Fundamentos de Enfermagem
Fundamentos de Enfermagem
Fundamentos de Enfermagem
Enfermagem
Indaial – 2021
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2021
Elaboração:
Prof.ª Ana Gabriela Silva
Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba
S586f
ISBN 978-65-5663-827-0
ISBN Digital 978-65-5663-823-2
CDD 610
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático Fundamentos de Enfermagem.
Nós abordaremos os fundamentos teóricos e práticos de enfermagem, isto é, princípios
que ajudam a desenvolver conhecimentos e atitudes específicas, habilitando o
profissional para que ele forneça a assistência de enfermagem em todas as fases do ciclo
vital do indivíduo, seja em situações de menor ou de alta complexidade. A construção
de tais conhecimentos abarca a aplicação de semiologia e semiotécnica com base
nos aspectos ético e científicos, no raciocínio clínico e na sistematização da assistência.
Além disso, conheceremos também as noções e técnicas de enfermagem em campo de
estágio, assim como a relação profissional de enfermagem com o paciente.
Na Unidade 1, estudaremos o conhecimento crítico na prática da enfermagem,
destacando a coleta de dados, o diagnóstico de enfermagem, o planejamento e a
implantação dos cuidados.
Em seguida, na Unidade 2, conheceremos os princípios para a prática de
enfermagem, como a segurança do paciente, os sinais vitais e o exame físico,
preparando o futuro profissional para uma prática responsável, consciente e ética.
Por fim, na Unidade 3, aprenderemos prevenção e controle de infecções.
Desse modo, discorreremos acerca das características da infecção, higienização das
mãos e preparo de ambiente estéril. Portanto, é um assunto de extrema relevância para
uma prática de cuidados.
Assim, espera-se que possa construir os seus conhecimentos, através dos
materiais selecionados, que estimulem sua leitura e agucem sua curiosidade, por
uma prática de cuidados de saúde com responsabilidade e ética promovendo uma
aprendizagem eficaz, colaborando com uma formação profissional de excelência.
Bons estudos!
Prof.ª Ana Gabriela Silva
Prof.ª Lucia Aba Youssef Haboba
GIO
Você lembra dos UNIs?
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a
você – e dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, a UNIASSELVI disponibiliza materiais
que possuem o código QR Code, um código que permite que você acesse um conteúdo
interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar essa ferramenta,
acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só aproveitar essa
facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é uma
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 45
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................96
REFERÊNCIAS.....................................................................................................................139
UNIDADE 1 -
CONHECIMENTO CRÍTICO NA
PRÁTICA DE ENFERMAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
Acesse o
QR Code abaixo:
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
COLETA DE DADOS DA ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
IMPORTANTE
Segundo Murta e Garcia (2006), as atitudes ideais para desenvolver
um raciocínio critico são: confiança; pensar de maneira independente;
imparcialidade; responsabilidade e obrigação; assumir riscos; disciplina;
perseverança e criatividade; curiosidade; integridade e humildade.
3
• Reflexão: como um processo crítico, discrimina o que é relevante e determina a
razão das ações.
• Contexto: inclui cultura, fatos, conceitos, regras, princípios e pressupostos que
moldam o modo de construção do conhecimento. É atributo para a compreensão.
• Diálogo: por meio do diálogo a situação é moldada de forma reflexiva para gerar o
entendimento.
• Tempo: a noção de tempo indica que a aplicação prévia da aprendizagem tem
impacto sobre a ação futura.
ATENÇÃO
O ser humano é, em essência, um ser social, de modo que cria vínculos,
laços afetivos e se sente responsável e comprometido com aqueles que
ama, portanto, é sensível e vive no cuidar e ser cuidado. Desse modo,
a prática da enfermagem tem como origem o processo do cuidar nas
bases cientificas de atuação, além das necessidades humanas básicas
quando a pessoa está fragilizada, por isso também tem compromisso
com o cuidado existencial, ou seja, o autocuidado, a autoestima,
autovalorização e cidadania, afinal, cuidar não é apenas um ato, é uma
atitude (MURTA; GARCIA, 2006).
4
A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) foi institucionalizada em
2002, a partir da Resolução do COFEN Nº 272/2002, sendo que o Conselho Federal
de Enfermagem (COFEN) é o órgão federal responsável por normatizar e fiscalizar o
exercício da profissão de enfermagem, zelando pelo cumprimento das leis do exercício
profissional. O principal objetivo da SAE é estabelecer uma melhora na qualidade da
assistência, ou seja, na prática de um processo de trabalho adequado às necessidades
humanas. É uma atividade exclusiva do enfermeiro, que, a partir do método e da
estratégia de trabalho científico, busca identificar situações de saúde ou doença que
sirvam como parâmetro para a assistência de enfermagem.
INTERESSANTE
Historicamente, o processo de enfermagem coincide com o que
Florence Nightingale (1820-1910), considerada precursora da
enfermagem moderna, enfatiza: o profissional da enfermagem deveria
ser ensinado a observar e ter um julgamento sobre suas práticas.
Segundo Barros et al. (2015), no Brasil, o processo de enfermagem
foi introduzido por Wanda de Aguiar Horta (1926-1981), na década
de 1970, que o definiu como a dinâmica das ações sistematizadas e
interrelacionadas visando a assistência ao ser humano.
5
O processo de enfermagem começa quando o paciente é admitido na unidade
de saúde e continua até sua alta. A coleta de dados ou investigação é a primeira fase
do atendimento. O histórico de dados do paciente tem como objetivo principal, como o
próprio nome indica, uma coleta de informações sobre a situação de saúde, procurando
evidências de funcionamento anormal ou de fatores de risco.
NOTA
Enfermagem é a ciência e a arte de assistir o ser humano no atendimento
de suas necessidades básicas, de torná-lo independente desta assistência
por meio da educação. Além de recuperar, manter e promover sua saúde,
contando com a colaboração de outros grupos profissionais.
2 ABORDAGEM AO PACIENTE
A abordagem direcionada ao paciente implica compreensão do processo do
cuidar, uma vez que ele envolve todas as questões pertinentes ao paciente, ou seja, na
visão biopsicossocial do indivíduo, nas instâncias mais profundas que envolvem sua
vida, suas crenças, seu emocional, os aspectos materiais, morais e éticos, enfim, sua
forma de viver.
6
IMPORTANTE
Outro fator relevante é a comunicação, ou seja, a forma como o
paciente consegue exteriorizar o que se passa em seu mundo interior,
trazendo informações ao profissional de enfermagem. O intuito do
profissional deve ser esclarecer, perceber o que é necessário sem
adotar uma postura de julgamentos prévios, muitas vezes tendo que
respeitar o silêncio do outro.
7
A coleta de dados, segundo Barros et al. (2015), pode ser de quatro tipos:
NOTA
A entrevista tem como objetivo o levantamento de dados referentes
ao estado físico e emocional do paciente, permitindo a reunião
de informações que irão direcionar o profissional sobre o que
especificamente deve ser investigado no exame físico.
8
Como aponta Murta e Garcia (2006), respeitar a fala livre do paciente já é um
ato terapêutico, pois pode se tratar de um desabafo, reduzindo, assim, a ansiedade.
Conforme o paciente relata acerca da sua condição, a enfermeira precisa estruturar
a história, e caso apareçam dúvidas, o papel da profissional é fazer perguntas para
levantar pontos importantes.
O exame físico (cujo assunto será desenvolvido na Unidade 3), tendo como base
as informações da entrevista, irá realizar a coleta de dados que validarão a entrevista,
levantando os dados sobre a saúde do paciente e suas respectivas anormalidades
apontadas no histórico em relação a suas queixas.
IMPORTANTE
Na área da saúde, o objetivo não é a cura somente, mas sim produzir o
cuidado, pois ele é o caminho para tal, ou seja, é a essência dos serviços de
saúde (MURTA; GARCIA, 2006).
9
ATENÇÃO
A coleta de dados pode ser ampla, com dados predeterminados em um
contato inicial, ou pode ser focalizada, quando realizada com dados
específicos de acordo com a situação apresentada.
Para Barros et al. (2015), devido à natureza dos dados coletados, podemos
considerar que eles não são indicadores perfeitos ou exatos do estado de saúde ou do
problema apresentado pela pessoa. Nesse contexto, a qualidade da informação, mais
do que a quantidade, é importante para o julgamento do diagnóstico.
10
paciente, também é importante na determinação e avaliação da dor: sinais vitais,
náuseas, coloração da pele, tensão muscular, postura, expressão facial e verbal,
ansiedade e depressão, fatores estes de ordem fisiológica, comportamental e afetiva.
• Histórico da doença atual: sintomas relacionados com a doença devem ser
investigados de forma minuciosa, como horário de aparecimento e duração.
• Antecedentes pessoais: como alergias, medicações em uso, vícios, hábitos,
hidratação, sono, higiene e eliminação e religião.
• Antecedentes familiares: pesquisando doenças congênitas, hereditárias e
contagiosas.
ATENÇÃO
As observações do enfermeiro devem seguir um plano lógico e ordenado.
Essas informações são obtidas por meio da utilização dos sentidos:
visão (inspeção), audição (ausculta), olfato (percepção de cheiros) e tato
(palpação) (MURTA; GARCIA, 2006).
11
Estabelecido esse entendimento, aplica-se a comunicação (ou a forma de
comunicação), com o intuito de estar e ser a escuta necessária para a prática do “ouvir”.
Sendo que ouvir é um processo mecânico que ocorre a partir do estímulo ao aparelho
auditivo, ao passo que, escutar implica diretamente em prestar atenção ao que está
sendo dito, refletir e assimilar o conteúdo, e no caso do enfermeiro, sem julgamentos.
Desse modo, a comunicação pode não ser efetiva por diversos motivos,
tais como: limitações presentes no emissor ou no receptor; falta de capacidade de
concentração da atenção; pressuposição da compreensão da mensagem; imposição
de valores; influência de mecanismos inconscientes (MURTA; GARCIA, 2006).
IMPORTANTE
Embora pareça simples, a prática da escuta é uma das questões mais
desafiadoras. Saber ouvir o paciente implica considerar informações para
além do que o paciente fala, além das possibilidades do indivíduo em
verbalizar aquilo que está acontecendo. No entanto, cabe destacar que
não é um dom natural, mas sim uma prática constante. A escuta ativa
pode acelerar o processo de busca de intervenções positivas no cuidado
da enfermagem.
12
NOTA
Escutar não é sinônimo de ouvir. Derivado do verbo “escutar”, do latim
“auscultare”, significa tornar-se ou estar atento para ouvir, aplicar o
ouvido com atenção para perceber (MARTINS, 2014).
13
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
14
AUTOATIVIDADE
1 O enfermeiro é um ser humano que, a partir de pesquisas científicas e raciocínio
crítico, está disposto a obter habilidades da prática do cuidar. No entanto, também
é um ser humano com sentimentos, emoções e valores próprios, porém, esses
aspectos não podem interferir em seus julgamentos. Assim, o cuidado tem sido
estudado na enfermagem, a partir de teorias e práticas para uma atuação profissional
de qualidade. Desse modo, surgiu a Sistematização da Assistência a Enfermagem
(SAE), na qual podemos notar que o processo de enfermagem ocorre em cinco
etapas interrelacionadas: investigação, diagnóstico, planejamento, implementação
e avaliação. Sobre as etapas, analise as sentenças a seguir e classifique V paras
verdadeiras e F para as falsas:
15
Assinale a alternativa CORRETA:
a) ( ) As sentenças I e II estão corretas.
b) ( ) Somente a sentença IV está correta.
c) ( ) As sentenças III e IV estão corretas.
d) ( ) As sentenças I e III estão corretas.
16
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
DIAGNÓSTICO DE ENFERMAGEM
1 INTRODUÇÃO
Acadêmico, no Tópico 2, abordaremos os seguintes temas: a elaboração do
pensamento crítico e do diagnóstico de enfermagem, as principais fontes de erros no
diagnóstico e, por fim, a aplicação do diagnóstico ao plano de cuidado da enfermagem.
IMPORTANTE
Alguns fatores podem determinar os erros no diagnóstico de enfermagem,
a começar por uma coleta de dados incorreta, com pouca atenção, sem
conhecimento científico sobre patologias, sinais e sintomas, estresse e
falta de atenção na escuta. Portanto, a falta de capacitação profissional e as
dificuldades de interpretação por deficiência na construção do raciocínio
crítico são determinantes para o impedimento de uma boa elaboração do
diagnóstico de enfermagem.
17
O uso do diagnóstico de enfermagem permite que o profissional repense seu
papel e sua proposta de trabalho, pois promove maior aproximação com o paciente,
uma vez que é aplicado o processo de humanização. Além disso, facilita a priorização de
cuidados e a transmissão de informações para a equipe, estimula o desenvolvimento de
uma visão crítica, contribui para o desenvolvimento do conhecimento científico e para
o desenvolvimento pessoal.
NOTA
O raciocínio clínico está presente ao identificar o diagnóstico de
enfermagem, definir metas, escolher as intervenções e avaliar os
resultados obtidos.
ATENÇÃO
Os enfermeiros podem e sentir desconfortáveis ao estabelecer diagnósticos
de enfermagem em decorrência de uma lacuna entre o levantamento de
dados e os diagnósticos, causada por falhas nos instrumentos da coleta
(BARROS, 2010).
18
Considerando que o profissional de enfermagem precisa ter conhecimento
sobre os diagnósticos (como definições e características), é necessário que ele recorra
aos processos lógicos do pensamento, e não somente a informações de outras pessoas,
ou seja, o profissional deve aprender e raciocinar acerca dos conceitos, portanto, não se
trata de um processo de memorização. Além disso, é importante procurar apoio, a fim de
adquirir confiança no raciocínio (NANDA, 2010).
ATENÇÃO
Para raciocinar sobre o diagnóstico junto à investigação de enfermagem,
é preciso, inicialmente, ter a hipótese diagnóstica, analisada ao longo
do processo investigativo, além da investigação completa, evidentemente
(BARROS et al., 2015).
• confiança;
• pensar de maneira independente;
• imparcialidade;
• responsabilidade e obrigação;
• assumir riscos;
• disciplina;
• perseverança;
• criatividade e curiosidade;
• integridade e humildade;
• observação, comunicação e ouvir reflexivamente;
• usar terapeuticamente o silêncio e verbalizar a aceitação e o interesse;
• usar frases com sentido aberto;
• repetir comentários ou última palavras ditas pelo cliente;
• fazer pergunta e devolver a pergunta feita;
• usar frases descritivas;
• permitir que o paciente escolha o assunto;
19
• verbalizar dúvidas;
• dizer não;
• usar terapeuticamente o humor;
• resumir o conteúdo da conversa.
20
INTERESSANTE
O roteiro produzido pela NANDA (North American Nursing Diagnosis
Association), fundada em 1982, tem por objetivo padronizar os termos
para enfermagem. Foi aprovada, em 1986, a Classificação de Diagnósticos
da Enfermagem – Taxonomia, com mais de 200 termos e definições para
respostas humanas: trocar, comunicar, relacionar, valorizar, escolher,
mover, perceber, conhecer e sentir. Os dados são validados por meio
de instrumentos representativos das propriedades da resposta humana
que está sendo avaliada. Trata-se de um sistema que possibilita a
colocação de diagnósticos em uma estrutura de organização que
inclui intervenções e resultados da Classificação das Intervenções de
Enfermagem (NIC) e Classificação de Resultados de Enfermagem (NOC),
criando um sistema de linguagem capaz de documentar o atendimento
de enfermagem de forma padronizada.
• a estrutura do diagnóstico;
• o tipo de diagnóstico;
• os sete eixos de diagnóstico;
• as prioridades nas necessidades do paciente.
21
ATENÇÃO
As habilidades cognitivas de análise, o raciocínio lógico e a aplicação de
padrões são apenas três dos processos de pensamentos necessários
para um diagnóstico preciso de enfermagem (NANDA, 2010).
ATENÇÃO
A falta de evidências para uma decisão diagnóstica, ou seja, sem
envolvimento absoluto por parte do profissional e sem responsabilidade na
sua discussão com a equipe de enfermagem, pode ocasionar erros graves.
A partir dos estudos de Silva et al. (2011), foi constatado que o diagnóstico de
enfermagem é considerado como uma das etapas mais complexas na sistematização de
assistência, gerando muitos problemas em sua realização. O profissional de enfermagem
encontra grandes dificuldades para sua implantação, além de a julgar como uma prática
desnecessária.
22
falta de conhecimento sobre a sistematização, inclusive, não puderam citar nenhum
diagnóstico de enfermagem e não a utilizavam, nem mesmo executavam as etapas
de investigação, diagnóstico, planejamento implementação e avaliação. Também se
verificou a ausência de formulários, além de condições inadequadas de trabalho.
23
FONTE: Adaptado de Carpenito (1999)
24
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Após a fase da coleta de dados, deve-se analisar e comparar os dados obtidos, com
o objetivo de estabelecer o diagnóstico de enfermagem.
25
AUTOATIVIDADE
1 De acordo com nossos estudos, o roteiro produzido pela NANDA (North American
Nursing Diagnosis Association) objetiva a padronização dos termos para enfermagem.
Em 1986, então, foi formalizada a Classificação de Diagnósticos da Enfermagem,
com mais de 200 termos. As prioridades, em relação às necessidades humanas, são
denominadas como domínios. Sobre os domínios, assinale a alternativa CORRETA:
I- Real.
II- De risco.
III- De promoção da saúde.
IV- De bem-estar.
V- De síndrome.
26
3 Pudemos compreender que o diagnóstico de enfermagem apresenta como elementos
básicos o conhecimento científico, o pensamento crítico, conhecimento sobre os
parâmetros das necessidades humanas básicas relacionadas a saúde, uma coleta
de dados eficaz, um raciocínio clínico adequado, uma boa comunicação, curiosidade
investigativa, enfim, uma série de requisitos necessários. No entanto, algumas
questões podem ser uma fonte de erros no diagnóstico de enfermagem. Quanto ao
que pode gerar erros no diagnóstico, assinale alternativa CORRETA:
27
28
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DOS
CUIDADOS
1 INTRODUÇÃO
Para isso, as ações são priorizadas com base nas necessidades do paciente, na
prevenção, promoção, recuperação e manutenção de sua saúde. O planejamento exige
uma visão sobre os recursos humanos envolvidos, as perspectivas do paciente e os
fatores de risco. O planejamento, então, é o plano de cuidados.
29
ATENÇÃO
Na implementação, a capacitação da equipe irá determinar se o
planejamento esteve adequado às necessidades do paciente. Na
prescrição da enfermagem, cumprida pela equipe, além de estabelecer
critérios para uma conduta individualizada ao paciente, deve ser usada
uma linguagem coesa, clara, objetiva, fundamentando todo o processo
de sistematização.
NOTA
Os cinco certos de delegar em enfermagem são: a tarefa certa, a pessoa
certa, na situação certa, comunicação certa e avaliação certa.
30
Visando, assim, a garantia de um prognóstico que possa atender às necessidades
básicas do paciente, alteradas após a implementação do plano assistencial a partir
dos dados fornecidos pela evolução de enfermagem.
ATENÇÃO
Precisamos considerar também o conhecimento científico, as
habilidades do enfermeiro e de sua equipe, a aceitação do paciente e
os materiais disponíveis no ambiente em que o cuidado será aplicado.
O resultado esperado pode ser atingido se houver tempo suficiente e
se o paciente concordar com as condições para atingi-lo.
31
O processo de saúde-doença, além de seus padrões estabelecidos por um
conhecimento científico, tem seus padrões subjetivos e emocionais que devem ser
percebidos pelo enfermeiro, e no qual a equipe deve ser capacitada para seguir o que
for proposto.
IMPORTANTE
Ao treinar a equipe, é fundamental ter clareza, linguagem adequada e
estabelecer as principais metas que deverão ser seguidas, fazendo com
que a comunicação seja compreendida, pois o enfermeiro, enquanto
líder, deve estar preparado para um trabalho a ser delegado e cumprido
de forma objetiva, profissional e com êxito.
O enfermeiro ter tais informações para adequar a linguagem, para que o êxito
das equipes seja real, é exatamente na fase da implementação e da avaliação que
surge a possibilidade de recorrer a novas estratégias, caso sejam necessárias. Porém,
as estratégias só poderão ser reavaliadas se os agravos não levarem o paciente a
uma situação de maior gravidade. Portanto, cabe ao enfermeiro estar em constante
reavaliação de suas próprias práticas.
32
monitora sinais de aparecimento do problema; no de bem-estar, monitora a participação
do paciente nas mudanças do estilo de vida; e nos problemas colaborativos, o surgimento
de um problema ou a mudança em um problema já existente.
IMPORTANTE
Para cada resultado esperado, o enfermeiro é responsável por propor
intervenções de enfermagem e prescrever ações que visem reduzir ou
eliminar os fatores que contribuem para o diagnóstico, assim como
proporcionar níveis mais elevados de saúde, prevenir problemas e
monitorar o estado de saúde atual ou o surgimento de problemas
(BARROS et al., 2015)
33
Além disso, as ações podem ser de cuidado direto (realizadas diretamente)
ou de cuidado indireto (realizadas sem a presença da pessoa e intervenções de
coordenação e controle do ambiente em que o cuidado é oferecido). Ambas devem ser
prescritas pelo enfermeiro logo após o diagnóstico da enfermagem ter sido realizado.
ATENÇÃO
Toda a equipe deve realizar anotações relacionadas às intervenções
prescritas, pois elas contribuem significativamente na reavaliação da
pessoa cuidada.
IMPORTANTE
Dentro desse contexto, ocorrem as anotações e a evolução de
enfermagem. Para tanto, as informações devem ser claras, objetivas,
com letra legível, sem rasuras, com datas, horários, identificação do
profissional e terminologias corretas.
34
Os dados precisam se apresentar objetivos e evidentes, sem análise, com a
descrição feita por todos e quando ocorre o fato. Cabe destacar que as anotações são
feitas sobre o que foi observado ou realizado, sem interpretações ou julgamento.
ATENÇÃO
O enfermeiro, em seu cotidiano, utiliza processos mentais que muitas
vezes não se restringem a raciocínios lógicos. Do inconsciente surgem os
meios, a partir dos quais se tiram as conclusões a respeito do paciente,
ainda que sem uma conexão direta com fatos relatados ou observados
(BARROS, 2010).
35
QUADRO 3 – DIFERENÇA ENTRE ANOTAÇÃO E EVOLUÇÃO
FONTE: A autora
IMPORTANTE
Devemos observar que existe uma diferença entre avaliar
os diagnósticos de enfermagem e avaliar os problemas
colaborativos. No primeiro caso, o enfermeiro deve se atentar ao
estado do paciente, comparando suas respostas aos critérios de
resultados e concluindo se o paciente está ou não progredindo em
relação ao estado esperado. Já os problemas colaborativos dizem
respeito à coleta de dados selecionados, comparação de dados com
as normas estabelecidas e julgamento, para analisar se os dados
estão dentro de uma variação aceitável.
36
• Estrutura: refere-se aos recursos materiais humanos e financeiros, garantindo um
mínimo de qualidade à assistência.
• Processo: inclui o julgamento do cuidado prestado.
• De resultado: diz respeito à satisfação do paciente durante e após o cuidado.
ATENÇÃO
Algumas questões devem ser levantadas na avaliação: se os resultados
esperados foram alcançados e se houve modificação nos indicadores, se
não, qual é a razão.
37
LEITURA
COMPLEMENTAR
RACIOCÍNIO CLÍNICO, O PENSAMENTO CRÍTICO E O DIAGNÓSTICO DE
ENFERMAGEM
38
Na prática do enfermeiro, o pensamento crítico é uma dimensão da inteligência,
essencial para que se realize o processo diagnóstico. Os enfermeiros e estudantes
podem melhorar sua prática de enfermagem se aplicarem processos de pensamento,
principalmente o pensamento crítico. Foi a partir do uso das linguagens padronizadas,
mais especificamente com o uso dos diagnósticos de enfermagem, que foram levantadas
as questões relativas aos processos mentais envolvidos na interpretação dos dados.
39
dez hábitos da mente como processos mentais que ocorrem no mundo interno do
enfermeiro. Segundo Lunney (2004), as habilidades cognitivas são o contexto no qual
os hábitos da mente são úteis. O enfermeiro pode desenvolver ambos os aspectos à
medida que aprende a diagnosticar. São eles:
Habilidades cognitivas:
Hábitos da mente:
40
As habilidades cognitivas relacionadas aos hábitos da mente são características
da inteligência aplicadas na interpretação de casos clínicos e formulação de diagnósticos.
Ambos podem ser desenvolvidos por meio da metacognição. É por meio da metacognição
que a inteligência e o pensamento crítico são aperfeiçoados. Na metacognição, ocorre o
pensar sobre o pensamento. É um método de auto aperfeiçoamento e serve de base para
o crescimento profissional. Pelas habilidades cognitivas e hábitos da mente, o enfermeiro
possui a linguagem, significado e estrutura para analisar o próprio pensamento. As
habilidades, os processos de cognição e metacognição devem ser estimulados como
um compromisso individual do enfermeiro, assim como realizar análise, intervenção e
avaliação acuradas. Desta maneira, os preceitos éticos da profissão serão cumpridos.
41
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
42
AUTOATIVIDADE
1 O enfermeiro realiza a entrevista e o exame físico do paciente, levando em
consideração todas as anotações feitas pela equipe, desde a última avaliação até
aquele momento. Quanto mais dados houver, mais modificações poderão ocorrer no
planejamento da assistência. Sobre os tipos de avaliação, associe os itens utilizando
o código a seguir:
I- Estrutura.
II- Processo.
III- De resultado.
I- Dependentes.
II- Interdependentes.
III- Independentes.
43
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) I – II – III.
b) ( ) II – I – III.
c) ( ) III – II – I.
d) ( ) II – III – I.
44
REFERÊNCIAS
BARROS, A. L. B. L. et al. Anamnese e exame físico: avaliação diagnóstica de
enfermagem no adulto. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
45
46
UNIDADE 2 —
PRINCÍPIOS PARA A
PRÁTICA DE ENFERMAGEM
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
47
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
48
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
SEGURANÇA DO PACIENTE
1 INTRODUÇÃO
A segurança do paciente, embora seja essencial para o atendimento de
enfermagem, ainda é recente, pois foi criada pelo Ministério da Saúde em 2013, dentro do
Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP).
2 A SEGURANÇA DO PACIENTE
A OMS coloca a segurança do paciente com seis atributos de assistência de
qualidade, junto com a efetividade da assistência, o cuidado prestado, tendo o paciente
como centro do atendimento, a oportunidade, a eficiência e a equidade. A partir disso,
a segurança do paciente passa a ser subdivida em seis protocolos básicos, sendo eles:
identificação correta do paciente; higiene das mãos dos profissionais; cirurgia segura;
prescrição e administração de medicamentos seguros; prevenção de quedas do paciente
e prevenção do desenvolvimento de úlcera por pressão (BRASIL, 2014).
No entanto, antes de nos aprofundarmos sobre os seis protocolos básicos,
precisamos conhecer alguns conceitos fundamentais para o contexto de segurança do
paciente. Vamos lá?
49
• Dano: qualquer comprometimento da estrutura ou da função do corpo decorrente
de uma doença, lesão, incapacidade ou até mesmo uma conduta ou procedimento
equivocado que pode gerar uma perda ou agravamento à saúde. Esse dano pode ser
físico, social ou psicológico.
• Risco: todos os fatores que possam propiciar o risco de um incidente ocorrer de fato.
• Incidente: fato ou situação que pode gerar ou que gerou um dano dispensável ao
paciente.
• Incidente sem lesão: fato ou situação indesejável que ocorreu, porém, sem nenhum
dano ao paciente.
• Evento adverso: incidente que afeta o paciente, resultando em um dano para ele.
• Near Miss: ocorrência de um incidente, porém sem danos ao paciente.
Desse modo, podemos observar que todo incidente tem um potencial de causar
algum risco à segurança do paciente, podendo afetar diretamente ou não o indivíduo
que recebe os cuidados. Contudo, sabemos também que na prática ocorrem diversos
incidentes, por isso é necessário aplicar maior atenção em alguns, pois são mais comuns e
resultam em danos que podem ser desde temporários até permanentes, podem também
ser incapacitantes ou custar, inclusive, a vida do paciente (BRASIL, 2014).
NOTA
O protocolo de identificação do paciente visa garantir que todos os
procedimentos e cuidados sejam realizados corretamente, evitando a
troca de pacientes.
50
Outro protocolo diz respeito à higienização das mãos. Sabe-se que as mãos
dos profissionais de saúde podem transmitir microrganismos de um paciente para o outro,
ou até mesmo do profissional de saúde para o paciente durante um procedimento ou
um cuidado. Essas são consideradas infecções relacionadas à saúde, podendo gerar
danos à saúde e a ameaçar, ainda, a vida do paciente. Diante disso, é possível prevenir a
infecção cruzada a partir da higienização antes da assistência, ou seja, antes do contato
com o paciente e da realização do procedimento. Além disso, a higienização das mãos dos
profissionais precisa ser feita depois da exposição com fluídos corporais, do contato com o
paciente e do contato com áreas próximas ao paciente, como cama, mesa de cabeceira e
cadeira de repouso, por exemplo (BELELA-ANACLETO; PETERLINI; PEDREIRA, 2017).
A higienização deve ser realizada com sabonete líquido e água, sempre que
houver presença de sujidade visível ou o profissional achar necessário. Sem a presença
de sujidade visível, a higiene pode ser feita com soluções alcoólicas (70%). Lembrando
que as soluções alcoólicas, apesar de mais fáceis, não substituem a necessidade de
lavagem das mãos com água e sabão (BELELA-ANACLETO; PETERLINI; PEDREIRA, 2017).
51
Temos ainda o protocolo da cirurgia segura, no qual o objetivo é minimizar
os riscos de possíveis eventos adversos durante o procedimento cirúrgico. Esse
protocolo visa identificar o paciente certo, a realização do procedimento certo e o local
do procedimento certo, ou seja, busca reduzir possíveis erros, danos e eventos adversos
ao paciente. Ele é fundamental, pois, à medida que as cirurgias ficam mais complexas,
existe também um aumento das chances de dados que podem ser temporários,
permanentes ou até mesmo levar à morte do paciente (SILVA et al., 2017).
IMPORTANTE
Antes de realizar a sedação e a anestesia, é importante conversar com
o paciente, verificar seu nome, confirmar o nome presente na pulseira
e no prontuário. Além disso, é preciso verificar se o procedimento
relatado pelo paciente, o qual ele irá realizar, é o mesmo presente no
prontuário e o que a equipe está pronta a para realizar. Em seguida,
antes de realizar a incisão cirúrgica, a equipe deve novamente confirmar
qual procedimento será realizado.
• Paciente certo: pode ser feito pela conferência do nome e data de nascimento, isto é,
perguntar o nome do paciente, verificar se o nome corresponde ao nome identificado
no leito, nome identificado no prontuário e nome identificado na pulseira.
• Medicamento certo: conferir se o nome do medicamento a ser administrado é o
mesmo que foi prescrito, averiguar alergias com o paciente e no prontuário.
• Via certa: verificar a prescrição, confirmar se é a via recomendada e avaliar se o
medicamente tem compatibilidade com a via prescrita.
52
• Hora certa: a medicação deve ser preparada na hora da administração, de preferência
à beira do leito. Se for o caso, a antecipação ou o atraso da administração em relação
ao horário predefinido, somente poderá ser feito com o consentimento do enfermeiro
e do prescritor.
• Dose certa: conferir se a dose prescrita é a que foi preparada.
• Registro certo da administração: checar a prescrição e registrar qualquer
intercorrência durante a administração.
• Orientação correta: orientar o paciente sobre a medicação administrada, sua
finalidade, o tempo que irão fazer uso dela, a frequência de administração e os horários.
• Forma certa: checar se a forma farmacêutica e a via de administração prescritas estão
apropriadas à condição clínica do paciente (por exemplo, se o nível de consciência
permite administração de medicação por via oral).
• Resposta certa: observar cuidadosamente o paciente para identificar se o
medicamento teve o efeito desejado. Registrar no prontuário e informar ao prescritor
todos os efeitos diferentes (em intensidade e forma) do esperado para o medicamento.
ATENÇÃO
É importante observar quais são as patologias que o paciente apresenta,
pois, a osteoporose e a demência, por exemplo, predispõem ao risco de
queda. Outro fator é o medicamento, como o caso de anti-hipertensivos,
que podem causar tonturas quando o paciente levanta do leito ou da
cadeira de descanso (CUNHA; BAIXINHO; HENRIQUES, 2019).
Por fim, temos o protocolo de prevenção de úlcera por pressão, que tem
como objetivo prevenir o surgimento de úlceras por pressão durante os cuidados em
pacientes acamados ou hospitalizados.
53
FIGURA 3 – POSIÇÕES DO CORPO E SEUS POSSÍVEIS PONTOS DE DESENVOLVIMENTO DE ÚLCERAS
POR PRESSÃO
Essa prevenção precisa ser realizada por meio de uma alimentação balanceada,
pois o estado nutricional ruim propicia o surgimento de úlceras. Além disso, a pele deve
estar sempre hidratada, o paciente com restrição ao leito ou com dificuldade em se
movimentar deve ser trocado a cada duas horas de posição e, por fim, redistribuir o peso
com apoios, por exemplo, para evitar que o peso fique em apenas um ponto do corpo.
54
Em relação à segurança do ambiente, temos que considerar:
• Risco físico: como choque elétrico, temperatura elevada ou baixa, radiação, iluminação
e umidade.
• Risco químico: como incêndio, gases ou vapores.
• Risco mecânico: como o risco de queda.
• Risco biológico: como a contaminação por um vírus ou bactéria em um ambiente
hospitalar.
Sabendo, então, a natureza dos riscos, é possível realizar o controle deles por
meio do reconhecimento das situações propícias. Para tanto, é necessário dar atenção à
tomada de decisão, a qual possui três pontos essenciais: o primeiro é reconhecer os riscos,
ou seja, identificá-los; o segundo é avaliar os riscos para compreender sua magnitude e
a proporção de pessoas que podem ser afetadas por ele; o terceiro é adotar medidas de
controle que visem minimizar, ou se possível, eliminar o risco (POTTER; PERRY, 2013).
IMPORTANTE
Considerando os riscos físicos do ambiente hospitalar, ao pensarmos no
calor, devemos lembrar que este pode ser transmitido de um corpo para
outro, seja por radiação, condução ou convecção. Porém, o importante
é a quantidade dessa energia entregue ou recebida, pois se receber
muito calor, irá causar desidratação no paciente, podendo propiciar o
aparecimento de úlcera por pressão, por exemplo. O mesmo ocorre
se houver perda intensa de calor, isso pode alterar sinais vitais, como
desaceleração dos batimentos cardíacos, dificuldade para respirar e
lentidão para responder estímulos (POTTER; PERRY, 2013).
ATENÇÃO
Sobre as quedas, podemos dizer que elas são um problema de
saúde pública, pois além de aumentarem o tempo de hospitalização
do paciente, é uma das principais causas de morte não intencional de
idosos acima de 64 anos.
55
Vários são os fatores que aumentam as chances de quedas, como visão
reduzida, distúrbios locomotores, uso de medicamentos (analgésicos, sedativos e anti-
hipertensivos), uso de andadores ou bengalas. Além disso, o ambiente com tapetes,
redução de barreiras, como mesas de centro ou vários móveis muito próximos, falta de
dispositivos, como barras de apoio no banheiro, e brinquedos de crianças espalhados
pela casa (quando morar ou receber os netos com frequência), são fatores que aumentam
as chances de queda (POTTER; PERRY, 2013).
Diante disso, precisamos estar atentos aos grupos vulneráveis, como crianças,
idosos, doentes metais e classes de baixa renda, pois o ambiente seguro precisa de
estrutura física adequada, além de conhecimento e discernimento do que pode causar
riscos, para que o paciente possa receber atendimento adequado.
56
As crianças lactentes, infantes e pré-escolares estão sujeitas a diversos
tipos de acidentes.
Nessas faixas etárias, os acidentes são ainda evitáveis, pois, os pais, tendo
informações sobre os riscos, podem atuar de maneira preventiva, não deixando, por
exemplo, escadas livres, piscina sem grade de proteção e produtos de limpeza ao alcance
das crianças (POTTER; PERRY, 2013).
Já as crianças em idade escolar têm um ambiente mais amplo de possibilidades
de risco, pois saem de casa para um ambiente novo.
A partir do momento que a criança vai para a escola, ela passa todos os dias por
algum meio de transporte, começa a conviver com outras crianças e precisa lidar com
um novo ambiente, tornando necessário que os pais fiquem atentos na hora de escolher
a escola e até mesmo o meio de transporte. Lembrando que crianças não tem noção de
velocidade de veículos, por exemplo.
Na fase da adolescência os riscos mudam, pois é a fase das novas descobertas,
início da independência dos pais. Com isso, o adolescente também passa a ter
oportunidade de experimentar álcool, cigarros e drogas.
Outro risco, ainda, é a iniciação sexual, que pode ocorrer de maneira indevida,
como o não uso de preservativos, podendo acarretar uma doença sexualmente
transmissível e consequências graves para a vida do adolescente. Além disso, a gravidez
indesejada pode vir acompanhada de um despreparo dos pais, podendo, inclusive,
haver uma tentativa despreparada de aborto, o que coloca a vida da adolescente em
risco (POTTER; PERRY, 2013).
57
FIGURA 5 – CONSUMO ABUSIVO DE ÁLCOOL POR ADOLESCENTES
FONTE: <https://newslab.com.br/wp-content/uploads/2019/04/menina-bebendo.jpg>.
Acesso em: 13 set. 2021.
No caso dos adultos, embora corram diversos riscos, estes estão associados
principalmente ao estilo de vida, uma vez que o adulto apresenta maior discernimento.
Mas quando ingere álcool e dirige, por exemplo, acaba colocando a sua vida e a vida de
outras pessoas em risco. O mesmo ocorre com o uso de cigarro, no primeiro momento
não causa nenhum dano, mas ao longo da vida pode gerar problemas respiratórios
e até mesmo um câncer.
IMPORTANTE
As fraturas em idosos são mais graves, afinal, o processo de cicatrização é
mais lento. Com isso, as chances de complicações são maiores. Além disso,
a presença de doenças, como exemplo a diabetes, pode prolongar ainda
mais o tempo de recuperação (POTTER; PERRY, 2013).
58
paciente sem supervisão até que a grade esteja levantada novamente. O mesmo ocorre
com a cadeira de rodas, sempre que for necessário, deve-se travar as rodas, pois, caso
o paciente tente levantar-se, a cadeira fica firme.
Existem também o risco de acidentes relacionados aos procedimentos, como
a administração equivocada de um medicamento ou uma punção errada com um
cateter contaminado, por exemplo. Esses procedimentos podem não causar nenhum
dano, mas aumentam os riscos, em alguns casos chegam a ter consequências que
podem colocar a vida do paciente em risco.
NOTA
O isolamento é a remoção do paciente para um local em que ele possa se
movimentar livremente, porém, com acesso restrito a outros ambientes,
inibindo, assim, uma possível fuga. Já a contenção física é a imobilização
do paciente utilizando várias pessoas da equipe. E a contenção mecânica
imobiliza o paciente no leito, fazendo uso de faixas, por exemplo.
59
O posicionamento da equipe deve ser em semicírculo, evitando ficar nas
costas do paciente durante a abordagem. Quando for iniciar o processo, é importante
que comecem pelos ombros, pulso, quadril e joelho, para evitar que o paciente lute,
podendo se machucar ou até mesmo machucar a equipe.
60
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O ambiente seguro também é importante para o paciente, seja este ambiente a sua
casa ou uma unidade hospitalar.
• A segurança do paciente não tem relação apenas com o ambiente físico, mas também
com a idade, condições fisiológicas, patologias presentes, hábitos e estilo de vida.
61
AUTOATIVIDADE
1 A segurança do paciente é um assunto recente, embora fundamental. O Ministério da
Saúde, em 2013, criou o Programa Nacional de Segurança do Paciente (PNSP). Com
isso, foram estabelecidos cinco protocolos essenciais para evitar erros e danos. Sobre
eles, analise as sentenças a seguir e classifique V paras verdadeiras e F para as falsas:
62
3 A segurança do paciente, além de estar relacionada a fatores ambientais, também
envolve a questão do desenvolvimento biológico do indivíduo. O desenvolvimento
físico, portanto, pode criar barreiras e ameaçar a segurança do paciente. Sobre os
fatores que influenciam a segurança do paciente, podemos afirmar:
63
64
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
SINAIS VITAIS
1 INTRODUÇÃO
O corpo humano apresenta parâmetros fisiológicos, ou seja, dados expressos
dentro da normalidade, sendo chamados de sinais vitais. Diariamente, o profissional
de saúde precisa avaliar as condições do paciente, de forma que a normalidade desses
dados é algo importante, uma vez que indica a melhora de um quadro patológico ou o
efeito de uma medicação.
Os sinais vitais foram, por muitos anos, mensurados apenas em quatro
parâmetros: pressão arterial, pulso, respiração e temperatura. Porém, observou-se
que a dor, mesmo sendo indicativo de uma anormalidade, tem capacidade de influenciar
diretamente nesses parâmetros vitais. A partir do ano 2000, incluiu-se a dor como
avaliação, passando a ser, então, cinco sinais vitais.
2 OS SINAIS VITAIS
Podemos afirmar que os sinais vitais são informações fisiológicas que
refletem a condição do paciente, orientando, muitas vezes, a tomada de decisão
sobre o tratamento de uma patologia, assim como a respeito da resposta ao tratamento.
Além disso, os sinais vitais possibilitam identificar as necessidades básicas do paciente,
portanto, a verificação desses sinais caracteriza uma maneira rápida e eficiente.
65
QUADRO 1 – VALORES DE TEMPERATURA CORPORAL DO CORPO
FONTE: A autora
ATENÇÃO
O ambiente é outro fator importante, pois os dias frios ou muito quentes
afetam, principalmente, os lactantes e idosos, devido ao mecanismo de
regulação menos eficiente (POTTER; PERRY, 2013).
66
Quando falamos em temperatura, devemos considerar, ainda, dois conceitos:
a hipotermia (redução da temperatura corporal abaixo de 35 °C) e a hipertermia (acima
de 37,2 °C), lembrando que esse valor é para a temperatura corporal aferida nas axilas
(POTTER; PERRY, 2013). Em relação aos locais de aferição de temperatura, temos:
2.2 PULSO
Primeiramente, devemos considerar que o sistema circulatório do nosso
corpo apresenta duas bombas, e juntas elas formam o coração. A bomba direita faz
o bombeamento do sangue para os pulmões, enquanto a esquerda faz para todos
os órgãos periféricos do corpo. Esse bombeamento possui dois momentos, isto é, a
sístole (quando os ventrículos do coração contraem bombeando o sangue) e a diástole
(quando os ventrículos relaxam, se enchendo de sangue).
67
QUADRO 2 – FREQUÊNCIA CARDÍACA
FONTE: A autora
FONTE: A autora
68
O pulso sofre variações com a idade, apresentando um número maior de
batidas por minutos no lactente e reduzindo até a chegada da idade adulta. Existe uma
variação aceitável para cada idade, conforme o Quadro 4:
FONTE: A autora
NOTA
Lembrando que a bradisfigmia se dá quando o pulso está fino e com
frequência menor do que o esperado para a idade, enquanto a taquisfigmia
ocorre quando o pulso fino está acima do número esperado por minuto.
Embora o pulso possa variar, existem alguns fatores que podem aumentar a sua
frequência, portanto devem ser considerados durante a avaliação.
69
A técnica de aferição do pulso é simples e rápida, porém necessita de cuidados e
de uma sequência. Primeiramente, o profissional deve realizar o preparo dos materiais,
como relógio de pulso, caneta e papel para o registro. Em seguida, deve higienizar as
mãos e explicar para o paciente o procedimento, e, depois, posicionar o paciente de
maneira confortável, encontrar o pulso no local de escolha e fazer a contagem. Ao final,
recoloque o paciente na posição que ele preferir, faça a higiene das mãos e registre o
valor encontrado, o local aferido e o horário da aferição (POTTER; PERRY, 2013).
2.3 RESPIRAÇÃO
Sabe-se que os seres humanos precisam absorver oxigênio e liberar dióxido
de carbono do organismo para sobreviver. Isto é, a respiração, mecanismo que permite
essa troca gasosa entre a atmosfera e o sangue, e o sangue e as células. Na respiração,
avaliamos a ventilação, ou seja, o movimento de gases dentro dos pulmões, e também a
difusão, o movimento de oxigênio e dióxido de carbono entre os alvéolos e as hemácias.
Temos, ainda, a perfusão, a distribuição das hemácias para os capilares pulmonares. A
difusão e a perfusão podem ser avaliadas pelo nível de saturação de oxigênio.
70
• Apneia: ausência dos movimentos respiratórios por um período prolongado.
Ela pode ocorrer em indivíduos que têm apneia do sono, em que durante o sono
ficam alguns minutos sem respirar, causando hipoxemia e podendo, ainda, ocorrer
arritmias cardíacas e até a morte.
• Respiração suspirosa: ocorre quando os movimentos respiratórios são
intercalados de suspiros, causando desconforto e fadiga. Normalmente esse quadro
está relacionado a conflitos emocionais.
QUADRO 5 – VALORES RELATIVOS AOS CICLOS RESPIRATÓRIOS (UMA INSPIRAÇÃO E UMA EXPIRAÇÃO)
POR IDADE
FONTE: A autora
Sendo assim, alguns fatores podem influenciar diretamente na frequência
respiratória, portanto, devemos observá-los.
71
2.4 PRESSÃO ARTERIAL
A pressão arterial é a força exercida sobre as paredes de uma artéria pelo
sangue que pulsa sob pressão do coração.
72
Antes de iniciar o procedimento, é importante explicar como ele será realizado
e orientar o paciente para que ele permaneça de cinco a dez minutos sentado em um
local com temperatura agradável e ambiente calmo.
73
O tamanho do manguito é importante ser respeitado, pois ele é fundamental
para que seja realizada uma aferição correta (Quadro 6).
2.5 DOR
Em primeiro lugar, é fundamental compreender que a dor é sentida de maneira
diferente por cada paciente, podendo ocorrer em várias intensidades. A avaliação da dor
busca identificar a sua etiologia e também a sensação do paciente, pois ela é individual.
74
• Escala Verbal Numérica: é um instrumento que realiza a avaliação da dor
mensurando a sua intensidade em uma escala de zero a dez, sendo que zero é
ausência completa de dor e dez corresponde a intensidade máxima de dor. Essa
escala pode ser utilizada em crianças a partir de seis anos de idade.
FONTE: A autora
A escala pode ser tanto numérica como em desenhos de carinha que mostram
a variação da intensidade da dor. A escala que utiliza desenhos é amplamente recorrente
na pediatria.
75
FIGURA 10 – ESCALA MISTA COM DESENHOS E NÚMEROS PARA AVALIAÇÃO DA ESCALA DE DOR
76
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• Os sinais vitais são dados fisiológicos sobre a condição do paciente naquele dado
momento, podendo estar ou não alterados.
77
AUTOATIVIDADE
1 Sobre os sinais vitais, sabemos que são informações fisiológicas que refletem a
condição do paciente. Por muitos anos, eram apenas quatro sinais vitais avaliados,
porém, foi observado um quinto sinal, que quando presente tinha a capacidade de
influenciar os outros sinais. Sobre os cinco sinais vitais, assinale a alternativa CORRETA:
3 O sistema circulatório do nosso corpo possui duas bombas que formam o coração.
Essas bombas exercem uma pressão na parede dos vasos sanguíneos, fazendo com
que seja possível sentir o pulso em alguns pontos do corpo. Porém, o pulso pode
sofrer variação de ritmo. Sabendo dessas variações, podemos afirmar que:
78
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
EXAME FÍSICO
1 INTRODUÇÃO
2 O EXAME FÍSICO
O exame físico é um conjunto de técnicas para realizar a avaliação física de um
paciente. Essas técnicas são padronizadas e podem ser utilizadas por profissionais da
saúde que visam diagnosticar algum mau funcionamento do organismo, por exemplo,
afinal, diversos distúrbios podem ser diagnosticados por meio do exame físico.
79
Quanto aos equipamentos necessários, temos o prontuário, folha de registro,
caneta, fita métrica, esfigmomanômetro, estetoscópio, luvas, termómetros, álcool e
todos os demais, os quais devem estar dentro da sala, evitando que o profissional se
ausente para buscar algum deles durante o exame físico. É importante, ainda, orientar a
equipe que, enquanto a porta estiver fechada, ninguém deve interromper o atendimento,
exceto se for um caso de urgência (POTTER; PERRY, 2013).
• inspeção;
• palpação;
• percussão;
• ausculta.
ATENÇÃO
De maneira geral, a inspeção acontece no momento de contato com o
paciente, sendo realizada uma avaliação não verbal e sem contato físico.
80
FIGURA 11 – TÉCNICA DE PALPAÇÃO UTILIZANDO AS DUAS MÃOS
Durante a palpação leve, pode ser utilizada somente uma mão, enquanto na palpação
profunda é realizada a palpação bimanual, ficando a mão mais sensitiva do profissional em
contato com a pele do paciente e a outra sobreposta, para auxiliar a palpação.
A técnica da percussão envolve batidas com as pontas dos dedos, a fim de
identificar as vibrações dos tecidos e órgãos. Os tecidos mais densos apresentam um
som mais silencioso, enquanto os tecidos menos densos apresentam um som oco.
Essa variação de som é importante para avaliar se há presença de massa ou líquido em
locais que não deveriam ter, por exemplo.
81
ATENÇÃO
Devemos lembrar que é importante manter o estetoscópio higienizado, para
que não leve nenhum microrganismo ao paciente, assim como friccioná-lo
durante o período de ausculta no jaleco, evitando que ele seja colocado frio
sobre na pele do paciente (POTTER; PERRY, 2013).
A inspeção inicial, então, consiste em observar o paciente como um todo, mas não
com o olhar de julgamento, e sim em busca de alguma alteração (POTTER; PERRY, 2013).
Em seguida, é fundamental conversar com paciente, perguntar seu nome, idade
e qual a queixa principal, pois as vezes o paciente está ali para um exame de rotina
ou porque já apresenta algum problema de saúde e quer fazer o acompanhamento.
Portanto, nessa abordagem, é preciso ter um tom de empatia, pois, nesse momento, o
profissional começará seu vínculo com o paciente. Dentro do consultório, após a primeira
conversa, é preciso fazer a avaliação dos sinais vitais, lembrando sempre de registrá-
los de maneira completa. Realizado essa etapa, começa a avaliação do paciente como
um todo, iniciando sempre pela cabeça.
IMPORTANTE
O exame físico completo é importante quando o paciente está realizando
sua primeira consulta ou já se faz tempo que não é realizado o exame.
Porém, se for um exame direcionado à queixa, o profissional pode verificar
somente a queixa (POTTER; PERRY, 2013).
82
Na inspeção completa o início ocorre pela pele, cabelo e unhas, avaliando a
coloração da pele (se ela é uniforme ou não) do paciente e observando a sua simetria.
Pode ocorrer alteração de cor devido a exposição solar, mas se houver perda de
pigmentação, precisa ser investigado, pois pode ser o início de um quadro de vitiligo, por
exemplo. A coloração também é importante para identificar cianose, icterícia e eritema,
alterações que são encontradas frequentemente (POTTER; PERRY, 2013).
A temperatura também precisa ser verificada, pois o quadro febril irá indicar
que há algo anormal, podendo ser uma reação local ou sistêmica. Já textura da pele
normalmente é lisa, macia e flexível, mas não é uniforme, nas mãos e pés ela é mais fina,
já com o envelhecimento ocorrem mudanças devido à perda de colágeno.
83
FIGURA 14 – TURGOR DA PELE REPRESENTADA EM UM IDOSO
NOTA
O cabelo e o couro cabeludo são outros pontos de inspeção. No corpo
existem dois tipos de cabelos: a penugem, mais fina e macia, e o cabelo,
mais espesso e grosso. A penugem recobre o corpo como um todo e
o cabelo é encontrado no couro cabeludo, axilas, região pubiana e na
barba dos homens.
84
ATENÇÃO
Lembrando que a palpação deve ser sempre indolor, caso o paciente
relate dor, pode ser que tenha alguma anormalidade.
No exame dos olhos é importante avaliar a acuidade visual, não com a intenção
de substituir o exame oftalmológico, mas sim tentando identificar alguma alteração para
que possa ser encaminhado para uma avaliação especializada. Nessa etapa, se houver
condições, pode ser realizado o teste utilizando o quadro de Snellen, padronização e
aceito para a avaliação de acuidade visual.
85
O nariz e os seios paranasais precisam ser avaliados, buscando identificar
a forma, tamanho, coloração da pele, presença de inflamação ou deformidades.
Normalmente, o nariz apresenta a mesma coloração da face. A avaliação dos seis
paranasais será por meio da palpação, sendo ela normal quando é indolor, pois a dor
indica inflamação.
No caso dos lábios, serão avaliados quanto à sua cor, textura, hidratação,
contorno e a presença de lesões. Lembrando que os lábios apresentam uma coloração
diferente da pele, sendo uma pele mais fina. A presença de rachaduras é um indício de
desidratação. Avaliar a parte interna da boca também é importante, verificando a dentição
do paciente, a mucosa e a sua coloração. Além disso, deve-se avaliar a mobilidade da
língua e realizar a palpação, a fim de identificar qualquer massa palpável.
A avaliação do pescoço inclui analisar os músculos, os linfonodos e as artérias
carótidas, as veias jugulares, glândula tireoide e traqueia. A palpação deve ser realizada
no pescoço como um todo, em busca de alguma anormalidade. Na avaliação da tireoide,
após a palpação, peça que o paciente ingira um pouco de água, isso irá permitir que
você visualize se há algum aumento da tireoide (POTTER; PERRY, 2013).
O tórax e os pulmões precisam de uma avaliação detalhada em suas funções
ventilatórias, e para isso é preciso realizar a inspeção, palpação e ausculta. Durante a
avaliação do tórax, é importante aproveitar para realizar a avaliação das mamas, além de
ensinar a fazer o autoexame.
FONTE: <https://fdgcirurgiaplastica.com.br/wp-content/uploads/2020/10/autoexame-768x449.png>.
Acesso em: 14 set. 2021.
86
No abdômen, o exame físico é um pouco mais complexo devido ao maior número
de órgãos no local. É importante realizar a inspeção e a ausculta antes da palpação, pois
ela poderá aumentar os ruídos intestinais com a estimulação do peristaltismo.
FONTE: <https://eigierdiagnosticos.com.br/blog/wp-content/uploads/2019/09/como-e-feito-preventivo.png>.
Acesso em: 14 set. 2021.
87
O sistema musculoesquelético também deve ser avaliado, observando a postura
corporal, a amplitude dos movimentos articulares, o tônus e a resistência muscular. Ao final,
deve-se avaliar o estado neurológico e emocional.
88
LEITURA
COMPLEMENTAR
DESAFIOS PARA ENFERMAGEM NO ATENDIMENTO A OS PACIENTES IDOSOS COM
DELIRIUM E COVID-19 EM UNIDADES DE CUIDADOS CRÍTICOS
89
FATORES DE RISCO PARA DELIRIUM
INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM
90
Promover um sono adequado também colabora na minimização do delirium,
ocorrem taxas de 61%de privação de sono nas UTI, muito em consequência do ruído e da
luminosidade intensa, aspectos fisiológicos e medicamentos. Atividades como permitir
períodos de sono contínuo durante a noite, evitar a inversão do ciclo de sono, reduzir o
ruído e organizar horários de procedimentos de enfermagem podem facilitar o equilíbrio
sensorial e a manutenção de um ambiente seguro. Intervenções não farmacológicas
como musicoterapia, a massagem, o relaxamento e a avaliação do controle da dor são
benéficas para diminuir o risco de delirium.
91
Essas condutas, que podem ser protocolos, com o intuito de sistematizar às boas
práticas, com destaque para a escuta do paciente e a preservação da sua autonomia.
Nesses casos, muitas vezes, a comunicação entre profissionais de saúde e pacientes é
falha e que, além disso, gera danos como o desenvolvimento de depressão e ansiedade
causada pelo isolamento. Cabe à equipe de enfermagem estar atenta às alterações
clinicas e também aos seus fatores de risco, podendo intervir de forma ágil por meio de
medidas com vistas a prevenção desse desfecho.
92
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• O ambiente para o exame físico precisa ser preparado antes do início do exame,
considerando uma boa iluminação e todos os equipamentos necessários.
93
AUTOATIVIDADE
1 O exame físico não pode ser realizado em qualquer lugar, sendo necessário realizar
em um ambiente específico. Sobre o ambiente físico a ser preparado, assinale a
alternativa CORRETA:
2 A avaliação física necessita de técnicas especificas que serão utilizadas para avaliar
os órgãos e as estruturas físicas. O corpo apresenta sons, texturas e formatos
específicos que podem ser avaliados. Sobre as técnicas de avaliação física, assinale
a alternativa CORRETA:
94
4 A inspeção geral começa antes da primeira troca de palavras com o paciente, ou seja,
desde o momento em que o paciente é visto. Elabore um modelo de coleta de dados
para o exame físico de cabeça e pescoço.
95
REFERÊNCIAS
BELELA-ANACLETO, A. S. C.; PETERLINI, M. A. S. P.; PEDREIRA, M. L. G. Higienização
das mãos como prática do cuidar: reflexão acerca da responsabilidade
profissional. Rev. Bras. Enferm., Brasília, DF, v. 70, n. 2, p. 461-464, 2017. Disponível
em: https://doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0189. Acesso em: 28 set. 2021.
96
RIBEIRÃO PRETO. Prefeitura Municipal. Secretaria Municipal da Saúde.
Departamento de Atenção à Saúde das Pessoas. Protocolo de contenção física
e mecânica. Ribeirão Preto: São Paulo, 2018.
STUQUE, A. G. et al. Protocolo para prevenção de úlcera por pressão. Rev. Rene,
Fortaleza, v. 18, n. 2, p. 272-282, 2017. Disponível em: http://periodicos.ufc.br/
rene/article/view/19271. Acesso em: 28 set. 2021.
97
98
UNIDADE 3 —
PREVENÇÃO E CONTROLE
DE INFECÇÕES
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer dela, você encontrará
autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
99
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
Acesse o
QR Code abaixo:
100
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
CARÁTER DA INFECÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Uma infecção é caracterizada pela invasão de um patógeno no corpo de um
hospedeiro, resultando em uma patologia. Porém, antes de entendermos o que é uma
infecção, precisamos diferenciar infecção de colonização. A colonização é a presença
de um microrganismo no corpo e a sua proliferação, sem invadir tecidos e nem causar
danos ao corpo do hospedeiro. Enquanto a infecção é a invasão de um microrganismo no
corpo do hospedeiro, causando danos ao corpo e invadindo tecidos. Algumas infecções
apresentam baixo risco de transmissão, porém causam danos no corpo hospedado.
2 O CARÁTER DA INFECÇÃO
A infecção pode ocorrer de um hospedeiro saudável para um hospedeiro
susceptível, ou até mesmo de indivíduo saudável para indivíduo saudável, pois alguns
microrganismos podem causar doenças em um indivíduo que anteriormente não teve
contato com ele ou não foi imunizado por exemplo.
101
2.1 CADEIA DE INFECÇÃO
A presença de um agente patogênico não indica, necessariamente, a presença
de uma infeção. A infecção ela precisa completar um ciclo de seis elementos para
que ocorra. Este ciclo é formado por um agente infeccioso, um reservatório ou
fonte de infecção, uma porta de saída do reservatória do microrganismo, um
mecanismo de infecção, uma porta de entrada no hospedeiro e um hospedeiro
suscetível. Se um desses seis pontos não existir, a infecção não conseguirá completar
o seu ciclo (POTTER, 2013).
FIGURA 1 – INFECÇÃO
102
A temperatura também é importante, pois diversos microrganismos sobrevivem
em temperatura de 25 °C a 42 °C, como a temperatura corporal dos humanos está entre 36
°C e 37 °C, a temperatura é ideal para a proliferação desses microrganismos (POTTER, 2013).
Os modos de transmissão podem ser pelo contato direto, através das mãos, pelo
beijo ou pelo contato sexual, ou, ainda, pode ser indireto, por meio de objetos de uso
comum ou do meio ambiente. A transmissão também pode ocorrer atrás de aerossol,
quando as partículas percorrem cerca de um metro durante a tosse ou a fala.
Outra forma é pelo ar, através de gotículas suspensas. A infecção também pode
ocorrer a partir de um veículo, como os itens contaminados ou até mesmo os alimentos.
Os vetores também são importantes, como os mosquitos que picam um indivíduo
infectado, e levam para outro indivíduo (POTTER, 2013).
A porta de entrada será o local onde o agente infeccioso irá penetrar. Ela pode
ser um corte na pele, pela via oral, através de alimentos contaminados, ou até mesmo
através de seringa contaminada, durante a administração de um medicamento. Mas a
infecção só ocorrerá se o indivíduo for susceptível, apresentando alguma deficiência
nutricional ou imunológica; caso contrário, a infecção não ocorrerá.
103
exemplo é quando fazemos uso de antibióticos por tempo prolongado, e as bactérias
da flora intestinal podem ser afetadas. Com isso, pode ocorrer a proliferação de outras
bactérias no trato gastrointestinal, causando diarreias e gases.
IMPORTANTE
O estresse também é um fator importante na infecção. O nosso corpo,
durante o período de alarme, apresenta um aumento do hormônio
adrenocorticotrófico, que leva ao aumento dos níveis de glicose sérico
e reduz as respostas anti-inflamatórias desnecessárias. Quando
há a presença de estresse contínuo, ocorre a depleção do corpo e,
consequentemente, a depleção energética e a redução de defesa do
corpo.
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Os indivíduos que apresentam o sistema imunológico comprometido também
têm mais chances de desenvolvimento de infecções. Pode ser devido a doenças
autoimunes, transplantes ou até mesmo à baixa no sistema de defesa em função de
uma mudança drástica de rotina. Com isso, é importante que o cuidado para evitar
uma infecção seja redobrado, pois, como o sistema está falho, a infecção pode ser mais
grave e até fatal para esses indivíduos (POTTER, 2013).
105
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
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AUTOATIVIDADE
1 A infecção ocorre devido à invasão de um patógeno no corpo de um hospedeiro.
resultando em uma patologia infecciosa. Mas antes de entendermos o que é uma
infecção, precisamos diferenciar infecção de colonização. Sobre o conceito de
colonização, assinale a alternativa CORRETA:
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( ) O estágio de incubação é o período em que o hospedeiro entrou em contato com o
microrganismo até o surgimento dos primeiros sintomas de infecção.
( ) A enfermidade caracteriza-se pelos sintomas iniciais que não caracterizam aquela
infecção.
( ) O período de convalescença é o tempo que o hospedeiro levará para recuperar o
seu estado fisiológico, sem a doença, podendo ele ser de dias ou até meses
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UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
1 INTRODUÇÃO
A higienização das mãos é uma medida primária importante no controle de
infecções relacionadas à assistência à saúde, sendo reconhecida mundialmente. Ela
é considerada como um dos pilares da prevenção e de controle de infecções dentro
dos serviços de saúde, inclusive as infecções decorrentes da transmissão cruzada de
microrganismos multirresistentes.
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2 A HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS
A precursora da Enfermagem Moderna, Florence Nightingale (1820-1910), jovem
culta e de família rica, foi uma precursora na higienização das mãos como prevenção
de infecções. Em 1854, foi convidada para ir à Guerra da Criméia, com o objetivo de
reformular a assistência aos doentes.
A pele é formada pela camada externa para a mais interna: estrato córneo,
epiderme, derme e hipoderme. Ela é um órgão dinâmico, pois a sua formação e
integridade estão sob controle homeostático, e qualquer alteração resulta em aumento
da proliferação de suas células.
110
A pele humana é colonizada naturalmente por bactérias e fungos, sendo que
diferentes áreas do corpo têm concentração de bactérias variáveis.
IMPORTANTE
A microbiota transitória é formada por microrganismos não
patogênicos ou potencialmente patogênicos, como bactérias, fungos
e vírus, sendo que raramente eles se multiplicam na pele, mas, podem
provocar infecções relacionadas à assistência à saúde. Já a microbiota
residente, que está aderida às camadas mais profundas da pele, é
mais resistente à remoção apenas por água e sabonete. As bactérias
que fazem parte dessa microbiota são as que menos causam infecções
veiculadas por contato (KAMPF; KRAMER, 2004).
111
É importante o uso de higienização, utilizando a técnica adequada e também o
uso de produtos corretos para evitar que ocorra a disseminação desses microrganismos.
Porém, os produtos também precisam ser utilizados de maneira correta, pois, quando
são utilizados de forma inapropriada, podem ser fontes de bactérias multirresistentes.
Normalmente, são utilizados os sabonetes líquidos, uma vez que se sabe que
existe o risco de contaminação do sabão em barra. Porém, é importante estar atento,
também, à contaminação dos recipientes de armazenamento.
A rotina demanda que eles sejam limpos sempre que apresentarem sujidade
visível e toda vez que for trocar o refil de sabão. Além disso, é importante ficar atento às
datas de vencimento do refil, pois, se for um ambiente de saúde que tem algum ponto que
não é utilizado com frequência para a higienização das mãos, pode ocorrer o vencimento
do produto, perdendo, então, a eficiência e podendo estar contaminado (LARSON, 1996).
112
De uma forma geral, os álcoois apresentam rápida ação e excelente atividade
bactericida e fungicida entre todos os agentes utilizados na higienização das mãos. As
soluções alcoólicas entre 60 e 80% são mais efetivas, e concentrações mais altas são
menos potentes, pois as proteínas não se desnaturam com facilidade na ausência de água.
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Os iodóforos são moléculas complexas, compostas de iodo e de um polímero
carreador chamado “polivinilpirrolidona”, cuja combinação aumenta a solubilidade
do iodo e provê um reservatório de iodo, liberando-o ao ser utilizado e reduzindo o
ressecamento da pele.
Os lavatórios devem estar sempre limpos e livres de objetos que possam dificultar
o ato de lavar as mãos. Eles precisam apresentar uma profundidade adequada, viabilizando
a higiene das mãos, sem que o profissional encoste nas paredes ou bordas próximas da
pia. Além disso, é preciso de uma torneira com fechamento automático para que, após a
higienização, o profissional não necessite colocar as mãos na torneira para fechá-la.
A pia deve ser uma a cada quatro quartos ou duas enfermarias para que o
profissional tenha acesso rápido e possa realizar a higiene sempre que tocar no paciente
ou em algum objeto potencialmente contaminado. Nas unidades de terapia intensiva,
é recomendando um lavatório a cada cinco leitos, lembrando que, em ambiente de
isolamento, é um para cada leito. No berçário, é recomendado um a cada quatro berços.
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Em relação aos dispensadores de sabonete e antissépticos, eles devem estar
próximos às pias, em boas condições de funcionamento e com a solução a ser dispensada
dentro do prazo de validade. É importante que esses dispositivos apresentem facilidade
para serem trocados os refis do sabão ou do antisséptico. Além disso, os recipientes nunca
devem ficar sem produtos. A sua troca deve ser sempre realizada antes que o produto
acabe, evitando, assim, a falta de quantidade ideal para a higienização das mãos.
O papel toalha deve ser colocado em um porta-papel que não favoreça o contato
das mãos com as folhas armazenadas. É importante que o papel seja de qualidade
adequada, realizando a secagem das mãos, sem deixar resíduos, por exemplo. Além
disso, que ele consiga absorver adequadamente a água das mãos.
ATENÇÃO
Devemos lembrar que o secador elétrico não é recomendado para
a higienização das mãos, pois ele pode carrear microrganismos,
contaminando as mãos dos profissionais.
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FONTE: Adaptada de Brasil (2020, p. 60-61)
116
FIGURA 4 – ANTISSEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS
A higienização cirúrgica das mãos necessita de uma pia especial, funda e com
pedaleira que abre e fecha a água a partir da pressão dos pés do profissional. Ela não
pode ser acionada em nenhum momento pelas mãos dos profissionais, a fim de evitar
contaminações. Além disso, a escova para a lavagem é individual e descartável, ou seja,
não pode ser reutilizada nem mesmo pelo próprio profissional de saúde que fez uso dela.
E a secagem das mãos é realiza com compressa estéril, sempre da ponta dos dedos
para o cotovelo, ou seja, da área mais limpa para a área mais contaminada. Por fim, o
profissional deve calçar as luvas cirúrgicas utilizando técnica estéril.
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RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A higienização pode ser realizada com água e sabão ou só com solução alcoólica,
porém, esta última só pode ser realizada se a mão do profissional não tiver com
nenhuma sujidade.
• A higienização das mãos é uma técnica fácil, mas que demanda cuidados
desde a técnica até a escolha do produto utilizado, pois ele não elimina todos os
microrganismos, e o tempo residual é variável após a higienização.
118
AUTOATIVIDADE
1 As infecções decorrentes da assistência à saúde são um problema grave e um grande
desafio para os serviços de saúde, pois essas infecções ameaçam tanto os pacientes
quanto os profissionais e podem acarretar sofrimentos desnecessários ao indivíduo e
gastos excessivos para o sistema de saúde. Sobre a higienização das mãos, assinale
a alternativa CORRETA:
3 A higienização das mãos, sem presença de sujidade visível ou suor excessivo, pode
ser realizada com solução alcoólica. Sobre a higienização das mãos com solução
alcoólica, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
119
( ) O etanol é reconhecido como agente antimicrobiano, sendo recomendado para a
higienização rápida das mãos.
( ) De uma forma geral, os álcoois apresentam rápida, lenta e excelente atividade
bactericida e fungicida entre todos os agentes utilizados na higienização das mãos.
( ) A coagulação das proteínas, induzida pelo álcool, ocorre na parede celular, na
membrana citoplasmática e entre várias proteínas plasmáticas.
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UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
PREPARO DE AMBIENTE ESTÉRIL
1 INTRODUÇÃO
121
FIGURA 5 – AMBIENTE ESTÉRIL
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ATENÇÃO
Devemos lembrar que nem sempre o paciente sabe se é ou não alérgico,
pois nunca entrou em contato com esse tipo de solução, podendo, durante
o procedimento, descobrir que ele é alérgico, sendo necessário interromper
imediatamente o uso da solução utilizada para antissepsia (POTTER, 2013).
123
É importante colocar o campo sob a pele seca e fixá-lo para que ele não se mova
durante o procedimento, causando contaminação da região preparada. Em relação ao
tamanho e formatos dos campos cirúrgicos, eles são diversos e serão determinados de
acordo com o procedimento a ser realizado e a necessidade do paciente (POTTER, 2013).
124
O uso adequado da paramentação inicia-se pela sequência de sua colocação,
sendo colocada, primeiramente, a touca, seguida do pijama cirúrgico (blusa e calça
comprida); todos colocados no vestiário.
O uniforme deve ser usado somente dentro do bloco cirúrgico e trocado sempre
que necessário, como nos casos de sujidade por secreções biológicas.
FIGURA 7 – VESTIMENTA
125
A maneira correta de pegar o capote é só tocar a parte interna do capote e
nunca a parte externa; abrir o capote com movimentos delicados e firmes, tendo o
cuidado de não tocar a sua face externa e nem encostar em nenhum local próximo
que possa contaminá-lo. Em seguida, segurar o capote afastado do corpo e introduzir,
ao mesmo tempo, os dois braços nas mangas, com um movimento para cima. Virar de
costas para o circulante de sala para que as tiras da parte posterior e da cintura (lateral)
sejam amarradas por ele, afastando-as da cintura para facilitar a ação. Em seguida, o
profissional irá calçar as luvas cirúrgicas.
126
LEITURA
COMPLEMENTAR
BIOSSEGURANÇA NO CENTRO DE MATERIAIS E ESTERILIZAÇÃO: DÚVIDAS DOS
PROFISSIONAIS
[...]
RESULTADOS
[...]
SOLUÇÕES
127
Em relação às dúvidas, um farmacêutico respondeu:
128
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS
129
Na subcategoria “instrumentos”, as dúvidas identificadas foram em relação
à marcação de instrumentais cirúrgicos tais como pinças, furadeiras pneumáticas,
bandejas, pinças e outros, além do possível surgimento de biofilme ao se utilizar alguns
tipos de materiais para realizar essa marcação, como aparece no recorte:
Se o fabricante diz que o produto é de uso único, ele não deve ser
reprocessado. (E29).
130
Essa pergunta ficou sem resposta, pois são discutidas nas respostas a troca dos
métodos de desinfecção e esterilização e a troca de equipamento (termorresistentes)
mais modernos.
LEGISLAÇÃO
VALIDAÇÃO DO PROCESSO
131
Na subcategoria “testes”, as principais dúvidas foram em relação aos testes
que devem ser realizados para validar as cargas de esterilização das autoclaves, qual a
quantidade destes que deve ser usado em cada carga, qual melhor localização com a
finalidade de garantir um processo de esterilização seguro.
DISCUSSÃO
132
Na categoria “equipamentos e materiais”, emergiram dúvidas sobre métodos
de esterilização/desinfecção diretamente relacionadas à primeira categoria, na qual os
profissionais perguntavam quais as soluções desinfetantes mais indicadas e como usá-
las para a desinfecção dos materiais. Nessa categoria, a subcategoria “instrumentos” foi a
segunda mais citada, com dúvidas em relação a todas as etapas do processo de preparo
do material (limpeza, condicionamento e esterilização) de instrumentais específicos, tais
como: equipamentos de endoscopia, instrumentais cirúrgicos, nebulizadores, ambus,
entre outros. De acordo com a NR 156, todos os produtos para a saúde passíveis de
processamento devem passar obrigatoriamente pela limpeza por meio de ação mecânica
(manual ou automatizada), atuando em superfícies internas (lúmen) e externas, de
forma que tornem o produto seguro para manuseio e preparado para desinfecção ou
esterilização. Após limpeza, os materiais devem passar pelos processos conforme sua
classificação como produtos críticos, semicríticos ou não críticos.
133
de manuseio, transporte e armazenamento, por isso, o material deve ser estocado em
local seco, arejado, protegido de sujidade e grandes variações de temperatura — essas
condições devem sempre ser monitoradas, assim como eventos que possam colocar a
esterilização do material em risco.
134
capítulos de normas e legislação disponíveis principalmente nos sites do Ministério da
Saúde, da Anvisa, e no próprio site. Embora diferentes categorias profissionais tenham
manifestado suas dúvidas, constatou-se que estas eram semelhantes \e direcionadas a
garantir biossegurança aos usuários dos produtos para a saúde. As dúvidas existentes,
se não esclarecidas, representariam risco para a qualidade do processamento dos
produtos para a saúde e consequentemente da assistência à saúde. [...]
135
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você adquiriu certos aprendizados, como:
• A preparação do campo estéril inicia pela antissepsia da pele ou local onde será
realizado o procedimento.
136
AUTOATIVIDADE
1 O ambiente estéril é livre de microrganismo. Esse ambiente pode ser luvas,
instrumentos ou qualquer objeto que seja passível de eliminação de microrganismos.
Sobre o preparo do ambiente estéril, assinale a alternativa CORRETA:
2 O preparo do ambiente estéril inicia a partir da desinfecção dos utensílios, sendo este
o primeiro passo para a descontaminação inicial do utensílio. Com base no preparo
do ambiente estéril, analise as sentenças a seguir:
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( ) A escolha da solução antisséptica deve ser realizada a partir das condições da pele
do paciente, observando se ele apresenta alguma hipersensibilidade à solução que
se planeja usar.
( ) O uso de antissépticos com base alcoólica não apresentam riscos para os pacientes.
( ) O ideal do uso de soluções antissépticas é elas serem fracionadas em doses de
aplicação única, para evitar o reuso e a possível contaminação dela.
138
REFERÊNCIAS
BOSZCZOWSKI, I. et al. Outbreak of extended spectrum beta-lactamase-
producing Klebsiella pneumoniae infection in a neonatal intensive care unit
related to nychomycosis in a health care worker. Pediatr. Infect. Dis. J., [s. l.], v.
24, n. 7, p. 648-50, 2005.
LARSON, E. L. APIC Guideline for Hand Washing and Hand Antisepsis in Health-
Care Settings. In: OLMSTED R, N. Infection control and hospital epidemiology
– principles and practice. Association for Professionals in Infection Control and
Epidemiology. St Louis: Mosby, 1996. p 1-1 – 1-19.
MCLEOD, J. A.; EMBIL, J. M. Hand hygiene: cleaning up our act! The Canadian
Journal of CME, [s. l.], p. 177-185, 2002.
139