmente,
os seguintes produtos: Nafta Pesada, Querosene, Diesel Leve e Diesel Pesado, que são enviados às
retificadoras laterais. No topo, obtem-se uma mistura de GLP e Nafta Leve, que é enviada para uma
torre estabilizadora, onde o GLP e a Nafta Leve são separados. No fundo, obtem-se o cru reduzido,
que será carga da unidade de destilação a vácuo.
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
Esta torre retira as frações mais leves do petróleo (GLP e Nafta Leve), permitindo desta
forma, a utilização de torres fracionadoras de menor porte, ou o aumento de carga de uma existente.
Neste caso, como se deseja liquefazer estas frações leves para aproveitá-las posteriormente, a torre
de pré-flash opera em pressões maiores, da ordem de 3,0 a 4,0 kgf/cm2 (g).
A operação das torres de destilação atmosférica é exatamente a mesma, qualquer que seja o
esquema de refino adotado.
Estes produtos não podem ser separados pela destilação usual, devido aos seus altos pontos
de ebulição à pressão atmosférica, acima do limite de decomposição térmica.
É comum injetar pequenas quantidades de vapor nos fornos de vácuo, a fim de aumentar a
velocidade de escoamento do cru reduzido, e com isso, reduzir o seu tempo de residência nestes
equipamentos, reduzindo a possibilidade de formação de coque.
Não há produtos de topo saindo; neste local saem somente vapor de água (quando injetado
no fundo da torre), hidrocarbonetos leves (oriundos de craqueamento térmico nos fornos) e algum
ar que se infiltra por vazamentos nos equipamentos. Estes gases são continuamente succionados da
torre pelo sistema de produção de vácuo, que pode ser constituído por um conjunto de 2, 3 ou 4
condensadores e ejetores em série, ou então, por bombas de vácuo.
a) a carga para a produção de lubrificantes deve ser bem definida, a fim de não se alterar a
qualidade do produto final, ao contrário da unidade de destilação para a produção de combustíveis,
que tem flexibilidade para processar diferentes cargas, sem comprometer a qualidade dos produtos.
O crú reduzido, bombeado do fundo da torre atmosférica, passa inicialmente pelo forno de
vácuo primário, onde sua fração mais leve é vaporizada. Para facilitar a vaporização, e evitar a
deposicão de coque, tanto nos fornos quanto no fundo das torres é injetado vapor de baixa pressão
superaquecido.
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
Na primeira torre de vácuo, é retirada uma fração de gasóleo leve (adicionado ao óleo
Diesel), e os óleos Spindle, Neutro Leve, Neutro Médio e parte do Neutro Pesado. A pressão de
operação na zona de flash é de cerca de 112 mmHg.
As frações mais leves, que poderiam comprometer o ponto de fulgor dos cortes, são
eliminadas nas torres de retificação laterais por meio do vapor de água, de modo idêntico às torres
de destilação atmosféricas.
O produto de fundo da primeira torre de vácuo ainda contém frações lubrificantes, que só
se vaporizam a pressões mais baixas. Com este objetivo, ele é bombeado ao segundo forno de
vácuo, sendo reaquecido e alimentado na segunda torre de vácuo.
Esta torre opera com 85 mmHg de pressão na zona de flash. A esta pressão, e uma
temperatura de cerca de 370 oC, consegue-se vaporizar o restante de Neutro Pesado.
O produto de fundo desta torre é o resíduo de vácuo secundário, que alimenta a unidade de
desasfaltação, onde são extraídos dele os óleos básicos residuais.
O topo das duas torres de vácuo é idêntico à da torre de vácuo para produção de
combustíveis.
Os cortes laterais produzidos nas duas torres devem estar dentro das faixas de viscosidade
indicadas:
• Unidades de um estágio:
Consiste de uma torre de destilação única, que trabalha a pressões próximas da atmosférica.
A torre de destilação produz destilados desde gases até o óleo diesel, e o produto residual (crú
reduzido) é comercializado como óleo combustível. Este tipo de unidade normalmente é encontrada
quando a capacidade de refino é bem reduzida, e não há unidades de craqueamento adicionais.
- torre de pré-flash e destilação atmosférica: as torres de pré-flash são utilizadas para retirar
as frações mais leves do petróleo (GLP e nafta leve), reduzindo o porte da destilação atmosférica.
Do mesmo modo que o tipo anterior, não há unidade de craqueamento, e o crú reduzido é
comercializado como óleo combustível. Esta configuração é pouco utilizada.
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Capítulo IV -DESTILAÇÃO ATMOSFÉRICA E A VÁCUO
Este é o tipo mais comum de configuração, normalmente utilizado para unidades com
grande capacidade e uma unidade de craqueamento ou de lubrificantes acoplado.
Além destas torres, encontramos também, uma quarta torre, que é a torre estabilizadora de
nafta leve. Nesta torre, a carga (nafta leve não estabilizada, produto de torres de pré-flash ou
atmosféricas sem pré-flash) é separada em duas correntes : GLP (mistura de propano e butano) e
nafta leve estabilizada. O GLP sai como líquido pelo topo da torre, e a nafta leve estabilizada, pelo
fundo. Para permitir a condensação do GLP no seu topo, a estabilizadora precisa operar a pressões
elevadas (10 kgf/cm2 g).
5. CRAQUEAMENTO CATALÍTICO
5.1. Introdução
• transferência de hidrogênio:
• Isomerização:
As reações de craqueamento são bem mais complexas do que as apresentadas aqui, a título
de exemplo. As reações endotérmicas (como a isomerização) prevalecem sobre as exotérmicas
(como a transferência de hidrogênio), e a magnitude do efeito térmico depende de diversos fatores,
ficando ente 90 e 200 BTU/lb de produto craqueado.
Paralelamente são também formados produtos mais pesados que a gasolina, além de um
resíduo com alto teor de carbono, denominado coque, que se deposita na superfície do catalisador.
Para que a ação catalítica não seja prejudicada, torna-se necessária a remoção do coque
formado, o que é feito por combustão, retirando-se o catalisador do vaso onde ocorre as reações
(Reator) e enviando-o a outro vaso (Regenerador), onde se processa a queima. O catalisador
regenerado retorna ao reator, ficando assim estabelecida uma contínua circulação, que se torna
possível devido à diferença de pressão entre o regenerador e o reator.
Existem diversos tipos de unidades de craqueamento catalítico fluido, diferindo uma das
outras em função do arranjo relativo entre o reator e o regenerador. Uma unidade de FCC é
composta das seguintes seções:
- Seção de fracionamento, onde os produtos da reação são separados em vários produtos, por
fracionamento.
- Seção de recuperação de gases, onde os produtos leves, Gás Combustível, GLP e nafta de
craqueamento (gasolina) são fracionados.
- Seção de tratamentos, onde as correntes leves acima citadas são tratadas, principalmente com a
remoção de compostos de enxofre.
Do forno, é encaminhado à base do RISER, que é basicamente uma longa tubulação vertical
de grande diâmetro, onde ocorrerão as reações de craqueamento e por onde a mistura de
catalisadores e vapores de hidrocarbonetos escoam até o REATOR.
Na base do riser, o gasóleo é misturado com o catalisador circulante, que está a altas
temperaturas (cerca de 650 oC) e vaporiza-se instantaneamente, formando um leito fluidizado,
escoamento a mistura gás-sólido até o reator.
Quando ocorre uma taxa de queima de coque superior à sua formação, a conversão de CO a
CO2 é favorecida, e temos um aquecimento de todo a fase diluída e, por consequência, da fase
densa.
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Capítulo V -CRAQUEAMENTO CATALÍTICO FLUÍDO
Neste caso, teremos uma concentração maior de CO2 nos gases de combustão, e uma série
de consequências indesejáveis:
possibilitar a sua queima na CALDEIRA DE CO. Antes de chegar à câmara de combustão, a perda
de pressão é controlada pelas SLIDES-VALVES. A caldeira de CO queima o CO a CO2,
aproveitando a energia desta reação para a geração de vapor para a Refinaria.
O produto de topo desta torre contém as frações mais leves (Gás Combustível, GLP e nafta
de craqueamento) que, após resfriado, é coletado num tambor de acúmulo. Neste tambor, temos a
produção de uma fase gasosa, constituída de hidrocarbonetos de um a quatro átomos de carbono e
impurezas gasosas (geralmente produtos craqueados de enxofre como H2S, CH3SH, etc), uma fase
líquida, composta de nafta de craqueamento com uma concentração razoável de GLP dissolvido, e
uma fase aquosa, proveniente do vapor de água injetado no reator.
A fase gasosa e líquida são encaminhadas à seção de recuperação de gases para posterior
separação.
Como produtos intermediários da torre, temos os óleos de reciclo (leve e pesado - LCO e
HCO). Estes cortes são constituídos de moléculas médias e pesadas, parcialmente craqueadas. Parte
destes óleos era recirculado à carga do reator, para novo craqueamento. Atualmente, por razões
econômicas, somente o óleo de reciclo pesado é recirculado. Alguma torres de fracionamento
possuem apenas a retirada de óleo de reciclo leve, que é incorporado, após tratamento, ao pool de
óleo diesel, ou então, utilizado como diluente de óleo combustível (sem tratamento).
O produto de fundo do vaso decantador é uma lama de óleo e catalisador, conhecido como
BORRA, que é usualmente recirculado ao reator. Com a remoção do catalisador, é utilizado como
matéria-prima para a produção de negro-de-fumo.
O Gás Combustível, após passar pela absorvedora secundária, está isento de frações
superiores a propano, e é enviado para a seção de tratamento (absorção com DEA - solução aquosa
de dietanolamina), para remoção de H2S.
No topo saem os vapores de GLP, que se liquefazem após o resfriamento. O GLP contém
razoável concentração de compostos de enxofre, sendo enviado para tratamento.
A corrente de C3 pode ser enviada a uma unidade de propeno, onde este composto é obtido
quase puro, sendo matéria-prima de petroquímicas.
A corrente de C4 pode ser enviada para uma unidade de MTBE, onde o iso-butano é
convertido a MTBE, um aditivo de gasolina para aumento de octanagem.
Além dessas unidades, temos também, uma unidade de recuperação de enxofre, onde o
H2S removido dos produtos do craqueamento catalítico é convertido a enxofre.
O craqueamento catalítico é também o maior responsável pela produção de GLP, que pode
ser decomposto em Propanos e Butanos, de acordo com a conveniência do esquema de refino,
como anteriormente descrito.
6.1. Introdução
- obter um produto de elevado índice de octanagem, próprio para motores de alta taxa de
compressão;
Quando o produto reformado desejado é uma gasolina com elevado índice de octanagem, a
faixa de destilação da carga situa-se na faixa de 60 a 200 oC. Para a obtenção de aromáticos, esta
faixa varia, conforme descrito a seguir:
- benzeno faixa de 65 a 88 oC
- benzeno e tolueno faixa de 65 a 110 oC
- benzeno, tolueno e xilenos faixa de 65 a 150 oC
• Se, devido a craqueamento, a nafta contiver alguma olefina, ela será hidrogenada a parafina:
• Os metais contidos na carga (As, Pb, Cu, Ni e Fe) depositam-se na superfície do catalisador.
A fase líquida do tambor separador segue para um stripper, que é a torre de remoção de
H2S, NH3, H2O e impurezas voláteis, juntamente com alguns hidrocarbonetos leves e o hidrogênio
restante.
A nafta pré-tratada, proveniente do fundo da stripper, recebe uma nova adição de gás rico
em H2 e é aquecido sucessivamente por fornos e alimentado em reatores de leito catalítico, onde as
reações se desenvolvem.
Com o objetivo de evitar a formação de coque, as reações são promovidas em meio rico em
hidrogênio (alta pressão parcial de hidrogênio). As principais reações que ocorrem nestes leitos
catalíticos são:
• Reações que levam à formação de coque - são reações de coqueamento, originando a presença
de carbono na forma elementar, que só se deposita sobre o catalisador. Pouco se sabe sobre o
mecanismo, porém são favorecidas pela presença de olefinas e policíclicos na carga, e pela
diminuição da pressão parcial de hidrogênio.
Com exceção das duas penúltimas reações, as demais são as de maior interesse no processo
de hidrocraqueamento. A presença de fornos intercalando-se entre os reatores, é devido à
necessidade de repor os níveis de temperatura indispensáveis às reações.
O efluente do último reator geralmente troca calor com a carga que entra na seção de
reformação, e vai para um vaso separador, de onde saem duas correntes: a gasosa, rica em
hidrogênio (cerca de 80 a 90 % em volume, de H2), que é pressurizada num compressor e comporá
o gás de reciclo do processo, e outra líquida, que será enviada à torre estabilizadora.
19/07/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 57
Capítulo VI -REFORMAÇÃO CATALÍTICA
Nesta torre são separadas pelo vaso de topo, uma corrente gasosa de baixo peso molecular
e uma corrente líquida de GLP. Pelo fundo da torre, sai a corrente de reformado catalítico, que é o
produto de interesse.
7. ALQUILAÇÃO CATALÍTICA
7.1. Introdução
No primeiro caso, para que as condições adequadas de reação possam ser atingidas, são
necessárias pressões da ordem de 200 a 500 kgf/cm2, e temperaturas de cerca de 500 oC. Com o
auxílio de catalisadores apropriados, as condições das reações podem ser reduzidas às pressões de 1
a 14 kgf/cm2 e temperaturas de 0 a 50 oC. Os catalisadores empregados devem possuir caráter
ácido, sendo os mais utilizados o H2SO4, HF e AlCl3.
É desejado que ocorram no interior do reator, somente as reações de síntese entre duas
móleculas (dimerização), e não as reações de mais de duas moléculas (polimerização). a formação
de polímeros é indesejável, baixando a qualidade do alquilado e aumentando o consumo de
reagentes.
Para que a qualidade do alquilado não seja comprometida, é necessário que a concentração
de HF seja bastante alta. A concentração é controlada desviando-se parte do catalisador à uma torre
de purificação do ácido, onde os fluoretos de alquila formados são eliminados por destilação. Esse
produto é solúvel no HF. Pelo topo da torre saem os vapores de ácido puro, que juntam-se à
corrente de catalisador para o reator, após a condensação. Os fluoretos ácidos, de ponto de ebulição
maiores, são eliminados pelo fundo da torre de purificação.
• Relação isobutano/olefinas - devem ser mantidas num valor alto, de modo a limitar a
isomerização. Isso é obtido pela recuperação e reciclagem de isobutano para o reator.
• Temperatura de reação - deve ser mantida entre 27 e 38 oC, quando o catalisador for o HF.
Quando for o H2SO4, deve ficar entre 5 a 10 oC. Temperaturas inferiores reduzem o rendimento
de alquilado, e temperaturas elevadas prejudicam a qualidade final.
• Tempo de reação - depende do tempo de residência da mistura catalisador/hidrocarbonetos no
interior do reator. Deve ser controlado numa faixa pré-determinada. Valores maiores provocam
a diminuição da octanagem do alquilado.
• Pressão de trabalho - Para o H2SO4, deve ficar entre 1 a 3 kgf/cm2. Já o HF, por ser muito
volátil, deve ficar em torno de 14 kgf/cm2.
Componente % volume
Pentano e mais leves 8,9
2-3 di-metil-butano 4,7
2 metil-pentano 1,1
2-2, di-metil-pentano 2,2
2-3, di-metil-pentano 2,3
2-3-3, tri-metil-pentano 13,3
2-3-4, tri-metil-pentano 14,0
2-2-4, tri-metil-pentano 25,8
2-2, 2-4, 2-5, di-metil-hexano 11,4
tri-metil-hexanos 8,8
isoparafinas mais pesadas 7,5
NOTA: foi considerada uma carga de isobutano/butenos.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 63
Capítulo VIII -PROCESSOS TÉRMICOS DE CONVERSÃO
8.1. Introdução
A carga para este processo geralmente é o crú reduzido ou gasóleo. Não se utiliza resíduo
de vácuo devido à sua baixa conversão.
À saída dos fornos, os produtos craqueados entram num vaso de grande capacidade,
denominado câmara de reação, onde permanecem de um a dois minutos, para que as reações se
completem. Caso algum coque tenha ser formado, ficará retido neste vaso.
Pelo topo desta torre saem os vapores de nafta e gases leves. Nas retiradas laterais, temos
os gasóleos leve e pesado, que podem ou não ser reciclados aos fornos.
A nafta produzida por coqueamento térmico apresenta alta taxa de insaturados (olefinas e
diolefinas), favorecendo a formação de gomas.
8.3. Viscorredução
O produto efluente do forno recebe uma corrente de gasóleo produzido, para que a sua
temperatura seja reduzida. A mistura resultante, em temperatura inferior, é alimentada na torre de
fracionamento.
Na região de carga ocorre um flash, onde as frações leves e intermediárias são vaporizadas,
pela redução de pressão. O produto residual, com a sua viscosidade reduzida, acumula-se no fundo
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 65
Capítulo VIII -PROCESSOS TÉRMICOS DE CONVERSÃO
A viscorreducão era utilizada quando não se dispunha fracionamento a vácuo para o crú
reduzido. Geralmente, esta unidade alimentava uma unidade de craqueamento térmico.
Produtos % peso
Butanos e mais leves 2,5
Nafta 7,5 (I.O. = 70)
Fração 220 a 340 oC 6,0
Fração 340 e mais pesados 84,0
• Coque esponja : apresenta poros pequenos e paredes muito grossas entre poros. É o de menor
qualidade, por suas impurezas e alta resistividade, não se presta à fabricação de eletrodos. É
resultante de cargas com altos teores de resinas e asfaltenos.
• Coque favo-de-mel : tem os poros em forma elipsoidal, uniformemente distribuídos e
unidirecionais, aparentando nitidamente o aspecto de um favo de mel cortado transversalmente.
De qualidade razoável após calcinação e grafitização, pode produzir anodos satisfatórios.
Resulta de cargas com baixo teores de resinas e asfaltenos.
• Coque agulha : o melhor coque para a fabricação de eletrodos. Seus poros são finos, elípticos e
unidirecionais. Em volta dos poros o coque é frágil, quebrando-se em lascas ou farpas. Resulta
de cargas altamente aromáticas, como óleo decantado e alcatrão de craqueamento térmico.
O equipamento crítico desta unidade é a fornalha, porque a carga deve ser aquecida acima
da temperatura de craqueamento incipiente, e deve-se evitar a deposição do coque nas serpentinas
deste equipamento. Se o óleo, ao passar pela zona crítica, estiver no estado líquido e a uma
velocidade relativamente baixa, então há grande possibilidade de ocorrer o depósito de coque. Para
impedir este depósito, normalmente se injeta vapor, provocando turbulência e evitando o depósito
do coque nesta região.
De um modo geral, há pelo menos dois tambores de coque, ficando um em linha enquanto
o outro é descoqueificado.
Produtos (% peso)
Butano e mais leves 12,0
Nafta 15,7
Destilados médios 35,2
Destilados pesados 15,5
Coque 21,6
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 68
Capítulo IX - DESASFALTAÇÃO A PROPANO
9. DESASFALTAÇÃO A PROPANO
9.1. Introdução
A destilação a vácuo retira do petróleo boa parte das frações leves, porém não consegue
recuperar os cortes mais pesados.
No contato entre os dois líquidos formam-se duas fases distintas, de diferentes densidades.
A primeira, rica em solvente de baixa densidade, composta de propano e óleo desasfaltado, sai pelo
topo da extratora e é conhecida como Fase Extrato. Pelo fundo da torre sai a outra fase, pobre em
solvente e de alta densidade, composta de asfalto e uma pequena quantidade de propano, conhecida
como Rafinado.
O solvente contido nas fases extrato e rafinado, necessita ser recuperado por razões
econômicas e de especificações dos produtos. Isto é feito nas seções de recuperação de solvente do
extrato e do rafinado.
A fase extrato, constituída do óleo desasfaltado e propano, deixa o topo das torres
extratoras e é enviada à seção de recuperação de solvente do extrato. A recuperação é feita por
torres de flashes, onde o propano é progressivamente vaporizado.
Com este objetivo, as correntes que vem das torres de vaporização a alta e média pressões
são reunidas e resfriadas, sendo acumuladas num tambor de alta pressão.
10.1 Introdução
A carga da extratora é aquecida e enviada a uma torre desaeradora a vácuo, para eliminação
de ar absorvido na carga, pois o oxigênio presente poderia se combinar com o furfural, formando
ácidos de alto poder corrosivo.
O óleo, uma vez desaerado, é alimentado na torre de extração, próximo à base. No topo, o
furfural é alimentado, ocorrendo uma extração contracorrente (densidade do óleo = 0,9; densidade
do furfural = 1,159), com o auxílio dos discos rotativos e serpentina no topo, do mesmo modo que
a extração a propano.
No contato do furfural com o óleo surgem duas fases: a superior, o rafinado, de baixa
densidade e constituída de 90 % de óleo desaromatizado e 10 % de furfural, e a inferior, o extrato,
de maior densidade, constituída de 90 % de furfural e 10 % de resíduo aromático.
A temperatura de extração é função do tipo de óleo: quanto mais denso for o óleo, maior
deverá ser a temperatura de extração, variando de 50 a 150 oC. À medida que a temperatura é
aumentada, aumenta a severidade de extração, reduzindo o rendimento de rafinado, mas
melhorando a sua qualidade.
O rafinado sai do topo das extratoras e é acumulado em um vaso, de onde é bombeado para
o sistema de recuperação de furfural. A corrente passa por um forno, sendo aquecido até 200 oC, e
posteriormente alimentado a uma torre de vaporização, a pressões ligeiramente abaixo da
atmosférica. Nestas condições, quase todo o furfural é vaporizado.
No fundo da torre de vaporização, sai o óleo desasfaltado com uma pequena quantidade de
solvente. Para a recuperação desta fração, o óleo é enviado a uma torre de retificação com vapor de
água. Nesta torre, o furfural remanescente é removido pelo topo, e o óleo desasfaltado isento de
furfural sai pelo fundo.
A corrente de vaporização que sai do topo da torre de vaporização é o furfural sêco, e a que
sai do topo da retificadora, é o furfural úmido. Ambas as correntes são enviadas à seção de
purificação do solvente.
A quantidade de solvente presente na fase extrato é muito grande e para a sua completa
recuperação sendo necessários três flashes em série.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 74
Capítulo X -DESAROMATIZAÇÃO A FURFURAL
A temperatura da seção de recuperação de solvente não deve ultrapassar 240 oC, pois a esta
temperatura, o furfural se polimeriza, provocando a formação de coque.
O furfural não pode ser separado da água por uma destilação simples, pois estes dois
componentes formam uma mistura azeotrópica, existindo uma fase vapor onde encontra-se sempre
furfural e água.
A temperaturas inferiores a 98 oC, estes dois componentes formam duas fases parcialmente
miscíveis. Uma delas, de maior densidade, é rica em furfural e pobre em água, enquanto a outra, de
menor densidade, possui alta percentagem de água e pouco furfural. É esta imiscibilidade que
permite a separação do furfural.
A fase rica em furfural é coletada e enviada à torre fracionadora de furfural. Esta torre
recebe também as correntes de furfural seco das torres de vaporização. Pelo fundo da torre sai o
solvente totalmente isento de águ, e pelo topo sai uma mistura azeotrópica composta por 77,5 % de
furfural e 22,5 % de água em peso. Esta corrente, após condensação, retorna ao CBM.
11.1. Introdução
Os hidrocarbonetos responsáveis pelo alto ponto de fluidez dos óleos são as n-parafinas,
que devem ser removidos dos óleos lubrificantes. Os compostos parafínicos ligados aos anéis
naftênicos não devem ser removidos.
A remoção das parafinas é efetuada por extração com solvente. A utilização do solvente
evita problemas de escoamento na unidade, que certamente ocorreriam devido às baixas
temperaturas necessárias para a cristalização e eliminação das parafinas por filtração.
Um solvente ideal para o processo de desparafinação deve diluir todo o óleo, ao mesmo
tempo que precipita toda a parafina. O solvente que melhor se aproxima deste objetivo é o propano,
contudo pode-se conseguir melhor resultados através da mistura de dois solventes.
O benzeno e o tolueno são excelentes solventes do óleo, mas dissolvem também a parafina.
A acetona e cetonas superiores (metil-etil-cetona, metil-propil-cetona), ao contrário, não dissolvem
bem o óleo, mas provocam uma grande precipitação de parafinas. Estas substâncias são
denominadas anti-solventes.
A MEK dissolve muito pouco o óleo e a parafina às baixas temperaturas, mas provoca a
precipitação e cristalização da parafina. O tolueno dissolve muito bem o óleo, mantendo-o fluído a
baixas temperaturas. Normalmente, é utilizada uma mistura 50 % MEK e 50 % tolueno.
De acordo com o tipo de óleo em tratamento, a forma de cristalização das parafinas pode
diferir. Os óleos destilados produzem cristais grandes (macro-cristalinas), permitindo uma boa
remoção da mistura de óleo e solvente. Os óleos residuais produzem pequenos cristais (micro-
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 77
Capítulo XI -DESPARAFINAÇÃO A MEK-TOLUENO
O óleo desaromatizado recebe uma injeção inicial de solvente, sendo em seguida pré-
aquecida, a fim de aumentar a solubilidade das fases, promovendo um íntimo contato entre o
solvente e a carga.
Em seguida, a carga é resfriada com água de resfriamento, seguindo para duas baterias de
resfriamento, conhecidos como chillers. No primeiro conjunto de trocadores, o fluído de
resfriamento é o óleo desparafinado e o solvente à baixa temperatura que deixam os filtros
rotativos.
Antes de passar para o segundo conjunto de trocadores, a carga recebe nova adição de
solvente. A quantidade total de solvente empregado depende essencialmente do tipo de óleo a ser
tratado.
Assim, quanto mais baixa for a faixa de destilação do óleo, menor será a relação
solvente/carga. Para um óleo Spindle, esta relação fica em torno de 2:1, enquanto para o Bright
Stock a relação é de 4:1.
Cada filtro rotativo é composto de uma carcaça, no interior da qual gira um cilindro coberto
por uma tela de filtração. A parte interna do cilindro está em comunicação com quatro câmaras
estanques, de modo que a filtração obedece a um ciclo.
A carga para o filtro penetra na região inferior da carcaça, denominada panela, entrando em
contato com o tambor rotativo. A parte interna do tambor está ligada à uma câmara de baixa
pressão, provocando a sucção da fase líquida para o seu interior (filtrado), enquanto a parafina fica
aderida à tela de filtração, formando uma torta.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 78
Capítulo XI -DESPARAFINAÇÃO A MEK-TOLUENO
Na parte superior do filtro, a torta entra em contato com uma câmara, onde é feito o vácuo,
eliminando os últimos vestígios de solvente na camada de parafina. Finalmente, fechando o ciclo
do tambor rotativo, a torta recebe um sopro de gás inerte do interior do cilindro, a fim de provocar
o seu descolamento da tela, e é removida por uma lâmina raspadora.
A parafina raspada cai numa bota, onde é fundida por uma serpentina a vapor de água e
diluída por uma nova injeção de solvente. Esta corrente, denominada parafina oleosa, é alimentada
na seção de desoleificação, para que o produto possa ser comercializado.
Nesta torre, operando a baixa pressão (0,2 kgf/cm2) e temperatura (110 oC), grande parte do
solvente é vaporizado. Para a eliminação do solvente restante, o óleo é aquecido e enviado à
segunda torre de flash, que opera a pressão (2,5 kgf/cm2) e temperatura (200 oC) maiores. Nestas
condições, quase todo o solvente é eliminado, permanecendo apenas uma ligeira quantidade
residual no óleo.
Para eliminar estes traços de solvente, o óleo é bombeado a uma torre de retificação, onde é
retificado com vapor de água, de onde é enviado para estocagem, isento de solvente.
Os produtos desta seção são denominados parafina dura (que após ser hidrogenada é
vendida como parafina comercial) e parafina mole (mistura de isoparafinas e óleo residuais que é
enviado ao craqueamento catalítico).
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 79
Capítulo XI -DESPARAFINAÇÃO A MEK-TOLUENO
A mistura parafina mole, solvente e parafina dura cristalizada é encaminhada aos filtros
rotativos primários de fracionamento. Nestes, os cristais de parafina dura são separados da solução
de parafina mole e solvente. Esta corrente de filtrado segue para a seção de recuperação de solvente
da parafina mole.
A recuperação de solvente, tanto da parafina dura quanto da parafina mole, é feita de modo
similar ao já visto para a corrente de óleo desparafinado. Estas correntes são submetidas a
aquecimentos e flashes a alta e baixa pressão, seguida de uma retificação com vapor de água.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 80
Capítulo XI -DESPARAFINAÇÃO A MEK-TOLUENO
Do mesmo modo que o furfural, a mistura MEK-tolueno não pode ter a água eliminada por
simples destilação, pois a mistura forma um azeótropo.
pelo abaixamento de sua pressão parcial. No fundo da torre sai a água com leves traços de solvente,
enquanto no topo saem vapores com 15 % de água e 85 % de MEK-tolueno, que também é
condensada e enviada ao CBM.
12.1. Introdução
O hidrotratamento pode ser empregado a todos os corte de petróleo, tais como gases, nafta,
querosene, diesel, gasóleos para craqueamento, lubrificantes, parafinas, resíduos atmosféricos,
resíduos de vácuo, etc.
• necessidade cada vez maior de redução de teores de enxofre nos derivados, visando a redução
da poluição;
• novas tecnologias permitem a produção de hidrogênio a custos cada vez menores, tornando os
processos de hidrogenação mais econômicos.
A atividade dos catalisadores acima mencionados é bastante alta e sua vida útil também é
bastante longa. Com o tempo de operação, uma ligeira quantidade de coque vai paulatinamente se
depositando, reduzindo a atividade do catalisador. A fim de recuperar esta atividade,
periodicamente é efetuada uma regeneração do catalisador, queimando-se os depósitos de coque
com injeção de ar e vapor de água.
• Dessulfurização:
• Denitrificação:
• Deoxidação:
• Dehalogenação:
É importante salientar que a remoção de nitrogênio é feita sob condições bem mais severas
que a remoção do enxofre. A eficiência da dessulfurização depende sobretudo do tipo de molécula
em que está contida o enxofre. Compostos de cadeia aberta e de baixo ponto de ebulição são
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 84
Capítulo XII -HIDROTRATAMENTO DE LUBRIFICANTES
E PARAFINAS
O efluente do reator, após sofrer resfriamento, sofre um flash a alta pressão, onde o excesso
de hidrogênio é eliminado. O produto líquido é retirado e submetido a um segundo flash, agora a
baixa pressão, onde o gás combustível e as impurezas geradas (H2S e NH3) são vaporizados.
O gás combustível gerado na unidade contém uma quantidade substancial de H2S, podendo
ser aproveitado para a produção de enxofre elementar, mediante absorção em unidades de DEA
(posteriormente descritos).
As principais variáveis operacionais são a temperatura (de 280 a 420 oC) e a pressão (10 a
250 kgf/cm2). O consumo de hidrogênio varia de 200 a 800 ft3. barril de carga, sendo gerado nas
unidades de geração de hidrogênio.
13.1. Introdução
Esta reação se desenvolve rapidamente, até consumir todo o oxigênio fornecido, liberando
uma quantidade de energia suficiente para elevar a temperatura da câmara de combustão a cerca de
1300 a 1500 oC. Essa energia serve como fonte de calor para as reações da segunda etapa do
processo, que tem caráter endotérmico. O excesso de combustível que não foi queimado reage com
os produtos da combustão inicial, conforme as reações abaixo:
Como o tempo de contato entre os reagentes é bem pequeno, as reações acima não atingem
o equilíbrio, permanecendo uma quantidade residual de hidrocarbonetos (metano) e dióxido de
carbono no gás produzido. Forma-se também, durante as reações, uma pequena quantidade de
Carbono puro (cerca de 1 a 3 % da carga), que mais tarde é eliminado dos gases. As cinzas e os
metais pesados presentes na carga se acumulam na parte inferior da câmara de combustão, sendo
periodicamente removido do processo.
Acompanhando-se a evolução dos dois processos, nota-se que a Reforma com Vapor é
muito mais utilizada atualmente.
A reforma com vapor é constituída de três seções principais, como veremos a seguir.
A carga para esta unidade normalmente é uma nafta de destilação direta com corte
especificado (130 oC - 200 oC), contendo no máximo 300 ppm de enxofre e 10 ppm de cloro. Logo
após penetrar na unidade, a nafta recebe uma injeção de hidrogênio e é encaminhada ao forno
vaporizador, seguindo para o reator de pré-tratamento. Este reator é constituído de quatro leitos de
catalisadores, responsável pela eliminação de enxofre, cloro e metais.
Os compostos cíclicos de enxofre não são atingidos pela reação acima, sendo conhecidos
como enxofre não reativo. Para a sua eliminação faz-se necessário uma hidrogenação em presença
de catalisadores, o que ocorre na segunda camada (CoO - MoO3):
H H
| |
C == C H HHH
| \ | | | |
| S + 4 H2 ---> H2S + H-C-C-C-C-H
| / | | | |
C == C H HHH
| |
H H
A terceira camada é a responsável pela absorção do cloro. Caso ele exista na carga, ao
atravessar a segunda camada, será transformado em HCl:
Finalmente, o último leito é constituído de uma nova camada de ZnO, que atua como
absorvente de H2S produzido na segunda camada (enxofre não reativo):
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 88
Capítulo XIII - GERAÇÃO DE HIDROGÊNIO
O efluente do pré-tratamento, a uma temperatura de 380 oC, recebe um volume cinco vezes
maior de vapor de água superaquecido antes de entrar no forno-reformador.
A mistura nafta/vapor penetra em vários tubos, no interior dos quais existe um catalisador à
base de NiO-K2O, ocorrendo a reação abaixo, a uma temperatura em torno de 810 oC.
O calor necessário para as reações é fornecido através de maçaricos laterais, queimando gás
combustível. A alta temperatura dos gases de combustão é aproveitada para a geração do vapor de
água de alta pressão utilizado no próprio processo.
O gás de síntese produzido nos tubos do reformador está a alta temperatura e deve ser
resfriado antes de seguir para os reatores de deslocamento (shift-conversion). A conversão por
deslocamento é realizada a temperaturas de 360 oC a 400 oC no conversor de baixa temperatura. O
conteúdo de CO é reduzido de 11 % a 2 % no conversor de alta e a 0,25 % no conversor de baixa.
Para se obter hidrogênio de alta pureza, é necessário eliminar o CO2. Isto normalmente é
feito através de uma solução de mono-etanol-amina (MEA) ou di-etanol-amina (DEA).
H H H HHH
| | / | | |
HO-C-C-N + CO2 + H2O <===> HO-C-C-N-H + + HCO3 -
| | \ | | |
H H H HHH
Desse modo, borbulhando o gás de processo (H2 + CO2) em MEA, podemos obter uma
corrente de hidrogênio de elevada pureza.
A solução gasta de MEA vai a uma torre de regeneração, onde, por aquecimento, o CO2 é
liberado, regenerando-se a MEA que retorna à torre de absorção. O sistema é idêntico à absorção
de H2S com DEA.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 90
Capítulo XIII - GERAÇÃO DE HIDROGÊNIO
14.1. INTRODUÇÃO
A conversão de frações pesadas em outras de pesos moleculares mais baixos é hoje em dia
um dos principais objetivos de uma refinaria. Isto pode ser conseguido através de processos de
craqueamento, quer seja térmico, catalítico ou hidrocraqueamento.
Estes dois últimos fatores são de importância relevante, pois o grande entrave ao
desenvolvimento de processos onde o hidrogênio é utilizado era o preço razoavelmente alto deste
insumo, o que tornava estes processos anti-econômicos.
b) reações de hidrodesalquilação:
O processo tem início com a adição de hidrogênio à carga, passando a mistura através de
permutadores, onde a corrente é aquecida. Depois da passagem em um forno, onde a temperatura é
elevada a níveis compatíveis com as condições de reação, a corrente penetra no primeiro reator.
No primeiro estágio de reação a temperatura é mantida a um nível tal que permita converter
40 a 50 % da carga, além de provocar a sua dessulfurização e denitrificação. Conforme a carga, a
temperatura pode variar entre 250 oC a 450 oC, com a pressão oscilando entre 35 e 140 kgf/cm2.
Quanto mais pesada e aromática for à carga, mais severas deverão ser as condições de reação.
O efluente do reator, após trocar calor com a carga, pré-aquecendo-a, é resfriado e vai a um
tambor de alta pressão, onde o excesso de hidrogênio é liberado, sendo comprimido e reciclado ao
reator. A corrente líquida vai a um segundo tambor de flash, operando a baixa pressão, onde os
gases leves são liberados.
De modo idêntico ao primeiro estágio, as frações não convertidas recebem uma adição de
hidrogênio, são aquecidas e enviadas ao reator. Normalmente, no segundo estágio, trabalha-se a
pressões e temperaturas ligeiramente superiores ao primeiro, além de se operar com um catalisador
um pouco mais ativo, embora mais suscetível a envenenamentos.
CARGA Nafta Gasóleo FCC Gasóleo Vác. Gasóleo Vác. Resíduo Vác.
Densidade, oAPI 61 24.6 21.7 29.5 8.8
Faixa de Destilação
10 % vaporizados 228 478 570 695 975
50 % vaporizados 252 515 713 805 -
ponto final ebulição 350 632 915 940 -
Produtos % volume
Propano 30.0 3.4 2.5 2.0 -
Isobutano 46.1 9.1 6.3 3.7 4.5
C5 - 82 oC 38.3 30.0 17.4 8.3 3.9
82 - 205 oC - 78.7 38.2 8.4 16.0
157 - 280 oC - - 59.5 - -
157 - 368 oC - - - 92.1 -
205 - 345 oC - - - - 25.6
345 - 525 oC - - - - 44.2
> 525 oC - - - - 18.0
Número de Reatores 1 2 2 1 1
A tabela abaixo apresenta uma estimativa de rendimento para uma dada carga e diversas
campanhas no hidrocraqueamento catalítico:
Produtos % volume
Butanos 14.5 8.3 4.9
Nafta Leve 31.7 17.2 11.5
Nafta Pesada 78.9 28.0 19.6
Destilados médios - 64.4 81.1
Total C4 125.1 117.9 117.1
C3 3.8 3.3 2.8
C2 1.6 1.0 1.0
Relação iC4/nC4 3.3 2.4 2.3
Nafta Leve
% parafínicos 82 82 82
% naftênicos 15 15 15
% aromáticos 3 3 3
Índice de Octano (R) 52 53 51
Destilados médios
Ponto de Congelamento - -57 -
Ponto de Fluidez - - -18
Ponto de fuligem (mm) - 25 -
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 96
Capítulo XIV - HIDROCRAQUEAMENTO
15.1. Introdução
Os derivados de petróleo, tal como são produzidos, nem sempre estão enquadrados nas
especificações requeridas. Estão presentes nas frações do petróleo compostos sulfurados,
nitrogenados e oxigenados, oriundos do óleo cru ou formados no decorrer do processamento, e que
conferem efeitos indesejáveis aos produtos. Torna-se assim necessário submeter estes produtos a
processos de tratamento que removerão ou transformarão estes compostos, permitindo a sua
comercialização.
a) Processos de Adoçamento: processos que transformam compostos agressivos de enxofre (S, H2S,
RSH) em outros menos prejudiciais (como RSSR’ - dissulfetos), sem contudo, removê-los dos
produtos. O teor de enxofre total no produto permanece o mesmo.
COMPOSTO FONTE
H2S e mercaptans Presentes em alguns crus e formados também por decomposição
térmica e catalítica de compostos sulfurados. Os mercaptans podem
também ser resultante de reação entre H2S e olefinas
Enxofre elementar Raramente presente. Formado em geral pela oxidação do H2S pelo
oxigênio do ar. Por não ser volátil, não deve ocorrer nos produtos
leves, exceto nos casos de oxidação do H2S.
Sulfeto de Carbonila Formado por craqueamento térmico e catalítico
Dissulfetos Raramente presentes no petróleo. Oriundo da oxidação dos mercaptans.
Dialquilsulfetos Ocorrem naturalmente e também por reação entre mercaptans e
olefinas
Arilsulfetos Por serem estáveis, devem ter ocorrência natural.
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 98
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
PRODUTO IMPUREZAS
GLP de destilação H2S; metilmercaptans; COS; dimetilsulfeto; ácido acético; ácido
fórmico; tiociclopropanos
GLP de UFCC H2S; metilmercaptans; COS; ácido fórmico; ácido acético; amônia;
CO2; HCN.
C5-150 oC - destilação Mercaptnas e outros compostos sulfurados; fenóis; ácidos naftênicos;
compostos de nitrogênio.
o
C5-150 C - UFCC Mercaptans; compostos sulfurados em geral, em menor concentração;
ácidos alifáticos.
Superiores a 150 oC - Mercaptans e outros compostos sulfurados; fenóis; ácidos naftênicos;
destilação compostos de nitrogênio.
o
Superiores a 150 C - Mercaptans e outros compostos sulfurados (tiofenol inclusive); fenóis;
UFCC compostos nitrogenados básicos e neutros; ácidos naftênicos e
alifáticos.
Os sais de sódio formados nas reações acima são solúveis na fase aquosa. Para que ocorra a
remoção dos mercaptans na fase aquosa, é necessário que os mesmos passem à fase aquosa, pelo
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 100
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
- peso molecular dos mercaptans : a solubilidade dos mercaptans na água diminui à medida
que o seu peso molecular aumenta. Logo, a remoção de mercaptans de produtos mais pesados é
mais difícil, uma vez que apresentam mercaptans de maior peso molecular.
- substâncias que aumentam a sua solubilidade, como metanol, fenol e ácidos naftênicos.
Os fenolatos e cresolatos são solúveis nas duas fases, e em altas concentrações, podem se
transferir para a fase oleosa (soda gasta concentrada).
Por isto, utiliza-se para naftas, principalmente a de UFCC, que contenham fenóis e cresóis,
soluções cáusticas diluídas de forma a evitar a concentração de fenolatos e cresolatos.
O produto a ser tratado, GLP ou gasolina, é misturado em uma válvula globo com uma
solução cáustica a uma concentração definida, geralmente 10 oBé, antes de entrar no primeiro
tambor. A solução cáustica remove os compostos de enxofre e decanta no fundo do tambor, de
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 101
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
onde é retirada e enviada para recirculação. Quando esta solução recirculada atinge uma
concentração mínima (0 a 2 %), é efetuada a reposição com uma nova solução cáustica.
A fase hidrocarboneto, topo deste tambor, é misturada com água fresca, em uma válvula
globo, seguindo então para um outro tambor, onde se separam a fase aquosa pelo fundo e a fase
oleosa, corrente de topo, que é o produto tratado. Esta lavagem com água tem por intuito evitar
algum arraste de soda pelo produto tratado.
Inicialmente, a carga é aquecida e misturada com soda cáustica. A corrente resultante passa
por uma válvula misturadora, onde o turbilhonamento provoca o íntimo contato entre a carga e a
soda, formando uma emulsão. Para facilitar a sua quebra, a emulsão resultante é introduzida num
precipitador eletrostático, onde um campo elétrico de 20.000 volts favorece a separação entre a fase
aquosa cáustica e a fase hidrocarboneto. A solução cáustica acumula-se no fundo do vaso, enquanto
a carga sai pelo seu topo.
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 102
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
Esta lavagem cáustica inicial tem por objetivo a remoção de compostos ácidos, tais como
fenóis, ácidos naftênicos e H2S, que poderiam interferir no processo de adoçamento. Estes ácidos,
caso não sejam removidos, podem formar naftenatos de chumbo e fenolatos de sódio, que são sais
insolúveis, tamponando o leito catalítico.
c) Formação de dissulfetos:
O efluente do reator sai pelo topo deste e recebe uma injeção de água de processo, para que
seja removida a soda cáustica e alguma impureza arrastada pelo produto. A mistura resultante é
submetida a um turbilhonamento, sendo alimentado ao vaso de lavagem com água. Este vaso é um
precipitador eletrostático idêntico ao da lavagem cáustica, e neste equipamento se processa a
separação entre a fase aquosa e o produto.
Baseia-se na extração cáustica das mercaptans presentes nos derivados, com sua posterior
oxidação a dissulfetos, ao mesmo tempo em que a solução cáustica é regenerada. Isto é possível
devido à presença de um catalisador organo-metálico (ftalocianina de cobalto) dissolvido na
solução de soda cáustica.
O processo pode ser realizado de duas formas: catalisador em leito fixo ou catalisador em
solução.
O processo de leito fixo é aplicado quando a carga é mais pesada (querosene e óleo diesel)
e a oxidação é feita simultaneamente com a extração, não sendo os dissulfetos retirados do
derivado. Neste caso, o processo é de adoçamento.
O produto a ser tratado sofre uma pré-lavagem cáustica, para a eliminação de H2S e
compostos ácidos, que poderiam formar com a soda cáustica compostos estáveis na seção de
extração.
Neste tratamento, o produto atravessa um vaso no qual existe uma solução cáustica. Devido
ao tempo de contato ser relativamente curto, as mercaptans não chegam a ser absorvidas na pré-
lavagem.
Após a pré-lavagem, a carga vai à torre extratora, onde ocorre a remoção das mercaptans.
Isto ocorre devido à presença do catalisador em solução e ao maior tempo de contato. A carga
penetra pelo fundo da torre, em escoamento contra-corrente com a solução cáustica com
catalisador.
Pelo topo do reator sai o produto tratado, que passa por um vaso decantador, onde se dá a
retenção de alguma quantidade de soda porventura arrastada. O derivado é então enviado à
estocagem para posterior comercialização.
A solução de soda cáustica com catalisador, efluente do fundo da torre extratora, reúne-se
com a corrente recuperada no tambor de decantação, e é aquecida e bombeada para a torre de
oxidação, onde ocorre a regeneração da soda.
Um pouco antes de penetrar no fundo desta torre, a solução recebe uma injeção de ar
comprimido.
A torre possui internamente, anéis de Rasching, que promovem um bom contato entre a
mistura ar-soda-catalisador.
O tratamento com soluções de etanol aminas tem por objetivo a remoção de H2S, CO2 e
compostos ácidos do gás combustível, GLP e gás natural, colocando-os dentro das especificações
relacionadas à corrosividade e ao teor de enxofre. Contudo, este processo não remove os
mercaptans do GLP.
Inicialmente, eram usados como agentes de absorção tri-etanol aminas, que foram
substituídas por mono e di-etanol aminas, devido à baixa reatividade e estabilidade das aminas
terciárias.
As soluções de MEA tem como vantagem o seu baixo preço, alta reatividade, excelente
estabilidade e facilidade de recuperação. No entanto, apresentam duas desvantagens em relação à
DEA, que são sua relativamente alta pressão de vapor e a tendência de formar compostos não
regeneráveis ao reagir com certas substâncias, tais como COS e CS2, comumente presentes em
gases produzidos por craqueamento catalítico.
A MEA, devido à sua alta reatividade com H2S e CO2, conduz a menor circulação de
solvente, que refletem em unidades de menor porte e menor consumo de utilidades. Deste modo, a
MEA é utilizada sempre que o gás a ser tratado não contém COS em quantidades relativamente
altas, como no gás natural, enquanto a DEA é utilizada em caso contrário (GLP e gases de UFCC).
O processo de tratamento com solução de aminas baseia-se nas reações destas com os
compostos ácidos H2S e CO2, presentes no GLP e gás a serem tratados. Posteriormente, estas
aminas são regeneradas por aquecimento controlado, liberando os compostos anteriormente
absorvidos, como mostram as reações abaixo:
OH OH
| |
CH2 CH2
| |
H H CH2 H H CH2
| | | | | |
HO - C - C - N + H2S ---> HO - C - C - NH2+ HS-
| | | | |
H H H H H
DEA SAL DE AMINA
OH OH
| |
CH2 CH2
| |
H H CH2 H H CH2
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 108
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
| | | | | |
HO - C - C - N + H2S + CO2 ---> HO - C - C - NH2+ HCO3 -
| | | | |
H H H H H
DEA SAL DE AMINA
OH OH
| |
CH2 CH2
| |
H H CH2 H H O CH2
| | | | | || |
HO - C - C - N + CO2 ---> HO - C - C - N - C - O - NH3
| | | | | |
H H H H H H
DEA SAL DE AMINA
Basicamente, pode-se considerar que o grupo hidroxila serve para reduzir a pressão de
vapor e aumentar a solubilidade na água, e o grupo amina fornece a alcalinidade necessária à
solução para se efetuar a absorção dos gases ácidos.
As perdas de DEA ocorrem devido a arraste pelo gás, vaporização ou degradação química,
sendo em média, 5 lbs de DEA por 1.000.000 SCF (pés cúbicos) de gás tratado.
Os calores de reação para as duas reações por libra de gás ácido absorvido são
respectivamente:
SEÇÃO DE EXTRAÇÃO:
O GLP tratado sai pelo topo da torre e vai a um vaso separador, onde os traços de DEA
eventualmente arrastados são removidos, indo então para o sistema de lavagem cáustica para
remoção das mercaptans.
- contato entre as duas fases, que é definido pelo projeto da torre, sendo as torres recheadas as que
promovem melhor contato, com menor formação de espuma que os de pratos.
- relação DEA/GLP: quanto maior esta relação, maior é a extração. No entanto, valores muito altos
ou muito baixos conduzem à má separação entre as fases, e consequentemente arraste de DEA pelo
topo ou de hidrocarbonetos pelo fundo.
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 110
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
- temperatura de operação : quanto menor for a temperatura, maior será a eficiência da extração. No
entanto, temperatura muito baixas levam à solubilização do GLP na DEA, motivo pelo qual a DEA
é mantida a uma temperatura de cerca de 5 oC acima da temperatura do GLP.
SEÇÃO DE ABSORÇÃO:
Do mesmo modo que o GLP, o Gás Combustível também é tratado pela DEA, porém num
contato gás-líquido (absorção).
Pelo topo da torre, o gás tratado é enviado ao sistema de gás combustível, e a solução de
DEA é enviada pelo fundo da torre para a seção de regeneração.
SEÇÃO DE REGENERAÇÃO:
O filtro consiste basicamente de um leito de carvão ativo, de uma tela de aço e o teor de
sólidos em suspensão na DEA é mantido em cerca de 0,1 % em peso.
A seguir, a DEA é pré-aquecida, indo para o tambor de vaporização, onde serão separados
os hidrocarbonetos arrastados pela DEA.
Os hidrocarbonetos são retirados pelo topo do tambor, que é recheado com anéis de carvão,
e algum H2S e CO2 liberado é reabsorvido pela injeção de uma corrente de DEA no topo da coluna
de anéis de carvão.
Altas temperaturas devem ser evitadas porque aceleram a degradação da DEA, produzindo
compostos não regeneráveis de alto ponto de ebulição. A temperatura de entrada de DEA na torre
não deve ser superior a 90 oC para evitar esta degradação.
A liberação dos gases é feita no fundo da torre, depois que a mistura foi aquecida e
parcialmente vaporizada no refervedor existente nesta seção da torre.
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 111
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
Os gases sobem em contracorrente com a carga da torre e saem pelo topo. A corrente de
DEA reativada sai pelo fundo da torre, pré-aquecendo a carga desta, e é bombeada para as torres
extratora e absorvedora.
- a quantidade de calor latente necessária para vaporizar a água que é retirada da torre junto com os
gases ácidos.
A temperatura do fundo da torre reativadora não deve ser superior a 170 oC, para que não
ocorra a decomposição térmica da DEA.
O grau de reativação deve ser o maior possível, e o teor de (H2S + CO2) deve ser mantido
no máximo em 2,45 gramas/litro de solução.
A degradação da DEA na unidade ocorre pela ação conjugada de dois fatores: temperaturas
superiores a 130 oC e contaminantes presentes na carga.
A piperazina forma sais estáveis solúveis reagindo com o H2S e CO2.. Outros produtos de
degradação podem ser os ditiocarbamatos e tiosais que se originam de contaminantes, tais como o
ácido tiosulfúrico, ácido acético, ácido fórmico, COS, CS2, HCl e HCN.
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 112
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
A formação de espuma nas torres é indesejável porque conduz a um aumento das perdas de
DEA e reduz a eficiência de contato entre a amina e o produto a tratar.
Um operação correta do filtro, associada aos cuidados normais para evitar a degradação da
amina, se constituem no melhor meio para evitar a formação de espuma. Contudo, constatada a
presença de espuma, pode-se adicionar um agente anti-espumante à DEA limpa.
CONDIÇÕES DE OPERAÇÃO:
Como visto nos capítulos anteriores, o petróleo e seus derivados possuem contaminantes à
base de enxofre, que são removidos nas unidades de tratamento de derivados. Em unidades como o
tratamento cáustico, estes compostos são removidos na forma de sais de sódio (Na2S). Já nas
unidades de hidrotratamento e hidrodessulfurização, os compostos de enxofre são convertidos a
H2S (ácido sulfídrico) e removidos por meio de absorção com solução de aminas (MEA e DEA).
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 114
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
Este processo leva à geração de uma corrente rica em H2S, que deve ser convertida a
enxofre ou a SO2. Evidentemente, por motivos ambientais, a primeira rota é a mais indicada.
- seção térmica
- seção catalítica
- incineração de gás residual.
Nesta seção, o gás ácido é alimentado em um forno cilíndrico, onde o H2S é parcialmente
convertido a SO2 através de sua queima com ar. A vazão de ar é controlada de forma a se ter
sempre uma relação molar H2S / SO2 igual a 2:1 na saída deste forno. Este forno é composto de
duas partes: a primeira, onde ocorre a queima do gás ácido, é a câmara de combustão, e a segunda,
onde ocorre a condensação do enxofre formado, é a caldeira.
Como as reações de geração de enxofre são exotérmicas, a temperatura de saída dos gases
aumenta para 300 oC. Estes gases são resfriados em um trocador gás/gás, e posteriormente no
segundo condensador de enxofre, onde a condensação de enxofre permite a geração de vapor de
baixa.
Os gases efluentes do segundo condensador de enxofre estão a cerca de 165 oC, e devem
ser aquecidos até 195 oC antes de serem alimentados ao segundo reator. Este aquecimento é
proporcionado pela corrente de efluente do primeiro reator, no trocador gás/gás.
Os gases saem do segundo reator a cerca de 235 oC e seguem para o condensador final de
enxofre, onde são resfriados a 150 oC. Nesta etapa, cerca de 7 % de enxofre é recuperado.
No caso de uma refinaria de petróleo, temos duas fontes de gás ácido para a Unidade de
Recuperação de Enxofre: a hidrodessulfurização e o craqueamento catalítico, cuja composição
típica está na tabela abaixo:
Para que se tenha uma recuperação máxima de enxofre, é importante que a relação ar-gás
ácido seja controlada de modo a se ter uma relação H2S/SO2 de 2:1 molar a fim de garantir a
estequiometria da reação (2) acima.
Pequenas variações para mais ou para menos nesta relação afetam significativamente a
recuperação de enxofre:
A pureza do gás ácido afeta tanto a recuperação como a pureza do enxofre produto.
O gás ácido arrasta consigo hidrocarbonetos leves que em parte são convertidos em sulfeto
de carbonila (COS). Esta conversão é incrementada pela presença do CO2. A conversão deste
contaminante a enxofre é favorecida por temperaturas mais elevadas, como mostrado na tabela
abaixo:
Por este motivo, as unidades de recuperação de enxofre possuem dois reatores em série,
onde o primeira opera a uma temperatura mais elevada, para converter a maior fração de sulfeto de
carbonila, e o segundo reator, operando a temperaturas mais baixas, garante a alta conversão de
H2S a enxofre.
20/12/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 117
Capítulo XVI - RECUPERAÇÃO DE ENXOFRE
A remoção do enxofre formado antes dos reatores afeta a pressão parcial deste composto,
aumentando a eficiência geral da conversão, além de reduzir o volume de gases do sistema. A
temperatura dos gases efluentes de cada estágio da unidade não deve ser inferior a 150 oC. A
temperaturas inferiores a esta, teremos a condensação de vapor de água que, combinado com a
atmosfera de SO2, levará à corrosão do sistema.
95
90
85
80
Conversão %
75
70
65
60
55
50
127 277 427 577 727 877 1027 1177 1327
Tem pe ratura C
TOCHA RZ-23205
GA/AR
PC-22066 UNIDADE DE
FR-23204 RECUPERAÇÃO
DE ENXOFRE
FR-23201
G.A. U-220 R-23201 R-23202
RZ-23202
SEDHID GA/AR
V-23201
AR DOS SP-23201 FC-23205
A/B - SP-23202 P-23202
PIC-23206 F-23203
TC-23206
F-23202
TC-23204 BORBOLETA
FC-23202 TR - 23202 P-23203
TR-23203
P-23201 G.C.
P/ F-23203 TC-23291
F-23201 GV-23201
SS-23203
PC-23201
TQ-23202
SS-23202 SS-23204
SS-23201
B-23202
SETRAE
TQ-23201
- os éteres apresentam menor pressão de vapor na mistura com gasolina do que os álcoois,
o que representa uma vantagem com relação às emissões em geral, principalmente aquelas por
evaporação;
- os éteres apresentam poder calorífico maior do que os álcoois, o que leva a um menor
consumo de combustível;
- os éteres possuem octanagem MON mais elevada e RON mais baixa que os álcoois, o que
representa um aumento maior na octanagem final da gasolina;
O MTBE (metil terciário butil éter) é um éter obtido pela eterificação catalítica do
isobuteno com metanol.
O processo adotado pela PETROBRAS consta de dois estágios de reatores de leito fixo,
com o segundo operando a baixa temperatura. Isso assegura uma alta conversão de isobutileno com
baixo investimento e custo de manutenção.
O MTBE é obtido pela reação em fase líquida de metal e isobuteno (oriundo da corrente de
GLP do Craqueamento Catalítico) em um leito catalítico. Uma resina de troca iônica, usualmente
utilizado em tratamento de água, é o catalisador da reação. Geralmente, é um polímero de estireno e
di-vinil-benzeno sulfonado.
CH3
|
CH3OH + CH2 = C - CH3 <===> CH3 - O - C - CH3
| |
CH3 CH3
Esta reação é exotérmica e libera cerca de 10.000 kcal/kmol. A temperatura de reação deve
ser controlada entre 40 e 80 oC e a pressão deve ser alta o suficiente para manter os reagentes na
fase líquida; nestas condições, a conversão de MTBE é de 96 a 98 %.
Todos os subprodutos gerados junto com o MTBE são totalmente incorporáveis ao pool de
gasolina. São eles: álcool butil terciário (TBA), formado pela reação entre o isobuteno e água, e di-
isobuteno, formado pela dimerização do isobuteno.
A corrente de metanol, antes de ser alimentada ao sistema, passa por um filtro, onde as
impurezas metálicas são removidas. A mistura do metanol e da corrente de butanos ocorre em um
misturador em linha, seguindo para o primeiro reator.
O efluente do segundo reator é uma mistura de MTBE, butanos não reagidos com
praticamente nenhum isobuteno, e metanol. Essa corrente, após nova filtração, é aquecida a 65 oC e
enviada para a torre de separação de MTBE, onde o MTBE é separado pelo fundo, sendo enviado
para tanque final.
O propeno é a principal matéria prima do polipropileno que, por sua vez, é a principal
matéria prima da indústria química.
O crescente aumento na demanda desta matéria prima, associado ao alto valor agregado,
fez com que a Petrobras investisse na implantação de plantas de produção de propeno.
Existem duas rotas para a obtenção do propeno por destilação fracionada, abaixo descritas.
A primeira torre retira os leves (etano e etenos) que se constituem em impurezas para a
corrente de propeno. O teor máximo de etanos e mais leves admitida na corrente de propanos é de
200 ppm. Cerca de 1 a 3 % de propanos é perdida junto com a corrente de etanos nesta torre.
A segunda torre separa o propeno do restante de propanos e mais pesados. Esta torre
apresenta elevado número de pratos de contato e alta razão de refluxo, de forma a se atingir uma
pureza de cerca de 99,5 % na corrente de propeno. Uma pequena contaminação de butanos na carga
desta torre não afeta o seu desempenho.
Desvantagens:
Portanto, em unidades em que as utilidades são restritas, esta rota não é a mais indicada.
02/02/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 123
Capítulo XVIII - UNIDADE DE PROPENO
Além das duas torres de fracionamento e acessórios existentes no processo tradicional, este
processo possui um compressor de grande porte (potências acima de 3000 HP). Este compressor
tem por função comprimir os gases de topo do Splittter de propano, condensando-o no próprio
refervedor desta torre, possibilitando a economia de utilidades.
- a qualidade da carga tem de ser estável, principalmente no tocante aos teores de butanos e
mais pesados, que afetam o desempenho do compressor;
- a operação da unidade exige maior atenção, devido à presença de um equipamento
rotativo de grande porte;
- exige maior custo de manutenção;
- consome mais energia elétrica.
Em uma refinaria típica, a água é empregada nos mais diversos fins, abaixo listada:
Dependendo da aplicação, a água passa por diferentes níveis de tratamento, desde a água
bruta (sem tratamento) até a água para geração de vapor (tratamento mais completo):
- pré-cloração;
- clarificação (dosagem de floculante, floculação e decantação);
- filtração;
- correção de pH;
- pós-cloração;
- descloração;
- desmineralização.
Parte desta água clarificada é enviada à torre de resfriamento, a fim de repor o inventário
do sistema de água de resfriamento de equipamentos e máquinas.
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 126
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
O restante do fluxo de água passa por filtros de areia, de onde segue ou para potabilização
ou para desmineralização.
Parte da água para potabilização é desviada para a utilização em fins industriais, como
lavagem de equipamentos e diluição de soluções de produtos químicos.
Antes de ser enviada para o tanque de água potável, a água clarificada é filtrada em leito de
carvão ativado e recebe uma injeção de cloro para higienização. O seu pH também é corrigido.
Após a desmineralização, parte da água passa por um terceiro leito, misto, onde ocorre o
polimento final da água, bem como do condensado que retorna do processo. Esta água será
utilizada na geração de vapor de alta pressão, nas caldeiras da refinaria.
O sistema de captação e adução de água bruta, localizada às margens do Rio Paraíba (no
caso da REVAP), tem por finalidade o fornecimento de água bruta à Refinaria para ser tratada na
Estação de Tratamento de Águas (E.T.A.) e para o sistema de água para combate a incêndios.
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 127
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
Este sistema consiste de um canal de concreto, com declive no sentido do Rio Paraíba, com
o intuito de minimizar a entrada de areia e detritos. Para evitar a entrada de corpos estranhos de
dimensões apreciáveis, que poderiam danificar as bombas ou obstruir a passagem de água, existe
no canal um sistema de grades de barras. Ao longo do canal, existem poços de drenagem para a
remoção da areia arrastada com a água.
Após o canal, a água vai para as câmaras de sucção das bombas, de onde é bombeada para
tanques de água bruta, já dentro da área da refinaria.
As adutoras possuem válvulas anti “golpe de aríete”, cuja finalidade é proteger a adutora
contra sobrepressões decorrentes de interrupções bruscas no fluxo de água (queda de energia
elétrica, atuação dos protetores dos motores elétricos, etc.).
O sistema de captação de águas da REVAP tem capacidade para bombear 2.000 m3/h de
água, e os tanques possuem um volume de 25.500 m3 cada um. (são dois tanques).
19.4. Clarificação
Este material, quando encontrado em pequena concentração, pode ser removido por
filtração lenta. Contudo, nas plantas de tratamento de água, utiliza-se filtros rápidos, sendo
necessário o auxílio de coagulantes, que aumentam o tamanho destas partículas, facilitando a sua
filtração.
As partículas a serem removidas da água geralmente possuem uma carga negativa. Esta
carga pode ser alterada dependendo do pH e de outras características do meio. Quando as partículas
possuem a mesma carga iônica, permanecem no estado coloidal, devido à repulsão magnética entre
elas. Quando um coagulante age, ele afeta esta carga, levando à atração das partículas, formando
um precipitado gelatinoso ou floco.
A coagulação é afetada por diversos fatores, entre os quais a cor, turbidez, temperatura,
alcalinidade, pH, dureza e presença de dióxido de carbono na água.
Para que o sulfato de alumínio possa reagir, é necessário que a água contenha alcalinidade
sob a forma de carbonato de cálcio. Normalmente, as águas possuem alcalinidade natural porém
pode ser necessária a adição de cal para se ter 7,7 mg / litro de alcalinidade como CaCO3 para cada
0,02 gramas / litro de sulfato de alumínio na água.
PARA OS FILTROS
DE AREIA
ÁGUA BRUTA
PARA A TORRE DE
RESFRIAMENTO
CÂMARA DE
MISTURA
19.5. Filtração
A limpeza do leito do filtro é feita através de uma retro-lavagem com água e ar no mesmo.
A água provoca apenas uma expansão da camada colmatada, enquanto a vazão de ar provoca
choques dos grãos de areia entre si, removendo as impurezas, que são arrastadas pela água. A
lavagem ar-água é realizada em três fases:
- descolmatação
- lavagem
- enxaguadura
A descolmatação, com pequena vazão de água, tem por finalidade desprender as impurezas
de maiores dimensões, que são arrastadas. A lavagem, com vazão igual de água e ar, provoca a
vibração dos grãos de areia, desprendendo todas as impurezas e arrastando-as. A enxaguadura, com
maior vazão de água, objetiva a limpeza final da camada.
CLORO
SULFATO DE ALUMINIO
LODO
POLIELETRÓLITO
CAL
PARA OS FILTROS
DE AREIA
ÁGUA BRUTA
PARA A TORRE DE
RESFRIAMENTO
CÂMARA DE
MISTURA
A água bruta previamente clarificada e filtrada deve ainda sofrer um posterior tratamento
para adequar-se ao uso humano.
Para tal, a água filtrada sofre um novo processo de filtração em um leito de carvão ativo,
que elimina o cloro dissolvido. Essa eliminação se dá pela reação do cloro com a água, servindo o
carvão ativo como catalisador. Tal procedimento é necessário para tornar possível a posterior
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 130
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
dosagem de cloro para a água potável, uma vez que um excesso de cloro tornaria desagradável o
sabor da água. Por outro lado, uma dosagem insuficiente de cloro residual leva à uma má
esterilização da água.
Após a filtração com carvão ativo, a água recebe uma nova cloração, e tem o seu pH
corrigido, sendo encaminhado ao tanque de água potável.
A dosagem de cloro recomendada é aquela que gera um teor de cloro residual de 1 mg/l
após 2 horas, de forma a garantir a desinfecção da água potável.
TANQUE DE
ÁGUA
POTÁVEL
FILTRO DE CLORO
CARVÃO
ATIVADO
PARA REDE
DE ÁGUA
ÁGUA
POTÁVEL
FILTRADA
O desclorador serve também para reter a turbidez e o material orgânico que eventualmente
tenham passado pelo filtro de sal.
NaOH
H2SO4
H2SO4
ÁGUA FILTRADA NaOH
CONDENSADO
FILTRADO
PARA AS
CALDEIRAS
O primeiro tratamento com carvão ativado tem a finalidade de eliminar totalmente o cloro
presente na água, eventual coloração, ou então os últimos traços de matéria orgânica que teriam
passado através do processo de clarificação e filtração em areia. Desta forma, as resinas estarão
protegidas contra estes eventuais agentes indesejáveis no processo de troca iônica.
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 132
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
A água passa então aos vasos trocadores catiônicos nos quais transfere, através da
percolação em leito de resina sulfônica em ciclo ácido, os cátions cálcio, sódio e potássio,
recebendo em substituição os íons H+, segundo a reação:
ÁGUA FILTRADA
Ca(HCO3)2
Mg(HCO3)2
CaSO4
CaCl2
MgCl2
H2SO4
ÁGUA TRATADA
CO2
H2SO4
HCl
Figura CCCC: Trocador de cátions
À medida que procede a absorção, a resina se satura dos íons absorvidos até o seu completo
esgotamento. Neste ponto, a resina deve ser regenerada com ácido sulfúrico segundo o sistema
inverso ao precedente:
A resina estará novamente saturada de íon H+, deixando os sais correspondentes na água
que será enviada para neutralização.
TROCADOR DE
CÁTIONS
LEITO MISTO
CAMINHÃO TANQUE
TANQUE DE
ARMAZENAGEM
DE ÁCIDO SULFÚRICO
Uma vez regenerada, a resina está pronta para ser novamente utilizada. A água
decationizada passa agora nos trocadores aniônicos nos quais, percolando através do leito de resina
aniônica, transfere os ânions sulfato, cloreto e nitratos, recebendo em substituição íons OH- de
acordo com a seguinte reação:
ÁGUA TRATADA
CO2
H2SO4
HCl
NaOH
ÁGUA DESMINERALIZADA
À medida que procede a absorção a resina se satura, sendo regenerada com soda cáustica,
seguindo também o processo inverso:
LEITO MISTO
CAMINHÃO TANQUE
TANQUE DE
ARMAZENAGEM
DE SODA CÁUSTICA
Na saída deste segundo tratamento, a água será enviada ao reservatório de acúmulo de água
desmineralizada. Esta água contém baixo teor de CO2, não sendo necessário a degasagem.
Contudo, a água desmineralizada contém traços de sais, sob a forma de Na+ (sódio) proveniente do
trocador catiônico e SiO2, proveniente do trocador aniônico.
Para a eliminação destes íons, a água desmineralizada passa por um leito misto antes de ser
enviada aos geradores de vapor. Este leito é composto de uma resina catiônica em ciclo ácido e
uma resina aniônica forte em forma de OH-.
Esta mistura faz com que o filtro se comporte como uma série infinita de leitos catônicos e
aniônicos sucessivos, e a água tratada chega a atingir valores de condutibilidade (que mede a
quantidade de íons) inferiores a 0,1 µS/cm.
- primeiro, é efetuada uma contra-lavagem com a finalidade de separar as duas resinas: a catiônica,
mais leve, fica na camada superior.
- em seguida, é introduzida uma solução de NaOH pelo topo do vaso, sendo removida pela seção
intermediária (na interface entre as resinas).
- a regeneração da resina catiônica é efetuada introduzindo-se uma solução de H2SO4 pela parte
inferior do vaso, sendo removida pelo dreno intermediário.
- por último, é efetuada uma lavagem completa e abundante de toda a resina, para posteriormente,
introduzir-se ar pela parte inferior do vaso, a fim de voltar a misturar os dois tipos de resina.
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 135
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
Toda a água utilizada na regeneração das resinas é enviada a uma única bacia de acúmulo.
Visto que algumas são ácidas e outras básicas, elas são agitadas e misturadas, insuflando-se ar no
fundo, através de difusores e um coletor.
ÁGUA DESMINERALIZADA
CAL
H2SO4
AR PARA TANQUE DE ÁGUA
DESMINERALIZADA
PARA REDE DE
ESGOTO LIMPO
Este sistema é responsável pela armazenagem, diluição e medição dos produtos químicos
necessários aos processos de floculação, alcalinização, correção e controle de pH. Basicamente, os
seguintes produtos químicos são utilizados na Estação de Tratamento de Água:
ÊMBOLO TELA
SAIDA DO
PARA O EXCESSO
PONTO DE
APLICAÇÃO
CAL
M
SOLUÇÃO
- leite de cal, (hidróxido de cálcio) para controle de pH dos clarifloculadores, água potável
e água de resfriamento, além de ser utilizado na neutralização da água de lavagem dos trocadores
iônicos e drenos de tanques vasos e bacias de produtos químicos, e para regeneração dos vasos
aniônicos
- sulfato de alumínio, para promover a floculação nos clarifloculadores
- polieletrólito, para auxiliar a floculação nos clarifloculadores
- ácido sulfúrico, para regeneração dos vasos catiônicos
- pré-cloração : dosagem na água bruta, antes dos clarifloculadores e filtros de areia, com intuito de
oxidar a matéria orgânica dissolvida e evitar a formação de algas nas bacias de decantação e sobre
os leitos de areia dos filtros.
ÁGUA
CLORO
EVAPORADOR CLORADOR
PARA O PONTO
DE
APLICAÇÃO
O cloro é armazenado no estado líquido, em cilindros de 1000 kg. Destes cilindros, o cloro
segue para evaporadores (banhos de água aquecidos por resistência elétrica), com controle de
temperatura a 25 oC. A vazão de cloro é auto-regulada em função da demanda. A solução aquosa de
cloro é obtida através de ejetores, que aspira o cloro, dissolve-o na água e o envia para os pontos de
dosagem da solução.
Tais impurezas devem ser removidas do fluxo de condensado antes do reciclo do mesmo ao
sistema de geração de vapor, a fim de que o mesmo opere de forma segura.
ATMOSFERA
CONDENSADO DE
BAIXA PRESSÃO
VASO DE
ARMAZENAMENTO
DE CONDENSADO
CONDENSADO
MÉDIA PRESSÃO
VAPOR DE BAIXA
PRESSÃO
PARA OS FILTROS
DE CONDENSADO
TANQUE DE ÁGUA
DESMINERALIZADA
FILTRO PRÉ
FILTRO DE CARVÃO
CAMADA
ATIVADO
PARA O LEITO
MISTO
DO TROCADOR
DO VASO DE DE ANIONS
CONDENSADO
água como meio refrigerante, que absorve este calor residual do processo para depois cedê-lo a
outro meio. O equipamento onde se desenvolve esta transferência de calor é denominada torre de
resfriamento de água.
Sistema aberto sem recirculação : é utilizado quando se tem uma grande quantidade de
água disponível e que possa ser utilizada sem sofrer um tratamento mais rigoroso.
O custo de instalação deste sistema é baixo, porém a água não sendo tratada, pode trazer
graves inconvenientes ao desempenho das instalações.
PROCESSO
Sistema aberto com recirculação: é utilizado quando se tem uma quantidade limitada de
água ou quando as características da água disponível indicam a necessidade de um tratamento antes
da água ser utilizada como meio refrigerante.
EVAPORAÇÃO
43 °C
1,5 kgf/cm2
TORRE DE
RESFRIAMENTO
ÁGUA DE MAKE UP
28 °C
4 kgf/cm2
PROCESSO
ÁGUA DE PURGA
É um sistema para pequenas vazões, onde praticamente não existam perdas e a água
utilizada é de boa qualidade. Normalmente este sistema é utilizado para água de refrigeração de
máquinas.
EVAPORAÇÃO
PROCESSO
50 °C
TORRE DE 1,5 kgf/cm2
RESFRIAMENTO
TROCADOR
DE CALOR
ÁGUA DE MAKE UP
MAKE-UP
28 °C
4 kgf/cm2
- tiragem natural
- tiragem mecânica : forçada
: induzida
ELIMINADOR DE
RESPINGOS
ENCHIMENTO
ÁGUA QUENTE
ENTRADA DE AR
BACIA DE ÁGUA
FRIA
ELIMINADOR DE
RESPINGOS
ÁGUA QUENTE
ENCHIMENTO
ENTRADA DE AR
BACIA DE ÁGUA
FRIA
Nas torres de tiragem mecânica induzida, os ventiladores são instalados na parte superior,
succionando o ar para dentro da torre. Estas torres não têm limitação de altura. Dependendo do
fluxo de ar, estas torres podem ser subdivididas em: torres de tiragem induzida contra-corrente e
corrente cruzada.
A distribuição de água quente é feita através de uma rede de calhas no topo da torre.
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 142
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
Existe na saída do ar um eliminador de respingos, que visa diminuir o arraste de água. Sua
principal vantagem está na eficiência (contra-corrente), porém apresenta as seguintes desvantagens:
ELIMINADOR DE
RESPINGOS
ELIMINADOR DE
RESPINGOS
ÁGUA QUENTE
ENCHIMENTO
ENTRADA DE AR ENTRADA DE AR
BACIA DE ÁGUA
FRIA
DIFUSOR CAMADA DE
DISTRIBUIÇÃO
ENCHIMENTO
AR FRIO
AR FRIO
BACIA DE ÁGUA
VENEZIANA FRIA
Figura RRRR: Torre de resfriamento com tiragem mecânica induzida em corrente cruzada
A distribuição de água quente é efetuada no topo, por meio de pequenos tanques com
vários furos no fundo.
Principal desvantagem:
O sistema adotado na REVAP é do tipo aberto com recirculação, sendo composta de:
A água quente oriunda dos consumidores retorna à torre de resfriamento onde, uma
evaporação adiabática de parte desta corrente provoca o resfriamento da água.
A temperatura da água fria depende das condições barométricas do meio, como umidade
relativa e temperatura de bulbo úmido e sêco, além da altura barométrica. Geralmente, a
temperatura da água fria fica em torno de 25 a 30 oC, e a da água quente, que depende da vazão de
circulação da água de resfrimento e da carga térmica dos consumidores, em 45 a 50 oC.
18/9/2007 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 144
Capítulo XIX - TRATAMENTO DE ÁGUA
Temperaturas acima desta não são aconselháveis, pois aumentam em demasia a formação de algas
na bacia da torre de resfriamento e nos consumidores.
Em função das perdas por evaporação, o conteúdo de sais na água circulante aumenta,
sendo necessário purgar continuamente o sistema, descarregando uma fração da água circulante
para o esgoto oleoso. Outras perdas decorrem do arraste de gotas de água pelo vapor que sai pelo
topo da torre de resfriamento.
É necessário, portanto, uma injeção contínua de água clarificada, que compõe o “make-up”
da torre. O sistema é projetado para que o conteúdo de sais na torre seja de 5 a 10 vezes aquele da
água de reposição. Este número é denominado “ciclo de concentração”, e define a vazão de make-
up que a torre requeira.
As perdas de água por arraste representam cerca de 0,10 % da água circulante, ao passo que
as perdas por evaporação representam 2,3 % desta.
O conteúdo de sais (cloretos, carbonatos, etc) deve ser continuamente controlado, a fim de
evitar a formação de incrustações no sistema de distribuição ou corrosão nos consumidores.
20.1. Introdução
Descrição Aplicação
Diálise-Osmose Recuperação de materiais dos processos, remoção de sólidos dissolvidos
Destilação Remoção de sólidos dissolvidos, separação de despejos líquidos para
recuperação ou disposição.
Evaporação: Adensamento de lodos, remoção de materiais, concentração de despejos
Secadores líquidos.
Múltiplo efeito
Compressão Térmica
Filtração: Remoção de sólidos suspensos, adensamento de lodos.
gravidade
pressão
vácuo
Flotação: Remoção de partículas sólidas, suspensas em líquido ou flutuantes e para
centrífuga concentração de lodos.
ar-disperso
ar-dissolvido
gravidade
Transferência de gás: Adição e remoção de gases, remoção de óleos voláteis.
adsorção
aeração
stripping
Peneiramento: Remoção de materiais maiores flutuantes e sólidos suspensos
rotatório
vibratório
Sedimentação: Remoção de material particulado, flocos biológicos, flocos químicos e
centrífuga concentração de lodos.
gravidade
Extração por solvente Remoção de substâncias solúveis (específica de despejos), recuperação de
produtos.
2. Processos químicos
Descrição Aplicação
Adsorção remoção de compostos orgânicos solúveis
Coagulação- remoção de material coloidal
floculação
Combustão conversão de lodo a cinzas, redução de material orgânico, redução de
09/02/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 146
Capítulo XX - TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS
volume
Troca iônica recuperação de íons específicos e compostos, remoção de compostos
orgânicos ionizados e inorgânicos
Neutralização controle de pH
Oxidação por: desinfecção, redução de DQO, precipitação de nutrientes solúveis
ar
cloro
ozônio
Redução conversão de composto solúvel para volátil ou para precipitação
Absorção remoção de produtos orgânico-solúveis e compostos inorgânicos
específicos
Descrição Aplicação
Aeróbicos: remoção de matéria orgânica solúvel ou coloidal
lodos ativados
lagoas
filtros biológicos
Anaeróbicos: estabilização de lodos orgânicos e despejos orgânicos
processo de contato
digestão
filtros
tanques de IMHOFF
lagoas
Irrigação remoção de matéria orgânica solúvel ou coloidal
Lagoas de remoção de matéria orgânica solúvel ou coloidal
Estabilização
Numa refinaria de petróleo, temos basicamente quatro tipos de afluentes aquosos a serem
tratados antes de seu descarte ao emissor:
- soda fenólica - é uma corrente aquosa de soda fenólica oriunda de sistemas de tratamento cáustico
do processo, e são previamente neutralizados antes de serem alinhados ao sistema de tratamento.
O fluxo de despejo sanitário, antes de ser enviado para o tratamento, sofre um pré-
tratamento que inclui remoção e trituração de sólidos.
Este fluxo passa por uma série de telas de grande abertura (50 mm), a fim de separar
qualquer material estranho de grande tamanho. Em seguida, passa por uma série de telas
mecanizadas, que reduz o tamanho de todo o material suspenso, evitando danos aos equipamentos
subsequentes (triturador tipo Comminutor, partículas de 5 a 10 mm).
ESGOTO MOAGEM E
SANITÁRIO PENEIRAMENTO
ÁGUAS
CONTAMINADAS ÓLEO PARA
REPROCESSAMENTO
ÁGUAS
OLEOSAS
ÓLEO RECUPERADO
ARMAZENAMENTO
ÁGUAS
CÁUSTICAS
EFLUENTE
FINAL
EQUALIZAÇÃO
NEUTRALI- NEUTRALIZAÇÃO
SEPARADOR ESTABILIZAÇÃO OXIDAÇÃO CLARIFICAÇÀO
ZAÇÃO FLOCULAÇÃO
API QUÍMICA BIOLÓGICA FINAL
(1o. Estágio) FLOTAÇÃO
TRATAMENTO
DIGESTÃO AERÓBICA
DE MATERIAL
DE LAMA
FLOTADO
ETDI
AFLUENTES, TRATAMENTO FÍSICO, RECUPERAÇÃO DE ÓLEO
SODA OXIDADA E
FENÓLICA PULMÃO DE ÁGUAS OLEOSAS
BACIA DE
SODA-
FENOL
CAO
CAC
SAO
PARA
ESTABILIZAÇÃO
QUÍMICA
EFLUENTE DO
SAO
FeCl3
Al2(SO4)3
ESTABILIZAÇÃO QUÍMICA
H2SO4
FLOCULAÇÃO
LANDFARMING
FLOTADORES
ESGOTO SANIT.
TRIPOLIF.
ESPESSADOR LAMA
DE LAMA
ÁGUA PARA
SAO
SISTEMA BIOLÓGICO
DIGESTOR
AERÓBICO
RECICLO
DE
LODO
ATIVO RECICLO DE
LODO ATIVO
CLARIFICADORES
RIO
Com a baixa velocidade horizontal do fluxo de água e óleo e consequente alto tempo de
permanência das fases na bacia, as gotículas de óleo na água tendem a subir para a superfície da
água, devido à diferença de massas específicas. Do mesmo modo, os sólidos suspensos tenderão a
decantar.
Devido a possíveis problemas operacionais com o manuseio de óleos, este poço de óleo é
dotado de aquecimento a vapor.
O efluente do separador de óleo e água transborda pelo canal final de regulação, entrando
na unidade seguinte da ETDI.
O efluente da bacia de equalização e estabilização flui por gravidade para esta bacia.
A alta turbulência requerida para a mistura é obtida por meio de injeção de ar comprimido.
Da bacia de mistura, os despejos fluem para a bacia de neutralização química, onde todas as
reações químicas envolvidas no processo possuem tempo suficiente para processarem.
20.8. Floculação
O efluente da bacia de floculação flui por gravidade para uma caixa divisora de fluxo,
localizada junto à entrada dos flotadores.
20.9. Flotação
Na operação de flotação, os sólidos suspensos são separados por meio de bolhas de gás
finamente dispersas. Para esta finalidade, um reciclo pressurizado de efluente tratado fornecerá
automaticamente um fluxo de ar supersaturado como fonte de bolhas de gás.
09/02/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 153
Capítulo XX - TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS
O influente entra nos flotadores, onde é misturado com um reciclo saturado com ar. A
saturação é feita em um tanque pressurizado que recebe a água e o ar previamente misturados em
dispositivo de mistura. O tanque possibilita tempo de residência suficientemente longo para obter a
saturação do reciclo com a mistura.
O reciclo supersaturado com ar leva à geração de microbolhas de ar, que são responsáveis
pelo carreamento das partículas em suspensão para a superfície do flotador.
A flotação das partículas suspensas pode ser por meio de dois mecanismos diferentes, a
saber:
No primeiro caso, a massa específica da partícula decrescerá até que a força de empuxo
prevaleça. No segundo caso, as partículas são carregadas para cima pelas bolhas de ar aderidas à
superfície. Na flotação, ambos os fenômenos são efetivos na operação.
Uma pequena parte dos sólidos suspensos, pesada demais para flotar, assentará no fundo do
vaso, de onde é coletada por raspagem e descarregada por gravidade para um poço de lama, e
posteriormente, bombeado para o espessador de lama.
O efluente da bacia de flotação transborda por uma parede circular da unidade e vai para
um poço de reciclo. Deste poço, parte do efluente é bombeado para o vaso de saturação, enquanto o
restante transborda para o processo seguinte.
Por meio deste processo, os poluentes são transformados numa massa biológica e depois,
em bioprodutos finais que não são poluentes.
c) concentração de substâncias nutrientes tais como nitrogênio e fósforo, altas o bastante para
permitir a síntese da nova massa biológica;
d) compostos tóxicos ou inibidores, com concentração baixa para evitar o descréscimo da atividade
biológica.
Outros fatores que afetam o processo são a temperatura da água, o valor do pH e a taxa de
realimentação de lama. Após a oxidação dos compostos orgânicos, os microorganismos devem ser
separados da água tratada e realimentados no processo, a fim de manter uma alta concentração da
massa biológica.
O efluente proveniente da bacia de flotação flui por gravidade para uma caixa divisora de
fluxo, antes de entrar nas quatro linhas da unidade de oxidação biológica.
Na caixa divisora de fluxo, tres outros influentes são misturados com o efluente do
flotador, e são eles:
O primeiro fornece uma matéria orgânica facilmente bio-degradável que facilita a operação
do sistema biológico. O segundo fluxo é uma solução de nutriente para a massa biológica,
fornecendo o fósforo necessário à oxidação biológica. O terceiro é a realimentação de lama ativada
sedimentada, que é um importante parâmetro para a performance da unidade biológica.
O oxigênio requerido para o processo é obtido por meio de aeradores de superfície, que
fornecem também uma boa agitação, mantendo a massa biológica em suspensão homogênea na
bacia de oxidação.
A lama ativada misturada com líquido transborda nas paredes horizontais finais para o
canal de saída, indo para uma caixa divisora de fluxo entre os clarificadores.
20.11. Clarificação
O efluente proveniente das bacias de oxidação biológica deve ser separado da massa
biológica antes de ser descartado como efluente tratado.
09/02/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 155
Capítulo XX - TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS
Para esta finalidade, usam-se clarificadores de gravidade com retirada e reciclo de lama. A
permanência de lama biológica no clarificador deve ser convenientemente definida a fim de se
evitar outros fenômenos que poderiam criar problemas operacionais.
A lama coletada nestas linhas é realimentada para as bacias de aeração com vazão
controlada.
A parte da lama que não foi removida pelas linhas de sucção é descarregada por gravidade,
do fundo dos clarificadores para uma câmara adjacente às câmaras de recirculação de lama, com a
finalidade de fazer um reciclo parcial se necessário. De fato, a fim de se manter uma concentração
estacionária de sólidos biológicos nas bacias de oxidação, a produção líquida de sólidos biológicos
resultantes do processo de síntese biológica deve ser refugada e tratada convenientemente.
A lama de fundo dos clarificadores deve ser utilizada para a finalidade acima, devido à sua
alta concentração de sólidos.
Por ser o tratamento final do E.T.D.I., o teor de sólidos suspensos dos clarificadores deverá
ser controlada, através da injeção de polieletrólitos no seu afluente.
O excesso de lama produzida na oxidação biológica dos poluentes orgânicos, bem como o
material de superfície dos clarificadores, fluem por gravidade para a bacia de digestão aeróbica,
onde ocorre a oxidação final até a quase completa mineralização requerida.
O oxigênio e a agitação necessários para a digestão aeróbica são fornecidos por dois
aeradores de superfície. A concentração de oxigênio dissolvido é controlada por um analisador
automático.
A lama digerida transborda pela parede do digestor para um poço de equalização de lama.
Esta lama pode ser rejeitada facilmente, principalmente em aterros sanitários.
a. tempo de residência longo o suficiente para possibilitar a separação das fases água, óleo e lama
por gravidade;
b. temperatura de operação entre 60 e 80 oC, a fim de facilitar a separação de ar e óleo. O
aquecimento é obtido pela injeção direta de vapor;
c. injeção de ar para fornecer a mistura e a flotação da maior parte do óleo.
d. resfriamento para a temperatura ambiente
e. sedimentação dos sólidos e separação do óleo da camada intermediária de água.
Em muitas unidades a lama diluída do processo é descarregada para uma unidade central de
tratamento de lama. Devido à baixa concentração da lama, um espessamento é necessário a fim de
se reduzir o volume de lama.
As lamas produzidas nas várias seções da ETDI são coletadas em um poço de equalização
de lama, que se localiza junto à entrada do espessador.
Neste poço as lamas são misturadas e aeradas por injeção de ar comprimido, a fim de obter
a sua homogeneização e evitar a formação de odores desagradáveis.
A bacia espessadora de lama é equipada com um raspador de fundo para descarregar a lama
por uma saída central no fundo do vaso a um poço de lama adjacente, de onde é periodicamente
bombeada para a bacia de secagem.
A secagem de lama consiste em uma série de leitos constituídos por camadas de brita e
areia. A lama proveniente do espessador é distribuída sobre este leito, e a secagem se dá por
drenagem e evaporação.
O óleo recuperado no separador API e nos tanques de tratamento de espuma oleosa dos
flotadores é armazenado em tanques para um posterior envio ao processo de refino.
- bacia de ajuste inicial de pH, por meio de válvulas automáticas controladas por pH-metro
- bacia de mistura antes da bacia de neutralização, por meio de bombas dosadoras,
controladas pelo pH da bacia de floculação.
2. Sulfato de Alumínio : utilizado como agente floculante, é fornecido na forma de cristais. Para a
sua dosagem, é efetuada uma dissolução em batelada, em duas bacias de preparação. A dosagem é
efetuada em circuito fechado de circulação destas bacias.
- bacia de floculação
- caixa divisora de fluxo para os clarificadores
Bacias:
BACIA SERVIÇO
Ba-68311 Bacia de neutralização de pH
Ba-68313 Bacia de águas oleosas
Ba-68314 Bacia de represamento de águas oleosas inundadas
Ba-68315 Bacia de águas contaminadas
Ba-68316 Bacia de represamento de águas contaminadas inundadas
Ba-68317 Bacia coletora de águas contaminadas e oleosas
Ba-68318 Bacia pulmão de água oleosa
Ba-68319 Bacia pulmão de água contaminada
09/02/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 158
Capítulo XX - TRATAMENTO DE DESPEJOS INDUSTRIAIS
Tanques:
Vaso:
21.1. Introdução
O sistema elétrico de uma refinaria de petróleo pode ser dividido em três componentes
básicos:
FONTE TRANSMISSÃO
GERAÇÃO DISTRIBUIÇÃO CONSUMIDOR
21.2. Descrição
- 13.800 V - tensão dos geradores da Casa de Força e também de alimentação das subestações de
distribuição
- 480 V - tensão de alimentação dos motores de potência menor ou igual a 125 HP, e
transformadores de iluminação
21.3. Geração
Quando o rotor gira, faz variar o fluxo magnético que enlaça a bobina de armadura,
gerando uma força eletromotriz induzida alternada.
1. Turbo-geradores:
2. Geradores diesel:
São acionados por motores de combustão interna, em geral motores a diesel, e trabalham
em baica rotação, da ordem de 400 a 600 rpm.
3. Hidro-geradores:
São em geral de grande tamanho físico, frequentemente do tipo de eixo vertical, trabalham
a baixa velocidade, de 60 a 200 rpm, e são de potência elevada.
22.1. Introdução
Na acepção mais ampla, gerador de vapor é um trocador de calor que tem por finalidade a
produção de vapor a partir de um fluido vaporizante e energia térmica. A energia térmica pode ser
obtida através da queima de um combustível sólido, líquido ou gasoso, ou por intermédio de
resistências elétricas. As usinas termonucleares utilizam a fissão de urânio 235 como energia
térmica. Nosso interesse é pelos geradores de vapor de água.
As caldeiras podem ser classificadas conforme qualquer das características seguintes: uso,
pressão de serviço, fonte de aquecimento, conteúdo nos tubos, tipo de fornalha e princípio de
funcionamento.
GASES QUENTES
TUBO
ÁGUA VAPORIZANDO
Figura WWWW: Tubo de caldeira flamotubular
Como desvantagens:
10/03/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 162
Capítulo XXII - GERAÇÃO DE VAPOR
- pressão limitada: no máximo até 15 atm, devido à espessura de chapa dos corpos
cilíndricos crescer com o diâmetro;
- partida lenta devido ao grande volume de água;
- pequena taxa de vaporizaçào (produção de vapor por unidade de superfície de
aquecimento);
- oferecem dificuldade para instalação de superaquecedor, economizador e pré-aquecedor;
- pequena capacidade.
Fornalha
alimentação de água
nível
Tubos de fogo
Saída de As caldeiras
vapor aquotubulares são aquelas em
que as chamas e os gases de
Fornalha combustão envolvem os tubos,
circulando água internamente
aos tubos, como mostrado na
figura ao lado.
água
água +
As caldeiras
vapor
aquotubulares são utilizadas
Maçaricos
nos modernos projetos
gases de industriais, possibilitando a
combustão
produção de grandes
quantidades de vapor a
Figura ZZZZ: Caldeira Aquotubular elevadas temperaturas. A
produção de vapor neste tipo
de caldeiras atingem até 750 tonelada/hora a pressões de até 200 kgf/cm2.
Tiragem natural: o fluxo dos gases de combustão é obtido unicamente pela ação da
chaminé, devido à diferença de densidades ao longo da mesma, provocada pela diferença de
temperatura dos gases de combustão entre o início e o topo da chaminé.
10/03/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 163
Capítulo XXII - GERAÇÃO DE VAPOR
Tiragem mecânica forçada : o fluxo dos gases de combustão é obtido através da instalação
de um ventilador na linha de ar de combustão, forçando-o a entrar na câmara de combustão. A
pressão na câmara de combustão deste tipo de equipamento é positiva.
Tiragem mecânica induzida : o fluxo dos gases de combustão é obtido através da instalação
de um ventilador na saída dos gases, induzindo assim os gases a percorrerem o gerador de vapor.
entrada do superaquecedor
economizador
saída
convecção
radiação
bomba de circulação
VAPOR
SATURADO
ÁGUA
+ VAPOR
VAPOR ÁGUA
SUPER-
AQUECIDO
ÁGUA
d) Paredes de água : são paredes formadas por tubos, interligando os tambores de água e de
vapor. As paredes de água (laterais, frontais, de teto e de fundo) geram um espaço vazio
denominado “Câmara de combustão”. Os ítens a a d constituem a caldeira propriamente dita, que é
a responsável pela produção de vapor saturado.
devido ao maior salto entálpico possível. O total de energia ganho utilizando-se vapor
superaquecido é de aproximadamente 3 % por cada 60 oC de superaquecimento.
- custos de manutenção
- espaço disponível para a caldeira
- características do combustível
- temperaturas desejadas para a entrada do ar de combustão e para a saída dos gases de
combustão.
Com combustíveis comuns, a eficiência de uma caldeira aumenta em cerca de 2,5 % para
cada 50 oC de redução na temperatura dos gases de combustão.
setor de selagem O aquecimento do ar de
combustão para acima de 150 oC
proporciona uma economia de 5 a 10
% de combustível.
setor de gás
setor de ar
O pré-aquecedor de ar acelera
a combustão em todas as cargas,
melhora a combustão em baixas
cargas e aumenta a eficiência da
caldeira.
Os pré-aquecedores podem
setor de selagem ser classificados de acordo com o
saída de gás entrada de ar princípio de sua operação, em
recuperativos ou regenerativos.
Nos pré-aquecedores
recuperativos, o calor proveniente do
Grupo de chapas Grupo de chapas gás de combustão é transferido para o
ar através de uma superfície metálica
Nos pré-aquecedores
regenerativos, o calor é transferido
entrada de gás saída de ar indiretamente do gás para o ar,
através de um elemento de
Figura EEEEE: Pré-aquecedor rotativo “armazenagem”, por onde passam o
ar e o gás, alternadamente. O
aquecedor regenerativo do tipo Ljungstron é dos mais utilizados. É constituído de um invólucro
metálico isolado no interior do qual gira um rotor totalmente metálico, dividido em
compartimentos. À medida que o rotor gira, as colméias se aquecem com o gás de combustão e
transferem esta energia do outro lado, quando estão em contato com o ar de combustão.
g) Economizadores: É o equipamento que tem por finalidade absorver o calor sensível dos
gases de combustão, para aquecer a água de alimentação das caldeiras. Deste modo, os gases, com
temperatura já inferior à da fornalha, cedem mais calor, resultando em maior economia para o
sistema.
Deste modo, é importante também manter uma temperatura na água de alimentação acima do ponto
de condensação dos compostos de enxofre, que é de cerca de 90 oC.
Com esta finalidade, os ramonadores são instalados nas caldeiras, entre as fileiras de tubos.
Basicamente, os ramonadores são compostos de um tubo perfurado ligado a uma rede de vapor, que
possuem um movimento lento de rotação, direcionando o jato de vapor para todos os tubos das
adjacências. Nos ramonadores retráteis, estes tubos são recolhidos para evitar entupimento dos
furos.
Durante a ramonagem, a velocidade dos gases de combustão dentro da fornalha deve ser
aumentada, para possibilitar o arraste da fuligem que está sendo removida. Neste caso, os dampers
deverão ser abertos.
tipo de válvulas deve ser corretamente dimensionado e atender aos seguintes requisitos:
As válvulas de extração
1 (dreno) de fundo tem como
finalidade reduzir a quantidade de
2
sólidos e sais que se depositam
como lama no Tubulão inferior, e
são na realidade duas válvulas
4 instaladas em série, acionadas de
forma a garantir sempre perfeita
vedação (a válvula mais próxima
do Tubulão é sempre a primeira a
3
ser aberta e a ultima a ser
fechada).
Estes níveis de pressão são estabelecidos para adequar as características do vapor para cada
tipo de consumidor/utilização:
- Fluído de aquecimento em geral, tanto para traço de vapor como para permutadores de
calor.
turbina de condensação
e extração
redutora de
alta pressão
condensado de
alta pressão
água água
P=17 kgf/cm2 T = 275 oC vapor de média pressão
PG redutora de
Condensado de média pressão
média pressão água PG
turbina
água de contra
P=3,5 kgf/cm2 T = 180 oC vapor de baixa pressão
pressão
Condensado
PG de baixa pressão
PG Condensado
de baixa pressão
- troca de uma bomba acionada a motor elétrico por turbina (aumenta consumo de vapor de
média)
- aumentar a extração na turbina de extração (aumenta a disponibilidade de vapor de
média)
- redução na turbo geração e aumento na compra de energia elétrica da concessionária
(aumenta a disponibilidade de vapor de alta para as grandes máquinas)
- etc.
10/03/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 170
Capítulo XXII - GERAÇÃO DE VAPOR
11/03/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 171
Capítulo XXIII - OUTRAS UTILIDADES
23.1. Introdução
Além da necessidade de água, energia elétrica e de vapor, uma unidade industrial requer
outras utilidades para a sua planta.
Contudo, outras utilidades são necessárias, a fim de tornar possível a operação da planta.
Passaremos a descrevê-las a seguir.
1. AR COMPRIMIDO
2. GÁS COMBUSTÍVEL
Este vaso é dotado de um demister no topo, para evitar o arraste de líquido pelo gás, e de
uma serpentina de vapor no fundo, para vaporizar eventuais líquidos que se acumulem no fundo.
11/03/98 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 172
Capítulo XXIII - OUTRAS UTILIDADES
O sistema de óleo combustível tem por finalidade alimentar os queimadores dos fornos e
caldeiras em operação na refinaria.
Normalmente, este sistema é composto de dois tanques aquecidos por serpentinas a vapor.
O óleo combustível pode ser alimentado do sistema de tancagem de produtos da refinaria, ou então
diretamente da produção da unidade de processo.
Outra finalidade do óleo de selagem, como o próprio nome diz, é a de selar os mancais dos
equipamentos rotativos (bombas) contra vazamentos.
Deste tanque, o óleo é bombeado para os consumidores. Neste sistema, não há retorno de
produto, uma vez que o óleo utilizado na selagem e/ou diluição de sistemas incorpora-se ao
produto.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 174
Capítulo XV - TRATAMENTO DE DERIVADOS
23.1. Tanques
1. Petróleo :
Tanque de teto flutuante, sem isolamento e sem aquecimento
3. Produtos Líquidos Pesados (Ponto de fulgor acima da atmosférica, porém Ponto de Fluidez
abaixo da ambiente)
Tanque de teto fixo, sem isolamento e sem aquecimento
Produtos : querosene e óleo diesel
4. Produtos Líquidos Pesados (Ponto de fulgos acima da atmosférica, e Ponto de Fluidez acima da
ambiente)
Tanque de teto fixo, com isolamento e sem aquecimento.
Produtos : óleos combustíveis, gasóleos, óleos desasfaltados
5. Produtos ultraviscosos
Tanque de teto fixo, com isolamento e com aquecimento.
Produtos : óleos combustíveis ultraviscosos, asfalto, resíduo de vácuo.
Como podemos ver, os tanques de teto flutuante são utilizados para produtos com baixo
ponto de fulgor, e os de teto fixo, para produtos com alto ponto de fulgor.
05/08/97 CURSO DE REFINAÇÃO DE PETRÓLEO página 175
Capítulo XV - TRATAMENTO DE DERIVADOS
Os álcoois (etanol anidro e metanol) são armazenados em tanques de teto fixo com selo de
teto flutuante.
23.2. Esferas
Esta área é composta pelos tanques de armazenagem dos seguintes produtos : óleo diesel,
óleo combustível dos tipos 1 a 3, álcool anidro, metanol, MTBE e oledutos de claros I, II e OSRIO
e oleoduto de escuros.
Os oleodutos enviam e recebem produtos de/para as unidades de processo, e para tal, a área
possui dois parques de bombas, uma de boosters e outra principal de oleodutos, além das bombas
para envio de produtos para a base e movimentações internas.
Esta área possui um parque de bombas constituído de 12 bombas centrífugas verticais, que
se destinam à movimentação interna, transferência para as Companhias Distribuidoras, envio para
reprocessamento ou retratamento, e como “booster” para envio aos oleodutos.